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TUDO 317 ÚLTIMO

U
ÚLTIMO ca final de determinada coisa: “E estas são as últi­
A. Adjetivo. mas palavras de Davi” (2 Sm 23.1).
’ahãrôn (ihrxx): “na parte de trás, ocidental, de­ O termo 'ahãrôn conota “futuro” ou algo que
pois, último, futuro”. Esta palavra ocorre cerca de ainda está por vir: “Então, dirá a geração vindoura,
51 vezes no hebraico bíblico. os vossos filhos, que se levantarem depois de vós, e
O termo 'ahãrôn tem um significado espacial de o estranho, que virá de terras remotas, vendo as
local. Basicamente, quer dizer “na parte de trás”: pragas desta terra” (Dl 29.22).
"E pôs as servas c seus filhos na frente e a Léia e a A combinação de “primeiro” e “último” é um idi­
seus filhos, atrás; porém a Raquel e José, os derra­ otismo (idiomatismo) hebraico para se referir á
deiros” (Gn 33.2, primeira ocorrência bíblica). Quan­ completitude: “Os demais atos, pois, de Salomão,
do empregado em outros lugares, a palavra quer di­ tanto os primeiros como os últimos, porventura, não
zer “ocidental”: “Todo lugar que pisar a planta do estão escritos no livro da história de Natã, o profeta,
osso pé será vosso, desde o deserto, desde o Líba­ e na profecia de Aías, o silonita, e nas visões de Ido,
no. desde o rio, o rio Eufrates, até ao mar ocidental, o vidente, acerca dc Jcroboão, filho de Nebatc?” (.2
será o vosso termo” (Dt 11.24). Cr 9.29). Do mesmo modo, a frase expressa a sufici­
Usado em relação a período de tempo ou nume­ ência do Senhor, visto que é dito que Ele inclui dentro
ral ordinal, 'ahãrôn tem várias acepções. Primeiro, Si o “primeiro” como também o “último”: “Assim
significa “por último” em contraste com a primeira diz o SENHOR, Rei de Israel e seu Redentor, o SE­
de duas coisas: “E acontecerá que, se eles te não NHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o
cieieui. nem ouvirem a voz do primeiro sinal, crerão último, e fora de mim não há Deus" (Is 44.6; cf. Is
a voz do derradeiro sinal” (Êx 4.8). Segundo, repre­ 48.12). Estes versículos afirmam que não há outro
senta o “último” em uma série de coisas ou pessoas: Deus, porque tudo existe nEle.
"Vós sois meus irmãos, meus ossos e minha carne B. Verbo.
sois vós: por que, pois, seríeis os últimos em tornar 'ãhar (~nx): “permanecer, ficar para atrás, tar­
a trazer o rei?” (2 Sm 19.12). A palavra também dar”. Outras palavras derivadas deste verbo são:
conota “mais tarde” e/ou “depois”: “Mas certamente “outro”, “depois”, “para trás”. O termo 'ãhar apa­
o matarás; a tua mão será a primeira contra ele, para rece em Ex 22.29 com o significado de “tardar”: “As
o matar; e depois a mão de todo o povo” (Dt 13.9). tuas primícias e os teus licores não retardarás; o
A seguir, a ênfase está na finalidade ou característi­ primogênito de teus filhos me darás”
UNGIR 318 VALENTE

UNGIR 29.36; 30.26; 40.9,10). De fato, a receita par_ _


A. Verbo. formulação deste “azeite da santa unção" é dada e~
mãshah (n£D): “ungir, untar, consagrar”. Pala­ detalhes em Êx 30.22-25.
vra comum tanto no hebraico antigo como no mo­ B. Substantivo.
derno, mãshah também é encontrado no ugarítico mãshtah (tvtb): “ungido”. Palavra importar ;
antigo. Ocorre cerca de 70 vezes no Antigo Testa­ para a compreensão do Antigo e do Novo Testa­
mento hebraico. mento é o substantivo mãshtah, o qual nos dj.
A palavra é encontrada pela primeira vez no termo messias. Como é verdade do verbo, mãsh.L
Antigo Testamento em Gn 31.13: “Onde tens ungi­ implica unção para algum ofício ou alguma funçl
do uma coluna, onde me tens feito o voto”. Este uso especial. Assim, Davi recusou prejudicar Saul. p _r-
ilustra a idéia de ungir algo ou alguém como ato de que Saul era “o ungido do SENHOR” (1 Sm 24.o ■
consagração. O significado básico da palavra é “un­ Os Salmos expressam os ideais messiânicos ligad
tar" algo em um objeto. Em geral, o óleo está envol­ à linhagem de Davi, usando a frase “o ungido d.:
vido no processo, mas também poderiam ser outras Senhor” (SI 2.2; 18.50; 89.38, 51).
