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GERÊNCIA DA MANUTENÇÃO

Engenharia da Confiabilidade

Professor: Emerson Rigoni, Dr. Eng. rigoni@utfpr.edu.br

http://www.rigoni.com.br/cegem.htm
Evolução dos Conceitos

Parte 1 – Estatística  Análise de Dados de Vida (LDA)

Parte 2 – Confiabilidade de Sistemas (RBD)

Parte 3 – Manutenção Centrada na Confiabilidade


Sistema - Definição

Sistema  Conjunto de Sub-Sistemas e Componentes, combinados entre si de modo específico

(Série, Paralelo, Composto ou Complexo), para atingir as funções operacionais desejadas com custo,

desempenho e confiabilidade que satisfaçam as necessidades do usuário final.

Série Paralelo Composto Complexo

Sistemas Simples

Ventilador
Análise e Modelagem de Sistemas

MAIOR Nível de Mantenabilidade MENOR Nível de Mantenabilidade


Representação Esquemática ou Modelo de Confiabilidade do Sistema

Modelos de Vida dos Componentes Modelo do Sistema

Weibull
Análise Dinâmica
Lognormal
b h
Componente
A
Componente
B
m s Sistema
f(t) , R(t) , F(t)

Normal
Componente ms Exponencial

l
C
Componente
D
MTBF

Nós poderíamos também encarar um componente


como um “Modo de Falha” ou uma “Função”.
Representação Esquemática ou Modelo de Confiabilidade do Sistema

Diagrama Blocos representam os componentes.


de
Blocos
Linhas representam requisitos para sucesso operacional.

• Um bloco pode ser visto como um “portão” que estará “fechado” quando o blocos estiver
em falha e “aberto” quando o bloco estiver operacional.

• O sistema estará operacional se for encontrado um caminho que leva do início ao fim do
diagrama através dos “portões abertos” (blocos operacionais).

33 44
11 22

X55
Análise e Modelagem de Sistemas

• Melhoria da Confiabilidade (Qualidade Temporal ) dos Sistemas

• Uso de Redundâncias (ativas ou passivas)

• Aplicação de Sensores (ou monitoramento)

• Análise para minimização das consequências da falha (aberta ou fechada)

• Barreiras contra Falhas de Modo Comum (FMC): 1 MF para “n” Falhas Funcionais
Análise e Modelagem de Sistemas - Série

Se qualquer um dos subsistemas ou componentes falhar o sistema falha.

R1 R2 R3 RN

Se as falhas dos componentes de um sistema em série são estatisticamente independentes


então a Confiabilidade do Sistema Série (Rs), com componentes diferentes, é dada por:

n n  Número de subsistemas ou componentes


Rs   Ri
i 1 Ri  Confiabilidade do enésimo componente
n
   li t
TMPF   e i  1  dt
Se TMPF  Distribuição Exponencial (l Constante)  Confiabilidade (RS):
0

n 1
  li t TMPF  n
R i ( t )  e l i t
n
R s ( t )   e l i t  e i 1  li
i 1 i 1
Confiabilidade – Componentes em Série

1. A confiabilidade de sistemas, com componentes em série, é no máximo igual à

confiabilidade de seu componente menos confiável.

2. Quanto maior o número de componentes em série, menor será a confiabilidade do sistema.

Confiabilidade Série

1
0,9
Confiabilidade do Sistema

0,8
1 Componente
0,7
10 Componentes
0,6
50 Componentes
n 0,5
Rs   Ri
100 Componentes
0,4 200 Componentes
0,3
i 1 0,2
300 Componentes

0,1
0
1,00 0,99 0,98 0,97 0,96
Confiabilidade do Componente
Confiabilidade – Componentes em Série

Exemplo: Duas bombas diferentes são necessárias para o funcionamento de um sistema. As


bombas I e II tem taxas de falha constante iguais a l1 = 0,0001 falhas/hora e l2 = 0,0002
falhas/hora, respectivamente. Calcular a confiabilidade para 100 horas de operação e o TMPF
deste sistema. Considerar que as bombas começam a operar no instante de tempo t = 0.

a) Confiabilidade do Sistema:

