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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE AGRONOMIA

RESENHA CRÍTICA: LEVIATÃ; HOBBES

Juliana de Almeida Souza

Diamantina
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA

RESENHA CRÍTICA: LEVIATÃ; HOBBES

Juliana de Almeida Souza

Professor: Dr. Daniel Ferreira da Silva

Resenha crítica apresentada ao Curso de


Agronomia, como parte dos requisitos exigidos
para a aprovação na disciplina Sociologia e
Associativismo Rural.

Diamantina
2022
Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4
2. RESENHA CRÍTICA ....................................................................................... 4
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 10
1. INTRODUÇÃO
Thomas Hobbes (1588-1679) foi filósofo e teórico político. Autor de obras
que abrangem conceitos de política, psicologia, física e matemática. Suas
principais obras foram os livros Leviatã e O Cidadão. Em suas obras defendia a
monarquia e seu poder absoluto devido à forte ligação que possuiu, por toda a
sua vida, com a monarquia inglesa. Com suas obras levantou diversos debates,
principalmente na França, onde lançou o livro Leviatã que desagradou a igreja
Católica e o governo Francês, sendo obrigado, então, a deixar o país devido a
suas ideias radicalistas. Hobbes faleceu na Inglaterra aos 91 anos, mas suas
obras e ideias perduram até os dias atuais, onde são peças primordiais para o
entendimento da sociologia (FRAZÃO, 2021).
O livro Leviatã foi lançado em 1651, enquanto Hobbes estava na França,
período este muito conturbado para os ingleses nos ramos políticos, religiosos e
culturais. Durante este período a Inglaterra passava por uma guerra civil, e a
figura de Oliver Cromwell se destacava na busca pelo poder. Sob a liderança do
puritano, o país deixou de ser monarquia e passou a viver sob um regime
republicano, portanto, o livro foi muito influenciado por este quadro de
instabilidade e conflito (FRAZÃO, 2021). Seu nome faz referência a um monstro
citado na bíblia, mais especificamente, no velho testamento no livro de Jó. O
texto descreve o Leviatã como sendo uma criatura marinha, muito grande, que
possui uma força descomunal, com uma pele extremamente resistente e que
expelia fogo de sua boca. Na bíblia, em nenhum momento este ser é descrito
com um demônio, porém, geralmente a palavra aparece em algumas passagens
bíblicas sendo empregada de forma simbólica e figurada para representar a
perversidade ou as forças do mal.
O livro tem como tema central a organização social. Hobbes busca com o
livro, explicar seu modo de compreensão de como a sociedade se estrutura e as
razões pelas quais os homens são o que são e fazem o que fazem e como a
política é pensada, aplicada e interfere nesse contexto. Esta obra é fundamental
para o entendimento do comportamento humano, sobretudo em relação ao
poder, suas formas de organização, além de ser um dos pilares fundamentais
para a compreensão do universo político, em todo o mundo e em todos os
tempos (SILVA, 2008).