substiíncias, como tintura ou vermelhão (cf. Jr De maneira bastante interessante, a única pes­
22.14). A expressão "untai o escudo”, em Is 21.5, soa nomeada por “messias” no Antigo Testamer :
tem mais a ver com lubrificação do que com consa­ foi Ciro, o rei pagão da Pérsia, que foi comissionar
gração nesse contexto. O fato de os pães asmos por Deus para restabelecer Judá à sua pátria depo
serem “untados com azeite", em Èx 29.2, é basica­ do Exílio (Is 45.1). A unção neste exemplo foi m*i ■
mente equivalente ao nosso ato de passar manteiga figurativa que literal, visto que Ciro não estava cien­
no pão. te de que estava sendo separado para tal propósrw
O Antigo Testamento usa mãshah comumente divino.
para indicar “ungir" no sentido de uma separação O título Cristo que aparece no Novo Testamen­
especial para um ofício ou função. Assim, Eliseu foi to é derivado do grego Christos, que é precisamen:e
"ungido" para ser profeta (1 Rs 19.16). Mais tipi­ o equivalente do hebraico mãshtah, pois também
camente. os reis eram “ungidos” para o seu ofício (1 está enraizado na idéia de “untar com óleo”. Assim,
Sm 16.12; 1 Rs 1.39). Os utensílios usados na ado­ o termo Cristo enfatiza a unção especial de Jesus de
ração no santuário sagrado (Tabernáculo e Templo) Nazaré para desempenhar seu papel como escolhi­
eram consagrados para uso mediante a unção (Ex do de Deus.
1041 ULTRAJAR

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Nota: O sinal ao final das considerações so­ Tm 3.1, “os últimos dias” se referem ao término
bre determinada palavra no verbete ou subverbete, da presente era das condições do mundo; (d) em
indica que Iodas as suas ocorrências no original Tg 5.3, a expressão “os últimos dias” alude tanto
grego do Novo Testamento foram mencionadas ao período precedente à subversão romana da ci­
neste dicionário expositivo. dade e da terra em 70 d.C.. quanto à parte final
da era nos consumados atos da perseguição gen­
ÚLTIMO tia. incluindo “o tempo de angústia para Jacó”
A. Adjetivo. (Jr 30.7: cf. Tg 5.7,8); (e) em 1 Pe 1.5, “o último
es chatos (éoxaToç), “último, derradeiro, ex­ tempo" diz respeito ao tempo da segunda vinda
tremo", é usado acerca de: (a) lugar (por exem ­ do Senhor: (/) cm 1 Jo 2.18. a expressão “a últi­
plo, Lc 14.9,10: At 1.8: 13.47); (b) grau (por ma hora", e. em Jd 18, “o último tempo" signifi­
exemplo. Mc 9.35); (c) tempo ou relacionando a ca a presente era antes da segunda vinda.
pessoas ou a coisas (por exemplo. Mt 5.26; Mt Nota: Em Hb 1.1. “nestes últimos dias", a refe­
20.8.12,14.: Mc 12.6.22; Ap 2.19); os apóstolos rência é ao fim do período do testemunho dos pro­
como “últimos” no programa de uma exibição fetas sob a lei. terminando com a presença de Jesus
espetacular (1 Co 4.9); O “último Adão” (l Co e o Seu sacrifício redentor e seus efeitos, sendo que
15.45): o “último" estado das pessoas (Mt 12.45, o tempo perfeito “falou-nos” indica os efeitos con­
plural neutro, literalmente, “as últimas [coisas]”; tinuados da mensagem incorporada no Cristo
o mesmo se dá em Lc 11.26); o “último estado" ressurreto; o mesmo se dá em I Pe 1.20, “nestes
(2 Pe 2.20): Cristo como o Eterno (Ap 1.17; 2.8; últimos tempos".
22.13 [em alguns m anuscritos, ocorre em Ap B. Advérbio.
1.11]). Em expressões escatológicas, como as fuistemn (ixrrepoi'). o neutro do adjetivo hustems,
seguintes: (a) "o último Dia”, termo abrangente é usado como advérbio com o significado de “de­
que inclui o tempo da ressurreição dos remidos pois. posteriormente”, veja DEPOIS. n°5. Contraste
(Jo 6.39.40.44.54 e 11.24), e o tempo ulterior do com o adjetivo, no verbete POSTERIOR.
julgamento dos não regenerados, no Grande Tro­ Nota: Em Fp4.IO, a partícula pote, “algum tem­
no Branco (Jo 12.48); (b ) “os últimos dias” (At po". usada depois de ede. “agora. já”, significa “ago­
2.17), período relativo à manifestação sobrena­ ra por fim”, e é traduzida por “finalmente”.
