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Unidade IV
7 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E RELAÇÕES SINDICAIS
O processo de segurança visa estabelecer disciplina e segurança, bem como qualidade de vida no
trabalho. Inclui higiene e segurança do trabalho e as relações sindicais.
processos de RH
influências ambientais influências organizacionais
externas internas
Figura 29
Desde o início do século, a racionalização do trabalho a partir de métodos científicos foi uma
tendência dominante. O objetivo maior era a elevação da produtividade. Essa preocupação permanece
até os nossos dias, porém se tende a um tratamento mais humanizado.
Segundo Fernandes (1996, p. 40), “apesar de a preocupação voltada para organizar o trabalho
ter sido uma constante desde o advento da administração científica, só recentemente as empresas
vêm‑se preocupando com a satisfação do trabalhador na execução de suas tarefas, como requisito para
atingirem altos índices de produtividade”.
159
Unidade IV
A noção de QVT surgiu no início da década de 50, na Inglaterra, por meio de Eric Trist e colaboradores,
que estudaram um modelo para agrupar o trinômio “indivíduo/trabalho/organização. Para Nadler; Lawler
(1983, p. 20), QVT “é a grande esperança das organizações para atingirem alto nível de produtividade,
sem esquecer a motivação e satisfação do indivíduo”.
A tecnologia da QVT pode ser utilizada para que as organizações renovem suas formas de organização
do trabalho, a fim de que, ao mesmo tempo em que se eleve o nível de satisfação do pessoal, se eleve
também a produtividade das empresas, como resultado de maior participação dos empregados nos
processos relacionados ao seu trabalho.
As reformulações em nível do trabalho constituem o objetivo implícito das ações de QVT, visando
garantir maior eficácia e produtividade e, simultaneamente, o atendimento das necessidades básicas
dos trabalhadores, como enfatiza Walton (1973, p. 11).
O conceito de QVT é, de certa forma, abrangente e precisa ser definido com clareza, uma vez que,
como afirmam Werther; Davis (1983, p.36), “os cargos / postos de trabalho representam não apenas uma
fonte de renda para os trabalhadores, mas um meio de satisfazerem suas necessidades de toda ordem,
com reflexos evidentes em sua qualidade de vida”. Os trabalhadores têm no trabalho uma fonte de
realização pessoal, principalmente quando fazem aquilo de que gostam e, consequentemente, o fazem
com prazer.
Segundo Fernandes (1996, p. 40), “quanto à expressão Qualidade de Vida no Trabalho, (...) não se
pode atribuir uma definição consensual. O conceito engloba, além dos atos legislativos que protegem o
trabalhador, o atendimento a necessidades e aspirações humanas, calcado na ideia de humanização do
trabalho e na responsabilidade social da empresa”.
A princípio, pode‑se pensar que as exigências por melhor qualidade de vida se referem apenas à
remuneração. Mas, especialmente no que tange à melhoria das condições de trabalho e da organização
psicossocial, é que existe demanda por mudanças no comportamento organizacional, isto é, trata‑se de
atender às necessidades humanas. Esse seria o ponto de partida para qualquer programa de QVT, uma
vez que sua gestão é flexível, porque organizações e pessoas mudam constantemente, e cada empresa
tem a sua realidade.
É preciso atentar para uma gama de fatores que, quando presentes numa situação de trabalho, se
refletem na satisfação e na participação do indivíduo, mobilizando suas energias e atualizando seu
potencial.
Dessa forma, pode‑se dizer que há fatores intervenientes na qualidade de vida das
pessoas, quando em situação de trabalho. Dependendo de seu competente gerenciamento,
eles proporcionarão condições favoráveis, imprescindíveis aos melhores desempenho e
produtividade.
Ao se estudar a produtividade de uma empresa, não se pode, apenas, concentrar atenção nos
processos de trabalho e na tecnologia a ser aplicada. O fator humano é uma ferramenta relevante
dentro deste processo; portanto, deve ser dada a ele uma atenção toda especial.
Nos dias atuais, a preocupação das empresas está voltada para os aspectos que possam ajudar o
trabalhador a ter melhor qualidade de vida, também, no trabalho. Nota‑se que o mercado hoje está
voltado para quem conseguir obter maior eficiência em produzir mais, melhor e em menos tempo. Tudo
isso sem prejudicar a saúde, no sentido amplo do termo, dos funcionários, pois ela é fundamental ao
processo produtivo.
Como observa Lima (1998, p. 11), “um programa de qualidade de vida representa custos. No entanto,
vale a pena se a empresa tem a intenção de melhorar a sua produtividade, sua imagem, ter funcionários
contentes convivendo em um ambiente saudável”.
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Um dos fatores almejados pelas empresas atuais é a formação de uma imagem positiva, em relação
não só ao cliente interno como também ao externo. Uma boa imagem a ser alcançada por uma empresa
que procura proporcionar melhor QVT poderá ser altamente benéfica para sua lucratividade, como
prêmio desse investimento.
A melhoria dos fatores físicos ou tangíveis nas condições de trabalho, tais como flexibilidade
de horário, modificação do local dos equipamentos, entre outros, pode acarretar uma melhora de
desempenho. Conforme Huse; Cummings apud Rodrigues (1994, p. 91), “com a melhoria das condições
de trabalho, os operários tornam‑se mais satisfeitos com seus serviços. A QVT afeta positivamente a
produtividade de forma indireta1.”
