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BIOMECÂNICA

DO MOVIMENTO
HUMANO
PROF. MANOEL CARNEIRO
DE OLIVEIRA JUNIOR
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA

Prof. Manoel Carneiro


de Oliveira Junior

BIOMECÂNICA
DO MOVIMENTO
HUMANO

Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
BIOMECÂNICA DO
MOVIMENTO HUMANO
PROF. MANOEL CARNEIRO
DE OLIVEIRA JUNIOR

SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CINESIOLOGIA 07

CAPÍTULO 02 ESTRUTURA E AÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO, 18


TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES

CAPÍTULO 03 COLUNA VERTEBRAL E SEUS MOVIMENTOS 45

51
CAPÍTULO 04 MOVIMENTO DA PELVE, QUADRIL E MMII
59
CAPÍTULO 05 AS FÁSCIAS MUSCULARES
64
CAPÍTULO 06 MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DO CORPO
HUMANO
75
CAPÍTULO 07 CINESIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
83
CAPÍTULO 08 CINESIOLOGIA DA POSTURA
87
CAPÍTULO 09 MARCHA, CORRIDA E SALTO
104
CAPÍTULO 10 BIOMECÂNICA
120
CAPÍTULO 11 TERMINOLOGIA BÁSICA E PRINCÍPIOS DA
BIOMECÂNICA
139
CAPÍTULO 12 SISTEMAS DE ALAVANCAS NA
BIOMECÂNICA
144
CAPÍTULO 13 BIOMECÂNICA NO AMBIENTE AQUÁTICO
149
CAPÍTULO 14 CINEMÁTICA
156
CAPÍTULO 15 A FORÇA E SEUS CONCEITOS NO
MOVIMENTO E NOS ESPORTES
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INTRODUÇÃO

Quando vemos essas duas disciplinas, logo pensamos que são um só, porém são
disciplinas que se complementam, a Cinesiologia e a Biomecânica permitem analisar os
movimentos articulares nos planos anatômicos, entender como as estruturas do corpo
respondem à aplicação de cargas mecânicas e como as forças atuam e modificam o
movimento humano, exercícios físicos que serão aplicados ao longo do tempo, em um
indivíduo. Quando associadas, essas disciplinas promovem a melhoria do rendimento
desportivo no tratamento de doenças degenerativas e permitem a prevenção de lesões
do sistema musculoesquelético.
Ao entender a Cinesiologia e a Biomecânica, poderemos desenvolver a capacidade
de pensar de forma ampla, refletindo sobre as questões centrais que norteiam o
programa e a execução das ações em cinesiologia, biomecânica e treinamento físico, por
profissionais ligados ao espaço de saúde. Diante disso, o entendimento visa contribuir
para a formação de profissionais capazes de conhecer as principais dificuldades e
problemas que surgem, permitindo-lhes ter maior confiança no processo de tomada
de decisão nas questões relacionadas à cinesiologia, biomecânica e treinamento físico.

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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA CINESIOLOGIA

Bem-vindo a aula de Cinesiologia!


A aula de Cinesiologia tem como objetivo analisar os movimentos do corpo humano,
sua finalidade é compreender as forças que atuam sobre este objeto, uma força que
influencia o movimento em relação às posições e movimentos do corpo no espaço,
a capacidade de produzir movimento e modificá-lo.
É extremamente importante conhecer anatomicamente o corpo e os grupos
musculares, os ossos e as articulações que compõem cada membro da estrutura
física, pois o conteúdo diz respeito aos movimentos que são possíveis por meio dessas
estruturas.
Durante estes estudos, aprenderemos também a identificar cada plano, o espaço
onde será realizado o movimento e seus respectivos eixos, lembrando que o movimento
gira em torno de um eixo.
Eu aconselho muito a leitura de um livro muito interessante chamado “Estudando a
Cinesiologia Básica Aplicada a Educação Física do autor Demétrius Cavalcanti Brandão”.
Este livro é um texto introdutório onde você aprenderá conceitos importantes sobre
as interações entre a biologia e a mecânica do movimento humano, o que facilitará
um entendimento mais profundo do material que será mostrado.
Bons estudos e conte comigo para essa jornada!!!!!

1.1 Introdução à Cinesiologia

Sabe quando você está praticando algum tipo de esporte, ou você está assistindo
o seu jogo favorito e de repente dá aquela famosa puxada ou “fisgada” atrás da perna
ou, se for mais técnico, nos isquiotibiais?
A principal causa é a sobrecarga muscular. Durante um chute de bola ou sprint, o
grupo muscular anterior da coxa, denominado quadríceps, contrai-se vigorosamente,
alongando o joelho e o grupo posterior da coxa um contra o outro. Resistência, destinada

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a modular o movimento. Nesse momento, para não resistir à força dos quadríceps
(agonistas), os isquiotibiais (antagonistas) se rompem.
Uma boa nutrição e hidratação são muito importantes, mas como a cinesiologia
pode ajudar a prevenir esse tipo de lesão? Como o educador físico deve proceder no
momento da lesão? Quais músculos constituem os tendões da coxa e o quadríceps
da coxa?
Após a leitura, faça uma reflexão e entenda como acontece isso e outras lesões.

1.1.1 A história da Cinesiologia

O termo Cinesiologia é uma combinação de dois verbos gregos, kinein, que significa
mover, e logos, que significa estudo das estruturas organizacionais do corpo.
Temos como conhecimento que o pai da cinesiologia foi o Grego Aristóteles (384 -
322 a.C.), e que, segundo documentos, foi o primeiro a estudar e demonstrar o processo
de caminhar, processo que mostra o que o movimento de rotação pode significar.
Aristóteles tinha como ideais sucessivas analogias com as três leis de Newton; o
complexo processo do caminhar, na época de Aristóteles, que se mostrava relevante
em termos de importância do centro de gravidade, leis do movimento e alavancagem.
Na Grécia, temos relatos de outro cidadão grego de grande importância para o
início da cinesiologia, Arquimedes (287- 212 a. C.) em parte com a possibilidade de
viagens espaciais, porque alguns recursos deste estudo são usados ​​por astronautas
(HAMILL, 2012).
O catálogo de Arquimedes é extremamente extenso, com investigações das leis
da alavanca, por exemplo, e relativo à determinação do centro de gravidade. Estes
estudos, junto com os estudos do som, são denominados de fundamento da mecânica
teórica, e ainda hoje é utilizado na ciência dos estudos da anatomia do corpo humano
e da cinesiologia.
Segundo Knudson, D.V. & Morrison, C.S (2001) Galeno (131 - 201 d. C.), também
Romain, um grande estudioso da Cinesiologia, que, com base na observação de
gladiadores na Ásia Menor, acumulou vários estudos sobre o movimento do ser humano,
tendo por objeto de estudo esses atletas, e por isso é conhecido até hoje como o
primeiro médico Cinesiologista da história.
No estudo de Galeno intitulado Motu Musculorum, o autor diferencia nervos motores
de nervos sensoriais, bem como músculos agonistas e músculos antagonistas. Entre

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outras observações encontradas em sua obra é importante falar dos termos diartrose
e sinartrose que são utilizados até recentemente na artrologia (estudos dos conjuntos
articulares), ele usou o mecanismo nervoso para alcançar os músculos e os fez se
contraírem. Por essas razões em particular, Galeno é considerado como o pai da
medicina esportiva e, por meio de seu estudo, o primeiro manual de cinesiologia
(HALL, 2005).

Figura 1: Claudio Galeno


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f5/Galen_detail.jpg/300px-Galen_detail.jpg

Após as colaborações de Galeno, os estudos de cinesiologia permaneceram por cerca


de 1000 anos, com o artista, engenheiro e cientista Leonardo da Vinci como o próximo
colaborador e entusiasta nesta ciência (1452 - 1519) em relação ao desempenho de a
relação entre o centro de gravidade, o equilíbrio e o centro de resistência, tendo sido,
segundo os documentos, o primeiro a descrever cientificamente a marcha humana
e a registar este trabalho.
Cavagna e Kaneko (1977), em seus estudos, alegam que a intenção de Da Vinci
no estudo da marcha humana era demonstrar a diversidade dos músculos que são
usados ​​neste exercício, bem como mostrar os músculos em seu movimento. Para
isso, ele utilizou cordas presas aos esqueletos em pontos específicos de origem e
inserção de cada músculo em seu estúdio e, em seguida, executou o movimento de
caminhada para demonstrar o músculo afetado, porém a terminologia utilizada por

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Da Vinci era muito complexa e complicada para aqueles que não entendiam sobre
isso, e por esta razão seus relatos somente foram usados ​​mais amplamente 300 anos
após sua morte, tendo sido reconhecidos em vida apenas por um pequeno grupo de
conhecidos (CAVAGNA; MARGARIA, 1966).
Ainda temos notícias das contribuições de Galileu Galilei (1564 - 1643), formado pela
Universidade de Pisa, que seguia a filosofia de que a natureza se escreve em símbolos
matemáticos, razão pela qual tomou a matemática como aliada para a explicação da
física. Galileu, ao falar da aceleração de um corpo em queda livre, garante que a principal
característica da velocidade desse movimento não é o peso do corpo, mas a relação
entre espaço e tempo, como introdução à metodologia experimental na ciência, o uso
de termos matemáticos nos movimentos do corpo humano, e como explicação para a
ocorrência desses eventos, impulsionou a consagração da cinesiologia como ciência.
Seguindo as indicações de um discípulo de Galileu, Alfonso Borelli (1608 - 1679)
foi mais um que utilizou a matemática como ferramenta para explicar os fenômenos
físicos humanos. O autor afirmava que o corpo humano tem aspectos idênticos aos
das máquinas, baseando-se em aspectos como a quantidade de força exercida por
diferentes músculos, bem como a perda de força devido a determinados movimentos
desfavoráveis, resistência do ar e resistência da água, alguns dos pontos estudados
por Borelli. Seus estudos também são atribuídos à teoria de que os ossos funcionam
como alavancas e que os músculos auxiliam nos movimentos de acordo com princípios
matemáticos (FORNASARI, 2001).

Figura 2: Alfonso Borelli


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8d/Giovanni_Alfonso_Borelli.jpg/300px-Giovanni_Alfonso_Borelli.jpg

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Para os músculos se contraírem, Borelli admitiu que a esta contração teve alguns
eventos químicos, mas fantasiosamente afirmou que os nervos são tubos cheios de um
tipo de material esponjoso que contém em sua matéria algo que ele chama, assim como
os espíritos animais de Galileu, às vezes traduzido como gás nervoso. Segundo ele, o
funcionamento desse material era agitado da periferia para o cérebro e produz sensação,
e o inverso provoca a produção, preenchimento e aumento da porosidade dos músculos,
resultando em turgor (dilatação e inchaço). Segundo Borelli, a reação dessa substância
nos músculos com subsequente contração leva a uma espécie de fermentação.
Como retrata Fornasari (2001) em seus estudos, Borelli tem um papel importante
na história da cinesiologia por uma razão ou consagração específica, por isso ele foi
eleito como o fundador e promotor dessa área da fisiologia que vincula os movimentos
musculares aos princípios mecânicos e, muitas vezes, ele foi atacado logo após suas
apresentações.
Entre os críticos, estava Francis Glisson (1597 - 1677), que argumentou que as
fibras musculares se contraem em vez de dilatar no ato da flexão, uma afirmação
que é demonstrada por Glisson em experimentos pletismográficos (instrumento para
avaliar o pulso arterial). O eminente fisiologista Albrecht Von Haller (1708 - 1777) disse
que a contratilidade muscular é uma função do músculo que não depende da função
neuronal para existir.
James Keill (1674 - 1719), um importante cientista na história da cinesiologia, foi
o primeiro a lidar com a contagem da quantidade de fibras musculares em certos
músculos, e assume que na contração muscular, cada fibra se torna esférica e é
responsável pelo levantamento ou empurrando um certo peso (FLOYD, 2000).
Charles Darwin (1809 - 1882) apoiou teses já clássicas na comunidade científica a
respeito do conhecimento histórico do corpo humano O conceito de Darwin é atualmente
conhecido como a teoria da evolução, e isso foi esclarecido tanto em sua apresentação
quanto em vários assuntos relacionados à Cinesiologia, originando pesquisas de vários
antropólogos que agregaram ainda mais conhecimentos à Cinesiologia, atuando na
Cinesiologia, principalmente nos estudos da função muscular do corpo humano.

1.1.1.1. Estudo da Cinesiologia

Centra-se na análise dos movimentos do corpo humano de um ponto de vista físico,


os movimentos ocorrem no nosso corpo, por ação muscular, mas apenas pelo estudo

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cinesiológico é que conhecemos as forças que atuam no nosso corpo. O estudo cobre
a estrutura esquelética e muscular. Os ossos têm tamanhos e formas diferentes,
principalmente nas articulações, que promovem ou restringem os movimentos. Os
músculos variam em tamanho, forma e estrutura de uma parte do corpo para outra.
O corpo humano apresenta mais de 600 músculos (NETTER, 2000).

Orientação do corpo humano


Definir os movimentos do corpo humano é, muitas vezes, muito complexo, pois
podem ser realizados em diferentes direções. Portanto, ao estudar os movimentos dos
principais segmentos do corpo humano, é necessário estabelecer um ponto referências
e conhecê-las.

Algumas noções de orientação


Posição anatômica: É uma posição em pé com os pés ligeiramente afastados e
os braços relaxados ao longo do corpo, as palmas das mãos voltadas para a frente
(vide Figura 3).
Posição fundamental ou posição anatômica relaxada: É a posição anatômica exceto
para os braços, que estão mais relaxados ao longo do corpo com as palmas voltadas
para o tronco (vide Figura 4).

Figura 3: Posição anatômica


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Directional_Terms.jpg

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Figura 4: Posição fundamental


Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/f%c3%aamea-de-p%c3%a9-pessoas-estilo-de-vida-1510253/

Centro de gravidade
Ponto onde se concentra todo o peso do corpo, gerando, assim, um equilíbrio de todas
as partes, sendo o ponto de intersecção dos três planos: sagital, frontal e transversal.
Sua posição dependerá da estrutura anatômica do indivíduo, mas geralmente nas
mulheres é mais fraco do que nos homens, mas por engano é encontrado a cerca de
4 centímetros da frente da primeira vértebra sacral (vide Figura 5).

Linha de gravidade
Linha vertical que atravessa o centro de gravidade, a sua posição só será possível
dada a posição do centro de gravidade.

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Centro de
Gravidade

Figura 5: Centro de gravidade do corpo humano


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-descalco-pe-descalco-cabelo-loiro-9558785/

Planos de orientação do corpo


Correspondem às dimensões espaciais em que ocorre o movimento (vide Figura 6).

Ver as seguintes categorias:


Plano sagital: Cruza o corpo de frente para trás, dividindo-o em duas metades,
direita e esquerda.
Plano frontal: Também conhecido como plano coronal, atravessa o corpo de lado a
lado, em um caminho paralelo à sutura coronal do crânio, dividindo o corpo em duas
metades, anterior e posterior.

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Plano transversal: também recebe o nome de horizontal, seu corte é horizontal e


atravessa o corpo em dois, dividindo-o na parte superior e inferior.

Figura 6: Planos e eixos anatômicos


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Human_anatomy_planes-ES.png

Eixos de movimento do corpo


Correspondem às linhas perpendiculares que cruzam os planos anatômicos no
centro do movimento (Figura 6). Eles são classificados como:

Eixo bilateral: estende-se horizontalmente de lado a lado, perpendicular ao plano


sagital, permitindo movimentos de flexão e extensão, também conhecido como
crâniopodálico, transversal ou horizontal.
Exemplo: articulação do ombro.

Eixo ântero-posterior: estende-se da frente para trás, perpendicular ao plano frontal,


permite movimentos de abdução e adução pode ser denominado eixo sagital.
Exemplo: articulação do ombro e quadril.

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Eixo vertical: estende-se de cima para baixo, perpendicular ao solo e plano transversal,
permite movimentos de rotação lateral e rotação medial
Exemplo: articulação do cotovelo.

Movimentos fundamentais:
• Plano sagital
• Flexão: há diminuição do ângulo da articulação. Podemos ter como exemplo
a inclinação da cabeça para frente.
• Extensão: movimento de retorno em flexão.
• Hiperflexão: refere-se apenas ao movimento do braço ao flexioná-lo além
da vertical.
• Hiperextensão: movimento contínuo de extensão, no braço pode ser visto
quando a extensão é estendida além do corpo.
• Eixo Longitudinal
• Eixo Sagital
• Eixo Transversal
• Plano Frontal
• Abdução: movimento que ocorre lateralmente, longe da linha média do
corpo, é um movimento de elevação lateral, termo usado para descrever os
movimentos laterais do braço para longe do corpo.
• Adução: Movimento que ocorre lateralmente, uma aproximação da linha média
do corpo, levando em consideração a posição anatômica do membro em
questão.
• Flexão lateral: movimento de flexão lateral da cabeça, tronco ou outro membro
(vide movimentos na Figura 7).
• Hiperabdução: Este termo é usado ao realizar uma abdução além da vertical.
• Plano transversal.
• Rotação esquerda e direita: aplica-se a algumas articulações. Neste
movimento, a frente gira respectivamente para o lado oposto.
• Rotação medial: move a face anterior de um membro para mais perto do
plano médio.
• Rotação lateral: move a face frontal para longe do plano médio.

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• Pronação: movimento do antebraço e da mão, o raio gira medialmente em


torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão fique voltada
para trás.
• Supinação: movimento do antebraço e da mão, rádio lateralmente em torno
de seu eixo longitudinal de forma que a palma da mão fique voltada para
frente (vide movimentos na Figura 8).

Figura 7: Flexão, extensão, abdução e adução


Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-9-Movimentos-articulares-anatomicos-no-plano-sagital-de-extensao-e-flexao-a-e-no_fig7_255663342

Figura 8: Movimentos supinação e pronação


Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Movimentos-rotacionais-de-pronacao-e-supinacao-do-antebraco_fig6_233953248

ANOTE ISSO

A posição anatômica é uma posição de referência, que dá sentido aos termos


direcionais usados ​​na descrição das partes e regiões do corpo. Discussões sobre o
corpo, a forma como ele se move, sua postura ou a relação entre uma área e outra que
assumem que o corpo como um todo está em uma posição específica denominada
Assim, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto da
descrição considerando o indivíduo como se ainda estivesse na posição padronizada.
O corpo encontra-se em posição ereta (em pé ou bípede) com os membros superiores
estendidos para os lados do tronco e as palmas das mãos voltadas para frente, cabeça
e pés também apontados para frente e voltados para o horizonte.

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CAPÍTULO 2
ESTRUTURA E AÇÃO DO
MÚSCULO ESTRIADO, TIPOS DE
CONTRAÇÕES MUSCULARES

Todas as estruturas do corpo humano têm uma funcionalidade estabelecida e em


constante evolução dos nossos ancestrais, que se moviam sobre quatro apoios, tinham
uma função específica para mover a coluna quando mudaram para a posição bípede.
Neste capítulo, trataremos das estruturas ósseas, musculares e articulares e suas
respectivas sinergias que influenciam o movimento simples ou complexo que podemos
realizar. Também falaremos a importância dos músculos, que constituem o maior
sistema de órgãos do corpo humano, responsáveis ​​pela geração de calor e energia
para todo o corpo, assim como dos ossos que, juntos, constituem o esqueleto com
as suas funções: apoio, suporte e proteção de órgãos.
Os músculos e as articulações diretamente responsáveis ​​por muitos de nossos
movimentos são nosso objeto de estudo nesta unidade.
Também será necessário compreender as relações entre os segmentos e suas
articulações e, paralelamente, os movimentos que são executados e a cadeia
de interdependência das ações existentes entre eles. Procure observar a relação
apresentada entre a mecânica funcional das estruturas musculares que constituem
o pivô central desta unidade, realizando os movimentos citados no texto para uma
assimilação sequencial de todo o processo que envolve a ação motora enfatizada.
Observe que as tabelas e figuras ilustrativas podem fornecer excelente ajuda para os
primeiros movimentos que precisam ser executados. Observe, também, a partir desta
leitura cada movimento realizado pelo corpo humano, esportivo ou não, simples ou
complexo, observando cada segmento do corpo em movimento, procurando evidenciar
as partes ósseas envolvidas, as articulações com as estruturas girando ao seu redor
e os grupos musculares envolvidos no movimento. E se você começou agora, levante-
se da cadeira e faça qualquer exercício ou atividade física, sente-se novamente e liste
pelo menos 4 estruturas que estiveram envolvidas no movimento que você realizou.

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Vamos dividir por segmentos e desde já bons estudos!

2.1 Os movimentos do cíngulo escapular

O cíngulo escapular é uma estrutura extremamente instável (KAPANDJI, 2000)


principalmente porque não existe conexão óssea entre as escápulas; sua estabilidade
e qualquer esforço exercido sobre ela serão transferidos para alguam estrutura como
a coluna vertebral, exclusivamente pela musculatura que constitui a região da clavícula
e o manúbrio (estrutura acima do esterno) , como demonstrado na Figura 1.

Figura 1: Cíngulo escapular


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pectoral_girdle_front_diagram_pt.svg

Essa arquitetura da cintura escapular é resultado de adaptações que o homem


sofreu há milhares de anos durante sua evolução, esta arquitetura possui grande
mobilidade e permite a execução de movimentos complexos e precisos.
É importante salientar que os movimentos do cíngulo escapular são geralmente
identificados pelos seus movimentos realizados principalmente pela escápula, pois
a clavícula é responsável por deslocar a posição da escápula em relação à parede
torácica. Vejamos um exemplo prático: quando movimentamos o braço, a escápula
se posiciona para facilitar seu movimento, colocando uma estrutura como a cavidade
glenoidal na melhor posição para acomodar a cabeça do úmero (FERNANDES, 2002).
A tabela demonstrada a seguir mostra os músculos que atuam neste cíngulo
escapular e os movimentos que eles realizam; onde um músculo será considerado o
motor primário (MP) quando for o executor primário do movimento indicado; quando
o músculo auxiliar fizer um movimento, será chamado de acessório (MA).

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GRUPOS MUSCULARES ELEVAÇÃO DEPRESSÃO ABDUÇÃO ADUÇÃO ROTADOR SUPERIOR ROTADOR INFERIOR
SUBCLÁVIO ACESSÓRIO
PEITORAL MENOR MP MP MP
SERRÁTIL MP MP
TRAPÉZIO I MP
TRAPÉZIO II MP ACESSÓRIO MP
TRAPÉZIO III MP
TRAPÉZIO IV MP ACESSÓRIO MP
ELEVADO DA ESCÁPULA MP
ROMBÓIDE MP MP MP
Tabela 1- Músculos atuadores do cíngulo escapular
Fonte: o autor.

Vamos agora examinar a localização, origem, inserção e ação de cada um dos


músculos mostrados na Tabela 1. Este é um conhecimento fundamental para a
compreensão cinesiológica do movimento humano.

Subclávio ​​
Este é um pequeno músculo que está localizado abaixo da clavícula, tem como
origem a face superior da 1ª costela e a sua inserção está ao longo da parte central
da face inferior da clavícula. A Figura 2 mostra a localização do próprio

Figura 2: Músculo subclávio


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray411.png

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Podemos dizer que sua principal ação é puxar a clavícula medialmente, prendendo-a
ao esterno.

MÚSCULOS PEITORAIS E ADJACENTES


O peitoral maior tem origem na borda anterior da clavícula, do esterno e das
cartilagens das seis primeiras costelas (Figura 3).

Figura 3: Músculo peitoral maior


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6c/Pectoralis_major.png/375px-Pectoralis_major.png

Sua inserção ocorre na borda externa da goteira bicepital (sendo seu tendão plano)
do úmero. A região da parte clavicular é responsável pela flexão do ombro, facilitando
também a abdução deste segmento (ombro). Na adução horizontal, as porções esternal
e clavicular atuam em conjunto, sendo, portanto, um movimento importante para o
reforço muscular geral e requerem muita força.

Peitoral maior
O peitoral maior pode ser considerado um pequeno músculo localizado na parte
superior do tórax, sob o peitoral menor, tem sua origem na 3ª, 4ª e 5ª costelas e sua
inserção no final do processo coracóide (um tipo de acidente ósseo do úmero). Tem
como sua principal ação atuar como motor primário (MP) na abdução e na rotação
descendente da escápula, atua também na ajudando o sistema respiratório com a
respiração profunda e a respiração forçada.

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Serrátil
O Serrátil apresenta um formato serrilhado (daí provém o nome serrátil) e está
localizado abaixo da área da axila (Figura 4).

Figura 4: Músculo serrátil


Fonte: https: //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c6/Serratus_anterior.png/375px-Serratus_anterior.png

Tem como sua origem a superfície externa e lateral das primeiras oito ou nove costelas
e sua inserção na superfície anterior da borda medial da escápula, do ângulo superior
para o inferior (parte inferior), além de ajudar o sistema respiratório na respiração.

MÚSCULOS DORSAIS E ADJACENTES

Trapézio
O trapézio pode ser considerado um grande músculo localizado na parte superior
das costas que este possui quatro unidades funcionais, comumente chamadas de
porções (Figura 5).

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Figura 5: Músculo trapézio


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/95/Gray409.png/375px-Gray409.png

Alguns cinesiologistas consideram essas porções como unidades funcionais e


musculares independentes, são elas:
Porção 1: composta por fibras que se originam na base do crânio e descem até a
porção distal da clavícula.
Porção 2: Composto por fibras musculares que se estendem dos ligamentos no
pescoço até o acrômio.
Porção 3: A mais poderosa das porções trapezoidais é composta por fibras
provenientes da 7ª vértebra cervical e as primeiras três fibras torácicas que se inserem
na espinha da escápula.
Porção 4: composta por fibras originárias das vértebras torácicas inferiores e
inseridas na raque da escápula.
Porém, visto do ponto anatômico, essas quatro porções constituem um único
músculo originado da base do crânio e dos processos espinhosos da 7ª vértebra cervical
até a 12ª vértebra torácica. terço lateral da clavícula; acrômio e espinha escapular.
As ações realizadas pelo trapézio são: a elevação da escápula pelas fibras superiores
(porções 1 e 2); a retração escapular e adução produzida pelas fibras intermediárias
(porções 2 e 3) e as fibras inferiores (porções 3 e 4) que neste caso as abaixam.
Quando as porções superior e inferior atuam juntas, a rotação da escápula é realizada.

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Levantador da escápula
Este é um pequeno músculo localizado sob a parte superior do trapézio (Figura 6)
que tem origem no processo transverso da 4ª ou 5ª primeira vértebra cervical.

Figura 6: Músculo levantador da escápula


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/95/Gray409.png/375px-Gray409.png

Tem como inserção na borda medial da escápula até o ângulo superior da escápula.
Como o nome sugere, sua principal função é realizar a elevação da escápula e manter
a postura natural do indivíduo.l

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Romboide
O músculo rombóide tem a sua localização abaixo da parte média do trapézio
(Figura 7) e tem a sua origem nos processos espinhosos da 7ª vértebra cervical até
a 5ª vértebra torácica.

Figura 7: Romboide
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/95/Gray409.png/375px-Gray409.png

O rombóide se encaixa na borda medial da escápula, da coluna até o ângulo inferior.


Sua principal ação é realizar a adução do ângulo inferior da escápula (ou seja, gira a
escápula para baixo, em direção à coluna). Limitando a rotação escapular ajudando
a posicionar a cavidade glenoidal.

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Movimento do ombro e adjacentes


O ombro é constituído pela junção do úmero com a cavidade glenoidal da escápula
(articulação do ombro) (Figura 8) e é a articulação onde existe uma grande mobilidae
do corpo humano.

Figura 8: Articulação do ombro


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray326.png

A articulação do ombro é parcialmente protegida e estabilizada pelo acrômio, pelo


processo coracóide, e pelos ligamentos coracoacromial, coracoumeral e glenoumeral,
que juntos com os tendões musculares que o atravessam, contribuem para sua
funcionalidade e sua movimentação (KAPANDJI, 2000).
A Tabela 2 mostra os músculos e movimentos ocorridos no ombro. Lembrando
que o Motor Primário (MP) se refere à ação principal do músculo e acessório quando
auxilia no movimento indicado.

