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EDUCACIONAL
SUMÁRIO
UNIDADE 1
ESTUDO DE POLÍTICA E DA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
BRASILEIRA ............................................................................................................. 19
RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO, ESTADO E SOCIEDADE ................................ 19
O ESTADO E SUAS POLÍTICAS SOCIAIS ........................................................... 22
DO CAPITALISMO LIBERAL AO SOCIALISMO REAL .................................... 22
UNIDADE 2
POLÍTICAS EDUCACIONAIS: CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITOS
PERTINENTES ........................................................................................................ 29
USO CORRENTE DO TERMO POLÍTICA .............................................................. 30
ESTADO CAPITALISTA: NATUREZA, PAPEL E ................................................ 32
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E POLÍTICAS SOCIAIS ........................................ 37
UNIDADE 3
A EDUCAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE ............................ 41
O ARCABOUÇO DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA:
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR (1889-1985) ........................... 46
FASE REPÚBLICA: REPÚBLICA VELA ................................................................ 47
FASE REPUBLICANA: SEGUNDA REPÚBLICA E O ESTADO NOVO ............. 49
FASE REPUBLICANA: A QUARTA REPÚBLICA E A DEMOCRATIZAÇÃO .. 55
A POLÍTICA EDUCACIONAL DA DITADURA MILITAR ................................... 58
A POLÍTICA EDUCACIONAL E A LEGISLAÇÃO NO PERÍODO DA
DITADURA MILITAR ............................................................................................ 60
A REFORMA EDUCACIONAL DOS ANOS 1990 .................................................. 64
A ATUAL POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA .......................................... 70
EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................................................... 73
ENSINO FUNDAMENTAL ...................................................................................... 75
ENSINO MÉDIO ........................................................................................................ 77
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ................................................................. 80
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ................................................................................. 82
VARGAS E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ......................................................... 83
O TRABALHO E A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL ............................................ 87
O DECRETO FEDERAL NO 2.208/97 ....................................................................... 90
UNIDADE 4
LINHAS DE ATUAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
BÁSICA ..................................................................................................................... 93
A IDENTIDADE PROFISSIOAL DO PROFESSOR E A
POLÍTICA EDUCACIONAL ..................................................................................... 97
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA ...................................................... 99
RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO ............................................ 101
FUNDEB: INSTRUMENTO DE POLÍTICA EDUCACIONAL ............................. 103
GESTÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA E OS SISTEMAS DE
ENSINO .................................................................................................................... 106
ESCOLA PÚBLICA E O EXÉRCITO DA DEMOCRACIA................................... 110
POLÍTICA DE FORMAÇÃO DO GESTOR DA ESCOLA
PÚBLICA .................................................................................................................. 112
OS DESAFIOS DA QUALIDADE E DA EQUIDADE........................................... 114
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 119
ESTUDO DE POLíTICA E DA
1
OBJETIVO DESTA UNIDADE:
Refletir sobre a
3
educativas? Que filosofia fundamenta a organização social
contemporânea? E que valores estão embutidos nesta filosofia?
O Estado detém papel relevante nas políticas sociais, embora sua função
seja de instrumentação. De um modo geral, o próprio Estado é uma
instância delegada de serviço público e nisso deve tornarse o lugar
5
importante de equalização de oportunidades. Por isso, o problema
principal nunca será seu tamanho, ou simplesmente sua presença, o que se
questiona no entanto é a quem serve.
7
sociedade, como agente relevante de assistências e serviços públicos de
qualidade. O cidadão precisa de um Estado que dê prioridade para as
questões eminentemente sociais a fim de que sinta o bemestar social onde
a pobreza não seja majoritária. Temos identificado casos em nosso país em
que a pobreza tem se manifestado do modo assustador. Mesmo diante de
“pacotes” de políticas sociais acenadas pelo governo para acabar com a
pobreza, ainda assim é notório por todos que existe pobreza absoluta. Um
exemplo bem explícito está no salário mínimo do trabalhador.
Outro ponto que serve para sua reflexão, prezado estudante, é no tocante
ao que está relacionado com os padrões de bem-estar social, que, diante
das perspectivas sociais, tende a decrescer a cada ano, considerando as
desigualdades sociais que se constituiu exarcebadas, de modo que apenas
uma minoria mantém os privilégios, ou seja, a superestrutura apoiada na
infraestrutura que é a maioria. Isso sem dúvida ocasiona o
empobrecimento, tendo em vista o paradoxo do poder aquisitivo de uns
poucos em relação a maioria da sociedade. Não é possível manter salários
elevados para todos os trabalhadores sem a vigência avassaladora do
salário mínimo, ou sem a relação de domínio no confronto dos preços e
das moedas dos mercados existentes.
Nos anos 70, houve uma expectativa de certo bem estar social, no entanto
foi falsa, porque o próprio crescimento econômico era unilateral, devido a
um rápido crescimento econômico, porém esse crescimento estava
relacionado com a dívida externa. Demo (1994, p.56) sintetiza dívida
externa: “é difícil encontrar matemático para viabilizar esse pagamento”.
Uma prática que se constata no cotidiano é que “se gasta mais do que se
arrecada”; o sistema especulativo sobrepõe-se aos interesses dos
investimentos produtivos e o descontrole dos gastos públicos tem sido de
grande escala.
assim, percebe-se que o Estado não pode fugir das suas atribuições que são
inteiramente políticas com vistas ao bem comum.
9
maiúscula, estamos nos referindo a todas as instituições das três esferas governamentais e não aos governos Estado Máximo: Estado social,
estaduais ou a um determinado estado do nosso país. interventivo.
Estado Capitalista é um tipo de
Estado criado pela burguesia para
produzir na sua estrutura e
funcionamento as características
das relações sociais e econômicas
que constituem o modo de
produção capitalista
(BIaNCHETTI, 1997, p.78)
Políticas sociais: estratégias promovidas a partir do nível político com o objetivo de desenvolver um
determinado modelo social [...] compõem-se de planos, projetos e diretrizes específicas em cada área da ação
social [...] políticas ligadas à saúde, a educação, habitação e previdência social ( BIaNCHETTI, 1997, p. 88-
89).
11
seus interesses estratégicos, utilizando, para isso, as estruturas políticas
sobre as quais exercem hegemonia” ( BIaNCHETTI, 1997, p. 89).
AZEVEDO, Janete M. Lins de. A educação como política pública. 2. ed. amp.
Campinas, SP: autores associados, 2001.
2
contextualização e conceitos
pertinentes
Como estamos constatando, política e Estado estão relacionados pela Se a política é um conjunto
de intenções, de ações e de
natureza, pela função e pelos elementos constitutivos. recursos necessários para
atingir determinados
objetivos, pergunta-se: a
assista o vídeo Vida Maria, que representa a desigualdade social no nosso serviço de que e de quem
esses objetivos vêm sendo
país e a falta de implementações de Políticas sociais nas regiões deste pensados e concretizados?
Brasil.
Gênero: Animação
entendido aqui como uma relação social. Por ser uma relação social,
17
espaço-tempo de modo que apareçam de interesse geral ou comum. O
poder político que o constitui sofre e exerce influências da base
econômica, é o que denominamos de autonomia relativa do Estado, isto é,
ela resulta da relação dialética de determinar e ser determinado pela base
econômica. O Estado resume e condensa as relações sociais conforme as
correlações de forças da sociedade civil.
