Você está na página 1de 1

As implicações da arquitetura hostil no cenário brasileiro.

Durante a idade média, os castelos eram cercados por feudos, grandes muralhas e torres que
tinham como objetivo a proteção e a limitação na circulação do servos pelas áreas dos
senhores feudais. Paralelo a isso, nota-se a permanência de práticas urbanísticas nocivas, que
visam restringir certas locações a uma parcela da sociedade brasileira, intensificando a
segregação social e a permanência de pessoas em situação de rua em habitações desumanas.
Logo, é necessário analisar os principais causadores desse contexto hostil: a inercia social e a
falha da máquina pública.

Nessa perspectiva, é imperioso destacar que o descaso social corrobora para a persistência do
óbice. Dessa maneira, a geografia moderna introduz o conceito de gentrificação , o qual traduz
o processo de “limpeza social” ocorrida nas áreas urbanas com a motivação de embelezar
determinada área, valorizando assim a localidade. Sob esses viés, é nítido que o corpo social
permanece alheio ao preconceito existente, uma vez que permite e realiza as aplicações de
uma arquitetura prejudicial – como pedras e ferros nas calçadas e bancos públicos-.
Consequentemente, as pessoas em situação de rua são afetadas negativamente, posto que a
sociedade correlaciona-os a uma má higiene. Diante disso, enquanto esse pensamento
discriminatório perdurar, esse grupo permanecera a margem da sociedade.

Outrossim, é valido destacar que o descaso governamental também configura-se como um


forte entrave para a resolução do empecilho. Segundo o filosofo polonês Bauman, o Estado é
incapaz de cumprir o papel que inicialmente se propôs. Sob essa ótica, o poder publico é falho,
haja visto que o “design” urbanístico nocivo é regularmente aceito, gerando o aumento de
moradias desumanas e insalubres nas cidades brasileiras. – a exemplo, as pessoas que
comumente se instalam abaixo de pontes e viadutos-. Por conseguinte, essas habitações são
danosas ao meio ambiente e a comunidade, devido ao acúmulo de lixo e a ausência de higiene
pessoal. Dessa forma, enquanto a negligência do poder público perdurar, a comunidade será
afetada pelas más condições de moradia.

Desse modo, a obra “O cortiço”, do escrito Aluísio de Azevedo, narra a influência das
habitações precárias e do meio social no comportamento dos personagens do conto. Sob essa
ótica, a ineficiência de políticas públicas no combate as aplicações da arquitetura hostil, gera o
aumento de moradias desumanas e insalubres nas cidades brasileiras. – a exemplo, as pessoas
que comumente se instalam abaixo de pontes e viadutos-. Por conseguinte, precarizando a
saúde da população e o meio ambiente devido ao acúmulo de lixo nesses locais. Dessa forma,
enquanto a negligência do poder público perdurar, toda a comunidade será afetada pelas más
condições de moradia.

Portanto, torna-se evidente a necessidade de medidas que busquem conter tal “design”
urbanístico. Por isso, cabe a sociedade, manifestar-se contra a instalação de qualquer material
que impeça o direito de locomoção nas vias públicas, visando alertar a população sobre o
preconceito oculto nessa prática. Ademais, cabe ao Governo Federal, fiscalizar e punir a
instauração desses elemento, a fim de criminalizar a prática.

Tempo: 1h15min

Você também pode gostar