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Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia
32 | 2017
Número 32
Dossiê Rio Grande do Norte
Résumés
Português Français English
A gênese e formação histórica do território são um fenômeno complexo, fruto de fatores sociais,
econômicos, políticos e ambientais, entre outros. Neste artigo, analisamos como se iniciou a
ocupação e se desenvolveu o território do atual Estado do Rio Grande do Norte do início da
colonização portuguesa aos dias atuais. Por se tratar de um fenômeno complexo e, neste trabalho,
de longa duração, tivemos necessariamente que propor uma análise panorâmica, abarcando
particularmente três aspectos, certamente não exaustivos, mas que permitem uma compreensão
de como o estado em questão se formou ao longo do tempo: 1) a formação político-administrativa
desse território, seus limites e divisões; 2) o processo de ocupação da população não indígena e
seu crescimento populacional; 3) a formação dos núcleos urbanos e o desenvolvimento de seu
status urbano. Para isso, apoiamo-nos principalmente, mas não exclusivamente, na cartografia.
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02/04/2023, 16:05 Gênese e formação histórica do território potiguar: uma breve análise a partir da cartografia
The genesis and historical formation of the territory are a complex phenomenon, resulting from
social, economic, political and environmental factors, among others. We analyze, in this work,
how the territory of the present State of Rio Grande do Norte started to be occupied and
developed from the beginning of the Portuguese colonization to the present day. Since it is a
complex phenomenon, spanning through a long period of time in this work, we adopted a
necessarily panoramic approach, emphasizing three particular aspects, certainly not exhaustive,
but which allow us to understand how this state was formed along time: 1) the political and
administrative formation of this territory, its limits and divisions; 2) the occupation process of
the non-Indian population and their growth; 3) the emergence of urban nuclei and the
development of their urban categories. In order to do that, we based mainly, but not exclusively,
upon cartography.
Entrées d’index
Index de mots-clés : territoire, genèse, production historique, cartographie
Index by keywords: territory, genesis, historical production, cartography
Index géographique : Rio Grande do Norte
Índice de palavras-chaves: território, gênese, produção histórica, cartografia
Texte intégral
1 O território é uma produção histórica. Neste artigo, pretendemos discutir esta
questão para o atual estado do Rio Grande do Norte, tendo como base principal, mas
não exclusiva, algumas fontes cartográficas disponíveis. Objetiva resgatar como se deu a
formação do território do atual Estado, ao longo do tempo.
2 O desafio metodológico é de monta, primeiramente porque as fontes, cartográficas ou
outras, são raras e pouco informativas à medida que recuamos no tempo. Os mapas
mais antigos representam toda a colônia ou o império do Brasil e às vezes toda a
América do Sul, o que os torna muito pouco detalhados e imprecisos quando se trata de
fornecer informações cartográficas específicas sobre o território correspondente ao Rio
Grande do Norte, doravante chamado, para efeito deste artigo, por suas iniciais, RN.
Em segundo lugar, e no caso dos mapas antigos, a toponímia pouco ou nada esclarece,
porque muito nomes se perderam ao longo do tempo, de modo que fica difícil
identificar, neles, os aspectos naturais e mesmo de ocupação humana que tenham
correspondência com a realidade atual. Por isso, acreditamos que qualquer
contribuição nesse sentido, consideradas essas limitações, é bem-vinda.
3 Diante das muitas possibilidades de análise, somos obrigados a delimitar o escopo do
estudo, tendo em vista tanto o longo período analisado como os limites impostos para
essa publicação. Assim, o artigo se limita a três aspectos, sempre numa perspectiva
histórica: 1) a formação político-administrativa do território do RN, seus limites e
divisões; 2) o processo de ocupação da população não indígena no território e seu
crescimento populacional; 3) a formação dos núcleos urbanos e a evolução de seu status
urbano. A discussão é forçosamente panorâmica, uma vez que uma análise mais
apropriada de uma determinada formação territorial, em qualquer escala, deveria levar
necessariamente em conta os diversos condicionantes sociais, econômicos, políticos,
culturais e geopolíticos que vão muito além de seus limites físicos1.
4 Apesar de sua raridade, há mapas que representam o Brasil e a América do Sul desde
o século XVI, disponíveis nos mais diversos arquivos, muitos deles acessíveis via
internet. Selecionamos uns poucos que podem fornecer alguma informação relevante,
corroborada ou não por outras fontes, especialmente manuscritas, sobre a formação
territorial do atual Estado do RN. Para períodos mais recuados, não há mapas
específicos do RN, por isso, utilizamos recortes de mapas gerais para a área de
interesse2. Os itens em que se organiza o trabalho segue uma lógica ao mesmo tempo
cronológica e temática, sempre a partir dos mapas selecionados, como veremos a partir
de agora.