tural do Espírito Santo no Pentecostes e o reco­
meço das interposições divinas nos assuntos do ULTRAJAR
mundo ao término da presente era. antes de “o A. Verbo.
grande e glorioso Dia do Senhor” (At 2.20) que blasphemeõ (pXaoéqpéuj). “blasfemar, ralhar,
será introduzido no Reino messiânico; (c) em 2 ultrajar” (quanto aos significados deste verbo, veja
ULTRAJAR 1042 UM

BLASFEMAR), tem o sentido de "zangar-se com”, (6) Em I Tm 5 .2 1 , o caso ac u sa tiv o de


é encontrado em Mt 27.39; Mc 15.29: Lc 23.39: 2 prosklisis, "parcialidade", precedido por kata. “de
Pe 2.10; 2.12. Contraste com o verbo loidoreõ. "ul­ acordo com”, é, literalmente, “de acordo com a
trajar" (veja INJURIAR), e B. n° 2. e C. n° 2. parcialidade".
B. Substantivos.
1. btasphemia (PAaa<t>i)pía) "blasfêmia”, é usa­ UM
do em Ml 15.19; Mc 7.22; Ef 4.31; 1 Tm 6.4: Cl A. N um eral.
3.8 ("maledicência”): Jd 9 ("maldição”, literalmen­ eis (eiç), o primeiro numeral cardeal, masculi­
te, "julgamento de vitupério” ). Veja BLASFEMAR. no (as formas nominativas femininas e neutras são
2. loidoria (ioi&opía), "abuso, ralho, ultraje”, é mia e hen, respectivamente), é usado para signifi­
usado em 1 Pe 3.9 (“injúria”, duas vezes); em I Tm c a r (I) (a) "um” em contraste com muitos (por
5.14 ("maldizer"; veja ARA). Veja INJURIAR. C/J exemplo, Mt 25.15); em Rm 5.18, “(por) uma (só
C. Adjetivos. ofensa)”, ou seja. a transgressão de Adão em con­
1. blasphemos (pAáoôTipoç). cognato de A e B. traste com “um só ato de justiça”, ou seja. a morte
n° 1. Veja BLASFEMAR. C. de Jesus: (b ) metaforicamente, “união” e “acor­
2. loidoros (Xoíôopoç). adjetivo que denota “ul­ do” (por exemplo. Jo 10.30; 11.52; 17.11.21.22:
trajante. ralhador” (cognato de B. n° 2). é usado Rm 12.4.5; Fp 1.27): (2) enfaticamente: (a) um
como substantivo em I Co 5.11 (“maldizente"). Veja único (“um”), para a exclusão dos outros (por
INJURIAR. exemplo. Mt 21 24: Rm 3.10: 1 Co 9.24; 1 Tm
2.5. duas vezes); (b) “um só” (por exemplo. Mc
UM AO OUTRO 2.7, “senão": Mc 10.18; Lc 18.19); (c) “um e o
Notas: (1) Esta expressão é tradução de várias mesmo” (por exemplo. I Co 3.8; 11.5; 12.11); em
palavras e frases: (a) allelõn. pronome recíproco no Rm 3.30. "Deus é um só”, ou seja. não há "um”
plural genitivo, que significa "de uns aos outros” Deus para os judeus e "um” para os gentios: cf. Gl
(cognato de ollos. “outro”), é encontrado, por exem­ 3.20. que significa que numa promessa não há
plo. em Ml 25.32: Jo 13.22; At 15.39; 19.38; I Co outra parte; em 1 Jo 5.8, literalmente, “e os três
7.5; Gl 5.17: o acusativo allelous denota “um ao são em um”, ou seja, unidos em “um” e o mesmo
outro, um com o outro” (por exemplo. Al 7.26; Ef testemunho: (3) certo "um” (alguém), no mesmo
4.32; Cl 3 .13, 1 Ts 5 .15: 2 Ts 1.3): o dativo altelois sentido como o pronome indefinido tis (veja B. n°
denota "um ao outro” (por exemplo. Lc 7.32); (b) 1). ocorre, por ex em p lo , em Mt 8.19, “ um
formas diferentes do plural de heautou. “dele. dele (escriba)”; Ml 19.16, "um (jovem)”; Ap 8.13. “um
mesmo”, usado como pronome recíproco (por exem­ (anjo)” ; heis tis são usados juntos em Lc 22.50; Jo
plo, Ef 5.19, “entre vós”): veja também Nota (5); (c) 11.49, situação que aparece com freqüência nos
allos pros allnn, “um ao outro" (Al 2.12); (dl ailos... papiros (Moulton. Prolegomenon, p. 96): (4) dis-
heteros (1 Co 12.8); quanto à diferença entre allos e Iributivamente. com hekastos, "cada”, ou seja.
