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DO MOVIMENTO
HUMANO
PROF. MANOEL CARNEIRO
DE OLIVEIRA JUNIOR
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
BIOMECÂNICA
DO MOVIMENTO
HUMANO
Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
BIOMECÂNICA DO
MOVIMENTO HUMANO
PROF. MANOEL CARNEIRO
DE OLIVEIRA JUNIOR
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CINESIOLOGIA 07
51
CAPÍTULO 04 MOVIMENTO DA PELVE, QUADRIL E MMII
59
CAPÍTULO 05 AS FÁSCIAS MUSCULARES
64
CAPÍTULO 06 MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DO CORPO
HUMANO
75
CAPÍTULO 07 CINESIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
83
CAPÍTULO 08 CINESIOLOGIA DA POSTURA
87
CAPÍTULO 09 MARCHA, CORRIDA E SALTO
104
CAPÍTULO 10 BIOMECÂNICA
120
CAPÍTULO 11 TERMINOLOGIA BÁSICA E PRINCÍPIOS DA
BIOMECÂNICA
139
CAPÍTULO 12 SISTEMAS DE ALAVANCAS NA
BIOMECÂNICA
144
CAPÍTULO 13 BIOMECÂNICA NO AMBIENTE AQUÁTICO
149
CAPÍTULO 14 CINEMÁTICA
156
CAPÍTULO 15 A FORÇA E SEUS CONCEITOS NO
MOVIMENTO E NOS ESPORTES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
BIOMECÂNICA DO
MOVIMENTO HUMANO
PROF. MANOEL CARNEIRO
DE OLIVEIRA JUNIOR
INTRODUÇÃO
Quando vemos essas duas disciplinas, logo pensamos que são um só, porém são
disciplinas que se complementam, a Cinesiologia e a Biomecânica permitem analisar os
movimentos articulares nos planos anatômicos, entender como as estruturas do corpo
respondem à aplicação de cargas mecânicas e como as forças atuam e modificam o
movimento humano, exercícios físicos que serão aplicados ao longo do tempo, em um
indivíduo. Quando associadas, essas disciplinas promovem a melhoria do rendimento
desportivo no tratamento de doenças degenerativas e permitem a prevenção de lesões
do sistema musculoesquelético.
Ao entender a Cinesiologia e a Biomecânica, poderemos desenvolver a capacidade
de pensar de forma ampla, refletindo sobre as questões centrais que norteiam o
programa e a execução das ações em cinesiologia, biomecânica e treinamento físico, por
profissionais ligados ao espaço de saúde. Diante disso, o entendimento visa contribuir
para a formação de profissionais capazes de conhecer as principais dificuldades e
problemas que surgem, permitindo-lhes ter maior confiança no processo de tomada
de decisão nas questões relacionadas à cinesiologia, biomecânica e treinamento físico.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA CINESIOLOGIA
Sabe quando você está praticando algum tipo de esporte, ou você está assistindo
o seu jogo favorito e de repente dá aquela famosa puxada ou “fisgada” atrás da perna
ou, se for mais técnico, nos isquiotibiais?
A principal causa é a sobrecarga muscular. Durante um chute de bola ou sprint, o
grupo muscular anterior da coxa, denominado quadríceps, contrai-se vigorosamente,
alongando o joelho e o grupo posterior da coxa um contra o outro. Resistência, destinada
a modular o movimento. Nesse momento, para não resistir à força dos quadríceps
(agonistas), os isquiotibiais (antagonistas) se rompem.
Uma boa nutrição e hidratação são muito importantes, mas como a cinesiologia
pode ajudar a prevenir esse tipo de lesão? Como o educador físico deve proceder no
momento da lesão? Quais músculos constituem os tendões da coxa e o quadríceps
da coxa?
Após a leitura, faça uma reflexão e entenda como acontece isso e outras lesões.
O termo Cinesiologia é uma combinação de dois verbos gregos, kinein, que significa
mover, e logos, que significa estudo das estruturas organizacionais do corpo.
Temos como conhecimento que o pai da cinesiologia foi o Grego Aristóteles (384 -
322 a.C.), e que, segundo documentos, foi o primeiro a estudar e demonstrar o processo
de caminhar, processo que mostra o que o movimento de rotação pode significar.
Aristóteles tinha como ideais sucessivas analogias com as três leis de Newton; o
complexo processo do caminhar, na época de Aristóteles, que se mostrava relevante
em termos de importância do centro de gravidade, leis do movimento e alavancagem.
Na Grécia, temos relatos de outro cidadão grego de grande importância para o
início da cinesiologia, Arquimedes (287- 212 a. C.) em parte com a possibilidade de
viagens espaciais, porque alguns recursos deste estudo são usados por astronautas
(HAMILL, 2012).
O catálogo de Arquimedes é extremamente extenso, com investigações das leis
da alavanca, por exemplo, e relativo à determinação do centro de gravidade. Estes
estudos, junto com os estudos do som, são denominados de fundamento da mecânica
teórica, e ainda hoje é utilizado na ciência dos estudos da anatomia do corpo humano
e da cinesiologia.
Segundo Knudson, D.V. & Morrison, C.S (2001) Galeno (131 - 201 d. C.), também
Romain, um grande estudioso da Cinesiologia, que, com base na observação de
gladiadores na Ásia Menor, acumulou vários estudos sobre o movimento do ser humano,
tendo por objeto de estudo esses atletas, e por isso é conhecido até hoje como o
primeiro médico Cinesiologista da história.
No estudo de Galeno intitulado Motu Musculorum, o autor diferencia nervos motores
de nervos sensoriais, bem como músculos agonistas e músculos antagonistas. Entre
outras observações encontradas em sua obra é importante falar dos termos diartrose
e sinartrose que são utilizados até recentemente na artrologia (estudos dos conjuntos
articulares), ele usou o mecanismo nervoso para alcançar os músculos e os fez se
contraírem. Por essas razões em particular, Galeno é considerado como o pai da
medicina esportiva e, por meio de seu estudo, o primeiro manual de cinesiologia
(HALL, 2005).
Da Vinci era muito complexa e complicada para aqueles que não entendiam sobre
isso, e por esta razão seus relatos somente foram usados mais amplamente 300 anos
após sua morte, tendo sido reconhecidos em vida apenas por um pequeno grupo de
conhecidos (CAVAGNA; MARGARIA, 1966).
Ainda temos notícias das contribuições de Galileu Galilei (1564 - 1643), formado pela
Universidade de Pisa, que seguia a filosofia de que a natureza se escreve em símbolos
matemáticos, razão pela qual tomou a matemática como aliada para a explicação da
física. Galileu, ao falar da aceleração de um corpo em queda livre, garante que a principal
característica da velocidade desse movimento não é o peso do corpo, mas a relação
entre espaço e tempo, como introdução à metodologia experimental na ciência, o uso
de termos matemáticos nos movimentos do corpo humano, e como explicação para a
ocorrência desses eventos, impulsionou a consagração da cinesiologia como ciência.
Seguindo as indicações de um discípulo de Galileu, Alfonso Borelli (1608 - 1679)
foi mais um que utilizou a matemática como ferramenta para explicar os fenômenos
físicos humanos. O autor afirmava que o corpo humano tem aspectos idênticos aos
das máquinas, baseando-se em aspectos como a quantidade de força exercida por
diferentes músculos, bem como a perda de força devido a determinados movimentos
desfavoráveis, resistência do ar e resistência da água, alguns dos pontos estudados
por Borelli. Seus estudos também são atribuídos à teoria de que os ossos funcionam
como alavancas e que os músculos auxiliam nos movimentos de acordo com princípios
matemáticos (FORNASARI, 2001).
Para os músculos se contraírem, Borelli admitiu que a esta contração teve alguns
eventos químicos, mas fantasiosamente afirmou que os nervos são tubos cheios de um
tipo de material esponjoso que contém em sua matéria algo que ele chama, assim como
os espíritos animais de Galileu, às vezes traduzido como gás nervoso. Segundo ele, o
funcionamento desse material era agitado da periferia para o cérebro e produz sensação,
e o inverso provoca a produção, preenchimento e aumento da porosidade dos músculos,
resultando em turgor (dilatação e inchaço). Segundo Borelli, a reação dessa substância
nos músculos com subsequente contração leva a uma espécie de fermentação.
Como retrata Fornasari (2001) em seus estudos, Borelli tem um papel importante
na história da cinesiologia por uma razão ou consagração específica, por isso ele foi
eleito como o fundador e promotor dessa área da fisiologia que vincula os movimentos
musculares aos princípios mecânicos e, muitas vezes, ele foi atacado logo após suas
apresentações.
Entre os críticos, estava Francis Glisson (1597 - 1677), que argumentou que as
fibras musculares se contraem em vez de dilatar no ato da flexão, uma afirmação
que é demonstrada por Glisson em experimentos pletismográficos (instrumento para
avaliar o pulso arterial). O eminente fisiologista Albrecht Von Haller (1708 - 1777) disse
que a contratilidade muscular é uma função do músculo que não depende da função
neuronal para existir.
James Keill (1674 - 1719), um importante cientista na história da cinesiologia, foi
o primeiro a lidar com a contagem da quantidade de fibras musculares em certos
músculos, e assume que na contração muscular, cada fibra se torna esférica e é
responsável pelo levantamento ou empurrando um certo peso (FLOYD, 2000).
Charles Darwin (1809 - 1882) apoiou teses já clássicas na comunidade científica a
respeito do conhecimento histórico do corpo humano O conceito de Darwin é atualmente
conhecido como a teoria da evolução, e isso foi esclarecido tanto em sua apresentação
quanto em vários assuntos relacionados à Cinesiologia, originando pesquisas de vários
antropólogos que agregaram ainda mais conhecimentos à Cinesiologia, atuando na
Cinesiologia, principalmente nos estudos da função muscular do corpo humano.
cinesiológico é que conhecemos as forças que atuam no nosso corpo. O estudo cobre
a estrutura esquelética e muscular. Os ossos têm tamanhos e formas diferentes,
principalmente nas articulações, que promovem ou restringem os movimentos. Os
músculos variam em tamanho, forma e estrutura de uma parte do corpo para outra.
O corpo humano apresenta mais de 600 músculos (NETTER, 2000).
Centro de gravidade
Ponto onde se concentra todo o peso do corpo, gerando, assim, um equilíbrio de todas
as partes, sendo o ponto de intersecção dos três planos: sagital, frontal e transversal.
Sua posição dependerá da estrutura anatômica do indivíduo, mas geralmente nas
mulheres é mais fraco do que nos homens, mas por engano é encontrado a cerca de
4 centímetros da frente da primeira vértebra sacral (vide Figura 5).
Linha de gravidade
Linha vertical que atravessa o centro de gravidade, a sua posição só será possível
dada a posição do centro de gravidade.
Centro de
Gravidade
Eixo vertical: estende-se de cima para baixo, perpendicular ao solo e plano transversal,
permite movimentos de rotação lateral e rotação medial
Exemplo: articulação do cotovelo.
