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correcto.

em atenção a penúltima resposta, elabore um resumo bem detalhado, abordando


sobre o direito administrativo seguindo sequencialmente a seguinte estrutura: uma breve
introdução, Administração Pública vs Administração privada, os vários sentidos da expressão
“Administração Pública", A Administração Pública e as funções do Estado, OS SISTEMAS
ADMINISTRATIVOS(moderno, britânico francês) e os critérios da distinção entre si, O DIREITO
ADMINISTRATIVO COMO RAMO DE DIREITO, objectivos do Direito Administrativo, Tipos de
normas administrativas, Natureza do Direito Administrativo, Função do Direito Administrativo,
características do Direito Administrativo, limites do Direito Administrativo, relação entre
Direito Administrativo e outros ramos do direitos. posteriormente, já na matéria da teoria
geral da organização administrativa, fale das PESSOAS COLECTIVAS PÚBLICAS, a sua
classificação, os critérios de distinção entre pessoas e colectivas públicas e privadas, órgãos
administrativos e sua classificação, e por fim serviços públicos

fale dos sistemas administrativos britânicos (ou administração judicial) e francês (ou
administração executiva), com ênfase para o seu historial

Por fazer:

- Relação entre o da e outros ramos


SUMÁRIO
DIREITO ADMINISTRATIVO...........................................................................................................4
FUNÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................4
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS..................................................................................................5
CARACTERÍSTICAS.....................................................................................................................5
SISTEMA ADMINISTRATIVO DE TIPO BRITÂNICO OU DE ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA.......5
SISTEMA ADMINISTRATIVO DE TIPO FRANCÊS OU DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVA..........6
CONFRONTO ENTRE OS SISTEMAS DE TIPO FRANCÊS E BRITÂNICO.....................................7
TRAÇOS ESPECÍFICOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO (CARACTERÍSTICAS)..............................7
O DIREITO ADMINISTRATIVO COMO DIREITO PÚBLICO...........................................................8
TIPOS DE NORMAS ADMINISTRATIVAS....................................................................................9
OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO....................................................................................9
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.....................................................................................................10
OS VÁRIOS SENTIDOS DA EXPRESSÃO “ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”..................................10
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO PRIVADA..................................................10
AS PESSOAS COLECTIVAS PÚBLICAS.......................................................................................11
CONCEITO DE ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS.......................................................................11
PESSOAS COLECTIVAS.............................................................................................................12
ASPECTOS PREDOMINANTES DO SEU REGIME JURÍDICO (QUE O DIFEREM DAS PESSOAS
COLETIVAS PRIVADAS)........................................................................................................13
ESPÉCIES.............................................................................................................................14
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS............................................................................................14
SERVIÇOS PÚBLICOS...............................................................................................................15
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIA..............................................................................................16
CRITÉRIOS DE DELIMITAÇÃO DA COMPETÊNCIA................................................................16
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAS.............................................................................................17
DIREITO ADMINISTRATIVO
O Direito Administrativo é um ramo do Direito que estuda a organização,
funcionamento e controle da Administração Pública. Ele tem como objetivo regular as
atividades do Estado na sua relação com os particulares, garantindo que a
Administração Pública atue de forma eficiente, transparente, responsável e dentro dos
limites legais.
A Administração Pública se diferencia da Administração privada por sua finalidade, que
é o interesse público. Enquanto a Administração privada busca o lucro, a Administração
Pública tem como objetivo atender às necessidades da sociedade e promover o bem
comum.
A expressão "Administração Pública" pode ter vários sentidos, que vão desde a própria
atividade administrativa realizada pelo Estado até as pessoas jurídicas que a compõem,
como órgãos, entidades e empresas estatais.
A Administração Pública é responsável por exercer as funções do Estado, que são a
execução das leis, a garantia dos direitos fundamentais, a prestação de serviços públicos
e a promoção do desenvolvimento econômico e social.
Existem diferentes sistemas administrativos, como o sistema moderno, o sistema
britânico e o sistema francês, que se distinguem por suas características e critérios de
organização.
O Direito Administrativo é um ramo autônomo do Direito, com seus próprios objetivos,
princípios e normas. Ele tem como objetivo principal regulamentar a atividade da
Administração Pública, garantindo que ela atue dentro dos limites legais e com respeito
aos direitos dos cidadãos.
Existem diferentes tipos de normas administrativas, como as normas gerais, que se
aplicam a toda Administração Pública, e as normas específicas, que se aplicam a
determinados órgãos ou atividades administrativas.
A natureza do Direito Administrativo é mista, pois ele se relaciona tanto com o Direito
Público quanto com o Direito Privado. Ele tem como função garantir a efetividade dos
direitos fundamentais dos cidadãos, promovendo a justiça social e a igualdade.

FUNÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO


O Direito Administrativo tem duas principais funções: conferir poderes à
Administração Pública para proteger o interesse coletivo em relação aos interesses
privados (teorias "green light"), e estabelecer garantias e direitos em favor dos
cidadãos para limitar abusos do poder executivo e proteger contra excessos da
autoridade estatal (teorias "red light"). No entanto, o papel do Direito Administrativo é
misto, legitimando a intervenção da autoridade pública e protegendo a esfera jurídica
dos particulares, permitindo a realização do interesse coletivo e evitando a supressão
dos interesses individuais. Em resumo, o Direito Administrativo tem a função de
organizar a autoridade do poder e defender a liberdade dos cidadãos.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
sistemas administrativos britânico (ou administração judicial) e francês (ou
administração executiva)
O sistema administrativo britânico, também conhecido como administração judicial,
tem suas raízes na Common Law, a lei comum que se desenvolveu na Inglaterra
medieval. Esse sistema se concentra no poder judicial e no controle judicial da
administração pública. Isso significa que os tribunais desempenham um papel
importante no controle e na supervisão das ações do governo e das autoridades públicas.
O sistema judicial britânico tem suas origens na Magna Carta, uma carta de direitos
acordada entre o rei João da Inglaterra e os barões em 1215. A Magna Carta estabeleceu
que o rei estava sujeito à lei e que os tribunais deveriam ser independentes e imparciais.
No início do século XIX, a administração judicial britânica se expandiu
significativamente, especialmente após a criação do Tribunal de Chancelaria em 1852.
Este tribunal tinha o poder de revisar as ações do governo e das autoridades públicas e
garantir que eles estivessem agindo de acordo com a lei. A administração judicial
britânica continua a evoluir até hoje, com tribunais e outros órgãos judiciais que
exercem um papel fundamental na supervisão da administração pública.
Por outro lado, o sistema administrativo francês, ou administração executiva, é
baseado no princípio da separação dos poderes e na autoridade centralizada do governo.
Nesse sistema, a administração pública é vista como um poder executivo independente,
separado dos poderes legislativo e judiciário.
A administração executiva francesa tem suas raízes na Revolução Francesa e nas
reformas administrativas subsequentes que ocorreram durante o século XIX. Essas
reformas estabeleceram uma hierarquia rígida de autoridade dentro da administração
pública francesa, com altos funcionários nomeados pelo governo central.
Um dos elementos mais distintos da administração executiva francesa é o sistema de
"prefeitos". Esses altos funcionários são responsáveis por supervisionar a administração
pública em nível local e garantir que as políticas e regulamentos do governo central
sejam implementados corretamente.
Ao longo do século XX, a administração executiva francesa evoluiu para se tornar ainda
mais centralizada e burocrática, com uma ênfase crescente na regulação e no controle da
atividade econômica e social. Hoje, a administração executiva francesa é vista como
uma das mais poderosas e centralizadas da Europa, com uma influência significativa na
vida política, econômica e social do país.