heteros, veja OUTRO (2); (e) hos men. . hos de (em “cada um. todos" (por exemplo. Lc 4.40; At 2.6,
várias formas do pronome), literalmente, "este de literalmente, "cada um"); no sentido de “um... e
fato... mas aquele” (por exemplo, Lc 23.33; Rm 9.21; um” (por exemplo. Jo 20.12); ou “um”... seguido
14.5: I Co 11.21 ;2C o2.l6;Fp 1.16.17):<f)heteros... por allos ou heteros. “o outro” (por exemplo. Mt
hetervs. "um... outro” (I Co 15.40). 6.24); ou por “um” segundo heis (por exemplo.
(2) Em Mt 24.2; Mc 13.2: l x 19.44 e 21 6, "pe­ Mt 24.40; Jo 20-12); em Rm 12.5. heis é precedi­
dra sobre pedra" é tradução literal. do por kata (kath') no sentido de “individualmen­
(3) Em Hb 10.25, o termo “uns aos outros” é te (somos membros) uns (dos outros)" (cf. Mc
necessariamente acrescentado em português para 14.19): em I Ts 5.11. a frase na segunda parte,
completar o sentido de parakaleõ. “exortar, admo­ “uns aos outros", é, literalmente, "um o um”; (5)
estar”. como numeral ordinal, equivalente a prõtos. "pri­
(4) Em I Pe 3.8. o termo "compassivos" traduz meiro". na frase "o primeiro dia da semana", lite­
suficientemente o adjetivo sumpathes. Veja COM­ ral e idiomaticamente, “um dos sábados”, signifi­
PAIXÃO. C. cando “o primeiro dia depois do sábado” (por
(5) Em Mc 9.10. o termo pros heautous. “entre exemplo, Mt 28.1; Mc 16.2; At 20.7: 1 Co 16.2).
vocês mesmos", é traduzido por "uns aos outros” . Moulton faz observações sobre a tendência dos
UM 1043 UNGIR

num erais card eais su b stitu írem os ordinais no gênero neutro, como substantivo, o objeto do
(Moulton. Prolegomenon, p. 96). verbo poieõ. “fazer”, literalmente, “eu fiz uma noi­
B. Pronomes. te e um dia”.1
1. tis (t i ;), pronome indefinido que significa
“certo, alguém, qualquer um, um" (o neutro ti de­ UMA VEZ
nota “certa coisa”), é usado: (a) como substantivo 1. hapax (ãtraÇ) denota: (a) “uma vez, uma ocor­
(por exemplo. At 5.25: 19.32:21.34; I Co 3.4): ou rência” (2 Co 11.25; H b9.7.26,27: 12.26,27): na frase
com o significado de “alguém" (por exemplo. At “uma e outra vez”, literalmente, “uma vez e duas
8.31; Rm 5.7); (b) como adjetivo: veja ALGUM. vezes” (Fp 4.16; I Ts 2.18); (£) “de uma vez por
CERTO. Nota (3). todas”, acerca do que é de validade perpétua e não
2. hos (òq). como pronome relativo, significa requer repetição (Hb 6.4: 9.28: 10.2: I Pe 3.18; Jd
“quem“: como pronome demonstrativo, “que" ou 3.5): em alguns manuscritos, ocorre em I Pe 3.20.?
“um” em contraste com “o outro” ou “outro” (por 2. ephapax (eiJxínaÇ), forma fortalecida do n° I
exemplo, Rm 14.2; 1 Co 12.8). (formado de epi, “sobre”, e o n° 1). significa: (a)
Notas: (1) Nestes textos ocorre “um” no sentido “de uma vez por todas" (Rm 6.10: Hb 7.27; 9.12):
de “alguém, qualquer um" (ou negativamenie, “nin­ 10.10); (f>) “de uma vez" (I Co 15.6)?
guém"): Mt 17.8 (oudeis, “ninguém”): 1 Co 3.21 3. pote (noTe) denota “uma vez. outrora. anti­
(ou seja. “ninguém"); 1 Co 15.35: I Ts 5.15; 2 Tm gamente. algum dia” (por exemplo. Rm 7.9: Gl 1.23,
4.16; I Jo 2.27: 3.3. primeira pane, “já”: segunda parte, “antes” : em Ef
(2) O pronome houtos é às vezes traduzido por 5.8); em Gl 2.6, “quais tenham sido noutro tempo”
“este" (por exemplo. Lc 7.8). (sendo provável referência à associação dos Doze
(3) Em I Pe 3.8, o termo homophrõn. “da mes­ Apóstolos com o Senhor durante o Seu ministério
ma opinião", é traduzido por “de um mesmo senti­ na (erra: os seus partidários fundamentavam sobre
mento" (literalmente, “da mesma mente"). este fato a reivindicação que faziam a respeito da
(4) Em At 7.26. “à paz", é tradução literal. Veja autoridade exclusiva que estes apóstolos possuíam,
PAZ o que Paulo repudiou vigorosameme). Veja COM­
(5) Quanto ao termo "lodos”, que ocorre em At PRIMENTO. DANTES. ÚLTIMO. TEMPO.