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GRUPO ROTAÇÃO ROTAÇÃO FLEXÃO EXTENSÃO


FLEXÃO EXTENSÃO ABDUÇÃO ADUÇÃO
MUSCULAR INTERNA EXTERNA HORIZONTAL HORIZONTAL
Deltoide MP Acessório Acessório MP
anterior
Deltoide MP MP
médio
Deltoide posterior Acessório Acessório MP
Supraespinhal MP Acessório
Peitoral (clavícula) MP Acessório Acessório MP
Peitoral (externo) MP MP Acessório MP
Coracobraquial Acessório Acessório Acessório Acessório MP
Subescapular Acessório Acessório Acessório MP Acessório
Grande dorsal MP MP Acessório Acessório
Redondo maior MP MP MP Acessório
Infraespinhal MP MP
Redondo menor MP MP
Bíceps longo Acessório
Bíceps curto Acessório Acessório Acessório Acessório
Tríceps longo Acessório Acessório
Tabela 2 - Movimentos e músculos da articulação do ombro
Fonte. Desenvolvida pelo próprio autor

Deltóide
O músculo deltóide possui três partes, sendo estas divididas em anterior, média e
posterior (Figura 9).

Figura 9: Músculo Deltoide


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray410.png

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A inserção do deltóide ocorre na tuberosidade do úmero (um acidente ósseo),


próximo a parte medial. Suas três partes têm ações muito precisas; a parte anterior
é responsável pela flexão e flexão horizontal do ombro e auxilia na rotação interna e
abdução. A parte central realiza abdução e abdução horizontal. A parte posterior é
responsável pela abdução horizontal, promovendo extensão e rotação externa do ombro.
O deltóide é considerado um importante músculo estabilizador articular, atinge seus
potenciais máximos de ação em ângulos superiores a 90° graus. Qualquer perda de
função de qualquer parte do deltóide irá interferir nas atividades diárias do indivíduo.
Por exemplo, a perda da porção posterior impede o posicionamento da mão na região
lombar e a perda da porção anterior torna difícil posicionar a mão na altura do rosto
(NETTER, 2000).

Supraespinhal
A supraespinhal (ou supraespinal) está localizado sob a porção 2 do trapézio,
ocupando a fossa supraespinhal (Figura 10), e tem sua origem na fossa supraespinhal.

Figura 10: Músculo Supraespinhal


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c4/Gray810.png

Sua inserção está localizada no grande tubérculo do úmero (um tipo de acidente
ósseo do úmero) e sua principal ação é a abdução do ombro, promovendo também
uma rotação externa.

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Coracobraquial
O músculo coracobraquial tem sua origem no processo coracóide da escápula
(Figura 11) e sua inserção ocorre na parte ântero-medial do úmero

Figura 11: Músculo Coracobraquial


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Coracobrachialis.png

Sua principal ação é a adução horizontal do ombro, além de auxiliar na flexão. O


coracobraquial também é um estabilizador do complexo articular do ombro.

Grande dorsal (Latíssimo dorso)


O músculo grande dorsal ou latíssimo dorso, tem sua origem nos processos
espinhosos das seis vértebras torácicas inferiores e todas as vértebras lombares, a
crista ilíaca e as três costelas inferiores do sulco intertubercular do úmero (Figura
12).

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Figura 12: Grande dorsal


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/95/Gray409.png/375px-Gray409.png

Os músculos do grande dorsal atuam como motor primário na adução, extensão e


hiperextensão do ombro, auxiliando na abdução horizontal e rotação interna.

Redondo Maior
O redondo maior é um músculo que tem sua origem no canto inferior da escápula,
e tem sua inserção no sulco do bíceps do úmero (um tipo de acidente ósseo
(Figura 13).

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Figura 13: Músculo redondo maior


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Arm_muscles_back_numbers.png

Quanto à sua ação, é o principal músculo motor da adução, extensão e rotação


interna do ombro. É também um estabilizador articular quando o indivíduo segura um
objeto. Alguns cinesiologistas o consideram como um músculo auxiliar dos músculos
grandes dorsais (FORNASARI, 2001).

Redondo Menor e Infraespinal


A origem do Redondo Menor é a superfície costal da borda lateral da escápula e a
origem do Infraespinal é a fossa Infra espinhosa. Ambos são inseridos no tubérculo
principal do úmero (um tipo de acidente ósseo do úmero) (Figura 14).

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Figura 14: Músculo Redondo Menor e infraespinal


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Arm_muscles_back_numbers.png

O redondo menor tem sua localização na parte posterior da escápula e possui as


mesmas ações de rotação externa do ombro e execução de sua extensão horizontal.

Subescapular
O subescapular está localizado próximo à parede torácica, tem sua origem na
superfície costal da escápula e se insere no pequeno tubérculo do úmero (Figura 15).

Figura 15: Músculo Subescapular


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray411.png

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A principal ação do músculo subescapular é ser o principal motor da rotação


interna do ombro. É este é também um importante músculo estabilizador do ombro,
promovendo a integridade das articulações (HASCH; BURKE 2003).

Manguito rotador
O manguito rotador é um conjunto de tendões musculares que comprimem (ou
seguram) a cabeça do úmero na cavidade glenoidal, aumentando a estabilidade do
ombro (Figura 16).

Figura 16: Manguito rotador


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/78/Shoulder_joint_back-pt.svg/1024px-Shoulder_joint_back-pt.svg.png

COTOVELO E ARTICULAÇÃO RADIOULNAR E SEUS MOVIMENTOS

O cotovelo tem uma amplitude em média de 150 graus, tendo uma limitação na
flexão pela massa muscular e na extensão, a limitação se deve ao contato entre o
uma estrutura que existe na ulna chamada de olécrano e o úmero (NEUMANN, 2011).
A seguir poderemos ver e analisar as estruturas, origem e inserção. Veja os grupos
musculares e seus respectivos movimentos na tabela 3 – Movimentos e músculos
do cotovelo

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Grupos musculares Flexão Extensão Pronação Supinação


Bíceps braquial MP Acessório
Braquial MP
Braquiorradial MP Acessório Acessório
Pronador redondo Acessório Acessório
Pronador quadrado MP
Tríceps braquial MP
Ancôneo Acessório Acessório
Supinador MP
Flexores do carpo Acessório Acessório
Palmar longo Acessório Acessório
Extensores do carpo Acessório Acessório
Extensores dos dedos
Extensor longo polegar Acessório
Abdutor longo polegar Acessório
Tabela 3 – Movimentos e músculos do cotovelo
Fonte: Desenvolvido pelo autor

2.1.1 Músculos dos membros superiores (MMSS)

Tríceps braquial
Este é um músculo bi-articular importante que tem três origens: a parte longa (na
escápula); a parte lateral (do caule ao tubérculo grande); e a parte medial (espinha inferior
do úmero). Sua inserção é por meio de um único tendão no olécrano da ulna (Figura 17).

Figura 17: Músculo Tríceps braquial


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Triceps_brachii.png

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Sua ação é o principal motivador da extensão do cotovelo.

Ancôneo
O ancôneo é um pequeno músculo e tem origem no epicôndilo lateral do úmero e
se insere no olécrano da ulna e no 1/4 proximal da superfície posterior da diáfise da
ulna (Figura 18).

Figura 18: Músculo Ancôneo


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Musculusanconeus2.png

Sua ação é a de extensor de cotovelo, além de participar da pronação.

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Bíceps braquial
O bíceps braquial é um músculo biarticular importante, o bíceps braquial tem
duas origens, sua porção longa começa na parte superior da cavidade glenoidal; e a
extremidade curta, por sua vez, surge do processo coracóide da escápula (Figura 19)

Figura 19: Músculo Bíceps braquial


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Biceps_brachii.png

Sua inserção está localizada na tuberosidade do rádio. Na articulação do cotovelo,


sua principal ação é a flexão, porém, na articulação rádio-ulnar auxilia na supinação.

ANOTE ISSO

Antagonista é uma classificação de um músculo cuja contração é oposta à


causada por um músculo agonista, ou seja, o primeiro relaxa enquanto o último
flexiona. Um exemplo de músculo antagonista é o tríceps braquial, localizado na
parte de trás do braço e estendendo o braço, o agonista é o tríceps; isto se dá em
todos os músculos do corpo humano.

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Braquiorradial
O músculo braquiorradial tem sua origem na crista supracondilar do úmero e no
septo lateral, sua inserção é no processo estilóide do rádio (Figura 20).

Figura 20: Músculo Braquiorradial


Fonte: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculos-radiais-do-antebraco

Sua principal ação é a flexão do cotovelo, além de auxiliar na supinação.

Braquial
Este músculo está localizado abaixo do bíceps braquial e tem origem no terço
médio do úmero e sua inserção na tuberosidade da ulna (Figura 21).

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Figura 21: Músculo Braquial


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brachialis.png

Sua principal ação é a flexão do cotovelo.

Pronador redondo
Localizado sob o braquiorradial, o pronador redondo tem origem do epicôndilo
medial do úmero e do processo coronóide da ulna (Figura 22) e está inserido na face
central lateral do rádio.

Figura 22: Músculo Pronador redondo


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pronator-teres.png

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Sua ação é auxiliar na pronação da articulação rádio-ulnar e na flexão da articulação


do cotovelo.

Pronador quadrado
Este músculo tem origem na parte anterior distal da ulna e sua inserção na parte
anterior distal do rádio (Figura 23).

Figura 23: Músculo pronador quadrado


Fonte: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-pronador-quadrado

Supinator
O supinador tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero e na crista supinadora
ulnar, sua inserção está localizada no terço lateral proximal do rádio.

ANOTE ISSO

O cotovelo, embora seja uma articulação estável, apresenta um alto risco de lesões
devido à sua alta mobilidade e alavancas poderosas. A utilização de dispositivos
(raquetes, tacos, malas pesadas, entre outros) aumenta os movimentos ou pares
mecânicos na junta.
Para minimizar o risco, é importante evitar alto estresse (repetitivo e alto).

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Movimentos do punho e da mão


A mão humana é capaz de realizar movimentos com grande precisão e velocidade,
além de movimentos finos e grosseiros, é composta por vinte e sete ossos e trinta e
três músculos unidos por mais de vinte articulações que atestam sua complexidade
anatômica.
Ao longo de milhões de anos, a mão passou por várias adaptações, sendo a mais
importante a capacidade de posicionar o polegar em oposição aos outros dedos,
milhões de anos depois, surgindo a escrita (MIRANDA, 2000).
A Figura 24, mostra os ossos da mão e seu nome comum, observa que o polegar
não tem falange medial e os demais dedos têm três falanges (proximal, média e distal).

Figura 24: Ossos da mão


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e5/Gray220.png/375px-Gray220.png

Principais músculos que agem na articulação do punho


Os principais músculos que agem no punho (complexo articular entre o rádio, ulna
e ossos do carpo) são os flexores e extensores do punho e muitos destes também
agem nos punhos: carpo, metacarpo, falange e articulações interfalangianas.

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As principais funções dos músculos extensores do punho são estabilizar e posicionar


o punho nos movimentos que envolvem os dedos, com ênfase no movimento de
fechamento das mãos (SOBOTTA, 2000).
A Tabela 4 mostra os músculos do punho e os movimentos que eles realizam,
lembre-se que os Motores Primários (MP) são os mais importantes.
Grupos musculares Flexão Extensão Abdução Adução
Flexor radial do
MP MP
carpo
Flexor ulnar do
MP MP
carpo
Palma longo
Extensor radial
MP MP
longo do carpo
Extensor radial
MP MP
curto do carpo
Extensor ulnar
MP MP
do carpo
Flexor profundo
Acessório
dos dedos
Flexor superficial
Acessório
dos dedos
Extensor dos
Acessório
dedos
Extensor do índex Acessório
Extensor do dedo
Acessório
mínimo
Flexor longo do polegar Acessório Acessório
Tabela 4 – Músculos do punho e seus possíveis movimentos
Fonte: Desenvolvido pelo autor

A partir de agora veremos a localização, origem e inserção dos principais músculos


que atuam na articulação do punho e da mão, descrevendo sua ação.

Flexor radial do carpo


O flexor radial do carpo tem sua localização na parte anterior proximal do antebraço,
e tem sua origem no epicôndilo do úmero, este músculo se insere na face anterior do
segundo osso metacarpo, (A figura 25 mostra o flexor radial do carpo e o flexor ulnar
do carpo respectivamente),

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Figura 25: Músculo Flexor radial e flexor ulnar do carpo


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Flexor_carpi_ulnaris.png

Figura 26: Músculo do punho e mão


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5f/Gray418.png/375px-Gray418.png

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Flexor ulnar do carpo


O flexor ulnar do carpo tem sua localização na parte medial do antebraço (Figura 26),
tem sua origem no epicôndilo medial do úmero e tem a função primária de flexionar
o punho realizando a adução.

Extensor carpo radial longo


Localizado atrás do músculo braquioradial (Figura 26), tem sua origem na crista
supracondilar lateral do úmero e sua inserção na parte dorsal do 2º metacarpo, também
participa da abdução do mesmo punho.

Extensor carpo ulnar


Localizado na superfície ulnar do antebraço, tem sua origem no epicôndilo lateral
do úmero. Tem sua inserção na parte posterior do quinto metacarpo. É um extensor
de punho por excelência, mas também participa da adução da mão.
Principais músculos atuantes na articulação metacarpofalangiana
É importante ressaltar que optamos por destacar apenas os principais músculos
atuantes na articulação metacarpofalangiana, pois do ponto de vista dos conteúdos
básicos da Cinesiologia para a educação física, somos mais interessados nos músculos
responsáveis ​​pelo movimento locomotor do corpo humano.

Flexor superficial dos dedos


Localizado na face anterior do antebraço e abaixo do palmar longo (Figura 26),
origina-se no epicôndilo medial do úmero e no processo coronoide da ulna aos lados
das falanges médias dos dedos (exceto o polegar). Como o nome sugere, sua principal
função é flexionar as falanges proximal e distal, além de auxiliar na flexão do punho.

Flexor longo do polegar


Músculo presente em seres humanos e não encontrado em alguns primatas o que
reforça a tese de que é o resultado de um processo de evolução do homem.
Tem origem na face ântero-medial do rádio e na membrana interóssea. E sua
inserção ocorre na parte anterior proximal da falange distal do polegar. Sua principal
ação é a flexão da falange distal, bem como a flexão e adução do metacarpo e
do punho.

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Oponente do polegar
O oponente do polegar tem origem no osso trapézio e no ligamento transverso do
carpo, e sua inserção está localizada na parte medial e radial do osso metacarpo.
Executa um movimento circular parcial do metacarpo do polegar, denominado por
alguns cinesiologistas como opositor. Este movimento permite que a extremidade
distal do polegar toque a extremidade distal dos outros quatro dedos.
A oposição do polegar é talvez a função mais importante da mão, pois combina
flexão, abdução e rotação do polegar com outros músculos como o flexor curto do
polegar e o abdutor do polegar, que também auxiliam nessa função.

Extensor de dedo
Localizado na parte posterior do antebraço e originando-se do epicôndilo lateral
do úmero. Sua inserção está localizada na superfície dorsal da falange proximal e
na superfície dorsal da falange proximal. Como o nome sugere, a principal função é
estender a falange proximal, bem como ajudar a estender o punho.

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CAPÍTULO 3
COLUNA VERTEBRAL
E SEUS MOVIMENTOS

O estudo da biomecânica espinhal é uma das bases para a compreensão do tripé


diagnóstico das doenças da coluna. Os conceitos aqui apresentados visam esclarecer
os aspectos biomecânicos envolvidos na estabilidade da unidade vertebral.
A primeira descrição da biomecânica da coluna vertebral é atribuída a Giovanni
Alfonso Borelli no capítulo XII de sua obra “De Motu Animalium”, em 1680, chamado
de iatrofísica, ou seja, física aplicada à medicina e cirurgia, e este trabalho rendeu-lhe
o título de “pai da biomecânica vertebral”.

Figura 1: Motu Animalium


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Borelli_-_Motu_Animalium.jpg/390px-Borelli_-_Motu_Animalium.jpg

A biomecânica é o nome dado às consequências da interação da anatomia com


as forças e movimentos de um segmento e limites fisiológicos, mantendo assim sua
estabilidade. A presença de curvas lordóticas e cifóticas exerce importante efeito
como estabilizador da coluna sob cargas compressivas
Segundo Marras (2011), o conceito de estabilidade da coluna é extremamente
importante e pode estar diretamente relacionado a certas condições. Fisicamente, uma
estrutura é instável quando não está em seu estado de equilíbrio; na coluna vertebral,
esse equilíbrio é mantido por elementos estabilizadores (músculos, ligamentos e tecidos
moles) e pela geometria óssea, a função será alterada.

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ANOTE ISSO

A estabilidade de qualquer sistema de coluna depende da característica de fixação


das extremidades e da forma inicial da coluna.

3.1 Movimentos da coluna vertebral

A coluna vertebral (Figura 2) é constituída de 33 vértebras, sendo estas: 7 vértebras


cervicais, classificadas com a letra C; 12 vértebras torácicas, classificadas com a letra
T; 5 vértebras lombares, classificadas com a letra L e 5 vértebras que são unidas
ou fundidas, formando o sacro e as “presas” a ele, quatro vértebras inferiores que
constituem o cóccix (WIRHED, 1986).
A contração bilateral do quadrado lombar puxa a cavidade torácica em direção à
pelve ou estende a coluna vertebral; a contração unilateral inclina a coluna lateralmente
para o lado que está sendo contraído

Figura 2: Constituição da coluna vertebral


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cc/Spinal_column_curvature-pt.svg/270px-Spinal_column_curvature-pt.svg.png

Acima dos ossos do sacro, a coluna vertebral tem uma certta flexibilidade e graças a
esta flexibilidade tem diferentes níveis de possíveis movimentos que a coluna vertebral
pode realizar.
Abaixo (Figura 3), temos a diferença das vértebras cervical, torácica e lombar, quanto
a seu formato e aspecto.

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Figura 3: Cervical
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray89.png

Figura 4: Torácica
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray82.png

Figura 5: Lombar
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray93.png

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Podemos observar que as vértebras lombares têm áreas maiores, tal fato é explicado
principalmente pelo peso maior que deve ser apoiado por vértebras inferiores, por
exemplo, sabemos que cerca de 80% do peso do indivíduo é suportado pela vértebra L5.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA


As vértebras têm diferentes níveis de mobilidade dependendo de sua posição, por
exemplo, a caixa torácica flexiona levemente para evitar a compressão de órgãos
vitais como o pulmão e o coração, enquanto a flexão da coluna em L5-S1 é de 20
graus. destacado é que a flexão da coluna é diferente da flexão do quadril (este último
tem uma inclinação pélvica anterior e o efeito de soma da flexão da coluna), então
quando um indivíduo flexiona o tronco para frente, a amplitude de movimento realizada
depende dos aspectos articulares entre as vértebras, na tensão dos ligamentos que os
conectam, e na tensão da musculatura erétil da coluna vertebral (Figura 6).

Figura 6: Movimentos da coluna vertebral


Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-30-A-posicao-ortostatica-B-flexao-do-quadril-C-flexao-do-tronco_fig3_303719192

Observe que na Figura 6 a flexão do tronco (C) este é o resultado da flexão do quadril
(B) e da flexão de múltiplas vértebras (C para B na Figura 6). Quando esse movimento
continua atrás da posição anatômica (A), é chamado de hiperextensão vertebral.
A rotação ao longo do eixo longitudinal é máxima nas vértebras torácicas e mínima
nas vértebras lombares principalmente porque seus processos articulares limitam os
movimentos, os termos rotação direita e rotação esquerda são comumente usados
nestes tipos de movimento..
De acordo com os estudos de Nachemson e Morris (1964), quando o tronco é fletido,
os discos intervertebrais são comprimidos, principalmente no lado onde ocorre a flexão,
o que provoca um aumento das forças que atuam sobre o anel fibroso e em função da
seu tamanho e da integridade estrutural, indicando que uma hérnia discal pode ocorrer.
Portanto, é importante que o profissional de educação física oriente seus alunos,
principalmente os idosos, a realizarem os movimentos da coluna com cuidado e,
preferencialmente, em baixa velocidade.

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ANOTE ISSO

A pressão intradiscal é geralmente maior na posição sentada, sem apoio, do que em


pé devido à ação do músculo psoas maior, que tem uma influência estabilizadora
na coluna lombar e, ao mesmo tempo, um efeito compressivo, este músculo
flexiona a articulação do quadril

Músculos que agem na coluna


A maioria dos músculos que agem na coluna existe em pares simétricos, mas
podem agir separadamente uns dos outros.
A Tabela 1 mostra os músculos flexores e extensores da coluna.
FUNÇÃO GRUPOS MUSCULARES
FLEXORES Reto abdominal
Oblíquo externo
Oblíquo interno
Esternocleidomastoideo
Escalenos
Reto maior do pescoço
Reto maior da cabeça
Reto lateral da cabeça
Psoas
EXTENSORES Inter transversais
Interespinhais
Rotadores
Multífido
Semiespinhal torácico
Semiespinhal do pescoço
Semiespinhal da cabeça
Iliocostal lombar
Iliocostal cervical
Longo do tórax
Longo do pescoço
Longo da cabeça
Espinhal do tórax
Espinhal do pescoço
Esplênio do pescoço
Esplênio da cabeça
Suboccipitais
Tabela 1 – Músculos flexores e extensores da coluna
Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Uma simples olhada na Tabela 1 nos permite entender os aspectos importantes


dos músculos que atuam na coluna. O número de extensores é muito maior do que
o número de flexores da coluna. A ação da gravidade para baixo ajuda o movimento.
Para realizar o movimento reverso, temos que superar a força gravitacional.
Principais músculos responsáveis ​​pela estabilidade da coluna
A força exercida pelos músculos que estabilizam a coluna para frente, ou seja: reto
abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e psoas, comprometem a estabilidade
da coluna resultante em postura postural significativa. desvios como hiperlordose,
hipercifose e escoliose.

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CAPÍTULO 4
MOVIMENTO DA PELVE,
QUADRIL E MMII

Se você já viu os vídeos “Hips Don’t Lie” de Shakira ou os vídeos “Can’t Stop the
Feeling” de Justin Timberlake, você deve estar se perguntando como esses artistas
podem criar tamanha variedade de movimentos. Bem, eles têm exatamente a mesma
anatomia de todos nós, usando esses músculos para nos apoiar enquanto passamos
incontáveis ​​horas sentados ou estudando. Shakira e Justin apenas usam a anatomia
do quadril (cintura pélvica) e coxa, para potencial total.
Vamos estudar nessa aula estas estruturas e seus movimentos.

4.1 As estruturas da pelve, quadril e MMII

A estrutura pélvica é formada pelos ossos ílio, púbis e ísquio que são fortemente
unidos e nestes estão incluídos o acetábulo que é o local onde a cabeça do fêmur se
encaixa para formar o quadril (Figura 1).

Figura 1: Estrutura da pélvis


Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray241.png

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Os movimentos pélvicos geralmente acontecem para existir uma facilidade do


movimento do tronco ou dos membros inferiores. O quadril realiza movimentos
de flexão, extensão, abdução, adução, rotação e circundução (movimento circular)
(CARPENTER, 2005).
A Tabela 1 mostra os músculos da articulação do quadril e os respectivos movimentos
que realizam.
GRUPOS ROTAÇÃO ROTAÇÃO
FLEXÃO EXTENSÃO ABDUÇÃO ADUÇÃO
MUSCULARES INTERNA EXTERNA
RETO FEMURAL MP ACESSÓRIO
PSOAS MP
ILÍACO MP
SARTÓRIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO
PECTÍNEO MP MP ACESSÓRIO
TENSOR DA
ACESSÓRIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO
FÁSCIA LATA
BÍCEPS FEMORAL MP ACESSÓRIO
SEMITENDINOSO MP ACESSÓRIO
SEMIMEMBRANOSO MP ACESSÓRIO
GLÚTEO MÁXIMO MP MP ACESSÓRIO MP
GLÚTEO MÉDIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO
GLÚTEO MÍNIMO ACESSÓRIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO MP ACESSÓRIO
ADUTOR MAGNO ACESSÓRIO ACESSÓRIO MP ACESSÓRIO ACESSÓRIO
ADUTOR LONGO ACESSÓRIO MP ACESSÓRIO
ADUTOR BREVE ACESSÓRIO MP ACESSÓRIO
ROTADORES
MP
EXTERNOS
GRÁCIL ACESSÓRIO MP ACESSÓRIO
Tabela 1 – Músculos e articulações dos movimentos do quadril
Fonte: desenvolvido pelo autor

Olhando para a Tabela 1 (acima) vemos que o quadril possui quatro potentes
músculos flexores (MPs) e oito músculos que auxiliam na flexão (apoios), provando
que este é o movimento mais vigoroso que este pode desenvolver.
A extensão do quadril (Figura 2) é alcançada principalmente por quatro músculos
motores principais (MPs) e um número muito menor de músculos acessórios do que
a flexão. Isso porque na maioria das atividades diárias, como caminhar por exemplo, a

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extensão do quadril é facilitada pela ação da gravidade (CARPES, BINI; DIEFENTHAELER,


2011).
Outro aspecto diz respeito à importância do glúteo máximo (Figura 2), que é o
principal músculo motor da extensão, abdução e rotação externa do quadril, bem
como acessório de adução do quadril.

Figura 2: Principais músculos da coxa


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Thigh_muscles_front.png

Movimentos do Joelho
Considerado por alguns cinesiologistas como a articulação mais complexa do corpo
humano, o joelho conecta a parte distal do fêmur com as partes proximais da tíbia e
fíbula e tem a mesma capacidade de resistir a altas forças, especialmente em corridas
rápidas e no momento de impulso para diferentes tipos de saltos (DOBLER, 2003).
Seus movimentos são realizados por meio de 12 músculos que estão presentes na
Tabela 2.

Músculos que atuam sobre a articulação do joelho


Podemos identificar três grupos de músculos que atuam sobre esta articulação,
são eles:
1. Grupo do quadríceps, compreendendo o reto femoral, o vasto lateral, o vasto
medial e o vasto intermediário.

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2. Grupo Isquio-popliteo, constituído pelos semitendíneos, semimembranoso e


isquiotibiais.
3. Grupo não classificado, composto por sartório, poplíteo, plantar, grácil e
gastrocnêmio.

A Tabela 2, a seguir, mostra os músculos que atuam na articulação do joelho e


suas ações, lembrando que os principais são os motores primários (MP).
GRUPOS MUSCULARES FLEXÃO EXTENSÃO ROTAÇÃO INTERNA ROTAÇÃO EXTERNA
BÍCEPS FEMORAL MP
SEMITENDINOSO MP MP
SEMIMEMBRANOSO MP MP
RETO FEMORAL MP MP
VASTO MEDIAL MP
VASTO INTERMÉDIO MP
VASTO LATERAL MP
GRÁCIL ACESSÓRIO ACESSÓRIO
SARTÓRIO ACESSÓRIO ACESSÓRIO
GASTROCNÊMIO ACESSÓRIO
PLANTAR ACESSÓRIO
POPLÍTEO MP
Tabela 2 – Músculos que atuam na ação dos movimentos do joelho
Fonte: desenvolvido pelo autor

Olhando para a tabela acima, vemos que o número de flexores do joelho é sete,
enquanto os extensores do joelho são quatro na flexão, é necessário superar a força
da gravidade e a extensão, por sua vez, é facilitada pela ação da gravidade.
Músculos bi articulares com atuação no quadril e joelho
Como o próprio nome sugere, os músculos bi articulares são aqueles que cruzam
duas articulações, no joelho constituem a maior parte dos músculos e aumentam a
eficiência do movimento realizado pela transferência de energia.
Outro aspecto importante dos músculos bi articulares é o paradoxo de Lombard
(Figura 3); neste, o torque na articulação está na direção oposta ao causado pelo
músculo.

