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Oxigenoterapia

Raphaella C. F. Rocha
Fisioterapeuta
Conceito...
• A oxigenoterapia é uma terapêutica que tem por
finalidade primária a administração de oxigênio
suplementar, com o objetivo de manter ou aumentar a
saturação de oxigênio acima de 90%, corrigindo assim os
danos causados pela hipoxemia.
• Esta técnica possui como principal objetivo aumentar o
nível de oxigênio que é trocado entre o sangue e os
tecidos.
• É empregada com base no conhecimento dos índices de
oxigenação do paciente.
...Conceito
• Nas últimas décadas essa prática se disseminou de
forma descontrolada perdendo parte de sua base
científica.
• O oxigênio também é utilizado em larga escala por
profissionais paramédicos como enfermeiros,
fisioterapeutas e terapeutas respiratórios.
Grau de oxigenação
sanguínea
• Devem ser realizadas várias medidas e índices
derivados, para estudar o grau de oxigenação sanguínea,
como:
o Pressão e saturação arterial de oxigênio,
o Conteúdo do oxigênio arterial,
o Saturação e pressão de oxigênio venoso misto,
o Liberação sistêmica de oxigênio
Transporte de Oxigênio
• O sistema
cardiopulmonar funciona
para manter
transportando dos
pulmões para as células
do corpo, oxigênio (O2)
suficiente para manter a
atividade metabólica
tecidual ao mesmo tempo
que transporta o dióxido
de carbono (CO2) de
volta para os pulmões a
fim de ser eliminado.
Transporte de Oxigênio no
Sangue
• O sangue é formado por hemácias, leucócitos e plaquetas suspensas no
plasma, que é um liquido que contém proteínas e lipídios.
• As hemácias contêm determinadas quantidades de hemoglobina, uma
molécula especializada para o transporte do oxigênio e do dióxido de
carbono.
Sistema cardiopulmonar

sistêmica pulmonar sistêmica


Transporte de oxigênio e
hematose
• A troca dos gases respiratórios acontece entre o ar
ambiente e o sangue (hematose). Existem três etapas no
processo de oxigenação:
o Ventilação
o Perfusão
o Difusão
Ventilação
• É a entrada de ar nos alvéolos
Perfusão (capilar)
• É a passagem de sangue na barreira hemato-gasosa,
através do capilar
Difusão
• É a troca gasosa através da barreira hemato-gasosa
Etapas no transporte de
oxigênio
Passagem de sangue Troca gasosa na
Entrada de ar nos
através do capilar barreira hemato-
álveolos
gasosa
Monitorização da
Saturação Arterial de O2
• A saturação da oxiemoglobina arterial (SaO2) é a fração ou
porcentagem dos locais de hemoglobina ligados com
oxigênio.

• O valor normal é maior ou igual a 97%


• Pode ser invasivamente monitorada por meio de amostra e
análise do sangue arterial ou com oximetro de pulso, de
forma não invasiva.
Formas de Monitorização

Punção arterial Oxímetro de Dedo

Monitor de Oximetria
Punção Arterial
• Coleta de gasometria arterial.

Acidose 7,35 pH 7,45 Alcalose

Hipocapnia 35 CO2 45 Hipercapnia

Hipoxemia 80 O2 100 Hiperoxemia

22 HCO3 26
Perda de bases -2 BE* +2 Ganho de bases

*Base Excess
(quantidade de bases no sangue)
Importância da avaliação
gasométrica
Como funciona o sensor
do oximetro
• O Oxímetro de pulso faz uma
leitura das hemoglobinas no
sangue (células responsáveis
por transportar o oxigênio)
através de luzes vermelhas e
infravermelhas. A tecnologia
fornece dados de saturação
muito precisos, pois a
capacidade da hemoglobina de
absorver a luz varia de acordo
com o nível de oxigênio
presente nela. Essa diferença
na absorção permite uma
medição muito precisa do
nível de oxigênio no sangue.
Oximetria
• A oximetria de pulso é um procedimento simples, barato
e não invasivo utilizado para medir o nível (ou
saturação) do oxigênio no sangue.
Indicações de Oxigênio
Suplementar
• A oxigenoterapia está indicada sempre que exista uma
deficiência no aporte de oxigênio aos tecidos. A hipóxia
celular pode ser causada pela diminuição da quantidade
de oxigênio no gás inspirado (exposição a elevadas
altitudes), diminuição da ventilação alveolar, alterações
na relação ventilação/perfusão, aumento do shunt
intrapulmonar, alterações de transferência gasosa, em
situações de choque hipovolêmico e diminuição ou
alterações moleculares da hemoglobina.
Hipoxemia x Hipóxia
• Hipoxemia • Hipóxia
o PaO2 abaixo do normal o Se caracteriza por uma oferta
insuficiente de oxigênio aos tecidos
o É a baixa concentração de
oxigênio no sangue arterial o Se distingue da hipoxemia por não
ser mensurada e sim inferida a partir
o é um sinal de um problema de sinais e sintomas clínicos.
relacionado à respiração ou à
o Na maior parte das vezes a hipóxia
circulação e pode resultar em se deve à hipoxemia
vários sintomas, como falta de ar.
o Existem cinco causas básicas de
o Quando o seu oxigênio no sangue hipóxia sem hipoxemia
cai abaixo de um certo nível, você • Hipóxia anêmica
pode experimentar falta de ar, dor
• Hipoxia por aumento da
de cabeça e confusão ou agitação.
afinidade pelo O2
• Hipóxia circulatória
• Hipóxia de demanda
• Hipoxia celular
Causas de hipoxemia
• Se a causa da hipoxemia • Níveis baixos de oxigênio
for uma relação suplementar são eficazes
inadequada de na melhora da
ventilação/perfusão oxigenação
• Quando o mecanismo • Níveis altos de oxigênio
que desencadeou a suplementar podem não
hipóxia é intrapulmonar ter um efeito maior sobre
• Anemia a PaO2
• Muitas vezes requer
transfusão de hemácias
Danos cerebrais decorrentes da
falta de oxigênio
0-4 minutos: improváveis danos
cerebrais se for iniciado RCP