Assim, a qualidade de vida no trabalho pode ser um fator de desenvolvimento humano, mas pode
também constituir‑se em um fator de instrumentação somente para aumentar o nível de produtividade,
sem uma preocupação mais profunda e sincera com o indivíduo. Hackman; Oldham apud Rodrigues
(1994, p.124) entendem que a QVT tem muito a ver com produtividade e também com a relação de
satisfação entre o indivíduo e a organização na qual trabalha.
Nesse sentido, desde a origem dos estudos sobre QVT, percebe‑se que a mesma nasceu voltada
para as questões relativas à produtividade. Autores como Werther; Davis (1983) constatam que os
esforços para melhorar a qualidade de vida do trabalhador, na verdade, devem atender às necessidades
de produção da organização.
7.1.2 QVT
Rodrigues (1994) oferece uma compreensão da QVT como um meio para beneficiar simultaneamente
o indivíduo e a organização, por meio da melhoria do desempenho humano e consequentemente do
1
Disponível em: <http://www.moraesjunior.edu.br/pesquisa/cade7/qualidade.doc>.
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Gestão de Pessoas
aumento do nível de produtividade. Em consequência é possível inferir que ela, ainda que propicie
benefícios para o homem, é principalmente um instrumento da produtividade necessária às organizações.
A melhoria das condições de trabalho envolve flexibilidade de horário, modificação do local, entre
outros, que podem tornar os indivíduos mais satisfeitos e consequentemente melhores em seus serviços.
Mais uma vez observa‑se que a QVT afeta a produtividade, ainda que indiretamente, como pode ser
visto na figura acima. Conforme pode ser observado nessa figura, sua melhoria desenvolve positivamente,
de imediato, a coordenação, a capacidade e a motivação, que são fatores do interesse da organização,
pois são pré‑requisitos para um melhor desempenho e, consequentemente, uma maior produtividade.
O termo Qualidade de Vida no Trabalho engloba motivação, satisfação, condições de trabalho, estilos
de liderança, dentre outros. Relacionados a esses aspectos, a lista de fatores que se constituem em pontos
positivos e negativos do trabalho é bem ampla. Um dos principais expoentes no estudo da questão,
Walton (1973) afirma que a ideia de QVT é calcada em humanização do trabalho e responsabilidade
social da empresa, envolvendo o entendimento de necessidades e aspirações do indivíduo, por meio da
reestruturação do desenho de cargos e de novas formas de organizar o trabalho, aliado a uma formação
de equipes com um maior poder de autonomia e uma melhoria do meio organizacional.
Fernandes (1996) sugere que o termo sustenta‑se sobre quatro pontos básicos:
No Brasil, na década de 90, falar em QVT não passava de simples utopia. Hoje se percebe que
esse quadro mudou substancialmente, não em função de um “modismo”, mas por determinantes de
sobrevivência num cenário competitivo. Tanto que Silva; De Marchi (1997, p.12) destacam que no Brasil
os programas de QVT têm despertado grande interesse nos últimos anos e que as empresas perceberam
que ela está inteiramente ligada a maior produtividade e vantagem competitiva.
Para Fernandes (1996, p. 59), em primeiro lugar convém lembrar que QVT, na prática, não dispensa
em absoluto a teoria, ou seja, é preciso a fundamentação advinda de conhecimentos interdisciplinares e
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em especial ligados à ciência comportamental, pois não se pode implantar um programa sem um forte
apoio teórico e técnico sobre o tema. Por outro lado, mesmo que cada experiência de implantação de
projetos de QVT seja única, é possível, a título de sistematização, se estabelecerem algumas fases que,
independentemente das características particulares, se aplicam a todas as empresas.
Alguns autores têm feito recomendações sobre a implantação de programas de QVT. Vellozo (1996,
p.68) diz que não existem fórmulas prontas para implantá‑los. Em cada organização existe um processo
particular que deve ser analisado cuidadosamente. A autora entende QVT como uma política de trabalho
que deve ser definida e adotada após minucioso levantamento de necessidades, devidamente analisadas
de forma consciente e comprometida com as mudanças que se fizerem necessárias. Em empresas cujo
estágio organizacional seja pouco desenvolvido, dificilmente um programa será efetivo sem o apoio de
uma nova filosofia gerencial, sem o aval e o apoio da administração superior. Ou seja, os responsáveis
pela área de RH das organizações têm que convencer a todos – especialmente as principais lideranças –
de que QVT é responsabilidade de todos e não apenas de alguns. Mesmo porque iniciativas e/ou esforços
particulares, ainda que da área própria, não terão capacidade de obter resultados efetivos.
Existem diversos métodos desenvolvidos por estudiosos, visando identificar os aspectos presentes
no trabalho e que estão relacionados à QVT. O modelo proposto por Walton (1973) permite analisar as
práticas adotadas nas melhores empresas para trabalhar no Brasil e as dimensões de QVT. As dimensões
e os seus respectivos indicadores apresentados por Walton (1973) são as exibidas no quadro abaixo.
Essas oito dimensões permitem ao pesquisador apreender os pontos percebidos pelos trabalhadores
como positivos ou negativos na situação de trabalho. Possibilitam analisar tanto o conjunto de condições
e práticas organizacionais, quanto aspectos relacionados às satisfação e percepção dos empregados
sobre os fatores positivos no trabalho (Silva; Tolfo, 1995).