5.16, veja TODO. n° 2. Nota: Em Lc 23.18. o verbo pampiethei. que de­
(6) Em Mc 9.26, ocorre o termo nekros. “mor­ nota “com a multidão toda" (formado de pas.
to”. “tudo”, e plethos. “multidão”), é traduzido por “toda
(7) Em At 2.1, “no mesmo lugar” é tradução de a multidão [...J à uma".?
epi to auto, literalmenle. “para o mesmo", o que
pode significar “para o mesmo (propósito)"; em I UMIDADE
Co 11.20 c 14.23, é traduzido por "num lugar". ikmas (ÍK|idç), “umidade" (provavelmente de­
(8) Em Mc 1.7. o artigo ho, "o”, é traduzido por rivado de uma raiz indo-curopcia sik-, indicando
"aquele". “molhado"), é usado em Lc 8.6.? Na Septuaginta.
(9) Em Mc 7.14. ocorre o plural de pas. “todos”; consulte Jó 26.14; Jr 17.8.?
em Mt 5.28. pas com o artigo, é traduzido por “qual­
quer que”. UNGIR
(10) Em Al 1.24. “qual destes dois” é, literal- A. Verbos.
mente. "aquele que”. I. aleiphõ (dAfícJxjj) é termo geral usado para
(11) Em 2 Ts 2.7, o artigo é traduzido por “um descrever “unção” de qualquer tipo. quer do refri­
que” . Veja também ACORDO. COM UM SÓ gério físico depois de se lavar, por exemplo, na Sep­
OLHO. CONSENTIR, B. N° I. FINAL. C. Nota tuaginta (Rt 3.3; 2 Sm 12.20; Dn 10.3; Mq 6.15):
(6). GRANDE (1). MAU. MENTE. NAÇÃO. PE­ no Novo Testamento (Mt 6.17: Lc 7.38.46: Jo 11.2;
QUENO, SANTO. 12.3): quer de doentes (Mc 6.13; Tg 5.14): ou um
corpo morto (Mc 16.1). O material usado era óleo
UMA N OITE E UM DIA ou ungüento (Lc 7.38.46).? Na Septuaginta. o ver
nuchthemeros (fr/xôrjijt poç). adjetivo que denota bo aleiphõ também é usado para designar “ungir"
“que dura uma noite e um dia” (formado de nux. uma coluna (Gn 31.13) ou cativos (2 Cr 28.15): ou
“noite", e hemera. “dia”), é usado em 2 Co 11.25, para descrever emplastrar uma parede com arga­
UNGIR 1044 UNIGÉNITO

massa (Er. 13.10-12.14,15); e, no sentido sagrado, “ungir" o sumo sacerdote (por exemplo. Êx 29.7.
diz respeito a “ungir" os sacerdotes (Êx 40.15. duas literalmente: “Tu tomarás do óleo da unção” ). Em
vezes; Nm 3.3). Êx 30.25, etc., é falado acerca do “óleo da santa
2. chriõ (x(X-j) é mais limitado em seu uso do unção". Em Dr 9.26, chrisma representa o “ungi­
que o n “ l. Está restrito às "unções sagradas e sim­ do”, "C risto", o substantivo que se coloca por
bólicas”; refere-se a Cristo como o “Ungido" de metonímia em lugar de Sua própria pessoa, como
Deus (Lc 4 .18: At 4.27; 10.38: Hb 1.9, onde é usa­ ocorre com o Espírito Santo em I Jo 2.)
do metaforicamente em relação ao “óleo de ale­ Notas: (1) A palavra aleimma, cognata de A. n°
gria"). O título Cristo significa “O Ungido”. A pa 1. não ocorre no Novo Testamento, mas aparece
lavra (Chrislos) é traduzida em At 4.26 por "(Seul três vezes na Septuaginta: fala da unção dos sacer­
Ungido”. Uma vez é referido aos crentes (2 Co dotes (Êx 30.31): fala. metaforicamente, do óleo
1.21). O termo chriõ é muito frequente na Septua- de alegria (Is 61.3); fala do refrigério físico (Dn
ginta e é usado para descrever reis (1 Sm 10.1), 10.3).
