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Oitiva informal de adolescente apreendido em flagrante

(Atuação do Ministério Público)

Francisco Leandro Batista


Matrícula: 01370108
Curso: Direito

O menor de idade, quando autuado em flagrante, deverá ser encaminhado à autoridade policial,
de preferência em repartição policial especializada para esses casos, onde houver. Nos casos em
que os pais ou responsável pelo menor comparecer à repartição, o menor deverá ser imediatamente
liberado sob termo de compromisso de apresentação ao Ministério Público. Porém, se o ato
praticado for de grande gravidade e repercussão social, e o MP entender que o menor deverá
permanecer sob internação, proceder-se-á à manutenção do internamento, para que se mantenha a
ordem pública e a segurança do menor. Na hipótese de manutenção do adolescente internado, a
autoridade policial deverá encaminhar o menor infrator ao representante do Ministério Público,
juntamente com cópia do auto de apreensão. A privação da liberdade do menor configura uma
exceção, pois o artigo 106° da lei 8.069/90, estabelece que nenhum adolescente será privado de sua
liberdade, senão em caso de flagrante de ato infracional ou por ordem judicial. Dessa forma deve-se
prezar pela liberdade do menor.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é a legislação que visa proteger e disciplinar a
criança e o adolescente na sociedade brasileira. Uma das medidas disciplinares previstas na referida
lei é a internação, ou seja, haverá a restrição do direito de ir e vir do menor, por isso, nessa situação
deve ser observada a real necessidade e a gravidade da infração praticada, uma vez que a
dignidade do menor deve ser preservada.
Ao ser apresentado o adolescente, o Representante do Ministério Público à vista do auto de
apreensão ou outro documento equivalente, procederá à sua oitiva, e, em sendo possível, dos pais
ou responsável, vítimas e testemunhas. Adotadas tais providências, conforme previsão do artigo 180
do ECA, o representante do MP poderá: a) promover o arquivamento dos autos, b) conceder a
remissão ou c) representar à autoridade judiciária para a aplicação de medida socioeducativa.
Portanto, é possível que o menor seja colocado em liberdade, a partir do momento em que o
Ministério Público lhe concede a remissão do ato infracional, seguindo a concessão da remissão
para homologação judicial em que o Juiz determinará o imediato cumprimento da decisão. Não
concordando com a solicitação do representante do Ministério Público, o Juiz fará remessa dos
autos ao Procurador de Justiça para as providências cabíveis. Sendo assim, somente após as
providências do Procurador de Justiça é que o Magistrado se vinculará ao que for determinado. Em
sendo o caso de o representante do MP não entender pelo arquivamento ou remissão, deverá
oferecer representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais adequada. O procedimento para
apuração do ato de infração deve respeitar o limite de 45 dias para conclusão, estando o
adolescente internado provisoriamente, sendo este prazo improrrogável.

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