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Gestão de Pessoas
ausência de preconceitos
igualdade
5 – Integração social na organização mobilidade
relacionamento
senso comunitário
direitos e proteção do trabalhador
privacidade pessoal
6 – Constitucionalismo liberdade de expressão
tratamento imparcial
direitos trabalhistas
papel balanceado no trabalho
7 – O trabalho e o espaço total de estabilidade de horários
vida poucas mudanças geográficas
tempo para lazer da família
imagem da empresa
8 – Relevância social do trabalho responsabilidade social da empresa
na vida responsabilidade pelos produtos
práticas de emprego
Os resultados positivos de pesquisas que avaliam a QVT, especialmente no Brasil, têm sido fonte de
desconfiança por parte de estudiosos mais críticos. Concebida na sociedade americana, preocupada com
as condições de trabalho e os seus reflexos sobre o bem‑estar do trabalhador, encontra um contexto
social bastante diferenciado nos países menos desenvolvidos. Isso pode ser vislumbrado nos resultados
da presente análise, em que anualmente foram selecionadas muitas empresas, mas poucas receberam
avaliação máxima em relação à metade ou mais dos itens considerados essenciais para que elas sejam
consideradas um excelente lugar para trabalhar. Pode‑se inferir, então, que é muito reduzido o número
de empresas atuando no país que efetivamente põem em prática ações que visem a QVT do seu pessoal.
Nesse sentido, concorda‑se com Drucker (1995, p. 51), quando ele assinala que hoje todas as organizações
dizem: “as pessoas são o nosso maior ativo”. Entretanto, poucas praticam aquilo que pregam e menos ainda
acreditam nisso. A maioria ainda acredita, embora talvez não conscientemente, naquilo que acreditavam
os empregadores do século XIX: as pessoas precisam mais de nós do que nós delas.
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introduzidos com as novas formas de organização e que prescrevem a elas um papel de articuladores
de equipes, com vistas ao alcance dos objetivos organizacionais.
O quadro a seguir apresenta os indicadores apontados com maior destaque pelo conjunto de chefias
e trabalhadores das empresas consideradas como melhores locais para se trabalhar no Brasil. Ele mostra
bastante diversidade, se compararmos os três anos estudados.
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Gestão de Pessoas
Lembrete
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador.
Conceitos fundamentais3:
Acidentes de trabalho – São situações que ocorrem pelo exercício do trabalho; a serviço da empresa;
acidente por doença profissional ou do trabalho e ainda acidente de trajeto, que é aquele que ocorre
2
Disponível em: <http://www.areaseg.com/seg/>
3
Disponível em: <http://www.opas.org.br/saudedotrabalhador/Arquivos/Sala311.doc>.
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no percurso entre a residência do empregado e o local de exercício profissional, ou entre dois locais de
trabalho. Recai sobre o empregador, ou o órgão gestor de mão de obra, a responsabilidade pela emissão,
em seis vias, da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e o seu envio à Previdência, mesmo que o
acidente não justifique afastamento do trabalho e concessão de benefícios. A empresa que não informar
acidentes de trabalho está sujeita a multa.
Doenças laborais – No caso dos trabalhadores que desenvolvem doenças relacionadas ao trabalho,
a empresa deve também emitir a CAT em seis vias e enviar à Previdência.
Aposentadoria por invalidez – Concedida aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem
considerados incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o
sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver
doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar do agravamento da
enfermidade. Quem recebe aposentadoria por invalidez deve passar por perícia médica de dois em dois
anos. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade. Para ter direito, o
trabalhador tem que contribuir por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo
não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência.
Pensão por morte – Os dependentes de segurado que recebia benefício como aposentadoria ou
auxílio‑doença e faleceu podem requerer a pensão por morte4.
Saiba mais
De acordo com Siqueira Neto (2008), a liberdade sindical e a representação dos trabalhadores nos
locais de trabalho nos moldes consagrados pelo direito internacional ocupam, indiscutivelmente, um
papel determinante na configuração dos sistemas de relações de trabalho nos países de democracia
consolidada.
As ideias de um sindicalismo livre e sua concepção foram cristalizadas nos países de democracia
consolidada e de industrialização avançada no segundo pós‑guerra, assim permanecendo até os dias
atuais, sem qualquer objeção significativa, mesmo diante das constantes crises dos últimos decênios e
da investida conservadora dos anos 1980 e de meados dos anos 1990 na Inglaterra. O resultado disso
é que os direitos de associação sindical e de representação dos trabalhadores por local de trabalho
são direitos fundamentais para equilibrar a desigual distribuição de poder nas relações de trabalho. E,
uma vez estruturados de forma livre, sem interferência limitadora da autonomia por parte do Estado
e dos empregadores, com garantia de efetivo exercício da ação coletiva, transformam‑se no centro
de gravidade mais evoluído do direito do trabalho. Funcionando, assim, como ponto de partida da
negociação coletiva entendida em seu sentido mais moderno, e, por conseguinte, de todo o sistema de
relações de trabalho.
Siqueira Neto (2008) afirma ainda que a liberdade sindical e a representação dos trabalhadores
nos moldes consagrados pela Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Organização
das Nações Unidas (ONU), de 1948, pelos pactos internacionais dela decorrentes, sobre os
direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos, ambos de 1966, e pelos instrumentos da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), indiscutivelmente, jogam um papel determinante
na configuração orgânica dos sistemas de relações de trabalho nos países de industrialização
avançada e de democracia participativa consolidada (Estados Unidos, Japão e países da Europa
Ocidental).
Segundo o autor, no âmbito internacional, o primeiro ato com repercussões trabalhistas foi a
Declaração de Filadélfia, de 1944, que ampliou o campo de ação da OIT. Em seguida, diversos tratados e
documentos internacionais versaram sobre a liberdade sindical ou temas a ela ligados.
4
Disponível em: <http://www.opas.org.br/saudedotrabalhador/Arquivos/Sala311.doc>.
