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Este artigo descreve e analisa This article presents, the description
experiências vivenciadas durante a and analysis of an experience during the
prática de Estágio Curricular no Conselho practice of a curricular stage in the Social
Estadual de Assistência Social de Santa Assistance Council in Santa Catarina –

V
Catarina – CEAS/SC, no período de Julho/ CEAS/SC, from July/1996 until December/

Q D
1996 a Dezembro/1997, que foram 1997, systematized then in the conclusion

$OX
sistematizadas no Trabalho de Conclusão work of social work service university
do Curso de Serviço Social – O course: The lead of civil society in CEAS/
protagonismo da sociedade civil no SC: Perspectives and Challenges in the
CEAS/SC: Perspectivas e Desafios na consolidation of Public Politics of Social
consolidação da Política Pública de Assistance. The first part presents the
Assistência Social. A primeira parte setting mentioned when we talk about
apresenta o cenário a que nos referimos Public Politics of Social Assistance, theirs
quando falamos em Política Pública de different conceptions before and after the
Assistência Social, suas diferentes Federal Constitution of 1988. The second
concepções antes e depois da part presents the analysis and evaluation
Constituição Federal de 1988. A segunda of the role and performance of the non
parte apresenta a análise e avaliação do governmental segment in CEAS/SC, their
papel e atuação do segmento não- main conquest, limits and possibilities.
governamental no CEAS/SC, suas
principais conquistas, limites e
possibilidades.
Palavras-chave: Assistência Social, Key words: Social Assistance, councils,
conselhos, segmento não-governamental. non governmental segment.
    
  

Assistente Social, CRESS 12a Região Nº


002.349.
  
 
 

' ( para gerir e administrar seu território berativas do sistema descentralizado
e, principalmente, garantir à população e participativo de assistência social;

$
o longo da história da a possibilidade de participar da vida constituindo assim órgão superior de
humanidade a assis- pública e tomar decisões em assuntos deliberação colegiada, vinculado a
tência social vem as- de seu interesse e da coletividade. órgão governamental daquela esfera,
sumindo diferentes concepções. Na responsável pela área da assistência
Mas, no Estado brasileiro a garan-
antigüidade, era vista como respon- social, o comando único. Os conse-
tia constitucional não foi suficiente,
sabilidade da família, no decorrer dos lhos de assistência social têm caráter
fêz-se necessária a criação de Leis
anos passou a ser considerada obri- permanente e composição paritária,
específicas que regulamentassem esta
gação dos cristãos, vinculada assim a ou seja, são formados por igual nú-
nova condição da política pública de
valores como caridade e humanismo. mero de representantes do governo e
assistência social. Em 07/12/93, após
da sociedade civil.
No Brasil, a partir da década de incansáveis lutas, debates, confrontos
80, a assistência social passou a ser e mobilizações em todo o país, cria- A descentralização é um meio de
identificada como filantropia ou soli- se a Lei nº 8.742 – Lei Orgânica da se garantir que haja maior justiça so-
dariedade. Somente com a Constitui- Assistência Social-LOAS, que vem cial, políticas sociais mais eficazes e
ção Federal de 1988, a discussão regulamentar o capítulo II da distribuição equilibrada dos recursos,
acerca da assistência social torna-se Seguridade Social, artigos 203 e 204 porém, este processo requer novas
mais forte e consistente, principal- da Constituição Federal. A LOAS formas de articulação entre socieda-
mente, em razão do aprofundamento traz à sociedade brasileira um meca- de civil e Estado. Uma das maneiras
da crise social e da luta pela demo- nismo transformador no que se refe- de se realizar esta articulação é atra-
cratização, acompanhando inclusive re à organização e estruturação da vés da participação e da representa-
um novo cenário político que permitiu assistência social, a partir do momen- ção de atores sociais coletivos nos
repensar a questão da assistência com to que garante à sociedade o direito conselhos de políticas públicas. Para
um novo significado. Adquiriu, então, de participar, propor, formular e con- Campos
status de política pública, passando a trolar políticas, conduzindo o Estado
e a sociedade a novas relações soci- Pensar o conselho paritário
ser considerada dever do Estado e
ais. Esta aborda a temática da assis- como locus do fazer político,
direito de todo o cidadão.
tência social inserida na questão so- é pensá-lo como espaço con-
Entender a assistência social como cial, na realidade da sociedade brasi- traditório. Como uma moda-
direito do cidadão e dever do Estado leira, com suas complexidades e con- lidade de participação. Diz
significa reconhecê-la como parte in- tradições, e define a sua estrutura respeito a um formato de
tegrante da seguridade social e prin- descentralizada e participativa. exercício democrático que
cipalmente como uma das políticas
questiona, ao mesmo tempo,
capazes de:
a tradição elitista de fazer
a) garantir ao cidadão o mínimo de    )  ) político no âmbito da socie-
dignidade com a redução dos ris-
          dade política e, por outro
cos e vulnerabilidades sociais; lado, sugere as práticas de
 !     "   
b) pôr fim às práticas assisten- precária experiência demo-
cialistas e tutelares; crática, predominantes na
O sistema descentralizado e sociedade civil [...] Pensar o
c) garantir ao cidadão o direito de participativo é constituído por um con-
sobrevivência com justiça e conselho como oportunidade
junto de organizações e entidades que de construção de uma cultu-
eqüidade e atuam na área da assistência social, e
ra alicerçada nos pilares da
d) reconhecer a atuação das en- por um conjunto de instâncias deli-
democracia participativa,
tidades privadas em parceria berativas e/ou consultivas – os con-
denota compreender que o
com o Estado, não desobrigan- selhos. Os conselhos configuram-se
numa grande inovação, especialmen- novo é uma construção his-
do-o de suas responsabilidades.
te no que se refere à democratização tórica ingente. (1995, p. 388).
A Constituição propõe um novo
dos espaços públicos, para o exercí-
reordenamento político-administrativo, Desta forma, os conselhos re-
cio do controle social, da autonomia,
que se consubstancia a partir de me- presentam um espaço plural onde
da participação e da cidadania.
canismos de gestão descentralizada das emergem tensões, conflitos e tam-
políticas públicas, de forma a garantir Conforme o Artigo 16 da LOAS, bém consensos, por isso são consi-
aos Estados e Municípios autonomia os conselhos são instâncias deli- derados um espaço eminentemente