Movimentos fundamentais:
• Plano sagital
• Flexão: há diminuição do ângulo da articulação. Podemos ter como exemplo
a inclinação da cabeça para frente.
• Extensão: movimento de retorno em flexão.
• Hiperflexão: refere-se apenas ao movimento do braço ao flexioná-lo além
da vertical.
• Hiperextensão: movimento contínuo de extensão, no braço pode ser visto
quando a extensão é estendida além do corpo.
• Eixo Longitudinal
• Eixo Sagital
• Eixo Transversal
• Plano Frontal
• Abdução: movimento que ocorre lateralmente, longe da linha média do
corpo, é um movimento de elevação lateral, termo usado para descrever os
movimentos laterais do braço para longe do corpo.
• Adução: Movimento que ocorre lateralmente, uma aproximação da linha média
do corpo, levando em consideração a posição anatômica do membro em
questão.
• Flexão lateral: movimento de flexão lateral da cabeça, tronco ou outro membro
(vide movimentos na Figura 7).
• Hiperabdução: Este termo é usado ao realizar uma abdução além da vertical.
• Plano transversal.
• Rotação esquerda e direita: aplica-se a algumas articulações. Neste
movimento, a frente gira respectivamente para o lado oposto.
• Rotação medial: move a face anterior de um membro para mais perto do
plano médio.
• Rotação lateral: move a face frontal para longe do plano médio.
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 2
ESTRUTURA E AÇÃO DO
MÚSCULO ESTRIADO, TIPOS DE
CONTRAÇÕES MUSCULARES
GRUPOS MUSCULARES ELEVAÇÃO DEPRESSÃO ABDUÇÃO ADUÇÃO ROTADOR SUPERIOR ROTADOR INFERIOR
SUBCLÁVIO ACESSÓRIO
PEITORAL MENOR MP MP MP
SERRÁTIL MP MP
TRAPÉZIO I MP
TRAPÉZIO II MP ACESSÓRIO MP
TRAPÉZIO III MP
TRAPÉZIO IV MP ACESSÓRIO MP
ELEVADO DA ESCÁPULA MP
ROMBÓIDE MP MP MP
Tabela 1- Músculos atuadores do cíngulo escapular
Fonte: o autor.
Subclávio
Este é um pequeno músculo que está localizado abaixo da clavícula, tem como
origem a face superior da 1ª costela e a sua inserção está ao longo da parte central
da face inferior da clavícula. A Figura 2 mostra a localização do próprio
Podemos dizer que sua principal ação é puxar a clavícula medialmente, prendendo-a
ao esterno.
Sua inserção ocorre na borda externa da goteira bicepital (sendo seu tendão plano)
do úmero. A região da parte clavicular é responsável pela flexão do ombro, facilitando
também a abdução deste segmento (ombro). Na adução horizontal, as porções esternal
e clavicular atuam em conjunto, sendo, portanto, um movimento importante para o
reforço muscular geral e requerem muita força.
Peitoral maior
O peitoral maior pode ser considerado um pequeno músculo localizado na parte
superior do tórax, sob o peitoral menor, tem sua origem na 3ª, 4ª e 5ª costelas e sua
inserção no final do processo coracóide (um tipo de acidente ósseo do úmero). Tem
como sua principal ação atuar como motor primário (MP) na abdução e na rotação
descendente da escápula, atua também na ajudando o sistema respiratório com a
respiração profunda e a respiração forçada.
Serrátil
O Serrátil apresenta um formato serrilhado (daí provém o nome serrátil) e está
localizado abaixo da área da axila (Figura 4).
Tem como sua origem a superfície externa e lateral das primeiras oito ou nove costelas
e sua inserção na superfície anterior da borda medial da escápula, do ângulo superior
para o inferior (parte inferior), além de ajudar o sistema respiratório na respiração.
Trapézio
O trapézio pode ser considerado um grande músculo localizado na parte superior
das costas que este possui quatro unidades funcionais, comumente chamadas de
porções (Figura 5).
Levantador da escápula
Este é um pequeno músculo localizado sob a parte superior do trapézio (Figura 6)
que tem origem no processo transverso da 4ª ou 5ª primeira vértebra cervical.
Tem como inserção na borda medial da escápula até o ângulo superior da escápula.
Como o nome sugere, sua principal função é realizar a elevação da escápula e manter
a postura natural do indivíduo.l
Romboide
O músculo rombóide tem a sua localização abaixo da parte média do trapézio
(Figura 7) e tem a sua origem nos processos espinhosos da 7ª vértebra cervical até
a 5ª vértebra torácica.
Figura 7: Romboide
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/95/Gray409.png/375px-Gray409.png
Deltóide
O músculo deltóide possui três partes, sendo estas divididas em anterior, média e
posterior (Figura 9).
Supraespinhal
A supraespinhal (ou supraespinal) está localizado sob a porção 2 do trapézio,
ocupando a fossa supraespinhal (Figura 10), e tem sua origem na fossa supraespinhal.
Sua inserção está localizada no grande tubérculo do úmero (um tipo de acidente
ósseo do úmero) e sua principal ação é a abdução do ombro, promovendo também
uma rotação externa.
Coracobraquial
O músculo coracobraquial tem sua origem no processo coracóide da escápula
(Figura 11) e sua inserção ocorre na parte ântero-medial do úmero
Redondo Maior
O redondo maior é um músculo que tem sua origem no canto inferior da escápula,
e tem sua inserção no sulco do bíceps do úmero (um tipo de acidente ósseo
(Figura 13).
Subescapular
O subescapular está localizado próximo à parede torácica, tem sua origem na
superfície costal da escápula e se insere no pequeno tubérculo do úmero (Figura 15).
Manguito rotador
O manguito rotador é um conjunto de tendões musculares que comprimem (ou
seguram) a cabeça do úmero na cavidade glenoidal, aumentando a estabilidade do
ombro (Figura 16).
O cotovelo tem uma amplitude em média de 150 graus, tendo uma limitação na
flexão pela massa muscular e na extensão, a limitação se deve ao contato entre o
uma estrutura que existe na ulna chamada de olécrano e o úmero (NEUMANN, 2011).
A seguir poderemos ver e analisar as estruturas, origem e inserção. Veja os grupos
musculares e seus respectivos movimentos na tabela 3 – Movimentos e músculos
do cotovelo
Tríceps braquial
Este é um músculo bi-articular importante que tem três origens: a parte longa (na
escápula); a parte lateral (do caule ao tubérculo grande); e a parte medial (espinha inferior
do úmero). Sua inserção é por meio de um único tendão no olécrano da ulna (Figura 17).
Ancôneo
O ancôneo é um pequeno músculo e tem origem no epicôndilo lateral do úmero e
se insere no olécrano da ulna e no 1/4 proximal da superfície posterior da diáfise da
ulna (Figura 18).
Bíceps braquial
O bíceps braquial é um músculo biarticular importante, o bíceps braquial tem
duas origens, sua porção longa começa na parte superior da cavidade glenoidal; e a
extremidade curta, por sua vez, surge do processo coracóide da escápula (Figura 19)
ANOTE ISSO
Braquiorradial
O músculo braquiorradial tem sua origem na crista supracondilar do úmero e no
septo lateral, sua inserção é no processo estilóide do rádio (Figura 20).
Braquial
Este músculo está localizado abaixo do bíceps braquial e tem origem no terço
médio do úmero e sua inserção na tuberosidade da ulna (Figura 21).
Pronador redondo
Localizado sob o braquiorradial, o pronador redondo tem origem do epicôndilo
medial do úmero e do processo coronóide da ulna (Figura 22) e está inserido na face
central lateral do rádio.
Pronador quadrado
Este músculo tem origem na parte anterior distal da ulna e sua inserção na parte
anterior distal do rádio (Figura 23).
Supinator
O supinador tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero e na crista supinadora
ulnar, sua inserção está localizada no terço lateral proximal do rádio.
ANOTE ISSO
O cotovelo, embora seja uma articulação estável, apresenta um alto risco de lesões
devido à sua alta mobilidade e alavancas poderosas. A utilização de dispositivos
(raquetes, tacos, malas pesadas, entre outros) aumenta os movimentos ou pares
mecânicos na junta.
Para minimizar o risco, é importante evitar alto estresse (repetitivo e alto).
Oponente do polegar
O oponente do polegar tem origem no osso trapézio e no ligamento transverso do
carpo, e sua inserção está localizada na parte medial e radial do osso metacarpo.
Executa um movimento circular parcial do metacarpo do polegar, denominado por
alguns cinesiologistas como opositor. Este movimento permite que a extremidade
distal do polegar toque a extremidade distal dos outros quatro dedos.
A oposição do polegar é talvez a função mais importante da mão, pois combina
flexão, abdução e rotação do polegar com outros músculos como o flexor curto do
polegar e o abdutor do polegar, que também auxiliam nessa função.
Extensor de dedo
Localizado na parte posterior do antebraço e originando-se do epicôndilo lateral
do úmero. Sua inserção está localizada na superfície dorsal da falange proximal e
na superfície dorsal da falange proximal. Como o nome sugere, a principal função é
estender a falange proximal, bem como ajudar a estender o punho.
CAPÍTULO 3
COLUNA VERTEBRAL
E SEUS MOVIMENTOS
ANOTE ISSO
Acima dos ossos do sacro, a coluna vertebral tem uma certta flexibilidade e graças a
esta flexibilidade tem diferentes níveis de possíveis movimentos que a coluna vertebral
pode realizar.
Abaixo (Figura 3), temos a diferença das vértebras cervical, torácica e lombar, quanto
a seu formato e aspecto.
Figura 3: Cervical
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray89.png
Figura 4: Torácica
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray82.png
Figura 5: Lombar
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray93.png
Podemos observar que as vértebras lombares têm áreas maiores, tal fato é explicado
principalmente pelo peso maior que deve ser apoiado por vértebras inferiores, por
exemplo, sabemos que cerca de 80% do peso do indivíduo é suportado pela vértebra L5.
Observe que na Figura 6 a flexão do tronco (C) este é o resultado da flexão do quadril
(B) e da flexão de múltiplas vértebras (C para B na Figura 6). Quando esse movimento
continua atrás da posição anatômica (A), é chamado de hiperextensão vertebral.
A rotação ao longo do eixo longitudinal é máxima nas vértebras torácicas e mínima
nas vértebras lombares principalmente porque seus processos articulares limitam os
movimentos, os termos rotação direita e rotação esquerda são comumente usados
nestes tipos de movimento..
De acordo com os estudos de Nachemson e Morris (1964), quando o tronco é fletido,
os discos intervertebrais são comprimidos, principalmente no lado onde ocorre a flexão,
o que provoca um aumento das forças que atuam sobre o anel fibroso e em função da
seu tamanho e da integridade estrutural, indicando que uma hérnia discal pode ocorrer.
