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L.

Portuguesa 1ª Série SEMANA 1


ESCOLA/COLÉGIO:
ESTUDANTE:

Olá, estudante!

Para ajudar em seus estudos, você está recebendo o resumo dos conteúdos das aulas N1, N2, N3, N4 e N5. Vamos
estudar como se estrutura um artigo de opinião, além dos recursos linguísticos que os compõem. Bons Estudos!

Artigo de Opinião

Você se lembra de ter lido algum texto de opinião? O artigo de opinião é texto publicado em jornais, revistas ou
internet; e é assinado por um articulista que, jornalista profissional ou não, normalmente é uma autoridade no assunto ou
uma “personalidade” cujas posições sobre questões debatidas publicamente interessam a muitos. É o que explica a relativa
frequência com que celebridades da cultura pop, por exemplo, são convidadas a se pronunciar sobre o que pensam a
respeito de questões sobre educação, saúde pública etc., mesmo quando estão longe de ser especialistas no assunto.
Você sabia que há sempre uma questão polêmica responsável pela produção de um artigo de opinião? Isso significa
que o articulista desenvolve seu texto a partir de uma situação que gera opiniões distintas sobre o mesmo assunto.
Antes de continuarmos analisando como se estrutura este gênero de texto, vamos à leitura de alguns fragmentos de
um artigo de opinião que nos instiga a pensar sobre o que é a liberdade.

A MENTIROSA LIBERDADE – de Lya Luft.

Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe em prateleiras enfeitadas, para
que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma – como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos
que tudo isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não ser
suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, do clube mais chique, de não ter feito a
viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres. [...]
Disponível em: https://www.contioutra.com/a-mentirosa-liberdade-lya-luft/

Leia atentamente ao trecho acima e perceba que mesmo se tratando de um texto não literário, a autora se utiliza de
recursos como as figuras de linguagem, por exemplo, que são próprios da escrita literária para argumentar a favor da sua
tese. É o que acontece na oração: “[...] os mitos e mentiras que nossa cultura expõe em prateleiras enfeitadas, para que a
gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma – como se fosse algodão-doce colorido.” Aqui está presente a figura de
linguagem que conhecemos como comparação.
Não se esqueça de que na escrita de um artigo de opinião o que é essencial, ou seja, o propósito do texto, é convencer
o leitor de que a sua tese é a opinião válida, por isso, ele precisa ser elaborado com base em ARGUMENTOS, que são razões,
verdades, fatos, virtudes e valores (éticos, estéticos, emocionais) tão amplamente reconhecidos que, justamente por isso,
servem de alicerce para a tese (ideia) defendida. Assim, argumentos bem fundamentados têm maior probabilidade de
convencer os interlocutores.
Para entendermos melhor as estratégias argumentativas possíveis na produção de um texto, vamos a mais um
fragmento do artigo de opinião estudado:

[...] Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em liberdade, e poucas vezes
fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade
de escolha, mas somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não
conseguimos escolher com calma. [...] Preenchem-se fendas e falhas, manchas se removem, suspendem-se prazeres como
sendo risco e extravagância, e nos ligamos no espelho: alguém por aí é mais eficiente, moderno, valorizado e belo que eu?
Alguém mora num condomínio melhor que o meu? Em fileira ao longo das paredes temos de parecer todos iguais nessa
dança de enganos. Sobretudo, sempre jovens. [...]