 
   

político, onde o interesse público Compete ao segmento não-gover- instância de deliberação da Política de
deve se fazer presente. namental nestes conselhos atuar de Assistência Social, assumindo assim
forma crítica, visando sempre ao aten- um papel decisório neste cenário. O
dimento das necessidades da coleti- conselho envolve também a organiza-
         vidade, à defesa dos direitos sociais e ção da sociedade civil na construção
à construção de uma sociedade mais de uma nova proposta na área da as-
       (  democrática. sistência social, estimulando-a ao
exercício do controle social.
No espaço dos conselhos o seg-
*+,,    ( mento não-governamental é represen- Apesar de todos os avanços, este
tado por entidades e organizações cenário não se configura num espaço
     (-  sociais, conforme prevê a LOAS, no pacífico, no qual todos os sujeitos re-
seu Art. 3º. Estas entidades ou orga- presentam e assumem realmente os
     nizações, também denominadas Or- interesses do segmento não-governa-
ganizações Não-Governamentais – mental. Existem questões neste âm-
    ONGs – são atores sociais capazes e bito a serem identificadas e trabalha-
legítimos para atuarem nestes conse- das. Se forem solucionadas poderão
        . lhos. A atuação concisa e consciente conduzir a um novo fazer social e po-
do segmento não-governamental nos lítico, e conseqüentemente, a mudan-
       conselhos garante estes como espa- ças na Política de Assistência Social
ços de referência ao povo para o exer- no estado de Santa Catarina.
(        . cício da democracia.
Diante de tal realidade e das pe-
    culiaridades identificadas durante a
realização do estágio curricular, no
 /(   (  0    1     CEAS/SC, quando tivemos de acom-
           panhar o processo de implantação do
referido conselho, bem como dos Con-
  )    selhos Municipais de Assistência So-
Estes abrem a oportunidade para
participação de representantes dos cial – CMAS no estado, buscamos
usuários dos serviços assistenciais, O processo de descentralização da aprofundar algumas questões o que
das entidades prestadoras de serviços assistência social no estado de Santa resultou na elaboração do projeto de
e dos trabalhadores do setor. Catarina foi gerado a partir do empe- pesquisa para o trabalho de conclu-
nho de atores sociais que, com o pro- são de curso.
No espaço dos conselhos a parti- cesso de descentralização nacional
cipação representa uma possibilidade Por termos definido como objeto de
passaram a lutar para que os objeti-
concreta de exercício democrático na investigação o papel do segmento não-
vos, princípios e diretrizes da LOAS
formulação e execução das políticas governamental no conselho, privilegia-
fossem também implantados e
públicas, de modo mais eficaz, se hou- mos como sujeitos da nossa investiga-
implementados em todo o estado.
ver parceria entre Estado e socieda- ção os conselheiros não-governamen-
de civil. Para tanto, é imprescindível, O CEAS/SC foi criado por meio do tais titulares quando da realização do
que o Estado se coloque efetivamen- trabalho articulado entre o Fórum Per- estágio. Utilizamos como técnica de
te a serviço da sociedade. Por outro manente de Assistência Social, o Co- abordagem de campo a entrevista
lado, os cidadãos precisam atuar nes- mando Único Estadual – a Secretaria semi-estruturada. Obtivemos como
tes espaços cada vez mais conscien- de Estado do Desenvolvimento Social universo a ser pesquisado 9 (nove) re-
tes e seguros para poderem assim e da Família – e o Legislativo, e teve presentantes titulares, sendo que os
propor e viabilizar transformações seus trabalhos iniciados em março de mesmos se subdividiam em 3 (três)
políticas e culturais. 1996, configurando assim um novo segmentos de representação – usuári-
rumo para assistência social no esta- os, prestadores de serviços e traba-
A atuação e inserção da socieda- do. O CEAS/SC atua junto aos muni- lhadores do setor. Optamos pela utili-
de civil via representação do segmen- cípios orientando-os na elaboração de zação da amostragem por acessibili-
to não-governamental nestes conse- seus Planos Municipais de Assistên- dade. Assim, selecionamos conselhei-
lhos, torna-se imprescindível para cia Social, na implementação dos con- ros a que tivemos acesso, admitindo
efetivação como espaço singular, pró- selhos e fundos de assistência social e, que estes pudessem, de alguma for-
prio para realização de articulações e fundamentalmente, no desenvolvimen- ma, representar o universo, já que en-
definição de prioridades. to da responsabilidade destes como contramos algumas dificuldades no
 