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Figura 3: Paradoxo de Lombard.


Fonte: retirado do artigo: Everton K. da Rocha, Denise P. Soares e Jefferson F. Loss. Justificativa da existência de momento flexor do joelho durante a fase
propulsiva de um salto horizontal. http://www.ufrgs.br/biomec/articles%202/11%20(XI)%20CBB/Rocha%20-%20Mom%20Flexor%20Salto%20Hor.pdf.

É fácil perceber, por exemplo, que ao se levantar de uma cadeira (Figura 4), ocorre
uma contração do quadríceps na extensão do joelho e uma contração dos isquiotibiais
na extensão do quadril.
O torque extensor do quadril gerado pelos isquiotibiais é maior que o torque flexor do
quadril gerado pelo reto femoral, ao mesmo tempo, o torque extensor do joelho gerado
pelo quadríceps é maior do que o torque flexor do quadril gerado pelo quadríceps.
Isquiotibiais (DANGELO; FATTINI, 2007).

Movimentos do Tornozelo e do Pé
O pé é composto por 26 ossos que são conectados por 33 articulações (Figura 4,
em especial o eixo longitudinal) que são importantes para distribuir adequadamente
o peso corporal quando a pessoa está em pé, em repouso ou em movimento como
por exemplo caminhando.

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Figura 4: Ossos do pé
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray268.png

O complexo articular do tornozelo e do pé é constituído por cinco estruturas


articulares, trata-se de:
1. Articulação do tornozelo (ou talocrural) - Articulação em forma de dobradiça que
liga a tíbia e a fíbula ao tálus os ligamentos conectam fortemente esses ossos
entre si, os mais importantes deles são os ligamentos tibiofibular e talofibular
(anterior e posterior), o ligamento transverso e o ligamento deltóide.
2. Articulações interfásicas - conectam os ossos do tarso que deslizam entre eles.
3. Articulações tarso-metatarso - conectam os ossos do tarso às extremidades
proximais dos cinco ossos metatarsais, realizando também movimentos de
deslizamento entre eles.
4. Articulações metatarsofalangeanas - Conecta as extremidades distais do
metatarso e as falanges proximais e efetuam a flexão e extensão, abdução e
adução.
5. Articulações interfalangianas - conecta as falanges e flexione e estenda as
falanges.

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Por razões práticas, os movimentos do tornozelo e do pé são geralmente descritos


juntos, dorsiflexão, flexão plantar, eversão e inversão, que não são movimentos únicos,
mas a soma de vários movimentos articulares que ocorrem no complexo articular.
Principais músculos do tornozelo e pé e suas ações
A Tabela 3 mostra os principais músculos do tornozelo e pé e suas ações, lembrando
que os primeiros motores são os mais importantes e os acessórios (Acess.) atual e
auxiliam no movimento.

TORNOZELO E PÉ MÁLEOLO
GRUPOS
FLEXÃO
MUSCULARES DORSIFLEXÃO INVERSÃO EVERSÃO FLEXÃO EXTENSÃO
PLANTAR
TIBIAL ANTERIOR MP MP
FIBULAR
MP MP MP
TERCEIRO
EXTENSOR
LONGO DOS MP
DEDOS
EXTENSOR
ACESSÓRIO MP MP
LONGO DO HÁLUX
GASTROCNÊMIO ACESSÓRIO MP
SÓLEO MP
PLANTAR MP
FIBULAR LONGO ACESSÓRIO
FIBULAR CURTO ACESSÓRIO MP
FIBULAR LONGO
ACESSÓRIO MP
DOS DEDOS
FIBULAR LONGO
ACESSÓRIO ACESSÓRIO MP
DO HÁLUX
TIBIAL
ACESSÓRIO ACESSÓRIO MP
POSTERIOR
Tabela 3 – Ações e músculos do tornozelo e do pé
Fonte: desenvolvido pelo autor

ANOTE ISSO

A necessidade humana de movimento é frequentemente confundida com sua


própria vida, pois músculos, ossos e articulações são estruturas vivas e, irão
durar enquanto forem exercitados regularmente e dentro de limites mecânicos e
individualizados.

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ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O termo goniometria deriva da conjunção de dois termos usados ​​pelo grego


que significam respectivamente: gônio (ângulo) e métrica (medida). Portanto, o
significado para a cinesiologia é a metodologia utilizada para medir e quantificar o
ângulo formado por uma articulação em movimento de extensão e flexão, tanto em
valores máximos quanto mínimos.
O transferidor é composto por dois elementos móveis, denominados braços e
por um eixo comum a esses dois elementos. Quando em uso, um dos elementos
móveis deve permanecer estático e o outro se moverá durante a execução da
amplitude de movimento.
Ao usar o transferidor, é importante para a confiabilidade das medições, que para
a mesma aquisição de dados, um único medidor profissional faça a gestão do
dispositivo, a fim de evitar medições discordantes ou imprecisas.
É também importante que os intervalos normais para as articulações do corpo
humano sejam conhecidos, de forma que qualquer alteração nestes valores seja
facilmente identificável.

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CAPÍTULO 5
AS FÁSCIAS MUSCULARES

A fáscia muscular penetra e envolve todos os órgãos, músculos, ossos e fibras


nervosas, criando um ambiente único para o funcionamento dos sistemas do corpo.
O interesse no estudo da fáscia estende-se a todos os tecidos dos tipos fibrosos,
incluindo aponeuroses, ligamentos, tendões, retináculos, cápsulas articulares, órgãos
e vasos da túnica, epineuro, meninges, periósteo e todas as fibras musculares.
A fáscia está presente em todas as direções, sendo uma rede conectiva única que
se interliga com todos os músculos. Formada após o desenvolvimento embrionário,
a fáscia muscular ou sistema fascial cobre os músculos não apenas separadamente,
mas por meio de conexões por todo o corpo dentro de faixas fasciais funcionalmente
integradas. (ENOKA, 2000).
O sistema de fáscia desempenha múltiplas funções no corpo humano, onde se
pode citar como a principal importância manter e estabilizar a postura ereta do corpo,
além disso, tem uma função importante de atuar na proteção dos grupos musculares
contra o atrito entre eles.
Segundo exemplifica Hay (1981) a transmissão de tensão (força) ocorre no sistema
musculoesquelético a partir do endomísio, passando pelo perimísio, epimísio e
sarcômero, junção miotendínea, tendões e suas inserções ósseas, formando parte
do sistema estático de estabilização articular - cápsulas, ligamentos e retináculos,
incluindo expansões aponeuróticas.

Figura 1: Indicação da Fáscia Muscular


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/89/Illu_muscle_structure.jpg/330px-Illu_muscle_structure.jpg

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De acordo com Zatsiorsky (1983) qualquer disfunção do sistema musculoesquelético


e/ou visceral pode levar à desorganização dessas fáscias e aponeuroses, comprometendo
o perfeito funcionamento do aparelho locomotor por exemlo. Cicatrizes e aderências
teciduais têm a mesma composição da fáscia, porém mais desorganizada e mais
restritiva.
Em algumas áreas do corpo, a fáscia é extremamente fina e frágil, mas em outras
é tão forte e resistente quanto qualquer estrutura miotendinosa.

Divisão da fáscia muscular


As fáscias são divididas em: superficiais e profundas. A camada superficial é
composta por tecido fibroelástico que se fixa à camada inferior da pele. Existem
estruturas vasculares sanguíneas e linfáticas, terminações nervosas e tecido gorduroso.
Os corpos de Paccini e os receptores de pressão da pele estão nesse nível.
A camada profunda ou muscular: Caracterizado por uma fáscia dura, sólida e
compacta. Envolve e separa os músculos e em algumas áreas e adere às proeminências
ósseas (WINTER 1987).

ANOTE ISSO

Você sabia que a fáscia muscular começou a ser estudada por um desenhista?
John Hull Gruny nasceu em Southall, Inglaterra, em 1907, este desenhista foi um
pioneiro em estudos de fácias musculares na sua cidade natal, Inglaterra. Ele
estudou arte no King College e na Chelsea School of Art em Londres antes de
estudar no Royal Collegae of Art. Na época da Guerra Mundial levou John Gruny
para à medicina onde desenvolveu seus estudos de Anatomia para o Royal College
of Surgeons e o Orpington Hospital War em Londres.

5.1 Estrutura

Existem algumas controvérsias sobre quais estruturas são consideradas “fáscias” e


como os tipos de fáscia devem ser classificados. Os dois sistemas mais comuns são:
1. Aquele especificado na edição de 1983 da Nomina Anatomica (NA 1983).
2. Aquele especificado na edição de 1989 da Terminologia Anatômica (O’RAHILLY,
1989).

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NA 1983 NA 1997 Descrição Exemplo


Não é considerado É encontrado no subcutâneo na maioria das regiões do
Fáscia superficial Fáscia de Scarpa
fáscia neste sistema corpo, mesclando-se com a camada reticular da derme
Este é o tecido conjuntivo fibroso denso que interpenetra
Fáscia Profunda Fáscia muscular e envolve os músculos, ossos, nervos e vasos Fáscia transversa
sanguíneos do corpo.
Isso suspende os órgãos dentro de suas cavidades
Fáscia visceral
Fáscia Visceral e os envolve em camadas de membranas de tecido Pericárdio
fáscia parietal
conjuntivo.

5.1.1 Fáscia Superficial

A fáscia superficial é a camada mais baixa da pele em quase todas as áreas do


corpo, que se funde com a camada reticular da derme, está presente na face, acima
da parte superior do esternocleidomastóideo, na nuca e acima do esterno . tecido
conjuntivo areolar frouxo e gorduroso e é a camada que determina principalmente a
forma de um corpo. Além de sua presença subcutânea, a fáscia superficial envolve
órgãos e glândulas, feixes neurovasculares e é encontrada em muitos outros locais onde
preenche espaços desocupados. Serve como meio de armazenamento de gordura e
água; como passagem para linfa, nervos e vasos sanguíneos; e como acolchoamento
protetor para amortecer e isolar (WIRHED, 1986).
A fáscia superficial está presente nas pálpebras, orelhas, escroto, pênis e clitóris,
mas não contém gordura nestas regiões.
Devido às suas propriedades de composição viscoelásticas, a fáscia superficial
pode ter a função de esticar para acomodar a deposição de gordura que acompanha
o ganho de peso normal e pré-natal. Após a gravidez e a perda de peso, a fáscia
superficial retorna lentamente ao seu nível original de tensão.

5.1.2 Fáscia visceral

Segundo Wirhed (1986) a fáscia visceral (também chamada de fáscia subserosa)


mantém a suspensão dos órgãos dentro de suas cavidades e os envolve em camadas
de membranas de tecido conjuntivo. Cada um dos órgãos é coberto por uma camada
dupla de fáscia; essas camadas são separadas por uma fina membrana do tipo serosa.
A parede externa do órgão é conhecida como camada parietal

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A pele do órgão é conhecida como camada visceral. Os órgãos têm nomes


especializados para suas fáscias viscerais. No cérebro, eles são conhecidos
como meninges; no coração, são conhecidos como pericárdio; nos pulmões, são
conhecidos como pleuras; e no abdômen, eles são conhecidos como peritoneal
(WIRHED, 1986).
A fáscia visceral é menos extensível do que a fáscia superficial. Devido ao seu papel
suspensor dos órgãos, ele precisa manter seu tecido de maneira bastante consistente.
Se for muito frouxo, contribui para o prolapso do órgão, mas se for hipertônico, restringe
a motilidade adequada a este órgão ao qual está envolvido.

5.1.3 Fáscia profunda


Tubino (1984), descreve a fáscia profunda como uma camada de tecido conjuntivo
fibroso denso que envolve os músculos individuais e divide grupos de músculos em
compartimentos fasciais. Essa fáscia tem uma alta densidade de fibras de elastina
que determina sua extensibilidade ou resiliência. A fáscia profunda foi originalmente
considerada essencialmente avascular (sem a presença de tecido sanguíneo). No
entanto, investigações mais recentes confirmaram uma rica presença de vasos
sanguíneos finos. A fáscia profunda também é rica em receptores sensoriais. Exemplos
de fáscia profunda são fáscia lata, fáscia cruris, fáscia braquial, fáscia plantar, fáscia
toracolombar e fáscia de Buck.

5.1.4 Função da Fáscia


As fáscias eram tradicionalmente vistas como estruturas passivas que
transmitiam tensão mecânica gerada por atividades musculares ou forças externas
por todo o corpo. Uma função importante das fáscias musculares é reduzir o atrito
da força muscular. Ao fazer isso, as fáscias fornecem um envoltório de suporte
e mobilidade para os nervos e vasos sanguíneos à medida que passam através
dos músculos. Os tecidos fasciais são frequentemente inervados por terminações
nervosas sensoriais. Estes incluem nervos mielinizados e não mielinizados. Com
base nisso, uma função proprioceptiva, nociceptiva e interoceptiva da fáscia foi
postulada. Os tecidos fasciais (particularmente aqueles com propriedades tendíneas
ou aponeuróticas) também são capazes de armazenar e liberar energia potencial
elástica (CARPES, BINI, DIEFENTHAELER, 2011).

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5.1.5 Significado clínico


Segundo relata Enoka (2000) em seus estudos preliminares a fáscia torna-se
importante clinicamente quando perde rigidez ou diminui a capacidade de cisalhamento.
Quando a fascite inflamatória ou o trauma causam fibrose e aderências, o tecido
fascial não consegue diferenciar as estruturas adjacentes de maneira eficaz. Isso
pode acontecer após a cirurgia onde na fáscia foi feita uma incisão e a cicatrização
inclui uma cicatriz que atravessa as estruturas circundantes.

5.1.6 Compartimentos anatômicos


Um compartimento fascial é uma seção dentro do corpo que contém músculos e
nervos e é cercada por fáscia. No corpo humano, os membros podem ser divididos
em dois segmentos - o membro superior pode ser dividido em braço e antebraço e
os compartimentos seccionados de ambos - os compartimentos fasciais do braço
e os compartimentos fasciais do antebraço contém um compartimento anterior e
um compartimento posterior. Da mesma forma, os membros inferiores podem ser
divididos em dois segmentos - a perna e a coxa e estes contêm os compartimentos
fasciais da perna e os compartimentos fasciais da coxa (FLOYD 2000).
A fasciotomia pode ser usada para aliviar a síndrome compartimental como resultado
da alta pressão dentro de um compartimento fascial.

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CAPÍTULO 6
MOVIMENTOS DA
ARTICULAÇÃO DO
CORPO HUMANO

As articulações do corpo humano, pertencentes ao sistema articular, são responsáveis​​


por diversos movimentos que realizamos. Os pontos de união entre um osso e outro são
chamados de articulações. Dentre as funções que podem ser atribuídas às articulações
estão: Manter os ossos juntos, garantir a movimentação do corpo, e a estabilidade
do organismo, além de permitir que seguramos objetos.
Conecta os ossos do esqueleto humano a outros ossos e cartilagens, incluindo joelhos,
cotovelos, pulsos, tornozelos, ombros. Podemos, portanto, dizer que a articulação é o
ponto de encontro entre os ossos, permitindo os movimentos do corpo.

6.1 Articulação dos MMSS

Articulação do ombro
Segundo Carpenter (2005) o ombro é a articulação mais complexa que existe
no corpo humano (Figura 1), tendo movimentos em três planos, é composto por
alguns ossos como: úmero, escápula e clavícula, e outras quatro articulações como
o esternoclavicular; acromioclavicular; glenoumerais e escapulotorácicos, além dos
ligamentos que conferem estabilidade e os dezesseis músculos envolvidos como
visto anteriormente.

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Figura 1: articulações do ombro.


Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana, 2000. pág 713.

Articulação esternoclavicular
A extremidade próxima da clavícula se articula com a incisura clavicular em
correspondência com o manúbrio do esterno e com a cartilagem da primeira costela,
uma articulação sinovial em forma de sela com três graus de liberdade em ambos os
lados, o que reduz a incongruência das superfícies, promovendo, assim, uma melhor
e maior possibilidade de movimento rotacional da clavícula e da escápula (Figura 2).
Os ligamentos desta articulação são: a articulação esternoclavicular anterior e a
articulação esternoclavicular posterior, que suportam a articulação anteriormente, o
costoclavicular e o interclavicular, que limitam respectivamente a elevação e abaixamento
excessivo (DANGELO; FATTINI 2007).

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Figura 2: Articulação esternoclavicular.


Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2000, pág 708.

Articulação acromioclavicular
A articulação acromioclavicular, também conhecida como articulação do processo
acromial da escápula, é uma pequena articulação sinovial localizada entre o ponto
lateral da clavícula e o processo acromial da escápula. Esta articulação é classificada
como uma articulação diartrodial irregular, pois embora seja uma estrutura articular,
permite apenas movimentos limitados. A estabilidade é proporcionada pelos ligamentos
acromioclavicular e coracoclavicular com sua divisão em: trapézio e conóide.

Articulação glenoumeral
Knudson (2000) preconiza que a articulação glenoumeral é classificada como uma
articulação esferóide, tem uma fossa glenóide piriforme pequena e rasa. Para que
ocorra essa liberdade de movimento é necessária uma sinergia entre os músculos
cingulados e o complexo do ombro, e, portanto, somos capazes de realizar todos os
movimentos do ombro em seus ângulos máximos.

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Esta articulação é protegida e estabilizada por ligamentos e músculos. As órteses


ligamentares nesta articulação são compostas por três feixes do ligamento do ombro e
do ligamento coracoacromial, mas essas órteses apenas evitam a luxação para baixo.

Articulação escapulotorácica
A escápula entra em contato com o tórax através da articulação escapulotorácica,
(Figura 3) a escápula está presa a dois músculos, o serrátil anterior e o subescapular.

Figura 3: Articulação escapulotorácica


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a3/Gray327.png

Articulação do cotovelo
O cotovelo embora classificado como uma articulação, na verdade é um complexo
composto por três articulações (Figura 4): a úmero-ulnar, entre a tróclea do úmero
e a incisura troclear da ulna, o úmero radial, entre o capítulo do úmero e o cabeça
proximal do rádio e rádio-ulnar, entre a cabeça do rádio e a incisura radial da ulna que
se encontram em uma cápsula articular comum. De arquitetura forte, a articulação
do cotovelo é estável (NETTER, 2000).
Os ligamentos da articulação do cotovelo servem para manter as superfícies
articulares em contato. São verdadeiros tensionadores, dispostos em cada lado da
articulação: o ligamento lateral interno e o ligamento lateral externo um leque fibroso.

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Figura 4: Articulação do cotovelo


Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana., 2000, pág 741.

Articulação radioulnar proximal


Esta é a articulação entre a circunferência articular da cabeça do rádio e a incisura
radial da ulna. É uma sinóvia trocóide ou pivô (Figura 5).
Ligamento anular: feixes de tecido fibroso envolvendo a cabeça do rádio, unindo-se
à incisura radial da ulna como se fosse um anel, permitindo apenas um movimento
rotacional entre o rádio e a ulna. Os ligamentos do cotovelo são: colaterais ligamento
ulnar, um feixe triangular que se origina do epicôndilo medial do úmero e segue para
o olécrano e ligamento colateral radial menor, e se origina do epicôndilo lateral do
úmero e se encaixa no ligamento anular radial (KNUDSON; MORRISON 2001).

Figura 5: Articulação radio ulnar


Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana., 2000, pág, 742.

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Distal
Articulação sinovial trocoide que está entre a cabeça da ulna e incisura ulnar do
rádio. Os ligamentos são: ligamento radioulnar ventral e ligamento radioulnar dorsal, os
dois são espessamento da cápsula articular que vai do rádio à ulna transversalmente
a ambos os ossos.

Figura 6: Articulação radio ulnar distal


Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray334.png

Mão
As articulações da mão podem ser divididas entre as articulações do punho e as
articulações dos dedos. A articulação entre a mão e o antebraço é feita pela articulação
entre o rádio e os ossos do carpo (radiocarpal articular) e as articulações entre os
ossos do carpo (articulações intercarpais). A ulna, embora presente nesta extremidade
articular, não se articula diretamente com o carpo. Esta interface é formada pelo
menisco ou disco articular do punho (SOBOTTA, 2000).

Pulso (articulação radiocarpal)


A face articular do rádio, face inferior do disco articular, forma uma superfície côncava
elíptica que acomoda a face convexa dos ossos proximais do carpo (escafoide semilunar
e piramidal). Esta articulação é reforçada pelos seguintes ligamentos:
• Ligamento radiocarpal volar: começa na borda anterior da extremidade distal
do rádio e ulna e segue em direção às superfícies ventrais dos ossos da fileira
proximal do carpo;
• Ligamento radiocarpal dorsal: mesmo curso que o palmar, mas dorsal; ligamento
colateral ulnar: é arredondado e vai desde o processo estilóide ulnar até o osso
piramidal e o osso pisiforme; e ligamento colateral radial: vai do processo estilóide

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do rádio ao escafoide e algumas fibras entram no osso trapézio e no retináculo


dos flexores (NETTER, 2000).

Articulação carpometacarpal
Estas são as articulações que ocorrem entre o carpo e o metacarpo dos dedos. É
uma articulação sinovial do tipo plano.

Articulação metacarpal do polegar


É a articulação selar sinovial entre o trapézio e o primeiro metacarpo. É coberto
por uma cápsula articular espessa, mas frouxa, que atravessa toda a circunferência
do primeiro metacarpo em direção à borda do osso trapézio (figura 46).

ANOTE ISSO

É muito importante não esquecermos de alguns fundamento básicos da biomecânica,


como por exemplo os movimentos. Lembre-se, quando temos um movimento que
se afasta do ponto central do corpo damos o nome a ele de plano mediano e quando
temos um movimento de circundução temos uma combinação de movimentos, como
por exemplo os movimentos de flexão, abdução, extensão e adução juntos

Figura 5: Articulação metacarpal do polegar


Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2000, pág 771.

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Articulações metacarpofalângicas
Estas são as articulações sinoviais esferoidais entre os metacarpos e as primeiras
falanges do segundo, terceiro, quarto e quinto dedos do pé, conectadas por dois
ligamentos colaterais um de cada lado da articulação e por um espessamento da
cápsula articular em sua face frontal, chamados ligamentos palmares.

Articulações interfalangianas
Estas são membranas sinoviais do tipo gengival (dobradiça) papel dos ligamentos
posteriores.

6.1.1 Articulação dos MMII

Articulação do Joelho
O joelho é uma grande articulação capaz de suportar e suportar diversas cargas,
além de possuir grande mobilidade em sua constituição, pois fornece recursos para
a realização de diversas atividades.
O joelho é uma articulação sinovial composta por três articulações dentro de
uma única cápsula articular, entre as quais estão as duas articulações condilares do
complexo articular tíbio-femoral que suportam o peso e uma terceira que se assemelha
à femoropatelar (RASCH; BURKE, 2003).
São articulações denominadas condiloides duplos, nas quais os côndilos medial e
lateral da tíbia e do fêmur se articulam e formam duas articulações que se configuram
lado a lado, desenvolvendo uma articulação articulada funcional, esta articulação
permite determinadas ações, incluindo movimentos laterais e rotadores.
A articulação patelofemoral é a articulação que ocorre entre a rótula e o fêmur de
forma que a parte posterior da rótula permanece coberta por cartilagem articular a
fim de reduzir o atrito entre a rótula e o fêmur (NETTER, 2000).
Os meniscos são cartilagens denominadas cartilagens semilunares, visto que,
apresentam forma crescente, porém os meniscos devem ser entendidos como discos
fibrocartilaginosos que permanecem fixos às placas tibiais superiores por meio de
ligamentos coronários, e que ainda permanecem fixos uns aos outros. pela ação
transversa do ligamento.
Os meniscos são mais grossos em suas bordas e são supridos por vasos sanguíneos
e nervos que fornecem sensação e informações relacionadas à carga no joelho. O joelho

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tem ligamentos colaterais, que podem ser divididos em ligamento colateral medial
e ligamento colateral lateral que se estende da crista ilíaca do epicôndilo lateral do
fêmur até a cabeça da fíbula e fornece estabilidade no joelho em sua parte lateral. Os
ligamentos cruzados anterior e posterior que conectam o fêmur e a tíbia e controlam
o deslocamento ântero-posterior (VILELA JÚNIOR, HAUSER, DAGNONE; OLIVEIRA, A.
2011).

Figura 6: Articulação do joelho


Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2000, pág 867.

Articulação tibiofibular proximal


É uma articulação sinovial plana entre a superfície articular da cabeça da fíbula e a
superfície articular da tíbia, coberta por cartilagem e conectada pela cápsula articular
e ligamentos anteriores e posteriores.

Distal
É uma sindesmose formada entre a superfície articular do maléolo lateral e a incisura
da fíbula dos dois ossos da tíbia.


As articulações do pé podem ser divididas entre a articulação do tornozelo, que
atua como elo entre o pé e a perna, e as articulações que promovem o movimento
interno do pé: subtalar e médio-tarsal.

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Tornozelo
É uma estrutura composta pela articulação do tálus com o maléolo da tíbia e fíbula.
Esta articulação é caracterizada como um ginglimo (junta de dobradiça em forma
de). Ligamento tibiofibular anterior, ligamento tibiofibular posterior, ligamento deltóide,
ligamento talofibular anterior, ligamento talofibular posterior, ligamento transverso,
ligamento interósseo, ligamento calcaneofibular e ligamento colateral lateral (SOBOTTA,
2000).

Articulação do canal tálus


É uma articulação sinovial trocóide-esferóide combinada. Permite movimentos de
supinação e pronação.

Figura 7: Articulação do Pé
Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2000. pág 894.

Articulações tarso-estatarsais
Os ossos que formam esta articulação são o primeiro, o segundo e o terceiro
cuneiformes, além do osso cuboide; que se articula com as bases dos ossos metatarsais.
Esta articulação é descrita como uma articulação sinovial plana.

Articulações metatarso-falangeais
São articulações sinoviais esferoidais funcionalmente limitadas ou consideradas
por alguns autores também como sinoviais condilares, formadas pela união da cabeça

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do metatarso com as cavidades rasas nas extremidades das primeiras falanges dos
dedos dos pés.

Articulações interfalangianas
Estas são as articulações sinoviais da gengiva, cada uma dessas articulações tem
dois ligamentos colaterais e um ligamento plantar.

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CAPÍTULO 7
CINESIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO

Os principais componentes do sistema respiratório são os pulmões e a bomba muscular


respiratória. A principal função dos músculos respiratórios é mover ritmicamente a parede
torácica, movendo o ar para dentro e para fora dos pulmões. A complexidade e refinamento
de sua operação. Atualmente sabe-se que o bombeamento de ar é realizado por ações
coordenadas ou sinérgicas que visam perpetuar o movimento respiratório, com mínimo
esforço e mínimo gasto energético. entre os músculos motores primários e os acessórios
respiratórios.A eficácia do diafragma, escalenos e músculos paraesternais (motores
inspiratórios primários em repouso) depende da estabilização da parede torácica pelos
músculos acessórios da inspiração e da manutenção da pressão abdominal e do correto
posicionamento das costelas obtido graças ao tônus ​​normal dos músculos abdominais
(acessórios expiratórios).

Coordenação entre as atividades respiratórias e não respiratórias


Os músculos respiratórios têm uma dupla função: a parte principal que é a respiratória e
outra parte que consideramos como postural, emocional, artística e atlética A coordenação
entre a respiração e essas outras funções faz parte do padrão respiratório normal e evolui
especialmente durante o desenvolvimento sensório-motor no primeiro ano de vida da
criança em desenvolvimento.
A percepção do grau de carga imposta ao sistema respiratório e variações na forma da
parede torácica sendo estas como por exemplo as variações na profundidade e duração da
respiração modificam o feedback sobre as variações instantâneas do volume pulmonar e a
configuração da parede do tronco os arranjos biomecânicos ventilatórios são modificados
devido à atividade muscular durante o esforço.
Entendendo estes mecanismos é importante vermos os componentes cinesiológicos
que envolvem o processo da respiração e também a estrutura óssea envolvida.