Com as barreiras de proteção do Estado destruídas, quem perde nesse jogo de interesses?
a primeira forma de Estado Moderno foi a denominada absolutista. O Finalmente,
poder era concentrado pela monarquia. a monarquia centralizava todas as chegamos à
decisões políticas, apoiadas pela nascente burguesia. O Estado fazia fortes organização social
intervenções na economia, como por exemplo, sobre normas e métodos de capitalista do
fabricação, que critérios deveriam ser seguidos para que fossem feitas as Estado Moderno.
inspeções para a aferição da qualidade da matéria prima utilizadas nas Esta organização
fábricas, quanto à fixação de preços etc. que chamamos de
POLíTICA E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL | UNIDADE 2
Estado Neoliberal
a forma seguinte foi o Estado Liberal. Neste período a burguesia (do século
é sustentada e
XVIII) fundamentada no iluminismo, ao contrário do absolutismo,
conduzida por uma
defendia, entre outras coisas, a liberdade nas atividades econômicas. O que
nova burguesia.
isto significa? Significa que deveria ser extinto o controle de impostos pelo
Principal proposta:
mercantilismo, mas como na forma anterior, conservou a soberania do
reformar o Estado
Estado que poderia ser vista através da centralização nas decisões políticas
para promover a
daquele tempo e seguintes. Este Estado era identificado como Estado
integração da
Mínimo, em virtude da extinção do controle nas atividades econômicas, o
economia do seu
que não quer dizer Estado fraco.
país. Como?
Privatizando as
Outra forma de organização do Estado Moderno é o liberaldemocrático.
empresas estatais e
Defende a intervenção do estado na economia para gerar a democracia,
abrindo o mercado
soberania, pleno emprego, justiça social, igualdade de oportunidades e a
através da
construção de uma ética comunitária e solidária. a política adotada pelo
desregulamentaçã
Estado para atender as reivindicações do proletariado foi chamada de
o das relações
política de bem-estar social. O Estado de bem-estar social ou Estado
comerciais, ou
providência era composto pelo governo central, parlamento,
seja, as barreiras
administração, forças militares e policiais, judiciário, governo regional,
que impedem o
assembleias legislativas e instituições sociais. Vale ressaltar que esta
livre comércio
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entre as grandes empresas e as pequenas empresas, entre as mais fortes e as mais fracas devem ser
derrubadas.
Libâneo (2003) caracteriza esta forma de organização de Estado minimalista, cujas funções são
policiamento, justiça e defesa nacional, projeto de desestatização,
desregulamentação e privatização, desqualificação dos serviços e das políticas públicas.
Denomina também de Estado Global como governo global; grupo g-7. a sua estrutura executiva é
composta pelo campo econômico, político, socialideológico e militar.
O Campo econômico é comandado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo Banco Mundial
(BIRD), Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Organização Mundial de
Comércio (OMC) e acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt). O Político é pela Organização das
Nações Unidas (ONU) e Conselho de Segurança. O social/ideológico é comandado pela ONU,
assembleia Geral, Secretaria Geral, Corte Internacional de Justiça, Organização da ONU para a
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização
Internacional do Trabalho (OIT). E por último o Militar, cujo comando está com a Organização do
Tratado do atlântico Norte (OTaN).
Poderíamos perguntar: o que essas potências mundiais têm conseguido através dessa estrutura, desse
Estado global?
Quanto a sua natureza, papel e estrutura, Farias (2001) apresenta algumas explicações. Para ele,
existem alguns instrumentos metodológicos que explicam a natureza do Estado capitalista. Primeiro
fala do silogismo do Estado por defender que o Estado tem categorias universais e determinações
específicas e singulares. Trata-se do que chama de Forma-Estado relativo à generalidade, Forma-de-
Estado que seria a especificidade e Forma-do-Estado que se trata da singularidade.
O fetichismo do Estado é outro instrumento. aqui o Estado é apresentado como aparelho que representa
o bem coletivo. Oculta a objetividade já citada pela subjetividade, oculta, também, a essência pela
aparência. Para explicar outra categoria a Genealogia usa a metáfora gestação e parto. a gestação
corresponde ao momento do nascimento do Estado onde se dá a particularização. E o parto seria a
autonomia relativa em relação ao capital, aspecto já abordado neste fascículo.
Considerando os aspectos acima mencionados poderíamos inferir que uma vez constituído o Estado no
seio da sociedade capitalista a sua ação e formas de intervenção comungam para o desenvolvimento e
continuidade dessa sociedade. Por isso, podemos dizer que o Estado tem o papel de mediador nas
contradições e confrontos, papel de agente de intervenção, isto é, o Estado age conforme as demandas
de cada forma de organização social. a intervenção é situada nas relações sociais capitalistas em
diferentes momentos e espaços e atende as demandas do capital. Há uma primazia do capital sobre o
Estado. O Estado Mínimo não é Estado fraco. Ele é mínimo quanto a sua intervenção nas relações
econômicas, porém, é forte quanto ao controle dos resultados e nas decisões políticas. atualmente a sua
atuação vai além do quadro nacional e local. Insere-se nas relações entre nação e globalização.
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POLíTICAS EDUCACIONAIS E POLíTICAS SOCIAIS
a política educacional deve ser entendida como política pública de caráter social
que define o que fazer, como fazer e que recursos devem ser utilizados para
melhorar a educação ou torná-la de qualidade. A Política educacional como
policy expressam a politics, fenômeno que se reproduz no contexto das relações
de poder, no contexto das relações
Nas palavras de Dermeval Saviani (2007) a política educacional brasileira é formada pelo conjunto de
medidas que o Estado, no caso o governo brasileiro, planeja e desenvolve para imprimir os rumos que
a educação deve seguir no país. Confirma também que no âmbito do organograma governamental, essas
medidas situam-se na chamada área social, configurando-se como uma modalidade da política social.
O mesmo autor traz uma indagação pertinente ao se referir à política educacional como política social.
Diz ele: “[...] qual o significado desta expressão ‘política social’? Se a política é a arte de administrar o
bem comum, toda política não é necessariamente social?” Saviani (2007, p.01) explica que essa
denominação e mesmo a contradição presente na expressão decorre do modelo social em que vivemos,
isto é, decorre da sociedade capitalista cuja formação econômica está fundamentada na propriedade
privada dos bens produzidos coletivamente.
Pela conceituação podemos afirmar que uma política nacional de educação é mais abrangente do que a
simples legislação proposta para organizar a área educacional. Isto quer dizer que a política educacional
realiza-se “também pelo planejamento educacional e financiamento de programas governamentais, em
três esferas, bem como por uma série de ações não-governamentais que se propagam, com informalidade
pelos meios de comunicação oficiais e oficiosas” (SHIROMa, 2004, p 87).
Um aspecto que devemos enfatizar em relação à política educacional é que existem diferentes formas
de explicar ou compreender como esta política é definida. Mendes (1991) afirma que há uma
unanimidade quanto à necessidade da implementação de uma política educacional por parte do Estado.
Entretanto, as concepções sobre como são definidas são distintas ou divergentes.
23
Mendes classifica as concepções em ingênua, liberal e realista. a concepção
ingênua parte do princípio de que a educação tem autonomia suficiente para
definir seus próprios fins, cabendo à sociedade estabelecer uma política para que
estes fins sejam concretizados. a concepção liberal parte da ideia de que os rumos
da sociedade são definidos com base em ‘interesses coletivos’ sendo, portanto,
fundamental que as escolhas para a educação sejam feitas em nome de todos por
meio de ações democráticas. Já a concepção realista defende que a política
educacional está inserida numa política global do país e é definida exatamente
por aqueles que detêm a hegemonia do Estado.
1 Sabe-se que as políticas públicas devem ser exercidas pelo Estado. Portanto
descreva a relação entre a política social e a política educacional.
FARIAS, Flávio Bezerra de. O Estado Capitalista Contemporâneo: para as críticas das
visões regulacionistas. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MENDES, Durmeval Trigueiro (Coord.). Filosofia da educação brasileira. 4. ed., Civilização Brasileira,
1991.