 
 

contato com os conselheiros. Realiza- vernamentais e não-gover- des que nunca são reconhe-
mos 5 (cinco) entrevistas, com um re- namentais. cidas pelo poder público.
presentante dos usuários, um dos tra-
balhadores do setor e três de entida- · Conselho paritário é quan- Estes depoimentos revelam com-
des prestadoras de serviços. No con- do existe de ambos os lados ponentes de maior criticidade e apre-
tato com os conselheiros buscamos mesmo número de partici- sentam os conselhos como uma gran-
captar como este segmento pensa, pantes, ou pelo menos, 50% de conquista da sociedade, uma nova
suas diferentes formas organizativas, de um lado ou de outro para oportunidade de participação da so-
principais limites e possibilidades para poder na hora da votação ciedade civil. São depoimentos ricos
sua inserção e atuação no CEAS. manter a paridade. de significado político que exprimem
uma postura crítica bastante relevante
Tendo, então, como foco central · Na concepção da LOAS e, mes-
e apontam para a defesa dos ideais
da investigação, o papel e a atuação mo a partir da Constituição
de justiça e igualdade sociais.
do segmento não-governamental no Federal de 1988, conselho
CEAS/SC elegemos para melhor paritário é a representação
compreendê-lo, questões norteadoras igualitária dos dois segmentos     )
que nos permitissem captar sua com-
preensão quanto:
entre a representação do go-    
verno e da sociedade civil.
a) ao conselho paritário; Quando utilizamos a expressão
Podemos perceber interpreta- “segmento não-governamental”, o
b) ao segmento não-governamen- ções coerentes com a concepção de raciocínio das pessoas remete-se
tal nos conselhos paritários; conselho proposta pela LOAS, mas àquelas entidades filantrópicas sem
c) à atuação da sociedade civil fren- de certa forma limitada, na medida fins lucrativos e compostas basica-
te ao exercício da participação, em que não visualizam a real inova- mente por voluntários.
da autonomia e do controle soci- ção e possibilidade de transforma-
ção societária que são os conselhos Para alguns conselheiros o seg-
al a partir dos conselhos;
paritários. Os conselhos, tecnica- mento não-governamental: que repre-
d) à possibilidade de efetivação da mente falando, constituem o siste- senta, da sociedade como um todo:
cidadania a partir da atuação ma descentralizado e participativo e
do segmento não-governamen- · É a parte do conselho forma-
garantem na sua composição a pa-
tal nos conselhos e ridade entre governo e sociedade da por entidades particula-
civil. Entretanto, trazem à socieda- res, que têm estatutos própri-
e) ao papel do segmento não-go-
de civil a oportunidade para o exer- os, administração própria e
vernamental na implantação
da política pública de assistên- cício direto da política, do controle finalidades específicas; não
cia social. e da fiscalização da esfera pública, depende de órgãos, É a re-
compreensão que não fica tão evi- presentação da sociedade em
Essas questões foram tomadas dente em alguns depoimentos. defesa dos interesses da so-
como referência para análise e inter- ciedade e não do segmento
pretação dos resultados da pesquisa Outros conselheiros, por outro lado,
governamentais e sua direto-
conforme apresentamos a seguir: compreendem os conselhos paritários
de forma mais completa e profunda e, ria é escolhida pela própria
afirmaram em seus depoimentos: organização.
      · São órgãos ONGs, entidades
· O conselho paritário é uma
  2  que existem, ou melhor, que
nova forma de sociedade, surgiram do segmento da so-
uma nova maneira, uma nova ciedade, não foram instituí-
Buscamos destacar como os con-
selheiros não-governamentais entre- mecânica e estrutura de pen- das perante um ministério,
vistados compreendem o que é con- sar as políticas públicas. pelo governo.
selho paritário. · O conselho paritário é uma
Como podemos observar, mesmo
Para alguns conselheiros: grande novidade. Pois dá
com algumas dificuldades, os depoi-
chance à sociedade de se re-
mentos exprimem certo grau de co-
· Conselho paritário é aquele velar, se mostrar. Dá chance
nhecimento quanto à concepção de
que tem o mesmo número de a alguns reclames da socie- segmento não-governamental. Mas,
representantes de órgãos go- dade, a algumas necessida- mesmo assim, alguns conselheiros