Esqueleto do tórax
A caixa torácica é constituída além de vários outros ossos, pelo osso esterno (localizado
anteriormente no plano mediano), as vértebras torácicas (localizadas no plano dorsal

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mediano) e as costelas e cartilagens costais (localizadas nos contornos posterior, lateral


e anterior do tórax).
Embora as vértebras T1, T9, T10, T11 e T12 possam ter alguns acidentes que as
distinguem de outras vértebras torácicas, essas diferenças não são de grande importância
para o sistema respiratório. As principais características das vértebras torácicas são:
• Articuladas com as costelas ambas pelo corpo e pelo processo transversal. Portanto,
o corpo possui uma fóvea costal superior oval (um tipo de acidente ósseo), localizada
na saída do pedículo, e pode ter uma fóvea costal inferior, pois a cabeça da costela
pode se projetar do corpo vertebral a partir da vértebra subjacente e atingir a que está
sobre ela. Por sua vez, o processo transverso apresenta a fóvea costal transversa
para se articular com o tubérculo costal.
• Os processos espinhosos são muito inclinados em relação ao plano do corpo da
vértebra.
• Os corpos vertebrais têm um volume intermediário entre as vértebras cervicais e
lombares
• As articulações das facetas estão localizadas principalmente em um plano frontal
O esterno pode ser considerada como uma placa óssea mediana longa e estreita na
parede anterior das costelas no tórax através das cartilagens, permitindo a flexibilidade que
resulta em mudanças dimensionais do tórax necessárias para o processo respiratório. A
oitava, a nona e a décima costelas têm cartilagens que se unem e depois ainda se unem
à sétima costela, através das quais chegam indiretamente ao esterno (NETTER, 2000).
O processo xifóide é caracterizado como um processo ósseo rudimentar que é a parte
mais baixa do esterno (Figura 1).

Figura 1: Esterno e processo xifóide


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pectoral_girdle_front_diagram_pt.svg

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As costelas e cartilagens
As costelas são um tipo de filamento ósseo arqueado, estendendo-se de suas junções
com a coluna até a parte anterior da parede torácica. As primeiras sete costelas são
chamadas de costelas verdadeiras porque se articulam com o esterno por meio de suas
cartilagens (a esta junção se dá o nome de verdadeiro). A oitava, a nona e a décima
costelas são chamadas de falsas porque se fixam ao esterno apenas indiretamente
(através de processos cartilaginosos), unindo suas cartilagens uma à outra e, finalmente,
à sétima. Isso forma a borda ou margem costal, que marca anteriormente o limite
inferior da caixa torácica. as costelas convergentes formam o ângulo infra esternal (ou
subcostal) que varia de acordo com o biótipo dos indivíduos, sendo muito agudo no
longo e obtuso no curto. A décima primeira e a décima segunda costelas, chamadas
costelas flutuantes, são curtas, rudimentares, terminam entre os músculos da parede
abdominal anterolateral e são desprovidas de cartilagem (por isso são chamadas de
flutuantes, por dar esta impressão) (SOBOTTA, 2000).
Segundo Miranda, (2000) com exceção da 1ª, 11ª e 12ª costelas, as demais podem
ser consideradas costelas típicas, embora a 8ª, 9ª e 10ª costelas sejam mais curtas
e ajudem a formar a borda ou margem da costela. coluna (fovato costal do corpo
vertebral), o pescoço segue a cabeça, inclinando-se póstero-lateralmente em direção
ao processo transverso da vértebra, com a qual se articula através do tubérculo costal.
No canto da costela, o osso muda de direção abruptamente, inclinando-se para baixo
conforme se curva para os lados e depois para frente, acompanhando a superfície da
parede torácica, articulando-se com o esterno. Entre o ângulo da costela e o processo
espinhoso existe um espaço escavado, limitado, medialmente, pelo processo espinhoso
e, anteriormente, pelo processo transverso da vértebra e parte do corpo costal até
atingir o ângulo costal (NEUMANN, 2011).

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Figura 2: Costelas
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Skeleton_woman_back.png

Este espaço é preenchido por músculos que formam duas grandes massas elevadas,
laterais à coluna vertebral. Esta verdadeira almofada muscular deixa, entre as suas
partes mediais, um sulco mediano, no fundo do qual estão os processos espinhosos
das vértebras.
As costelas atípicas são a primeira, décima primeira e décima segunda costelas
A primeira costela é a mais curta das costelas verdadeiras e descreve um arco
fechado e limita a abertura superior do tórax. É mais largo que os outros e é plano,
localizado anteriormente sob a clavícula, o que dificulta a palpação. A artéria e a veia
subclávia revestem sua superfície superior. (SOBOTTA, 2000).
A décima primeira e a décima segunda costelas são rudimentares e terminam entre
os músculos da parede abdominal em pontos de cartilagem romba.

7.1 Movimentos articulares da caixa torácica

De acordo com Fornasari, (2001). as articulações do tórax incluem aquelas entre


costelas e vértebras, entre costelas e cartilagens costais, entre esterno e cartilagens
costais, e entre partes do esterno.

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As articulações esternocondrais, localizadas entre as cartilagens costais e os recessos


da borda lateral do esterno, variam de acordo com a presença ou ausência de cavidade
articular. Na 1ª articulação costal, a cartilagem costal está firmemente fixada ao manúbrio,
formando assim uma articulação cartilagínea. Da 2ª à 7ª costela, as articulações são
sinoviais. No entanto, as variações são muitas, podendo a cavidade articular também
desaparecer, tal é a quantidade de fibrocartilagem presente nestes casos (KAPANDJI, 2000).
Cada uma das cartilagens costais, 5ª a 8ª e às vezes 9ª, se articula com a cartilagem
imediatamente inferior, conforme se curva para cima, medialmente e anteriormente,
formando as articulações intercondrais, pequenas articulações sinoviais e cada uma é
circundada por uma cápsula articular.
Entre as articulações esternais, a articulação manúbrio esternal é um exemplo de
articulação cartilaginosa, do tipo sincondrose, e a compressibilidade da matriz cartilaginosa
a torna resistente e flexível, enquanto a articulação xiloesternal também é cartilaginosa,
mas já em adultos jovens ela começa a ossificar (NETTER, 2000).
A maioria das costelas articula-se com a coluna em dois locais: a articulação costo-
vertebral, entre a cabeça costal e as patas costais superior e inferior dos corpos de duas
vértebras adjacentes, e a articulação costotransversal, entre o tubérculo costal e a fóvea
costal transversa do processo transverso da vértebra correspondente.
Na articulação costovertebral sinovial, afetada pela cápsula articular, a cavidade articular
é dividida em duas, superior e inferior, pela presença de um ligamento intra-articular
curto, disposto horizontalmente, que se estende desde a cabeça da costela para o disco
intervertebral. A cápsula articular é reforçada anteriormente pelo ligamento irradiado
(SOBOTTA, 2000).

Figura 3: Articulações do tórax


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray112.png

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A articulação costotransversal, também sinovial, é recoberta por uma cápsula


articular espessa, abaixo, mas delgada nas demais porções (KAPANDJI, 2000). Os
ligamentos costotransversais próprios, lateral e superior fortalecem a articulação.
A forma das superfícies articulares do tubérculo e o processo transverso determinam
o movimento que a costela pode realizar. Assim, as articulações da 1ª à 6ª costela
alojam-se no cálice e a fóvea profunda nos processos transversos, o que força o tubérculo
a girar em torno do eixo que une as articulações costovertebral e costotransversal e
descreve uma rotação inferior que, devido para a obliquidade crânio-caudal da costela,
eleva sua extremidade anterior. Esse movimento é chamado de “braço de bomba” e
aumenta o diâmetro ântero-posterior das costelas do tórax.
Por outro lado, da 7ª à 10ª costelas (as 11ª e 12ª costelas não têm tubérculo
e, portanto, não apresentam juntas transversais entre as costelas) as articulações
facetárias desta última e os respectivos processos transversos são planos, fazendo
com que o tubérculo costal se mova para cima e para baixo. ao longo do processo
transverso, ao longo de um eixo que vai da articulação costovertebral até a articulação
esternocondral ou intercondral. diâmetro lateral do tórax e é tradicionalmente conhecido
como “alça de balde” porque lembra o movimento de uma alça de balde em torno de
suas dobradiças (FLOYD, 2000).
De acordo com Knudson e Morrison (2001) enquanto os movimentos provocam
aumentos lateral ântero-posterior e lateral, a contração do diafragma, ao endireitar
suas cúpulas e movimentá-lo em direção à cavidade abdominal, aumenta o diâmetro
longitudinal do tórax, em detrimento do diafragma. A posição dos intercostais externos
sugere que elevam as costelas, enquanto os intercostais internos as abaixam, porém,
parece que essas não seriam suas ações mais importantes para serem regulares de
costa a costa, evitando assim o colapso dos espaços intercostais. Durante a expiração,
quando a pressão intratorácica aumenta, a musculatura das costelas evitaria o inchaço
dos tecidos intercostais. o escaleno e o esternocleidomastóideo, por sua ação de elevar
a parte mais alta do tórax, também parecem ser mais importantes do que afirma a
descrição tradicional. Por outro lado, parece certo a ação dos vários músculos que
entram nas costelas durante a respiração é desprezível (FLOYD, 2000).

7.1.1 Músculos envolvidos na respiração

Os músculos respiratórios também são chamados de “músculos da bomba


respiratória”, eles formam um complexo de arranjos na forma de foles semi rígidos
ao redor dos pulmões. Todos os músculos que estão ligados à caixa torácica têm
o potencial inerente para induzir ação respiratória, portanto realizar o processo da
respiração.

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Os músculos que ajudam a dilatar (expandir) a caixa torácica são chamados de


músculos inspiratórios porque auxiliam no processo da inspiração, enquanto os que
comprimem a caixa torácica são chamados de músculos expiratórios e induzem a
expiração.
Esses músculos têm exatamente a mesma estrutura básica que todos os outros
músculos esqueléticos do corpo humano e trabalham juntos para dilatar ou comprimir
a cavidade torácica (aumento e diminuição). A peculiaridade destes músculos é que são
compostos por fibras musculares resistentes à fadiga, são controlados por mecanismos
voluntários e involuntários (se queremos respirar, podemos, mesmo que pensemos
que o corpo não respira automaticamente) (NETTER, 2000).

Figura 4: Movimentos da respiração.


Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2000. pág 326.

Músculos inspiratórios
Os músculos inspiratórios se contraem para puxar o ar para os pulmões. Sendo o
músculo inspiratório mais importante o diafragma; entretanto, os intercostais externos
auxiliam também na respiração silenciosa normal. A contração do diafragma causa um
aumento do espaço na cavidade torácica e os pulmões se enchem de ar do ambiente
externo, perfazendo a mudança do ar atmosférico negativo e positivo.

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Músculos acessórios
Os músculos acessórios da inspiração são:
Esternocleidomastóideo e escaleno: Contribuem menos durante os períodos de
respiração normal e mais durante os períodos de respiração ativa, por exemplo, durante
manobras de exercício e respiração forçada.

Exalação expiratório
É um processo passivo porque os pulmões naturalmente querem retroceder e entrar
em colapso. Ao expirar, os pulmões diminuem a contração dos músculos sem muito
esforço. No entanto, os músculos expiratórios - intercostais internos, reto abdominal,
oblíquos externos e internos e abdominais transversos - podem se contrair para expelir
o ar dos pulmões durante os períodos de respiração ativa (NETTER, 2000).

Figura 5: Músculos da respiração


NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 2011, pág 326.

Além dos músculos mencionados acima, outros que contribuem para a respiração
também são observados: Serrátil anterior; Peitoral maior; Peitoral menor; Trapézio;
Latíssimo do dorso; Eretor da espinha; Iliocostal (porção lombar); Quadrado lombar;
Serrátil póstero-superior; Serrátil póstero-inferior; Levantadores das costelas; Transverso
do tórax; Subclávio.

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CAPÍTULO 8
CINESIOLOGIA DA POSTURA

Quando falamos em postura logo pensamos em uma pessoa que está basicamente
imóvel, em pé e com certos pontos anatômicos em alinhamentos, mas postura é a posição
do corpo no geral qualquer que seja a posição, com ou sem movimento e com os pontos
anatômicos alinhados ou não.
De acordo com o que preconiza Alexander (1995), o estudo da postura está fortemente
ligado às abordagens biomecânicas e fisiológicas, limitando-se, portanto, ao estudo da
ação das forças físicas internas e externas sobre a postura, mas a determinação da
posição do corpo no espaço depende de várias variáveis. físico, temos os mecanismos
de controle interno.
Postura é a atitude adotada por todas as articulações do corpo em um determinado
momento, permitindo a isto estabilidade corpórea. O correto alinhamento dessas
articulações permite a máxima eficiência fisiológica e biomecânica, o que minimiza as
tensões e sobrecargas impostas ao sistema de suporte pela gravidade.
Este estado de equilíbrio musculoesquelético protege as estruturas de suporte do corpo
de lesões progressivas ou deformidades que podem ser ocasionadas. Quando temos uma
má posição esta pode gerar pequenas cargas anormais nas articulações que, repetidas
várias vezes em um curto período, promovem um efeito cumulativo, que pode causar uma
doença de origem mecânica (BORGHESE, BIANCHI e LACQUANITI, 1996).

Figura 1: Postura, vista lateral e posterior da coluna vertebral


Fonte: Retirado do artigo Ferreira DMA, Fernandes CG, Camargo MR, Pachioni CAS, Fregonesi CEPT, Faria
CRS. Avaliação da coluna vertebral: relação entre gibosidade e curvas sagitais por método não-invasivo. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum.
2010b;12(4):pág 285..

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8.1 Equilíbrio da estrutura corporal

Equilíbrio da estrutura corporal


A posição bípede é mantida por mecanismos que regulam o tônus ​​postural. A
ação dos ligamentos e as sensações proprioceptivas de tensão e relaxamento dos
músculos atuam diretamente no mecanismo de regulação do tônus. Essa contração
tônica ou tensão muscular não gera movimento (deslocamento), fixa as articulações
para manter os segmentos do corpo em suas posições e se opõe às tentativas de
modificação.
De acordo com Costa (2014) em seus estudos descobriu que uma linha de gravidade
deve passar por certos pontos, mas na realidade cada indivíduo desenvolve seu próprio
equilíbrio, e esta linha pode passar tanto na frente quanto atrás de uma determinada
articulação de indivíduo a indivíduo que oscila em torno de uma média de posição,
portanto constituindo o que chamamos de atitude O equilíbrio permanente sendo um
desequilíbrio permanente, mas constantemente compensado, esta atitude representa a
solução pessoal para encontrá-lo. Todo esse mecanismo é particularmente importante
porque mantém um ajuste adequado das tensões musculares que permitem ao
indivíduo manter e encontrar o equilíbrio.
Para ganhar a posição em pé, a criança se prepara a partir do momento em que
começa a tentar levantar a cabeça. Por diferentes fases, em que são importantes as
diferentes experiências de movimento, a criança chega ao difícil teste de equilíbrio, que
é o de ficar em pé e assim adquire sua independência e por meio dela experimenta
novas situações e novos movimentos que contribuirão para a estruturação das curvas
de sua coluna. (MCGINNIS, P.M., 2001).
Na idade escolar, a cultura impõe novas demandas à criança, como a promoção da
atividade intelectual em relação às atividades motoras (não queremos aqui expressar
um juízo de valor, mas lembrar que os dois são importantes) e o aumento o número
de horas que as crianças se sentam na escola não foi uma boa contribuição para
sua estrutura postural.

Base inferior e estruturação postural


A estruturação postural depende de muitas reações posturais estáticas-cinéticas
interativas que combinam movimentos automáticos, como regulações de movimento,
equilíbrio e reações eretas, movimentos coordenados e mudanças no tônus ​​muscular.

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A postura e o equilíbrio da estrutura corporal baseiam-se nas seguintes bases: a


do fundo, que são os pés e as pernas, e a da parte superior, que é a pelve, também
chamada de flutuação, porque de certo modo sentido que depende do mais baixo
para sua estabilidade (TUBIN, 1984).
Os pés são anatomicamente estruturados para atender a dois objetivos fundamentais
que são: suportar / sustentar o peso corporal e a locomoção, mas é também sobre eles
que se obtém a postura ereta e a postura. A pressão subcutânea desempenha um papel
importante na regulação da postura nesse sentido, uma mudança na postura ou na
coluna não deve ser vista simplesmente como uma ação e certos grupos musculares,
mas também seu significado em termos de impulsos recebidos pelos receptores da
base inferior.
A capacidade dos pés de se apoiarem e se movimentarem depende dos arcos
dos pés. Sua modificação altera a posição dos ossos e a função dos músculos,
consequentemente causando prejuízos na postura e na marcha.
As alterações nos pés estão frequentemente associadas a alterações na postura e
nas pernas, que causam “efeito cascata” na postura e na locomoção, podendo irradiar-
se para as pernas, joelhos e região lombar.
Para um bom desenvolvimento, a estrutura corporal requer sistematicamente
atividades motoras adequadas para evitar posturas inadequadas, pois alterações,
principalmente na coluna, estão associadas a complicações na aquisição da postura
ereta (NEUMANN, 2011).

Alterações posturais
Segundo os estudos de Pope e White (1976) o equilíbrio depende destes aspectos
importantes:
a) Aspectos cinesiológicos: A coluna vertebral, analisada como uma estrutura
mecânica, sujeita a uma série de forças complexas regidas pelas leis da física,
é uma haste móvel que cumpre duas funções completamente antagônicas e
centrais para o comportamento motor do ser humano: é o eixo de movimento
e sustentação do corpo, daí a sua complexidade, o que o torna imprescindível
para os profissionais que trabalham com o movimento humano.
Cada região da coluna tem uma amplitude de movimento particular, que deve ser
conhecida para fazer as demandas adequadas. Também é importante saber que as
cargas não estão distribuídas uniformemente ao longo da coluna vertebral.

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b) Causas: As causas das alterações posturais são inúmeras e quase sempre atuam
juntas: atividades físicas básicas insuficientes no desenvolvimento, deficiência
de proteínas na dieta, alterações respiratórias, dependências posturais, excesso
de peso corporal, alongamento ou encurtamento muscular exagerado, anomalias
ósseas congênitas ou adquiridas e problemas psicológicos (frequentemente
inconscientes).

c) Consequências: As consequências são diversas: distúrbios do equilíbrio,


alterações dos discos intervertebrais, alterações na torácica e consequentemente
da mecânica respiratória, dores lombares generalizadas, alterações estéticas
e funcionais. As alterações posturais são desvios que podem afetar qualquer
estrutura óssea do corpo, mas frequentemente afetam a coluna vertebral. As
principais alterações posturais são: Escoliose, Hipercifose e Hiperlordose da
coluna vertebral PANJABI e WHITE (1976).

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CAPÍTULO 9
MARCHA, CORRIDA E SALTO

Atualmente, o ciclo de marcha é definida por comportamentos motores compostos por


movimentos que basicamente são integrados do corpo humano, e por comportamentos
cíclicos que permitem estabelecer critérios objetivos para a distinção entre estruturas
motoras normais e estruturas motoras anormais, bem como a discriminação das
alterações causadas pelo desenvolvimento ao longo dos anos do indivíduo (CAVAGNA;
MARGARIA, 1966). O treino de marcha e a corrida são componentes essenciais da
prática da fisioterapia e da medicina de reabilitação, além dos treinos de educação
física. À medida que os avanços tecnológicos se tornam mais sofisticados e aparelhos
são criados, uma análise biomecânica detalhada da caminhada e da corrida pode ser
cada vez mais capaz de ser realizada em um ambiente clínico e precisa ser mais bem
compreendida por profissionais de saúde e pesquisadores, envolvendo sequências em
que o corpo é sustentado primeiro por uma perna e depois pela outra. (CAVAGNA e
KANEKO, 1977).
De acordo com Doke e Kuo (1977) seus estudos demonstram que a locomoção
humana é realizada na postura bípede e é referida na literatura como caminhada. A
marcha humana envolve uma série de movimentos complexos em todos os segmentos
do corpo e, para analisar o andar em seus diversos aspectos, é fundamental ter um
movimento de segmentação temporal onde se pode facilitar a identificação de eventos
vinculados a cada fase. A locomoção deve atender a diversos requisitos simultâneos,
entre os quais se destacam: propulsão do corpo para frente ou para trás; manter
o equilíbrio em condições estáticas e dinâmicas, em situação de suporte variável;
coordenação entre postura, equilíbrio e locomoção com adaptação Embora dois
indivíduos não se movam da mesma forma, certas características da marcha são
universais e servem de base para a descrição cinemática, eletromiográfica e dinâmica
da marcha (DONELAN, KRAN e KOU, 2001).

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Figura 1: Características da marcha humana


Fonte: Morais Filho, Reis; Kawamura (2010, p. 23).

Segundo Bunc e Dlouha (1997) o andar humano normal é caracterizado por um


ciclo que começa com o calcanhar em contato com o solo (fase de apoio) e termina
quando o pé deixa o solo (fase de oscilação). Em situações normais, a fase de apoio
constitui cerca de 60% do ciclo e a fase de oscilação 40%. Na marcha, conforme o
corpo em movimento passa para a perna de apoio, a outra perna balança para a frente,
preparando-se para a próxima fase de apoio. Um dos pés ainda está em contato com
o solo e, à medida que a posição é transferida da perna de apoio para a perna que
avança, há um curto período durante o qual ambas as pernas estão em contato com
o solo. Este período é denominado posição dupla.
Quando andamos em velocidades moderadas, ocorrem movimentos síncronos à
medida que se move para a frente. Os braços oscilam em uma fase contrária aos
movimentos da pelve e das pernas. Assim, descreveremos o caminhar como a tradução
de todo o corpo no espaço e, para isso, utilizaremos o conceito de trajetória do centro
de massa (CM) do corpo. Na marcha, o CM do corpo não permanece em uma posição
fixa, mas está sempre dentro da pelve por dois motivos principais: os movimentos da
pelve nos três planos espaciais são rápidos e a pelve é rápida, estrutura que promove
a divisão de o corpo nas metades superior e inferior, com diferentes comportamentos
ao caminhar (BORGHESE, BIANCHI, LACQUANITI, 1996).

Modelos explicativos da marcha


A marcha humana resulta de uma complexa interação de forças musculares,
movimentos articulares e comandos neurais motores. Muitas variáveis internas
​​ que
contribuem para a marcha foram identificadas e quantificadas ao longo do século
passado, incluindo eletromiografia, torque muscular, forças de reação (FRS), movimento

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dos membros e custo de energia metabólica. Uma interpretação e organização dos


princípios fundamentais que elucidam os mecanismos de andar, o pêndulo invertido
e os seis determinantes do andar (BURDETT, SKINNER e SIMON, 1983).

Teoria do pêndulo invertido


De acordo com o modelo do pêndulo invertido, descrito por Donelan, Shipman, Kran
e Kuo (2004) a marcha humana pode ser comparada a um mecanismo semelhante
a um tipo de pêndulo contendo energia cinética convertida em energia potencial
gravitacional e vice-versa, com conservação de mais de 60-70% energia mecânica
necessária (paradigma do pêndulo invertido) A força mais determinante no pêndulo
inverso é a gravidade (F = mg, onde m é a massa envolvida e a constante gravitacional),
que deve ser pelo menos igual à força centrípeda (= mv2 / L, onde L corresponde ao
comprimento da perna, e v à velocidade horizontal A relação entre as duas forças
corresponde ao número de Froude (= v² / gL).

Figura 2: Análise do ciclo da marcha humana


Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Mario-Vieira/publication/308780687/figure/fig2/AS:412479810228225@1475354258138/Figura-2-Apoio-e-balanco-
de-um-ciclo-de-marcha-Fonte-ANDRADE-2002-pag-7-Ainda.png

De acordo com o modelo do pêndulo invertido, a maior parte do trabalho realizado


durante a caminhada não está associado ao trabalho muscular ativo, mas a um
mecanismo passivo de troca de energia cinética e potencial, uma vez que o centro de
massa (por analogia com o pêndulo invertido), oscila conforme o membro na fase de
apoio, reduzindo o trabalho necessário para elevar e acelerar o centro de massa, bem
como diminuindo o trabalho muscular necessário para balançar o membro, graças a
um mecanismo semelhante a um pêndulo, onde ocorrem as trocas de energia cinética
e potencial que ocorrem durante o movimento do membro na direção anterior (COSTA,
2014).
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Teoria dos seis determinantes da marcha


Segundo esta teoria, a marcha caracteriza-se pela existência de um conjunto de
mecanismos considerados determinantes do padrão de marcha, os quais são descritos
a seguir.

Rotação pélvica
Em um nível normal de caminhada, a cintura pélvica gira alternadamente para a
direita e para a esquerda (ou vice-versa) da linha de progressão; a amplitude desta
rotação é de cerca de 8° (4 ° na fase oscilante e 4 ° na fase de suporte) a rotação
pélvica diminui o arco de passagem do centro de massa ao elevar as extremidades
do arco e, portanto, os ângulos de flexão na intersecção de arcos sucessivos são
menos abruptos e o custo de energia é menor (FORNASARI, 2001). O potencial é
mais progressivo. a força necessária para mudar a direção do centro de massa no
próximo arco é menor. A rotação angular do quadril, em flexão e extensão, é reduzida
e a energia necessária para a oscilação interna do membro é mantida..

Inclinação da pélvis
Como já mencionado por Costa (2014), o centro de massa move-se lateralmente
na extremidade carregada duas vezes durante um ciclo. O deslocamento é produzido
pela inclinação lateral da pelve oposta ao membro de suporte. A inclinação pélvica do
membro na fase oscilante ocorre repentinamente no final da fase de duplo apoio. A
trajetória do centro de massa é menor (ou mais curta), a trajetória pélvica é suave e,
graças à flexão do joelho, a energia é conservada por meio do encurtamento efetivo
do pêndulo.

Flexão do joelho na fase de apoio podálico.


O deslocamento do peso do corpo sobre a extremidade enquanto o joelho está em
flexão é uma característica da caminhada completa, de modo que o joelho começa a
flexionar e continua até que o pé esteja totalmente apoiado no chão, a flexão média é
de cerca de 15 ° imediatamente seguida pela flexão terminal do joelho. Este período da
fase estática ocupa cerca de 40% do ciclo da marcha e é conhecido como o período
de travamento duplo do joelho, pois o joelho é travado principalmente na extensão,

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destravado na flexão e novamente travado na extensão, seguido por uma flexão final
(BURDETT, SKINNER e SIMON, 1983).
Esses três determinantes, inclinação pélvica e flexão do joelho, trabalham para
diminuir o arco translacional do CM. A rotação pélvica eleva as extremidades do arco
enquanto a inclinação pélvica e a flexão do joelho abaixam seu pico máximo.

Pé e Joelho
Há uma estreita relação entre os deslocamentos angulares do pé e do joelho,
sendo possível até estabelecer dois arcos que se cruzam durante a fase de apoio
unipodal. A primeira ocorre no contato com o calcanhar e é descrita pelo raio formado
pelo calcanhar. O segundo arco é formado pela rotação do pé em torno do centro
estabelecido no antepé em associação com a propulsão. Em contato com o calcanhar,
o pé é dorsiflexionado e o joelho totalmente estendido, de forma que a extremidade
esteja em seu comprimento máximo e o centro de massa encontre seu ponto mais
baixo de movimento ascendente. iniciando a flexão do joelho, mantém o centro de
massa em sua progressão no mesmo nível por um período, baixando suavemente e
invertendo a curvatura no início de sua amplitude de translação. A ponta desse arco
também é achatada e ligeiramente invertida pela segunda flexão do joelho associada
à propulsão (COSTA, 2014).