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Figura 2. Área predominante de distribuição das sesmarias por volta de 1614 sobre mapa
atual do RN
Fonte: (Rubenilson Brazão Teixeira, 2014, p. 112. Base cartográfica de Luana Cruz modificada pelo autor
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Fonte: Descrição de todo o marítimo da Terra de Santa Cruz chamado vulgarmente, o Brasil, de João
Teixeira Albernaz I (o Velho). Original na Torre do Tombo, Lisboa. Disponível em: http://www.brasil-
turismo.com/rio-grande-norte/imagens/rio-grande.jpg
12 O segundo mapa, holandês, (Figura 4), atribuído a Joan Blaeu, representa o litoral
oriental das Capitanias da Paraíba e do Rio Grande. No caso do Rio Grande, o litoral
oriental representado corresponde aproximadamente à área destacada em verde na
Figura 2. Um estudo aprofundado7 deste mapa, publicado em 1665, revelaria uma série
de informações interessantes sobre o processo de ocupação dessa faixa litorânea, como
a existência de povoados, aldeias indígenas, fortalezas, engenhos, currais e caminhos,
além da cidade do Natal, que destacamos com um ponto em vermelho.
BLAEU, Joan. Praefectura de Paraiba, et Rio Grande. Atlas Maior... Amsterdam, 1665. Fonte: David
Rumsey Historical Map Collection.
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documento de 1684 informa que na Capitania havia 300 homens, 100 dos quais
solteiros. Parte dessa população, que já se encontrava dispersa sertão adentro,
ameaçava abandonar a Capitania em função da revolta indígena contra a ocupação
(Rubenilson Brazão Teixeira, 2009, p. 377-378). Deveria ser uma população maior,
considerando as mulheres e crianças.
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Figura 5b - recorte
19 Pelo fato de ser datado de 1780, o mapa seguinte, da Figura 6, deveria, por sua vez,
trazer mais detalhes quanto ao processo de ocupação. Além do mais, é um mapa da
parte setentrional do Brasil, como indica o seu título, permitindo em tese um maior
grau de detalhamento. No entanto, ele é ainda mais sucinto do que o anterior, pois,
como se pode ver no recorte reproduzido (Figura 6), nem mesmo os pontos e acidentes
do litoral da Capitania do Rio Grande são identificados, a não ser o Cabo de São Roque
e a cidade do Natal, chamada de Rio Grande ou “Ciudad Nueva”. O mapa delimita os
governos das Capitanias com uma linha tracejada, o de Pernambuco envolvendo as
Capitanias subalternas do Rio Grande, Paraíba e Alagoas, até a foz do rio São
Francisco9. Seja como for, as representações sumárias do interior do Rio Grande e de
outras Capitanias nestes e em vários outros mapas tem a ver com o fato de muitos deles
tratarem da escala de todo o território do Brasil e/ou da América do Sul, anulando ou
diminuindo as especificidades locais, o que não descarta, ainda, como explicação, o
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20 Figura 6b – Recorte
Conhecimento, administração e
divisões do território potiguar no século
XIX
21 O século XIX testemunha um conhecimento cada vez maior da agora Província do
RN10, antes Capitania do Rio Grande, nome ao qual foi acrescido o “do Norte” a partir
da segunda metade do século XVIII. As informações, tanto escritas quanto
cartográficas, são mais frequentes para o século XIX, o que era de se esperar, em razão
de um processo de ocupação ainda mais expressivo do que no século anterior. Cresce o
número de povoações, vilas e cidades ao longo do século, bem como a sua população.
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CIDADE OU
LOCALIDADES EXISTENTES NO TERMO POPULAÇÃO
VILA
Vila de São
Papari (Nísia Floresta) 5 180
José de Mipibu
Vila de
Porto de Touros (cidade de Touros) 6 286
Extremoz
Vila do Príncipe
Serra do Coité (Macaíba) 5 698
(Caicó)
Fonte: Dados adaptados a partir de AHU – RN, Caixa 10, Doc. 629.
