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• Matricialidade Sociofamiliar.
• Descentralização político-administrativa e Territorialização.
O SUAS define e organiza os elementos essenciais e imprescindíveis à execução da
• Novas bases para a relação entre Estado e Sociedade Civil.
política de assistência social possibilitando a normatização dos padrões nos serviços,
• Financiamento.
qualidade no atendimento, indicadores de avaliação e resultado, nomenclatura dos
• Controle Social.
serviços e da rede socio-assistencial e, ainda, os eixos estruturantes e de subsistemas
• O desafio da participação popular/cidadão usuário.
conforme aqui descritos:
• A Política de Recursos Humanos.
• A Informação, o Monitoramento e a Avaliação.
Conceito e Base de Organização do Sistema Único de Assistência Social – SUAS Vigilância Social:
refere-se à produção, sistematização de informações, indicadores e índices
territorializados das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social que incidem
sobre famílias/pessoas nos diferentes ciclos da vida (crianças, adolescentes, jovens,
adultos e idosos); pessoas com redução dacapacidade pessoal, com deficiência ou
em abandono; crianças e adultos vítimas de formas de exploração, de violência e de Os indicadores a serem construídos devem mensurar no território as situações de
riscos sociais e violação de direitos.
ameaças; vítimas de preconceito por etnia, gênero e opção pessoal; vítimas de
apartação social que lhes impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando
sua existência; vigilância sobre os padrões de serviços de assistência social em
especial aqueles que operam na forma de albergues, abrigos, residências, semi-
residências, moradias provisórias para os diversos segmentos etários.
Proteção Social:
• segurança de sobrevivência ou de rendimento e de autonomia: através de benefícios
continuados e eventuais que assegurem: proteção social básica a idosos e pessoas
com deficiência sem fonte de renda e sustento; pessoas e famílias vítimas de
calamidades e emergências; situações de forte fragilidade pessoal e familiar, em
especial às mulheres chefes de família e seus filhos.
• segurança de convívio ou vivência familiar: através de ações, cuidados e serviços
que restabeleçam vínculos pessoais, familiares, de vizinhança, de segmento social,
mediante a oferta de experiências socioeducativas, lúdicas, socioculturais,
Os serviços socioassistenciais no SUAS são organizados segundo as seguintes desenvolvidas em rede de núcleos socioeducativos e de convivência para os diversos
referências: vigilância social, proteção social e defesa social e institucional: ciclos de vida, suas características e necessidades.
• segurança de acolhida: através de ações, cuidados, serviços e projetos operados
em rede com unidade de porta de entrada destinada a proteger e recuperar as
situações de abandono e isolamento de crianças, adolescentes, jovens, adultos e
idosos, restaurando sua autonomia, capacidade de convívio e protagonismo mediante
a oferta de condições materiais de abrigo, repouso, alimentação, higienização,
vestuário e aquisições pessoais desenvolvidas através de acesso às ações socio-
educativas.
Não se pode desconsiderar que ela se caracteriza como um espaço contraditório, cuja dinâmica
cotidiana de convivência é marcada por conflitos e geralmente, também, por desigualdades, além de
que nas sociedades capitalistas a família é fundamental no âmbito da proteção social.
A família, independentemente dos formatos ou modelos que assume, é mediadora das relações entre Família é um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consangüíneos, afetivos e, ou, de
os sujeitos e a coletividade, delimitando, continuamente os deslocamentos entre o público e o privado, solidariedade. Como resultado das modificações acima mencionadas, superou-se a referência de tempo
bem como geradora de modalidades comunitárias de vida. e de lugar para a compreensão do conceito de famíli
No artigo 226, da Constituição Federal do Brasil, declara que a: “família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado”, endossando, assim, o artigo 16, da Declaração dos Direitos Humanos,
que traduz a família como sendo o núcleo natural e fundamental da sociedade, e com direito à proteção
da sociedade e do Estado.
Gestão da Política Nacional de Assistência Social na
Enquanto política pública que compõe o tripé da Seguridade Social, e considerando as características da
Perspectiva do Sistema Único de Assistência Social - SUAS população atendida por ela, deve fundamentalmente inserir-se na articulação intersetorial com outras
políticas sociais, particularmente, as públicas de Saúde, Educação, Cultura, Esporte, Emprego,
Habitação, entre outras, para que as ações não sejam fragmentadas e se mantenha o acesso e a
A política de Assistência Social possui papel fundamental no processo de emancipação destas, qualidade dos serviços para todas as famílias e indivíduos
enquanto sujeito coletivo.