 
   

expressam preocupação quanto à Compete ao segmento não-gover- está se inscrevendo. Porque


compreensão desse segmento: namental, presente nos conselhos, o esta história de exigir estatuto,
exercício do controle e a publicização comprovante, etc... é história.
· O entendimento do que é ser da coisa pública (recursos, decisões, [...] Tem muita entidade que
governamental é muitas ve- manifestações). Esta questão deve ser existe no papel, mas na hora
zes complicado [...] analisada levando-se em considera- de cobrar ação efetiva, até não
ção principalmente, os critérios utiliza- digo que não tenha, mas é algo
· [...] nós temos muito ainda dos para eleição das entidades não-
que não dá conta de ser uma
para aprender enquanto or- governamentais. De modo geral sabe-
representação significativa. A
ganização não-governamen- mos que as entidades interessadas em
gente tem que encontrar outros
tal. No CEAS, identificamos participar de um conselho devem ter
alguns requisitos como atuação com- meios de seleção. E, por isso,
entidades que estão lá para você pode perceber como são
defender interesses próprios, provada na área de pelo menos 2 anos,
comprovada idoneidade moral e estar as entidades que compõe o seg-
individuais; quer dizer, de re- mento não-governamental nos
organizada sem finalidade lucrativa.
torno à sua entidade. Porque
CMAS!
a única forma de sobrevivên- Tais requisitos são indispensáveis
cia da entidade e daquelas para o processo eletivo de uma entida- As entidades que representam o
pessoas que a compõem é de, porém, somente a utilização destes segmento não-governamental nos con-
aquele tipo de recurso que é insuficiente e superficial para o pro- selhos devem prioritariamente ter uma
possa ser recebido via defi- cesso de seleção. O trabalho realizado postura crítica, estar acompanhando
nição do conselho, ou não. por Campos e Maciel (1995, p.388) nos a discussão nacional acerca da políti-
Nós identificamos, então, um faz refletir sobre as peculiaridades que ca de assistência social; estar voltada
trazem os conselhos, pois, são os mes- para defesa dos interesses da coleti-
raciocínio muito difícil de se
mos locus de política, daí a razão de vidade e não somente do seu segmen-
aceitar que é: se eu estiver
sermos mais criteriosos e cuidadosos to. O segmento não-governamental
contemplada o resto é resto.
no processo de seleção de entidades precisa estar organizado e articulado
Ou, a minha entidade precisa para composição de um conselho. Os para que possamos construir uma re-
ser contemplada porque é a autores apresentam algumas questões alidade diferente da apresentada na
mais importante. basilares para eleição de uma entida- manifestação:
de. Querem saber que grupos ou ca-
Neste depoimento, surge um novo madas sociais estão presentes nesta Há falta de articulação da
componente que é a questão da entidade. A que interesses está vin- própria sociedade civil, fal-
representatividade, ou seja, o ato de culada? Sua tradição política se apro- ta a realização de um traba-
servir de instrumento para a defesa xima das demandas de classes soci- lho de corpo. A sociedade
do interesse de todos e não interes- ais? Como a entidade está organiza-
civil, para ter força, precisa
ses particulares. Tal questão está di- da? O seu funcionamento propicia o
de unidade em prol do direi-
retamente relacionada à concepção, debate democrático e a deliberação re-
to, da justiça e da cidadania.
atuação, composição e representação presentativa? Em que instâncias ou
do segmento não-governamental nos fóruns suas teses e reivindicações são E, muitas vezes, por conta de
conselhos: debatidas e aprovadas? Como se de- vaidades individuais, por
senvolve o processo eletivo de seus re- conta de luta por poder, de
· A primeira dificuldade mais presentantes e dirigentes? luta por verba/recurso, as
séria que a gente encontra é entidades votam pouco coe-
A ausência de avaliação e falta de
justamente a composição da sas e perdem espaço.
definição de critérios para seleção
sociedade civil, os elementos destas entidades corroboram para a
A representação da sociedade ci-
que representam estas entida- construção de uma falsa democracia,
vil nos conselhos, de modo geral, tem
des. Esta visão pequena de onde não existe uma autêntica
sido alvo de críticas e especulações
auto-representação, de repre- representatividade. Isto fica eviden-
em razão, principalmente, da multipli-
sentação da entidade. Demo- ciado no depoimento que segue:
cação e heterogeneidade dos atores
cracia é você decidir em prol sociais inseridos neste cenário e da
do direito, em prol da cidada- Nas últimas eleições da socie-
dificuldade de interlocução entre os
nia. É ter esta possibilidade dade civil, tentamos estudar
mesmos. Outro fator que dificulta a
de articulação e decisão. mais o perfil da entidade que
atuação dos segmentos não-governa-
  