SAVIANI, Dermeval. Da nova LBD ao Fundeb: por uma política educacional. Campinas, SP: autores
associados, 2007.
SHIROMA, Eneida Oto et al. Política Educacional: a Reforma como Política Educacional dos anos
1990. Rio de Janeiro: DP&a, 2004.
25
A EDUCAÇÃO E AS UNIDADE
TRANFORMAÇÕES
DA SOCIEDADE
3
OBJETIVODESTAUNIDADE
:
É esse caráter elitista que marca a origem da escola nas sociedades capitalistas e que domina as
organizações sociais procedentes da grega até a idade moderna. O mundo do trabalho foi evoluindo,
incorporando os princípios científicos na construção de novas técnicas e de novos modos de
produção e pode ser caracterizado no mercado pelo sistema trifásico: artesanato, manufatura e
industrialismo. a produção artesanal medieval foi substituída pela produção manufatureira,
alterando-se, substancialmente, o modo de produção e as relações de trabalho, uma vez que estas
relações deixam de ser naturais e passam a ser sociais.
O modo de produção capitalista foi introduzido pela burguesia por esta ser a classe que dominou o
capital. a luta pela superação do feudalismo, pelo modo de produção capitalista, trouxe como
condição para o seu desenvolvimento e definitiva implantação, a instrução. Por isso, a instrução
pública se inscreveu como um direito de todos nas constituições burgueses e na “Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão”. a proclamação da instrução pública se constituía, também, como
uma exigência para o reconhecimento do trabalhador na sociedade moderna, enquanto ser letrado.
Este acesso ao saber lhe possibilitaria operar as máquinas e viver na cidade. a educação seria
generalizada com a finalidade primeira de preparar o trabalhador para o mercado capitalista.
a Sociedade Moderna traz consigo as mudanças acima citadas e junto a essas mudanças surge
indagações tais como: Se o saber é força produtiva não deveria ser propriedade privada? afinal a
sociedade capitalista é baseada na propriedade privada dos meios de produção.
Instaura-se, neste momento, uma grande contradição, pois, o trabalhador na sociedade capitalista
não pode ser o detentor dos meios de produção. Porém, sem o saber ele não pode produzir. Qual
seria a solução encontrada para esse impasse?
É da essência do capitalismo que o trabalhador só detenha a força de trabalho, por isso, no próprio
processo de produção são logo encontrados mecanismos que possam superar tal contradição.
Na atual dinâmica do sistema produtivo, a concentração manifestase por meio das interações e
incorporações entre o setor industrial e o setor de prestação de serviços e por meio da fusão de
grandes corporações.
No primeiro caso, as fronteiras entre esses setores são quebradas e surge a chamada “produção de
serviço industrial” (zaRIFIaN, 1998). Segundo o mesmo autor, esta junção não acontece sem
problemas. apesar da intercomunicação entre o universo da produção/concepção e o universo
comercial, existem, também, incompatibilidades. Elas são refletidas através de dois problemas.
Primeiro pela concentração da produção/concepção, e, segundo, pela
reconcentração/descentralização dos universos comerciais.
No segundo caso, o das fusões de grandes corporações, empresas diferentes ou do mesmo ramo,
que têm interesses comuns, juntamse para ganhar a maior fatia do mercado e aumentar o seu poder
no mercado.
Estrutura-se uma sociedade assimétrica para atender às novas exigências do capitalismo, ou seja,
incluir e excluir quando se fizer necessário. Criam-se estratégias para fazer valer a ideia de
A ênfase nas habilidades cognitivas, comportamentais e atitudinais é uma realidade legitimada pelas
leis, reformas, pareceres, entre outros mecanismos legais que amparam a educação, assim como,
pelos mecanismos informais de interação social. a conversa, a troca de ideias, o trabalho coletivo,
desde que convirjam para os objetivos da elite dominante, são aceitos e até estimulados, nesse caso.
A tradição hegemônica dos países centrais e de pequenos grupos internos, nos países periféricos,
continua tendo, nas redes de comunicação, e em especial as comunicações de massa, a sua maior
aliada para o reforço das desigualdades socioculturais e difusão das ideologias que sustentam os
interesses das elites internacionais e locais. Fato que merece atenção e cuidado por parte dos
educadores que direta ou indiretamente contribuem ou interferem na formação de trabalhadores.
A educação na maioria das vezes é apresentada como fator de mudança social. a atual, por exemplo,
é reflexo de inúmeros acontecimentos políticos, históricos e culturais, que foram e são responsáveis
por muitas transformações sociais.
Por se defender que é importante relacionar organização escolar com a organização social - em
função das determinações e interferências de uma e de outra - a seguir apresentamos uma
retrospectiva, de modo sintético, obviamente, da evolução da educação brasileira, dando ênfase
para a estrutura e funcionamento do ensino, assim como a organização curricular vigente em cada
período.
A História da Educação Brasileira é tema que há muito vem sendo estudado. Na obra, História da
Educação Brasileira: organização escolar (1993), Maria Luisa Santos Ribeiro aborda de forma
didática (sistemática) a organização escolar brasileira relacionando com o desenvolvimento da
base material da sociedade na qual está inserida.
Sobre o período acima diz que a influência na educação nacional decorre das transformações
políticas e da filosofia positivista.
Apesar do crescimento e descontentamento, a camada média não chegava a ser socialmente tão
forte que, sozinha, pudesse conduzir um movimento que resultasse na modificação do regime
político. Nestas circunstâncias, o apoio tanto da facção dominante interna como externa era
indispensável para a concretização dos planos. Sob a liderança de elementos da camada média
(especialmente militar), com o apoio da camada dominante do café e com a aparente omissão da
maioria da população, era proclamada a República, em1888.
Politicamente, adota-se o modelo norte-americano. Por outro lado, a descentralização atendia aos
interesses tanto dos setores da camada média, como a facção dominante que participava do
processo. É por esta razão que se instala na organização escolar da Primeira república uma
dualidade, fruto da descentralização, legalmente apoiada pela constituição de 1891.
A República resultou de um golpe militar impulsionado por três forças sociais: uma parcela do
exercício, fazendeiros (cafeicultores) e representantes das classes médias urbanas (intelectuais).
Essa composição governou o país nos primeiros anos do novo regime (Governo Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto). Uma vez estabilizada a nova situação, os cafeicultores (oligarquias)
procuraram afastar do governo os militares e os elementos intelectuais mais progressistas. O marco
inicial dessa nova fase foi o ano de 1894 com a eleição do presidente civil, Prudente de Morais. a
queda de Floriano significou a vitória das Oligarquias e a solução da crise política.
No início da república, o anseio pelo aumento do número de vagas nas escolas estava ligado aos
intelectuais da sociedade política. Diferentemente, este mesmo anseio dos anos 10 caminhou
através de entidades da sociedade civil e foi fomentado por intelectuais ligados às parcelas da
nascente burguesia e das Classes Médias urbanas não direta e exclusivamente vinculadas ao
governo.
A força do entusiasmo pela educação espraiou-se até meados dos anos 1920, quando foi atropelada
por outro movimento; o otimismo pedagógico. Isto se deve em grande parte pela falta de qualidade
no critério de seleção em base não-pedagógica, na falta de rigor no ensino oferecido aos que
conseguiam ingressar e pelo próprio estrangulamento na organização escolar brasileira, isto é,
intenção dualista do ensino.