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No Brasil a liberdade sindical foi tratada pelo art. 8º da Constituição da República Federativa do
Brasil (CRFB) de 1988, inserido no Título II, dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo II, Dos
Direitos Sociais. Os dispositivos específicos, entretanto, comportam contradições incompatíveis
com a liberdade sindical consagrada no direito internacional, e por isso incapazes de gerar um
sistema de relações de trabalho realmente harmônico. Pela importância do assunto, achamos
oportuno transcrever o art. 8º da CRFB, para depois apresentar o nosso entendimento sobre suas
principais consequências.
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção
na organização sindical;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
Observação
Pela primeira vez, em 1988, uma constituição brasileira consagrou a Representação dos Trabalhadores
nos Locais de Trabalho. O art. 11 da CFRB assegura, nas empresas de mais de duzentos empregados, a
eleição de um representante deles com a finalidade de promover seu entendimento direto com os
empregadores.
Para Siqueira Neto (2008), a relação de trabalho é uma relação de poder, e o principal escopo da
legislação do trabalho sempre foi — e sempre será — aquele de constituir uma força balanceadora
destinada a neutralizar a disparidade contratual imanente dessas relações. O trabalhador individualmente
considerado é constrangido a aceitar as condições que o empregador lhe oferece. Para ele, o poder é
somente coletivo. O empregador individual, ao contrário, constitui‑se em um complexo de recursos
materiais e humanos. Socialmente falando, a empresa é em si mesma um “poder coletivo” em tal senso.
As relações de trabalho somente são equilibradas quando o contra‑poder coletivo dos trabalhadores
se manifesta. Sem isso, ele concentra‑se exclusivamente nas mãos do empregador. É certo que o Estado
pode impor, como de fato impõe, condições mínimas de trabalho. Porém, se esse mesmo Estado não
dotar os organismos coletivos dos trabalhadores de prerrogativas e de garantias suficientes para realizar
o acompanhamento efetivo das manifestações quotidianas das relações de trabalho, o “standart”
mínimo trabalhista imposto pela ordem jurídica somente se prestará à burocratização das relações entre
empregados e empregadores.
O equilíbrio do poder nas relações de trabalho, portanto, não vem da lei trabalhista protetiva em si,
porém da existência de sindicatos livres, autônomos, atuantes e independentes. A lei trabalhista, sem
sindicatos livres, não protege o trabalhador, tampouco limita o poder do empregador.
Dessa maneira, o Estado, além de reconhecer o direito de associação sindical, deve passar a protegê‑lo
(dos trabalhadores e das organizações) do poder e da influência indevida do empregador, como forma
de assegurar o equilíbrio do próprio sistema de relações de trabalho. Os dispositivos da Convenção nº
98, da OIT, de 1949, identificam perfeitamente tais preocupações.
O processo de monitoração visa saber como os indivíduos executam as atribuições que lhes são
confiadas na organização, identificando pontos fortes e fracos. Seu objetivo também é dar subsídio à
5
Disponível em: <http://library.fes.de/fulltext/bueros/saopaulo/ 00658004.htm>.
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Gestão de Pessoas
processos de RH
influências ambientais influências organizacionais
externas internas
Figura 30
Oliveira et alli (2001) afirmam que em ambientes competitivos a gestão de pessoas assume um papel
de maior importância em grande parte das organizações. Nesse contexto, a avaliação de resultados
de RH torna‑se primordial para que os administradores possam verificar se os objetivos da gestão de
pessoas estão sendo cumpridos, e como a área poderia melhorar seu alinhamento com as metas globais
da empresa.
A área de RH assume cada vez mais uma importância primordial e merece esforços cada
vez maiores no sentido de desenvolver suas políticas e práticas. Um dos campos onde há
grandes possibilidades para seu desenvolvimento é o alinhamento das práticas da área com
os objetivos globais das empresas, de maneira a explicitar o papel que ela exerce sobre os
resultados almejados pelas organizações. Essa foi uma das principais conclusões de uma
pesquisa realizada por Wright et al (2001) com 14 empresas americanas e que analisou a
percepção que os executivos de linha (59 entrevistados) tinham sobre a contribuição dessa área
para os objetivos da empresa.
A pesquisa comparou os resultados desse público com as percepções que os executivos da área de RH
(44 entrevistados) tinham sobre a mesma questão. Descobriu‑se que os executivos de RH acreditavam que
a área tem uma eficácia maior do que afirmaram os executivos de linha. Os pontos mais contrários nos
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dois públicos foram em relação aos aspectos mais importantes ou ligados diretamente ao cumprimento
de metas. Embora a amostra da pesquisa tenha sido pequena, é de alguma significância, já que duas
das empresas pesquisadas fazem parte da classificação das “100 melhores empresas para se trabalhar”,
da revista “Fortune”, e outras 5 fazem parte das “100 empresas mais admiradas de 1997”, segundo
outra publicação da mesma revista (Wright et al, 2001). Sabendo‑se que os resultados não podem ser
generalizáveis, pelo tamanho da amostra, a pesquisa apresenta, entre suas conclusões, indícios de que:
A pesquisa demonstra que, hoje em dia, em muitas empresas, a área de RH ainda exerce um alto
volume de atividades rotineiras que, embora sejam de importância vital para o dia‑a‑dia, não garantem
necessariamente melhores resultados, principalmente financeiros. A avaliação desses resultados tem,
nesse sentido, um papel importante em ambientes competitivos. Esse papel seria o de auxiliar os gestores
de negócios e profissionais de RH a administrar o nível de eficácia desejado para as práticas de gestão
de pessoas, possibilitando a realização de ações que contribuam para a diferenciação das empresas em
ambientes competitivos.