Portanto, é importante que o profissional de educação física oriente seus alunos,
principalmente os idosos, a realizarem os movimentos da coluna com cuidado e,
preferencialmente, em baixa velocidade.
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 4
MOVIMENTO DA PELVE,
QUADRIL E MMII
Se você já viu os vídeos “Hips Don’t Lie” de Shakira ou os vídeos “Can’t Stop the
Feeling” de Justin Timberlake, você deve estar se perguntando como esses artistas
podem criar tamanha variedade de movimentos. Bem, eles têm exatamente a mesma
anatomia de todos nós, usando esses músculos para nos apoiar enquanto passamos
incontáveis horas sentados ou estudando. Shakira e Justin apenas usam a anatomia
do quadril (cintura pélvica) e coxa, para potencial total.
Vamos estudar nessa aula estas estruturas e seus movimentos.
A estrutura pélvica é formada pelos ossos ílio, púbis e ísquio que são fortemente
unidos e nestes estão incluídos o acetábulo que é o local onde a cabeça do fêmur se
encaixa para formar o quadril (Figura 1).
Olhando para a Tabela 1 (acima) vemos que o quadril possui quatro potentes
músculos flexores (MPs) e oito músculos que auxiliam na flexão (apoios), provando
que este é o movimento mais vigoroso que este pode desenvolver.
A extensão do quadril (Figura 2) é alcançada principalmente por quatro músculos
motores principais (MPs) e um número muito menor de músculos acessórios do que
a flexão. Isso porque na maioria das atividades diárias, como caminhar por exemplo, a
Movimentos do Joelho
Considerado por alguns cinesiologistas como a articulação mais complexa do corpo
humano, o joelho conecta a parte distal do fêmur com as partes proximais da tíbia e
fíbula e tem a mesma capacidade de resistir a altas forças, especialmente em corridas
rápidas e no momento de impulso para diferentes tipos de saltos (DOBLER, 2003).
Seus movimentos são realizados por meio de 12 músculos que estão presentes na
Tabela 2.
Olhando para a tabela acima, vemos que o número de flexores do joelho é sete,
enquanto os extensores do joelho são quatro na flexão, é necessário superar a força
da gravidade e a extensão, por sua vez, é facilitada pela ação da gravidade.
Músculos bi articulares com atuação no quadril e joelho
Como o próprio nome sugere, os músculos bi articulares são aqueles que cruzam
duas articulações, no joelho constituem a maior parte dos músculos e aumentam a
eficiência do movimento realizado pela transferência de energia.
Outro aspecto importante dos músculos bi articulares é o paradoxo de Lombard
(Figura 3); neste, o torque na articulação está na direção oposta ao causado pelo
músculo.
É fácil perceber, por exemplo, que ao se levantar de uma cadeira (Figura 4), ocorre
uma contração do quadríceps na extensão do joelho e uma contração dos isquiotibiais
na extensão do quadril.
O torque extensor do quadril gerado pelos isquiotibiais é maior que o torque flexor do
quadril gerado pelo reto femoral, ao mesmo tempo, o torque extensor do joelho gerado
pelo quadríceps é maior do que o torque flexor do quadril gerado pelo quadríceps.
Isquiotibiais (DANGELO; FATTINI, 2007).
Movimentos do Tornozelo e do Pé
O pé é composto por 26 ossos que são conectados por 33 articulações (Figura 4,
em especial o eixo longitudinal) que são importantes para distribuir adequadamente
o peso corporal quando a pessoa está em pé, em repouso ou em movimento como
por exemplo caminhando.
Figura 4: Ossos do pé
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gray268.png
TORNOZELO E PÉ MÁLEOLO
GRUPOS
FLEXÃO
MUSCULARES DORSIFLEXÃO INVERSÃO EVERSÃO FLEXÃO EXTENSÃO
PLANTAR
TIBIAL ANTERIOR MP MP
FIBULAR
MP MP MP
TERCEIRO
EXTENSOR
LONGO DOS MP
DEDOS
EXTENSOR
ACESSÓRIO MP MP
LONGO DO HÁLUX
GASTROCNÊMIO ACESSÓRIO MP
SÓLEO MP
PLANTAR MP
FIBULAR LONGO ACESSÓRIO
FIBULAR CURTO ACESSÓRIO MP
FIBULAR LONGO
ACESSÓRIO MP
DOS DEDOS
FIBULAR LONGO
ACESSÓRIO ACESSÓRIO MP
DO HÁLUX
TIBIAL
ACESSÓRIO ACESSÓRIO MP
POSTERIOR
Tabela 3 – Ações e músculos do tornozelo e do pé
Fonte: desenvolvido pelo autor
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 5
AS FÁSCIAS MUSCULARES
ANOTE ISSO
Você sabia que a fáscia muscular começou a ser estudada por um desenhista?
John Hull Gruny nasceu em Southall, Inglaterra, em 1907, este desenhista foi um
pioneiro em estudos de fácias musculares na sua cidade natal, Inglaterra. Ele
estudou arte no King College e na Chelsea School of Art em Londres antes de
estudar no Royal Collegae of Art. Na época da Guerra Mundial levou John Gruny
para à medicina onde desenvolveu seus estudos de Anatomia para o Royal College
of Surgeons e o Orpington Hospital War em Londres.
5.1 Estrutura
CAPÍTULO 6
MOVIMENTOS DA
ARTICULAÇÃO DO
CORPO HUMANO
Articulação do ombro
Segundo Carpenter (2005) o ombro é a articulação mais complexa que existe
no corpo humano (Figura 1), tendo movimentos em três planos, é composto por
alguns ossos como: úmero, escápula e clavícula, e outras quatro articulações como
o esternoclavicular; acromioclavicular; glenoumerais e escapulotorácicos, além dos
ligamentos que conferem estabilidade e os dezesseis músculos envolvidos como
visto anteriormente.
Articulação esternoclavicular
A extremidade próxima da clavícula se articula com a incisura clavicular em
correspondência com o manúbrio do esterno e com a cartilagem da primeira costela,
uma articulação sinovial em forma de sela com três graus de liberdade em ambos os
lados, o que reduz a incongruência das superfícies, promovendo, assim, uma melhor
e maior possibilidade de movimento rotacional da clavícula e da escápula (Figura 2).
Os ligamentos desta articulação são: a articulação esternoclavicular anterior e a
articulação esternoclavicular posterior, que suportam a articulação anteriormente, o
costoclavicular e o interclavicular, que limitam respectivamente a elevação e abaixamento
excessivo (DANGELO; FATTINI 2007).
Articulação acromioclavicular
A articulação acromioclavicular, também conhecida como articulação do processo
acromial da escápula, é uma pequena articulação sinovial localizada entre o ponto
lateral da clavícula e o processo acromial da escápula. Esta articulação é classificada
como uma articulação diartrodial irregular, pois embora seja uma estrutura articular,
permite apenas movimentos limitados. A estabilidade é proporcionada pelos ligamentos
acromioclavicular e coracoclavicular com sua divisão em: trapézio e conóide.
Articulação glenoumeral
Knudson (2000) preconiza que a articulação glenoumeral é classificada como uma
articulação esferóide, tem uma fossa glenóide piriforme pequena e rasa. Para que
ocorra essa liberdade de movimento é necessária uma sinergia entre os músculos
cingulados e o complexo do ombro, e, portanto, somos capazes de realizar todos os
movimentos do ombro em seus ângulos máximos.
Articulação escapulotorácica
A escápula entra em contato com o tórax através da articulação escapulotorácica,
(Figura 3) a escápula está presa a dois músculos, o serrátil anterior e o subescapular.
Articulação do cotovelo
O cotovelo embora classificado como uma articulação, na verdade é um complexo
composto por três articulações (Figura 4): a úmero-ulnar, entre a tróclea do úmero
e a incisura troclear da ulna, o úmero radial, entre o capítulo do úmero e o cabeça
proximal do rádio e rádio-ulnar, entre a cabeça do rádio e a incisura radial da ulna que
se encontram em uma cápsula articular comum. De arquitetura forte, a articulação
do cotovelo é estável (NETTER, 2000).
Os ligamentos da articulação do cotovelo servem para manter as superfícies
articulares em contato. São verdadeiros tensionadores, dispostos em cada lado da
articulação: o ligamento lateral interno e o ligamento lateral externo um leque fibroso.
Distal
Articulação sinovial trocoide que está entre a cabeça da ulna e incisura ulnar do
rádio. Os ligamentos são: ligamento radioulnar ventral e ligamento radioulnar dorsal, os
dois são espessamento da cápsula articular que vai do rádio à ulna transversalmente
a ambos os ossos.
Mão
As articulações da mão podem ser divididas entre as articulações do punho e as
articulações dos dedos. A articulação entre a mão e o antebraço é feita pela articulação
entre o rádio e os ossos do carpo (radiocarpal articular) e as articulações entre os
ossos do carpo (articulações intercarpais). A ulna, embora presente nesta extremidade
articular, não se articula diretamente com o carpo. Esta interface é formada pelo
menisco ou disco articular do punho (SOBOTTA, 2000).
Articulação carpometacarpal
Estas são as articulações que ocorrem entre o carpo e o metacarpo dos dedos. É
uma articulação sinovial do tipo plano.
ANOTE ISSO
Articulações metacarpofalângicas
Estas são as articulações sinoviais esferoidais entre os metacarpos e as primeiras
falanges do segundo, terceiro, quarto e quinto dedos do pé, conectadas por dois
ligamentos colaterais um de cada lado da articulação e por um espessamento da
cápsula articular em sua face frontal, chamados ligamentos palmares.
Articulações interfalangianas
Estas são membranas sinoviais do tipo gengival (dobradiça) papel dos ligamentos
posteriores.
Articulação do Joelho
O joelho é uma grande articulação capaz de suportar e suportar diversas cargas,
além de possuir grande mobilidade em sua constituição, pois fornece recursos para
a realização de diversas atividades.
O joelho é uma articulação sinovial composta por três articulações dentro de
uma única cápsula articular, entre as quais estão as duas articulações condilares do
complexo articular tíbio-femoral que suportam o peso e uma terceira que se assemelha
à femoropatelar (RASCH; BURKE, 2003).
São articulações denominadas condiloides duplos, nas quais os côndilos medial e
lateral da tíbia e do fêmur se articulam e formam duas articulações que se configuram
lado a lado, desenvolvendo uma articulação articulada funcional, esta articulação
permite determinadas ações, incluindo movimentos laterais e rotadores.
A articulação patelofemoral é a articulação que ocorre entre a rótula e o fêmur de
forma que a parte posterior da rótula permanece coberta por cartilagem articular a
fim de reduzir o atrito entre a rótula e o fêmur (NETTER, 2000).
Os meniscos são cartilagens denominadas cartilagens semilunares, visto que,
apresentam forma crescente, porém os meniscos devem ser entendidos como discos
fibrocartilaginosos que permanecem fixos às placas tibiais superiores por meio de
ligamentos coronários, e que ainda permanecem fixos uns aos outros. pela ação
transversa do ligamento.