Deslocamento pélvico lateral


Como preconiza em seus estudos Costa (2014), o último determinante está
relacionado ao deslocamento lateral da pelve ou sua adução relativa. Se as extremidades
fossem paralelas, o deslocamento seria a metade da amplitude do eixo que passa pelas
articulações do quadril. é igual a cerca de 3 cm. O deslocamento lateral excessivo é
corrigido pela existência do ângulo femoro-tibial (ângulo Q) que, juntamente com a
adução relativa do quadril, reduz o deslocamento para 1,75 cm, de modo a se aproximar
do deslocamento vertical. Nesse sentido, o desvio da MC é mais frequentemente
simétrico nos planos horizontal e vertical, os fatores que permitem o acúmulo de
energia e sua recuperação referem-se ao tempo necessário para a contração muscular
para movimentar os segmentos móveis. À medida que o CM se move ao longo de seu
caminho senoidal de baixa amplitude, a energia é gasta na elevação e apenas uma
parte dessa energia é recuperada em sua descida (DONELAN, KRAM e KUO, 2001).

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Teoria dos Seis Determinantes Versus Teoria do Pêndulo Invertido


A teoria dos seis determinantes do caminhar, proposta em Saunders, (1953), sugere
um conjunto de aspectos cinemáticos que auxiliam na redução do deslocamento do
centro de massa do corpo, partindo da premissa de que os movimentos verticais e
horizontais são energéticos com grande gasto. Por outro lado, a teoria do pêndulo
invertido propõe que andar é energeticamente menos caro se o membro se comportar
como um pêndulo descrevendo um arco. A teoria do pêndulo invertido entra em conflito
com a teoria dos seis determinantes da caminhada, e as duas teorias da caminhada
servem ao princípio de redução do gasto de energia, mais no sentido de oposição do
que de complementaridade.
Os seis determinantes da teoria da marcha têm sido amplamente aceitos, no entanto,
a teoria carece de evidências experimentais. Existem determinantes (flexão do joelho,
rotação da cintura pélvica em torno de um eixo vertical) que desempenham um papel
menos importante na redução do deslocamento vertical da marcha. Há um maior
gasto metabólico quando o indivíduo reduz voluntariamente o deslocamento vertical
do centro de massa, em comparação com a marcha normal. Os determinantes talvez
sejam mais bem compreendidos como descrições cinematográficas de certos aspectos
do processo, cuja origem é objeto de debate (CAVAGNA e KANEKO, 1966).
A energia cinética e o potencial gravitacional do centro de massa agem mais como
se esperaria se o membro apoiado em uma perna se comportar como um pêndulo
invertido em paralelo, se o membro na fase de ar oscila como um pêndulo, isso explica
a fase oscilante.
No entanto, a teoria do pêndulo invertido também apresenta alguma controvérsia: se
o pêndulo oscila livremente, qual a razão do gasto de energia na caminhada? Portanto,
é necessário entender como o andar se desvia do comportamento do pêndulo e como
essa alteração pode estar associada ao gasto energético. Uma possível explicação para
o gasto energético do membro de apoio é que ele não se comporta de forma passiva
(SAUNDERS, 1953). Em vez disso, você pode atuar como um pêndulo forçado com o
trabalho muscular usado para acelerar e desacelerar o pêndulo. No entanto, dada a
possibilidade de ação passiva, sem dispêndio energético, não faz sentido a preferência
por uma alternativa mais dispendiosa. Poderia também ser esperada a existência
de uma determinada velocidade baixa para a qual o custo energético fosse nulo. No
entanto, o custo metabólico é de facto substancial para todas as velocidades. Outra
possibilidade é que a energia seja despendida para produzir a força muscular necessária

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para manter o joelho em extensão. No entanto, a configuração do membro inferior


não requer elevadas forças musculares para a manutenção da extensão (DONELAN,
SHIPMAN, KRAM e KUO, 2004).
Segundo Saunders, Inmann e Eberhart (1965), nem mesmo a produção de força
isométrica explica a razão do dispêndio energético aumentar com a velocidade de
marcha. Nenhuma explicação parece justificar o dispêndio energético. Para além do
exposto, a teoria do pêndulo invertido não tem em consideração o trabalho realizado
pelos membros individualmente na fase de duplo apoio, nem explica a existência de
dois picos na componente vertical da força de reação do solo (Fz). Outra limitação tem
a ver com o facto de não serem tidos em consideração os custos que são considerados
como não responsáveis por trabalho, tal como a força isométrica para estabilização
e suporte de peso corporal.

ANOTE ISSO

Como sabemos, para o exercício da caminhada, uma das principais articulações


que permitem o movimento é o quadril. Nesse sentido, as principais indicações da
atividade para problemas do quadril são as doenças degenerativas das articulações,
fraturas do pescoço e da cabeça do fêmur e do acetábulo, bem como outros, como
processos infecciosos e sequelas de luxações congênitas, além do tratamento
fisioterapêutico que deve ser realizado no pré e pós-operatório, visando o alívio
da dor, prevenindo deformidades e fraqueza muscular e, portanto, limitando a
mobilidade articular, evitando que esses fatores se transformem em limitação da
marcha, portanto demanda o alívio da dor, restauração e mobilidade do quadril.

Teoria da marcha dinâmica


Uma explicação para o gasto energético na caminhada segundo Costa (2014) é o
trabalho mecânico realizado pelos músculos, com estreita relação entre o trabalho e
o custo metabólico durante a caminhada em declive. A eficiência da caminhada em
declive positiva e negativa, definida como o trabalho realizado contra a gravidade
dividido pelo custo metabólico, fica em torno de 25% e 120%, respectivamente, e esses
valores são semelhantes aos observados com trabalhos positivos e negativos em
músculos isolados. nenhuma força dissipativa externa ao sujeito, nem trabalho feito
em oposição à força da gravidade, como no caso da inclinação. O trabalho negativo
não é feito pelo ambiente externo, mas pelo próprio corpo. O processo é, portanto,

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visto como autossustentável, com a realização de trabalho positivo para compensar o


trabalho negativo. Para Saunders, et al (1953) existem vários métodos para quantificar
o trabalho mecânico realizado no corpo e nos membros; entretanto, nenhum desses
métodos prevê ou explica onde e por que a energia é dissipada. Assim, apesar da
existência de estudos que procuraram explicar os fenômenos de dissipação de energia
ocorridos, ainda há muitos questionamentos sobre como estabelecer a relação entre
a não conservação da energia mecânica e as variáveis ​​cinéticas e cinemáticas da
caminhada.
De acordo com Cavagna e Kaneko (1977) os princípios da marcha dinâmica foram
originalmente desenvolvidos para construir a marcha em robôs, sem considerar
músculos, movimentos articulares ou mesmo o comportamento humano empírico.
A abordagem dinâmica é uma extensão da teoria do pêndulo invertido. No modelo de
pêndulo, o membro de suporte pode oscilar como um pêndulo invertido, com a pelve
movendo-se em arco. Ao projetar os pés para frente da perna, o momento extensor
do joelho pode ser aplicado passivamente. O membro pode ser totalmente liberado
pelo pêndulo dinâmico. As proporções relativas da coxa e da perna fazem com que
o movimento natural forneça facilmente flexão do joelho suficiente para mover o pé
de forma que ele repouse no solo na fase de apoio do trabalho ativo ou mesmo na
produção de força ativa. O paradoxo do pêndulo invertido não é resolvido pela fase
de posição unipodal (CAVAGNA; MARGARIA, 1966).
De acordo com Costa, G.L. (2014) vários modelos de marcha baseados em um
pêndulo invertido preveem que o trabalho não é necessário em cada etapa, mas sim
entre as etapas. A marcha dinâmica difere do padrão de pêndulo invertido no final de
cada ciclo da marcha. A abordagem é difícil de modelar, pois os membros formam
uma cadeia cinética fechada, sem analogia óbvia e simples como no modelo do
pêndulo invertido. No entanto para Saunders et al. (1953) a abordagem de marcha
dinâmica resolve esta dificuldade interpretando a transição entre passes como análoga.
Na marcha dinâmica, a conservação de energia da fase estática para uma perna é
interrompida pelo impacto do elemento oscilante com o solo. A colisão está associada
à liberação inelástica de energia no ponto de impacto, ao longo do membro e até
mesmo para outras partes do corpo. Além da perda de energia, o principal efeito da
colisão é a mudança na velocidade dos membros. e o CM (CAVAGNA; KANEKO, 1977).
a mudança de velocidade é necessária devido à troca dos membros de suporte, onde
o arco pendular descrito por um arco de suporte deve ser seguido por outro arco

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executado pelo outro membro. dissipação de energia pelo trabalho negativo feito
pelo corpo. O trabalho negativo pode ser feito ativamente, por ativação muscular, por
deformação de tecidos moles e em vários locais do corpo.
Na marcha dinâmica passiva, o membro anterior faz um trabalho negativo no CM
e reduz a amplitude da velocidade do CM para que a próxima fase de apoio da perna
comece em um ritmo mais lento do que a anterior do robô em um plano inclinado. A
perda de energia dinâmica de caminhada ativa pode ser reduzida em 75% no máximo
aplicando um pulso de propelente pouco antes da colisão. A redução na perda de
energia ocorre quando a propulsão reduz a velocidade de colisão (DOKE; KUO, 1977).

9.1 Corrida
Correr é uma atividade física muito popular entre os brasileiros, isso porque correr é
uma atividade relativamente simples de se fazer, não requer um equipamento específico
e nem um local específico.
Hoje em dia, muitas pessoas optam pela prática de exercício porque se integra
mais facilmente no quotidiano agitado das pessoas. No entanto, correr é um esporte,
pois cada esporte requer cuidados especiais, deve ser praticado corretamente e pode
causar lesões se praticado de forma inadequada.

Ciclo da corrida
Um ciclo de corrida começa a partir do contato inicial do calcanhar de um pé até
o próximo contato inicial do calcanhar do mesmo pé e é dividido em duas fases de
acordo com Carr (1998).

Figura 3: Ciclo da corrida


Fonte: Retirado do artigo CARR, GERRY Biomecânica dos Esportes: Um guia prático. 1998, pág,

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1. Fase de apoio ou sustentação (3 partes):


• Primeiro contato = apoio com a borda externa do calcanhar, com o pé em
supinação. Subfase com maior impacto articular (3x o peso do corpo).
• Apoio médio: achatamento do pé no solo: Momento em que ocorre um determinado
movimento do tornozelo na articulação subtalar - pronação (transforma o pé
em uma estrutura maleável, dissipando a energia absorvida durante o impacto
do contato inicial na forma do movimento).
• Propulsão: O pé não é mais uma estrutura maleável e se torna uma alavanca
rígida, capaz de fazer uma impulsão de todo o corpo para a frente, através do
movimento de supinação.
Durante a fase de apoio, há primeiro uma desaceleração (apoio frontal) e depois
uma aceleração (impulso).

Fase de apoio à frente: Ocorre durante o contato com o solo, devido ao movimento
descendente da perna e leve flexão do joelho (“amortecimento”) preparando para o
impulso; enquanto o joelho oposto avança flexionando consideravelmente (também
dependendo da velocidade da ação de corrida), para superar a perna de apoio e continuar
o movimento para frente durante este período em que a perna de apoio assume a
tarefa de impulso (CAVAGNA; KANEKO, 1977).

Posicionamento dos pés: o posicionamento do pé no solo ao apoiar os degraus


depende muito do estilo do corredor, o antepé é colocado antes e depois do lado de
fora:

(a) nas provas de longa distância coloca-se primeiro a parte anterior do pé e depois
a parte lateral externa:
(b) com o calcanhar mais próximo do solo do que em corridas de curta distância,
onde o calcanhar é mais alto (predomina o dedo do pé),
(c) porque a inclinação do corpo é mais íngreme para aumentar o empuxo motor.

Fase de impulso
Para Carr, (1998) a fase de impulso ocorre obviamente quando o pé está apoiado
na superfície, esta organização das fases é para análise movendo-se para frente

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acelerando o centro de gravidade, quando a perna fornece o impulso para projetar o


corpo para frente.
A fase de impulso é caracterizada pela extensão das articulações do tornozelo,
joelho e quadril, resultando em um período de aplicação de força contra o solo, um
aumento das forças para frente e para baixo. Vai coincidir com a elevação máxima
da coxa e do joelho da perna livre para trás e vice-versa.
Em coincidência do máximo de sua ação com o momento final da impulsão, de
modo que quando o cotovelo está mais para trás, o joelho correspondente atinge uma
elevação maior. Em seu balanço (convergindo levemente para o peito - linha média do
corpo), ele forma um ângulo de aproximadamente 90º entre o braço e o antebraço.
A intensidade do movimento das pernas e braços, bem como a sua amplitude, é
diretamente proporcional à velocidade da corrida.

Fase de vôo
Em cada etapa em que o corpo não está mais em contato com a superfície de
suporte. Esta fase do voo é o que mais facilmente distingue caminhar de correr.
A projeção para frente causada pelo impulso se manifesta na parábola descrita
pelo CG assim que o contato com o solo é encerrado, sendo esta fase uma perda
de velocidade.
Durante a fase de voo, a perna livre balança e então estende para contato com o
solo (fase de balanço) enquanto a perna de decolagem flexiona rapidamente (fase de
recuperação) (MCGINNIS, 2015).

Fase de Transição / Balanço / Suspensão


Fase em que o corpo permanece no ar sem contato com o solo (voo), iniciando a
recuperação do membro inferior para o próximo ciclo.

Fase de balanço: na fase de balanço, a coxa da perna livre deve subir rapidamente
para a horizontal.

Fase de recuperação
Na fase de recuperação, o joelho da perna de impulsão deve dobrar fortemente
com um movimento de pêndulo curto.

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Movimento dos braços


Os braços devem mover-se lateralmente em relação ao tronco, sua ação consiste
em um equilíbrio rítmico, partindo da articulação do ombro e flexionando em um
ângulo de aproximadamente 90 graus.
Os braços devem ser movimentados ântero posteriormente (para frente e para
trás) sem cruzar excessivamente o plano anterior e/ou posterior do corpo, apenas
o suficiente para permitir o passo atual, contribuindo para o equilíbrio e o avanço.
movimento dos braços, as mãos devem estar completamente relaxadas. Esta ação
é muito importante, a tal ponto que alguns corredores afirmam ter terminado certas
corridas “correndo com os braços” (CARR, 1988).
Outros conceitos importantes:

Geração de força:
1. Quando o pé está em contato com o solo, ele gera força ou interrompe o movimento.
Força motriz: composição da mecânica básica mais a velocidade alcançada na
fase de aceleração. A ideia é elevar o centro de gravidade, um treinamento específico
auxilia na melhor execução do movimento, causando o mínimo de perda de energia.

Figura 4: Angulação dos movimentos da corrida


Fonte: Retirado do artigo CARR, Gerry. Biomecânica dos Esportes: Um guia prático. 1998. pág.

Conforme demonstrado na Figura 4, Carr (1998) determina que os braços têm


um papel importante para geração de força na corrida. O ângulo em que o corpo se
posiciona durante a corrida é uma característica natural, pois conforme o corredor
acelera a passada, o corpo começa a se inclinar para frente, em um senso natural
de equilíbrio.
Quando o indivíduo está correndo, a força de reação vertical do solo é cerca de duas
a três vezes a massa corporal total na fase estática e na fase de empurrar da corrida,
a força máxima do solo é maior do que a da fase há um aumento na velocidade de
corrida, também tem efeitos na amplitude da força de reação do solo. A velocidade
de movimento depende de dois fatores:

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Figura 5: Fatores que influenciam na velocidade da corrida


Fonte: Fraga et al. (2007).

Para determinar a velocidade do movimento, você pode usar comprimento da


passada (CP) (a distância de cada passada) e frequência da passada (PF) (o número
de passos dados em um determinado tempo). A distância é um comprimento entre
duas coisas, é o tempo de viagem (t). Digamos que em um sprint o indivíduo percorreu
9 m a velocidade média (Vm) qual seria a velocidade média desse indivíduo?
Porém, para avaliar a velocidade média (Rm) é necessário dividir a distância percorrida
(d) pelo tempo despendido (t) na viagem.
Um indivíduo, tendo atingido determinado ponto, percorreu 9 m, com um tempo
de 3 segundos. Agora imagine um corredor com uma passada de 1,85 metros (m) e
3 passadas por segundo (s). Qual é a sua velocidade (V)?

Resultado:
Fórmula: Velocidade = CP x FP = ? metros por segundo (m/s)
Resposta: V = 1,85 x 3 = 5,55 m/s - O indivíduo corre a uma velocidade de 5,55 m/s.

A distância é um comprimento entre duas coisas, é o tempo (t) de movimento de


deslocamento. Digamos que em um sprint o indivíduo tenha se movido 9 m. O tempo
decorrido (t) foi de 6 segundos. Qual é a velocidade média (Vm) desse atleta?

Resultado:
Fórmula: Vm = deslocamento / tempo gasto = ?
Resposta: Vm = 9 / 6 = 1.5 m/s. Em média o indivíduo corre a uma velocidade de
1.5 m/s em 9 metros.

Porém, para avaliar a velocidade média (Rm) é necessário dividir a distância percorrida
(d) pelo tempo despendido (t) neste percurso percorrido. Um indivíduo, tendo atingido
determinado ponto, percorreu 9 m, com um tempo de 3 segundos.

Resultado:
Fórmula: Rm = distância /tempo gasto.
Resposta: Rm = 9 / 3 = 3 m/s A rapidez do indivíduo foi de 3 m/s em 9 metros.

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A mudança na velocidade em um determinado intervalo de tempo é chamada de


aceleração (a). Considerando que a velocidade em um instante (v1) é igual a 2 m / s,
a velocidade no próximo instante (v2) é igual a 5 m / se o tempo decorrido foi de 10
s, podemos saber a aceleração:

Resultado:
Fórmula: a = velocidade em um momento (v2) - velocidade no momento seguinte
(v1) tempo transcorrido.
Resposta: a = 6 - 2 / 10 = 0.4 m/s.

9.1.1 Salto
De acordo com Delwing et al. (2007), o salto vertical é muito utilizado em diversos
tipos de esportes como por exemplo: nas cortadas e bloqueios no voleibol, arremessos
no handebol, rebotes no basquete, saltos no balé dentre outros. O salto vertical tem
muita influência por diversos fatores que afetam principalmente a força em vários
segmentos do corpóreos, articulações, músculos e tendões de um ponto de vista
totalmente mecânico e neuromuscular, portanto vamos verificar alguns fatores na
figura abaixo:

Figura 6: Fatores e influência no salto vertical


Fonte: Delwing et al. (2007).

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O salto vertical é definido como um desprendimento do corpo ao solo, com impulsos


e suspensão momentânea no ar, seguido de uma queda do corpo no mesmo ponto
de saída e que se divide em três fases: impulso, voo e queda
O salto vertical envolve uma interação completa entre vários fatores, estes são:

Figura 7: Fatores que interferem no salto vertical


Fonte: Araújo (2009).

Salto de agachamento
(a), o saltador par te de
uma posição em pé, semi-
agachamento e alonga os joelhos
e quadris vigorosamente, saltando
verticalmente sobre a superfície
do solo e nenhum movimento para
baixo é permitido, nesta técnica
o indivíduo deve executar apenas
uma contração concêntrica.
Salto de contra-movimento
(b) caracterizado por uma
ação excêntrica seguida por
uma ação concêntrica, onde o
saltador começa na posição
vertical, realiza um movimento
preliminar para baixo dobrando
Figura 8: Saltos e seus tipos
os joelhos, quadris e tornozelos
Fonte: Araújo (2009).
e estendendo-os imediatamente
na vertical ao pular da superfície do solo Este salto é caracterizado pela ativação do
sistema de ciclo alongamento-encurtamento.

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No Deep Jump (Drop Jump) (c), o indivíduo parte de uma plataforma e, assim que
toca o solo, realiza a fase muscular excêntrica, configurando uma fase descendente
do movimento, seguida da concêntrica, configurando a fase ascendente, fase impulso,
assim como o salto em contramovimento, também este salto se caracteriza pela
ativação do sistema do ciclo alongamento-encurtamento.

ANOTE ISSO

Você sabia que os saltos verticais e horizontais têm sido utilizados como
indicadores da força dos membros inferiores em crianças e adolescentes, uma vez
que demonstraram ser sensíveis ao treinamento de força?

O salto horizontal difere do salto vertical, biomecanicamente. Para o salto vertical


começa na posição em pé, calcanhares no chão, pés paralelos, tendo a extremidade
mais distal da polpa do dedo da mão dominante como ponto de referência, resultando
no deslocamento vertical em centímetros pela diferença entre a melhor pontuação
obtida e o ponto de referência de cada um dos métodos.
“O salto horizontal é utilizado como indicador de força de membros inferiores em
análises de desempenho”, parte dos pés paralelos ao ponto de partida, devendo o
indivíduo saltar na direção horizontal com empurrão simultâneo das pernas, visando
atingir o ponto mais distante do início. É permitido o movimento dos braços e do
tronco. Um exemplo desse salto é o salto em distância e o salto triplo, tanto no
atletismo quanto no campo.

Fase 9: Salto horizontal – Fases


Fonte: Araújo (2009).

Os saltos horizontais de acordo com Araujo, et.al. (2013) tem por convenção a
metragem total dividida em distâncias parciais, identificando os fatores que determinam
cada uma. ​No salto em distância, aplica-se a seguinte classificação para a análise
biomecânica:

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Figura: 10: Análise do salto em distância


Fonte: Moura, Moura e Borin (2005, p.17).

“No salto triplo, cada uma dessas distâncias se repete três vezes, onde a distância
D2 representa mais de 85% do resultado final, e é a que na maioria das vezes tem
relação significativa com a distância total do salto”

ANOTE ISSO

Um jogador de basquetebol em uma partida faz em média, 65 saltos, enquanto os


jogadores de futebol realizam em uma partida apenas nove. No basquetebol são
combinados com o balanço e a elevação dos braços acima da cabeça, na fase final
do salto, como no rebote, na enterrada e no bloqueio e no futebol, esta associação
entre salto vertical e elevação do braço acima da cabeça raramente acontece,
exceto para o goleiro.

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CAPÍTULO 10
BIOMECÂNICA

A história da biomecânica é em parte a história da cinesiologia. No final do século


19, a palavra cinesiologia foi usada pela primeira vez e se tornou popular no século
20, quando apena no final dos anos 1960 a palavra biomecânica tornou-se popular.

O surgimento da cinesiologia se deve ao fascínio humano pelo comportamento


motor animal, conectando o homem com a forma como os peixes nadam, pássaros
voadores, estudando os limites da força muscular.
Períodos relevantes na história da cinesiologia e biomecânica:

Figura 2: O estudo da biomecânica no esporte


Fonte: Desenvolvido pelo autor

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A ERA DE ARQUIMEDES
Os gregos abriram caminho para os elementos básicos do conhecimento em
Matemática, Física, Mecânica e Medicina a partir de Rasch e Burke (2003) indicam
dois cientistas de que tiveram influência na época:
• Arquimedes começou com matemática, geometria e mecânica; princípios
hidrostáticos que explicam a forma como os corpos flutuam; na qual se baseiam
os especialistas da cinesiologia da natação, e entre suas considerações estão
as descrições das leis das alavancas e do centro de gravidade.

IDADE MÉDIA
Nesta fase, de um modo geral, houve poucas contribuições científicas e apenas
em algumas inovações na arte grega e romana. Artistas antes dos cientistas, a partir
de, teriam vindo para estudar o movimento humano.
Neste momento ocorreu a negação do corpo (corpo como prisão, estrangulamento
da alma). Na obra Liber divinorum operum (O livro das obras divinas, c. 1163 - 1173),
a estrutura do Universo tem uma correspondência direta com a fisiologia humana.
Nesta perspectiva, os atos humanos reverberam e cooperam (ou menos) na ordem
do cosmos (Figura 66).

Figura 3: Obra Liber Divinorum Operum


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2e/Hildegard_von_Bingen_Liber_Divinorum_Operum.jpg/330px-Hildegard_von_Bingen_Liber_
Divinorum_Operum.jpg

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Galeno (131 - 202 d.C), deu o pontapé para a compreensão dos movimentos humanos
como resultado da contração dos músculos, destacou para os detalhes da anatomia
do corpo humano, o esqueleto, os músculos e suas funções, que pode ser considerado
uma descoberta magnífica para a evolução da cinesiologia e biomecânica.

Figura 4: Galeno e sua obra


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4f/Galeni_De_curandi_ratione_V00212_00000008.tif/lossy-page1-330px-Galeni_De_curandi_
ratione_V00212_00000008.tif.jpg

RENASCIMENTO
Após o período histórico da Idade Média que durou mais de 1000 anos e que
estabeleceu o processo de desenvolvimento da cinesiologia, Leonardo da Vinci (1452 -
1519) ao realizar novos estudos sobre o corpo humano, encerrou com esta estagnação.
No século XVI surge André Vésale (1514 - 1564), que teria sido o que desafiou as
ideias de Galeno, reformando as noções de anatomia. Este período é caracterizado pela
liberdade de pensamento, arte, literatura e filosofia. Alguns nomes vêem a luz do dia,
como Miguel Ângelo, Leonardo Da Vinci e Maquiavel. A biomecânica se preocupa com

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três aspectos: o renascimento do trabalho científico, bases da anatomia e fisiologia e


o estudo das ações e movimentos musculares como entidades interligadas.

ANOTE ISSO

Da Vinci estava particularmente interessado na estrutura do corpo humano em


relação ao movimento e a relação entre o centro de gravidade, o equilíbrio e o centro
de resistência, levantando-se da posição sentada e pulando.

Leonardo da Vinci foi o primeiro a corrigir a forma dos diferentes órgãos do corpo
humano, o que lhe valeu a importância que atribuía a mais de pequenos detalhes e
detalhes no estudo da anatomia.

Figura 5: O homem Vitruviano de Da Vinci


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg

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REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
Neste período (1600 - 1730), segundo Morais Filho, et.al (2010), houve interesse
por novas ideias, descobertas. Na cinesiologia e principalmente na biomecânica,
houve o surgimento da implicação da teoria e da prática, através de experimentos e
o desenvolvimento das três leis de Newton:

Figura 6: As leis da física de Newton na Biomecânica


Fonte: Morais Filho, Reis e Kawamura (2010, p. 26).

Giovanni Alfonso Borelli (1608 - 1679) é considerado o pai da biomecânica, foi o


primeiro a apontar que as alavancas do sistema musculoesquelético aumentam /
amplificam o movimento muito mais do que a força, e revelaram forças necessárias
para equilibrar as articulações do corpo humano, determinando o centro de gravidade
do corpo humano, e demonstrando que a inspiração dependia da ação muscular e a
expiração da elasticidade do tecido.

Figura 7: Livro de Borelli


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Borelli_-_Motu_Animalium.jpg/525px-Borelli_-_Motu_Animalium.jpg

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ILUMINISMO
Neste momento, começam as discussões sobre força, com o desenvolvimento da
mecânica de Lagrange. Joseph Louis Lagrange formulou a mecânica clássica que
combina a conservação do momento linear com a conservação de energia, auxiliando
em aspectos da biomecânica, como em uma melhor compreensão da força, nos
momentos e na energia, na contração muscular influenciada pela eletricidade, forças
bioquímicas e mecânicas, e facilitou o estudo da dinâmica do movimento humano.
O uso da mecânica Lagrangiana ainda é usado hoje, pois é baseado em grandezas
escalares (energia cinética e potencial) e é alcançável quando o objetivo é o
processamento offline dos dados do paciente (medições).

SÉCULO XIX E XX
Três invenções deste período tiveram uma série de consequências para o mundo
e para as ciências, são elas: a novela de Emilio Rousseau em 1762, a máquina de
vapor de Watts em 1777 e a revolução Francesa em 1789.
Essas invenções levaram ao desenvolvimento do esporte e da atividade física,
despertando maior interesse pela locomoção humana. Inspirado por Amoros, fundou
a escola militar de Educação Física (MOURA, MOURA e BORIN, 2005). Em 1890 dois
professores emergentes, Demeny (matemático) e Herbert (militar), Demeny criou a
biomecânica, a ginástica localizada para ser aplicada na industrialização, com exercícios
localizados e específicos e uma contribuição biológica. Foram desenvolvidos métodos
e ferramentas experimentais, dos quais possibilitaram o avanço de certos aspectos
da biomecânica, tais como:

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Figura 8: O avanço da biomecânica


Fonte: Moura, Moura e Borin (2005, p.18).