No artigo de Lya Luft, publicado na revista Veja em 25/03/2009, a autora levanta questionamentos a respeito da
liberdade que é cerceada por padrões pré-estabelecidos pela sociedade. Nesse trecho, ela se vale do argumento de
EXEMPLIFICAÇÃO, pois enumera as diferentes exigências que a sociedade nos impõe, a fim de que sigamos o padrão de
comportamento já definido pela mídia, por exemplo.
Veja alguns exemplos de tipos argumentativos:
Argumento de autoridade: quando utilizamos a voz de outros autores no texto.
Argumento de exemplificação: quando apresentamos exemplos válidos e de amplo conhecimento sobre o tema.
Argumento de princípio: quando apresentamos uma constatação a partir de crenças pessoais (lógica, científica, ética,
estética) aceita como verdadeira.
Argumento por comparação: quando comparamos ideias, valores, lugares, situações...
É importante observar também como se estrutura um artigo de opinião e quais elementos o compõem.
Quanto à estrutura, é parecida com outros textos que você, estudante, já conhece, pois é constituído de:
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Agora, o que constitui estas partes são:
TEMA: ideia central do texto, um recorte do assunto.
TESE: uma proposição, ou seja, um ponto de vista.
ARGUMENTO: defesa da tese, a justificativa do ponto de vista do locutor.

Para que um artigo de opinião apresente clareza e objetividade, a fim de convencer aos interlocutores, é necessário
também você demonstre domínio dos recursos linguísticos que dispomos, por exemplo, fazer uso adequado dos conectivos,
palavras que estabelecem relações entre as orações e parágrafos, ou ainda, conhecer quais palavras retomam outras já ditas,
a fim de evitar repetições desnecessárias. Antes de finalizarmos a leitura, vejamos mais um trecho:

[...] É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna.
Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura,
desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos de fora, mas de construir a nossa
existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão pouco tempo [...].

Observe que a palavra destacada se refere a um termo já dito no texto, ou seja, retoma a palavra “existência”.
Assim, o termo “a qual” exerce a função de pronome relativo.
Agora é com você! Vamos pôr a mão na massa e produzir um artigo de opinião? Vamos ao passo a passo:
1. Com base em seus conhecimentos historicamente construídos, você produzirá um artigo de opinião sobre o tema “O
que é liberdade e o que fazer com ela” – esse é o tema do seu artigo de opinião.
2. Seu texto deverá ter entre 20 e 30 linhas, divididas em pelo menos 3 parágrafos: introdução (apresentação do tema
e da tese); desenvolvimento (defesa da tese com argumentos) e conclusão (retomada da tese e síntese dos
argumentos).
3. Lembre-se de que é importante considerar o público leitor de seu artigo, considere a situação de que ele circulará
pela comunidade em que você mora, por isso, revise-o, respeite os limites das margens direita e esquerda.
4. O seu interlocutor serão todas as pessoas interessadas no tema. Lembre-se que o importante é você se posicionar e
trazer argumentos para convencer o leitor de que sua opinião é a mais correta. Não se esqueça também de utilizar
como recurso conhecimentos de outras áreas e fazer o uso de operadores argumentativos.

Não deixe de fazer os exercícios para compreender melhor os artigos de opinião e até a próxima semana!

Responda às questões abaixo:

1. Releia: “Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deveres reais, curtindo a vida
sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza.” Os pronomes “dessas” e “essa” cumprem papel coesivo à medida
que
a) antecipam a informação de que há cobranças naturais e essa ideia será desenvolvida posteriormente.
b) sintetizam os posicionamentos dos leitores que sentem a cobrança como algo natural a partir das ideias do texto.
c) caracterizam a informação abrangente de modo vago e impreciso, não deixando claro como combater as cobranças.
d) resgatam a ideia que já fora apresentada anteriormente no texto, as cobranças comparadas a uma correnteza.

2. A estratégia argumentativa que tem por base uma constatação a partir de preceitos pessoais é conhecida como
a) exemplificação, pois o locutor da estratégia argumentativa utilizará as suas constatações para exemplificar e convalidar os
seus argumentos.
b) princípio, pois a justificativa é um princípio, ou seja, uma crença pessoal baseada numa constatação aceita como
verdadeira e de validade universal.
c) autoridade, pois o locutor da estratégia argumentativa utilizará as suas constatações com autoridade, uma vez que
vivenciou algumas experiências.
d) comparação, pois o locutor da estratégia argumentativa utilizará as suas constatações para comparar o que viveu
anteriormente com o momento atual.

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