Por meio da avaliação, consideráveis ganhos poderiam ser obtidos pela área de RH e, consequentemente,
pela empresa. Um dos mais significativos seria a possibilidade de direcionar os investimentos para os
resultados que agreguem valor real para a organização, alinhando a gestão de pessoas aos objetivos e
metas da empresa (Sammartino, 1995).
No entanto, dizem Oliveira et alli (2001), avaliar esses resultados não é uma tarefa simples. Tomando‑se
os programas de treinamento, desenvolvimento, Universidades Corporativas, planos de remuneração e
de benefícios, programas de QVT, como apenas exemplos das atividades que podem ser desenvolvidas
pela área de RH, percebe‑se que, muitas vezes, os resultados decorrentes não estão ligados diretamente
com a obtenção de valores financeiros, contrariamente ao que ocorre com as práticas de vendas de uma
empresa (Chiavenato, 1996).
Essa dificuldade de se relacionar os programas de RH com os ganhos que eles trazem para a empresa
faz com que muitos profissionais da área deixem em segundo plano a tarefa de avaliar o que resultou
do que foi investido. Existe, conforme afirma Fitz‑enz (1995), um mito de que os resultados da área não
podem ser avaliados, a não ser muito subjetivamente. Esse mito é uma das causas prováveis da pequena
difusão dessa prática de avaliação.
Becker, Huselid; Ulrich (2001) acrescentam uma nova dimensão à avaliação dos resultados em RH.
De acordo com eles, muitos chegam a coletar dados sobre as operações do dia a dia, tais como o
índice de rotatividade de pessoal ou a porcentagem da receita investida em treinamento. Mas poucas
empresas correlacionam esses dados com as atividades de RH que estariam influenciando as operações
da organização consideradas mais importantes para seus objetivos globais.
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Gestão de Pessoas
Para Oliveira et alli (2001), há relativamente poucas pesquisas e casos escritos sobre metodologias de
avaliação de resultados em RH.
Observação
As informações que devem conter em um banco de dados para atender aos recursos humanos são:
• Avaliação de desempenho – informações com base nas competências que os cargos exigem:
avaliação individual ou geral dos funcionários, armazenamento da série histórica das competências
e do desempenho do funcionário.
De acordo com Chiavenato (2004), na área de RH, os vários bancos de dados interligados permitem
obter e armazenar dados a respeito de diferentes estratos ou níveis de complexidade, como:
Cadastro de pessoal
Cadastro de cargos
Cadastro de seções
Entrada Saída
de dados de informações
Cadastro de remuneração
Cadastro de benefícios
Cadastro de médico
Figura 31
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Gestão de Pessoas
informações sobre seu pessoal. Um sistema de informação é, por definição, um sistema por
meio do qual os dados são obtidos, processados e transformados em informações, de forma
esquematizada e ordenada, para servirem de subsídio ao processo de tomada de decisão. O
sistema de informações recebe entradas ( inputs ) que são processadas e transformadas em
saídas ( outputs ) sob a forma de relatórios, documentos, índices, listagens, medidas estatísticas
de posição ou tendências.
Programas Relatório de
Cadastro situação de férias
(softwares) por seção
de acumulação
de dados
Outras Outros
entradas relatórios
Figura 32
Auditoria compreende um “exame pericial que segue o desenvolvimento das operações” e que tem
por objetivos revisar e controlar o programa em desenvolvimento, analisar as políticas adotadas pela
organização e avaliar o seu funcionamento, assim como, informar à administração a atual situação
dessa perícia, mostrando sua eficiência e eficácia.
A auditoria em RH, segundo Mee apud Chiavenato (1994, p. 483), pode ser definida “como análise
das políticas e práticas de pessoal de uma organização, e avaliação do funcionamento atual, seguida de
177
Unidade IV
sugestão para melhoria”. A empresa busca se conhecer melhor, para poder assim alcançar seus resultados
de uma maneira mais eficiente.
Chiavenato (1997, p. 124) alega que o “propósito principal da auditoria de recursos humanos é mostrar
como o programa está funcionando, localizando práticas e condições que são prejudiciais à organização
ou que não estão compensando o seu custo, ou ainda práticas e condições que devem ser acrescentadas”.
As funções da auditoria podem ser indicar as falhas e problemas, determinar as possíveis soluções e
sugestões, bem como salientar os aspectos positivos e tentar melhorá‑los. Segundo Chiavenato (1997,
p. 124), a auditoria de RH, dependendo da política da organização, poderá ser bastante profunda,
focando em um ou todos os seguintes níveis de profundidades:
• resultados: estão relacionados com as realizações, bem como com os problemas existentes;
• programas: incluem práticas e procedimentos detalhados que compõem o programa;
• políticas: podem ser tanto as explícitas quanto as implícitas;
• filosofia: da administração, seus valores, objetivos, etc.;
• teoria: que possa explicar a filosofia, as políticas, práticas e os contínuos problemas.
Os principais aspectos que a Auditoria de Recursos Humanos (ARH) permite verificar são:
Para desenvolver auditoria, em geral, as organizações preferem contratar consultores externos. Porém,
as melhor estruturadas formam comissões de auditoria. Tanto os auditores externos quanto internos são
profissionais capacitados para analisar operações trabalhistas, direitos e deveres do empregado e do empregador.