 
 

mentais nos conselhos diz respeito ao tão, porque eu trabalho numa mos ter uma sociedade civil di-
estabelecimento de parcerias entre o entidade eu já sei tudo e pos- ferente daqui a dez anos, temos
segmento não-governamental e o Es- so decidir tudo... A gente não que começar agora [...] Pois
tado. Muitas vezes, o segmento não- pode imaginar que vai entrar este é um processo educativo
governamental, acreditando ser este no conselho e que só com a das próprias organizações, das
o caminho correto, assume papéis e nossa inteligência a gente vai próprias entidades.
ações que são eminentemente do Es- conseguir. Isto é um dado que
tado, desresponsabilizando-o de suas · Temos que pensar uma for-
eu vejo e que é um veneno
ações em nome da parceria e do for- ma de reeducação das orga-
para a sociedade civil.
talecimento da sociedade civil. nizações, da própria popu-
Para reverter esta questão se faz lação do entendimento de
Por outro lado, encontramos, tam-
bém, depoimentos que reafirmam a necessário que em diferentes espa- participação.
existência de entidades conscientes ços organizativos como Fóruns, con-
selhos e, principalmente, junto à po- Pelos depoimentos podemos per-
das suas responsabilidades, da con-
pulação, aos usuários, realize-se um ceber coesão e, inclusive, compreen-
cepção de política pública e das suas
processo educativo e de capacitação são conjuntural e processual da parti-
atribuições como segmento não-go-
na busca de formação de atores e cipação da sociedade civil nos conse-
vernamental proposto pela LOAS:
sujeitos sociais aptos a atuarem como lhos. Entretanto, alguns depoimentos
Não são todas as entidades representantes autênticos da socieda- são mais consistentes:
que pensam de forma indi- de civil nos conselhos. A capacitação
Participar não é você assinar
vidual e particularista. Há destes sujeitos passa, necessariamen-
o livro de presença, não é
entidades que têm outra ca- te, pelo debate e compreensão de
categorias como a participação, a au- marcar presença, garantir o
minhada de luta política e
tonomia e o controle social, que serão seu espaço. Participar é você
ideológica; de organização, construir, assumir as funções,
situados no item que segue.
de defesa, de direitos, de tra- e isto é um processo.
balhar com um entendimen-
to de cidadania, de intervir      (   Por intermédio do processo de
no processo. participação, o homem, ao refletir, luta
      
e interage visando satisfazer suas ne-
Tais entidades, com este tipo de 3       .  cessidades. Portanto, participar é um
postura, ao participarem de conselhos, (         processo dinâmico, contraditório e
trazem inúmeros benefícios pois são conflituoso, pois obriga o homem a
entidades que lutam pela construção pensar coletivamente e a lutar em
de um novo Estado, por uma socieda- Os conselhos, por constituírem um
espaço paritário, são também o espa- defesa do interesse da coletividade,
de mais justa, por condições dignas ou, ao menos, do segmento que ali está
de vida para o ser humano, pela ço por excelência para o exercício da
participação, da autonomia e do con- representando.
universalização dos direitos.
trole social. Porém, a garantia e
Neste sentido, é papel primordial O grau de participação no
efetivação destas práticas dependem
dos conselhos lutar e difundir no seg- conselho – no CEAS – é di-
da capacidade, empenho e vontade da
mento não-governamental nova pos- sociedade civil de concretizar estes versificado pela maturidade
tura política para que o processo de preceitos constitucionais. Neste sen- do representante, pelo seu
descentralização não tenha interrup- tido, objetivamos captar a compreen- conhecimento e pelo grau de
ção e concretize-se gradativamente. são dos conselheiros em relação a isso: inserção. Muitos se satisfa-
Para tanto, deve utilizar como instru- zem em somente participar
mentos cursos e encontros para capa- · Se analisarmos o processo, as dos eventos; outros, para se
citação. Esta preocupação é manifes- entidades no CEAS/SC res- satisfazerem precisam se in-
tada no depoimento: pondem bem à participação. serir, meter a mão.
Existe um vácuo muito grande · A nossa história de participa-
Tais características dizem respei-
de capacitação da sociedade ção é muito curta. O único lu- to também à própria formação e his-
civil no CEAS. E o que mais gar em que as três últimas ge- tória de participação e inserção des-
dificulta é que ela não tem e rações aprenderam a partici- tas entidades na luta por direitos soci-
não busca capacitação. En- par foi neste. [...] Se a quiser- ais. É importante ressaltar que parte