Resumidamente, podemos dizer que neste período a estrutura do ensino e a organização curricular
apresentavam-se da seguinte forma:
• Para o ensino secundário foi tomado como referência o Colégio D. Pedro II no que se refere ao
currículo, duração do curso, regime didático e fins, ou seja, propedêutico. No currículo
predominava Humanidades (42,5%), seguidas de Matemática e Ciências (25%), Estudos
Sociais (15%) e outras atividades que representavam dezessete e meio por cento(17,5%).
• O Ensino Superior continuou restrito aos alunos das camadas altas da sociedade. Era ministrado
em faculdades isoladas federais, estaduais e particulares. Cursos predominantes: médico
cirúrgico, farmacêutico, politécnica e jurídica.
Para caracterizar o período podemos citar alguns acontecimentos marcantes. Não é possível discutir
a educação e o ensino sem considerar as questões econômicas, políticas e sociais. Sendo assim, é
pertinente a opção pela década de 1930, período que começa a formação do Estado Moderno
brasileiro (FRaNCISCO FILHO, 2004). a aristocracia rural foi derrotada pela burguesia urbana, o
sistema político da República Velha foi substituído, na Era Vargas, por não atender mais as
aspirações da emergente urbanização.
Esses aspectos são fundamentais para a análise e compreensão sobre o processo de organização do
sistema de ensino no Brasil por fornecerem elementos esclarecedores sobre acontecimentos
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, gerou no Brasil a crise do café. Para superar
a crise o país adotou o modelo econômico de substituição das importações e iniciou o
desenvolvimento industrial. a industrialização emergente, o fortalecimento do Estado-nação
compreendido no período de 1930 a 1937, geraram uma demanda educacional que, por sua vez,
induziu o governo a efetuar ações com a perspectiva de organizar um Plano Nacional de Educação
Escolar para atender as condições exigidas no mercado de trabalho. Diferente do que ocorrera na
estrutura oligárquica rural, na qual a necessidade de instrução não era sentida nem pela população
nem pelos poderes constituídos (ROMaNELLI, 2003).
Os anos de 1930 a 1945, no Brasil, são caracterizados como períodos centralizadores quanto à
organização da educação. a afirmação pautase em ações como a imposição a todo país, em 1931,
das diretrizes traçadas pelo Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), a consolidação da
ditadura de Getúlio Vargas (1937) em que o debate sobre a pedagogia e política educacional
restringiu-se à sociedade política (LIBÂNEO, 2003).
Entre 1930 e 1937, o debate político incorporava diferentes projetos educacionais. Os liberais, que
preconizavam o desenvolvimento urbano-industrial, em bases democráticas, ao desejarem
mudanças quantitativas e qualitativas na rede de ensino público. Os católicos que se aproximando
das teses dos integralistas, defensores do nazismo e do fascismo europeus, opunham-se às propostas
dos liberais sob a alegação de que os liberais destruíam os princípios de liberdade de ensino e
retiravam das famílias a educação dos filhos. Tese reveladora da presença de forças privatistas que
acompanharam e acompanham a educação brasileira, ora com maior ou menor expressão e que
adquirem características diferenciadas de acordo com o contexto.
Durante o Estado Novo - regime ditatorial de Getúlio Vargas que durou de 1937 a 1945 -
oficializou-se o dualismo educacional através das Leis Orgânicas. Essas leis impediam as classes
populares de ter acesso ao ensino propedêutico, de nível médio, e ter acesso também ao ensino
superior. Para impedir o acesso a estes níveis de ensino utilizavam-se de mecanismos
antidemocráticos como, por exemplo, a aplicação de exames rígidos e seletivos.
Resumidamente, podemos dizer que nesse período a estrutura do ensino e a organização curricular
apresentavam-se da seguinte forma:
• A Reforma Francisco Campos não se preocupou com o ensino popular nem com a expansão ou
melhoria da escola primária. Restringiu-se a criar o Conselho Nacional de Educação, traçar
diretrizes para o ensino superior e organizar o ensino secundário;
• A Constituição de 1934, dentre outras coisas, incumbiu a União de fixar o Plano Nacional de
Educação e de coordenar e fiscalizar a sua execução em todo país. Segundo ela o ensino
primário seria obrigatório e gratuito, assim como o concurso público para o magistério.
• No Estado Novo não houve legislação para a dotação orçamentária para a educação. Nesse
mesmo período começou a ser emitida uma série de decretos-leis, as Leis Orgânicas do Ensino,
chamadas de Reformas Capanema que ordenavam o ensino primário, secundário, industrial,
comercial, normal e agrícola. Esta Reforma esboçou um sistema nacional de ensino até então
inexistente.
Otaiza Romanelli (2003) complementa as informações acima ao afirmar que antes da Reforma
Francisco Campos a estrutura do ensino nunca tivera organizada sob uma base nacional, ou seja,
uma política nacional de educação. O que existiam eram sistemas estaduais, sem articulação com o
sistema central.
Sob o comando do Ministério da Educação e Saúde pública, Francisco Campos cria, pela primeira
vez, as bases de um Sistema de Educação Nacional, cria o Conselho Nacional de Educação, adota
no ensino superior o regime Universitário, dispõe sobre a organização da Universidade do Rio de
Janeiro, sobre o Ensino secundário, e regulamenta a profissão do contador. “Era, pois, o início de
uma ação mais objetiva do Estado em relação à educação” (p.131).
A Confederação Nacional das Indústrias cria através do decreto-lei 4.048 de 22 de janeiro de 1942
o Serviço Nacional de aprendizagem dos Industriários. Este órgão organizava (e mantinha) as
escolas de aprendizagem cujos cursos eram ministrados de forma mais rápida e segundo a Lei
Orgânica do Ensino Industrial, cujo objetivo era a preparação de aprendizes menores nos
estabelecimentos industriais ‘curso de formação e continuação para trabalhadores não sujeitos à
aprendizagem’ (p.166).
Vários decretos vieram regulamentar tal modalidade de ensino. O primeiro, de número 4.481 de 16
de julho de 1942:
O outro decreto-lei, o 4.436, de sete de novembro de 1942, ampliava o espaço de atuação do SENaI,
estendendo ao setor de transportes, comunicação e da pesca.
Com a criação das escolas de aprendizagem do SENaI convive-se com um sistema dual e paralelo
de ensino, ao lado de um sistema oficial. Manter a dualidade significava por um lado dar
continuidade a um sistema, e do outro, seria uma forma necessária de controlar a expansão do
ensino das elites. Desta forma, limitava-se às camadas médias e altas o acesso ao ensino oficial e
continha-se a ascensão das camadas populares que porventura viessem procurar as escolas do
sistema de ensino oficial, oferecendo a eles, um derivativo.
O período da democracia representativa que seguiu o Estado Novo conviveu com a Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT) e com a organização de ensino bifurcado, ou seja, para as elites o
caminho escolar era simples: do primário ao ginásio, do ginásio ao colégio e, posteriormente, a
opção por qualquer curso superior. Havia ainda a chance de profissionalização, mas destinado às
moças, que depois do primário poderiam ingressar no Instituto de Educação e, depois, cursar a
faculdade de filosofia. O caminho escolar das classes populares, caso escapasse da evasão, ia do
primário aos diversos cursos profissionalizantes. Cada curso profissionalizante só dava acesso ao
Derrubado o Estado Novo, foi eleito pelo voto popular o Marechal Dutra que governou de 1946 a
1950 representando a oportunidade dos “novos ricos” na política. Em outubro de 1946, foi
promulgada a quarta Constituição Republicana que em muitos pontos reafirmava os princípios de
“democratização” restritos à gratuidade.