Vários outros cientistas contribuíram para a biomecânica e a cinesiologia, mas


podemos destacar três porque suas descobertas ainda são usadas hoje (figura 71).

Figura 9: Cientistas que contribuíram para a Biomecânica


Fonte: Guillarmón (2014).

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ANOTE ISSO

No Brasil, a Biomecânica começou a ser utilizada há alguns anos, graças ao


apoio que algumas instituições de ensino superior brasileiras têm recebido do
governo alemão. Uma das referências históricas dessa relação remonta a 1965,
ano da implementação do acordo cultural entre o Brasil e a República Federal da
Alemanha para a implantação dos cursos de biomecânica na educação física.
Riehle ministrou cursos na Escola de Educação Física da Universidade de São
Paulo e na Universidade Federal de Santa Maria, com o objetivo de promover
o desenvolvimento da região e lançar as bases para o curso de formação de
especialistas em Biomecânica. essa condição levou a Biomecânica a se expandir
para além do espaço disciplinar da educação física e do esporte, gerando relações
multidisciplinares importantes.

10.1 Objetivos da biomecânica

Avaliação Diagnóstica do Movimento


Para estudar o padrão de movimento, o professor / formador deve primeiro fazer
uma avaliação e depois sugerir alterações. Esta avaliação é muito importante para
definir o objetivo principal de onde o erro foi gerado. Às vezes, o praticante novato
vê o efeito, mas não vê a causa. Um exemplo interessante vem da natação. Um erro
comum para o nadador novato é nadar de uma maneira em que os quadris balançam
muito, o que é chamado de “rolamento”. (KNUDSON E MORRISON, 2001).
De acordo com Hamill e Knutzen (2012), uma das primeiras correções sugeridas,
e centrada no membro inferior, é aumentar a frequência dos chutes, o que ajuda,
mas não resolve o problema, pois o erro não está nos membros. O erro de membro
inferior pode ser causado por dois parâmetros no membro superior: cruzar o braço
além da linha média do torso ou virar a cabeça muito para o lado onde o nadador não
está respirando. Este é um exemplo simples de um erro cometido ao diagnosticar o
movimento incorretamente.
Um erro de cálculo comum é sublinhar o resultado negativo apresentado pelo
profissional sem dar uma pista precisa de onde está o problema. Assim, como no
exemplo citado, seria profissional dizer que o aluno está “rolando”, mas não indicar o
que deve mudar. Como o aprendiz mudará o movimento?
Em uma avaliação diagnóstica de qualquer movimento, de acordo com Floyd (2000),
o médico deve ser capaz de descrever o movimento correto. É importante que isso

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seja feito por escrito, porque muitas vezes pensamos que conhecemos o movimento,
mas na realidade só entendemos algumas fases dele. Esta descrição deve ser feita em
etapas e com os elementos mais importantes da ação (elementos-chave) sublinhados,
como o exemplo do serviço ascendente.

a) Fase preparatória: Em pé, de frente para o campo do adversário, o atleta deve


se posicionar com o tronco levemente inclinado para frente, as pernas afastadas
ântero-posterior, a perna oposta ao lado do braço que será utilizado deve estar
em posição. na frente, a uma distância lateral aproximadamente igual à largura
dos ombros, o peso do corpo repousará mais sobre a perna de trás. A bola
deve ser segurada com a mão o que não é necessário para que fique quase
totalmente estendida. O braço que vai bater na bola será estendido para trás.

b) Fase de execução: A bola será lançada para cima, à frente do corpo, a uma
altura máxima de 30 cm, e será acertada com o braço oposto do executante,
que realizará todos os movimentos em direção à bola em pé por um período
prolongado. O peso corporal de é transferido para a perna dianteira. A mão, ao
bater na bola, assumirá uma posição arredondada com os dedos juntos e quase
estendidos. A contração dos músculos da mão tornará a zona de impacto mais
firme para facilitar o lançamento da bola em distâncias maiores.

c) Fim do movimento: Com o golpe da bola e a transferência do peso do corpo para


a perna da frente, há uma tendência natural de jogar a perna de trás para frente,
que deve ser utilizada para o passo que introduz o batedor para o playground.

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A proposta de dividir o movimento em fases é importante para que o profissional


do possa se fixar em pontos precisos do que pretende analisar, a fim de organizar
mentalmente a sequência certa e identificar o erro com mais facilidade.
No caso do saque furtivo, assumimos que o aluno não pode passar a bola para
o outro lado da quadra. Na tentativa de corrigir um movimento, o treinador costuma
dar as seguintes recomendações: “Aplicar mais força na bola” ou “Girar o braço com
mais velocidade’’. É improvável que essas dicas resultem em movimentos corretivos.
Então, quais são as causas do erro? Este deve ser nosso objetivo ao avaliar as etapas.
O erro pode estar na fase de preparação com retração da perna no ântero-posterior.
Para cada fase, foram determinados os parâmetros mecânicos que interferem na altura
atingida. Por exemplo, na fase de voo, os parâmetros eram a velocidade vertical de
empuxo e a resistência do ar. Diferentes velocidades articulares que geram a velocidade
do indivíduo. Na Figura 11, pode-se visualizar um diagrama de blocos para a análise
do quadro giratório na ginástica artística.
A avaliação diagnóstica é imprescindível não só no ambiente escolar / clube, mas
também para o profissional que trabalha em ginásios, para o praticante de ginástica
laboral e para o personal trainer. É difícil para um indivíduo ser um bom professor de
todos os movimentos que a educação física pode compreender, mas com um bom
livro de descrição de movimentos e com um conhecimento básico dos conceitos de
mecânica, o praticante será capaz de corrigir movimentos corretamente, mesmo se
você não for um especialista.

Estudo de sobrecarga
A sobrecarga é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. Quanto mais
rápido o movimento, maior será a ação realizada pelo indivíduo. Em uma caminhada
diária simples, esses valores representam cerca de 1,2 a 1,5 vezes o peso corporal.
No salto, atingem dez vezes, e no salto triplo, por segundo, batem com o pé no chão,
atingem 18 vezes (TUBINO, 1984).

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Figura 11: Estrutura em blocos


Fonte: Desenvolvido pelo autor baseado em Simões (2006).

Portanto, um indivíduo de 70 kg, caminhando a uma velocidade confortável, receberá


pelo menos um impacto de aproximadamente 840 N (1,2 vezes o peso corporal) a
cada contato do pé com o solo. Conhecimento fundamental para qualquer movimento
profissional, pois se a sobrecarga for maior do que a estrutura musculoesquelética
do indivíduo pode suportar, ocorrerá uma fratura.

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Esse também é um dos motivos pelos quais se diz que o atleta de ponta não é um
ser saudável, pois diante de impactos sistematicamente altos, ocorrerá uma lesão
em algum momento. É simplesmente uma questão de atrasar seu início. Como você
faz isso?
Em primeiro lugar, o atleta pode ser pensado como uma criança ainda na escola,
o professor deve ter o cuidado de alertar este potencial atleta para a importância da
construção muscular, em termos de exercícios de fortalecimento, pois os músculos
devem ser capazes de resistir cargas muito grandes em caso de colisão com qualquer
objeto, seja uma bola, o solo ou o corpo do adversário.
Para muitos, a colisão da mão ou do pé com a bola não é tão problemática quanto
a queda no solo. A força exercida sobre a bola, por lei de ação e reação, retorna ao
indivíduo, em especial no membro superior, se a pessoa que realiza esses movimentos
não tiver um bom modelo de alinhamento corporal, pode sofrer no punho, cotovelo
ou ombro.
Para as crianças em geral, quando se trata de fazer movimentos muito rápidos que
podem causar quedas, deve-se ter o cuidado de colocar colchões que amortecem a
queda. No campo, se houver estímulo à competição, o uso de colchões será fundamental.
Além disso, os exercícios de amortecimento devem ser ensinados desde cedo, como
dobrar os joelhos na queda, rolar na queda e, ao acertar a bola, deixar o segmento
seguir o curso da queda. Movimento sem frenagem brusca.
Já para os adultos, o treinamento com pesos deve ser priorizado, tanto para atletas
quanto para pessoas sedentárias que desejam fazer uma atividade explosiva. Muitas
pessoas não gostam de treinamento com pesos e os atletas, em particular, são muito
relutantes em fazê-lo. o papel do profissional de educação física em alertá-lo do interesse
da sobrecarga articular, oferecer dados da literatura e apresentar exemplos da curta
vida de cerca de atletas extremamente rápidos que não ligam. No caso de pessoas
sedentárias que decidem correr ou praticar exercícios São rápidos, sem preparação
prévia adequada, é fundamental informá-los sobre o aparecimento de micro lesões
musculoesqueléticas que podem causar, se penetrarem por um pequeno orifício, a
ruptura de vários ligamentos ou músculos.

Formas de análise em biomecânica


Para análise da Biomecânica segundo McGinnis (2015), existe alguns parâmetros
que podem ser utilizados, podemos destacar a cinemetria, dinamometria, antropometria
e eletromiografia. Vamos destacá-los e explicar cada um deles.

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Figura 12: Análise em imagem (Cinemetria)


Fonte: https://production.listennotes.com/podcasts/biomecast/cinemetria-princ%C3%ADpios-e-Fise7LDZ2aK-PGOJywdZ5UH.1400x1400.jpg

Cinemetria
De acordo com os estudos de Winter (1987), a forma mais básica de análise de
movimento é a cinemetria ou o uso de imagens. Hoje em dia, acessar uma câmera é muito
simples e o valor deste dispositivo como feedback para alunos ou atletas é indiscutível.
A cinemetria é muito importante para uma análise qualitativa de movimentos. Para
isso, pode ser usado desde uma câmera de celular até várias câmeras posicionadas
para permitir a observação dos ângulos de movimento. tipicamente, para análise de
segmento e articulação, marcas são feitas em pontos anatômicos individuais (Figura
12).
Depois de digitalizar as coordenadas do ponto de cada imagem em movimento,
os dados são armazenados.
Devido à complexidade de gestão, os outros métodos não são amplamente utilizados
na vida diária dos profissionais de educação física, mas uma breve descrição de cada
método é apropriada aqui.

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Dinamometria
Pela dinamometria o valor da força externa pode ser obtido no contato. A forma
mais comum de dispositivo para medir este tipo de força é a plataforma de força, que
fornece um sinal elétrico proporcional à força aplicada
O a mais comum é a plataforma de força AMTI, capaz de medir as forças, momentos
e deslocamento do centro de pressão em torno dos eixos x, y e z (Figura 13).

Figura 13: Dinamometria em plataforma de força AMTI


Fonte: Arquivo pessoal

Este é um método muito importante para avaliar a sobrecarga nas articulações e


medir as forças necessárias para produzir movimentos.

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Antropometria
Utilizando modelos antropométricos, é possível, a partir do peso e da altura do
indivíduo, calcular o comprimento, a massa, o centro de gravidade dos segmentos e
o centro de gravidade do corpo em seu conjunto. é definido como o ponto em que o
efeito da gravidade se concentra na massa do segmento ou, quando especificado, na
massa total do indivíduo (AVELAR, et. al. 2008).
Existem vários modelos teóricos, mas na Figura 14 podemos observar dois modelos
diferentes: os métodos de Dempster e os radioisótopos.

Figura 14: Modelos antropométricos: (a) método de radioisótopos e (b) método de Dempster.
Fonte: Redesenhado a partir de Corrêa (1996).

Os dados percentuais de massa (% m) e raio do centro de gravidade (% l) do segmento,


são mostrados abaixo de para o segmento da cabeça.

%l %m
{49,98; 6,94;} /* SEG_CABEçA */

Isso significa que o centro de gravidade da cabeça é quase no centro da cabeça


(49,98% do topo) e a massa é em quase 7% da massa corporal total. Como os percentuais

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variam conforme o modelo utilizado, a escolha do modelo é fundamental para a


realização de uma análise biomecânica mais complexa. Existem também modelos
antropométricos para populações específicas, como crianças e idosos.

Eletromiografia
Eletromiografia (EMG) é o estudo da função muscular, registrando o sinal elétrico
do músculo. Para movimentos esportivos em geral, a EMG de superfície permite que o
indivíduo seja avaliado de forma indolor e não invasiva, sendo o método mais utilizado.
A Figura 77 mostra um eletromiógrafo acoplado a um computador.

Figura 15: EMG sendo feito em um atleta no momento do movimento.


Fonte: Arquivo pessoal

O sinal do EMG é baseado nos potenciais de ação resultantes da despolarização


e repolarização que ocorrem nas membranas das fibras musculares. Pode-se dizer
que o sinal do EMG reflete diretamente as características de recrutamento e disparo
das unidades motoras do músculo analisado.
Como no caso da antropometria, deve-se utilizar a elaboração sugerida por autores
que atuam na mesma área, caso contrário não é possível comparar os resultados
obtidos.

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CAPÍTULO 11
TERMINOLOGIA BÁSICA E
PRINCÍPIOS DA BIOMECÂNICA

Movimentos lineares e angulares


Durante a análise do movimento do corpo humano ou de um aparelho (bola por
exemplo), pode-se estudar o movimento linear (translação) ou angular (rotação) desse
corpo. ponto no espaço, ao longo de um caminho reto ou curvo. Em vários movimentos
de saltos e quedas, o objeto de análise só pode ser o movimento linear, em que
principalmente, em biomecânica, são estudados o deslocamento e a velocidade. do
centro de gravidade do indivíduo (Figura 1).

Figura 1: Deslocamento e velocidade do centro de gravidade na saída para o bloqueio do voleibol: h min., CG (altura mínima do centro de gravidade); D CG
(deslocamento do CG); h 0, CG (altura de saída do CG para o bloqueio); V0, CG (velocidade total do CG); V0x, CG (componente da velocidade no eixo x do
CG); V0y, CG (componente da velocidade no eixo y do CG).
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Sonia-Correa-4/publication/326070590/figure/fig1/AS:642978074857473@1530309327735/Figura-10-
Deslocamento-e-velocidade-do-centro-de-gravidade-na-saida-para.png

O movimento angular pressupõe sempre a existência de um eixo em torno do qual


ocorre um movimento de rotação. Quando se considera as articulações ou o centro
de gravidade como eixos de movimento, eles são internos (Figura 2).

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Figura 2: Movimento angular em torno de um eixo interno –– CG (a) e em torno de um eixo externo (b)
Fonte:https://www.researchgate.net/profile/Sonia-Correa-4/publication/326070590/figure/fig2/AS:642978074861577@1530309327760/Figura-11-Movimento-
angular-em-torno-de-um-eixo-interno-CG-a-e-em-torno-de-um-eixo.png

Como referência para a análise do movimento articular ou do corpo como um todo, o


movimento é dividido em três planos (Figura 3). O plano sagital divide o corpo em uma
metade direita-esquerda e os principais movimentos que ocorrem ali são flexão e extensão.

Figura 3: Planos do corpo humano


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Human_anatomy_planes-ES.png

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O plano transversal ou horizontal divide o corpo em metades superior e inferior, e


os movimentos associados são os de rotação em torno do eixo longitudinal, como
supinação e pronação do antebraço.
O movimento linear é medido em centímetros ou metros (e) e o movimento angular
nas juntas é medido em graus (θ). Para analisar isso, devemos primeiro determinar
um sistema de referência espacial.
Existem três eixos de referência e cada um está sempre associado ao mesmo
plano único, ao qual o eixo é perpendicular. Este sistema pode ser bidimensional ou
tridimensional. Um sistema de referência bidimensional tem dois eixos imaginários
dispostos perpendicularmente um ao outro (Figura 4). Os dois eixos (x, y) são geralmente
posicionados de forma que um seja longitudinal ou vertical (y) e o outro ântero-posterior
(x). Este tipo de sistema é usado quando todo o movimento ocorre em um único plano.

Figura 4: Sistema de coordenadas cartesianas


Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Thiago-Varnier/publication/348602034/figure/fig3/AS:981680143740936@1611062193676/Figura-8-Tecido-morim-
identificando-com-os-eixos-do-plano-cartesiano-para-aplicacao_Q320.jpg

O eixo z é adicionado à análise quando a noção de profundidade (médio-lateral)


deve ser adicionada aos componentes vertical (superior e inferior) e horizontal (frontal
e posterior).
Um movimento básico em que ambos os movimentos podem ser claramente
observados - linear e angular - é o caminhar. Se olharmos para um sinal em qualquer
parte do corpo do indivíduo, como no centro de gravidade, veremos que conforme o
indivíduo se move, o sinal se move para frente (eixo x) e para cima e para baixo (eixo

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y), e lateralmente (eixo z), levando em consideração a oscilação natural da caminhada.


Ao mesmo tempo, há uma rotação dos segmentos em torno das articulações do
tornozelo, joelho, quadril e ombro. Esses movimentos ocorrem principalmente no plano
sagital, com alguns movimentos afastados da linha média do corpo (plano frontal) e
com possível rotação medial da perna (plano transversal)
Em outro movimento mais complexo, como a estrela da ginástica artística, quando
a mão está apoiada no chão, uma rotação do corpo como um todo em torno do eixo
do punho e, ao mesmo tempo, a análise de um deslocamento de qualquer parte do
corpo, como uma marca colocada no calcanhar.
Porém, mais importante do que identificar movimentos lineares e angulares em
movimento é perceber que, em geral, no movimento humano, os movimentos angulares
determinam o que acontece com os lineares. No exemplo da caminhada, só podemos
deslocar nosso centro de gravidade, ou seja, realizar o movimento linear, devido às
rotações que ocorrem nas articulações (BALOLA, 2010).
Essa é a grande diferença entre as noções de mecânica vistas no colégio e aquelas
desenvolvidas a partir da biomecânica no colégio. No colégio, as noções lineares e
angular são estudadas separadamente: para o linear, a trajetória e a velocidade de um
trem ou uma bala de canhão; para o ângulo, considere jogar o martelo, mas apenas o
que acontece com o objeto. Não há necessidade de se preocupar em estabelecer uma
relação de causa e efeito, aspecto fundamental na análise biomecânica do esporte
(TUBINO, 2010).
Vejamos como se dá essa relação de causa e efeito em um saque de baixo, já
descrito em suas fases no item “Avaliação diagnóstica do movimento”. O objetivo é
gerar o movimento linear da bola por meio da transferência do movimento da mão para
o último, aquilo que geralmente é transmitido ao aluno como “aplicação de uma força
na bola”. Mas é claro que não depende apenas do que a mão está fazendo, porque se
for o caso, as posições dos membros inferiores, tronco e membros superiores como
um todo. De acordo com McGinnis (2015), o movimento rotacional em torno das
articulações determina em parte o movimento linear da mão, a menos que em uma
determinada fase do movimento ocorra uma frenagem completa do movimento ou
um erro de temporização do movimento. em um erro comum cometido por iniciantes,
o indivíduo realiza todo o movimento correto com o membro superior que vai bater
na bola até a fase de tocá-la e, neste momento, freia enquanto espera que a bola seja
arremessada da mão oposta.

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Corrêa e Freire (2004), diz que tudo o que for gerado pelos movimentos angulares
nas demais articulações se perde e só será utilizado o gerado pela articulação do
ombro. Neste caso, a bola certamente não apresentará um grande movimento linear
e terá dificuldade em passar a rede, por isso é importante identificar os movimentos
angulares e a sequência a ser realizada em cada movimento, verificando a correta
transferência entre as articulações, pois isso determinará o sucesso ou fracasso do
movimento linear a ser alcançado.

Velocidade linear e angular


Quando as noções de movimento e tempo são combinadas, a velocidade é obtida.
É possível definir a velocidade linear (v) como o espaço percorrido pelo tempo que
leva para percorrê-lo (e / t) e pôr a velocidade da velocidade angular (ω) como ou o
ângulo percorrido pelo tempo necessário para percorrê-lo (θ / t).
Diariamente, os profissionais de educação física, ao analisar o movimento, não
calculam numericamente o valor da velocidade.
Podem até calcular a velocidade média desenvolvida, por exemplo, acima de 100
metros, durante uma corrida de 10 segundos, como uma forma rápida de comparar
resultados. Os profissionais podem usá-lo como uma forma de integrar a física e a
matemática, mostrando o que realmente significa o cálculo de 10 m / s. No entanto,
o conceito de pedir ao aluno para aumentar a velocidade linear ou angular durante o
movimento é muito mais comum, assim como o uso da relação entre eles. Role mais
rápido até um determinado ponto, a intenção é que isso reduza o tempo de execução
e, assim, aumente a velocidade linear do seu centro de gravidade. Quando o indivíduo
é solicitado a fazer uma “extensão vigorosa do quadril”, significa que o quadril deve
percorrer o mesmo ângulo em menos tempo, ou seja, com maior velocidade angular.
Um exemplo em que podemos observar os dois parâmetros é a análise da abdução
ao redor da articulação do ombro com toda a extensão do cotovelo a partir da posição
neutra, na qual um ponto é marcado no punho e outro no cotovelo (Figura 5) Começa
na posição deitada ao lado do corpo e termina o movimento com um ângulo de
abdução de 90 ° (GUILLAMÓN, 2014).

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Figura 5: Abdução em torno da articulação do ombro com a extensão completa do cotovelo: (a) posição inicial e (b) posição final, sendo R a distância de
uma marca até o eixo ombro e o ângulo percorrido
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Clariana-Brendler/publication/337059337/figure/fig41/AS:822235371687970@1573047597586/Figura-172-
movimentos-da-articulacao-do-ombro-flexao-extensao-abducao-aducao.jpg

Suponha que o tempo necessário para mover 90 ° seja de 2 s, que o sinal no pulso
tenha viajado 0,6 m para cima (no eixo y) e que o sinal no cotovelo tenha viajado 0,4 m
ao longo do mesmo eixo y. dos dois sinais é 90 ° / 2 (ω = θ / t), ou 45 ° por segundo,
e a velocidade linear (v = e / t) do sinal de pulso no eixo y é 0,3 m / s, enquanto o
cotovelo é 0,2 m / s.
Ambos os sinais viajaram 90 ° ao mesmo tempo, portanto, eles têm a mesma
velocidade angular (ω), mas o sinal de pulso percorreu uma distância linear maior ao
mesmo tempo que o sinal de cotovelo e, portanto, tem uma velocidade linear maior
(v). O que determina essa maior velocidade linear é a distância do sinal ao eixo de
rotação (r), que neste caso é o ombro. Se compararmos o sinal do cotovelo com um
terceiro sinal do ombro, o sinal do cotovelo teria uma velocidade linear maior que a
do ombro, e assim por diante. Em suma, quanto maior a distância do ponto ao eixo
de rotação, maior a velocidade linear naquele ponto.
Em termos de fórmula, pode-se dizer que a velocidade linear de um ponto em
um corpo em rotação é o produto da distância desse ponto ao eixo de rotação e a
velocidade angular do corpo em torno do eixo (V = ωr).
Voltando ao exemplo do serviço abaixo, no qual já havíamos estabelecido a importância
do número de juntas envolvidas, a sequência a ser adotada e a transferência entre as

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juntas, podemos agora integrar as velocidades angulares e finalmente a maior distância


de o ponto de contato com o eixo, que é a extensão máxima da articulação do cotovelo.
Portanto, deve-se solicitar ao aluno que realize todo o movimento em direção à bola com
o cotovelo estendido, pois com isso há um aumento na distância do ponto de contato
com a bola ao eixo (r) e, consequentemente, da velocidade linear da mão.
A importância de aumentar essa velocidade é que ela será transferida principalmente
para o projétil, somada, obviamente, como já mencionado, às velocidades angulares
de outras partes do corpo, que devem ser transferidas para a mão no momento do
contato final, outra variável que pode ser alterada é a velocidade angular.
Suponha que dois jogadores de voleibol façam um entalhe e um deles tenha uma
envergadura maior. Consideramos apenas a variável do raio (a distância do ponto de
contato ao eixo, no caso do ombro): jogador com envergadura maior precisa obter
uma saída mais rápida da bola após o contato, mas se a outra, cuja envergadura é
menor, tiver uma velocidade maior de rotação do braço em torno do eixo do ombro
(velocidade angular maior), pode, para efeito do contato, também obterá uma maior
velocidade linear (v) de saída da bola (GUALDI-RUSSO e ZACCAGNI, 2001).
Este mesmo conceito pode ser aplicado ao lançamento de dardo, futebol, handebol,
saque de tênis etc. Em todos os casos, o praticante deve pedir ao jogador que,
eventualmente, estenda as articulações do segmento que entra em contato com o
aparelho, para que adquira a máxima velocidade de saída possível (Figura 6).

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Figura 6: Exemplos de movimentos em que se procura aumentar a distância até o eixo, estendendo todas as articulações envolvidas no movimento
desejado.
Fonte: arquivo pessoal

11.1 Princípios da biomecânica


Neste tópico, você vai ver e compreender os fundamentos básicos da biomecânica,
e ainda, vai conhecer as leis dos movimentos, como aceleração e desaceleração, força
e torque, equilíbrio, centro de gravidade, velocidade e distância, sistema de alavancas
e as valências física na água.

Leis de Newton (1ª e 2ª)


Compreender os princípios básicos da biomecânica, ciência que analisa os diferentes
movimentos do corpo humano (utilizando métodos de medição por cinemetria,
dinamometria, eletromiografia e antropometria, como nós l ‘temos já visto na Unidade
1), é necessário fazer uma rápida revisão das Leis de Newton, que estão na base de
todo esse conteúdo.
As leis de Newton foram descobertas por um cientista com várias especialidades
em matemática, química, física e mecânica chamado Isaac Newton. Ele foi capaz
de esclarecer o que está acontecendo no movimento humano, quais forças estão
envolvidas e como essas forças estão envolvidas. Além de explicar, classificou-as em
três tipos distintos, que serviram de fundamentos, explicações e entendimentos de
várias ciências, como no caso da biomecânica .

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As leis de Newton
As leis de Newton estudadas e descobertas pelo próprio Newton, que levam seu
nome em homenagem a sua realização, regem os movimentos: inércia, força e ação
e reação.

Primeira lei de Newton


Chamada de lei da inércia (Figura 7), é baseada no estado de repouso ou movimento
do corpo dependendo da força. É a resistência ao movimento ou mudança de movimento.
Quando entendemos a inércia, podemos aplicar este conceito ao movimento linear, que
é o movimento em que todos os pontos do corpo se movem na mesma distância ou
direção, ao mesmo tempo, movimento translacional, onde a inércia é igual a massa,
enquanto O movimento angular ocorre quando pontos do corpo se movem ao longo
de linhas circulares em torno de um eixo, onde a inércia depende da massa e sua
distância ao longo do eixo de rotação (I = mr²) (MCGINNIS, 2015).

Figura 7: Primeira lei de Newton (inércia)


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/71/Ten-pin_bowling.jpg/330px-Ten-pin_bowling.jpg

Podemos identificar a inércia, que mantém os movimentos cinéticos, estudados em


cinesiologia, bem como a massa (matéria), o peso (centro de gravidade), a pressão, o

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volume (largura, altura e profundidade), a densidade (peso = massa / volume), densidade


(% gordura), torque (momento de força) e momento (força x tempo).

Segunda Lei de Newton


De acordo com Miranda (2000), esta lei é também conhecida como lei da força,
ocorre quando uma aceleração de um corpo é diretamente equilibrada com a força
resultante agindo sobre ele. É quando há uma mudança na velocidade do objeto com
uma força aplicada a ele, ou seja, a consequência da força sobre o corpo desencadeia
uma aceleração cuja direção e a direção serão as mesmas atribuídas à força de início.
A segunda teoria da Lei de Newton é entender que se a força resultante sobre um
corpo for maior que zero, ela causará uma mudança no estado de movimento do
corpo, produzindo deslocamento, gerado pela força.

Expresso por: Força = massa x comprimento


tempo²

A segunda lei de Newton (Figura 8) afirma que quanto maior a força, maior a
aceleração do corpo e quanto maior a massa deste corpo, menor a aceleração.