 
   

singular dos representantes nos con- Mas esta concepção ainda não se a respeitabilidade do conselho, princi-
selhos, e inclusive no CEAS/SC, é tornou hegemônica, como reafirma palmente no que se refere ao exercí-
composta por assistentes sociais, o que o testemunho: cio do controle social. Para Raichelis
garante com certeza outro perfil a (1998, p. 274),
estes conselhos. Existem diferentes posiciona-
mentos entre os conselheiros, os limites impostos à partici-
Outros fatores levantados foram
alguns defendem a socieda- pação e ao controle efetivos
o comprometimento com os princípi-
de civil a partir de uma per- da sociedade civil sobre as
os da LOAS e a disponibilidade dos
conselheiros: cepção mais geral. Outros decisões políticas são gran-
conselheiros defendem re- des, principalmente no que
Existem conselheiros que po- presentações corporativas. se refere às definições do
dem dar valorosa contribui- A questão da autonomia está conteúdo da política de as-
ção, mas que não têm dispo- completamente ligada à sistência social e ao financi-
nibilidade para estar mais questão da maturidade. amento e fiscalização da
presentes no CEAS e outra Quando uma entidade se ele- aplicação dos recursos polí-
dificuldade é a identificação ge para um conselho, ela ticos.
com o interesse do seu seg- precisa ter noção do signifi-
mento, percebe-se, então, que Os depoimentos que seguem expri-
cado do seu papel.
quanto menos ele estiver no mem um pouco destes desafios e limi-
A autonomia está diretamen- tes para o exercício do controle social:
bloco, menos comprometi-
te ligada à percepção ideal
mento ele tem com o bloco.
e total do representante da · O controle social existe,
Este último depoimento traz um entidade e da entidade quan- com alguns entraves mas o
novo elemento para nossa análise que to à sua função e ao papel a processo está caminhando
é a perspectiva da autonomia. Esta ser desempenhado. para isto.
questão muitas vezes se confunde
com a representatividade em relação A autonomia pressupõe a compre- · Com relação ao controle so-
à posição ideológica e ao objetivo da ensão da pluralidade que, na prática, cial, ainda há uma timidez em
entidade ao participar do CEAS. efetiva-se na diferenciação entre o se tratando das entidades
Quando falamos em autonomia poder, o direito e o conhecimento. não-governamentais, muitas
estamos nos referindo à capacidade Portanto, ela só pode surgir dentro de vezes a impressão que passa
destas entidades, via seus represen- um regime político democrático, exi- é que elas não reconhecem a
tantes, de atuarem independente de gindo, ainda, o rompimento com rela- força que têm neste sentido.
pressões ou lobbies. Atuar visando ções de dominação e exploração.
exclusivamente a defesa dos interes- Conforme Chaui: · O exercício do controle soci-
ses dos usuários da política de assis- al ainda é tímido no que diz
tência social. A autonomia é posição de respeito ao acompanhamento
sujeitos (sociais, éticos, po- completo das ações, mas se a
Assim, podemos constatar em al-
líticos), pela ação efetuada gente vê numa visão de pro-
guns depoimentos:
pelos próprios sujeitos en- cesso, ele está caminhando.
Se a gente for pensar em quanto criadores das leis e
regras da existência social e Pensar o exercício do controle so-
princípios, uma entidade que
política. [...] A autonomia cial significa pensar em publicização
participa de um conselho, na de informações, critério e regras que
verdade, representa a socie- não consiste então, no poder
para dominar o curso da his- estruturem o aparelho estatal para que
dade. E aí os interesses da assim a sociedade civil organizada,
entidade são os interesses de tória e sim na capacidade
através de fóruns coletivos – conse-
uma sociedade, do usuário para, compreendendo esse
lhos – possa participar das decisões,
do direito. curso, transformar-lhe o per-
rever e propor negociações. Confor-
curso. (1997, p. 302).
Ao atuarem visando a defesa de me apresenta o depoimento:
interesses coletivos, as entidades ou Tais questões e preocupações são
organizações por meio dos conselhos pertinentes, pois o caráter, os objetivos Quando se fala em controle
podem viabilizar uma forma de efe- e as finalidades destas entidades con- social, fala-se em ter acesso
tivar os preceitos constitucionais. figurarão pela sua atuação a “cara” e e controle sobre todas as
  