Com a Constituição de 1946 volta para os palcos de discussões ideológicas questões em torno das
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Possui um espírito liberal democrático, uma vez que
defende e assegura direitos e garantias individuais inalienáveis, que estavam impregnados nas
reivindicações sociais da época, como liberdade de pensamento na imprensa. ao tratar da educação
traz para o debate a importância de uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e do
financiamento, pendência que, até nos dias atuais, constitui-se uma problemática a ser solucionada.
Sob as posições em face à nova lei, variam desde o otimismo exagerado, passando pela reserva de
outros, e chegando até ao pessimismo radical dos que se contrapunham a ela. Com estas posições
percebe-se que a eficácia de uma lei depende da concepção daqueles que elaboram, dos que
executam e de quem a interpreta, já que a lei está ligada a um contexto geral.
Sob a ótica de Romanelli (2003) merecem destaque alguns pontos sobre a lei. São eles: a estrutura
tradicional do ensino foi mantida e o sistema continuou organizado como na legislação anterior. Ou
Romanelli (2003) recorre ao pensamento de Florestan Fernandes (prática constante nesta obra) para
explicar que a situação sociocultural herdada nos países subdesenvolvidos não favorece uma boa
compreensão dos fins da educação enquanto fator construtivo e nem uma boa escolha dos meios
para atingi-los. a Lei de Diretrizes e Bases refletia exatamente esta situação. Segundo a autora:
a Lei de Diretrizes e Bases [...] foi uma oportunidade com que contou a sociedade
brasileira para organizar seu sistema de ensino, pelo menos em seu aspecto formal, de
acordo com o que se reivindicava no momento, em termos de desenvolvimento. Foi a
oportunidade que a nação perdeu de criar um modelo de sistema educacional que
pudesse inserir-se no sistema geral de produção do país, em consonância com os
progressos sociais já alcançados. Ocorreu, porém, que as heranças não só cultural,
como também a das formas de atuação política foram suficientemente fortes para
impedir que se criasse o sistema de que carecíamos. O horizonte cultural do nosso
homem médio, sobretudo do nosso político, ainda limitava muito a sua compreensão
da educação, como um fator de desenvolvimento e como requisito básico para a
vigência do regime democrático (p.183).
Caro estudante, a legislação escolar, como você vê, vem atrelada ao contexto sociopolítico. E mais,
se configura, antes de tudo, como um problema de ordem política, fato que se torna preocupante,
pois, “a legislação é sempre resultado da proposição dos interesses das classes representadas no
poder” (idem, p.188).
as facções que compõem a estrutura de poder no Brasil podem ser representadas, grosso modo, diz
a autora, do seguinte modo (p. 189):
a) Este grupo considera a ação do Estado necessária, para garantir o lucro das empresas. Deve-
se limitar a oferecer incentivos. Prima por uma política econômica ao capital estrangeiro. Contrário
a qualquer tipo de estatização, temia a democracia como forma de vida social, econômica e política.
A intervenção das forças armadas na política educacional brasileira sofreu mudanças a partir de
1964. Em face de uma crise emergencial do Estado, tivemos uma intervenção duradoura, de um
Instalaram uma ditadura, violenta e repressiva, que durou vinte e um anos, sendo a mais longa das
ditaduras militares da américa Latina a partir dos anos 60.
A política educacional adotada após 64 evoluiu de forma diferente dos momentos anteriores. Em
princípio, Romanell (1999) aponta que a política educacional foi atender as exigências
quantitativas da demanda social da educação, preocupando-se predominantemente com a demanda,
tendo resultado ineficiente, uma vez que a crise econômica do início da década de 60 exigia por
parte do novo regime, com base na sua ideologia, a adoção de uma política econômica de
contenção. Significa dizer que o governo estava preocupado em capitalizar, em acumular para
investir.
Em face disso a necessidade de expansão da rede escolar tinha em vista as exigências das demandas
sociais da educação. Esta poderia comprometer a política econômica do governo. Pode-se observar
que a expansão se deu em ritmo lento o que tornou inviável acompanhar o crescimento da
demanda social agravando a crise educacional do país.
Isso repercutiu imediatamente nos vários setores da sociedade ao ponto de se organizarem em favor
das Reformas de Base a qual se espraiou no campo da educação e da cultura. Campanhas e
movimentos de educação e cultura popular despontavam em todos os pontos do país com propostas
de conscientização política e social do povo. Freitag (1979) aponta a nova situação econômica
que exigia a reorganização da sociedade política e da sociedade civil a fim de que o Estado se
tornasse novamente mediador dos interesses da reprodução ampliada das empresas privadas
nacionais e multinacionais. É nesse momento que “as forças armadas, como corporação
tecnoburocrática, ocupam o Estado para servir a interesses que acreditavam ser os da nação”.
Os setores políticos tradicionais, que são as massas populares, os intelectuais progressistas da
burguesia nacional, no seio do Estado da dominação de classe do período populista-
desenvolvimentista foram aniquilados, e se buscava transformar a influência militar permanente
como condição necessária para o desenvolvimento e a segurança nacional. Enquanto isso, uma
parcela de estudantes universitários, através da UNE (União Nacional dos Estudantes), engajou-se
na luta pela organização da cultura com vistas a uma organização estrutural da sociedade brasileira.
Com isso o Executivo ficou a vontade para legislar colocando restrições de toda ordem para os
oposicionistas às eleições parlamentares de 1966. Isto possibilitou abrir caminho para impor uma
Constituição que institucionalizasse o Estado de Segurança Nacional, de acordo com a vontade do
alto Comando das Forças armadas. O MDB viu-se impossibilitado de obter sucesso eleitoral
porquanto a Lei da Inelegibilidade impedia a candidatura de pessoas consideradas incompatíveis
“com os objetivos da Revolução”. Foi instituída uma censura prévia aos programas de Rádio e
Televisão em que os candidatos pretendessem abordar certos assuntos considerados proibidos
como, por exemplo, o próprio recesso do Legislativo.
Com o acordo Central em termos da Universidade, diante de tudo isso, foi sancionado o Decreto -
Lei nº 477/69, que proibia professores, alunos e funcionários promoverem quaisquer manifestações
de caráter político. Foi sancionada a Lei 5.540/68, de 28 de novembro, criada para fixar as normas
de organização e funcionamento do ensino superior, que, segundo Freitag (1998), tinha como
objetivo propor medidas imediatas para a solução da crise universitária, diminuir a pressão sobre a
Universidade no tocante a ampliação do número de vagas em maiores investimentos novos, a
racionalização das estruturas acadêmicas e a otimização dos recursos.
Freitag (1998) comenta que a profissionalização era muito discutida, uma vez que nem a rede de
ensino oficial nem a privada se viam em condições financeiras de fornecer as instalações e os
recursos humanos qualificados para o ensino profissionalizante. Esse e outros fatores contribuíram
para o fracasso da lei. a Lei nº 7.044/82 dispensou (ou seja, tornou opcional) as escolas de ensino
de 2º grau da obrigatoriedade de oferecer a profissionalização. Ressalta-se portanto que as escolas
de ensino de 2º grau continuaram com a formação de técnicos desse nível de ensino, sem a devida
obrigatoriedade existente na lei anterior.
GERMaNO, José Willington. Estado militar e educação no Brasil. São Paulo: Cortez, 1993.
NEY, antonio. Política Educacional: organização e estrutura da Educação brasileira. Rio de Janeiro:
Wak
No Brasil, a década de 1990 foi chamada a fase das reformas que tinham como objetivo mudanças
da nossa sociabilidade para a produção de uma “sociabilidade produtiva”, no tocante à esfera
educacional à instituição escolar, a Universidade, bem como o trabalho do professor. Pochmann
(2008) chama atenção quanto aos aspectos importantes para o entendimento dessas mudanças na
esfera de formação humana – a educação, uma vez que tínhamos saído de um período conflitante
carregado de incertezas: a Ditadura militar.
