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OXIGENOTERAPIA

PRÁTICA DE FUNDAMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS

Profa. Ms. Milena Vido


INTRODUÇÃO:

• Sabemos que as células do nosso corpo precisam utilizar o oxigênio para


produzir energia necessária para desempenhar suas funções no organismo.
• Essa energia vem de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato).
• Grande parte deste ATP só é produzido nas mitocôndrias na presença de O2, ao
mesmo tempo produz como resíduo deste processo o gás carbônico que em
excesso pode ser tóxico ao nosso organismo (sangue ácido).
• Os distúrbios respiratórios são muito comuns, encontrados nos serviços de saúde
e para avaliar o sistema respiratório o enfermeiro deve estar habilitado a
diferenciar os achados normais dos anormais que se apresentam no histórico do
paciente, além da compreensão da anatomia e da fisiologia – função respiratória.
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SISTEMA RESPIRATÓRIO
Principais funções

• TROCA DE GASES
• AUXILIAR NO CONTROLE DO pH SANGUÍNEO.
• FILTRA E AQUECE O AR INSPIRADO
• OLFATO
• SONS
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RESPIRAÇÃO
NA NATUREZA O QUE INSPIRAMOS
FiO2 – Fração Inspirada de Oxigênio em um fluxo de 15 Litros/min

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SISTEMA RESPIRATÓRIO:
Anatomia

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SISTEMA RESPIRATÓRIO

ÉREAS SUPERIORES:
•NASOFARINGE;
•OROFARINGE;
E
•LARINGOFARIN
E GE
EPIGLOTE

ÉREAS INFERIORES:
EIA
UIOS
UÍOLOS PULMÕES
OS

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FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

• A RESPIRAÇÃO É O MECANISMO QUE O CORPO UTILIZA PARA TROCAR GASES


ENTRE A ATMOSFERA E O SANGUE E ENTRE O SANGUE E AS CÉLULAS.

VENTILAÇÃO DIFUSÃO PERFUSÃO

Movimento de gases que Troca de O2 e CO2 entre Troca de O2 e CO2


entram nos pulmões e os alvéolos e o entre sangue e as células
saem deles. sangue dos tecidos
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VENTILAÇÃO: inspiração e expiração

Podemos avaliar a frequência ventilatória


Fluxo Inspiratório: volume de ar que o paciente inspira- 15 observando a expansão torácica e contando o
litros/min. número de inspirações por minuto, ou seja, uma
inspiração + uma expiração = uma ventilação.
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Valores normais: 12 a 20 irpm.
DIFUSÃO

• REFERE-SE A TROCA DE GASES , NO SISTEMA ALVEOLAR TERMINAL.


• OS GASES SÃO TROCADOS ENTRE O AR E O SANGUE ATRAVÉS DA
REDE DE CAPILARES NA PORÇÃO RESPIRATÓRIA DOS PULMÕES E
NAS PAREDES ALVEOLARES FINAS.
• ESSA TROCA OCORRE VIA DIFUSÃO SIMPLES – MOVIMENTO DE
GASES OU PARTÍCULAS DE ÁREAS DE PRESSÃO OU CONCENTRAÇÃO
MAIS BAIXAS.
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PERFUSÃO

• O SANGUE CAPILAR OXIGENADO PASSA ATRAVÉS DOS


TECIDOS PARA O CORPO.
• A QUANTIDADE DE SANGUE QUE FLUI PELOS
PULMÕES É UM FATOR IMPORTANTE NA QUANTIDADE
DE OXIGÊNIO E DE OUTROS GASES TROCADOS.

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CENTRO RESPIRATÓRIO
A respiração é normalmente automática, controlada
inconscientemente pelo centro respiratório localizado na base do
cérebro - BULBO.