2. RESENHA CRÍTICA
O livro possui diversos capítulos e é dividido em quatro partes,
selecionadas pela temática, de modo a torná-lo mais didático.
A primeira parte é denominada “Do Homem”, trata sobre a figura humana
sob uma perspectiva mais filosófica, traz à tona as sensações e as explica e
exemplifica. Hobbes, traz uma teoria contraria a proposta (vinda vários anos
após), de Jean-Jaques Rousseau, de que o homem nasce bom a sociedade que
o corrompe. Para Thomas o estado de natureza do homem e da mulher é o
estado de extrema violência onde o ego e os extintos preponderam. Segundo o
autor, ao se observar o homem e a mulher, dentro de sua casa percebe-se que
estes escondem dinheiro até mesmo de seus familiares, como se desconfiassem
de tudo e de todos, até mesmo de si próprios.
Devido a sua postura competitiva, controladora e utilitarista, o homem
tende a entrar em atrito com os outros indivíduos, o que gera uma constante
guerra entre a humanidade. Assim, o “estado natureza” é posto em prática, e
cada indivíduo poderia usar a força para defender sua vida. Então, tem-se a
definição de “homem natural”, o ser em sua natureza bruta, sem lapidações
sociais, selvagem, competitivo, possessivo e capaz de matar para se defender.
Durante este estado de natureza aplica-se sempre a lei do mais forte, mais
esperto, onde não há regramento a não ser a força e o egocentrismo, o que para
Hobbes era o principal elemento constitutivo do ser humano.
Ainda, com relação aos homens naturais cabe ressaltar que estes, devido
ao seu egoísmo e luxuria, estão inclinados a agredir os outros. Isto explica uma
das frases mais conhecidas do livro, “o homem é o lobo do homem”, onde são
capazes de agredir e matar qualquer indivíduo para garantir sua sobrevivência.
Com esta postura, o homem condena-se, a uma vida solitária, pobre, repulsiva,
animalesca e breve. Neste estado não existe senso do que é justo ou injusto,
nem o que se pode ou não pode fazer porque os homens vivem motivados por
suas paixões e interesses, como estes interesses costumam ser semelhantes
entre indivíduos, os mesmos costumam entrar em constante conflito.
No entanto, por uma inclinação racional o homem percebe que não deve
querer para os outros aquilo que não deseja para si e para isso precisa renunciar
aos seus “direitos de natureza”, então, precisa transferi-los a um único homem
ou assembleia que o conduza e o controle, garantindo assim a segurança de
todos. Nasce, então, o conceito de “homem artificial” através de um pacto
voluntário firmado entre os homens, tendo em vista a própria proteção, a fim de
saírem, do instável estado de natureza, para a libertação e salvação.
É válido salientar que a natureza não colocou no homem o instinto de
sociabilidade, este só busca companheiros por interesse ou necessidade,
portanto, a sociedade política é o fruto artificial de um pacto voluntário, de um
cálculo interesseiro. Isso ocorreu pois no estado natureza o homem até poderia
se sair bem e obter a realização de seu desejo, contudo, este estaria sempre
oprimido e com medo de que, eventualmente, alguém que seja mais fraco do
que ele se una em bandos ou grupos e consigam derrotá-lo, fazendo com que o
caos reine. Então, Hobbes argumenta que, a passagem entre os estados de
homem natureza para sociável ocorre, pois, o homem, em seu estado egoísta,
aceita coletivamente abrir mão de parte de sua liberdade em prol de sua
segurança, pois, no primeiro estado não há garantia de que uma pessoa não
poderia ser morta, já em sociedade, as pessoas devem controlar suas atitudes.
Tal fato se comprova em diversos âmbitos da vida. Ao se montar uma
associação ou cooperativa, por exemplo, pode-se buscar a compra de insumos
mais baratos, mas para isso é necessário a união destes produtores, contudo,
esta união é realizada pensando na individualidade, onde busca-se conseguir os
melhores preços para si e não necessariamente pensando no coletivo.
Este egoísmo tão evidenciado por Hobbes, muitas vezes surge do medo,
medo da morte ou de perder algo importante. O medo é o principal sentimento
que rege o ser humano é ele que garante a sobrevivência e o leva a construir
relações entre pessoas.
De acordo com o autor, a socialização humana seria fruto do pacto social,
ou seja, a necessidade pela paz e proteção fez com que mulheres e homens
passassem a viver em comunidades. Com o contrato o homem transfere a um
terceiro os seus interesses, que substituirá a vontade de todos, com isso estes
concentrariam todo o poder e defenderiam os interesses do grupo. Dessa
maneira originaria o Estado, que o autor denomina de Leviatã. Ele é o detentor
de tanto poder e força que se tornaria capaz de dirigir as vontades de todos,