Era notável o desejo de todos os brasileiros por mudanças, e em decorrência deste consenso seria
inútil alguém opor-se já que havia boas perspectivas de transformação nas políticas sociais, com
ênfase na política econômica, que por certo traria benefícios para a população que almejava, antes
Shiroma (2004) aponta a sintonia e a conexão entre a exaltação às forças de mercado com as
correspondentes políticas de liberalização, desregulamentação e outras - e a hegemonia
conservadora
sobre as forças de consciência social e suas ressonâncias nas práticas
educativas. O presidente Collor de Melo deflagrou o processo de ajuste da
economia brasileira. abriu-se prematuramente o mercado doméstico aos
produtos internacionais em um momento em que a indústria nacional, em
meados dos anos 1980, mal iniciara seu processo de reestruturação
produtiva, enquanto os consultores internacionais popularizavam conceitos
como lean-producion, qualidade total, produção sem estoque, sistema Just-
in-time, entre outros. a esta altura pesquisadores brasileiros alertavam para
a existência de poucas ilhas de excelência no país, preocupados com os
possíveis problemas que a indústria brasileira podia enfrentar. Os estudos
revelavam que o progresso tecnológico e suas benesses não chegariam em
pouco tempo facilmente até nós devido o País ter saído a pouco tempo de
um período ditatorial e carregado de muitas controvérsias políticas.
Era visível que não se tratava de uma questão de tempo, mas da posição que
cabia ao país na excludente divisão internacional no trabalho. Não durou
muito, e o baque se fez sentir em muitos setores da indústria, pois os
produtos nacionais não conseguiram concorrer com os estrangeiros dentro
do país. Isto forçou a busca por vantagens competitivas.
Esses documentos exerceram papel importante ao ponto de definir as políticas públicas para o
País. Sabe-se que a implementação no Brasil, desse ideário, só veio ter início no governo do
Presidente Itamar Franco com a elaboração do Plano Decenal, mas foi no governo de Fernando
Henrique Cardoso que a reforma anunciada foi concretizada. Isto causou impacto nos educadores
devido as avalanches de publicações que se alastraram de organismos multilaterais de empresários
e de intelectuais que atuaram como arautos da reforma. Falava-se muito em educação para todos,
foi então que aconteceu na Tailândia, em 1990, em Jomtien, A Conferência Mundial para Todos,
financiada pela UNESCO, que quer dizer: (Organização das Nações Unidas para a Educação a
Ciência e a Cultura), UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), PNUD ( Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento) e Banco Mundial. É importante lembrar que também
participaram desta Conferência, governos, agências internacionais, organismos não
governamentais, associações profissionais e personalidades destacadas no campo educacional de
todo o mundo.
Shiroma nos chama atenção para a importância dessa Conferência também quanto a participação
dos países que aquela época apresentavam maiores tachas de analfabetismo no mundo, como:
Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão. Estes países
ficaram conhecidos no panorama mundial como sendo os 9 países que precisavam de medidas
imediatas para reverter o presente quadro. Para isso necessitavam de ações que pudessem
consolidar os acordos baseados em princípios estabelecidos na Declaração de Jomtien.
Para sua melhor compreensão do estudo, leia jornais e revistas que tratam sobre a educação do
nosso país, notícias do Nosso Estado, e até mesmo do seu município, e faça uma abordagem com
as seguintes indagações:
Torres (1990) nos acena a ideia de difundir um projeto sobre educação que
deveria realizar as necessidades básicas de aprendizagem de crianças,
jovens e adultos, de modo que, segundo a autora, em uma primeira
aproximação os conceitos referem-se àqueles conhecimentos teóricos e
práticos, valores e atitudes indispensáveis para o sujeito enfrentar suas
necessidades básicas em sete situações: a) sobrevivência; b) o
desenvolvimento pleno de suas capacidades; c) uma vida e
É importante ressaltar que a Carta de Jomtien não tratou a Educação Básica apenas como sendo a
educação escolar, defendia-se entretanto que sendo distintos os grupos humanos, suas necessidades
básicas também o seriam e, entre estas, as necessidades básicas de aprendizagem, uma vez que cada
país possui sua cultura, raça e gênero, que deveriam ser tratados, a partir de então, em cada país,
instâncias educativas como a família, a comunidade e os meios de comunicação.
Para você que é estudante, mas também é professor, é de fundamental importância entender a
política educacional brasileira tendo em vista que a educação está organizada inicialmente pala
discussão do plano
Inicialmente vejamos o Plano Nacional de Educação – PNE, que representa as Diretrizes e as metas
a serem alcançadas a longo prazo. Ele é o mapa da caminhada pela elevação do desempenho das
O Plano possui o princípio de uma política estratégica com uma visão de futuro, traçada sob
objetivos e metas permanentes. O atual plano nacional de educação foi aprovado pala Lei nº 10.172
de 9 de janeiro de 2001:
Todos devem estar bem alinhados uma vez que o interesse do bem comum seja efetivamente
concretizado.
Esta flexibilidade da Lei também está relacionada à proposta curricular dos cursos a serem
ministrados pela escola, uma vez que estes deverão conter a visão de mundo, e para permitir a
existência com efetividade, o artigo 26 da LDB determina que os currículos do ensino fundamental
e do ensino médio tenham duas partes, sendo a primeira a base comum nacional e a segunda, a
diversificada. Esta pode ser elaborada pelo sistema estadual de ensino ou com relação a Educação
pelo estabelecimento escolar, em função das características regionais e locais da sociedade, da
cultura, da economia e dos estudantes.
a Família: este é um espaço onde a criança recebe seus primeiros ensinamentos e aprende na
convivência diária os primeiros passo da vida, bem como vai enriquecendo seu capital cultural,
adquirindo valores, princípios, hábitos etc;
Trabalho: este tem se caracterizado por essência um princípio educativo. Tem sido usado como
uma meta para a formação profissional, tanto que os programas de educação profissional têm sido,
historicamente, voltados para o emprego que um dia o indivíduo vai obter.
Prezado estudante, até aqui verificamos que a aprendizagem de determinados conhecimentos pode
ocorrer em qualquer meio ou atividade que a pessoa esteja inserida, e isso nos leva a entender com
maior clareza o papel democrático da LDB.
EDUCAÇÃO INFANTIL
A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos implica a alteração da Pré-escola para dois
ou três anos e a variação da idade para quatro, cinco ou seis anos. Isto significa dizer que o ensino
Fundamental sofreu impacto, pois a idade inicial passou de sete para seis anos e, automaticamente,
o ensino fundamental passou para um período de nove anos. Esta determinação se deu por meio da
Lei nº 11.274/2006 que trata da obrigatoriedade da matrícula das crianças aos seis anos de idade
no 1º ano e amplia a oferta do ensino fundamental para nove anos de duração.
A Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento da criança até os seis anos de idade,
considerando os aspectos:
Físico
Psicológico
Intelectual
Social
Estruturais e materiais - Estão relacionadas às condições físicas das creches e às escolas que
recebem as crianças nessa faixa etária de idade.
Sugerimos para o leitor acessar o site do Ministério da Educação que trata sobre
Educação Infantil, a fim de que possa ler e compreender:
Resolução CNE\CEB nº 1\99de 7\4\99 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
ENSINO FUNDAMENTAL
A Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 sofreu alterações pela Lei nº 11.114, de 16 de maio de
2005, e pela Lei 11.274, de 06 de fevereiro de 2006.
