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Sabemos que o processo de aprendizagem pode ser positivo, prazeroso e eficaz, mas, por

outro lado, o inverso pode ocorrer, e o aprender torna-se uma dificuldade e um desprazer.
Com isso quero introduzir o conceito de uma corrente que pode ajudar a selecionar este
problema.

O Behaviorismo
É um método da psicologia experimental, que consiste em fazer um estudo científico do
homem e do animal, limitando-se apenas a investigação de seus comportamentos como
respostas a um estímulo externo, sem nenhuma referência a consciência.
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John Watson, fundador do
behaviorismo ele estava determinado a tornar a psicologia numa ciência respeitada.
Watson garantia que se conseguíssemos monitorar e controlar os estímulos em uma criança
recém-nascida constantemente ao longo de seu crescimento poderíamos fazer dela tudo o
que quiséssemos: advogado, médico, pedinte. Independentemente dos seus talentos,
inclinações tendências, habilidades, vocações e de raça dos seus ancestrais. Para Watson, o
meio era o fator que influenciaria o comportamento, se houvesse o controlo do meio se
obteria o comportamento desejado.
O mais importante behaviorista que sucede Watson é o Skinner e a base da corrente
Skinneriana esta na sua formulação do condicionamento operante.
Burrhus Frederick Skinner é um psicólogo norte-americano, ele foi o principal teórico
contemporâneo do behaviorismo, procurou desenvolver as teses formadas pelo fundador do
behaviorismo Watson. Para Skinner o comportamento humano resulta do condicionamento
biológico e ambiental. Podendo ser analisado por meio de estímulos e respostas ao meio
ambiente em que vive. Estímulo e resposta são portanto as unidades básicas da descrição e
o ponto de partida para uma ciência do comportamento. O homem começa a ser estudado
como produto do processo de aprendizagem pelo qual passa desde a infância, ou seja, como
produto das associações estabelecida durante sua vida entre estímulos (do meio) e respostas
(manifestações comportamentais).
E para podermos entender esse condicionamento é preciso retrocedermos um pouco na
história do behaviorismo introduzindo noções do comportamento reflexo e
condicionamento respondente para então chegarmos ao condicionamento operante.
O condicionamento respondente
O comportamento reflexo é um comportamento involuntário e que também inclui as
respostas que são produzidas por modificações especiais de estímulos do ambiente. Por
exemplo, a contração das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos, a salivação
quando uma gota de limão é colocada na ponta da nossa língua, o arrepio da pele quando
um ar frio nos atinge, as famosas lágrimas de cebola, etc... Esses comportamentos reflexos
são involuntários, como já dissemos, e produzidas pelos estímulos especiais do meio.
Mas também podem ser provocados por outros estímulos que, originalmente, nada têm a
ver com o comportamento, devido à associação entre estímulos. Assim, se um estímulo
neutro (aquele que originalmente nada tem a ver com o comportamento) for pareado
(associado) um certo número de vezes a um estímulo aliciador (aquele que elicia o
comportamento), o estímulo previamente neutro, irá evocar a mesma espécie de resposta.
Vejamos os exemplos.
Exemplo1: Imagine que esta numa sala aquecida, e mergulha a sua mão direita num
recipiente com agua gelada a temperatura da mão vai baixar muito rápido por causa da
temperatura da agua. Este exemplo de condicionamento correspondente.
Exemplo2: Imagine agora que a mão direita seja mergulhada várias vezes no recipiente
com água gelada, por volta de 3 a 4 minutos e ao mesmo tempo você ouve uma guitarra
neste processo. La pela vigésima associação do som da guitarra com a água fria. A
mudança da temperatura será feita pelo toque da guitarra sem a necessidade de mergulhar a
mão.
No exemplo 1 do condicionamento respondente percebemos que a temperatura da mão
baixou por causa da água fria de forma incondicionada e no exemplo 2 a temperatura
baixou por causa do som da guitarra que é uma resposta condicionada. A água é um
estímulo incondicionado e o som, um estímulo condicionado.
Skinner concentrou seus estudos na possibilidade de condicionar os comportamentos
operantes.

O condicionamento operante
O comportamento operante é o comportamento voluntário e abrange uma quantidade muito
maior da atividade humana, desde os comportamentos do bebê de balbuciar, agarrar
objetos, olhar os enfeites do berço, até os comportamentos mais sofisticados que o adulto
apresenta. Como por exemplo ler um livro, escrever, tocar um instrumento, namorar, são
todos exemplos do comportamento operante. Acredita se aqui que um ato pode ser alterado
na sua força pelas consequências. Por exemplo:
Se colocarmos um ratinho numa caixa durante 24 horas sem água ele vai manifestar o
comportamento de que necessita de água assim que tiver a oportunidade. O ratinho no seu
habitat mostra algum comportamento de quem necessita de água que foi aprendido pelo
efeito que proporcionou matar a sede.
Podemos reproduzir essa situação num laboratório, só que neste caso nós determinaremos a
resposta que desejamos que o organismo emita para conseguir o efeito esperado, de matar a
sede.
Colocamos então nosso ratinho na " caixa de Skinner" onde ele encontrará apenas uma
barra que, quando pressionada, aciona um mecanismo que faz com que caia uma gota de
água.
Aqui esperamos que o ratinho pressione a barra. Por acaso, por mero acidente, o ratinho, na
exploração da caixa, encosta na barra, faz surgir pela primeira vez a gotinha de água, que é
lambida devido à sede. Para saciá-la, ele continuará buscando a água e irá repetir o seu
comportamento até que o ato de pressionar a barra esteja associado ao aparecimento da
água.
Neste caso, do condicionamento operante, o que propicia a aprendizagem dos
comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito resultante, no sentido de
satisfazer-lhe alguma necessidade, ou melhor dizendo, a relação que se estabelece entre
uma ação e seu efeito.

Behaviorismo contemporâneo

Hoje, a perspetiva behaviorista é muito mais flexível do que na época de Watson, os


behavioristas contemporâneos investigam estímulos, respostas observáveis e aprendizagem,
mas também estudam cada vez mais fenómenos complicados, que não podem ser
observados como por exemplo, o amor, estresse a sexualidade. Na modernidade o uso do
behaviorismo é formulada por perguntas precisas e claras e o uso de métodos relativamente
objetivos na condução de pesquisas cuidadosas.

BOOK, Ana; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria. (1992). Psicologias: uma introdução
ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva.

KELLER, Fred. (1970). Aprendizagem: teoria do reforço. São Paulo: Herder e EDUSP.

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