sacerdotes (Êx 28.41) e profetas (1 Rs 19.16). En­ (2) O termo muron. palavra cognata de A, n° 5,
tre os gregos, era usado em outros sentidos que não denota “ungüento”. A distinção entre muron e
o cerimonial, mas nas Escrituras não é encontrado elaion. “óleo”, é observável quando Cristo repre
com relação a assuntos seculares.) endeu os fariseus, os quais, ainda que desejassem
Nota: A distinção referida por Trench (New que Ele comesse com eles. fracassaram nas marcas
Testameni Synonyms. § xxxviii) de que o verbo comuns da cortesia: “Não me ungiste a cabeça com
aleiphõ é a palavra mundana e profana, e o verbo óleo [elaion], mas esta ungiu-me os pés com un­
chriõ. a palavra sagrada e religiosa, não é confir­ guento [muron]" (Lc 7.46).
mada pelas evidências. Em certo papiro, chrisis ê
usado para aludir à “loção para cavalo doente” UNGÜENTO
(Moulton e Milligan. Vocabulary o f the Greek muron (púpot'). palavra derivada pelos antigos
Testament). de murõ, “fluir”, ou de murra, "óleo de mirra” (é
3. enchriõ (éxxptorii primariamente, “esfregar provavelmente de origem estrangeira; veja MIR­
em”, daí, "lambuzar, untar, ungir", é usado metafo­ RA). O “ungüento" é mencionado no Novo Testa
ricamente na ordem que a igreja em Laodicéia re­ mento com relação à unção do Senhor nas ocasiões
cebeu de “ungir" os olhos com colírio (Ap 3.18). registradas em Mt 26.7,9,12: Mc 14.3,4: Lc
Na Septuaginta (Jr 4.30), é usado para descrever a 7.37,38.46: Jo 11.2; 12.3 (duas vezes); Jo 11.5. O
“unção” dos olhos com pintura para embelezá-los. vaso de alabastro mencionado nas passagens de
4. epichriõ (èmxpíci), primariamente, "esfregar Mateus, de Marcos e Lucas era o melhor da espé­
sobre" (formado de epi, “sobre", e o n° I), é usado cie, e o nardo era um dos perfumes mais caros. "Un­
para aludir ao homem cego cujos olhos Cristo “un­ guentos” eram usados na preparação do corpo para
giu" e indica a maneira pela qual a “unção" era fei­ o sepultamento (Lc 23.56, "unguentos"). Acerca do
ta (Jo 9.6,11).) ato da mulher mencionada em Mt 26.6-13. o Se­
5. murizõ (gupí£iii) é usado para designar "un­ nhor disse: ”lEla] fê-lo preparando me para o meu
gir" o corpo para o enterro (Mc 14.8).) sepultamento"; a devoção dessa mulher levou-a a
B. Substantivo. antecipar o ritual feito cosiumeiramente depois da
chrisma (xpiagct). o substantivo corresponden­ morte, mostrando seu afeto e entendimento do que
te ao n° 2, acima, significa “unguento" ou “unção” . era iminente. Quanto ao uso dos vários tipos de
Era feito de óleo e ervas aromáticas. É usado ape­ “unguentos" como artigos de comércio, veja Ap
nas metaforicamente no Novo Testamento; por 18.13.1
metonímia. alude ao Espírito Santo (1 Jo 2.20.27.
duas vezes). UNIDADE
O fato de lerem os crentes “a unção do Santo", henotes (euÓTqq), derivado de hen. o neutro de
indica que esta unção os toma santos e os separa heis. “um”, é usado em Ef 4.3,13.)