 
 

ações do governo, sobre to- tendido isto com muito mais populares, para isto, deve se utilizar
das as ações na área. precisão são os municípios, de instrumentos para publicização dos
que cuidam do usuário final. assuntos que dizem respeito à políti-
A questão trazida por este depoi- ca de assistência social e especial-
mento diz respeito à visibilidade da Os Conselhos Paritários exis- mente divulgar a possibilidade de
política de assistência social ou pro- tem para garantir o atendimen- viabilização das mesmas a partir da
priamente falando, da ausência de vi- to, a assistência social descen- participação e do exercício do con-
sibilidade da mesma. tralizada e efetiva na hora que trole social pelos seus usuários. Con-
o usuário necessitar. forme o depoimento:
As razões para esta ausência têm
basicamente dois significados. Primei-
A necessidade do ser huma-
ro por ser a área da assistência soci-
al, historicamente uma área utilizada
4  (  -( ( . no é intrínseca a ele mesmo
e ele vê no conselho, uma
para fins assistencialistas e clientelís-
ticos. E segundo pelo fato das própri-
     ( 1 oportunidade de satisfazê-la,
as entidades e organizações não va- sem perder a própria identi-
lorizarem, conhecerem e compreen-
(     dade em sujeitar-se a situa-
derem esta como política pública. Es- ções constrangedoras.
tes fatores levaram à existência de
     
lacunas que permitiram práticas polí- Entretanto, em alguns depoimen-
ticas sem o efetivo controle social e,
 2) . ( - . tos, encontramos certas restrições em
conseqüentemente, com falta de relação à efetivação da cidadania por
consciência e de hábito de exercê-lo.
 ) (   . intermédio dos conselhos de assistên-
O controle social representa, então, cia social, que seguem:
um elemento importantíssimo para  (   5 
construção da esfera pública. É a par- A questão dos conselhos den-
tir da participação da sociedade civil          tro dos princípios da demo-
nesta esfera que vislumbramos a cracia foi um avanço, só que
construção de uma sociedade mais         não é garantia quando não
justa, pautada em princípios de cida- existe identidade com o seu
dania e de dignidade.   (  . segmento, não lutam em blo-
co. Daí não é garantia de
 !  . cidadania, são indicativos de
& !      
          (   (  0 possibilidade, de conquista
da cidadania, de caminho, de
   )  ) percepção como utopia.
      Esta compreensão de cidadania
vai além da igualdade de direitos am- A questão central que se apresen-
Os conselhos devem configurar-se pliando-se e incorporando a alteridade ta está relacionada diretamente com
para os usuários da assistência social como princípio fundamental. A cida- o processo de construção de uma
como um espaço de luta, de negocia- dania não exige o abandono da esfera nova cultura política e com o proces-
ção e de afirmação de seus direitos por pessoal, mas exige, sim, pensar tam- so de democratização das esferas
meio do exercício da cidadania. Como bém na esfera social e coletiva, no plu- governamentais. Os conselhos repre-
nos apresenta o depoimento: ral, nos interesses da sociedade civil. sentam uma proposta inovadora e
transformadora no modelo de
O principal desafio que se coloca
Os conselhos abrem caminho gerenciamento das políticas públicas,
aos representantes dos usuários nos
para a garantia do direito. O mas, ao analisá-lo conjunturalmente,
espaços dos conselhos diz respeito ao
fato de tudo ser decidido medi- percebemos que este é um processo
rompimento do estigma da subordina-
ante votação já é um avanço. primordialmente educativo e de for-
ção e da submissão a ações tuteladoras
mação de consciência política. A
O conselho é uma maneira de que inviabilizam a efetivação destes
construção do novo perpassa neces-
garantir a cidadania do usu- espaços e especialmente da cidadania.
sariamente pelo desafio e pelo rompi-
ário, porque ele descentrali- Compete, assim, aos conselhos de mento com práticas e por questiona-
za o atendimento, tornando- assistência social estimularem cada mentos, como apresenta o depoimen-
o diferenciado. Quem tem en- vez mais a representação de grupos to de um conselheiro:

 
   