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FUNCIONAMENTO SISTEMA RESPIRATÓRIO:

Dados que indicam satisfação das necessidades de O2:

Respiração normal: Ritmo regular


Sons pulmonares Expansão
12 a 20 irpm sem esforço
normais torácica normal
respiratório

Avaliação clínica do paciente identificando problemas respiratórios e


cardíacos:
TOSSE, DISPNÉIA, DOR, FADIGA, CANSAÇO, SECREÇÃO
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OXIMETRIA DE PULSO E GASOMETRIA

Oximetria de pulso arterial fornece dados


de relevância clínica sobre a saturação de Coleta de sangue arterial, com
oxigênio transportado pelas hemoglobinas objetivo de analisar os gases
presentes no sangue arterial, usando um presentes, suas distribuições, o pH e
pequeno dispositivo chamado oxímetro de o equilíbrio ácido-base no sangue. .
pulso.

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Procedimentos que auxiliam a oxigenação dos tecidos
e a manutenção da permeabilidade das vias aéreas:

• Promoção da tosse remoção de secreção


• Realização de aspiração permeabilidade
• Retirada de corpos estranhos permeabilidade
• Posicionamento correto ventilação
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ALTERAÇÕES NO FUNCIONAMENTO SISTEMA
RESPIRATÓRIO:
Doenças e condições que afetam a ventilação ou transporte de O2 alteram o
funcionamento respiratório

Hipoventilação:
Hiperventilação:
Ventilação alveolar inadequada para
Ventilação acima do necessário realizar troca de gases nos pulmões, desta
para eliminar o CO2 produzido maneira o corpo retém mais CO2
pelo metabolismo celular.

Hipoxemia: Hipóxia:
Deficiência na Oxigenação
concentração de O2 no inadequada do tecido
sangue arterial. em nível celular.

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TERAPIAS RESPIRATÓRIAS

• As terapias respiratórias são divididas em dois grupos:


1. NÃO INVASIVAS — Terapias com O2, terapia com micro nebulizador e
fisioterapia respiratória.
2. INVASIVAS — intubação e traqueostomia.
OXIGENIOTERAPIA
• Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão
superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar
deficiência de oxigênio ou hipóxia.
• Deve ser monitorada por se tratar de um medicamento cuja elevada dosagem de
concentração pode ser tóxica e fatal – HIPEROXIA.

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INDICAÇÕES DA OXIGENIOTERAPIA

• Segundo a “ American Association for Respiratory Care” as indicações


básicas são:
• Pa O2 menor 60 mmHg (PaO2 entre 95 e 100 mmhg) ou Sat O2 menor que 90%
(em ar ambiente).
• Sat O2 menor que 88% durante a deambulação, exercícios ou sono e portadores
de doenças cardiorrespiratórias.
• IAM.
• Intoxicação por gases (monóxido de carbono).
• Envenenamento por cianeto.
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PRINCÍPIOS GERAIS

• O oxigênio é prescrito em relação ao fluxo ou a concentração,


dependendo das necessidades do paciente e da capacidade do
dispositivo de administração.
FLUXO: litros por minuto – FLUXÔMETRO.
CONCENTRAÇÃO: percentual ou fração de oxigênio inspirado - FiO2

• Usar a concentração mínima ou o menor fluxo possível para alcançar um


nível de oxigênio sanguíneo adequado.
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RÉGUA DE GASES:

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MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DA OXIGENIOTERAPIA:

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MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DA
OXIGENIOTERAPIA:
• Sistemas de baixo fluxo: fornecem oxigênio suplementar diretamente às vias
aéreas com fluxos de até 8 litros/min ou menos. Como o fluxo inspiratório de um
indivíduo adulto (15 l/min) é superior a este valor, o oxigênio fornecido por este
dispositivo de baixo fluxo será diluído com o ar, resultando numa FiO2 baixa e
variável.
• Sistemas de alto fluxo: os sistemas de alto fluxo fornecem uma determinada
concentração de oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório
máximo do paciente, assim asseguram uma FiO2 conhecida e fixa.

