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Universidade Federal de Uberlândia

Instituto de Química
Química Industrial
Disciplina: GQB044 – Físico Química Experimental

Experimento 1
Lei de Boyle

Docente: Profa. Dra. Sheila Cristina Canobre

Alunos: Ana Carolina Ribeiro Santos - 11811QID048


Mychelle Lucas dos Santos – 11811QID040

Uberlândia, 22 de agosto de 2023


1. Introdução

Constituído por um conjunto de partículas muito separadas e com movimentos aproximadamente


aleatórios, o estado físico mais simples que a matéria pode assumir é um gás, que por não apresentar
formato ou volume definidos retem a capacidade de ocupar o volume total de um recipiente que o
contenha.[1] O estado de um gás puro é definido por três variáveis: número de mols, volume, pressão
e temperatura, deste modo os estudos envolvendo a relação dessas variáveis foram realizados
mantendo pelo menos uma delas constante.[2]
No século XVII, o químico Robert Boyle estudou sobre o comportamento dos gases e em 1662
publicou o trabalho intitulado “The Spring and Weight of the Air”, no qual relatava os resultados de
seus experimentos quanto ao comportamento dos gases quando submetidos a uma transformação
isotérmica, ou seja, sua temperatura permanecia constante durante todo o procedimento.[2]
Em seus estudos, Boyle investigou a relação entre pressão e volume utilizando o dispositivo indicado
na imagem 1. Dentro do tubo introduziu-se mercúrio fazendo com que o gás ficasse aprisionado do
lado menor do tubo e a pressão exercida no gás pelo mercúrio era equivalente a pressão atmosférica,
ao adicionar mais mercúrio resultava em um aumento da pressão e a diminuição do volume do gás.[3]

Figura 1 – Dispositivo para estudar a relação entre a pressão e o volume de um gás.

Fonte: Química Geral: Conceitos essenciais (2010).

Assim Boyle concluiu o que posteriormente seria denominado de lei de Boyle, que em um sistema
cujo a temperatura permanece constante a pressão e volume são inversamente proporcionais e o
produto dessas variáveis é constante para uma determinada quantidade de gás. Isso significa que ao
dobramos a pressão total aplicada, que consiste na pressão atmosférica mais a pressão em virtude da
adição de mercúrio, o volume do gás irá diminuir pela metade.[3]

P = k1 x 1 ( Equação 1)
V

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2. Objetivos
Verificar se o ar aprisionado no manômetro segue a Lei de Boyle e por meio dos dados experimentais
determinar a aceleração da gravidade.

3. Parte experimental
3.1. Materiais
- Régua;
- Manômetro;
- Barômetro;
- Aparelho para leitura de hgás e hHg;

Fonte: Os autores (2023).


- Termômetro.

Fonte: Os autores (2023).

3.2. Metodologia
Primeiramente mediu-se a temperatura do ambiente no qual o procedimento seria realizado, em
seguida foi determinado o ponto zero nivelando as duas colunas de mercúrio e efetuou-se a leitura de
hgás e hHg. Logo após variou-se a hHg de forma aleatória para 5 pontos positivos e 5 pontos negativos
considerando o ponto zero como referencial e efetuou-se a leitura de hgás e hHg para cada um dos pontos.
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4. Resultados e discussões
Para execução dos cálculos são necessários alguns dados, como a temperatura no dia e local do
experimento e pressão atmosférica. Na tabela 1 estão listadas as informações utilizadas.

Tabela 1 – Dados de pressão atmosférica, temperatura, aceleração da gravidade e densidade do


mercúrio.

Pressão atmosférica 1021 hPa


Temperatura 27 °C / 300,15 K
Aceleração da gravidade 9,8 m/s -2
Densidade do mercúrio 13.529,1 kg/m³

A tabela 2 indica os valores da altura do gás e do mercúrio, obtidas durante o experimento.

Tabela 2 – Dados da altura do gás e mercúrio obtidos durantes a variação dos pontos e valores de
hgás-1

hgás (m) hHg (m) hgás-1 (m-1)


0,235 0,03 4,25531915
0,223 0,073 4,48430493
0,199 0,157 5,02512563
0,188 0,256 5,31914894
0,176 0,274 5,68181818
0,244 0 4,09836066
0,25 -0,018 4
0,257 -0,028 3,89105058
0,262 -0,044 3,81679389
0,269 -0,064 3,71747212
0,278 -0,085 3,5971223

Utilizando os dados da tabela 2 foi construído um gráfico linearizado de hHg em função hgás-1,com
intuito de obter a equação de reta e o coeficiente de correlação.

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Gráfico 1 - Gráfico da linearização de hHg em função da hgás-1

A equação de reta e o coeficiente de correlação obtido foi:


y= 0,1799x – 0,733 ( Equação 2)
R2 = 0,9903
Quando o coeficiente de correlação é próximo de 1, nos indica que os dados possuem boa correlação
linear, assim, indicando que está em conformidade com a Lei de Boyle.
Rearranjando a equação 2 levando em consideração a equação 3 é possível obter a equação 4.

(Equação 3)

hHg = 0,1799 hgás-1 – 0,733 m ( Equação 4)


Utilizando o coeficiente linear da equação 4 e comparando com o da equação 3 é possível determinar
a aceleração da gravidade através da igualdade da equação 5

- P atm / ρ Hg . g = - 0,733 m ( Equação 5)

g = P atm / ρ Hg . 0,733 m

g = 102100 kg m-1 s -2 / 13.529,1 kg m-³. 0,733 m = 10,29 m s-2

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Para avaliar melhor a validade do experimento foi utilizada a equação 6, para calcular o erro relativo.

Erro relativo (%) = (|valor teórico – valor experimental| / valor teórico) x 100 ( Equação 6)

Erro relativo (%) = (|9,8 m s-2 - 10,29 m s-2| / 9,8 m s-2) x100

Erro relativo (%) = 5 %


É valido ressaltar que durante o experimento, a temperatura pode sofrer variações, por não ser um
ambiente com controle de temperatura. Como a Lei de Boyle é válida para temperatura constante, as
possíveis variações de temperatura, podem ter interferido no resultado. Além desse fator, tem os erros
associados ao analista durante a leitura dos dados obtidos.

5. Conclusão
O valor de R2 obtido indica uma boa correlação linear hHg em função da hgás-1, assim,
compreende-se que o gás contido no manômetro segue a Lei de Boyle.
A aceleração da gravidade encontrada experimentalmente foi de 10,29 m s-2 com uma discordância de
5% do valor teórico.

6. Referências
[1] ATKINS, P.; PAULA, J. (org). Físico-Química. Vol 1. LTC.2008
[2] Lei dos gases ideais: Geral, Boyle, Gay-Lussac, Charles e Clayperon. UFS, 2012. Disponível em:
<https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/16433416022012Instrumentacao_para_Ensino_de
_Fisica_II__Aula_5.pdf >. Acesso em: 20 de agosto de 2023.
[3] CHANG, R. Química Geral: conceitos essenciais. Tradução: Maria José Ferreira Rebelo. 4. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2010.

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