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Igreja não foi solidária com a mulher [...]. Não perder a doçura nem o humor e
se falei na Igreja devo falar em Jesus que em toda a sua vida e mesmo depois dessa vida
terrestre foi quem defendeu a mulher. (DEL PRIORE, 1997, p. 972).
ESCRITA DO CAPÍTULO
*O primeiro parágrafo de cada capítulo deve apresentar o tema central
desse capítulo. Informações como: O que será abordado neste capítulo, a
importância das informações ali contidas, além de outras informações que você
considere importante que o seu leitor tome conhecimento antes de ler
aquele capítulo.
*Pensar no ponto de partida, destino final, e no meio do caminho colocar todos os
pontos que preciso passar para chegar nesse destino.
*Sinalizar quando começa seu ponto de vista, exemplo: “com base nessas
reflexões...” para não dar a impressão que está tentando se apropriar de um texto que
não é seu.
*Padronizar os parágrafos com 10 a 12 linhas.
*Na escrita seguir a ordem: Minha ideia sobre o que será abordado, citação ou
até 3 citações, e complemento (meu parecer).
*Ler com cuidado cada parágrafo e ver como pode ser ampliado e assuntos que
precisam ser esmiuçados
*Tirar minhas próprias conclusões do capítulo
*Fazer gancho para o próximo capítulo
*Revisar poucas páginas por dia e com a mente descansada.
*Revisar é procurar problemas
COLOCAR NO CAPÍTULO 3
p. 189 – 190 (crônica) – Daí o seu lugar, diferente dos demais, no círculo das relações.
Glória, sua colega e escritório, é boa de corpo, desejada por Olímpico, o ex namorado
de Macabéa. Se, de um lado, ela cuida de Macabéa com atenção e cuidado, por outro
lado, pretende mesmo é se casar com Olímpico. O chefe de escritório, seu Raimundo,
tem bom coração, embora exija, dela, o que ela não tem: limpeza, capricho,
competência nos trabalhos de datilografia. O médico ambicioso e frustrado, por ser
médico de pobre e não ter condição de lhe curar a fome, reagem com certa, violência,
irritado, impaciente, com a má sorte de Macabéa – e sua. A cartomante, que lhe vende
ilusões, dá a última cartada: o sonho de um casamento feliz [...] apressando, assim, o
fatal atropelamento da infeliz personagem. As colegas de quarto não compreendem
Macabéa, nem tentam dela se aproximar.
P. 132 do livro (Crônica)
Verificar para fazer a inclusão na parte de discurso literário que a professora pediu
*Segundo a escritora Ligia Chiappini o narrador do romance é aquele que: perde a
distância, torna-se íntimo, ou porque se dirige diretamente ao leitor, ou porque nos
aproxima intimamente das personagens e dos fatos narrados. O narrador constitui a
instância produtora do discurso narrativo, não devendo ser confundido, na sua natureza
e na sua função, com o autor, pois o narrador é uma criatura fictícia como qualquer
outro personagem.
p. 88 Macabéa, esqueci de dizer tinha uma infelicidade: era sensual. Como é que num
corpo cariado como o dela cabia tanta lascívia, sem que ela soubesse que tinha?
Mistério. Havia, no começo do namoro, pedido a Olímpico um retratinho tamanho 3x4
onde ele saiu rindo para mostrar o canino de ouro e ela ficava tão excitada que rezava
três pai-nossos e duas ave-marias para se acalmar.
A mulher instruída diante da mulher sem instrução - pág. 185 (Crônica do livro) –
. A ambiguidade dos textos de Clarice mostra-nos que o receptor tanto pode ser o leitor,
já que o narrador se assume como escritor e se refere a um leitor.
*p. 87- 88 – Não sabia que ela própria era uma suicida embora nunca lhe tivesse
ocorrido se matar. É que a vida lhe era tão insossa que nem pão velho sem manteiga.
TIREI DO CAPÍTULO 2
“As mulheres populares, em grande parte, não se adaptavam às características
dadas como universais ao sexo feminino: submissão, recato, delicadeza,
fragilidade.” (DEL PRIORE, 1997, p. 367).
“As relações entre homens e mulheres deveriam ser, portanto,
radicalmente transformadas em todos os espaços de
sociabilidade. Num mundo em que mulheres e homens
desfrutassem de condições de igualdade, as mulheres teriam
novas oportunidades não só de trabalho, mas de participação
na vida social. A condição feminina, o trabalho da mulher fora
do lar, o casamento, a família e a educação seriam pensados e
praticados de uma maneira renovada.” (DEL PRIORE, 1997, p.
597).