Os meniscos são mais grossos em suas bordas e são supridos por vasos sanguíneos
e nervos que fornecem sensação e informações relacionadas à carga no joelho. O joelho
tem ligamentos colaterais, que podem ser divididos em ligamento colateral medial
e ligamento colateral lateral que se estende da crista ilíaca do epicôndilo lateral do
fêmur até a cabeça da fíbula e fornece estabilidade no joelho em sua parte lateral. Os
ligamentos cruzados anterior e posterior que conectam o fêmur e a tíbia e controlam
o deslocamento ântero-posterior (VILELA JÚNIOR, HAUSER, DAGNONE; OLIVEIRA, A.
2011).
Distal
É uma sindesmose formada entre a superfície articular do maléolo lateral e a incisura
da fíbula dos dois ossos da tíbia.
Pé
As articulações do pé podem ser divididas entre a articulação do tornozelo, que
atua como elo entre o pé e a perna, e as articulações que promovem o movimento
interno do pé: subtalar e médio-tarsal.
Tornozelo
É uma estrutura composta pela articulação do tálus com o maléolo da tíbia e fíbula.
Esta articulação é caracterizada como um ginglimo (junta de dobradiça em forma
de). Ligamento tibiofibular anterior, ligamento tibiofibular posterior, ligamento deltóide,
ligamento talofibular anterior, ligamento talofibular posterior, ligamento transverso,
ligamento interósseo, ligamento calcaneofibular e ligamento colateral lateral (SOBOTTA,
2000).
Figura 7: Articulação do Pé
Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2000. pág 894.
Articulações tarso-estatarsais
Os ossos que formam esta articulação são o primeiro, o segundo e o terceiro
cuneiformes, além do osso cuboide; que se articula com as bases dos ossos metatarsais.
Esta articulação é descrita como uma articulação sinovial plana.
Articulações metatarso-falangeais
São articulações sinoviais esferoidais funcionalmente limitadas ou consideradas
por alguns autores também como sinoviais condilares, formadas pela união da cabeça
do metatarso com as cavidades rasas nas extremidades das primeiras falanges dos
dedos dos pés.
Articulações interfalangianas
Estas são as articulações sinoviais da gengiva, cada uma dessas articulações tem
dois ligamentos colaterais e um ligamento plantar.
CAPÍTULO 7
CINESIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
Esqueleto do tórax
A caixa torácica é constituída além de vários outros ossos, pelo osso esterno (localizado
anteriormente no plano mediano), as vértebras torácicas (localizadas no plano dorsal
As costelas e cartilagens
As costelas são um tipo de filamento ósseo arqueado, estendendo-se de suas junções
com a coluna até a parte anterior da parede torácica. As primeiras sete costelas são
chamadas de costelas verdadeiras porque se articulam com o esterno por meio de suas
cartilagens (a esta junção se dá o nome de verdadeiro). A oitava, a nona e a décima
costelas são chamadas de falsas porque se fixam ao esterno apenas indiretamente
(através de processos cartilaginosos), unindo suas cartilagens uma à outra e, finalmente,
à sétima. Isso forma a borda ou margem costal, que marca anteriormente o limite
inferior da caixa torácica. as costelas convergentes formam o ângulo infra esternal (ou
subcostal) que varia de acordo com o biótipo dos indivíduos, sendo muito agudo no
longo e obtuso no curto. A décima primeira e a décima segunda costelas, chamadas
costelas flutuantes, são curtas, rudimentares, terminam entre os músculos da parede
abdominal anterolateral e são desprovidas de cartilagem (por isso são chamadas de
flutuantes, por dar esta impressão) (SOBOTTA, 2000).
Segundo Miranda, (2000) com exceção da 1ª, 11ª e 12ª costelas, as demais podem
ser consideradas costelas típicas, embora a 8ª, 9ª e 10ª costelas sejam mais curtas
e ajudem a formar a borda ou margem da costela. coluna (fovato costal do corpo
vertebral), o pescoço segue a cabeça, inclinando-se póstero-lateralmente em direção
ao processo transverso da vértebra, com a qual se articula através do tubérculo costal.
No canto da costela, o osso muda de direção abruptamente, inclinando-se para baixo
conforme se curva para os lados e depois para frente, acompanhando a superfície da
parede torácica, articulando-se com o esterno. Entre o ângulo da costela e o processo
espinhoso existe um espaço escavado, limitado, medialmente, pelo processo espinhoso
e, anteriormente, pelo processo transverso da vértebra e parte do corpo costal até
atingir o ângulo costal (NEUMANN, 2011).
Figura 2: Costelas
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Skeleton_woman_back.png
Este espaço é preenchido por músculos que formam duas grandes massas elevadas,
laterais à coluna vertebral. Esta verdadeira almofada muscular deixa, entre as suas
partes mediais, um sulco mediano, no fundo do qual estão os processos espinhosos
das vértebras.
As costelas atípicas são a primeira, décima primeira e décima segunda costelas
A primeira costela é a mais curta das costelas verdadeiras e descreve um arco
fechado e limita a abertura superior do tórax. É mais largo que os outros e é plano,
localizado anteriormente sob a clavícula, o que dificulta a palpação. A artéria e a veia
subclávia revestem sua superfície superior. (SOBOTTA, 2000).
A décima primeira e a décima segunda costelas são rudimentares e terminam entre
os músculos da parede abdominal em pontos de cartilagem romba.
Músculos inspiratórios
Os músculos inspiratórios se contraem para puxar o ar para os pulmões. Sendo o
músculo inspiratório mais importante o diafragma; entretanto, os intercostais externos
auxiliam também na respiração silenciosa normal. A contração do diafragma causa um
aumento do espaço na cavidade torácica e os pulmões se enchem de ar do ambiente
externo, perfazendo a mudança do ar atmosférico negativo e positivo.
Músculos acessórios
Os músculos acessórios da inspiração são:
Esternocleidomastóideo e escaleno: Contribuem menos durante os períodos de
respiração normal e mais durante os períodos de respiração ativa, por exemplo, durante
manobras de exercício e respiração forçada.
Exalação expiratório
É um processo passivo porque os pulmões naturalmente querem retroceder e entrar
em colapso. Ao expirar, os pulmões diminuem a contração dos músculos sem muito
esforço. No entanto, os músculos expiratórios - intercostais internos, reto abdominal,
oblíquos externos e internos e abdominais transversos - podem se contrair para expelir
o ar dos pulmões durante os períodos de respiração ativa (NETTER, 2000).
Além dos músculos mencionados acima, outros que contribuem para a respiração
também são observados: Serrátil anterior; Peitoral maior; Peitoral menor; Trapézio;
Latíssimo do dorso; Eretor da espinha; Iliocostal (porção lombar); Quadrado lombar;
Serrátil póstero-superior; Serrátil póstero-inferior; Levantadores das costelas; Transverso
do tórax; Subclávio.
CAPÍTULO 8
CINESIOLOGIA DA POSTURA
Quando falamos em postura logo pensamos em uma pessoa que está basicamente
imóvel, em pé e com certos pontos anatômicos em alinhamentos, mas postura é a posição
do corpo no geral qualquer que seja a posição, com ou sem movimento e com os pontos
anatômicos alinhados ou não.
De acordo com o que preconiza Alexander (1995), o estudo da postura está fortemente
ligado às abordagens biomecânicas e fisiológicas, limitando-se, portanto, ao estudo da
ação das forças físicas internas e externas sobre a postura, mas a determinação da
posição do corpo no espaço depende de várias variáveis. físico, temos os mecanismos
de controle interno.
Postura é a atitude adotada por todas as articulações do corpo em um determinado
momento, permitindo a isto estabilidade corpórea. O correto alinhamento dessas
articulações permite a máxima eficiência fisiológica e biomecânica, o que minimiza as
tensões e sobrecargas impostas ao sistema de suporte pela gravidade.
Este estado de equilíbrio musculoesquelético protege as estruturas de suporte do corpo
de lesões progressivas ou deformidades que podem ser ocasionadas. Quando temos uma
má posição esta pode gerar pequenas cargas anormais nas articulações que, repetidas
várias vezes em um curto período, promovem um efeito cumulativo, que pode causar uma
doença de origem mecânica (BORGHESE, BIANCHI e LACQUANITI, 1996).
Alterações posturais
Segundo os estudos de Pope e White (1976) o equilíbrio depende destes aspectos
importantes:
a) Aspectos cinesiológicos: A coluna vertebral, analisada como uma estrutura
mecânica, sujeita a uma série de forças complexas regidas pelas leis da física,
é uma haste móvel que cumpre duas funções completamente antagônicas e
centrais para o comportamento motor do ser humano: é o eixo de movimento
e sustentação do corpo, daí a sua complexidade, o que o torna imprescindível
para os profissionais que trabalham com o movimento humano.
Cada região da coluna tem uma amplitude de movimento particular, que deve ser
conhecida para fazer as demandas adequadas. Também é importante saber que as
cargas não estão distribuídas uniformemente ao longo da coluna vertebral.
b) Causas: As causas das alterações posturais são inúmeras e quase sempre atuam
juntas: atividades físicas básicas insuficientes no desenvolvimento, deficiência
de proteínas na dieta, alterações respiratórias, dependências posturais, excesso
de peso corporal, alongamento ou encurtamento muscular exagerado, anomalias
ósseas congênitas ou adquiridas e problemas psicológicos (frequentemente
inconscientes).
CAPÍTULO 9
MARCHA, CORRIDA E SALTO
Rotação pélvica
Em um nível normal de caminhada, a cintura pélvica gira alternadamente para a
direita e para a esquerda (ou vice-versa) da linha de progressão; a amplitude desta
rotação é de cerca de 8° (4 ° na fase oscilante e 4 ° na fase de suporte) a rotação
pélvica diminui o arco de passagem do centro de massa ao elevar as extremidades
do arco e, portanto, os ângulos de flexão na intersecção de arcos sucessivos são
menos abruptos e o custo de energia é menor (FORNASARI, 2001). O potencial é
mais progressivo. a força necessária para mudar a direção do centro de massa no
próximo arco é menor. A rotação angular do quadril, em flexão e extensão, é reduzida
e a energia necessária para a oscilação interna do membro é mantida..
Inclinação da pélvis
Como já mencionado por Costa (2014), o centro de massa move-se lateralmente
na extremidade carregada duas vezes durante um ciclo. O deslocamento é produzido
pela inclinação lateral da pelve oposta ao membro de suporte. A inclinação pélvica do
membro na fase oscilante ocorre repentinamente no final da fase de duplo apoio. A
trajetória do centro de massa é menor (ou mais curta), a trajetória pélvica é suave e,
graças à flexão do joelho, a energia é conservada por meio do encurtamento efetivo
do pêndulo.
destravado na flexão e novamente travado na extensão, seguido por uma flexão final
(BURDETT, SKINNER e SIMON, 1983).