CARACTERÍSTICAS

SISTEMA ADMINISTRATIVO DE TIPO BRITÂNICO OU DE ADMINISTRAÇÃO


JUDICIÁRIA
As características do sistema administrativo britânico são as seguintes:
a) Separação dos poderes: o Rei fica impedido de resolver, por si ou por conselhos
formados por funcionários da sua confiança, questões de natureza contenciosa, por força
da lei da “Star Chamber”, e foi proibido de dar ordens aos juízes, transferi-los ou
demiti-los, mediante o “Act of Settelement”;
b) Estado de Direito: culminando uma longa tradição iniciada na Magna Carta, os
Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos britânicos foram consagrados no Bill of
Rights. O Rei ficou desde então claramente subordinado ao Direito em especial ao
Direito Consuetudinário, resultante dos costumes sancionados pelos Tribunais
(“Common Law”);
c) Descentralização: em Inglaterra cedo se praticou a distinção entre uma
administração central e uma administração local. Mas as autarquias locais gozavam
tradicionalmente de ampla autonomia face a uma intervenção central diminuta;
d) Sujeição da Administração aos Tribunais Comuns: a Administração Pública acha-
se submetida ao controle jurisdicional dos Tribunais Comuns;
e) Sujeição da Administração ao Direito Comum: na verdade, em consequência do
“rule of law”, tanto o Rei como os seus conselhos e funcionários se regem pelo mesmo
direito que os cidadão anónimos;
f) Execução judicial das decisões administrativas: de todas as regras e princípios
anteriores decorre como consequência que no sistema administrativo de tipo britânico a
Administração Pública não pode executar as decisões por autoridade própria;
g) Garantias jurídicas dos administrados: os particulares dispõem de um sistema de
garantias contra as ilegalidades e abusos da Administração Pública.

SISTEMA ADMINISTRATIVO DE TIPO FRANCÊS OU DE ADMINISTRAÇÃO


EXECUTIVA
As características iniciais do sistema administrativo Francês são as seguintes:
a) Separação de poderes: com a Revolução Francesa foi proclamado expressamente,
logo em 1789, o princípio da separação dos poderes, com todos os seus corolários
materiais e orgânicos. A Administração ficou separada da Justiça;
b) Estado de Direito: na sequência das ideias de Loke e de Montesquieu, não se
estabeleceu apenas a separação dos poderes, mas enunciam-se solenemente os direitos
subjectivos públicos invocáveis pelo o indivíduo contra o Estado;
c) Centralização: com a Revolução Francesa, uma nova classe social e uma nova elite
chega ao poder;
d) Sujeição da Administração aos Tribunais Administrativos: surgiu assim uma
interpretação peculiar do princípio dos poderes, completamente diferente da que
prevalecia em Inglaterra, se o poder executivo não podia imiscuir-se nos assuntos da
competência dos Tribunais, o poder judicial também não poderia interferir no
funcionamento da Administração Pública;
e) Subordinação da Administração ao Direito Administrativo: a força, a eficácia, a
capacidade de intervenção da Administração Pública que se pretendia obter, fazendo
desta uma espécie de exército civil com espírito de disciplina militar, levou o “conseil d'
État” a considerar, ao longo do séc. XIX, que os órgãos e agentes administrativos não
estão na mesma posição que os particulares, exercem funções de interesse público e
utilidade geral, e devem por isso dispor quer de poderes de autoridade, que lhes
permitam impor as suas decisões aos particulares, quer de privilégios ou imunidades
pessoais, que os coloquem ao abrigo de perseguições ou más vontades dos interesses
feridos;
f) Privilégio da Execução Prévia: o Direito Administrativo confere, pois, à
Administração Pública um conjunto de poderes “exorbitantes” sobre os cidadãos, por
comparação com os poderes “normais” reconhecidos pelo Direito Civil aos particulares
nas suas relações entre si. De entre esses poderes “exorbitantes”, sem dúvida que o mais
importante é, no sistema Francês, o “privilégio de execução prévia”, que permite à
Administração executar as suas decisões por autoridade própria;
g) Garantias jurídicas dos administrados: também o sistema administrativo Francês,
por assentar num Estado de Direito, oferece aos particulares um conjunto de garantias
jurídicas contra os abusos e ilegalidades da Administração Pública. Mas essas garantias
são efectivadas através dos Tribunais Comuns.
Estas, características originárias do sistema administrativo de tipo francês também
chamado sistema de administração executiva dada a autonomia aí reconhecida ao poder
executivo relativamente aos Tribunais.