24 O total da população da Capitania, que incluiu índios vivendo em algumas das vilas,
totaliza 49 250 pessoas, segundo o capitão-mor, que acrescenta que “em cujo número
não posso por ora afiançar exatidão”. De fato, devem ser números aproximados, uma
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vez que a somatória do Quadro fornece uma população levemente diferente, 49 033
habitantes. Seja como for, a população da Capitania, que era de cerca de 24 000
habitantes em 1775, atingia aproximadamente 49 000 em 1807, ou seja, dobrou em
cerca de 25 anos, mesmo que tenhamos reservas quanto à exatidão desses números,
como fez o próprio capitão-mor. Considerando as localidades citadas no século
anterior, o quadro indica o surgimento de novas, algumas das quais podendo ter
surgido antes mesmo de 1800. José Francisco deixa claro que existem outras povoações
além das nomeadas, como no caso do termo de Natal. Cabe ainda ressaltar que os
termos ou jurisdições municipais existentes eram, como era de se esperar, muito mais
extensos do que os municípios respectivos atuais, pois abarcavam vários destes últimos.
Na segunda metade do século XIX e mais ainda no século XX, houve um crescimento
no número de municípios, sintoma do fortalecimento das cidades, provocando o
desmembramento dos municípios mais antigos.
25 A Figura 7 apresenta um mapa de 1811, feito por ordem do mesmo capitão-mor José
Francisco de Paula Cavalcanti Albuquerque. O mapa localiza e lista num quadro o nome
de 34 portos naturais ao longo da costa potiguar, com dados sobre sua extensão. Mais
importante ainda, ele identifica, por meio de convenções, a cidade do Natal, as vilas, as
matrizes ou freguesias e as capelas. Se a única cidade e as sete vilas identificadas são as
mesmas já citadas, a identificação de igrejas matrizes e de capelas é um indício
importante de localidades nascentes, pois são quase sempre embriões de futuras
cidades. Assim, o mapa indica que, em 1811, havia no RN 4 igrejas matrizes, nas
povoações de Goianinha, Apodi, Martins e Pau dos Ferros, que se tornaram
posteriormente cidades. Havia capelas em São Gonçalo, Porto de Touros, Guamaré,
Oficinas, Santa Luzia, São Sebastião e Campo Grande, sete povoações, seis das quais,
com exceção de Oficinas, também se tornaram cidades posteriormente. Ainda há uma
convenção não identificada para Patú de Cima e Patú de Fora. As duas ou uma delas
está certamente na origem da atual cidade de Patu. Em suma, em 1811, o RN contava
com 1 cidade, 7 vilas e 12 povoações, 11 das quais se tornariam vilas e/ou cidades, no
decorrer do século XIX ou XX.
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Fonte: Biblioteca Nacional
26 O mapa apresenta também uma linha tracejada indicando os limites do RN com as
Capitanias vizinhas do Ceará e da Paraíba. Os seus extremos são os mesmos do citado
no ofício de 1807, isto é, a oeste iam até a barra do rio Mossoró, hoje às margens da
cidade de Areia Branca, ou seja, o extremo oeste do RN atual, entre esta cidade e Tibau,
pertencia então ao Ceará. Ao Sul, o limite da Capitania terminava ao sul de Baía
Formosa, provavelmente na barra dos Marcos, que não é citada no mapa. Trata-se do
mesmo limite com a Paraíba ou de um muito próximo ao atual. A linha tracejada
unindo esses dois pontos extremos, litorâneos, forma um arco, passando pelas serras de
Coité, Luís Gomes e Serra da Câmara, a primeira servindo de limite com a Paraíba e a
duas últimas com a do Ceará. Percebemos claramente que essa linha não expressa
limites precisos entre as três Capitanias. De fato, o problema de imprecisão dos limites
e os problemas decorrentes foi persistente, como veremos adiante. Outro mapa, datado
de 1827 e não reproduzido aqui11, mostra o limite entre as Províncias do RN e Ceará na
altura do Rio Piranhas-Assu, colocando assim cerca de metade do território atual do RN
no Ceará, ao mesmo tempo em que recua em seu limite sul com a Paraíba, no litoral
oriental, mas avança visivelmente no território desta última Província, sertão adentro.
O formato geral da Província se aproxima vagamente, porém, do formato atual.
27 Dois mapas apresentam o RN segundo as suas comarcas, vilas e cidades. O primeiro
datado de 1848, o apresenta juntamente com a Paraíba (Figura 8). As três comarcas do
RN, Maioridade, Assu e a da Capital, reúnem “2 cidades, 5 vilas e 11 freguesias”, mas
essa informação é desmentida pelo próprio mapa, que lista 4 cidades: Natal, Mipibu,
Assu e Maioridade (Martins), e 11 vilas: São Gonçalo, Extremoz, Touros, Goianinha,
Vila Flor, Vila dos Matos, Angicos, Príncipe, Acari, Portalegre e Apodi. A população é
estimada em 200.000 habitantes, um aumento expressivo de 408,12% em relação aos
49.000 de 1807.