para Deus. A passagem ensina que o dom do Espí­
rito Santo é o meio lodo-suficiente de capacitar os UNIGÉNITO
crentes a possuírem o conhecimento da verdade. monogenes (povoyeuijç) é usado cinco vezes,
Na Septuaginta. é usado para descrever o óleo para todas nos escritos do apóstolo João. acerca de Je-
UNIGÉNITO 1045 USAR

sus como o Filho de Deus: em Hb 11.17 é traduzi­ nome daquele que. estando numa relação sem igual
do por “unigénito", sobre a relação de Isaque com com Ele. foi dado por Ele como o objeto de fé. Em
Abraão. I Jo 4.9. a declaração: “ Deus enviou seu Filho
Com referência a Jesus, a frase “o Unigénito do unigénito ao mundo", não quer dizer que Deus en­
Pai" (Jo 1.14), indica que. como o Filho de Deus, viou ao mundo aquele que ao nascer em Belém se
Ele era o representante exclusivo do Ser e caráter tornara Seu Filho. Contraste com a declaração pa­
daquele que o enviou. No original, o artigo defini­ ralela encontrada em Gl 4.6: “Deus enviou aos nos­
do está omitido tanto ames de “Unigénito” quanto sos corações o Espírito de seu Filho", o que não
antes de “Pai”, e sua ausência em cada caso serve pode significar que Deus enviou aquele que se tor­
para enfatizar as características referidas nos ter­ nou Seu Espírito quando Ele o enviou.1
mos usados. O objeto do apóstolo João é demons­
trar que tipo de glória ele e seus companheiros após­ UNIR
tolos tinham visto. Sabemos que ele não está fa­ 1. kollaõ (icoXXdcj), “unir bem junto, colar, ci­
zendo somente uma comparação com as relações mentar”. é dito primariamente acerca de metais e
terrenas, pela indicação da preposição para, que outros materiais (derivado de kolla. “cola"). No
significa “de. proveniente de“. A glória era de uma Novo Testamento, só é usado na voz passiva, com
relação única e a palavra “Unigénito” não implica força reflexiva, no sentido de “unir. aderir”, como
um começo de Sua filiação. Sugere, de fato. a rela­ o marido à esposa (Mt 19.5; alguns manuscritos têm
ção, mas esta deve ser distinguida da geração con­ o verbo intensivo aqui, o n° 2; I Co 6.16,17, “ajun­
forme é aplicada aos homens. ta"). Na passagem correspondente em Mc 10.7, os
Podemos apenas entender corretamente o termo manuscritos mais autênticos omitem a oração. Em
“unigénito" quando usado para se referir ao Filho, Lc 10.11, é usado acerca do pó que “se pega" nos
no sentido dc relação não originada. "A geração pés; em At 5.13; 8.29; 9.26; 10.28; 17.34, no senti­
não é um evento no tempo, embora distante, mas do de tomar-se associado a alguém no que tange a
um fato independente do tempo. O Cristo não se acompanhá-lo. ou estar a seu lado. dito. na última
tomou, mas necessária e etemamente é o Filho. Ele, passagem, acerca daqueles em Atenas que creram:
uma Pessoa, possui todos os atributos da deidade em Rm 12.9, diz respeito eticamente a “apegar-se”
pura. Isto toma necessário a eternidade, o ser abso­ ao que é bom. Quanto ao uso em Ap 18.5, veja
luto: sobre este aspecto Ele não é ‘depois’ do Pai” ALCANÇAR. Veja GRUPO, JUNTAR S E I
(Moule). A expressão também sugere o pensamen­ 2. proskollaõ (TTpooKoXÀdio). na voz passiva,
to de afeto mais profundo, como no caso da pala­ usado de modo reflexivo, “apegar-se. manter-se
vra hebraica yachid, traduzida no Antigo Testamen­ fiel", é encontrado em Ef 5.31 (“se unirá”).
to por “único” (Gn 22.2,12: Pv 4.3; Jr 6.26; Am 3. prosmenõ (npoope viu), literalmente, “ficar
8.10); "unigénito” (Zc 12.10) e "predileta” (SI com” (formado de pros, “para” ou “com”, e menõ.
22.20; 35.17). “ficar”), é usado para se referir a “permanecer" no
Em Jo 1 18. a cláusula: “O Filho unigénito, que Senhor (Al 11.23). Veja FICAR.
está no seio do Pai", expressa Sua união eterna com
o Pai na deidade e a intimidade e o amor inefáveis URSO
entre eles. o Filho tomando pane em todas as deli­ ark(i)os (dpKoq), “urso”, ocorre em Ap 13.2.T
berações do Pai e desfrutando de todos os Seus afe­
tos. O utra leitura é m onogenes theos, “ Deus USAR (1)
Unigénito '. Em Jo 3.16. a declaração: “Deus amou A. Verbos.
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho 1. phoreõ (dopeiu). forma freqüeniativa de pherõ,
unigénito”, não deve ser considerado que signifi­ “levar”, e denotando “ação habitual ou repetitiva",
que que Jesus se tornou o Filho Unigénito na é usado primaríamente acerca de roupa, armas, etc.,
encarnação. O valor e a grandeza do dom acham-se de roupas finas (Ml 11.8, “se trajam”): roupas boas
na filiação daquele que foi dado. Sua filiação não (Tg 2.3. “traz“); a coroa de espinhos (Jo 19.5). Veja
era o efeito de Ele ser dado. Em Jo 3.18. a frase: “O LEVAR (1). n° 7.
nome do unigénito Filho de Deus”, põe a ênfase na 2. endiduskõ (cvSiouOKiu). “vestir”, é usado na
plena revelação do caráter e da vontade de Deus. o voz. ativa em Mc 15.17 (nos bons manuscritos; al­
Seu amor e graça, conforme são transmitidos no guns têm o n° 3): em Lc 8.27, na voz média (em
USAR 1046 VACILAR

alguns textos; os melhores têm o n° 3). Quanto a Lc Notas: (1) Em At 19.19, o verbo prassõ, “prati­
16.19. veja REVESTIR, n” 3.1 car”, é traduzido por “seguiam".