promovendo a paz no interior e ao auxílio mútuo contra os inimigos no exterior.
O pacto não é firmado com o Estado, mas sim entre os homens que renunciam
seus direitos e liberdade em prol da paz.
Como já dito, a figura do Leviatã é baseada no Leviatã bíblico. Hobbes
incorpora a ideia de “monstro” e “besta” para o princípio de Estado, onde os
indivíduos estariam submetidos ao pacto com este monstro, e ele os
representaria, e todas as suas ações seriam de responsabilidade da sociedade,
pois, foi a população quem concedeu o poder para esta criatura. Tal ser, porém,
também garantiria o cumprimento do código de conduta para a manutenção da
paz, pois caso algum indivíduo descumprisse alguma das leis estabelecidas,
este teria sua vida tirada pela criatura (Estado), mas, se as leis fossem
cumpridas, ele deixaria a barbárie e assumiria forma humana.
Devemos observar que para que o Estado funcione a renúncia do povo
deve ser absoluta, total e irrevogável, do contrário, a guerra natural continuaria
entre os homens. Assim, o soberano poderá garantir a igualdade perante a lei
de forma que todos os homens responderiam por seus atos em igual medida.
O autor defende a ideia de uma monarquia absolutista, pois acredita que,
desta forma, os interesses públicos coincidiriam com os privados, e isso facilitaria
a vida dos súditos, pois o governante precisa do bem-estar destes para manter
o seu próprio bem-estar, então seria interessante para o governante absoluto
que a população esteja em harmonia para que o reinado ocorra tranquilamente,
sem questionamentos, conflitos ou motins. Segundo Hobbes, todo homem, e,
por conseguinte todo governante, pensa em seu interesse pessoal, no dos seus
súditos e de seus amigos, portanto, sua tendência natural é dar-lhes vantagem
sobre o interesse público. Na democracia ocorreria desta maneira, um
governante pode ser facilmente corrompido, com isso pode colher de sua
deslealdade ou de uma guerra civil mais vantagens do que da prosperidade
pública. Hobbes não aceita que o monarca seja questionado em nenhuma
medida, mas é válido salientar que, naquele período, os monarcas eram
considerados enviados divinos para auxiliar o povo.
Hobbes aceita uma única possibilidade mediante a qual o contrato social
poderia ser suspenso e assim a figura do monarca ser questionada. Tal fato
poderia ocorrer caso o monarca não conseguisse garantir a paz controlando o
egoísmo humano para não incitar novas guerras. Com isso, a população que
havia pactuado poderia, então, derrubar o monarca.
O Estado poderia fazer uso de violência para controlar as pessoas,
segundo o autor, não existe exército sem armas, com isso as pessoas poderiam
ser refreadas através do medo. Este medo seria das consequências impostas
pelo Estado com relação as punições feitas sobre as pessoas em decorrência
de cada atividade ilícita realizada por elas. Como já dito, o medo é o principal
sentimento que controla as ações do ser humano, com isso, os monarcas tinham
as pessoas em suas mãos.
É possível relacionar a perspectiva de caos social e ausência de
governabilidade que ocorre no estado de natureza com as crises que assolam o
Brasil e o mundo. É fácil perceber a diferença entre uma região do Brasil que
tem acesso a educação e é devidamente assegurada pelo estado do que ocorre
em favelas. Geralmente, em ambientes menos favorecidos as pessoas tendem
a ter filho muito cedo e em grande número, ao ver a necessidade de alimentar
seus filhos, por exemplo, é comum um pai entrar no crime. As crianças, ao
crescerem observando o que é feito pelo pai, e sem esperanças de melhoria com
relação ao estado, tendem a seguir o mesmo caminho, alimentando um círculo
vicioso. Estas pessoas, se tivessem sua segurança alimentar e física garantida
pelo Estado dificilmente entrariam “nesta vida”. Com a atual crise que o país
enfrenta o quadro de desconfiança aumenta com relação a seus governantes e
é semelhante a desconfiança do homem natural em relação a outros indivíduos,
com isso a sociedade fica agitada e há aumento do sentimento de ameaça, pois,
como já é de conhecimento, em situações de urgência o homem é capaz de
qualquer coisa para sobreviver.
Na segunda parte do livro, chamada de “Do Estado”, o autor descreve
como seria o Estado de acordo com sua perspectiva. Sendo assim, o Leviatã de
Hobbes possui algumas máximas como a inviolabilidade que seria a falta de
contestação e a total submissão ao poder soberano, a soberania absoluta, onde
o mesmo detém o poder de decisão em todos os aspectos seja o militar,
econômico e político entre eles a seleção e escolha de funcionários, cargos e
etc. Segue-se a suposição de que a rebelião leva à discórdia e a discórdia pode
levar à guerra, acarretando assim no retrocesso ao estado natural, perdendo