Esses três determinantes, inclinação pélvica e flexão do joelho, trabalham para
diminuir o arco translacional do CM. A rotação pélvica eleva as extremidades do arco
enquanto a inclinação pélvica e a flexão do joelho abaixam seu pico máximo.
Pé e Joelho
Há uma estreita relação entre os deslocamentos angulares do pé e do joelho,
sendo possível até estabelecer dois arcos que se cruzam durante a fase de apoio
unipodal. A primeira ocorre no contato com o calcanhar e é descrita pelo raio formado
pelo calcanhar. O segundo arco é formado pela rotação do pé em torno do centro
estabelecido no antepé em associação com a propulsão. Em contato com o calcanhar,
o pé é dorsiflexionado e o joelho totalmente estendido, de forma que a extremidade
esteja em seu comprimento máximo e o centro de massa encontre seu ponto mais
baixo de movimento ascendente. iniciando a flexão do joelho, mantém o centro de
massa em sua progressão no mesmo nível por um período, baixando suavemente e
invertendo a curvatura no início de sua amplitude de translação. A ponta desse arco
também é achatada e ligeiramente invertida pela segunda flexão do joelho associada
à propulsão (COSTA, 2014).
ANOTE ISSO
executado pelo outro membro. dissipação de energia pelo trabalho negativo feito
pelo corpo. O trabalho negativo pode ser feito ativamente, por ativação muscular, por
deformação de tecidos moles e em vários locais do corpo.
Na marcha dinâmica passiva, o membro anterior faz um trabalho negativo no CM
e reduz a amplitude da velocidade do CM para que a próxima fase de apoio da perna
comece em um ritmo mais lento do que a anterior do robô em um plano inclinado. A
perda de energia dinâmica de caminhada ativa pode ser reduzida em 75% no máximo
aplicando um pulso de propelente pouco antes da colisão. A redução na perda de
energia ocorre quando a propulsão reduz a velocidade de colisão (DOKE; KUO, 1977).
9.1 Corrida
Correr é uma atividade física muito popular entre os brasileiros, isso porque correr é
uma atividade relativamente simples de se fazer, não requer um equipamento específico
e nem um local específico.
Hoje em dia, muitas pessoas optam pela prática de exercício porque se integra
mais facilmente no quotidiano agitado das pessoas. No entanto, correr é um esporte,
pois cada esporte requer cuidados especiais, deve ser praticado corretamente e pode
causar lesões se praticado de forma inadequada.
Ciclo da corrida
Um ciclo de corrida começa a partir do contato inicial do calcanhar de um pé até
o próximo contato inicial do calcanhar do mesmo pé e é dividido em duas fases de
acordo com Carr (1998).
Fase de apoio à frente: Ocorre durante o contato com o solo, devido ao movimento
descendente da perna e leve flexão do joelho (“amortecimento”) preparando para o
impulso; enquanto o joelho oposto avança flexionando consideravelmente (também
dependendo da velocidade da ação de corrida), para superar a perna de apoio e continuar
o movimento para frente durante este período em que a perna de apoio assume a
tarefa de impulso (CAVAGNA; KANEKO, 1977).
(a) nas provas de longa distância coloca-se primeiro a parte anterior do pé e depois
a parte lateral externa:
(b) com o calcanhar mais próximo do solo do que em corridas de curta distância,
onde o calcanhar é mais alto (predomina o dedo do pé),
(c) porque a inclinação do corpo é mais íngreme para aumentar o empuxo motor.
Fase de impulso
Para Carr, (1998) a fase de impulso ocorre obviamente quando o pé está apoiado
na superfície, esta organização das fases é para análise movendo-se para frente
Fase de vôo
Em cada etapa em que o corpo não está mais em contato com a superfície de
suporte. Esta fase do voo é o que mais facilmente distingue caminhar de correr.
A projeção para frente causada pelo impulso se manifesta na parábola descrita
pelo CG assim que o contato com o solo é encerrado, sendo esta fase uma perda
de velocidade.
Durante a fase de voo, a perna livre balança e então estende para contato com o
solo (fase de balanço) enquanto a perna de decolagem flexiona rapidamente (fase de
recuperação) (MCGINNIS, 2015).
Fase de balanço: na fase de balanço, a coxa da perna livre deve subir rapidamente
para a horizontal.
Fase de recuperação
Na fase de recuperação, o joelho da perna de impulsão deve dobrar fortemente
com um movimento de pêndulo curto.
Geração de força:
1. Quando o pé está em contato com o solo, ele gera força ou interrompe o movimento.
Força motriz: composição da mecânica básica mais a velocidade alcançada na
fase de aceleração. A ideia é elevar o centro de gravidade, um treinamento específico
auxilia na melhor execução do movimento, causando o mínimo de perda de energia.
Resultado:
Fórmula: Velocidade = CP x FP = ? metros por segundo (m/s)
Resposta: V = 1,85 x 3 = 5,55 m/s - O indivíduo corre a uma velocidade de 5,55 m/s.
Resultado:
Fórmula: Vm = deslocamento / tempo gasto = ?
Resposta: Vm = 9 / 6 = 1.5 m/s. Em média o indivíduo corre a uma velocidade de
1.5 m/s em 9 metros.
Porém, para avaliar a velocidade média (Rm) é necessário dividir a distância percorrida
(d) pelo tempo despendido (t) neste percurso percorrido. Um indivíduo, tendo atingido
determinado ponto, percorreu 9 m, com um tempo de 3 segundos.
Resultado:
Fórmula: Rm = distância /tempo gasto.
Resposta: Rm = 9 / 3 = 3 m/s A rapidez do indivíduo foi de 3 m/s em 9 metros.
Resultado:
Fórmula: a = velocidade em um momento (v2) - velocidade no momento seguinte
(v1) tempo transcorrido.
Resposta: a = 6 - 2 / 10 = 0.4 m/s.
9.1.1 Salto
De acordo com Delwing et al. (2007), o salto vertical é muito utilizado em diversos
tipos de esportes como por exemplo: nas cortadas e bloqueios no voleibol, arremessos
no handebol, rebotes no basquete, saltos no balé dentre outros. O salto vertical tem
muita influência por diversos fatores que afetam principalmente a força em vários
segmentos do corpóreos, articulações, músculos e tendões de um ponto de vista
totalmente mecânico e neuromuscular, portanto vamos verificar alguns fatores na
figura abaixo:
Salto de agachamento
(a), o saltador par te de
uma posição em pé, semi-
agachamento e alonga os joelhos
e quadris vigorosamente, saltando
verticalmente sobre a superfície
do solo e nenhum movimento para
baixo é permitido, nesta técnica
o indivíduo deve executar apenas
uma contração concêntrica.
Salto de contra-movimento
(b) caracterizado por uma
ação excêntrica seguida por
uma ação concêntrica, onde o
saltador começa na posição
vertical, realiza um movimento
preliminar para baixo dobrando
Figura 8: Saltos e seus tipos
os joelhos, quadris e tornozelos
Fonte: Araújo (2009).
e estendendo-os imediatamente
na vertical ao pular da superfície do solo Este salto é caracterizado pela ativação do
sistema de ciclo alongamento-encurtamento.
No Deep Jump (Drop Jump) (c), o indivíduo parte de uma plataforma e, assim que
toca o solo, realiza a fase muscular excêntrica, configurando uma fase descendente
do movimento, seguida da concêntrica, configurando a fase ascendente, fase impulso,
assim como o salto em contramovimento, também este salto se caracteriza pela
ativação do sistema do ciclo alongamento-encurtamento.
ANOTE ISSO
Você sabia que os saltos verticais e horizontais têm sido utilizados como
indicadores da força dos membros inferiores em crianças e adolescentes, uma vez
que demonstraram ser sensíveis ao treinamento de força?
Os saltos horizontais de acordo com Araujo, et.al. (2013) tem por convenção a
metragem total dividida em distâncias parciais, identificando os fatores que determinam
cada uma. No salto em distância, aplica-se a seguinte classificação para a análise
biomecânica:
“No salto triplo, cada uma dessas distâncias se repete três vezes, onde a distância
D2 representa mais de 85% do resultado final, e é a que na maioria das vezes tem
relação significativa com a distância total do salto”
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 10
BIOMECÂNICA
A ERA DE ARQUIMEDES
Os gregos abriram caminho para os elementos básicos do conhecimento em
Matemática, Física, Mecânica e Medicina a partir de Rasch e Burke (2003) indicam
dois cientistas de que tiveram influência na época:
• Arquimedes começou com matemática, geometria e mecânica; princípios
hidrostáticos que explicam a forma como os corpos flutuam; na qual se baseiam
os especialistas da cinesiologia da natação, e entre suas considerações estão
as descrições das leis das alavancas e do centro de gravidade.
IDADE MÉDIA
Nesta fase, de um modo geral, houve poucas contribuições científicas e apenas
em algumas inovações na arte grega e romana. Artistas antes dos cientistas, a partir
de, teriam vindo para estudar o movimento humano.
Neste momento ocorreu a negação do corpo (corpo como prisão, estrangulamento
da alma). Na obra Liber divinorum operum (O livro das obras divinas, c. 1163 - 1173),
a estrutura do Universo tem uma correspondência direta com a fisiologia humana.
Nesta perspectiva, os atos humanos reverberam e cooperam (ou menos) na ordem
do cosmos (Figura 66).
Galeno (131 - 202 d.C), deu o pontapé para a compreensão dos movimentos humanos
como resultado da contração dos músculos, destacou para os detalhes da anatomia
do corpo humano, o esqueleto, os músculos e suas funções, que pode ser considerado
uma descoberta magnífica para a evolução da cinesiologia e biomecânica.
RENASCIMENTO
Após o período histórico da Idade Média que durou mais de 1000 anos e que
estabeleceu o processo de desenvolvimento da cinesiologia, Leonardo da Vinci (1452 -
1519) ao realizar novos estudos sobre o corpo humano, encerrou com esta estagnação.
No século XVI surge André Vésale (1514 - 1564), que teria sido o que desafiou as
ideias de Galeno, reformando as noções de anatomia. Este período é caracterizado pela
liberdade de pensamento, arte, literatura e filosofia. Alguns nomes vêem a luz do dia,
como Miguel Ângelo, Leonardo Da Vinci e Maquiavel. A biomecânica se preocupa com
ANOTE ISSO
Leonardo da Vinci foi o primeiro a corrigir a forma dos diferentes órgãos do corpo
humano, o que lhe valeu a importância que atribuía a mais de pequenos detalhes e
detalhes no estudo da anatomia.
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
Neste período (1600 - 1730), segundo Morais Filho, et.al (2010), houve interesse
por novas ideias, descobertas. Na cinesiologia e principalmente na biomecânica,
houve o surgimento da implicação da teoria e da prática, através de experimentos e
o desenvolvimento das três leis de Newton:
ILUMINISMO
Neste momento, começam as discussões sobre força, com o desenvolvimento da
mecânica de Lagrange. Joseph Louis Lagrange formulou a mecânica clássica que
combina a conservação do momento linear com a conservação de energia, auxiliando
em aspectos da biomecânica, como em uma melhor compreensão da força, nos
momentos e na energia, na contração muscular influenciada pela eletricidade, forças
bioquímicas e mecânicas, e facilitou o estudo da dinâmica do movimento humano.