3. enduõ (eu&uai) é usado em Lc 8.27 (“vesti­ (2) Quanto a Hb 5.13, "se alimenta (de leite)”,
do". voz média; veja o n° 2). Veja PÓR. n° 26. RE­ veja PARTICIPAR. B. n° 3.
VESTIR, n° 2. (3) Em 1 Ts 2.5. “usamos” é a tradução do verbo
4. klinõ ( kAíuui), "dobrar, curvar, declinar”. ginomai. “tomar-se”, com a preposição en. “em",
é usado acerca de um dia (Lc 9 .12; 24.29). Veja regida pelo substantivo, “de palavras (lisonjeiras)”,
ARCO. n° 4. FUGA. B. GASTAR. JA ZER. n° ou “de discurso (lisonjeiro)”: esta frase idiomática
6. significa “estar engajado em. servir-se. lançar mão
5. hupõpiazõ (uTrurmáCijü) é encontrado em Lc de” Uma tradução próxima ao significado do grego
18.5 (“me importune"). Quanto a este verbo e à é: “Pois em tempo algum caímos no uso de discurso
aplicação um tanto quanto diferente em I Co 9.27, lisonjeiro” (cf. I Tm 2.14. “caiu em transgressão").
veja DAR MURRO. nG2.1 (4) O verbo “usar” é combinado com outras pa­
B. Substantivo. lavras, por exemplo, engano, hospitalidade, repeti­
perithesis (TrepíÔeoiç), “colocação ao redor ou ção.
em" (formado de perí, “ao redor”, e tithemi, "pôr"),
é encontrado em 1 Pe 3.3, acerca do “uso" de jóias USAR DE ASTÚCIA
de ouro.! katasophi-omai (KOTaOíxfíCopaL). “tratar sutil-
mente” (formado de kata. “contra, embaixo de”, e
USAR (2) sophos. “sábio, sutil”), usado na Septuaginta em 2
1. chraomai (xpdopm ). derivado de chre, “é Sm 13.3. acerca de Jonadabe. ocorre em At 7.19
necessário", denota; (o) “usar” (At 27.17; I Co (usando de astúcia” ).! Na Septuaginta. consulte Ex
9.12,15: 2 Co 1.17; 3.12: 13.10; 1 Tm 5.23); em 1 1. 10-1
Co 7.21, onde “aproveita a ocasião" significa “usa
vossa servidão” : em 1 Co 7 .3 1, onde “os que usam USO
(deste mundo)” é seguido pela forma fortalecida de apochresis (aTTÓxpqoi ç). forma fortalecida de
katachraomai. "abusassem” ; em I Tm 1.8, acerca chresis, “uso”, e significando “abuso” (cognato de
de “usar" a lei legitimamente, ou seja. satisfazendo apochraomai. “usar na íntegra, abusar”), é encon­
seus desígnios; (b) “tratar com ” (At 27.3). Veja trado em Cl 2.22 (“uso” ); a cláusula pode ser
TRATAR. Contraste com o verbo na voz ativa chraõ traduzida por “pelo consumo”. “A palavra incomum
(ou kichremi), “em prestar” (Lc 11.5). Veja EM ­ foi escolhida por sua expressividade: o term o
PRESTA R! chresis aqui era um apochresis; as coisas não podi­
2. echõ (exw). “ter”, é usado em I Pe 2.16 (“ten­ am ser usadas sem tomá-las impróprias para uso
do” ). Veja TER. posterior” (Lightfoot)-l
3. anastrephõ (duaorpeífua) denota primariamen-
te “comportar-se. viver de certa maneira”, é encon­ UVA
trado, na voz passiva em llb 10.33 (“foram trata­ staphule (oTaóuXií) denota “cacho de uvas” ou
dos” ); o verbo, porém, não significa “tratar” ou “uva” (Mt 7.16; Lc 6.44: Ap 14.18). Deve ser dife­
“usar” : aqui tem o significado de “viver entre so­ renciado de omphax. “uva verde” (não ocorre no
frimentos. repreensões, etc.” Veja COMPORTAR- Novo Testamento), por exemplo, na Septuaginta em
SE. FICAR. PASSAR. SUBVERSÃO. VIVER. Jó 15.33. e de borrus. “cacho”, usado em Ap 14.18
VOLTAR junto com o termo staphule.!

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