toda a confiança com relação a segurança. Tem-se o direito a propriedade
mediante a submissão as leis civis, além disso com a preservação da paz, é
garantido a população seus direitos fundamentais, como o direito à vida e saúde.
As recompensas e punições devem ser previamente estabelecidas por lei. Desta
maneira, seja qual for a forma de governo instituída, o Estado surge para
satisfazer o desejo dos homens de sair da condição de guerra, estabelecendo
normas e punições a fim de garantir a manutenção da paz e a criação de um
ambiente seguro para a população.
Segundo Hobbes, existem três tipos de estados: monarquia, aristocracia
e democracia. Quando o representante é apenas um homem o governo chama-
se monarquia, quando é uma assembleia de todos aqueles que se uniram é uma
democracia (governo popular), já quando a assembleia é formada apenas por
uma parte é uma aristocracia. Não há outras formas de governo, porque o poder
soberano inteiro deve pertencer a um ou mais homens, ou a toda a população.
A tirania, oligarquia e anarquia são apenas termos usados por opositores para
se referir as formas reais de governo de forma pejorativa.
Para Hobbes apesar das adversidades que são instituídas na criação do
Estado através do contrato social, a ausência desse poder leva a volta da
condição caótica de guerra, onde todos os homens guerreiam entrem si, para
garantir valores mínimos de vida, que o Estado através de criação de normas
pode assegurar pacificamente. Com isso, embora haja más consequências de
um poder tão ilimitado, a falta dele, leva a guerra perpétua entre homens,
acarretando em consequências ainda mais desastrosas.
De acordo com o mesmo, a monarquia é a melhor das formas de governo,
pois as demais são facilmente corrompidas. Entretanto, ele afirma que a
diferença entre as três espécies de governo não está em uma diferença de
poder, mas, na diferença de conveniência, isto é, da capacidade para garantir a
paz e a segurança do povo, no qual estas foram instituídas. Com isto todas as
formas são válidas se conseguirem promover a paz, a ordem e a segurança para
a população.
Por fim, na terceira e quarta parte, Hobbes aborda o Estado Cristão. Ele
vivia na Europa durante uma época turbulenta de concorrência entre o
parlamento e o rei absolutista pelo poder, esta disputa era intensificada pelas
questões religiosas. Com isso, Thomas rejeitava a legitimidade de uma única
autoridade como intérprete oficial da vontade divina. Esta falta de autoridade
requeria a existência da intervenção do Estado sobre a religião e impossibilitava
o uso da Bíblia como lei.
Hobbes defendia atitudes mais democráticas na Igreja. Durante o livro, ao
se tratar de assuntos religiosos ele buscava limitar o poder da religião na esfera
política inglesa, argumentando que o Estado deveria exercer poder sobre a
religião. Assim, o autor deixou claro sua visão política, que foi considerada como
contratualista e defensor do absolutismo, isto porque ele possuía uma visão
cética e racional, em relação ao homem e sua natureza sociável, diferentemente
da visão que a igreja gostaria que a população tivesse.
O autor ainda dizia que a matéria do Estado e da igreja são a mesma
matéria, ou seja, as pessoas. O Estado composto de cristãos e a Igreja Cristã
são a mesma coisa, uma só entidade cuja vontade deve prevalecer a do
soberano, seu órgão único. Nenhuma autoridade espiritual tem base para se
estabelecer como rival do poder soberano. Nenhum súdito pode considerar
proibida, devido ao seu valor cristão, uma ação que lhe foi ordenada pela lei civil,
sob pena de morte natural.
Para Hobbes, o monarca era considerado o pastor supremo de seu povo,
detentor do direito de nomear os pastores subordinados. Com isso o soberano
poderia batizar e administrar os sacramentos. Fato este que não ocorreu, mas,
para o autor, o Estado possuía tais direitos.
Cabe ressaltar que o Estado não encara verdade religiosa alguma, este
não exige dos súditos crenças, mas sim obediência. Impõe uma junção entre o
que pede a ordem religiosa e o que é de ordem civil, para que os súditos não
fiquem divididos entre as ordens do poder religioso e as do poder civil de maneira
que a paz possa reinar.
Através desta obra, Hobbes parte do princípio de que o homem é mau por
natureza, todas as suas ações são voltadas para o interesse próprio, mesmo
aquelas que são realizadas de forma coletiva. Sem a interferência do Estado, o
mundo viveria em uma situação caótica, como se fossem “verdadeiros animais”,
por isso, é necessário que alguém tome as rédeas para controlar o instinto
natural do ser humano.
Como vimos, o Estado fica responsável por criar leis e de garantir que
estas serão colocadas em práticas através de punições para as pessoas que as