O uso da mecânica Lagrangiana ainda é usado hoje, pois é baseado em grandezas
escalares (energia cinética e potencial) e é alcançável quando o objetivo é o
processamento offline dos dados do paciente (medições).
SÉCULO XIX E XX
Três invenções deste período tiveram uma série de consequências para o mundo
e para as ciências, são elas: a novela de Emilio Rousseau em 1762, a máquina de
vapor de Watts em 1777 e a revolução Francesa em 1789.
Essas invenções levaram ao desenvolvimento do esporte e da atividade física,
despertando maior interesse pela locomoção humana. Inspirado por Amoros, fundou
a escola militar de Educação Física (MOURA, MOURA e BORIN, 2005). Em 1890 dois
professores emergentes, Demeny (matemático) e Herbert (militar), Demeny criou a
biomecânica, a ginástica localizada para ser aplicada na industrialização, com exercícios
localizados e específicos e uma contribuição biológica. Foram desenvolvidos métodos
e ferramentas experimentais, dos quais possibilitaram o avanço de certos aspectos
da biomecânica, tais como:
ANOTE ISSO
seja feito por escrito, porque muitas vezes pensamos que conhecemos o movimento,
mas na realidade só entendemos algumas fases dele. Esta descrição deve ser feita em
etapas e com os elementos mais importantes da ação (elementos-chave) sublinhados,
como o exemplo do serviço ascendente.
b) Fase de execução: A bola será lançada para cima, à frente do corpo, a uma
altura máxima de 30 cm, e será acertada com o braço oposto do executante,
que realizará todos os movimentos em direção à bola em pé por um período
prolongado. O peso corporal de é transferido para a perna dianteira. A mão, ao
bater na bola, assumirá uma posição arredondada com os dedos juntos e quase
estendidos. A contração dos músculos da mão tornará a zona de impacto mais
firme para facilitar o lançamento da bola em distâncias maiores.
Estudo de sobrecarga
A sobrecarga é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. Quanto mais
rápido o movimento, maior será a ação realizada pelo indivíduo. Em uma caminhada
diária simples, esses valores representam cerca de 1,2 a 1,5 vezes o peso corporal.
No salto, atingem dez vezes, e no salto triplo, por segundo, batem com o pé no chão,
atingem 18 vezes (TUBINO, 1984).
Esse também é um dos motivos pelos quais se diz que o atleta de ponta não é um
ser saudável, pois diante de impactos sistematicamente altos, ocorrerá uma lesão
em algum momento. É simplesmente uma questão de atrasar seu início. Como você
faz isso?
Em primeiro lugar, o atleta pode ser pensado como uma criança ainda na escola,
o professor deve ter o cuidado de alertar este potencial atleta para a importância da
construção muscular, em termos de exercícios de fortalecimento, pois os músculos
devem ser capazes de resistir cargas muito grandes em caso de colisão com qualquer
objeto, seja uma bola, o solo ou o corpo do adversário.
Para muitos, a colisão da mão ou do pé com a bola não é tão problemática quanto
a queda no solo. A força exercida sobre a bola, por lei de ação e reação, retorna ao
indivíduo, em especial no membro superior, se a pessoa que realiza esses movimentos
não tiver um bom modelo de alinhamento corporal, pode sofrer no punho, cotovelo
ou ombro.
Para as crianças em geral, quando se trata de fazer movimentos muito rápidos que
podem causar quedas, deve-se ter o cuidado de colocar colchões que amortecem a
queda. No campo, se houver estímulo à competição, o uso de colchões será fundamental.
Além disso, os exercícios de amortecimento devem ser ensinados desde cedo, como
dobrar os joelhos na queda, rolar na queda e, ao acertar a bola, deixar o segmento
seguir o curso da queda. Movimento sem frenagem brusca.
Já para os adultos, o treinamento com pesos deve ser priorizado, tanto para atletas
quanto para pessoas sedentárias que desejam fazer uma atividade explosiva. Muitas
pessoas não gostam de treinamento com pesos e os atletas, em particular, são muito
relutantes em fazê-lo. o papel do profissional de educação física em alertá-lo do interesse
da sobrecarga articular, oferecer dados da literatura e apresentar exemplos da curta
vida de cerca de atletas extremamente rápidos que não ligam. No caso de pessoas
sedentárias que decidem correr ou praticar exercícios São rápidos, sem preparação
prévia adequada, é fundamental informá-los sobre o aparecimento de micro lesões
musculoesqueléticas que podem causar, se penetrarem por um pequeno orifício, a
ruptura de vários ligamentos ou músculos.
Cinemetria
De acordo com os estudos de Winter (1987), a forma mais básica de análise de
movimento é a cinemetria ou o uso de imagens. Hoje em dia, acessar uma câmera é muito
simples e o valor deste dispositivo como feedback para alunos ou atletas é indiscutível.
A cinemetria é muito importante para uma análise qualitativa de movimentos. Para
isso, pode ser usado desde uma câmera de celular até várias câmeras posicionadas
para permitir a observação dos ângulos de movimento. tipicamente, para análise de
segmento e articulação, marcas são feitas em pontos anatômicos individuais (Figura
12).
Depois de digitalizar as coordenadas do ponto de cada imagem em movimento,
os dados são armazenados.
Devido à complexidade de gestão, os outros métodos não são amplamente utilizados
na vida diária dos profissionais de educação física, mas uma breve descrição de cada
método é apropriada aqui.
Dinamometria
Pela dinamometria o valor da força externa pode ser obtido no contato. A forma
mais comum de dispositivo para medir este tipo de força é a plataforma de força, que
fornece um sinal elétrico proporcional à força aplicada
O a mais comum é a plataforma de força AMTI, capaz de medir as forças, momentos
e deslocamento do centro de pressão em torno dos eixos x, y e z (Figura 13).
Antropometria
Utilizando modelos antropométricos, é possível, a partir do peso e da altura do
indivíduo, calcular o comprimento, a massa, o centro de gravidade dos segmentos e
o centro de gravidade do corpo em seu conjunto. é definido como o ponto em que o
efeito da gravidade se concentra na massa do segmento ou, quando especificado, na
massa total do indivíduo (AVELAR, et. al. 2008).
Existem vários modelos teóricos, mas na Figura 14 podemos observar dois modelos
diferentes: os métodos de Dempster e os radioisótopos.
Figura 14: Modelos antropométricos: (a) método de radioisótopos e (b) método de Dempster.
Fonte: Redesenhado a partir de Corrêa (1996).
%l %m
{49,98; 6,94;} /* SEG_CABEçA */
Eletromiografia
Eletromiografia (EMG) é o estudo da função muscular, registrando o sinal elétrico
do músculo. Para movimentos esportivos em geral, a EMG de superfície permite que o
indivíduo seja avaliado de forma indolor e não invasiva, sendo o método mais utilizado.
A Figura 77 mostra um eletromiógrafo acoplado a um computador.
CAPÍTULO 11
TERMINOLOGIA BÁSICA E
PRINCÍPIOS DA BIOMECÂNICA
Figura 1: Deslocamento e velocidade do centro de gravidade na saída para o bloqueio do voleibol: h min., CG (altura mínima do centro de gravidade); D CG
(deslocamento do CG); h 0, CG (altura de saída do CG para o bloqueio); V0, CG (velocidade total do CG); V0x, CG (componente da velocidade no eixo x do
CG); V0y, CG (componente da velocidade no eixo y do CG).
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Sonia-Correa-4/publication/326070590/figure/fig1/AS:642978074857473@1530309327735/Figura-10-
Deslocamento-e-velocidade-do-centro-de-gravidade-na-saida-para.png
Figura 2: Movimento angular em torno de um eixo interno –– CG (a) e em torno de um eixo externo (b)
Fonte:https://www.researchgate.net/profile/Sonia-Correa-4/publication/326070590/figure/fig2/AS:642978074861577@1530309327760/Figura-11-Movimento-
angular-em-torno-de-um-eixo-interno-CG-a-e-em-torno-de-um-eixo.png
Corrêa e Freire (2004), diz que tudo o que for gerado pelos movimentos angulares
nas demais articulações se perde e só será utilizado o gerado pela articulação do
ombro. Neste caso, a bola certamente não apresentará um grande movimento linear
e terá dificuldade em passar a rede, por isso é importante identificar os movimentos
angulares e a sequência a ser realizada em cada movimento, verificando a correta
transferência entre as articulações, pois isso determinará o sucesso ou fracasso do
movimento linear a ser alcançado.
Figura 5: Abdução em torno da articulação do ombro com a extensão completa do cotovelo: (a) posição inicial e (b) posição final, sendo R a distância de
uma marca até o eixo ombro e o ângulo percorrido
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Clariana-Brendler/publication/337059337/figure/fig41/AS:822235371687970@1573047597586/Figura-172-
movimentos-da-articulacao-do-ombro-flexao-extensao-abducao-aducao.jpg
Suponha que o tempo necessário para mover 90 ° seja de 2 s, que o sinal no pulso
tenha viajado 0,6 m para cima (no eixo y) e que o sinal no cotovelo tenha viajado 0,4 m
ao longo do mesmo eixo y. dos dois sinais é 90 ° / 2 (ω = θ / t), ou 45 ° por segundo,
e a velocidade linear (v = e / t) do sinal de pulso no eixo y é 0,3 m / s, enquanto o
cotovelo é 0,2 m / s.
Ambos os sinais viajaram 90 ° ao mesmo tempo, portanto, eles têm a mesma
velocidade angular (ω), mas o sinal de pulso percorreu uma distância linear maior ao
mesmo tempo que o sinal de cotovelo e, portanto, tem uma velocidade linear maior
(v). O que determina essa maior velocidade linear é a distância do sinal ao eixo de
rotação (r), que neste caso é o ombro. Se compararmos o sinal do cotovelo com um
terceiro sinal do ombro, o sinal do cotovelo teria uma velocidade linear maior que a
do ombro, e assim por diante. Em suma, quanto maior a distância do ponto ao eixo
de rotação, maior a velocidade linear naquele ponto.
Em termos de fórmula, pode-se dizer que a velocidade linear de um ponto em
um corpo em rotação é o produto da distância desse ponto ao eixo de rotação e a
velocidade angular do corpo em torno do eixo (V = ωr).
Voltando ao exemplo do serviço abaixo, no qual já havíamos estabelecido a importância
do número de juntas envolvidas, a sequência a ser adotada e a transferência entre as
Figura 6: Exemplos de movimentos em que se procura aumentar a distância até o eixo, estendendo todas as articulações envolvidas no movimento
desejado.
Fonte: arquivo pessoal
As leis de Newton
As leis de Newton estudadas e descobertas pelo próprio Newton, que levam seu
nome em homenagem a sua realização, regem os movimentos: inércia, força e ação
e reação.