A efetivação da política de Assistência Social, caracterizada pela complexidade e contraditoriedade que
cerca as relações intrafamiliares e as relações da família com outras esferas da sociedade,
A centralidade da família e a superação da focalização, no âmbito da política de Assistência Social, especialmente o Estado, colocam desafios tanto em relação a sua proposição e formulação quanto a
repousam no pressuposto de que para a família prevenir, proteger, promover e incluir seus membros é sua execução.
A matricialidade sociofamiliar passa a ter papel de destaque no âmbito da Política Nacional de
necessário, em primeiro lugar, garantir condições de sustentabilidade para tal. Nesse sentido, a
Assistência Social – PNAS. Dentro do princípio da universalidade, portanto, objetiva-se a manutenção e a extensão de direitos,
Matricialidade Sociofamiliar formulação da política de Assistência Social é pautada nas necessidades das famílias, seus membros e
dos indivíduos em sintonia com as demandas e necessidades particulares expressas pelas famílias
A centralidade da família é garantida à medida que na Assistência Social, com base em indicadores das
necessidades familiares, se desenvolva uma política de cunho universalista, que em conjunto com as
transferências de renda em patamares aceitáveis se desenvolva, prioritariamente, em redes
socioassistenciais que suportem as tarefas cotidianas de cuidado e que valorizem a convivência familiar
e comunitária.
A vulnerabilidade à pobreza está relacionada não apenas aos fatores da conjuntura econômica e das
qualificações específicas dos indivíduos, mas também às tipologias ou arranjos familiares e aos ciclos de
vida das famílias.
Transformações, que envolvem aspectos positivos e negativos, desencadearam um processo de
fragilização dos vínculos familiares e comunitários e tornaram as famílias mais vulneráveis.
Percebe-se que na sociedade brasileira, dada as desigualdades características de sua estrutura social,
o grau de vulnerabilidade vem aumentando e com isso aumenta a exigência das famílias desenvolverem
complexas estratégias de relações entre seus membros para sobreviverem.
Os serviços de proteção social, básica e especial, voltados para a atenção às famílias deverão ser
prestados, preferencialmente, em unidades próprias dos Municípios, através dos Centros de
Referência da Assistência Social básico e especializado. Os serviços, programas, projetos de atenção
às famílias e indivíduos poderão ser executados em parceria com as entidades não-governamentais de
assistência social, integrando a rede socioassistencial.
o artigo 6º, da LOAS, dispõe que as ações na área são organizadas em sistema
descentralizado e participativo, constituído pelas entidades e organizações de
assistência social, articulando meios, esforços e recursos, e por um conjunto de
instâncias deliberativas, compostas pelos diversos setores envolvidos na área.
O artigo 11º da LOAS coloca, ainda, que as ações das três esferas de governo na Cabe a cada esfera de governo, em seu âmbito de atuação, respeitando os princípios
área da assistência social realizam-se de forma articulada, cabendo a coordenação e e diretrizes estabelecidos na Política Nacional de Assistência Social, coordenar,
as normas gerais à esfera Federal e a coordenação e execução dos programas, em formular e co-financiar, além de monitorar, avaliar, capacitar e sistematizar as
suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. informações.
O princípio da homogeneidade por segmentos na definição de prioridades de serviços, Muitos dos resultados das ações da política de assistência social impactam em
programas e projetos torna-se insuficiente frente às demandas de uma realidade outras políticas sociais e vice-versa, é imperioso construir ações territorialmente
marcada pela alta desigualdade social. definidas, juntamente com essas políticas.
Trata-se de identificar os problemas concretos, as potencialidades e as soluções, a Uma maior descentralização, que recorte regiões homogêneas, costuma ser pré-
partir de recortes territoriais que identifiquem conjuntos populacionais em situações requisito para ações integradas na perspectiva da intersetorialidade.
similares, e intervir através das políticas públicas, com o objetivo de alcançar A proposta de planejamento e intervenções intersetoriais envolve mudanças nas Torna-se necessário, constituir uma forma organizacional mais dinâmica, articulando as diversas
resultados integrados e promover impacto positivo nas condições de vida. instituições sociais e suas práticas instituições envolvidas.
Descentralização Político-Administrativa e Territorialização
A Política Nacional de Assistência Social caracterizará os municípios brasileiros de
É essa a perspectiva que esta Política Nacional quer implementar. A concepção da
acordo com seu porte demográfico associado aos indicadores socioterritoriais
assistência social como política pública tem como principais pressupostos a
disponíveis a partir dos dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e
territorialização, a descentralização e a intersetorialidade
Estatística