O artigo discute a importância da ergonomia como um campo que se concentra
na interação entre seres humanos e sistemas, como hardware, software, ambientes e tarefas. Seu objetivo principal é aprimorar vários aspectos da experiência humana, como qualidade de vida, saúde, segurança, conforto, usabilidade e eficiência. O autor enfatiza que os profissionais de ergonomia possuem expertise na tecnologia da interação humano-sistema, independentemente de suas diferentes origens profissionais. Apesar das vantagens significativas que a ergonomia pode trazer ao melhorar a vida das pessoas e aumentar a produtividade, o artigo explora porque muitas organizações não procuram o auxílio de especialistas em ergonomia para otimizar seus processos. Algumas razões para essa falta de busca incluem:
Experiência negativa prévia: Algumas organizações tiveram experiências
negativas com o que é chamado de "voodoo ergonomics", onde projetos supostamente ergonômicos não atendem aos padrões ou foram mal executados.
Percepção de senso comum: A ideia de que "todo mundo é um operador"
pode levar a uma suposição errônea de que a ergonomia é senso comum, ignorando a necessidade de conhecimento especializado para projetos eficazes.
Falta de justificação econômica: Muitas vezes, as organizações esperam
que as melhorias ergonômicas sejam adotadas simplesmente por serem a coisa certa a fazer, sem considerar os benefícios tangíveis para a competitividade e a eficiência.
Falta de documentação econômica: Os benefícios econômicos da ergonomia
muitas vezes não são bem documentados e divulgados, levando a uma percepção de que ela é apenas um custo adicional.
O autor também compartilha exemplos de aplicações da ergonomia em
diferentes setores, demonstrando como as melhorias ergonômicas podem levar a benefícios econômicos significativos: Indústria de Madeira: Projetos de protetores de perna e redesign de trator- trailler resultaram em economia significativa em acidentes e melhorias na produtividade.
Aeronave de Transporte C-141: O redesign ergonômico da aeronave resultou
em redução de peso, custos operacionais e aumento da eficiência.
Sistemas de Movimentação de Materiais: Diversos exemplos mostram como
a análise ergonômica e o redesign de sistemas melhoraram a produtividade e reduziram custos.
Produtos e Sistemas de Treinamento: Casos de redesign ergonômico de
controles remotos de TV, sistemas de treinamento e outros produtos resultaram em aumentos de produtividade e satisfação do usuário.
Estações de Trabalho: Redesign de estações de trabalho, como balcões de
servir alimentos e estações de montagem, resultaram em economia de tempo e aumento da produtividade.
Reduzindo doenças musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho
O texto ressalta a importância da ergonomia no ambiente de trabalho e como a
regulamentação ergonômica tem ganhado atenção em níveis estadual e federal. O autor destaca a relevância do tema e introduz cinco exemplos de programas de intervenção ergonômica bem-sucedidos.
Exemplos de Programas de Intervenção Ergonômica:
AT&T Global:
Empresa de San Diego, California, que produz computadores mainframe.
Identificou problemas de levantamento, ajuste e digitação através de registros no OSHA. Realizou melhorias ergonômicas nas estações de trabalho e ofereceu treinamento de levantamento de materiais. Redução significativa nas compensações trabalhistas e dias de trabalho perdidos. Sapatos Red Wing:
Companhia de calçados em Minnesota. Implementou programa de
conscientização de segurança, condicionamento físico, treinamento em ergonomia e reprojeto de estações de trabalho. Redução de 70% nas compensações trabalhistas e melhoria na saúde dos operadores. Treinamento em Ergonomia e Implementação de Acompanhamento: Treinamento oferecido para engenheiros, gerentes e comitês de segurança/ergonomia. Implementação de programa de ergonomia participativa em seis empresas, resultando em significativa redução de ferimentos e custos.
Deere and Company:
Maior produtor de equipamentos agrícolas na América do Norte. Adoção de
princípios ergonômicos para reduzir estresse físico nas tarefas. Coordenadores de ergonomia, análises ergonômicas e participação maciça dos trabalhadores. Redução de 83% em incidentes de ferimentos nas costas e 32% em compensações trabalhistas.
Union Pacific Railroad:
Melhorias na segurança e ergonomia em oficinas de ferrovias. Uso de modelos
e análises ergonômicas para reprojetar tarefas e equipamentos. Redução significativa em acidentes, ferimentos e dias de trabalho perdidos.
Auxílios à Tarefa para a IBM:
Identificação de problemas na embalagem de produtos. Análise de tarefa e
desenvolvimento de storyboard detalhado. Redução significativa de erros na embalagem e economia de milhões. Testes e Avaliações Ergonômicas: Exemplo da NYNEX na melhoria de estações de trabalho para operadores de telefonia. Uso de modelos e testes para identificar eficiência das mudanças propostas.
Macroergonomia - Empresa de Distribuição de Petróleo:
Programa abrangente envolvendo análise organizacional, modificações de equipamento e ações macroergonômicas. Redução significativa em acidentes, ferimentos e dias de trabalho perdidos.
Implementação de TQM na L. L. Bean:
Introdução de Gerenciamento de Qualidade Total (TQM) com foco em
macroergonomia. Redução de mais de 70% em acidentes e ferimentos, aumento da satisfação dos empregados e melhoria da qualidade.
Conclusão:
O autor conclui ressaltando que as intervenções ergonômicas apresentadas
são apenas exemplos da capacidade da profissão em melhorar a condição humana e trazer benefícios significativos para empresas. A colaboração entre trabalhadores e gerentes é crucial, resultando em melhorias na segurança, saúde, produtividade e competitividade das empresas. A necessidade de documentar custos e benefícios é destacada para promover a propagação da ideia de que "boa ergonomia é boa economia".