A segunda lei de Newton (Figura 8) afirma que quanto maior a força, maior a
aceleração do corpo e quanto maior a massa deste corpo, menor a aceleração.
Aceleração e desaceleração
De acordo com Tubino (2000), a aceleração de um corpo é a razão pela qual
sua velocidade varia com o tempo. É a informação transmitida ao corpo para que a
velocidade aumente e o movimento aconteça mais rápido. É quando a velocidade varia
ao longo do tempo. Exemplo: Observe a mudança de velocidade do atleta em diferentes
Centro de gravidade
Corresponde ao centro das forças gravitacionais de todos os segmentos do corpo
que atuam sobre todos eles (Figura 9), procurando equilibrá-los e estabilizá-los. É um
ponto de aplicação da força que representa o peso corporal.
Também representa uma medida de deslocamento, que é independente da aceleração
ou velocidade. O centro de gravidade é um meio de medir o equilíbrio do corpo, localizado
mais ou menos na região do umbigo. Para saber a posição específica, é necessário
fazer uma avaliação para calculá-la (COSTA, 2014).
Deslocamento e distância
O deslocamento é definido como o movimento de um corpo, medindo em linha reta
a diferença entre o ponto inicial e o ponto final.
Deslocamento = ponto final - ponto inicial
Isso significa que a distância percorrida pelo corpo em seu movimento é medida
por sua trajetória, é uma grandeza que mede a trajetória entre dois pontos: de A a B.
Velocidade motora
No que se refere à velocidade musculoesquelética, Halliday, et al. (2008) a defini como
“a habilidade, baseada na mobilidade dos processos do sistema nervo-muscular, de
desenvolver força muscular, para realizar ações motoras, em determinadas condições,
ao mesmo tempo”.
Até agora tínhamos uma ideia dos conceitos de velocidade no campo da física, e à
medida que estudamos o mundo da cinesiologia e da biomecânica, revelaremos mais
tarde como funciona a velocidade no sistema músculo-esquelético do corpo humano.
Tubino (1984, p. 180) define velocidade como “a qualidade particular da coordenação
muscular e neuromuscular que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos
que, na sua sequência, constituem uma ação única, de intensidade máxima e de curta
duração. ou de muito curta duração “.
Força
Para Newton, a força que atua sobre um corpo é capaz de modificar o estado de
repouso ou de movimento retilíneo, a água, a fricção e a contração muscular exercem
uma força.
Força é um vetor, quantidade dinâmica, que resulta na variação da velocidade,
completa a aceleração adquirida, a direção, o ponto de aplicação. De uma forma mais
simplificada “força é um empurrão, um puxão, força é tudo o que faz um objeto sair
e parar, aumentar ou diminuir a velocidade, ou mudar de direção”.
A magnitude da força é expressa em ‘Newtons, para homenagear Isaac Newton, e
tem o símbolo N’, e ‘um Newton de força é necessário para acelerar um quilograma
de massa 1m / s²’, 1N = (1kg) (1m / s²) “.
As forças internas são aquelas que ocorrem dentro das estruturas corporais e as
forças externas são aquelas que ocorrem fora das estruturas corporais, considerando
a gravidade e a velocidade do movimento. O estudo biomecânico é realizado de duas
formas, quantitativa e qualitativa, para uma verificação eficiente da adequação geral
do movimento, prestando atenção na amplitude de movimento do e na sequência
correta, tendo como produto um movimento perfeito do e bom desempenho ao exercitar
(BARBATTI, 1997)
Torque
Para Tubino (2000) torque também pode ser definido como momento de força, ocorre
quando há uma mudança na velocidade rotacional do corpo, há uma mudança na
velocidade angular. É uma magnitude da força responsável pela mudança da velocidade
rotacional. Cada vez que um corpo tem que ser girado, um momento de força, um
torque é aplicado a ele.
Expresso como:
M (momento de força (Torque)) = força x distância → M = F x d.
O torque é um produto da magnitude da força sobre a distância normal da linha de
ação da força ao eixo de rotação, uma ação chamada momento de força, movimento
de torque. É a capacidade de produzir uma rotação.
CAPÍTULO 12
SISTEMAS DE ALAVANCAS
NA BIOMECÂNICA
De acordo com Barbatti (1997) a conexão é composta por alguns pontos: o ponto
(A) denominado fulcro ou fulcro. No corpo humano, as articulações servem de suporte
para o movimento. A resistência, chamada de (R), é o peso a ser superado ou mantido.
E tem também o (P), que é a força, o ponto onde um músculo entra para fazer a
contração e manter o equilíbrio da alavanca. Esses pontos formam dois segmentos
chamados de braços.
Um braço que estabelece a distância entre o suporte e a força é denominado Braço
de Força (BP) e o braço que estabelece a distância entre o suporte e a resistência
é denominado: Braço de Resistência (BR). que supera a resistência, aumentando a
velocidade do movimento. Uma alavanca encontra equilíbrio quando a (R) x (BR) =
(P) x (BP).
Tipos de alavanca
Existem três tipos de alavancas, cada tipo com características e vantagens próprias
em termos de equilíbrio, força e velocidade.
• Primeira classe ou alavancas interligadas (alavanca escada).
• Alavancas de segunda classe ou interresistentes (alavanca de potência).
• Terceira classe ou alavancas interpowering (alavanca de câmbio).
CAPÍTULO 13
BIOMECÂNICA NO
AMBIENTE AQUÁTICO
Flutuação: É uma força vertical para cima exercida pela água, ou fluido, em um
corpo. Por exemplo, quando entramos em uma piscina a sensação é de estar mais
leve diferente de estar fora da piscina (BATES; HANSOS, 1998).
Figura 3: Empuxo
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/EstaticaeHidrostatica/figuras/e2.GIF
ANOTE ISSO
Empuxo é determinado quando existe uma a força que um fluido exerce sobre um
corpo submerso, essa força tem uma direção vertical e uma direção para cima e
corresponde ao peso do volume de líquido que foi deslocado pelo objeto.
Tensão superficial: vista como uma força por unidade de comprimento que atua a
partir de qualquer linha em uma superfície e tende a atrair moléculas de uma superfície
para a água exposta. É a resistência à tração da tensão superficial que se torna uma
variável ativa à medida que a área superficial aumenta (TUBINO, 2000).
Figura 7: Propulsão
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/62/Freestyle_swimming.gif
CAPÍTULO 14
CINEMÁTICA
Avelar, et.al. (2008) preconiza que em termos físicos, você não pode falar sobre
velocidade sem mencionar os respectivos problemas de velocidade. Mas esses termos
não seriam sinônimos?
Embora as palavras velocidade e velocidade angular possam ser usadas corretamente
no mesmo sentido, em biomecânica (origem da mecânica) elas têm significados
diferentes. A velocidade (R) de um corpo é calculada dividindo a distância que ele
viaja pelo tempo que leva para cobrir essa distância.
Se este tempo for longo o suficiente para que a média que o corpo “viaja” mude - e
nos movimentos humanos isso geralmente não significa mais do que uma pequena
fração de segundo - o valor obtido para a velocidade, desta forma, é a média da rapidez.
Aceleração
No movimento humano e em muitos esportes, é necessário aumentar ou diminuir
a velocidade de forma eficaz. será uma diminuição da velocidade quando seu pé
atingir o solo, seguida de um aumento na velocidade quando, à força, ele estender
essa mesma perna para uma nova fase de impulso (McGinnis, 2015).
Se o aumento da velocidade ao final desta fase de apoio for igual à perda da largada,
o corredor sai do solo com a mesma velocidade de avanço que tinha ao entrar em
contato com o mesmo solo, o que sabemos não acontece.
Ressalte-se que não é apenas nas competições de corrida que esse fato ocorre: nas
competições de natação (na natação), por exemplo, a queda da velocidade às vezes
é tão pronunciada que o nadador momentaneamente, ou ainda mais radicalmente,
parece adquirir uma velocidade “retroativa”.
Tubino (2000), ainda destaca que, pode-se dizer que nas corridas de 100, 200 e
400 metros sprints, os corredores precisam de um sprint mais firme, ao contrário de
corredores em corridas mais longas, que precisam trabalhar e, acima de tudo, mantêm
uma velocidade média na maior parte dos viagem.
Em resumo: a aceleração é a variação da velocidade ao longo do tempo
Figura 3: Aceleração
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:London_2012_Olympic_100m_final_start.jpg
14.1.1.1 Força
Ponto de aplicação: ele deve se aliar à direção para definir seu modo de ação, como
correr e pular (contato dos pés com o solo), projeções (contato das mãos com objetos).
Direção: na qual a eficiência atlética terá maior força dependendo de sua aplicação
na direção desejada, como nas competições (posição inicial, com direção para trás),
e no Salto em Altura (empurrar, com direção para baixo);
1 kgf = 9,8 N
1 kgf = 1 kg
seu peso, sim, acaba mudando. Então, podemos dizer que o peso de um corpo é
resultante da atração da gravidade sobre este corpo (força), enquanto massa de um
corpo é a quantidade de matéria desse corpo, ou seja, uma medida da inércia deste
corpo.
A quantidade de matéria em um corpo (massa) como medida da inércia do corpo
pode ser entendida ao realizar um exercício de perna, quando, por exemplo, adicionar
um peso adicional à carga que já estava suportada, aqui a massa quando levantada
(medida em kg) seria aumentada proporcionalmente e a carga, na mesma proporção,
distribuída pelos membros inferiores (BARBANTTI, 1997).
Assim, em retrospectiva de um esporte, pode-se enfatizar que é mais fácil para
um defensor de futebol modificar o movimento de um atacante que tem uma massa
relativamente baixa do que fazer a mesma mudança no movimento de um atacante
e / ou defensor que tem massa igual ou maior que a sua (TUBINO, 2000).
De acordo com Babartti (1997), a massa de um corpo, uma quantidade muitas vezes
mal compreendida e confundida com seu peso, difere da lei da gravidade de Newton
porque indica que a força (definida aqui como peso) de um corpo irá variar ligeiramente
dependendo de sua localização geográfica. o peso de um corpo muda dependendo
de onde ele está localizado, sua massa permanece constante independentemente de
sua posição.
A título de exemplo, pode-se descrever a situação de um atleta escolar que ao nível
do mar possui uma massa corporal de 60 kg (quilograma) e um peso corporal de 60
kgf (quilograma de força). permanece nos 60 kg, enquanto seu peso corporal tem uma
pequena redução, pois a redução na aceleração da gravidade ocorre com o aumento
da altitude acima do nível do mar (BALOLA, 2010).
Embora massa e peso sejam diferentes dessa forma, há uma relação clara entre
essas duas quantidades. mais fácil de aceitar, pois parece lógico esperar que a
quantidade de matéria em um corpo não mude, apenas porque o corpo foi movido
de um lugar para outro, o que nós mostramos.