CONFRONTO ENTRE OS SISTEMAS DE TIPO FRANCÊS E BRITÂNICO


Têm, vários traços específicos que os distinguem nitidamente:
- Quanto à organização administrativa, um é um sistema descentralizado. O outro é
centralizado;
- Quanto ao controlo jurisdicional da administração, o primeiro entrega-o aos
Tribunais Comuns, o segundo aos Tribunais Administrativos. Em Inglaterra há pois,
unidade de jurisdição, em França existe dualidade de Jurisdições;
- Quanto ao direito regulador da administração, o sistema de tipo Britânico é o
Direito Comum, que basicamente é Direito Privado, mas no sistema tipo Francês é o
Direito Administrativo que é Direito Público;
- Quanto à execução das decisões administrativas, o sistema de administração
judiciária fá-la depender da sentença do Tribunal, ao passo que o sistema de
administração executiva atribui autoridade própria a essas decisões e dispensa a
intervenção prévia de qualquer Tribunal;
- Enfim, quanto às garantias jurídicas dos administrados, a Inglaterra confere aos
Tribunais Comuns amplos poderes de injunção face à Administração, que lhes fica
subordinada como a generalidade dos cidadãos, enquanto França só permite aos
Tribunais Administrativos que anulem as decisões ilegais das autoridades ou as
condenem ao pagamento de indemnizações, ficando a Administração independente do
poder judicial.

TRAÇOS ESPECÍFICOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


(CARACTERÍSTICAS)
a) Juventude:
O Direito Administrativo é uma área relativamente jovem do direito, tendo surgido no
final do século XIX e início do século XX, em resposta às crescentes demandas por um
sistema jurídico especializado para regular a atividade da Administração Pública. Essa
juventude é um dos traços específicos do Direito Administrativo, que se diferencia de
outras áreas do direito que têm origens muito mais antigas, como o Direito Civil ou o
Direito Penal.
b) Influência jurisprudencial:
é outra característica marcante do Direito Administrativo. Como não há um conjunto
consolidado de normas legislativas que regulem todas as questões relativas à atuação da
Administração Pública, a jurisprudência exerce um papel fundamental na definição das
normas e princípios aplicáveis em cada caso concreto. A partir da análise de casos
concretos, a jurisprudência constrói uma base de precedentes que se torna referência
para a solução de outras demandas semelhantes.
c) Autonomia:
O Direito Administrativo é um ramo autónomo de Direito diferente dos demais pelo seu
objecto e pelo seu método, pelo espírito que domina as suas normas, pelos princípios
gerais que as enforcam.
Que decorre da necessidade de regular um conjunto de questões que não se encaixam
perfeitamente em outras áreas do direito. Isso se deve ao fato de que a Administração
Pública exerce funções que não são estritamente jurisdicionais, como a prestação de
serviços públicos, a regulação de atividades econômicas e a defesa do interesse público.
d) Codificação parcial:
É importante destacar que o Direito Administrativo não é totalmente codificado, o que
significa que nem todas as normas que regem a atividade administrativa estão reunidas
em um único conjunto de regras. Existem leis específicas que tratam de determinados
temas, como licitações e contratos administrativos, por exemplo, mas muitas vezes a
regulamentação da atividade administrativa é feita por meio de regulamentos, portarias
e outros atos administrativos. Isso se deve em parte à necessidade de flexibilidade e
adaptabilidade às demandas da sociedade e do Estado, mas também pode gerar
incertezas e falta de clareza na aplicação das normas.