Canguaretama, São Bento (Nova Cruz), Santana do Matos, Angicos, Macau, Campo
Grande, Príncipe, Jardim, Acari, Mossoró, Apodi, Portalegre e Pau dos Ferros. Este
mapa ainda traz no canto inferior esquerdo a planta da cidade do Natal, identificando
seus largos, praças e edifícios importantes. Os mapas da Figura 8 e 9 se aproximam da
configuração do estado atual, apesar das visíveis diferenças.
Fonte. Atlas do Império do Brasil. Rio de Janeiro: Lithographia do Instituto Philomathico, 1868, p. 43
29 Em 1900, 274.317 habitantes viviam no agora estado do RN, uma população 557 %
maior do que a de 1807, que era de 49 250. Quanto ao número de municípios, passou
de 8 (1 cidade e 7 vilas) em 1800 para 37 municípios em 1900, entre vilas e cidades, um
aumento de 462,5 %. Com efeito, o século XIX foi marcado por um processo importante
de crescimento no número de aglomerações urbanas e da população, ainda que a
imensa maioria dessas localidades fossem pequenos núcleos sem expressividade.
1600 - 1700 01
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1700 - 1759 0
1760 - 1800 07
1801 - 1850 07
1851 – 1889 14
1890 – 1950 18
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Bibliographie
Obs. As fontes cartográficas não foram arroladas, pois se encontram no próprio texto.
AHU – RN, Caixa 10, Doc. 629. O ofício do capitão-mor do Rio Grande do Norte, José Francisco
de Paula Cavalcanti Albuquerque, ao secretário de estado da marinha e ultramar Visconde de
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Notes
1 Um exemplo desse tipo de análise mais abrangente está em (Rubenilson Brazão Teixeira, 2008)
2 Mapas específicos do RN começam a surgir particularmente a partir do século XIX.
3 A perspectiva de análise aqui é a da colonização não-indígena. Os nativos, obviamente,
conheciam esse território desde tempos imemoriais, antes da chegada dos colonizadores.
4 Cartas régias de 9 de novembro de 1596 e de 15 de março de 1597 (Rubenilson Brazão Teixeira,
2009, p. 63-65).
5 Na impossibilidade de explorá-lo num trabalho introdutório como este, remetemos o leitor a
essa publicação. Ele fez um estudo semelhante para o século XVI.
6 A cidade aparece com outros nomes, como este, nos primeiros anos de sua história.
7 Como fez Luana Cruz para um mapa semelhante, também holandês, e datado de 1647. De
autoria de Georg Marcgraf, ele também se intitula Praefecturae de Paraiba et Rio Grande, e serviu
de base para o mapa de Joan Blaeu aqui reproduzido. Ver (Cruz, 2015). Uma reprodução do
mapa de MarcGraf está disponível no site da Biblioteca Digital de Cartografia Histórica, da USP,
em:
http://www.cartografiahistorica.usp.br/index.php?
option=com_jumi&fileid=14&Itemid=99&idMapa=660&lang=br. Acesso em 01 de janeiro de
2017.
8 Aliás, há registros de tentativas de ocupação dessas duas ribeiras por fazendeiros desde a
segunda metade do século anterior. Para o caso do Apodi-Mossoró, ver (Rubenilson Brazão
Teixeira, 2012).
9 Curiosamente, não inclui a capitania do Ceará, que também estava subordinada a Pernambuco
em 1780.
10 Mudança oficializada em 24 de janeiro de 1824.
11 Partie du Brésil. Amer. Merid. No. 19. Dressé par ph. Vandermaelen, lithographie par h.
Ode. Cinquieme partie. - amer. Merid. Bruxelles. 1827. Fonte: David Rumsey Historical Map
Collection.
12 Por exemplo, a primeira comarca do RN, instituída pela carta régia de 18 de março de 1818,
abarcava todo o território da Capitania.
13 Isto é, dissipar. Atlas, 1868, op.cit., p. 10.
14 (Fernandes, 2012), que estudou essa questão a fundo, acrescenta que não somente esse mais
“praticamente toda a sua região de limites [do RN] passou por litígios” (p. 19). Ainda que não seja
o objeto deste trabalho, a imprecisão dos limites das sesmarias também gerou conflitos e mortes
no RN (Rubenilson Brazão Teixeira, 2009, p. 462).
15 Ver, por exemplo, as leis estaduais referentes aos municípios criados entre 1835 e 1891,
reunidas por (Soares, 1910, p. 241-305).
16 Vilas e cidades compunham o município colonial, uma transposição da colonização
portuguesa. Nestor Lima se refere, no entanto, à lei que regulamentou as câmaras municipais, em
1828.
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Auteur
Rubenilson Brazão Teixeira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, rubenilson.teixeira@gmail.com
Droits d’auteur
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