Figura 8: Segunda lei de Newton – a força está na rotação da articulação do cotovelo


Fonte: Williams e Lissner (1977).

Aceleração e desaceleração
De acordo com Tubino (2000), a aceleração de um corpo é a razão pela qual
sua velocidade varia com o tempo. É a informação transmitida ao corpo para que a
velocidade aumente e o movimento aconteça mais rápido. É quando a velocidade varia
ao longo do tempo. Exemplo: Observe a mudança de velocidade do atleta em diferentes

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partes de uma corrida. É a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo, é


uma grandeza vetorial da dimensão comprimento / tempo ², é medido em metros por
segundo ao quadrado e é identificado em três tipos, nulo (zero), positivo (aumenta)
e negativo (diminui). A desaceleração é quando a aceleração diminui, a aceleração
torna-se negativa. Exemplo: quando um atleta desacelera, é dito que desacelera.

Centro de gravidade
Corresponde ao centro das forças gravitacionais de todos os segmentos do corpo
que atuam sobre todos eles (Figura 9), procurando equilibrá-los e estabilizá-los. É um
ponto de aplicação da força que representa o peso corporal.
Também representa uma medida de deslocamento, que é independente da aceleração
ou velocidade. O centro de gravidade é um meio de medir o equilíbrio do corpo, localizado
mais ou menos na região do umbigo. Para saber a posição específica, é necessário
fazer uma avaliação para calculá-la (COSTA, 2014).

Figura 9: Centro de gravidade


Fonte: Winter (1990).

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Deslocamento e distância
O deslocamento é definido como o movimento de um corpo, medindo em linha reta
a diferença entre o ponto inicial e o ponto final.
Deslocamento = ponto final - ponto inicial

Figura 10: Deslocamento


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b3/Deslocamento1.png

Isso significa que a distância percorrida pelo corpo em seu movimento é medida
por sua trajetória, é uma grandeza que mede a trajetória entre dois pontos: de A a B.

Velocidade (média, instantânea e motor)


Nos conceitos de física, a velocidade faz parte da cinemática a velocidade é
representada pela razão entre o deslocamento de um corpo em um determinado tempo,
é a grandeza vetorial que mede a velocidade em que um corpo se move (figura 91).
É expresso em módulo, m / s (metros por segundo) e Km / h (quilômetro por horas)
com valor numérico, uma direção, uma direção. No Sistema Internacional, a unidade
de velocidade padrão é m / s , e quando for o caso tem que fazer a conversão de
Km / h para m / s. Também é dividido em velocidade média e velocidade instantânea.

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Figura 11: Velocidade


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bc/Velocidadereferencial.png/330px-Velocidadereferencial.png

Velocidade média: é identificada pela velocidade de um objeto em um intervalo


de tempo médio. A velocidade média é a divisão do intervalo de deslocamento de
(posição final menos a posição inicial) pelo intervalo de tempo (hora final menos hora
de início) (HALLIDAY, et.al. 2008).
• Velocidade instantânea: é a velocidade exata que o indivíduo observa no
velocímetro é a velocidade do momento de percepção.
Exemplo de velocidade média: Suponha que um carro esteja viajando de São Paulo
para Rio de Janeiro, sabendo que a distância entre as duas cidades é de 465 km e o
trajeto começou às cinco horas e terminou ao meio-dia, pois conheço a velocidade
média de o carro durante a viagem?
Para resolver este problema teremos que reduzir a posição final da posição inicial
para saber a quantidade de deslocamento, que foi de 465 / km, e então calcular o
intervalo de tempo, reduzindo o tempo final para a posição inicial, que foi de 7h,
sabendo disso, agora vamos encontrar a velocidade média da viagem.
Para isso temos que dividir o deslocamento pelo tempo, que foi de 66,42 Km / h, e
para saber a velocidade média em m / s dividimos por 3,6 e o ​​resultado da velocidade
média de deslocamento será: 66,42 k / m / 3,6 = 18,45 m / s.
Velocidade instantânea: Esta é a velocidade exata que a pessoa observa no
velocímetro, é a velocidade do momento da percepção. Para obter a velocidade
instantânea de um carro é necessário considerar que o intervalo de tempo é muito
pequeno, aproxima-se de zero.

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Velocidade motora
No que se refere à velocidade musculoesquelética, Halliday, et al. (2008) a defini como
“a habilidade, baseada na mobilidade dos processos do sistema nervo-muscular, de
desenvolver força muscular, para realizar ações motoras, em determinadas condições,
ao mesmo tempo”.
Até agora tínhamos uma ideia dos conceitos de velocidade no campo da física, e à
medida que estudamos o mundo da cinesiologia e da biomecânica, revelaremos mais
tarde como funciona a velocidade no sistema músculo-esquelético do corpo humano.
Tubino (1984, p. 180) define velocidade como “a qualidade particular da coordenação
muscular e neuromuscular que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos
que, na sua sequência, constituem uma ação única, de intensidade máxima e de curta
duração. ou de muito curta duração “.

Figura 12: Variáveis envolvidas na velocidade musculoesquelética


Fonte: http://images.slideplayer.com.br/16/4942569/slides/slide_6.jpg

Figura 13: Vários exercícios que utilizam velocidade musculoesquelética


Fonte: http://educaja.com.br/wp-content/uploads/2010/11/educacao-fisica.jpg

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Força
Para Newton, a força que atua sobre um corpo é capaz de modificar o estado de
repouso ou de movimento retilíneo, a água, a fricção e a contração muscular exercem
uma força.
Força é um vetor, quantidade dinâmica, que resulta na variação da velocidade,
completa a aceleração adquirida, a direção, o ponto de aplicação. De uma forma mais
simplificada “força é um empurrão, um puxão, força é tudo o que faz um objeto sair
e parar, aumentar ou diminuir a velocidade, ou mudar de direção”.
A magnitude da força é expressa em ‘Newtons, para homenagear Isaac Newton, e
tem o símbolo N’, e ‘um Newton de força é necessário para acelerar um quilograma
de massa 1m / s²’, 1N = (1kg) (1m / s²) “.

Figura 14: Força


Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c3/Force_examples.svg/330px-Force_examples.svg.png

Ainda considerando as definições da física, força é um puxão ou impulso que altera


ou tende o estado de movimento de um corpo em movimento, por exemplo, a postura
defensiva de um jogador de voleibol enquanto ele se prepara para receber o ataque
de serviço do oponente (BARBATTI, 1997).
De acordo com Mcginnis (2015) a biomecânica tem estreita relação com a força,
busca esclarecer o movimento com indicadores cinemáticos, considerando que
corpos se movem da mesma forma, trabalhando com as forças internas e externas
de estruturas biológicas do corpo, como a força muscular, a forças exercidas em
ligamentos, cartilagens, ossos, tendões.

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Figura 15: Relação de força x velocidade para o movimento normal


Fonte: www.ufsm.br/labiomec/gebes

As forças internas são aquelas que ocorrem dentro das estruturas corporais e as
forças externas são aquelas que ocorrem fora das estruturas corporais, considerando
a gravidade e a velocidade do movimento. O estudo biomecânico é realizado de duas
formas, quantitativa e qualitativa, para uma verificação eficiente da adequação geral
do movimento, prestando atenção na amplitude de movimento do e na sequência
correta, tendo como produto um movimento perfeito do e bom desempenho ao exercitar
(BARBATTI, 1997)

Figura 16: Força muscular


Fonte: www.ufsm.br/labiomec/gebes

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Para Balola (2010), a análise quantitativa medida em escalas numéricas, após a


coleta de todos os dados, geralmente é calculada por meio de programas de computador
específicos, pois há muitas variáveis ​​a serem analisadas em cada situação.
A análise qualitativa, por sua vez, baseia-se na observação sistemática que se
traduz em um senso crítico da qualidade do movimento executado, com o objetivo
de melhor desempenho muscular, melhorando a destreza do movimento.
Entre as forças internas mais comuns obtidas por cargas mecânicas estão:
compressão (forças agindo para cima e para baixo), tração (forças que puxam para
cima e para baixo cisalhamento (forças de deslizamento), flexão (forças agindo no
centro) torção (forças agindo em rotações opostas). Um exemplo dessas forças é a
ação das forças gravitacionais das forças musculares às quais os ossos estão sujeitos
(BARBATTI, 1997).

Figura 17: Tipos de forças nos ossos


Fonte: www.ufsm.br/labiomec/gebes

Torque
Para Tubino (2000) torque também pode ser definido como momento de força, ocorre
quando há uma mudança na velocidade rotacional do corpo, há uma mudança na
velocidade angular. É uma magnitude da força responsável pela mudança da velocidade
rotacional. Cada vez que um corpo tem que ser girado, um momento de força, um
torque é aplicado a ele.
Expresso como:
M (momento de força (Torque)) = força x distância → M = F x d.
O torque é um produto da magnitude da força sobre a distância normal da linha de
ação da força ao eixo de rotação, uma ação chamada momento de força, movimento
de torque. É a capacidade de produzir uma rotação.

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Figura 18: Torque na articulação do cotovelo


Fonte: http://images.slideplayer.com.br/11/3144808/slides/slide_22.jpg

LEIS DE NEWTON (3°)


Lei de ação e reação, isto significa que um corpo aplica uma força a outro corpo e
este recebe uma força igual e oposta, isto frequentemente acontece quando a origem
ou a A inserção de um músculo recebe uma força igual e uma força oposta.
A última lei de Newton diz que para cada ação há uma reação de igual intensidade,
mas com uma direção diferente. A Terceira Lei de de Newton analisa o sistema de
trocas de forças entre corpos, um corpo que recebe uma força irá restaurá-la da mesma
forma que a recebeu, mas na direção oposta, um golpe e um retorno, um indivíduo
exerce uma ação na superfície e se move pela reação da força exercida sobre o solo
(BARBATTI, 1997).

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Figura 19: 3° Lei de Newton


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Skaters_showing_newtons_third_law.svg

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CAPÍTULO 12
SISTEMAS DE ALAVANCAS
NA BIOMECÂNICA

De acordo com Tubino (2000), um movimento de alavanca ocorre quando os


músculos geram tensão e puxam os ossos para apoiar ou mover resistência, e então
ocorre a ação de alavanca. São hastes rígidas que giram em torno de um eixo sob a
ação de forças e as multiplicam sob efeito das forças de impulso aplicadas, o sistema
de alavancas permite o movimento, a elasticidade e o fortalecimento muscular do
corpo humano.
Isso é exatamente o que se pode observar no movimento do corpo humano os
ossos agem como hastes rígidas, as juntas são os machados e as cargas resistentes,
e os músculos aplicam forças, ação, força de resistência, braço de força, braço de
resistência e ponto de apoio (MIRANDA, 2000).

Figura 1: Sistema de alavancas


Fonte: McGinnis (2015).

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Figura 2: Demonstração do sistema de alavancas


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/83/LeverPrincleple.svg/375px-LeverPrincleple.svg.png

De acordo com Barbatti (1997) a conexão é composta por alguns pontos: o ponto
(A) denominado fulcro ou fulcro. No corpo humano, as articulações servem de suporte
para o movimento. A resistência, chamada de (R), é o peso a ser superado ou mantido.
E tem também o (P), que é a força, o ponto onde um músculo entra para fazer a
contração e manter o equilíbrio da alavanca. Esses pontos formam dois segmentos
chamados de braços.
Um braço que estabelece a distância entre o suporte e a força é denominado Braço
de Força (BP) e o braço que estabelece a distância entre o suporte e a resistência
é denominado: Braço de Resistência (BR). que supera a resistência, aumentando a
velocidade do movimento. Uma alavanca encontra equilíbrio quando a (R) x (BR) =
(P) x (BP).

Tipos de alavanca
Existem três tipos de alavancas, cada tipo com características e vantagens próprias
em termos de equilíbrio, força e velocidade.
• Primeira classe ou alavancas interligadas (alavanca escada).
• Alavancas de segunda classe ou interresistentes (alavanca de potência).
• Terceira classe ou alavancas interpowering (alavanca de câmbio).

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Primeira classe ou alavanca de intertravamento


Interfixa ou balanceado, o apoio é instalado entre resistência e potência, serve
para ganhar força e resistência, produzir mais velocidade e menos força de postura
e equilíbrio, músculo tríceps.

Figura 3: Alavanca interfixa


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/03/LeverFirstClass.svg/300px-LeverFirstClass.svg.png

Na primeira ordem as alavancas de resistência e força são produzidas em lados


opostos do eixo, no corpo humano essa ação ocorre com a movimentação de músculos
agonistas e antagonistas, cada grupo muscular atua em lados opostos da articulação.

Alavancas de segunda classe ou inter-resistentes


Nesse tipo de alavanca, a resistência (R) está localizada entre o ponto de apoio (PA)
e (P), que formam as alavancas de força porque o Braço de Potência (BP) é maior em
comparação para o braço de resistência (BR), sua vantagem é que os grandes pesos
podem ser movidos por uma pequena força.

Figura 4: Alavanca inter-resistente


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/22/LeverSecondClass.svg/330px-LeverSecondClass.svg.png

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A alavanca inter-resistente fornece força no centro do sistema, a resistência aplicada


entre o eixo e a força potente. No corpo os exemplos desse tipo de alavanca são
poucos, um desses poucos acontece no tornozelo com o músculo flexor plantar.

Figura 5: Demonstração da alavanca inter-resistente


Fonte: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/4/normal_41quebra_nozes_interresistentes.jpg

Alavancas de terceira classe ou interpotente


Nesse tipo de alavanca, a força potente está localizada entre a força resistente e
o ponto fixo, de apoio. Alavancas de terceira classe são mais comuns encontradas
no corpo humano. Podemos citar, como exemplo: flexão do antebraço sobre o braço,
flexão da perna sobre a coxa, e na flexão da coxa sobre a pelve.

Figura 6: Alavanca inter-potente


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:ThirdClassLever.svg

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As alavancas inter-potente foram projetadas para permitir que a velocidade do seja


aumentada para o segmento distal do corpo e para mover um pequeno peso por uma
longa distância são rápidos e com maior amplitude. Por outro lado, como o sistema
muscular apresenta suas inserções muito próximas às articulações, a produção de
força é reduzida (CARR, 1998).

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CAPÍTULO 13
BIOMECÂNICA NO
AMBIENTE AQUÁTICO

Uma análise biomecânica dos movimentos do corpo humano em um ambiente


aquático envolve a compreensão de muitos fatores dependendo de sua complexidade,
como por exemplo os princípios físicos da água: hidrostática e hidrodinâmica, densidade,
densidade relativa, flutuação, flutuabilidade, viscosidade, pressão hidrostática, tensão
superficial, propulsão.

Hidrostática e hidrodinâmica - densidade, densidade relativa, impulso, flutuação,


viscosidade, tensão de superfície e propulsão.
O estudo de fluidos em estado de descanso é hidrostático, fluidos exercem forças
de exercício em segmentos ou estruturas e que já vimos, do princípio da terceira lei de
Newton, por ação e reação, essas estruturas reagem às forças imponentes ao fluido.
O princípio da hidrostática de Arquimedes permite definir o resultante das forças de
pressão que exerce sobre o corpo estando este parcialmente ou totalmente imerso
num fluido (BARBOSA, 2001).
A pressão hidrostática representada pela letra P é considerada a força (F) aplicada
por uma unidade de área (A), onde a força exercida é igual em toda a superfície do
deslocador que está em repouso.

Figura 1: Pressão hidrostática


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2c/Pressao_1_2_0.png/247px-Pressao_1_2_0.png

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Nos conceitos básicos hidrostáticos, Bates e Hansos (1998) determinam que a


densidade relativa é explicada como uma massa (quantidade de material, peso) de
unidades de volume.
A densidade relativa é a relação entre a massa de um dado volume de uma substância
e uma massa do mesmo volume de água do corpo humano consiste em, principalmente
água, tem uma densidade relativa muito estreita de 0, 95, pode variar a gordura corporal
de cada indivíduo

Figura 2: Explanação sobre densidade e densidade relativa


Fonte: http://image.slidesharecdn.com/hidrosttica-131210191445-phpapp01/95/hidrosttica-4-638.jpg?cb=1386702941

Flutuação: É uma força vertical para cima exercida pela água, ou fluido, em um
corpo. Por exemplo, quando entramos em uma piscina a sensação é de estar mais
leve diferente de estar fora da piscina (BATES; HANSOS, 1998).

Figura 3: Empuxo
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/EstaticaeHidrostatica/figuras/e2.GIF

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Flutuar: ocorre quando um corpo é imerso total ou parcialmente em um líquido


em repouso e é empurrado para cima igual ao peso do líquido deslocado. Um corpo
com densidade relativa de 1,0 flutuará. O corpo experimenta a força de impulso para
cima, que atua na direção oposta da força de gravidade, e essa força que atua contra
o centro de gravidade.

Figura 4: Flutuação deum corpo


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/20/Buoyancy_pt.svg/1200px-Buoyancy_pt.svg.png

Hidrodinâmica: Os conceitos de hidrodinâmica estão relacionados ao movimento


do corpo ou de seus segmentos na água. Os movimentos hidrodinâmicos circulam
os fluidos que circundam o corpo, essas forças movem a circulação sanguínea.
Além do fluxo, a hidrodinâmica também é responsável por outros fenômenos,
como viscosidade e tensão superficial. A hidrodinâmica é baseada em um princípio
fundamental descrito como o teorema de Bernoulli, que explica o comportamento do
movimento de um fluido ao longo de uma linha de fluxo e descreve a conservação
da energia de atrito, o fluido circula em um conduíte fechado e a energia permanece
constante ao longo todo o caminho. A lei de Bernoulli correlaciona as variáveis: pressão,
altura e velocidade de um fluido, para obter fluxos estacionários, fluxos com movimento
constante fluido ideal de massa específica (BARBOSA, 2001).

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ANOTE ISSO

Empuxo é determinado quando existe uma a força que um fluido exerce sobre um
corpo submerso, essa força tem uma direção vertical e uma direção para cima e
corresponde ao peso do volume de líquido que foi deslocado pelo objeto.

Figura 5: Viscosidade da água


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/20/BernoullisLawDerivationDiagram.svg/330px-BernoullisLawDerivationDiagram.svg.png

Viscosidade: A viscosidade é referida como viscosidade quando líquidos irregulares


são marcados por diferentes quantidades de atração molecular e quando existem
camadas opostas de líquido se movendo, causando atrito interno do líquido. É a
resistência de um fluido em movimento, o atrito interno.

Tensão superficial: vista como uma força por unidade de comprimento que atua a
partir de qualquer linha em uma superfície e tende a atrair moléculas de uma superfície
para a água exposta. É a resistência à tração da tensão superficial que se torna uma
variável ativa à medida que a área superficial aumenta (TUBINO, 2000).

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Figura 6: Viscosidade da água


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6a/Surface_Tension_Diagram.svg/250px-Surface_Tension_Diagram.svg.png

• Propulsão: movimento resultante da soma de dois componentes, a força de arrasto


e a força de sustentação. O conceito de propulsão é baseado na lei de ação e reação
de Newton e no teorema de Bernoulli, que permite que a água empurre melhor a água
para trás, como é o caso dos nadadores.
Segundo Bates e Hansos (1998), num meio aquático, o sistema propulsivo ocorre
onde há alterações de equilíbrio, com condições de fluxo estáveis, que empurram o
corpo para a frente, é a força do impulso é a inclusão de saltos na água. Este é um
fenômeno que ocorre em todos os líquidos e forma uma espécie de membrana elástica
em suas extremidades, forma uma camada superficial, causada pelas forças coesivas
entre moléculas semelhantes. É a força que existe na superfície da água em repouso.

Figura 7: Propulsão
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/62/Freestyle_swimming.gif

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CAPÍTULO 14
CINEMÁTICA

A cinemática é o ramo da biomecânica que estuda a descrição do movimento dos


corpos. Desta forma, podemos dizer que a cinemática lida com quantidades como
a distância e a velocidade que um corpo percorre, por isso vai. (Cinematicamente)
zombarias o que causa o movimento do e o mínimo que acontece ou acontece.
Ainda é possível identificar duas formas de abordagem da cinemática: a cinemática
de translação, que trata de movimentos considerados lineares; e a cinemática de
angulares, que trata de movimentos angulares ou rotacionais.
Esse entendimento da cinemática angular, em outras palavras, será aplicado não
apenas à análise do movimento linear que, aliás, ocorre ocasionalmente nos esportes,
mas também servirá para a análise dos parâmetros do movimento linear em geral.

14.1 Distância e deslocamento

São as quantidades normalmente usadas em situações que descrevem a amplitude


de movimento do corpo, porque uma vez que um corpo se move de um lugar para
outro, a distância percorrida é simplesmente o comprimento de tudo o que a estrada
percorreu.
No entanto, o deslocamento que este corpo sofre durante o próprio movimento
pode ser avaliado medindo-se o comprimento de uma linha reta ligando sua posição
inicial à sua posição final e, claro, observando a direção que essa linha segue.
Tomemos um exemplo da situação acima mencionada: na realização de duas
corridas de maratona com seu percurso tradicional de 42,195 metros, o deslocamento
que os participantes irão sofrer será totalmente dependente da natureza do percurso
deste percurso (TUBINO, 2000).
A Maratona do Rio de Janeiro, conforme mostra a figura a seguir, tem sua área
coberta e deslocamento dos corredores fixados em 42.195 metros, pois seu percurso
possui um local diferente para a largada e a chegada.

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Figura 1: Percurso maratona


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Perfil_altimetrico_meia_maratona_rio.jpg

A Maratona Curitiba, como segue, seu espaço atravessou a mesma trajetória de


42,195 metros pode observar que as linhas de saída e chegada coincidem, medindo
assim o movimento que seus participantes realmente tiveram durante o teste, é nulo
(ignore todas as pequenas diferenças no posições em que passa pelas linhas de
chegada e saída).

NOTA: o deslocamento experimentado por um corredor ao completar uma maratona


depende diretamente da natureza do percurso: na figura referente à maratona do Rio
de Janeiro, seu deslocamento será de 42.195 metros, seu deslocamento será de 0,0
metros.

14.1.1 Velocidade e velocidade angular

Avelar, et.al. (2008) preconiza que em termos físicos, você não pode falar sobre
velocidade sem mencionar os respectivos problemas de velocidade. Mas esses termos
não seriam sinônimos?
Embora as palavras velocidade e velocidade angular possam ser usadas corretamente
no mesmo sentido, em biomecânica (origem da mecânica) elas têm significados
diferentes. A velocidade (R) de um corpo é calculada dividindo a distância que ele
viaja pelo tempo que leva para cobrir essa distância.

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Se este tempo for longo o suficiente para que a média que o corpo “viaja” mude - e
nos movimentos humanos isso geralmente não significa mais do que uma pequena
fração de segundo - o valor obtido para a velocidade, desta forma, é a média da rapidez.

Fórmula: R = E R= Rapidez [speed] - (m/s)


t E= espaço percorrido
t= tempo

A velocidade (v) de um corpo, por outro lado, é calculada dividindo o deslocamento


levado pelo tempo gasto para percorrer esse deslocamento; para intervalos de tempo
relativamente longos, o valor obtido é denominado velocidade média.

Fórmula: V = x V= Velocidade média - (m/s)


t x = deslocamento
t= tempo

Figura 2: Velocidade e deslocamento


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:London_2012_Olympic_100m_final_start.jpg

NOTA: para o uso e determinação da velocidade e velocidade, leve em consideração


a situação comentada quanto à distância e deslocamento, pois deve-se considerar
que nas competições de atletismo (por exemplo, 400 e 800 metros), a largada e a
chegada são iguais, pois em algumas maratonas, meias-maratonas e outros eventos.

Aceleração
No movimento humano e em muitos esportes, é necessário aumentar ou diminuir
a velocidade de forma eficaz. será uma diminuição da velocidade quando seu pé
atingir o solo, seguida de um aumento na velocidade quando, à força, ele estender
essa mesma perna para uma nova fase de impulso (McGinnis, 2015).
Se o aumento da velocidade ao final desta fase de apoio for igual à perda da largada,
o corredor sai do solo com a mesma velocidade de avanço que tinha ao entrar em
contato com o mesmo solo, o que sabemos não acontece.

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Ressalte-se que não é apenas nas competições de corrida que esse fato ocorre: nas
competições de natação (na natação), por exemplo, a queda da velocidade às vezes
é tão pronunciada que o nadador momentaneamente, ou ainda mais radicalmente,
parece adquirir uma velocidade “retroativa”.
Tubino (2000), ainda destaca que, pode-se dizer que nas corridas de 100, 200 e
400 metros sprints, os corredores precisam de um sprint mais firme, ao contrário de
corredores em corridas mais longas, que precisam trabalhar e, acima de tudo, mantêm
uma velocidade média na maior parte dos viagem.
Em resumo: a aceleração é a variação da velocidade ao longo do tempo

Fórmula a = Δv Aceleração (m/s2)


t Δ = Variação
v = Velocidade
t= tempo

Figura 3: Aceleração
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:London_2012_Olympic_100m_final_start.jpg

14.1.1.1 Força

Conceitualização da física clássica


Força é um impulso ou puxão que modifica ou tende a modificar o estado de
movimento de um corpo. Força e movimento estão associados, e é apenas através
da primeira (força).
Se resolver o segundo (movimento) pode ser a força sem que o movimento ocorra,
por exemplo, quando um boxeador assume uma posição defensiva devido aos golpes
de ataque de seu oponente (HAY, 1981).
Se o corpo está em repouso, outra força exercida por outro corpo o porá em
movimento, ou pelo menos tenderá a colocá-lo em movimento. Da mesma forma,
se o corpo se move em linha reta, uma força exercida por outro corpo modificará, ou
tenderá a modificar, a velocidade de seu movimento.
Força é uma grandeza vetorial (representada por uma seta “↓”), ou seja, possui
módulo e direção, podendo ser somada ou resolvida, sendo medida em Newtons (N).

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1 kgf = 9,8 N kgf = quilograma-força


1 kgf = 1 kg

Nas análises do movimento humano é comum considerarmos o corpo como um


complexo sistema que é composto por ossos, músculos, ligamentos e outros tecidos,
e as forças aplicadas sobre eles (ex: quando um músculo se contrai e exerce uma
força sobre os ossos nos quais está inserido) são classificadas como forças internas.
Por outro lado, as forças exercidas no corpo, mas derivam do lado de fora (por
exemplo, por gravidade ou por gravidade com outro corpo) são chamadas forças
externas. Por ser considerada uma grandeza vetorial, a força possui os seguintes
elementos:
Ponto de aplicação - que é o ponto sobre o qual a força atua;
Sentido - que é dado pelo segmento de reta do qual a força é um componente;
Sentido - que é dado pelo deslocamento percorrido desde o ponto de aplicação;
Intensidade - que é a representação digital.

Ponto de aplicação: ele deve se aliar à direção para definir seu modo de ação, como
correr e pular (contato dos pés com o solo), projeções (contato das mãos com objetos).

Direção: na qual a eficiência atlética terá maior força dependendo de sua aplicação
na direção desejada, como nas competições (posição inicial, com direção para trás),
e no Salto em Altura (empurrar, com direção para baixo);

1 kgf = 9,8 N
1 kgf = 1 kg

Intensidade: nas atividades esportivas, em geral, é representada pelo peso do objeto


que deve ser superado, como no levantamento de peso, em que se diz que o atleta
exerce uma força de 100 kg levantando um peso correspondente, ou é dado da força
muscular interna como no futebol (chute), peso, dardo, disco (arremesso).