O que se percebe hoje é que O papel do segmento não-gover- papel e identificação com a proposta
as questões da cidadania e namental nos conselhos, principalmen- significa o abalo do processo, o com-
da representação dos usuá- te nos conselhos de políticas públicas prometimento de toda uma estrutura –
rios, não parecem vinculadas de assistência social, é fundamental. os conselhos paritários – que se
uma a outra. Há muitas or- Mas, entender este papel, compreen- inviabilizam em virtude das mesmas.
ganizações no CEAS que fo- der o papel de sua entidade neste es-
paço, é o grande desafio que temos,
ram votadas e eleitas como
pois esta compreensão implica em ter   6   
representantes dos usuários.
Eu teria dúvidas em respon- clareza de todos os aspectos que já
referendamos neste estudo. Entre Podemos observar, através das
der se eles tiveram mais ga-
eles estão os entendimentos: da cida- análises, que as entidades que repre-
rantia de cidadania ao par- sentam o segmento não-governamen-
dania, não somente como garantia de
ticiparem do CEAS. tal são responsáveis em parceria com
direitos sociais, mas principalmente,
como o reconhecimento e o respeito o Estado pela efetivação dos conse-
Torna-se fundamental que o seg-
ao homem como ser humano; da par- lhos como espaços públicos democrá-
mento não-governamental que com-
ticipação como estratégia de controle ticos, espaços de efetivação da parti-
põe o conselho seja formado por or-
social, de publicização da esfera pú- cipação, do controle social, da cida-
ganizações que atuem visando a ga-
blica. Enfim, é colocar em exercício dania e da autonomia.
rantia dos direitos sociais, a defesa das
políticas públicas e de um projeto todas as prerrogativas possíveis para Entretanto, devemos estar consci-
societário plural e condizente com a concretização da descentralização da entes de que nem todas as organiza-
realidade do nosso país. política pública de assistência social. ções que compõem os conselhos, e
Outros depoimentos manifestam inclusive o CEAS/SC, têm este per-
ressalvas com relação ao entendimen- fil. Este aspecto foi referendado em
diversos depoimentos quando os con-
&     ) to do papel do segmento não-gover-
namental: selheiros referem-se a este processo
        ) – a descentralização – como um
   &   & !   · O papel da sociedade civil é aprendizado, um processo que, para
  "    fundamental, mas ele tem ain- se tornar realidade, depende da inser-
da sérios problemas, no sen- ção e dedicação destes sujeitos e, prin-
Com o surgimento dos conselhos cipalmente, da construção de uma
tido de divergências de en-
paritários o segmento não-governa- nova cultura política. Uma nova cul-
tendimento.
mental é chamado a participar de um tura política onde a assistência social
processo novo. Esta participação pres- · O papel da sociedade civil atenda aos anseios da maioria da po-
supõe assumir suas responsabilidades no conselho é fundamental pulação e contrarie os desejos de
e se inserir nestes espaços como ato- mas ele precisa ser pensado governantes e daqueles que durante
res sociais representativos. Alguns con- como uma ação educativa anos fizeram dela palco de domina-
selheiros assim se manifestaram: das próprias organizações ção e manipulação.
que estão participando por- Em síntese, o conjunto dos depoi-
O papel do segmento não- que senão, o conselho vira mentos dos conselheiros nos permite
governamental nos conse- algo de fachada, uma falsa afirmar que, de modo geral, estes vêm
lhos é um papel que ocupa democracia, uma falsa par- almejando exercer efetivamente o seu
um espaço por excelência ticipação. Acho que isto é papel no segmento não-governamen-
nos conselhos. mais difícil porque nós temos tal dentro dos conselhos. Neste senti-
toda uma história de organi- do, vêm caminhando para um processo
O papel do segmento não- zação não-governamental de maior emancipação da esfera go-
governamental é primordial, vinculada a outros pensa- vernamental e das práticas de domi-
essencial. Não seria um con- nação. É claro que este processo não
mentos, a outras idéias e
selho paritário se ele não ti- ocorre de forma fácil e simples, ele
mudar isso não é fácil.
vesse esse lado da socieda- implica numa série de mudanças cul-
de civil. O segmento não-go- A questão referendada pelos de- turais e mesmo estruturais, dentro das
vernamental tem o papel de poimentos é central para análise do próprias organizações.
fundar, de criar de dar face papel da sociedade civil atuante nos O papel do segmento não-gover-
à paridade dos conselhos. conselhos, pois a não compreensão do namental configurar-se-á na luta por
 
 
 

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Endereço – Autora

Departamento de Serviço Social


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Campus Universitário – Trindade
Florianópolis – SC
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Tf. 0XX48-3319540
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