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MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DA
OXIGENIOTERAPIA:
• Sistema Reservatório: mecanismo de coleta e armazenamento de
oxigênio.
• O paciente utiliza esse suprimento de reserva quando seu fluxo
inspiratório é superior ao fluxo de oxigênio que entra no dispositivo,
isso reduz a diluição aérea e os dispositivos com reservatório geralmente
fornecem uma FiO2 mais elevada do que os sistemas de baixo fluxo.
• FiO2 de 60 a 95% a um fluxo de 10 a 15 l/min.
• O fluxo deve ser sempre suficiente para manter a bolsa inflada (de 1/3 a ½
cheia). Profa. Ms. Milena Vido
SISTEMA DE BAIXO FLUXO:
• Cateter Nasal: A cateter nasal é um aparato de plástico, descartável, com
pontas que se projetam para dentro das narinas.
• Para sua introdução, deve-se respeitar a mensuração entre o lobo da orelha e o
ápice do nariz.
• Raramente é utilizado, pois não é muito tolerado pelo paciente e pode deslocar-
se com facilidade, mas pode ser prescrito na terapia de curto prazo, para
administrar baixas concentrações de O2.
• Deve ser substituído por um novo a cada 8h ou conforme protocolo.

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SISTEMA DE BAIXO FLUXO:
• Cânula Nasal ou Cateter nasal tipo óculos: dispositivo de polietileno ou
silicone, descartável em formato de óculos, instalado nas narinas.
• Método empregado quando o paciente requer uma concentração baixa de O2.
• Limitar o fluxo máximo de O2 a 6litros/min para minimizar o ressecamento da
mucosa nasal.
• Usar sempre umidificador acima de 4 litros por minuto.

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SISTEMA DE BAIXO FLUXO:
• Usar a “regra dos quatro” para estimar a concentração: para cada l/min de
O2, a concentração aumenta em 4% (ex: 1 l/min fornece 24%, 2 l/min
fornecem 28%

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SISTEMA DE BAIXO FLUXO:
• Máscara Facial Simples: apresentada em diversas formas, com diferentes
propósitos.
• Oferece de 40 a 60% de fração inspiratória de oxigênio – FiO2, sob um fluxo mínimo
de 5 l/min e no máximo 8 l/min.
• As máscaras são utilizadas na administração de oxigênio em curto prazo (menos do que
12 horas)

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SISTEMA DE ALTO FLUXO:
• Máscara de Venturi: método empregado quando o paciente requer uma
concentração moderada ou alta de O2, garantindo uma FiO2 conhecida e fixa.
• Constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de
oxigênio, sem considerar a profundidade ou frequência da respiração.

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SISTEMA DE ALTO FLUXO:
• Máscara de Venturi: Exemplo.
Conector Concentração O2 Fluxo O2
Azul 24% 4 L/min
Amarelo 28% 4 L/min
Branco 31% 4 L/min
Verde 35% 6 L/min
Vermelho 40% 8 L/min
Laranja 50% 12 L/min

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SISTEMA RESERVATÓRIO:

Fluxo de 6 a 10 litros/min Fluxo de 10 a 15 litros/min


FiO2 de 40 a 70% FiO2 de 60% a 100%

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UMIDIFICAÇÃO
• Depende do dispositivo:
• Baixo fluxo – não é recomendado para fluxos menores de 4 litros/min.
• Alto fluxo – relacionar com o tempo + 24 horas indicado.
• Independente das recomendações se atentar as queixas do paciente quanto a desconforto por
ressecamento.
• Em situações de urgência em situações adversas pequeno transporte por períodos curtos
sem necessidade.
• A umidificação também pode ser benéfica para pacientes com secreções viscosas com
dificuldade de expectoração.
• Utilizar sempre ÁGUA ESTÉRIL, não completar sistema, desprezar o que ficou e
completar com água nova.
Profa. Ms. Milena Vido
UMIDIFICAÇÃO

Profa. Ms. Milena Vido


INALOTERAPIA:
Método terapêutico que transforma uma
solução (água ou soluções salinas) em névoa
quando submetida a uma determinada
pressão.

Objetivo:
• Hidratar o muco estagnado, reduzindo sua
viscosidade e aderência.
• Pode ser associada à terapia
medicamentosa (mucolíticos, antibióticos,
broncodilatadores),
• Fluidificando as secreções, diminuindo os
processos inflamatórios e reduzindo o
broncoespasmo.
Profa. Ms. Milena Vido
BOLSA VÁLVULA MÁSCARA: AMBU

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BOLSA VÁLVULA MÁSCARA: AMBU

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VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS:

As vias aéreas artificiais são necessárias quando há indicação de oxigenação de


pacientes com diminuição do nível de consciência, obstrução da via área,
necessidade de ventilação mecânica invasiva e em processos patológicos.