Abordagens de Massa Corporal e Peso


Hall (2005) determina que é sempre interessante notar que existe diferença entre
massa e peso. Não importa onde você esteja, a massa de um corpo não muda, porém,

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seu peso, sim, acaba mudando. Então, podemos dizer que o peso de um corpo é
resultante da atração da gravidade sobre este corpo (força), enquanto massa de um
corpo é a quantidade de matéria desse corpo, ou seja, uma medida da inércia deste
corpo.
A quantidade de matéria em um corpo (massa) como medida da inércia do corpo
pode ser entendida ao realizar um exercício de perna, quando, por exemplo, adicionar
um peso adicional à carga que já estava suportada, aqui a massa quando levantada
(medida em kg) seria aumentada proporcionalmente e a carga, na mesma proporção,
distribuída pelos membros inferiores (BARBANTTI, 1997).
Assim, em retrospectiva de um esporte, pode-se enfatizar que é mais fácil para
um defensor de futebol modificar o movimento de um atacante que tem uma massa
relativamente baixa do que fazer a mesma mudança no movimento de um atacante
e / ou defensor que tem massa igual ou maior que a sua (TUBINO, 2000).

Figura 4: Exercício Leg press sendo demonstrado força


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/83/Muscle_Strengthening_at_the_Gym_-_Seated_Leg_Press.webm/220px--Muscle_
Strengthening_at_the_Gym_-_Seated_Leg_Press.webm.jpg

A resistência da carga aos esforços para colocá-la em movimento e, novamente,


para alterar esse movimento, ou seja, sua inércia também será aumentada.

Figura 5: Massas diferenciadas


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Ryan_Valentine_scores.jpg/330px-Ryan_Valentine_scores.jpg

De acordo com Babartti (1997), a massa de um corpo, uma quantidade muitas vezes
mal compreendida e confundida com seu peso, difere da lei da gravidade de Newton

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porque indica que a força (definida aqui como peso) de um corpo irá variar ligeiramente
dependendo de sua localização geográfica. o peso de um corpo muda dependendo
de onde ele está localizado, sua massa permanece constante independentemente de
sua posição.
A título de exemplo, pode-se descrever a situação de um atleta escolar que ao nível
do mar possui uma massa corporal de 60 kg (quilograma) e um peso corporal de 60
kgf (quilograma de força). permanece nos 60 kg, enquanto seu peso corporal tem uma
pequena redução, pois a redução na aceleração da gravidade ocorre com o aumento
da altitude acima do nível do mar (BALOLA, 2010).
Embora massa e peso sejam diferentes dessa forma, há uma relação clara entre
essas duas quantidades. mais fácil de aceitar, pois parece lógico esperar que a
quantidade de matéria em um corpo não mude, apenas porque o corpo foi movido
de um lugar para outro, o que nós mostramos.

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CAPÍTULO 15
A FORÇA E SEUS CONCEITOS NO
MOVIMENTO E NOS ESPORTES

No esporte e na atividade física, a força motriz se manifesta no sistema


musculoesquelético, dependendo do sistema nervoso que a move, do sistema ósseo
que a sustenta e dos sistemas cardiovascular e respiratório que transporta os músculos.
Nutrientes necessários para o desenvolvimento de sua tarefa.
Portanto, do ponto de vista prático, força motriz é a capacidade do sistema
neuromuscular de superar resistências (oposição), como, por exemplo, o peso do
próprio corpo, um peso, um objeto etc.
Força: “é uma característica humana, com a qual se move uma massa (o seu
corpo ou uma ferramenta desportiva), a sua capacidade de dominar ou de reagir à
resistência por ação muscular”.
A força motriz pode então ser entendida como a capacidade de superar resistências
externas ou de combatê-las pela ação muscular.

Figura 1: Demonstrativo da força


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/45/Esquema_de_demonstra%C3%A7%C3%A3o_de_for%C3%A7a_e_rea%C3%A7%C3%A3o.jpg

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15.1 Tipos de força


De acordo com os estudos de Pereira e Lima (2010), as forças são divididas em:
FORÇA DINÂMICA: é a força muscular que pode fazer com que um grupo de músculos
atue, durante um determinado movimento, contra uma determinada resistência. Os
fatores limitantes do desempenho serão força estática, coordenação, massa e taxa
de contração. A força dinâmica pode ser positiva ou negativa:

POSITIVA: é este tipo de força em que existe uma superação da resistência (peso),
sendo a força muscular exercida superior à resistência oferecida. Este tipo de força
também é denominado concêntrico.

NEGATIVO: Esta força ocorre quando a resistência (peso) é maior que a força •
muscular, causando recuo. Também conhecida como força excêntrica, a terminologia
esportiva distingue três tipos de força dinâmica: força máxima, força rápida (potência)
e força de resistência.

FORÇA MÁXIMA: É a força muscular máxima que um atleta pode desenvolver,


independente do peso corporal. Esse desempenho é medido pela quantidade de
quilogramas (kg) que uma pessoa é capaz de mover, medida pela sua massa corporal
ou mesmo pelas sobrecargas que ela pode suportar. A força máxima representa a
força máxima disponível com relação ao sistema neuromuscular que pode mobilizar
pela contração voluntária máxima.

FORÇA ESTÁTICA: força muscular que pode ativar um músculo ou um grupo de


músculos contra uma resistência fixa. Os fatores limitantes no desempenho são o
diâmetro, o número de estruturas de fibras musculares, bem como o comprimento e
o ângulo dos músculos, sua coordenação e sua motivação para realizar o movimento.

FORÇA EXPLOSIVA: também chamada de potência. “É qualquer forma de força


que seja ativada no menor tempo possível”
A força rápida inclui a capacidade do sistema neuromuscular de mover o corpo
ou parte do corpo (braços, pernas) ou objetos (bola, peso, esferas, discos), etc.) na
velocidade máxima. Movimentos rápidos de força são programados, ou seja, são
processados ​​pelo sistema nervoso central.

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Trabalho x energia

Trabalho
É o efeito produzido por uma força ao deslocar o seu ponto de aplicação. É, portanto,
o produto da intensidade da força pelo deslocamento sofrido pelo corpo.
Trabalho existe quando tem a ação de uma força e consequentemente um
deslocamento!

Fórmula: T = F. x T = Trabalho realizado pela força


F = valor da Força
x = Deslocamento apropriado

UNIDADES no SI T = N. m
massa = quilograma (kg) (unidade do sistema internacional – Joules
(J)
força = newton (N)
deslocamento = metros (m)

As unidades utilizadas para o trabalho são joule (J), caloria (cal) e quilocaloria
(kcal), sendo as duas últimas mais relacionadas ao campo da educação física, pois
são utilizadas para determinar a energia exigida pelo corpo humano e respondida por
ingestão de alimentos. Essas unidades podem ser vinculadas da seguinte forma de
acordo com Pereira e Lima (2010):

1 caloria = 4,18 joules


1 quilocaloria = 4180 joules ou 1000 calorias

Podemos definir que o Trabalho ocorrerá “enquanto uma força atuar sobre um corpo,
e o trabalho realizado pela força for igual ao produto de seu valor pelo deslocamento
que o corpo sofre, enquanto a força é aplicada ao corpo”.
Podemos, portanto, qualificar duas situações de Trabalho:

Trabalho Positivo - é quando a força atua no mesmo sentido em que o corpo se


move; aqui, portanto, dizemos que o trabalho feito com força é um trabalho positivo;
Exemplo: crianças correndo em uma ladeira.

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Figura 2: Exemplificação de trabalho positivo


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/finl%c3%a2ndia-esta%c3%a7%c3%a3o-central-de-malm%c3%b6-5156490/

O trabalho negativo ocorre quando a força atua na direção oposta ao movimento


do corpo; o trabalho negativo teria sido feito à força.
Exemplo: Crianças correndo em uma ladeira ainda sobem.

Figura 3: Exemplificação de trabalho negativo


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/su%c3%ad%c3%a7a-esqui-os-alpes-neve-inverno-3311392/

Um outro exemplo pode ser observado na Figura 4, onde a ginasta ergue sua outra
atleta em um movimento contínuo, até levá-la acima de sua cabeça. Se a ginasta

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exerce uma força constante para cima, podemos afirmar que o trabalho realizado pela
força na direção para cima é um trabalho positivo, e o trabalho realizado pela força
da gravidade agindo no corpo da outra atleta é um trabalho negativo (COSTA, 2014).

Figura 4: Junção do trabalho positivo e negativo


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7d/Acro-tcd.JPG/344px-Acro-tcd.JPG

15.1.1 Energia

Formalmente definida como “a capacidade de um corpo produzir trabalho”, por isso


é compreensível que se ouça muito e muitas vezes também se comenta que este
atleta aparenta “não ter energia”, enquanto este outro atleta, quando, no contrário,
“está cheio de energia” (HALLIDAY, et al., 2008).
Existem 2 (dois) tipos de energia que podem e devem ser levados em consideração
nas aplicações e análises esportivas:
Energia cinética - é a energia que um corpo possui porque está se movendo, ou
seja, a quantidade de trabalho que teve que ser feito em um determinado objeto ou
corpo para que sua velocidade mudasse;

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Ec = Energia cinética
Fórmula: Ec = m.v²- m = massa
2 v²= Velocidade de deslocamento

Energia potencial - é a forma de energia que está em um determinado sistema e


pode ser utilizada a qualquer momento para realizar um trabalho, nada mais é do
que a forma de energia quando é “armazenada” e que pode se manifestar a qualquer
momento como, por exemplo, na forma de movimento.
Dependendo de sua forma de manifestação, a energia potencial pode ser dividida
em duas classes, a saber:
a) Potencial gravitacional - é concebido por corpos que estão a uma determinada
altura (h) de um plano de referência, que pode ser dado pela seguinte lista:

Fórmula =

Ep = energia potencial
m = massa do corpo
Ep = m.g.h g = aceleração da gravidade (9,81 m/s²)
h = altura acima do solo

Figura 5: Energia cinética e potencial gravitacional


Fonte: https://www.oficinadanet.com.br/imagens/post/14640/energia.png

b) Potencial elástico - presente em estruturas capazes de armazenar energia


proveniente da deformação de corpos, como molas, arcos e flechas, trampolins
e músculos. Uma das principais características dessas estruturas é a presença
da constante de elasticidade (k), que pode ser entendida como sua capacidade
máxima de deformação com retorno imediato ao tamanho inicial, assim que o
agente deformador (força) deixar de atuar (Figura 6).

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Figura 6: Potencial elástico


Fonte: https://cdn.kastatic.org/ka-perseus-images/6a35df5830b4aa4f9c8bb4466a819e474d593fc3.svg

Fórmula =

Ep = energia potencial elástica


Epe = k.x k = constante de elasticidade
2 x = deslocamento muscular
(quantidade de deslocamento
muscular em estruturas que armazenam
energia)

Figura 7: Potencial elástico no corpo humano


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cc/Hometrampoline.jpg/800px-Hometrampoline.jpg

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Na Figura 7 você pode ver as mudanças características no potencial e na energia


cinética durante uma performance no trampolim e o processo reverso ocorre durante
a descida;
A soma das energias cinética e potencial tem um valor 2. constante durante cada
uma das fases do ar;
A ginasta retém alguma energia potencial ao cair por estar 3. realizando a atividade
em uma cama elástica fora do chão Suas três quedas dependem da posição do seu
corpo.

ANOTE ISSO

Para medir as forças é necessário utilizar um dinamômetro, dispositivo criado com


o objetivo de determinar a força / peso do motor e quantas rotações por minuto ele
é capaz, ou seja, seu peso.

A relação trabalho - energia pode, portanto, estar sempre ligada a problemas esportivos
com gasto calórico, porém este gasto durante o exercício e atividade física irá variar
de pessoa para pessoa, dependendo do metabolismo de cada pessoa (genética). E
biótipo, tempo de exercício e intensidade, o gasto calórico em qualquer exercício tende
a ser diferente entre uma pessoa de 90 kg e uma pessoa de apenas 60 kg.
A relação entre o volume e a intensidade do exercício também terá uma relação
direta com esse gasto calórico, uma vez que o tempo de realização do exercício
combinado com a intensidade desse exercício ou atividade física pode ser incluído
neste processo.

Quantidade de movimento
Costa (2014) determina que no cotidiano, nos deparamos com inúmeras situações
de movimentação com o corpo humano, pois um corpo pode iniciar seu movimento
após interagir com outro corpo já em movimento, como o pé de um jogador.
Tal exemplo mostra que na interação entre dois corpos há uma transferência de certa
amplitude associada ao movimento e, em geral, existe uma mudança no movimento
de cada um dos corpos.

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Imagine uma situação incomum no campo esportivo, relevante para entender o que
queremos ilustrar sobre o momento. Imagine a situação em que ambos os objetos
estão inicialmente parados, por exemplo, um patinador com uma bola de tênis nas
mãos, que será lançada em um alvo.
No momento que for arremessado, o patinador, certamente, irá ter um movimento
no sentido oposto ao da bola que foi arremessada. E quanto maior for essa bola (ex.:
basquetebol), maior será a velocidade de recuo deste patinador, caso seja mantida a
mesma velocidade de lançamento da bola de tênis.

Trata-se de uma situação em que a quantidade que aparece simultaneamente


em ambos os corpos, e que busca conservar-se, não muda quando se considera o
sistema como um todo.
Existem também casos em que a conservação do momento parece estar violada,
por exemplo, na situação em que um corredor está interagindo com o solo ou a Terra.
Pouse de cabeça para baixo.
Por analogia às situações evocadas acima, deve-se então observar um deslocamento
da Terra na direção oposta, mas esse reconhecimento é difícil porque a velocidade de
recuo da Terra é desprezível, isso se deve ao fato da massa do A Terra é muito grande
em comparação com as outras, mas também neste caso o princípio de conservação
do momento continua válido.
Agora pensemos na situação de um atleta, corredor de 100 e 200 metros, é necessário
quantificar a quantidade de movimento produzido (pés, perna e coxa) que tenderá a
empurrar para trás o bloco de largada com uma extensão poderosa na hora de início.
Se associarmos um momento a objetos podemos dizer que para uma determinada
velocidade o momento é maior para atletas com massas maiores, portanto também
podemos dizer que para uma determinada massa o momento é maior, resultando em
velocidades maiores (MCGINNIS, 2015).

Figura 8: Movimentos em bloco


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/64/London_2012_200m_heat_1_start.jpg

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Organizando a ação descrita por último (corredor de 100 e 200 m) em toda a sua
complexidade, esta situação de momento poderia ser esquematizada da seguinte forma:

Figura 9: Fluxograma do movimento


Fonte: Desenvolvido pelo autor

A quantidade de movimento será, portanto, diretamente relacionada à grande massa


que os pulverizadores têm e essa relação volta, proporcionalmente às forças exercidas
em relação aos blocos de partida e, verificando que:
O padrão das forças usadas por Sprinter tende a ser uma característica de cada
um deles.
Em geral, o pé que é antes e o que é 2 para começar a forçar forças nos blocos
ao mesmo tempo.

15.1.1.1 Equilíbrio e centro de gravidade

O equilíbrio é uma qualidade física diretamente ligada à nossa vida, sendo fundamental
para cerca de movimentos ou esportes, como é o caso da ginástica olímpica.
O estudo do equilíbrio corporal envolve dois parâmetros, a saber:
• Manutenção da Posição, segmentos corporais em relação aos próprios segmentos
e ao meio ambiente;

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• Equilíbrio postural, indicado pelas interações entre as forças que atuam sobre o
corpo na busca do equilíbrio corporal durante ações motoras e esportivas gerais.
No caso do corpo humano, os movimentos simples e complexos requerem
equilíbrio e o mesmo pode acontecer na forma estável, instável e recuperada.
Equilíbrio estável é caracterizado pela situação em que o indivíduo tende a
permanecer na mesma posição por muito tempo, sem que sua estabilidade corporal
seja prejudicada. sapato.
Equilíbrio instável é descrito como a situação em que o indivíduo se encontra em
curtos intervalos de tempo, experimentando momentos de desequilíbrio e em constante
risco de queda (BARBATTI, 1997).
Constituindo frequentemente um estado de equilíbrio intermediário entre o equilíbrio
estável e instável, o equilíbrio recuperado aparece, que se manifesta por uma alternância
de novas posições de equilíbrio, tantas quantas forem necessárias para manter
situações de equilíbrio.
Equilíbrio e gravidade
Um dos principais fatores na manutenção ou alteração do equilíbrio é a aceleração
da gravidade ou o valor do campo gravitacional, que no caso do planeta Terra é de
9,81 m / s2 (em valores arredondados iguais a 10 m / s²) e está na origem da força
do peso que atua no centro de gravidade dos corpos.
A força do peso pode ser calculada a partir do conhecimento da massa corporal e
da aceleração da gravidade, dada pela seguinte relação:

P = m.g

Uma fração considerável do peso corporal é suportada pela coluna vertebral do


nosso corpo, que, graças à sua alta resistência mecânica e flexibilidade, resiste às
variações de carga e tenta a todo o momento equilibrar o corpo humano em situações
simples e complexas. movimento.
Na relação entre a posição da força do peso e sua influência no equilíbrio do corpo,
a ilustração a seguir mostra as formas de equilíbrio estável e instável. Para objetos
sólidos e rígidos, a ilustração a seguir ilustra as formas de equilíbrio:

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Figura 10: Equilíbrio do objeto


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/ae/Economic-surpluses_es.svg/450px-Economic-surpluses_es.svg.png

No caso do corpo humano, constituído por estruturas ósseas relativamente rígidas,


mas também por estruturas flexíveis, como grupos de músculos, ou estruturas
articulares com flexibilidade variável, dependendo de uma série de fatores, as formas
de equilíbrio podem ser vistas em termos ilustrativos em ambos. ilustrações. que segue:

Figura 11: Equilíbrio de uma pessoa


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/65/Balance.JPG/270px-Balance.JPG

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Na ilustração da esquerda (Figura 11) o modelo está em equilíbrio estável, enquanto


na ilustração da direita, ao lançar o corpo para frente, a força do peso provoca o
estabelecimento de um equilíbrio instável. o modelo é lançado para frente, atuando
como um elemento para recuperar a posição de equilíbrio. Caso contrário, as chances
de queda ao solo são consideráveis (CORRÊA e FREIRE, 2004)
Outro gatilho para a passagem de uma posição de equilíbrio estável para uma
posição de equilíbrio instável é o afastamento do solo de uma das bases de apoio,
ainda em posição bípede, como no caso da figura 142:

Figura 12: perda do equilíbrio


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/saldo-roberval-planaltos-1938874/

Centro de gravidade
Desde os primórdios científicos da humanidade, a gravidade da Terra tem sido objeto
de estudos e considerações relevantes; o físico inglês Isaac Newton, considerado o
primeiro a considerar cientificamente a existência da gravidade, pode ter sido a grande
alavanca dos estudos que a ela estão vinculados.
Qualquer movimento do corpo humano necessita de estabilidade para ser executado,
passando por situações de equilíbrio estático, dinâmico e recuperado.
Um único ponto está associado a todo o corpo, ao redor do qual a massa corporal
está distribuída uniformemente em todas as direções. Este ponto é denominado
centro de gravidade (CG), o ponto em torno do qual o peso do corpo é distribuído
uniformemente em todas as direções.
De acordo com Balola (2010) o centro de gravidade dos corpos é o ponto em que
atua a aceleração da gravidade, na forma da força do peso. A posição do centro de

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gravidade de um corpo passa por vários métodos, como a forma regular ou irregular
do corpo a ser considerada em primeiro lugar.
O centro de gravidade de um objeto perfeitamente simétrico, com uma densidade
única e, portanto, uma distribuição homogênea de massa e peso, está exatamente no
centro geométrico do objeto, portanto há uma coincidência entre esses dois pontos.
No caso de corpos sólidos e de forma regular, como quadrados, retângulos e
outras figuras planas, o centro de gravidade pode ser determinado desenhando linhas
diagonais, diâmetros ou alturas que podem se cruzar em pontos, como na Figura 13:

Figura 13: Eixos de simetria da gravidade


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fc/Symmetry.jpg/330px-Symmetry.jpg

Na Figura 13, podemos ver que todas as figuras componentes admitem um eixo de
simetria que permite que a figura seja dividida em duas partes iguais ou simétricas.
No caso do corpo humano, o eixo de simetria que divide o corpo em duas metades
ou simétricas é determinado pelo plano sagital, conforme mostrado na Figura 14:

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Figura 14: Planos e gravidade


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7e/Localiza%C3%A7%C3%A3o_do_Centro_de_Massa_pelo_m%C3%A9todo_Linha_de_Prumo.
png/321px-Localiza%C3%A7%C3%A3o_do_Centro_de_Massa_pelo_m%C3%A9todo_Linha_de_Prumo.png

Dessa forma a posição do centro de gravidade do corpo humano em situações


de equilíbrio estável está sobre esse eixo de simetria e próximo da cicatriz umbilical,
conforme a Figura 15:

Figura 15 – Centro de gravidade no corpo humano


Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/homem-vitruviano-leonardo-da-vinci-4995947/

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Alguns fatores podem alterar o centro de gravidade do corpo humano em maior ou


menor grau, esses fatores vão desde movimentos realizados, inspiração e expiração,
massa corporal, hipertrofia muscular, idade e distribuição da gordura corporal.
A determinação do centro de gravidade do corpo humano envolve uma série de
métodos, sendo o mais utilizado o método de segmentação, onde o organismo é
dividido em frações ou segmentos corporais (ver seção 5 - unidade V), onde o centro
de gravidade, é determinado individualmente para os segmentos.
Este procedimento parte do conceito de que, uma vez que o corpo humano é
constituído por segmentos únicos (cada um com seu centro de gravidade individual),
a posição do centro de gravidade do corpo é função das posições do indivíduo ou do
segmento relativo. centros de gravidade. (COSTA, 2014).
No método de segmentação, os modelos em que serão determinados os centróides
são determinados a partir de imagens fotográficas e são dispostos em eixos cartesianos
(x; y), onde são determinadas as coordenadas individuais de cada um dos segmentos
do corpo humano.
A posição do centro de gravidade e os pontos de referência de cada segmento do
corpo humano são mostrados na Tabela 1:

Segmentos corporais Pontos de referência Localização do CG (%)


entre pontos de referência
Cabeça Do vértice à intersecção do 46,4% ao vértice ou 53,6% à intersecção
queixo com o pescoço do queixo com o pescoço
Tronco Do apêndice supra-esternal 38,0% ao apêndice supra-esternal ou
ao eixo do quadril 62,0% ao eixo do quadril
Braço Do eixo do ombro ao eixo do 51,3% ao eixo do ombro ou 48,7% ao eixo
cotovelo do cotovelo
Antebraço Do eixo do cotovelo ao eixo 39,0% ao eixo do cotovelo ou 61,0% ao
do punho eixo do punho
Mão Do eixo do punho a 3a 82,0% ao eixo do punho ou 18,0% a 3a
articulação do dedo articulação distal do dedo maior
Coxa Do eixo do quadril ao eixo do 37,2% ao eixo do quadril ou 62,8% ao eixo
joelho do joelho
Perna Do eixo do joelho ao eixo do 37,1% ao eixo do joelho ou 62,9% ao eixo
tornozelo do tornozelo
Pé Do calcanhar à ponta do 44,9% ao calcanhar ou 55,1% à ponta do
dedo maior dedo maior
Tabela 1 – Centro de gravidade dos segmentos
Fonte: Desenvolvido pelo autor

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ANOTE ISSO

A mecânica clássica, como campo do conhecimento humano, é muito ampla


em seu objeto de estudo, seja o movimento. caminho. Entenda que na corrida de
uma criança há muitas interações entre a criança e o meio ambiente, tanto o peso
corporal, causado pela ação da gravidade a aceleração, o atrito de seus sapatos
com o solo, que muitas vezes é o elemento mais que impede a sua queda, ou as
energias que se alternam no momento do salto (energia potencial gravitacional) ou
apenas no momento da corrida (energia cinética).
A partir do estudo deste capítulo, procure visualizar os movimentos de forma física,
analisando suas forças, revoluções, massas e pesos e interpretando como podemos
melhorá-los, buscando maior otimização.

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CONCLUSÃO

O estudo do movimento humano é uma prática muito antiga, porém foi somente
no século XX que se desenvolveu uma concepção no que diz respeito às abordagens
e formas de análise de cada atividade locomotora, biomecânica e cinesiológica.
A principal diferença entre as duas disciplinas é a perspectiva. A biomecânica e a
cinesiologia compartilham o mesmo objeto de estudo, que é o movimento humano, mas
o fazem de ângulos diferentes. Consequentemente, as duas disciplinas acabam sendo
complementares e fundamentais para o entendimento de cada situação esportiva.
Ao prescrever um exercício, por exemplo, pode ser importante saber quando e
quais músculos são utilizados em cada atividade. Além disso, as mudanças no uso
muscular que ocorrem em função da intensidade ou das características do exercício
são dados que podem afetar seriamente o trabalho de um atleta.
É por isso que a biomecânica e a cinesiologia são duas disciplinas importantes para
uma boa compreensão do funcionamento das articulações. A partir desse conhecimento,
os profissionais do esporte podem formular o programa de treinamento ou determinar
a carga para cada atividade.
É importante que os dois domínios sejam incluídos em todos os estudos, mesmo
que sejam complementares para a compreensão dos movimentos biomecânicos.
Biomecânica é o uso de técnicas mecânicas clássicas para entender o sistema
biológico, trata do funcionamento e geração de força em um exercício e faz comparações
entre ambientes, por exemplo. É esta disciplina que tem a função de destacar a
resistência em cada atividade e o efeito da força.
A mecânica é usada por engenheiros para projetar e construir qualquer estrutura,
pois estudam as forças envolvidas nesses projetos e ajudam a prever os movimentos
de máquinas e objetos.
Desenvolvida a partir da década de 1960, a biomecânica transferiu esse conhecimento
das noções de mecânica para o “funcionamento” dos seres vivos. A disciplina avalia o
movimento de um organismo e o efeito da força a qualquer momento, numa abordagem
que pode ser qualitativa (descrição do movimento) ou quantitativa (mensuração das
variáveis ​​envolvidas).

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A cinesiologia, por outro lado, permite duas formas distintas de compreensão.


A disciplina é responsável pela descrição do conteúdo de uma questão em que o
movimento humano é avaliado pelo exame de sua fonte e suas características.
Além disso, de forma mais geral, cinesiologia é o estudo científico do movimento
humano e pode ser um termo genérico usado para se referir a qualquer avaliação
anatômica, fisiológica, psicológica ou mesmo mecânica do movimento.
De uma forma muito simplificada, podemos tomar como exemplo a flexão do joelho
de um atleta. A cinesiologia lhe dirá como o músculo se moveu e quais músculos
trabalharam para chegar lá. A biomecânica explicará como a força é gerada para
isso. ‘exercício o máximo possível e comparar com outras atividades para ver o que
funciona melhor para cada situação de treinamento.

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ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO
Título: Biomecânica Básica
Autor: Susan J. Hall
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: A sétima edição de Biomecânica
Básica foi totalmente atualizada e reelaborada.
Com os avanços no campo interdisciplinar
da biomecânica, é importante que mesmo
livros-textos básicos reflitam a natureza desta
ciência. Desse modo, o texto foi revisado,
expandido e atualizado, com o objetivo de
apresentar informações relevantes das
pesquisas recentes e preparar o estudante
para analisar a biomecânica humana. Esta
edição mantém um equilíbrio integrado
de exemplos qualitativos e quantitativos,
bem como aplicações e problemas criados para ilustrar os princípios discutidos.
Considerando-se que alguns alunos iniciantes em biomecânica não têm uma boa
base em matemática, os problemas e as aplicações apresentados são acompanhados
por orientações práticas sobre a abordagem aos problemas quantitativos.

WEB

Que tal analisarmos biomecanicamente uma corrida? Então acesse o link e veja como
podemos fazer isso.
https://www.youtube.com/watch?v=wTtd9zIMuhM

Vamos entender um pouco mais aprofundado a mecânica da marcha, neste vídeo


iremos ver os ciclos e como se dá análise dos ciclos.
https://www.youtube.com/watch?v=4BiRCzCKrd0

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Será que a biomecânica e a cinesiologia é um bicho de 7 cabeças? Quando ouvimos


falar de força, torque, movimentos angulares, o quanto isso interfere na movimentação?
então vamos a uma introdução do que seria a cinesiologia e a biomecânica, assista
ao vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=LolqPVsbkDs

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