CAPÍTULO 15
A FORÇA E SEUS CONCEITOS NO
MOVIMENTO E NOS ESPORTES
POSITIVA: é este tipo de força em que existe uma superação da resistência (peso),
sendo a força muscular exercida superior à resistência oferecida. Este tipo de força
também é denominado concêntrico.
NEGATIVO: Esta força ocorre quando a resistência (peso) é maior que a força •
muscular, causando recuo. Também conhecida como força excêntrica, a terminologia
esportiva distingue três tipos de força dinâmica: força máxima, força rápida (potência)
e força de resistência.
Trabalho x energia
Trabalho
É o efeito produzido por uma força ao deslocar o seu ponto de aplicação. É, portanto,
o produto da intensidade da força pelo deslocamento sofrido pelo corpo.
Trabalho existe quando tem a ação de uma força e consequentemente um
deslocamento!
UNIDADES no SI T = N. m
massa = quilograma (kg) (unidade do sistema internacional – Joules
(J)
força = newton (N)
deslocamento = metros (m)
As unidades utilizadas para o trabalho são joule (J), caloria (cal) e quilocaloria
(kcal), sendo as duas últimas mais relacionadas ao campo da educação física, pois
são utilizadas para determinar a energia exigida pelo corpo humano e respondida por
ingestão de alimentos. Essas unidades podem ser vinculadas da seguinte forma de
acordo com Pereira e Lima (2010):
Podemos definir que o Trabalho ocorrerá “enquanto uma força atuar sobre um corpo,
e o trabalho realizado pela força for igual ao produto de seu valor pelo deslocamento
que o corpo sofre, enquanto a força é aplicada ao corpo”.
Podemos, portanto, qualificar duas situações de Trabalho:
Um outro exemplo pode ser observado na Figura 4, onde a ginasta ergue sua outra
atleta em um movimento contínuo, até levá-la acima de sua cabeça. Se a ginasta
exerce uma força constante para cima, podemos afirmar que o trabalho realizado pela
força na direção para cima é um trabalho positivo, e o trabalho realizado pela força
da gravidade agindo no corpo da outra atleta é um trabalho negativo (COSTA, 2014).
15.1.1 Energia
Ec = Energia cinética
Fórmula: Ec = m.v²- m = massa
2 v²= Velocidade de deslocamento
Fórmula =
Ep = energia potencial
m = massa do corpo
Ep = m.g.h g = aceleração da gravidade (9,81 m/s²)
h = altura acima do solo
Fórmula =
ANOTE ISSO
A relação trabalho - energia pode, portanto, estar sempre ligada a problemas esportivos
com gasto calórico, porém este gasto durante o exercício e atividade física irá variar
de pessoa para pessoa, dependendo do metabolismo de cada pessoa (genética). E
biótipo, tempo de exercício e intensidade, o gasto calórico em qualquer exercício tende
a ser diferente entre uma pessoa de 90 kg e uma pessoa de apenas 60 kg.
A relação entre o volume e a intensidade do exercício também terá uma relação
direta com esse gasto calórico, uma vez que o tempo de realização do exercício
combinado com a intensidade desse exercício ou atividade física pode ser incluído
neste processo.
Quantidade de movimento
Costa (2014) determina que no cotidiano, nos deparamos com inúmeras situações
de movimentação com o corpo humano, pois um corpo pode iniciar seu movimento
após interagir com outro corpo já em movimento, como o pé de um jogador.
Tal exemplo mostra que na interação entre dois corpos há uma transferência de certa
amplitude associada ao movimento e, em geral, existe uma mudança no movimento
de cada um dos corpos.
Imagine uma situação incomum no campo esportivo, relevante para entender o que
queremos ilustrar sobre o momento. Imagine a situação em que ambos os objetos
estão inicialmente parados, por exemplo, um patinador com uma bola de tênis nas
mãos, que será lançada em um alvo.
No momento que for arremessado, o patinador, certamente, irá ter um movimento
no sentido oposto ao da bola que foi arremessada. E quanto maior for essa bola (ex.:
basquetebol), maior será a velocidade de recuo deste patinador, caso seja mantida a
mesma velocidade de lançamento da bola de tênis.
Organizando a ação descrita por último (corredor de 100 e 200 m) em toda a sua
complexidade, esta situação de momento poderia ser esquematizada da seguinte forma:
O equilíbrio é uma qualidade física diretamente ligada à nossa vida, sendo fundamental
para cerca de movimentos ou esportes, como é o caso da ginástica olímpica.
O estudo do equilíbrio corporal envolve dois parâmetros, a saber:
• Manutenção da Posição, segmentos corporais em relação aos próprios segmentos
e ao meio ambiente;
• Equilíbrio postural, indicado pelas interações entre as forças que atuam sobre o
corpo na busca do equilíbrio corporal durante ações motoras e esportivas gerais.
No caso do corpo humano, os movimentos simples e complexos requerem
equilíbrio e o mesmo pode acontecer na forma estável, instável e recuperada.
Equilíbrio estável é caracterizado pela situação em que o indivíduo tende a
permanecer na mesma posição por muito tempo, sem que sua estabilidade corporal
seja prejudicada. sapato.
Equilíbrio instável é descrito como a situação em que o indivíduo se encontra em
curtos intervalos de tempo, experimentando momentos de desequilíbrio e em constante
risco de queda (BARBATTI, 1997).
Constituindo frequentemente um estado de equilíbrio intermediário entre o equilíbrio
estável e instável, o equilíbrio recuperado aparece, que se manifesta por uma alternância
de novas posições de equilíbrio, tantas quantas forem necessárias para manter
situações de equilíbrio.
Equilíbrio e gravidade
Um dos principais fatores na manutenção ou alteração do equilíbrio é a aceleração
da gravidade ou o valor do campo gravitacional, que no caso do planeta Terra é de
9,81 m / s2 (em valores arredondados iguais a 10 m / s²) e está na origem da força
do peso que atua no centro de gravidade dos corpos.
A força do peso pode ser calculada a partir do conhecimento da massa corporal e
da aceleração da gravidade, dada pela seguinte relação:
P = m.g
Centro de gravidade
Desde os primórdios científicos da humanidade, a gravidade da Terra tem sido objeto
de estudos e considerações relevantes; o físico inglês Isaac Newton, considerado o
primeiro a considerar cientificamente a existência da gravidade, pode ter sido a grande
alavanca dos estudos que a ela estão vinculados.
Qualquer movimento do corpo humano necessita de estabilidade para ser executado,
passando por situações de equilíbrio estático, dinâmico e recuperado.
Um único ponto está associado a todo o corpo, ao redor do qual a massa corporal
está distribuída uniformemente em todas as direções. Este ponto é denominado
centro de gravidade (CG), o ponto em torno do qual o peso do corpo é distribuído
uniformemente em todas as direções.
De acordo com Balola (2010) o centro de gravidade dos corpos é o ponto em que
atua a aceleração da gravidade, na forma da força do peso. A posição do centro de
gravidade de um corpo passa por vários métodos, como a forma regular ou irregular
do corpo a ser considerada em primeiro lugar.
O centro de gravidade de um objeto perfeitamente simétrico, com uma densidade
única e, portanto, uma distribuição homogênea de massa e peso, está exatamente no
centro geométrico do objeto, portanto há uma coincidência entre esses dois pontos.
No caso de corpos sólidos e de forma regular, como quadrados, retângulos e
outras figuras planas, o centro de gravidade pode ser determinado desenhando linhas
diagonais, diâmetros ou alturas que podem se cruzar em pontos, como na Figura 13:
Na Figura 13, podemos ver que todas as figuras componentes admitem um eixo de
simetria que permite que a figura seja dividida em duas partes iguais ou simétricas.
No caso do corpo humano, o eixo de simetria que divide o corpo em duas metades
ou simétricas é determinado pelo plano sagital, conforme mostrado na Figura 14:
ANOTE ISSO
CONCLUSÃO
O estudo do movimento humano é uma prática muito antiga, porém foi somente
no século XX que se desenvolveu uma concepção no que diz respeito às abordagens
e formas de análise de cada atividade locomotora, biomecânica e cinesiológica.
A principal diferença entre as duas disciplinas é a perspectiva. A biomecânica e a
cinesiologia compartilham o mesmo objeto de estudo, que é o movimento humano, mas
o fazem de ângulos diferentes. Consequentemente, as duas disciplinas acabam sendo
complementares e fundamentais para o entendimento de cada situação esportiva.
Ao prescrever um exercício, por exemplo, pode ser importante saber quando e
quais músculos são utilizados em cada atividade. Além disso, as mudanças no uso
muscular que ocorrem em função da intensidade ou das características do exercício
são dados que podem afetar seriamente o trabalho de um atleta.
É por isso que a biomecânica e a cinesiologia são duas disciplinas importantes para
uma boa compreensão do funcionamento das articulações. A partir desse conhecimento,
os profissionais do esporte podem formular o programa de treinamento ou determinar
a carga para cada atividade.
É importante que os dois domínios sejam incluídos em todos os estudos, mesmo
que sejam complementares para a compreensão dos movimentos biomecânicos.
Biomecânica é o uso de técnicas mecânicas clássicas para entender o sistema
biológico, trata do funcionamento e geração de força em um exercício e faz comparações
entre ambientes, por exemplo. É esta disciplina que tem a função de destacar a
resistência em cada atividade e o efeito da força.
A mecânica é usada por engenheiros para projetar e construir qualquer estrutura,
pois estudam as forças envolvidas nesses projetos e ajudam a prever os movimentos
de máquinas e objetos.
Desenvolvida a partir da década de 1960, a biomecânica transferiu esse conhecimento
das noções de mecânica para o “funcionamento” dos seres vivos. A disciplina avalia o
movimento de um organismo e o efeito da força a qualquer momento, numa abordagem
que pode ser qualitativa (descrição do movimento) ou quantitativa (mensuração das
variáveis envolvidas).
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
Título: Biomecânica Básica
Autor: Susan J. Hall
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: A sétima edição de Biomecânica
Básica foi totalmente atualizada e reelaborada.
Com os avanços no campo interdisciplinar
da biomecânica, é importante que mesmo
livros-textos básicos reflitam a natureza desta
ciência. Desse modo, o texto foi revisado,
expandido e atualizado, com o objetivo de
apresentar informações relevantes das
pesquisas recentes e preparar o estudante
para analisar a biomecânica humana. Esta
edição mantém um equilíbrio integrado
de exemplos qualitativos e quantitativos,
bem como aplicações e problemas criados para ilustrar os princípios discutidos.
Considerando-se que alguns alunos iniciantes em biomecânica não têm uma boa
base em matemática, os problemas e as aplicações apresentados são acompanhados
por orientações práticas sobre a abordagem aos problemas quantitativos.
WEB
Que tal analisarmos biomecanicamente uma corrida? Então acesse o link e veja como
podemos fazer isso.
https://www.youtube.com/watch?v=wTtd9zIMuhM
REFERÊNCIAS
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