descumprirem. Esse controle é exercido pelo medo da população das ações
impostas pelo Estado, então assim é definido as ações que constroem um bom
caráter, separando o bom do mau e o joio do trigo.
O autor possuía ideias muito complexas para época, através do livro ele
expõe muitas características do ser humano que são verídicas, mas que muitas
vezes passam despercebidas. Ele destaca o ser humano com egocêntrico e
movido por paixão, sendo capaz de atitudes vorazes quando seu maior interesse
está colocado em jogo, sendo este, geralmente, a sua sobrevivência ou de
alguém importante. É fácil perceber que estas colocações de Thomas são
verdadeiras, qualquer pessoa, ao ver sua integridade, ou a de alguém que ama,
ser colocada em risco, que o instinto relatado por Hobbes vem à tona. Por
exemplo, ao ver um assaltante ameaçando seus filhos com alguma arma,
nenhuma pessoa hesitaria em tentar alguma ação contra o indivíduo, mesmo
que isso custe sua vida. Este fato monstra exatamente o que Hobbes relatava,
um ser humano é capaz de matar para se defender e até mesmo se entregar por
quem ama, tendo instintos primitivos e movidos pela paixão.
Ao meu ver, Hobbes realmente tem razão quando ressalta que sem a
presença do Estado, estaríamos em piores condições do que aquelas em que
estaríamos sem sua presença. Contudo, o Estado é falho em muitos aspectos.
Independente da forma de governo, é perceptível a corrupção das pessoas a
frente do governo, com isso uma minoria é favorecida enquanto muitos são
jogados na miséria, por isso, tendem a retornar a estado natural do ser humano.
Tal fato é observado em todo mundo, mas no Brasil, principalmente nos grandes
centros urbanos, é notável a separação entre as áreas nobres e as favelas.
Através do atual do governo brasileiro, a desigualdade social vem aumentando
e trazendo inseguranças para grande parte da população, principalmente em
quesitos mais básicos de sobrevivência, como a alimentação. Com a alta no
preço dos alimentos, vários produtos de cesta básica, sendo estes o mínimo para
garantir a alimentação, atingiram valores que muitas famílias não são capazes
de pagar. Sem certeza de que terão o que comer muitas pessoas começam a
roubar, desencadeando assim graves problemas na sociedade, que aos poucos,
vão se tornando uma bola de neve e então atingem níveis críticos de desordem.
Então, nos resta a dúvida se o Estado consegue realmente cumprir sua
missão estabelecida por Hobbes. Em muitos aspectos, já abordados
anteriormente, acredito que não. Para realmente garantir a paz e a ordem o
Estado deve buscar políticas públicas que integrem a população como um todo.
Para manter a ordem as pessoas devem, primordialmente, sentirem que suas
demandas mais básicas estão supridas, como saúde, alimentação e educação,
mas para isso o Estado deve olhar com outros olhos para a população carente,
ao promover a melhoria na condição de vida destas pessoas elas estarão
tranquilas com relação a sua segurança então seguiram mais facilmente as
normas estabelecidas. Esse fato observa-se em nações em que não há elevada
desigualdade social, nestes locais os índices de violência são muito inferiores.
Isso não é observado no Brasil devido a grande corrupção dos políticos que
assola o país e também de parte de sua população, o famoso “jeitinho brasileiro”.
Por fim, é valido salientar novamente a importância desta obra para a
construção da sociologia, sem este livro não entenderíamos tão bem como
funciona o comportamento humano, nem a importância do Estado como agente
promotor da paz. Hobbes, sem dúvida, incentivou o pensamento de muitos
sociólogos que vieram após suas publicações e promoveu (e ainda promove)
grandes debates por todo o mundo.

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HOBBES, Thomas. Leviatã: Matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico


e civil. (Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva). 1
ed.; São Paulo: Martins Fontes, 2003.

SILVA, B. I. Leviatã. Univás, Pouso Alegre: Infoescola,2008). Disponível em:


https://www.infoescola.com/filosofia/leviata/. Acesso em: 14 ago. 2022.

FRAZÃO, D. Thomas Hobbes: Filósofo e teórico político francês. Recife:


ebiografia, 2021. Disponível em: https://www.ebiografia.com/thomas_hobbes/.
Acesso em: 14 ago. 2022.

RESENHA de Vassoler: O Leviatã, Thomas Hobbes, 2021. 1 vídeo (19 min).


Publicado pelo canal Flávio Ricardo Vassoler. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=6mhgNvz9fTA. Acesso em: 14 ago. 2022.

RESUMO da obra: O Leviatã, Thomas Hobbes, 2018. 1 vídeo (11 min).


Publicado pelo canal Tudo é História. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=wehIATrtCJQ. Acesso: 14 ago. 2022.

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