Estas alterações obrigam os pais e os responsáveis a matricularem todos os menores, a partir dos
seis anos de idade, no Ensino Fundamental, que tem a duração mínima de nove anos, sendo
obrigatório e gratuito na escola pública, objetivando a formação do cidadão, mediante o que trata
o artigo 32 da LDB.
Vejamos:
II. a compreensão do ambiente natural e social do sistema político, da tecnologia, das artes e
dos valores em que se fundamenta a sociedade; III. O desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes
e valores;
IV. O fortalecimento dos vínculos da família dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
Vejamos as regras:
1ª - a carga horária mínima anual do Ensino Fundamental é de 800 horas distribuídas ao longo de
200 dias de efetivo trabalho escolar e com um mínimo de quatro horas diárias;
2ª - O currículo possui uma flexibilidade de uma base nacional comum, a ser complementada, em
cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, pelas características
regionais, locais, culturais etc. a partir da 5ª série, a parte diversificada do currículo deve incluir o
ensino de uma língua estrangeira moderna;
5ª - a língua portuguesa será utilizada, entretanto, nos casos de comunidades indígenas as suas
línguas maternas podem ser utilizadas;
6ª - O Regimento escolar das instituições de ensino, onde houver progressão regular por série, deve
contemplar a hipótese da progressão parcial;
8ª - É possível o estudo do ensino religioso , nos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental.
Após essas considerações, observamos que o Ensino Fundamental teve ampliada sua duração para
nove anos, mecanismo este previsto na Lei no 10.172/2001.
O MEC apontou as seguintes razões para que essas medidas fossem tomadas:
1 - as crianças brasileiras têm um ingresso tardio no Ensino Fundamental e, segundo o MEC, são
prejudicadas principalmente aquelas de origem mas humilde dentro da sociedade;
Sugerimos, para melhor compreensão sobre o Ensino Fundamental, que você acesse o
site do Ministério da Educação que trata das Legislações.
ENSINO MÉDIO
A LDB 9.394/96 extinguiu a denominação de 2º grau, estabelecida pela lei 5.692/71, e retornou a
denominação de Ensino Médio presente na Lei nº 4024/61. Esta fase do ensino se constitui como
intermediária entre o Ensino Fundamental e o Ensino Superior. O Ensino Médio é a última etapa
da Educação Básica, com duração mínima de três anos.
Para se alcançar as finalidades do Ensino Médio podemos destacar os seguintes itens que são de
elevada importância para o conhecimento de todos aqueles que convivem no meio escolar.
Vejamos:
a) a carga horária anual, mínima, de 800 horas, distribuídas por um número mínimo de 200
dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo para os exames finais;
d) O Currículo deve destacar a compreensão do significado da Ciência, das Letras e das artes;
o processo de transformação da sociedade e da cultura, a língua portuguesa como instrumento de
comunicação; acesso da produção moderna ao conhecimento e o exercício da cidadania;
Quanto às Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, estas são estabelecidas pela
Resolução CNE/CEB nº 3, de 26 de junho de 1998. Esta Resolução congrega um conjunto de
definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimentos a serem observados na
organização pedagógica e curricular de cada unidade escolar integrante dos diversos sistemas
de ensino, em atendimento ao que manda a lei, tendo em vista vincular a educação com o
mundo do trabalho e a prática social, consolidando a preparação para o exercício da cidadania
e propiciando preparação para o trabalho (CaRNEIRO 2004, p. 116).
Prezado estudante, para seu melhor entendimento sobre o Ensino Médio sugerimos que você acesse
no site do Ministério de Educação e leia atentamente.
Faça uma comparação das alterações estabelecidas no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
O Conselho está dividido em duas câmaras que são: Câmara de Educação Básica Câmara da Educação Superior.
A educação de jovens e adultos é contemplada pela LDB 9.394/96 nos artigos 37 e 38. Essa
educação é destinada para aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade
própria, para realizar os exames pela via dos supletivos à semelhança do prescrito na Lei 5.692/71
para o ensino de 1º e 2º graus. Com a atual LDB, as idades para realizar os exames dos programas
educacionais de jovens e adultos estão alteradas como podemos ver:
Carneiro é claro ao afirmar que anteriormente ambos os cursos só podiam ser realizados após o
jovem atingir a idade de 18 anos .
Sabemos que a LDB prevê a qualidade dos cursos noturnos e que estes sejam semelhantes aos
cursos do diurno, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. Contudo, sabemos que isto
se torna um verdadeiro desafio, no entanto é viável alcançar resultados positivos com nos cursos
oferecidos a distância. (CARNEIRO, 2004)
Mesmo enfrentando dificuldades para realização dos cursos oferecidos aos jovens e adultos com
qualidade, Ney (2008) reforça ao afirmar que a grande mudança a ser construída nessa modalidade
de ensino é transformá-la, efetivamente, em um ensino de qualidade com a existência de propostas
pedagógicas metodológica e de integração, pois a EJa é um direito, e, que todos que tiverem acesso
possam alcançar uma formação capaz de permitir trabalho e desenvolver a cidadania.
Brandão (2003, p. 100) expressa seu ponto de vista ao basear sua análise em relação ao parágrafo
1º do artigo 37 que trata da gratuidade e sua importância quanto ao exercício de propostas
pedagógicas que são destinadas a jovens e adultos, que estas levem em consideração as
características do alunado tendo em vista sua condição de vida e de trabalho.
Outro aspecto interessante em relação à análise do autor é o que trata o parágrafo 2º do mesmo
artigo, ao se referir ao Poder Público que tem o papel de “viabilizar e estimular o acesso e a
permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas entre si”. Brandão chama atenção
com referência a este parágrafo, que ele não faz nenhuma referência à responsabilidade das
empresas as quais pertencem esses trabalhadores, em criar condições para o”acesso e a permanência
na escola”, porque do ponto de vista prático, as probabilidades de sucesso da educação de jovens
e adultos nos níveis de ensino fundamental e médio, são bem maiores quando as empresas são
beneficiadas tendo seu grupo de trabalho mais bem preparado e estas poderem contar com mão de
obra qualificada para melhor e maior produção.
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Não há dúvida que se tem ouvido falar muito sobre as questões relativas a educação e trabalho.
Quanto mais se consolida uma sociedade baseada na produção de bens e serviços, mais se tende a
incorporar como objetivo da educação transformado em lei, a preparação ou qualificação para o
trabalho.
Convidamos você, estudante, para observarmos de perto o que trata a LDB nº 9.394/96, que, logo
de início, esclarece sobre educação e os processos formativos que se desenvolvem, formal ou
informalmente, nas várias instituições sociais, tendo sua abrangência explícita, seu objetivo
vinculado ao disciplinamento da educação escolar, e que esta por sua vez deverá vincular-se ao
mundo do trabalho e à prática social.
Assim, entende-se o que consta na Lei: “a educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho" (BRaSIL,1996b, art.
2º).
Mas é preciso se ter bem claro que no Brasil essa relação entre educação e trabalho sempre foi dual,
uma vez que a estruturação de nossa sociedade, até 1888, possuiu declarado o trabalho escravo e,
por si, definiu a exclusão escolar da classe trabalhadora da educação por mais de 300 anos.
Cunha (200, p. 45) faz uma abordagem interessante para nosso maior
entendimento, quando diz que “a estrutura organizativa de gestão e de
financiamento é comum, embora o sistema S não se constitui por um
todo homogêneo com uma gestão unificada, suas entidades são
independentes em cada área.
Mesmo assim o próprio Ney (2008, p.116) faz sérias críticas com relação
ao sucesso apontado pelos economistas para o modelo do sistema S. afirma
que muitos educadores fazem críticas da metodologia aplicada ao ensino,
mesmo sendo adequada para o trabalho; estes a chamam de mecanização
do trabalhador.