Entretanto, eram nítidos os preconceitos que cercavam o
trabalho feminino nessa época. Como as mulheres ainda eram
vistas prioritariamente como donas de casa e mães, a ideia da
incompatibilidade entre casamento e vida profissional tinha
grande força no imaginário social. Um dos principais
argumentos dos que viam com ressalvas o trabalho feminino
era o de que, trabalhando, a mulher deixaria de lado seus
afazeres domésticos e suas atenções e cuidados para com o
marido: ameaças não só à organização doméstica como
também à estabilidade do matrimônio. (DEL PRIORE, 1997, p.
624).
“questão que não pode ser evitada se defendemos que as mulheres são
agentes da história.” (PERROT, 2006, p.145).
E “entre as jovens que provinham de camadas médias e altas, muitas se
tornavam professoras, engenheiras, médicas, advogadas, pianistas, jornalistas,
escritoras e diretoras de instituições culturais.” (DEL PRIORE, 1997, p. 603).
TIREI DO CAPÍTULO 3
“Visto que “muitas mulheres, em especial a mulher nordestina, continuam
sofrendo com o preconceito e estereótipos recebidos pela sociedade”. (SILVA,
2021, p. 12).
“a irregularidade na distribuição de renda e no acesso à cultura e à
escolaridade, privilégio de poucos no Brasil”. (SILVA, 2014 p. 11).
Nessa perspectiva, Rocha (2015) destaca que quando Clarice Lispector expõe
o modo como Macabéa vivia, ela estava mostrando a forma vulnerável de vida
de muitas mulheres que saiam de suas casas em busca de melhores
condições de vida no Sul do Brasil, e que assim como a protagonista, levavam
vidas miseráveis e invisíveis socialmente.
Tais mulheres viviam numa sociedade em que não tinham voz, e por
medo ou até mesmo por não terem conhecimento das normas e direitos que as
protegiam, tinham seus direitos violados cotidianamente, segundo ressaltam
Oliveir e Klein (2020).
“Estudar esse grupo social é trazer para o centro as pessoas e objetos que
representam os que vivem marginalizados socialmente [...]”. (VIEIRA, 2018, p.
16).
“Macabéa, além de trazer marcas de uma infância sofrida, era “vítima”
da exclusão social por ser possuidora de todas as características negativas
para a sociedade”. (SILVA, 2012, p. 38 - 39).
Silva (2012) enfatiza que a presença da jovem nordestina era sequer notada na
cidade do Rio de Janeiro, era apenas mais uma no meio daquela multidão.
Machuca (2010) afirma que a nordestina representa tanto a miséria nacional,
quanto as desigualdades econômica e social que o país estava vivendo, a
ponto de se agravarem causando incômodo para os setores políticos.
Macabéa era alguém que “vivia dia após dia como um material descartável,
vítima de uma sociedade capitalista, preconceituosa, e, como afirma o
narrador, totalmente feita contra ela, afinal, ela era o oposto dos preceitos do
agrupamento social”. (VIEIRA, 2018, p.11).
“está ligada ao psicológico do indivíduo, ao auto reconhecimento, ao
isolamento, ao próprio menosprezo, à insatisfação e à inutilidade. ” (VIEIRA,
2018 p. 51).
, “instituição altamente valorizada para a mulher, na época.” (DEL PRIORE,
1997, p.377).
“Também como mulher Macabéa não se encaixava socialmente, pois não era
como as outras mulheres de seu convívio e parecia lhe faltar algo. Ela não
exalava nenhuma sensualidade e não despertava desejo a ninguém”.
(OLIVEIR; KLEIN, 2020, p. 71).
Figueiredo (2018), sublinha que Macabéa não reconhecia sua feminilidade, e
muito menos tinha consciência de seus direitos
“É negada a Macabéa a condição de ser fêmea, os ideais estabelecidos para o
feminino, não correspondem às suas proporções.” (MOTA, 2006, p. 49).
“Ela necessita apenas seguir vivendo, contenta-se com a simplicidade,
com as narrativas do locutor no rádio de pilha. [...] Esses aprendizados para
Macabéa eram mais importantes do que refletir e ter habilidades”.
(NASCIMENTO; SILVA, 2016. p. 27 - 28).
, visto que troca a moça nordestina por sua colega de serviço, que afinal, tinha
afeto, comida na mesa, e o pai era açougueiro.” (VIEIRA, 2018, p.11).
“Olímpico diz que quer ser deputado e Macabéa nem ao menos sabe o que é
um deputado.” (MACHUCA, 2010, p. 35).
Nessa perspectiva, conforme menciona Silva (2012), para que o indivíduo
tivesse alguma importância no ambiente capitalista que o Brasil se encontrava,
precisaria contribuir com seu crescimento financeiro, e esse não era o caso da
nordestina, que em nada colaborava e sua existência dava mais prejuízos do
que retornos satisfatórios.
Consoante a isso, Silva (2012) também reforça as assertivas num
destaque para o anonimato que a nordestina se encontrava.
Macabéa termina oprimida pelo sistema e padrões regidos pela sociedade, ela
termina sozinha,