R (Bomba1)  e ( l1.t )  e ( 0, 0001.100)  0,99005


R (Bomba 2)  e ( l1.t )  e ( 0, 0002.100)  0,98020
R ( Sistema)  0,99005.0,98020  0,97045

b) Tempo Médio para Falhar (MTTF)

1 1
TMPF    3.333,3 horas
l1  l 2 0,0001  0,0002
Confiabilidade – Série – Exemplo

http://informatica.hsw.uol.com.br/impressoras-a-laser.htm
Confiabilidade – Série – Exemplo
Confiabilidade – Série – Exemplo

Para que o Sistema tenha uma Confiabilidade


de no Mínimo 80%:

0,8  ( Ri )16  Ri  16 0,8  0,9861

Ri _ Mínimo  98,61%
Análise e Modelagem de Sistemas - Paralelo

O sistema irá falhar, se e somente se, todos os subsistemas ou componentes falharem.

R1 Todas as unidades do sistema estão ativas e compartilhando carga.

R2 As falhas dos componentes são consideradas estatisticamente independentes.

R3
n
R p  1   1  R i 
n  Número de subsistemas ou componentes

RN Ri  Confiabilidade do enésimo componente


i 1

Se TMPF  Distribuição Exponencial (l Constante)  Confiabilidade (RP):

 
n
l i t Se os Componentes ou 1 n1
Rp  1  1 e Subsistemas forem TMPF   
i 1 Idênticos l i 1i
Confiabilidade – Componentes em Paralelo

1. A confiabilidade de sistemas, com componentes em paralelo, é maior ou igual à confiabilidade


de seu componente menos confiável.

2. Quanto maior o número de componentes em paralelo, maior será a confiabilidade do sistema.

Confiabilidade Paralela

0,9

0,8

0,7
Confiabilidade do Sistema

1 Componente
0,6
n 2 Componentes

R p  1   1  R i 
3 Componentes
0,5 4 Componentes
5 Componentes

i 1 0,4 10 Componentes

0,3

0,2

0,1

0
1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00
Confiabilidade do Componente
Confiabilidade – Paralelo – Exemplo

Exemplo: Supor que dois motores idênticos estão operando numa configuração redundante.
Se um dos motores falhar o motor remanescente pode ainda operar e suportar a carga total
do sistema. Assumir que os motores são idênticos, com taxa de falha constante e as falhas
dos motores são estatisticamente independentes. Se os motores começam a operar no
instante de tempo t = 0, determine:
a) A confiabilidade do sistema para l = 0,0005 falhas/hora e t = 400 horas (tempo de
operação):
n
R P (t)  1   (1  Ri )
i 1

2
R P (t)  1   (1  Ri )  1  [(1  R1 )  (1  R2 )]
i 1

R P (t)  1  [(1  e l1 t )  (1  e l2 t )]


R P (400)  1  [(1  e0,0005400)  (1  e0,0005400
)]
TMPF   
1 201,9671
l i  1i
1 21 1  1 3
b) O TMPF: TMPF    TMPF   1   
l i  1i l  2  2l
1 21 1  1 3 1,5
TMPF    TMPF   1    TMPF   3000 horas
l i  1i l  2  2l 0,0005
1  1 3 1,5
TMPF   1    TMPF   3000 horas
  0,0005
Análise e Modelagem de Sistemas – Misto (Paralelo + Série)

R R R

R R R

RSistema
Análise e Modelagem de Sistemas – Misto (Paralelo + Série)

Qual é a equação para calcular a confiabilidade do sistema abaixo?

R3 x R4 (R3 x R4) + R5 – (R3 x R4 x R5)

3 4
1 2

Solução no BlockSim

R1 x R2 x {(R3 x R4) + R5 – (R3 x R4 x R5)}


Análise e Modelagem de Sistemas (k de n)

A configuração “k” de “n” ou redundância ativa é utilizada onde um número “k” de


unidades deve estar operando para o sucesso de um sistema com “n” unidades.

As configurações Série e Paralelo nos itens anteriores são casos especiais desta
configuração, onde “K = n” e “K = 1”, respectivamente.

n n!
R ( Sistema)   R x (1  R) n  x
1 xk x!(n  x)!

