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ESTÉTICOS E
COSMÉTICOS
CAPILARES
Introdução
Os cabelos são estruturas que, além de deterem funções importantes
de proteção e saúde para o organismo, estão intimamente relacionadas
com a estética, a aparência e o bem-estar das pessoas.
A presença de disfunções capilares faz com que muitas pessoas pro-
curem por tratamentos preventivos ou curativos, de preferência, que
sejam rápidos, de qualidade e seguros. Para isso, é essencial que o futuro
profissional esteja apto a realizar a avaliação capilar de maneira adequada
para o posterior tratamento.
Neste capítulo, você, aluno da área da estética, aprenderá a realizar
uma avaliação capilar, tão importante antes de qualquer tratamento,
visando a assegurar sua qualidade e a segurança do cliente.
ser pautados na avaliação capilar prévia. É por meio dessa avaliação que será
definido o real problema do cabelo ou do couro cabeludo, ou seja, o diagnóstico
capilar (SCHWARZKOPF PROFESSIONAL, 2018).
A avaliação capilar é semelhante a outras da área de estética no que se
refere às suas etapas. Ela é composta pela anamnese, pela avaliação física do
couro cabeludo e dos cabelos, pelo diagnóstico e pelo plano de tratamento
(ANDRADE; CECHINEL, 2017).
Todas essas informações devem ser registradas em um documento, chamado
de prontuário, que recebe a assinatura do cliente, declarando que concorda
com todas as informações e com o plano de tratamento proposto. Esse pron-
tuário deve ser elaborado pelo profissional, não existindo um único modelo.
Entretanto, ele precisa contemplar todas as etapas da avaliação e atender às
necessidades do profissional e do cliente, de modo que facilite o trabalho e
o tratamento.
Anamnese
A primeira etapa de toda avaliação estética é chamada de anamnese, da mesma
forma que na área capilar. Trata-se do primeiro contato entre profissional e
cliente, que dá mediante conversa com perguntas feitas pelo profissional e
direcionadas ao cliente. As perguntas são predefinidas pelo profissional na
ficha de avaliação e tem por objetivo esclarecer informações acerca do cliente
e do seu problema.
Na anamnese, algumas informações são importantes e devem sempre ser
questionadas ao cliente. Há necessidade de explicar ao cliente o motivo das
perguntas, para que ele se sinta à vontade, evitando uma situação invasiva. É
nessa fase que se cria um laço de confiança entre o profissional e o cliente,
muito importante para a realização do tratamento. Por isso, essa etapa precisa
ser realizada com cautela e de maneira individualizada.
Métodos utilizados para avaliação capilar 3
Quanto aos itens que compõem essa primeira etapa da avaliação capilar,
elencam-se alguns essenciais e os motivos pelos quais devem ser questionados.
Dados do cliente
Neste tópico, serão elencadas informações sobre o cliente, como nome com-
pleto, telefone, idade, profissão, endereço, entre outras. Esse cadastro do cliente
servirá para questões administrativas, para conhecer o perfil a ser atendido
e, também, apara a avaliação capilar, uma vez que as informações de idade e
gênero relacionam-se às disfunções capilares.
Queixa principal
Este item diz respeito àquilo que trouxe o cliente até você. A principal queixa
do cliente pode ser conhecida por meio das perguntas: o que te incomoda no
momento? Qual motivo trouxe você aqui? — elas darão o rumo da avaliação,
do diagnóstico e do tratamento. Vale lembrar que as situações são diferentes,
e cada cliente tem queixas específicas, de maneira que o problema de um
cliente pode não ser o de outro. Por isso, dê importância para ouvir e anotar
as queixas do seu cliente.
A Figura 1 dá um exemplo da disposição de dados pessoais do cliente na
ficha de anamnese.
Tratamentos anteriores
Este item deve apresentar a descrição dos tratamentos que o cliente já realizou
para o problema que ele relata, há quanto tempo e os resultados. Isso possibilita
ao profissional ter um histórico do cliente e conhecer como ele respondeu ao
tratamento — qual era o resultado esperado e qual foi o obtido.
Doenças associadas
Visto que algumas doenças têm relação importante com as disfunções capi-
lares, com os tratamentos a serem realizados e podem ser contraindicações
a algumas modalidades na área da estética, é importante questionar o cliente
sobre a existência delas. Algumas delas são mais influentes na avaliação capilar,
como: alergias, doenças cardíacas, uso de marca-passo, doenças circulatórias,
problema renal e hormonal, diabetes, depressão, câncer e cirurgias recentes.
Uso de medicamentos
Hábitos de vida
Hábitos de vida
Exposição solar: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais os hábitos de exposição:
Inspeção
A inspeção diz respeito àquilo que o profissional encontrará no cabelo do
cliente, por meio da visualização, do toque, do cheiro e da audição. Ela precisa
ter um roteiro e ser sistematizada, de maneira que nenhum item importante
seja esquecido. Todos os itens observados deverão ser anotados no prontuário
do cliente.
