Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO

PARANÁ
Campus Curitiba
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA – PROFIAP

Curso de Mestrado Profissional em Administração Pública

Disciplina: FPGO - Finanças Públicas e Gestão Orçamentária
Professores: Vanessa Ishikawa e Fernanda Zola
Período: 1o semestre 2023
Alunos: Thainã Barbosa, Vitor Matheus e Vitor Muniz

RESENHA TEMA 3
O Processo de Implementação do Orçamento no Setor Público

A Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, tem como objetivo instituir as normas gerais de
direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados,
Municípios e Distrito Federal. A lei trata de questões como a lei orçamentária, definição e
classificação de receita e despesa pública, elaboração de proposta orçamentária com previsões
plurianuais e anuais, créditos adicionais, execução orçamentária, movimentação de créditos,
operações de crédito e dívida pública, entre outros. Considerada uma das leis mais importantes para
a administração pública brasileira, ela é referência para diversas políticas públicas. A Lei nº
4.320/1964 também estabelece que os orçamentos devem ser elaborados de forma compatível com
o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual
(LOA), que são instrumentos de planejamento e gestão utilizados pelo Estado.
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, ou como é mais conhecida, Lei de
Responsabilidade Fiscal, estabelece as normas de finanças públicas voltadas para a gestão fiscal
responsável e busca promover a transparência para prevenir e corrigir riscos com o intuito de
garantir o equilíbrio nas contas públicas, abrangendo a União, os estados, os municípios e o Distrito
Federal. São apresentados detalhes complementares à Lei n. 4.320/64, com o propósito de
pormenorizar os principais pontos da lei, como a elaboração do plano plurianual e da LOA,
definição de metas e aspectos de receitas e despesas, dentre outros.
O artigo "Análise inferencial de normas de finanças públicas: enfoque sobre concessão de
benefício por meio da renúncia de receitas públicas", de autoria de Romualdo Douglas Colauto,
analisa as normas de finanças públicas relacionadas à concessão de benefícios fiscais por meio da
renúncia de receitas públicas. Ele realiza uma pesquisa exploratória por meio de um levantamento
bibliográfico e documental, buscando identificar o enquadramento normativo das renúncias fiscais
no contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Constituição Federal.
O artigo também discute as críticas e limitações da LRF, como a rigidez orçamentária e a
dificuldade de implementação em alguns municípios e estados brasileiros. Por fim, são apresentadas
algumas considerações finais sobre a importância da gestão fiscal responsável e a necessidade de
aprimoramento constante das leis e normas que regem as finanças públicas no Brasil.
 O artigo "The ball of confusion in federal budgeting: a shadow agenda for deliberative
reform of the budget process" de Roy T. Meyers critica o processo de orçamento federal nos
Estados Unidos, argumentando que é uma fonte de confusão e ambiguidade. Ele discute as
demasiadas etapas do processo de orçamento e destaca suas deficiências, como a falta de
transparência, incerteza e polarização política. Além disso, Meyers propõe a elaboração de uma
agenda para discutir uma reforma deliberativa do processo de orçamento, compondo um comitê
independente de especialistas para avaliar propostas de orçamento e a participação do público na
definição de prioridades orçamentárias.
Por fim, o capítulo 14 do livro "Orçamento Público" de James Giacomoni aborda a
execução orçamentária e financeira. O autor discorre sobre as decisões e as escolhas expressas na
lei orçamentária, que é o planejamento do que será executado no exercício, destacando a
necessidade de se ter uma gestão eficiente e transparente dos recursos públicos.
O autor trabalha conceitos importantes, como classificação de receita e despesa,
programação financeira e execução orçamentária. Também traz as etapas da execução das despesas,
que parte da licitação até o pagamento ao fornecedorm à luz da Lei n. 4.320/1964.
O capítulo traz ainda uma discussão sobre os mecanismos retificadores do orçamento, que
nada mais são do que uma forma, legal, de se ajustar o orçamento definido ao longo de sua
execução. Esta possibilidade tem a função de promover ajustes no orçamento condicionadas a
situações imprevisíveis que impactam o planejamento e são consideradas necessárias oa bom
andamento do estado.
Em resumo, os artigos e capítulo do livro tratam de tema regulamentado pela legislação
vigente, Lei n. 4.320/1964 e Lei complementar n. 101/2000, qual seja a definição de conceitos do
planejamento e execução orçamentária, trazendo aind, informações acerca de como se dá o
orçamento nos EUA.

REFERÊNCIAS

1. GIACOMONI, James. Execução Orçamentária e Financeira. In ______. Orçamento Público. 16. ed. São
Paulo: Atlas, 2012. p. 299-339.
2. BRASIL. Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal. Brasília, DF, 4 maio. 1964. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>.
Acesso em: 1º ago. 2014.

3. BRASIL. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Brasília, DF, 5 maio. 2000.
Disponível em: <http:// www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/download/contabilidade/lei_
comp_101_00.pdf>. Acesso em: 1º ago. 2014.

4. COLAUTO, Romualdo Douglas. Análise inferencial de normas de finanças públicas: enfoque sobre
concessão de benefício por meio da renuncia de receitas públicas. In: ENANPAD, 28., 2009, São Paulo.
[Anais eletrônicos...]. São Paulo: ANPAD, 2009. Disponível em:
<http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnANPAD/enanpad_2009/APS/2009_APS1893.pdf>. Acesso
em: 6 ago. 2014.

5. MEYERS, Roy T. The ball of confusion in federal budgeting: a shadow agenda for deliberative reform of
the budget process. Public Administration Review, EUA, v. 69, n. 2, p. 211-223, Mar.-Apr. 2009.