2 n  k 1
K/N TMPF 
k.l

n  Número total de unidades no sistema


n
k  Número de unidades requeridas para o sucesso do sistema
R  Confiabilidade de cada unidade
Sistemas (k de n) - Exemplo

Exemplo: Determine a confiabilidade de um sistema para 100 horas de operação, com


unidades independentes e idênticas, numa configuração “2” de “4” (sucesso = 2 bons de um
total de 4). A taxa de falha das unidades são constantes e iguais a 0,005 falhas/hora.

Solução: k = 2 | n = 4 | l = 0,005 | t = 100 horas

Confiabilidade de cada Unidade: R (Unidade)  e lt  e0, 005.100  0,6065  60,65%


n n!
R ( Sistema)   R x (1  R) n  x
x  k x!( n  x)!

4! 4! 4!
R ( Sistema)  R 2 (1  R) 4 2  R 3 (1  R) 43  R 4 (1  R) 4 4
2!(4  2)! 3!(4  3)! 4!(4  4)!

R ( Sistema)  6R 2 (1  R) 2  4R3 (1  R)  R 4  6R 2  8R3  3R 4

R ( Sistema)  6(0,6065) 2  8(0,6065)3  3(0,6065) 4  0,8282  82,82%

n  k 1 4  2 1
TMPF   300 horas
k.λ 2.0,005
Arranjo Físico x Arranjo de Confiabilidade

Arranjo Físico em Série  Confiabilidade em Paralelo

1) Compressor 1
2) Compressor 2
3) Fonte de Torque
4) Acoplamento
5) Tubulação

Arranjo Físico em Paralelo  Confiabilidade em Série


Análise e Modelagem de Sistemas Complexos

Grupo de Corte
O método do Grupo de Corte (Cut Set) consiste em dispor em Série os grupos de
componentes do sistema cuja falha, de todos os componentes deste grupo (Componentes
em Paralelo), resulta na falha do sistema.

Os componentes de cada grupo são selecionados passando uma Linha Transversal ao


caminho que liga a entrada à saída do sistema. (BILLINTON e ALLAN, 1987).

c Saída
a Entrada
a c
a c
e e e
Entrada Saída b d
d b
b d
C1 C2 C3 C4
C1 C4 C3 C2

Grupo de Corte
Os Grupos de Corte não são Independentes

FSistema  Probabilid ade (FC1  FC2  FC3  FC4 ) R Sistema  FSistema  1


Análise e Modelagem de Sistemas Complexos

Grupo de Ligação
O método do Grupo de Ligação (Tie Set) consiste em dispor em Paralelo os grupos de
componentes do sistema cuja falha, em pelo menos 1 dos componentes deste grupo
(Componentes em Série), resulta na falha do grupo/ligação. A falha de todos os grupos
resulta na falha do sistema.

Os componentes de cada grupo são selecionados passando uma Linha Paralela ao


caminho que liga a entrada à saída do sistema. (BILLINTON e ALLAN, 1987).

c L1
a c L1 a
L4
L2
Saída Entrada b d Saída
e
Entrada e L3
a d
b d L3
e c L4
L2 b

Grupo de Ligação Os Grupos de Ligação não são Independentes

R Sistema  Probabilid ade (R L1  R L2  R L3  R L4 ) R Sistema  FSistema  1


Análise e Modelagem de Sistemas Complexos

Árvore de Eventos + Tabela Verdade


R R P1 - S
R F P2 - S
A árvore de eventos é uma representação ilustrada de R
F R
F
P3 - S
P4 - S
R R P5 - S
todos os eventos que podem ocorrer em um sistema. F
F
F
R
P6 - S
P7 - F
R F P8 - F
R R P9 - S
R F P10 - S
F R P11 - S
F F
P12 - S
R R
P13 - S
F F
c P14 - F
a F R
P15 - F
F
P16 - F
2n R R
P17 - S
R Sistema   PiSucesso e
Saída R
F
F
R
F
P18 - S
P19 - S
i 1 Entrada R P20 - F
R R
P21 - S
F F
b d P22 - S
F R
P23 - F
F F
P24 - F
R R
P25 - F
R F
P26 - F
F R
P27 - F
F F
2n 2n R R P28 - F