A inspeção deve iniciar pelo couro cabeludo e seguir até a extremidade
final da haste capilar, momento em que o profissional ouvirá sons produzidos
pela manipulação dos cabelos, sentirá cheiros e texturas e visualizará o couro
cabeludo e os fios. O uso dos sentidos nessa fase da avaliação é importante,
pois, por exemplo, o cheiro pode indicar algum tratamento químico que o cliente
realizou, o toque possibilita ao profissional conhecer a textura do cabelo, e o
som produzido pela manipulação dos fios pode ser ouvido. O profissional deverá
anotar informações do couro cabeludo, como: mobilidade (normal, reduzida
Métodos utilizados para avaliação capilar 7
Teste de tração
Teste de elasticidade
Teste de porosidade
Porosidade Características
Diagnóstico capilar
Após a realização dos testes, é possível definir um diagnóstico capilar, que será
o resultado de sua avaliação completa, ou seja, após realizar a anamnese, a
inspeção e os testes, é que você dará um diagnóstico para o cabelo. Um exemplo
de diagnóstico pode ser: um cabelo oleoso, liso e muito poroso. Nem sempre o
diagnóstico capilar deve apresentar uma disfunção diagnosticada, sendo que
as características do cabelo também são importantes, pois é a partir delas que
você, enquanto profissional da área da estética, planejará o tratamento a ser
realizado e as orientações a serem passadas ao cliente.
Baseando-se na anamnese, na inspeção e nos testes realizados na fase de
avaliação física do cabelo, o profissional poderá dar seu diagnóstico capilar.
Veja, a seguir, um breve resumo das características que se encontram no cabelo
e que farão parte do diagnóstico capilar.
Tipo de cabelo
Quanto ao tipo, os cabelos podem ser classificados em: secos, oleosos, nor-
mais, frágeis ou mistos. A avaliação, nesse caso, se dará pela visualização da
quantidade de sebo presente no cabelo. Lembre-se de que o sebo é a substância
produzida pelas glândulas sebáceas que estão anexas ao folículo piloso.
Métodos utilizados para avaliação capilar 11
Densidade do cabelo
A densidade do cabelo pode ser definida como sendo baixa ou alta. Essa
análise é feita com base apenas na visualização das áreas. Vale ressaltar que
ela dependerá do tipo e da quantidade de fios. Uma densidade normal é aquela
que praticamente impossibilita a visualização do couro cabeludo. Do contrário,
significa que a densidade se encontra reduzida e pode ser um indicativo de
alguma disfunção capilar. Uma densidade maior também pode ser encontrada,
mas não está relacionada a nenhuma disfunção. No couro cabeludo sadio, a
densidade varia de 175 a 300 fios por centímetro quadrado e sofre influência
de características pessoais, como idade e gênero. A Figura 6 mostra graus de
densidade capilar.
12 Métodos utilizados para avaliação capilar
Elasticidade do cabelo
Espessura do cabelo
Porosidade do cabelo
Formato do cabelo
Lisos
Ondulados
Crespos
Cor do cabelo
Frágil
Misto
Métodos utilizados para avaliação capilar
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18 Métodos utilizados para avaliação capilar
Videodermatoscopia
O exame capilar que faz uso de um equipamento denominado videodermatos-
cópio proporciona um aumento de até 300 vezes na visualização. Ele permite
que o profissional verifique as condições do couro cabeludo, identifique os
tipos de alopecias, assim como disfunções do couro cabeludo, como a caspa,
dermatite seborreica e psoríase.
Além disso, esse exame possibilita a verificação do estado da fibra capilar,
determinando se ela está desidratada, quebradiça ou com tricoptilose ou
tricorrexe nodosa, que são disfunções comuns que os fios.
Tricograma
Um dos exames da área capilar que permite uma avaliação especializada por
meio da análise das hastes pilosas e do bulbo folicular, por meio do aumento
da imagem de até 200 vezes, com a utilização de uma lupa. O tricograma
permite analisar lesões da haste capilar causadas principalmente por agentes
lesivos químicos, encontrados em tratamentos para coloração, descoloração
e alisamentos dos cabelos.
Métodos utilizados para avaliação capilar 19
https://goo.gl/deSw4Q
Fototricograma computadorizada
Este exame permite a avaliação da velocidade do crescimento do cabelo, além
de avaliar a espessura dos fios e a fase em que eles se encontram sem que seja
necessário extraí-los. O equipamento utiliza um software e permite a análise
por meio de fotos microscópicas de uma área de 1 ou 2 cm2 de cabelo. Ele
é indicado para acompanhamento da evolução do tratamento. A Figura 12
mostra um equipamento de fototricograma computadorizada.
a) b)
Figura 13. Aparelho de microscopia MEV e aparelho de microscopia MIT.
Fonte: Adaptada de Clínica Bloch (2018, documento on-line).
22 Métodos utilizados para avaliação capilar
Leituras recomendadas
CLÍNICA DA PELE. O que é cabelo poroso? 2017. Disponível em: <http://dermatologiaca-
pilar.med.br/o-que-e-cabelo-poroso/>. Acesso em: 20 ago. 2018.
FASSHEBER, D. et al. Disfunções dermatológicas aplicadas à estética. Porto Alegre: Sagah,
2018.
LEITE JÚNIOR, A. C. Exames utilizados em tricologia para avaliação das quedas de cabelo.
[2018]. Disponível em: <http://www.blogtricologiamedica.com.br/2013/10/exames-
utilizados-em-tricologia-para.html>. Acesso em: 20 ago. 2018.
RIVITTI, E. A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2018.