Yoder apud Chiavenato (1997, p. 127) afirma que as principais mudanças que alteraram o cenário
da ARH são:
• Mudança nas filosofias e teorias administrativas, o empregado passa a ter influências positivas e
significativas no incentivo e no êxito da organização;
178
Gestão de Pessoas
Quanto maior e mais descentralizada a organização, tanto maior a necessidade de uma cobertura
sistemática de auditoria, diz Chiavenato (2004). Muitas vezes, a auditoria serve como reforço ao
treinamento dos executivos que atuam na área de RH. Deixando de lado seu caráter fiscalizador, a
auditoria pode desenvolver forte impacto educacional, pois permite relacionar a qualidade da
administração de recursos humanos com os diversos indicadores de eficiência da organização.
Ainda, segundo Chiavenato (2004), a auditoria permite verificar até que ponto a política de RH
baseia‑se em uma teoria aceitável; até que ponto a prática e os procedimentos são adequados às
política e teorias adotadas.
Um indicador de desempenho, de acordo com Meireles (2001), é uma medida que quantifica a forma
como a empresa faz alguma transformação. Nesse sentido é um indicador dinâmico.
De Paula; Ichikawa (2002) afirmam que os indicadores de desempenho podem ser classificados de
várias formas. A classificação mais comumente utilizada é estabelecida em qualidade e produtividade.
Enquanto os indicadores de qualidade estão relacionados com a satisfação do cliente, os de produtividade
medem o desempenho dos diferentes processos de uma organização e estão relacionados com a maneira
pela qual são utilizados os recursos disponíveis.
Os indicadores de desempenho são úteis por várias razões, conforme defendem Warrack et al (2001,
p. 170): a) eles permitem comparar os resultados com padrões previamente estabelecidos; b) avaliam
quantitativamente o nível de desempenho de resultados desejados, sejam eles de natureza quantitativa
ou qualitativa; c) oferecem a oportunidade de serem tratados como alvo de permanente desafio.
De acordo com Zilber; Fischmann (2002), o sistema de indicadores de uma organização deve conter
alguns pressupostos:
• Os dados e informações a serem utilizados para elaboração dos indicadores devem ter consistência
e fidedignidade e estarem disponíveis dentro de prazos rígidos para refletir comportamentos em
períodos de tempo previamente definidos.
• As áreas da empresa devem estar envolvidas na produção, no manuseio e na disposição dos dados
e informações.
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Unidade IV
• As áreas da empresa devem estar treinadas e preparadas para a produção desses dados e
informações, e posterior utilização dos indicadores com eles construídos, como instrumento da
gestão estratégica da companhia.
• Os indicadores a serem construídos deverão refletir os principais objetivos estratégicos
dimensionados dentro do processo de planejamento da empresa.
• Após a construção do sistema de indicadores, este deverá ser utilizado como base para a própria
elaboração do planejamento estratégico da empresa.
• Os indicadores devem refletir valores e variações reais do desempenho.
• Os indicadores devem representar sempre uma relação matemática, normalmente computando
divisões, proporções ou multiplicações. Assim um valor puramente não deve ser entendido como
indicador, mas como um dado, informação ou informação gerencial.
• Os cálculos deverão possibilitar análise de tendência dos indicadores.
• A estrutura dos índices deve possibilitar avaliações ligadas às funções empresariais e aos objetivos
estratégicos.
Zilber; Fischmann (2002) apontam que os indicadores referentes a RH devem contemplar, entre
outros:
Saiba mais
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Gestão de Pessoas
1. indicadores descritivos de produto (output), isto é, medidas dos produtos finais dos processos;
2. indicadores descritivos que fornecem dados sob a forma de medidas de insumos (inputs);
Por exemplo:
Indicadores de input:
• qualidade da matéria‑prima;
• índice de defeitos da matéria‑prima;
• prazo de entrega dos fornecedores;
• desempenho de fornecedores de serviço de manutenção;
• índice de lotes entregues com atraso;
• quantidade de horas paradas por falta de energia elétrica.
• produtividade operacional;
• redução de resíduos (ou perda de matéria‑prima);
181
Unidade IV
Os indicadores de input são referentes aos insumos do processo e medem, habitualmente, o custo,
a conformidade e a disponibilidade da entrega; os indicadores de processo referem‑se ao processo de
transformação em si, e têm foco na mão de obra, máquinas, meio ambiente, métodos e medidas. Tais
indicadores referem‑se ao custo do processo, às suas anomalias, ao valor agregado, à produtividade, à
velocidade e à flexibilidade, incluindo a funcionalidade da mão de obra: custo dos retrabalhos, custo
das devoluções motivadas, autonomia do operador, envolvimento, solução de anomalias, solução de
não‑conformidades, velocidade e prontidão. Os indicadores de output referem‑se à excelência do output
do processo: custo, conformidade e disponibilidade, por exemplo.
O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) realizou seu primeiro processo de premiação em 1992,
adotando integralmente os critérios do Prêmio Malcolm Baldrige, de 1991. A escolha desse modelo
decorreu de amplo estudo dos prêmios existentes no Brasil e no exterior, partindo do precursor de todos,
o Deming (1980), do Japão. O modelo Baldrige teve preferência sobre os demais por estabelecer seus
critérios de avaliação com base nos referenciais de excelência da Gestão da Qualidade Total. Sem, com
isso, prescrever metodologias específicas para sua implementação.
Além disso, ampla bibliografia disponível sobre o mesmo facilitou a aplicação. Em 1993, o PNQ
aproximou‑se da EFQM, administradora do prêmio europeu, o que possibilitou uma coleta adicional
de valiosos subsídios e, em 1994, do SIQ e MFQ, que administram, respectivamente, os prêmios sueco
e francês. Também em 1994, foram acrescidos tópicos das normas NBR ISO 9004. Alguns prêmios
sulamericanos forneceram subsídios adicionais.