Por trás de todas essas ofertas existem interesses movidos pelo ideário
político-ideológico, que se caracterizam por suas experiências e Projetos
em que algumas destas entidades possuem propostas contrahegemônicas.
Manfredi (2003) apresenta-nos várias destas entidades que estão
envolvidas com estas ações como:
As ONGs são organizações sem fins lucrativos que têm como objetivo
prestar serviços ao público nas áreas de educação, saúde, cultura,
habitação, direitos civis etc.
Para sua melhor compreensão, estudante, é interessante explicar que para haver a
regulamentação da educação profissional de nível médio, esta possui uma legislação
definida com a seguinte estrutura:
Como já vimos o Decreto Federal nº 2.208/97 foi substituído pelo Decreto nº 5154/2004, o qual nos
deteremos com maior ênfase:
• APERFERÇOAMENTO: Este visa a melhoria que pode ser para uma habilitação profissional,
como capacidade profissional. a exemplo do torneiro mecânico, este passa a melhorar sua
competência e trabalhar com equipamentos mais atualizados tecnicamente;
É interessante observar que estes cursos de educação profissional devem estar articulados com a
educação de jovens e adultos, de modo a buscar a qualificação para o trabalho e a elevação do
nível da escolaridade do trabalhador.
Quando se trata do Nível Médio a articulação entre a educação profissional e este nível
de ensino se dá da seguinte maneira:
• Concomitante: É a forma em que os cursos são separados, podendo ser realizados na mesma
instituição com matrículas diferentes ou em instituições de ensino diferentes.
• Subsequente: É a forma oferecida a quem possui o Ensino Médio e deseja obter uma
qualificação profissional
Estas considerações apontadas por Ney (2008 p. 133) dão uma visão bem detalhada para sua maior
compreensão a respeito da educação profissional.
LINHAS DE ATUAÇÃO DA UNIDADE
POLíTICA
NACIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA
4
OBJETIVODESTAUNIDADE
:
Política educacional para formação de professores da
Portanto se torna inquestionável uma nova maneira de formar o professor, no sentido de que
este esteja atento às mudanças de posicionamento de todos os que trabalham na educação,
tendose em mente que se constitui maior participação do processo educativo a prática do
professor (LaBaREE, 1999). Este professor deve compreender a natureza dos processos de
aprendizagem que permite a ele adaptar sua ação e, portanto, suas aulas, às realidades sociais,
psicológicas e filosóficas o qual, aguçado pelos conhecimentos teóricos, deve reconhecer com
clareza e profundidade a meta de
sua própria ação pedagógica sabendo exatamente o que deseja alcançar.
Portanto, os PCNs não representam um modelo curricular homogêneo e impositivo, e sim, uma
proposta aberta, flexível que pode tornar-se um referencial de qualidade da educação, no que
diz respeito à diversidade sociocultural das diferentes regiões do país e a autonomia das escolas.
Cumpre acentuar a necessidade da inserção de fatores que lhes possibilitem participar ativa e
construtivamente das questões relacionadas com a sociedade tendo como dimensão a ética e a
democracia, na busca da afirmação de valores que garantam a todos o direito a ter direitos,
tendo como questão fundamental o próprio ambiente escolar, buscando estabelecer relações
necessárias à postura crítica, participativa e livre em que o trabalho do professor seja construído
de forma capacitada de educar, de intervir com discernimento e justiça.
Paulo Freire (1993) enfoca o uso de métodos adequados de tal forma que não firam a
criatividade do aluno, mas que estes estimulem para novas produções. Desse modo o professor
será capaz de ultrapassar as barreiras da conceitualização para a operacionalização,
instrumentar suas ações do ponto de vista didático-metodológico, utilizando o uso adequado de
estratégias que objetivem otimizar o processo ensino-aprendizagem, e sua prática, deva ser
exercida com competência, com capacidade necessária de incluir, no seu conjunto de ações, o
questionamento construtivo com base criadora.
Estas considerações nos levam a entender que é indispensável o preparo para o exercício da
função de professor uma vez que esta requer profundo conhecimento e acreditar em si mesmo,
no ser humano e suas possibilidades de formar cidadãos capazes cooperativos dentro da escola
e fora desta de tal modo que os alunos aprendam a terem visão estratégica e imprescindível, a
compreender o mundo, intervir na realidade e ser entendido como sujeito.
75
A IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PROFESSOR E A
POLíTICA EDUCACIONAL
1 Como as políticas públicas têm dado atenção necessária para a formação dos professores
no Brasil?
DAVIS, Claúdia et al. VIEIRa, Sofia Lerche (Org.). Gestão da Escola: desafios a
enfrentar. Rio de Janeiro: DP&a, 2002.
77
SHIROMA, Eneida Oto. MORAES, Mª Célia M. de. EVANGELISTA,
Olinda. Política Educacional. 3.ed. Rio de Janeiro: DP&a, 2004.
Segundo o mesmo autor, a educação pode ser considerada sob dois aspectos
relativos à economia:
Primeiro, como bem de consumo, pois seus benefícios são experimentados de imediato
pelos beneficiários, individualmente;
79
RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO
Brandão (2003) nos leva a compreender a maneira como se dá a
distribuição dos recursos financeiros e como devem ser investidos em
educação. Vejamos:
Dessa forma o art. 70, em seus oito incisos, especifica as despesas que
podem ser consideradas como de “manutenção e desenvolvimento do
ensino”.
81
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar
direta ou indiretamente a rede escolar;
83
prioritário à escola obrigatória. Os municípios atuarão prioritariamente
no Ensino Fundamental e Pré-escolar. a União aplicará anualmente
nunca menos de dezoito por cento.
85
remete também à compreensão dos sistemas de ensino de modo bem
detalhado e nos leva a entender que o princípio da gestão é sem dúvida
uma temática maior, tão sonhada pelos educadores: a efetividade da
gestão democrática nos sistemas públicos de ensino, e que deverá ser
implantada em todas as escolas mesmo em face das peculiaridades dos
Estados e dos municípios.
Para que isto ocorra se faz necessário uma formação especializada com
currículos embasados nas novas tecnologias de modo a atender aos
anseios da classe.
É por isso que reafirmamos que não basta somente avaliar o aluno, mas
todo um conjunto de elementos que faz parte do contexto da educação.
Na medida em que houver compromisso político para melhorar os índices
educacionais que se apresentam e buscarem estabelecer padrões mínimos
de qualidade na educação, sem dúvida alguma a melhoria começará
apontar sinais de bom desempenho, não somente os alunos como também
todos os que fazem a educação em todas as instâncias do poder público.
97
ZARIFIAN, Phelippe. Mutação dos sistemas produtivos e Competências Profissionais: a
produção industrial de serviço. Paper apresentado no seminário “Reestruturação Produtiva,
flexibilidade do trabalho e novas competências profissionais” COPPE/UFRJ, 24 de agosto de
1998.
CONCLUSÃO
Nosso objetivo na elaboração deste fascículo de Política e Legislação brasileira foi fazer uma
abordagem das políticas sociais com especificidade na política educacional, de modo a
despertar no leitor a curiosidade de que a educação ao longo da história vem passando por um
processo de valorização constante, buscando esclarecer como funciona e opera os diversos
caminhos da educação.
BEISIEGEL, Celso de Rui. A qualidade do ensino na escola pública. Brasília: Líber Livro
Editora, 2005.
MaCEDO, Roberto Sidnei. Currículo, diversidade e equidade: luzes para uma educação
intercritica. Salvador: EDUFBa, 2007.
Central de Atendimento
0800-280-2731
Sites
www.uema.br
www.uemanet.uema.br
http://ava.uemanet.uema.br