4-5 minutos: possíveis danos cerebrais

4-5 minutos: possíveis danos


cerebrais

Mais que 10 minutos: severos


danos cerebrais ou morte
cerebral
Objetivos da
oxigenoterapia
• Corrigir e reduzir os sintomas relacionados à hipoxemia
e melhorar a Difusão do O2;
• Melhorar a oxigenação tissular de pacientes com
dificuldades de transporte de O2;
• Minimiza a carga de trabalho cardiopulmonar;
• Diminuir o trabalho respiratório;
• Redução da pressão da artéria pulmonar e resistência
vascular pulmonar;
• Manter PaO2 entre 80-100mm Hg e a SatO2 de 90% a
100%.
Indicações da
oxigenoterapia
• Situações de hipoxemia
• Durante parada cardiorespiratória
• Intoxicação por gases
• Envenenamento por cianeto
• Traumatismos graves
• Insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada
• Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
• Angina instável
• IAM (redução da sobrecarga cardíaca)
Princípios gerais
• O oxigênio é prescrito em relação ao fluxo ou à
concentração, dependendo das necessidades do paciente
e da capacidade do dispositivo de administração
• O fluxo de oxigênio é expresso em litros/minuto. A
concentração é expressa como um percentual ou como
uma fração de oxigênio inspirado (FiO2)
• O melhor é: Usar a concentração mínima ou o menor
fluxo possível para alcançar um nível de oxigênio
sanguíneo adequado.
Oxigenoterapia –
ofertadores

Régua de gases fluxômetro

Torpedo de oxigênio

Concentrador de Oxigênio
Dispositivos de
administração
Dispositivos de
administração
Meios de administração
de oxigênio
O estado de oxigenação do
paciente, determina qual
aparelho/ dispositivo de
administração de oxigênio é o
mais apropriado
Variação dos sistemas de
fornecimento de O2
• Sistemas de baixo fluxo
• Sistemas de alto fluxo
• Sistemas com reservatórios
• Sistemas com controle de FiO2
• Sistemas com associação de medicação
• Sistemas de fração inspirada variável
• Sistemas com maior concentração
Pacientes especiais
• DPOC
o Durante a aplicação de oxigenoterapia em pacientes retentores crônicos de CO2,
deveremos ter máxima atenção pois, eles podem apresentar depressão do centro
respiratório e, consequentemente, hipercapnia porque o estímulo da respiração,
nesses pacientes, depende, basicamente, da hipoxemia e como ela é corrigida
com a aplicação da oxigenoterapia a tendência será reter mais CO2, podendo
gerar depressão do centro respiratório , desorientação, e, até mesmo parada
respiratória.

• Cardiopatas
o Cuidados com as cardiopatias congênitas canal dependente
Riscos da oxigenoterapia
• A administração de oxigênio, em concentrações
superiores aos níveis ambientais, é considerada uma
forma de farmacoterapia.
• Dentre os riscos da oxigenoterapia de longa duração
encontram-se
o O risco da toxicidade de oxigênio levando a uma deterioração da função
pulmonar
o O risco de levar a hipoventilação, com consequente aumento na retenção de
CO2, nos pacientes com alguma retenção prévia no tratamento
o Alterações da mucosa das vias respiratórias,
o Redução do volume pulmonar, atelectasia, prejuízo na depuração mucociliar,
efeitos vasoconstritores, e até cegueira em recém-nascidos.
Cuidados na
administração
• Manter vias aéreas desobstruidas
• Cuidados com posição do torpedo
• Manter controle de sinais vitais e avaliação clínica
• Reduzir oxigenoterapia de acordo com melhora na
oximetria
• Cuidado com lesões de mucosa e de pele.
Dúvidas?
Referencia Bibliográfica
• Costa, Dirceu. Fisioterapia Respiratória Básica. Ed. Atheneu, 1999
• Leff, Alan R. Fisiologia Respiratória: Fundamentos e Aplicações.
Interlivros, 1996
• Rozov, Tatiana. Doenças Pulmonares em Pediatria: Diagnóstico e
Tratamento. Ed. Atheneu, 1999
• Ebaid, Munir; Atik, Edmar e outros. Cardiologia em Pediatria.
Roca, 2000
• Katherine N. Slain; Steven L. Shein; Alexandre T. Rotta. Uso de
cânula nasal de alto fluxo no departamento de emergência
pediátrica. J. Pediatr. (Rio J.) vol.93 supl.1 Porto Alegre 2017
• https://www.infoescola.com/medicina/oxigenoterapia/
• https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2535398/mod_resource/co
ntent/4/Aula_Oxigenoterapia.pdf

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