182
Gestão de Pessoas
Os critérios estão divididos em 7 grandes grupos, que formam na verdade um sistema, que tem como
resultado a excelência da empresa, caso sejam todos observados.
De acordo com o modelo, as boas práticas de liderança da empresa darão origem a estratégias
e planos de sucesso, que deverão ser apoiados por informações e conhecimentos coletados e
disseminados nela. Essas práticas dão origem e sustentação ao tripé que originará os resultados: a
relação da empresa com os seus clientes e a sociedade, apoiada por uma gerência de processos e
de pessoas.
mações e Conhecimento
Infor
Clientes
Pessoas
Estratégias Resultados
Liderança e planos
Processos
Sociedade
Infor
mações e Conhecimento
Figura 33
183
Unidade IV
Dentro do grupo “pessoas” são avaliados indicadores de desempenho dos sistemas de trabalho,
capacitação e desenvolvimento, e qualidade de vida.
Esse critério examina como são proporcionadas condições para o desenvolvimento e a utilização
plena do potencial das pessoas que fazem parte da força de trabalho, em conjunto com as estratégias
organizacionais. O critério também examina os esforços para criar e manter um ambiente de trabalho
e um clima organizacional que conduzam à excelência do desempenho, à plena participação e ao
crescimento pessoal e da organização.
• Como são identificados e tratados os fatores que afetam o bem‑estar, a satisfação e a motivação
da força de trabalho?
• Como é verificado se os padrões de trabalho das práticas de gestão relatadas estão sendo
cumpridos e como as ações decorrentes são implementadas?
• Como é feita a avaliação das práticas de gestão e padrões de trabalho desse item?
• Como as principais inovações ou melhorias decorrentes da avaliação das práticas de gestão e dos
respectivos padrões de trabalho são implementadas?
Com relação ao aspecto “pessoas”, a FPNQ considera que um determinado conjunto de práticas seja
levado a cabo. Tal conjunto propicia a existência de indicadores.
184
Gestão de Pessoas
2. A organização faz uso de memos, circulares, boletins, manuais de instrução, publicações etc., para
promover a comunicação descendente e de relatórios de feedback para a comunicação ascendente
de resultados?
10. A seleção de pessoas permite a compatibilização dos requisitos de desempenho dos cargos com
os profissionais?
11. A contratação de pessoas permite a compatibilização dos requisitos de desempenho dos cargos
com os profissionais?
13. A organização possui formas de reconhecimento das pessoas por alcançarem as metas
estabelecidas?
185
Unidade IV
19. A organização identifica os fatores que podem afetar a saúde das pessoas?
20. A organização trata dos fatores que podem afetar a saúde das pessoas?
21. A organização identifica os fatores que podem afetar a segurança das pessoas?
22. A organização trata dos fatores que podem afetar a segurança das pessoas?
25. O bem‑estar das pessoas concernente ao nível de comodidade das instalações, segurança, grau
de participação, comprometimento da liderança, é promovido continuamente?
26. Os fatores que afetam o bem‑estar das pessoas, tais como nível de comodidade das instalações,
segurança, grau de participação, comprometimento da liderança, são identificados e implementados
com vista a melhores resultados?
186
Gestão de Pessoas
Lembrete
Em Oliveira et alli (2001) é possível ver um estudo de caso referente a indicadores de RH segundo o
modelo da FNPQ. A Serasa, em 1995, conquistou o Prêmio Nacional da Qualidade, repetindo o feito no
ano 2000, e foi a primeira empresa de origem brasileira a receber o PNQ, que lhe concedeu o status de
“empresa classe mundial”.
No aspecto QVT, são muitas as ferramentas e metodologias que visam criar e manter na Serasa
um ambiente de trabalho seguro, saudável e agradável. O processo de qualidade de vida é alinhado
com o da qualidade total e tem o objetivo de proporcionar aos funcionários o gerenciamento
de sua saúde e seu estilo de vida, condições de bem‑estar pessoal e profissional, melhoria dos
relacionamentos interpessoais, visando: o equilíbrio entre mente e corpo, o desenvolvimento de
forma pró‑ativa da melhoria da satisfação com o trabalho, a melhoria das práticas de saúde e a
redução de riscos.
A Serasa utiliza as seguintes práticas de avaliação e monitoria dos resultados de seus programas de
qualidade de vida:
• Outras ferramentas qualitativas de avaliação utilizadas pela Serasa são: os grupos de qualidade,
formados por voluntários que se reúnem para analisar, entre outros assuntos, melhorias no
ambiente de trabalho e questões de qualidade de vida. A Expo Serasa, que consiste em uma feira
de reciclagem e aprendizado, criada pela empresa, a fim de apresentar e discutir com funcionários
e familiares, entre outros assuntos, programas de desenvolvimento humano e profissional
(qualidade de vida, treinamento etc.).
187
Unidade IV
• Os prefeitos 5s, funcionários eleitos eletronicamente, que, dentro do seu mandato, ficam
responsáveis por monitorar, entre outras questões, as questões de QVT no seu andar. Entre as
ferramentas que eles utilizam, podem‑se citar as auditorias internas, que avaliam índices de
evolução e retorno do programa.
• Em educação e treinamento, questões que contribuem de forma indireta para a qualidade de
vida dos funcionários na medida em que permitem seu desenvolvimento pessoal, são avaliadas:
desempenho real do período, análise de desempenho no trabalho comparada com a análise dos
requisitos do cargo e as metas e planos pessoais e profissionais, avaliações de desempenho dos
funcionários, comitês de avaliação de treinamento. A área de treinamento é dividida em quatro
áreas, com a finalidade de acompanhar os resultados obtidos pelos conhecimentos e habilidades
recém‑adquiridos pelos profissionais.