FSistema  1   Pi Sucesso FSistema   Pi Falha F P29 - F


F P30 - F
F R
P31 - F
i 1 i 1 F
P32 - F

a b c d e

As ramificações são mutuamente exclusivas (ocorrência não simultânea), porém não se pode garantir a
independência dos eventos (a ocorrência de um pode afetar a probabilidade da ocorrência do outro)
Análise e Modelagem de Sistemas Complexos

Estado Confiabilidade ou Probabilidade Confiabilidade Probabilidade de


Componentes
Sistema Probabilidade de Falha do Estado do Sistema Falha do Sistema Exemplo:
A B C D E 0=F / 1=S A B C D E P(F) ou P(S) S = R(t) F = F(t)
0 0 0 0 0 0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,00001 0 0,00001
0 0 0 0 1 0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,9 0,00009 0 0,00009 RA=RB=RC=RD=RE=0,9
0 0 0 1 0 0 0,1 0,1 0,1 0,9 0,1 0,00009 0 0,00009
0 0 0 1 1 0 0,1 0,1 0,1 0,9 0,9 0,00081 0 0,00081
0 0 1 0 0 0 0,1 0,1 0,9 0,1 0,1 0,00009 0 0,00009
0 0 1 0 1 0 0,1 0,1 0,9 0,1 0,9 0,00081 0 0,00081
0 0 1 1 0 0 0,1 0,1 0,9 0,9 0,1 0,00081 0 0,00081
0 0 1 1 1 0 0,1 0,1 0,9 0,9 0,9 0,00729 0 0,00729
0 1 0 0 0 0 0,1 0,9 0,1 0,1 0,1 0,00009 0 0,00009
0 1 0 0 1 0 0,1 0,9 0,1 0,1 0,9 0,00081 0 0,00081
0 1 0 1 0 1 0,1 0,9 0,1 0,9 0,1 0,00081 0,00081 0
0 1 0 1 1 1 0,1 0,9 0,1 0,9 0,9 0,00729 0,00729 0
0 1 1 0 0 0 0,1 0,9 0,9 0,1 0,1 0,00081 0 0,00081
0 1 1 0 1 1 0,1 0,9 0,9 0,1 0,9 0,00729 0,00729 0
0 1 1 1 0 1 0,1 0,9 0,9 0,9 0,1 0,00729 0,00729 0
0 1 1 1 1 1 0,1 0,9 0,9 0,9 0,9 0,06561 0,06561 0
1 0 0 0 0 0 0,9 0,1 0,1 0,1 0,1 0,00009 0 0,00009
1 0 0 0 1 0 0,9 0,1 0,1 0,1 0,9 0,00081 0 0,00081
1 0 0 1 0 0 0,9 0,1 0,1 0,9 0,1 0,00081 0 0,00081
1 0 0 1 1 1 0,9 0,1 0,1 0,9 0,9 0,00729 0,00729 0
1 0 1 0 0 1 0,9 0,1 0,9 0,1 0,1 0,00081 0,00081 0
1 0 1 0 1 1 0,9 0,1 0,9 0,1 0,9 0,00729 0,00729 0
1 0 1 1 0 1 0,9 0,1 0,9 0,9 0,1 0,00729 0,00729 0
1 0 1 1 1 1 0,9 0,1 0,9 0,9 0,9 0,06561 0,06561 0
1 1 0 0 0 0 0,9 0,9 0,1 0,1 0,1 0,00081 0 0,00081
1 1 0 0 1 0 0,9 0,9 0,1 0,1 0,9 0,00729 0 0,00729
1 1 0 1 0 1 0,9 0,9 0,1 0,9 0,1 0,00729 0,00729 0
1 1 0 1 1 1 0,9 0,9 0,1 0,9 0,9 0,06561 0,06561 0
1 1 1 0 0 1 0,9 0,9 0,9 0,1 0,1 0,00729 0,00729 0
1 1 1 0 1 1 0,9 0,9 0,9 0,1 0,9 0,06561 0,06561 0
1 1 1 1 0 1 0,9 0,9 0,9 0,9 0,1 0,06561 0,06561 0
1 1 1 1 1 1 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,59049 0,59049 0
0 = Bloco em Falha / 1 = Bloco Funcional Total oo 0,97848 0,02152
FINAL PARTE 2 - DÚVIDAS E SUGESTÕES

OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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