TUBO
ENDOTRAQUEAL

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VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS:

As vias aéreas artificiais são necessárias quando há indicação de oxigenação de


pacientes com diminuição do nível de consciência, obstrução da via área,
necessidade de ventilação mecânica invasiva e em processos patológicos.

CÂNULA DE
TRAQUEOSTOMIA

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MÁSCARA LARÍNGEA:

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ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS
• Aspiração de vias aéreas pode ser definida como o procedimento que remove secreções
destas vias, como muco ou sangue, por meio de um equipamento de sucção.
• Indicada em situações em que o cliente não é capaz de eliminar as secreções que se
acumulam nas vias aéreas.
• A necessidade de aspiração é determinada principalmente pela observação visual do
acúmulo de secreção e pela ausculta pulmonar, para determinar a presença de secreções
ou obstruções nas vias aéreas.
• A aspiração pode ser:
• Nasotraqueal: quando são aspiradas secreções da cavidade nasal e traquéia,
• Orotraqueal: quando é aspirada cavidade oral e traqueia
• Endotraqueal: quando é aspirado o tubo de ventilação mecânica Profa. Ms. Milena Vido
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS

OBJETIVO:
• Facilitar a oxigenação;
• Manter a permeabilidade das vias aéreas
• Estimular o reflexo de tosse
• Prevenir algumas patologias respiratórias: pneumonia.

Profa. Ms. Milena Vido


ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS

MATERIAL:

SISTEMA ABERTO
SISTEMA FECHADO

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ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS
RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/2017.
• ART. 2º OS PACIENTES GRAVES, SUBMETIDOS A INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL OU TRAQUEOSTOMIA, EM UNIDADES DE
EMERGÊNCIA, DE INTERNAÇÃO INTENSIVA, SEMI INTENSIVAS OU INTERMEDIÁRIAS, OU DEMAIS UNIDADES DA
ASSISTÊNCIA, DEVERÃO TER SUAS VIAS AÉREAS PRIVATIVAMENTE ASPIRADAS POR PROFISSIONAL ENFERMEIRO,
CONFORME DISPÕE A LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM.

• ART. 3º OS PACIENTES ATENDIDOS EM UNIDADES DE EMERGÊNCIA, SALAS DE ESTABILIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA, OU


DEMAIS UNIDADES DA ASSISTÊNCIA, CONSIDERADOS GRAVES, MESMO QUE NÃO ESTANDO EM RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL,
DEVERÃO SER ASPIRADOS PELO PROFISSIONAL ENFERMEIRO, EXCETO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA, CONFORME
DISPÕE A LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM E CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM –
CEPE.

• ART. 4º OS PACIENTES EM UNIDADES DE REPOUSO/OBSERVAÇÃO, UNIDADES DE INTERNAÇÃO E EM ATENDIMENTO


DOMICILIAR, CONSIDERADOS NÃO GRAVES, PODERÃO TER ESSE PROCEDIMENTO REALIZADO POR TÉCNICO DE
ENFERMAGEM, DESDE QUE AVALIADO E PRESCRITO PELO ENFERMEIRO, COMO PARTE INTEGRANTE DO PROCESSO DE
ENFERMAGEM.

• ART. 5º OS PACIENTES CRÔNICOS, EM USO DE TRAQUEOSTOMIA DE LONGA PERMANÊNCIA OU DEFINITIVA EM AMBIENTE


HOSPITALAR, DE FORMA AMBULATORIAL OU ATENDIMENTO DOMICILIAR, PODERÃO TER SUAS VIAS AÉREAS ASPIRADA
PELO TÉCNICO DE ENFERMAGEM, DESDE QUE DEVIDAMENTE AVALIADO E PRESCRITO PELO ENFERMEIRO, COMO PARTE
INTEGRANTE DO PROCESSO DE ENFERMAGEM. Profa. Ms. Milena Vido

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