• Outras pesquisas específicas são realizadas periodicamente, para questões que envolvem temas
como assistência odontológica, entrevistas de desligamento etc.
A Serasa também possui indicadores para avaliar os resultados gerais da gestão de pessoas. Eles são
avaliados a partir de alguns índices relacionados às práticas de RH:
188
Gestão de Pessoas
Quadro 24
Educação corporativa:
aplicação de treinamento,
programa de integração, Pesquisa de satisfação pessoal
programa de relacionamento interpessoal.
(Conhecer SERASA), programa de
treinamento em qualidade
Programa específico de QVT Pesquisas específicas
Índices de greves, problemas sindicais e
Ações e campanhas de cuidado com a saúde reclamação trabalhista
Programas de treinamento Evolução do PPR/despesa
Programas de ergonomia e ginástica laboral desenvolvimento, com interface em QVT total de pessoal
Cursos e palestras de conscientização (saúde, Desempenho real
prevenção de incêndio e primeiros socorros) do trinamento
Análise do desempenho no trabalho x; Evolução dos benefícios/faturamento
Promoção de saúde análise dos requisitos do cargo x; metas líquido
e planos pessoais e profissionais
Avaliação de desempenho dos
Programa de prevenção de riscos ambientais funcionários
Comitês de avaliação de treinamento
Divisão da área de treinamento em 4
sub‑áreas
Programa específico de QVT
Níveis de colesterol, pressão arterial e Evolução do salário nominal médio
diabetes dos funcionários
Exames médicos (pré‑admissionais x
periódicos x demissionais)
189
Unidade IV
Conclusão
Resumo
Exercícios
Questão 1. Saiu o resultado da pesquisa de clima organizacional da Bom Tempo S.A. Entretanto, os
resultados relativos ao item Responsabilidade e Motivação com o Trabalho são os que mais preocupam
Jorge, o diretor de recursos humanos. Estes são os resultados da pesquisa:
Índice de Grau de
Responsabilidade e Motivação com o Trabalho 5 a 1* Importância**
1. Satisfação com o conteúdo e a variedade do trabalho 2,2 Muito importante
2. Satisfação com o nível de responsabilidade sobre o trabalho 2,1 Importante
3. Satisfação com a autonomia para realizar o trabalho 4,5 Muito importante
4. Satisfação com a influência na tomada de decisão para realizar o trabalho 4,2 Importante
5. Satisfação com o feedback no trabalho e nos seus resultados 4,0 Muito importante
190
Gestão de Pessoas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a pesquisa mostrou que a satisfação com feedback no trabalho e seus resultados é um
item muito importante. Esse item recebeu boa avaliação e, portanto, não há necessidade de qualquer
intervenção.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
D) Alternativa incorreta.
à satisfação com influência na tomada de decisão para a realização do trabalho, item ponderado como
importante. Em relação à autonomia para a realização do trabalho na organização, a avaliação situa-se
entre muito bom e bom.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: as razões apontadas para a indicação de ação no sentido de enriquecer os cargos, vertical
e lateralmente, inviabilizam qualquer indicação para simplificação das atividades desempenhadas na
organização. Basta uma análise atenta dos resultados insatisfatórios obtidos na pesquisa.
Questão 2. Gonçalo, torneiro mecânico de uma metalúrgica, em 2006, ao tornear uma peça, sofreu
um corte profundo no dedo e ficou afastado do trabalho, por um mês, de licença médica, sem trabalhar.
Ainda em 2006, Gonçalo foi acometido de dengue e ficou afastado do trabalho por duas semanas. Em
2007, enquanto dirigia seu próprio carro, ao se deslocar para o trabalho, atendeu seu telefone celular,
perdeu a concentração e bateu no veículo que trafegava à sua frente, ferindo-se com o impacto e
obrigando-o a ficar quinze dias sem trabalhar. Em 2008, sofreu um escorregão ao caminhar para almoçar
no restaurante na própria fábrica, teve uma luxação no tornozelo e passou dez dias caminhando com
bastante dificuldade. Gonçalo não comunicou esse último acidente à fábrica e nem faltou ao trabalho.
A) O corte no dedo de Gonçalo, em 2006, foi um acidente de trabalho, com contabilização obrigatória
entre os acidentes típicos de trabalho registrados pelo MPAS.
B) O acidente de Gonçalo durante o deslocamento da casa para o trabalho, em 2007, não foi um
acidente de trajeto, pois ele dirigia seu próprio carro.
C) A dengue contraída por Gonçalo deve ser registrada como uma das doenças ocupacionais
ocorridas em 2006.
D) Por Gonçalo continuar trabalhando após a luxação sofrida em 2008, a empresa não precisou
comunicar o acidente ao órgão competente.
192
Figuras e Ilustrações
Figura 2
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 11
Figura 17
Figura 18
Figura 19
193
Figura 20
WOOD JÚNIOR, T.; PICARELLI FILHO, V. Remuneração por habilidades e competências: preparando a
organização para a era das empresas de conhecimento intensivo. São Paulo: Atlas, 1999, p. 94.
Figura 21
WOOD JÚNIOR, T.; PICARELLI FILHO, V. Remuneração por habilidades e competências: preparando a
organização para a era das empresas de conhecimento intensivo. São Paulo: Atlas, 1999, p. 94.
Figura 23
Figura 25
Figura 29
Figura 30
Figura 31
Figura 32
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