O DIREITO ADMINISTRATIVO COMO DIREITO PÚBLICO


O Direito Administrativo é, sem dúvida, um ramo do Direito Público na ordem jurídica
portuguesa, independentemente do critério adotado para distinguir o Direito Público do
Direito Privado.
De acordo com o critério do interesse, as normas de Direito Administrativo são
estabelecidas com o objetivo de prosseguir o interesse coletivo e garantir que esse
interesse seja realizado. Isso ocorre porque a administração pública é uma instituição
fundamental para a promoção do bem-estar coletivo, e é justamente o Direito
Administrativo que regula o seu funcionamento e estabelece as condições para o seu
adequado desempenho.
Se adotarmos o critério dos sujeitos, veremos que os sujeitos de direito que compõem a
administração pública são entidades públicas ou pessoas coletivas públicas, todos eles
sujeitos de direito público. Esses sujeitos são detentores de poderes de autoridade e
estão investidos de prerrogativas especiais para atuar em nome do Estado e em defesa
do interesse público. O Direito Administrativo, portanto, é o conjunto de normas que
disciplinam a atuação desses sujeitos, garantindo que ela ocorra dentro dos limites da
legalidade e respeitando os direitos fundamentais dos cidadãos.
Por fim, se adotarmos o critério dos poderes de autoridade, novamente podemos
afirmar que o Direito Administrativo é um ramo do Direito Público. Isso porque a
administração pública atua com base em poderes de autoridade, que lhe são conferidos
pela Constituição e pelas leis. Esses poderes permitem que a administração adote
medidas coercitivas, como a imposição de multas e sanções administrativas, e até
mesmo a privação da liberdade em casos extremos. O Direito Administrativo, então,
estabelece os limites e as condições para o exercício desses poderes, garantindo que a
atuação da administração ocorra dentro dos parâmetros legais e respeitando os direitos
dos cidadãos.

TIPOS DE NORMAS ADMINISTRATIVAS


O Direito Administrativo é um conjunto sistemático de normas jurídicas que regulam a
Administração Pública e sua atuação. Essas normas são organizadas em três tipos:
normas orgânicas, normas funcionais e normas relacionais.
As normas orgânicas dizem respeito à organização da Administração Pública,
estabelecendo as entidades que a compõem, sua estrutura e seus órgãos. Elas têm
relevância jurídica externa, não se limitando à estruturação interna da Administração,
mas também afetando os cidadãos.
As normas funcionais, por sua vez, regulam o modo específico de agir da
Administração Pública, estabelecendo processos de funcionamento, métodos de
trabalho, tramitação a seguir, formalidades a cumprir, entre outros aspectos. Destacam-
se, nessa categoria, as normas processuais, que estabelecem os procedimentos
administrativos a serem seguidos pela Administração.
Por fim, as normas relacionais regulam as relações entre a Administração Pública e os
outros sujeitos de Direito no desempenho de sua atividade administrativa. Essas normas
são as mais importantes, pois representam a maior parte do Direito Administrativo
material. Elas estabelecem, por exemplo, as regras para a celebração de contratos
administrativos, a responsabilidade civil da Administração, os direitos e deveres dos
cidadãos frente à Administração, entre outros aspectos relevantes.

OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO


O objeto do Direito Administrativo é a Administração Pública em seus diversos
aspectos. Assim, o Direito Administrativo estuda a organização, funcionamento e
controle da Administração Pública, bem como as relações entre ela e os particulares.
Especificamente, o objeto do Direito Administrativo inclui as seguintes matérias:
1. Regras e princípios aplicáveis à Administração Pública;
2. Poderes, deveres e responsabilidades dos agentes públicos;
3. Procedimentos administrativos, incluindo licitações e contratos;
4. Atos administrativos, tais como decisões, ordens, autorizações, concessões e
permissões;
5. Bens e patrimônio públicos, incluindo sua gestão e utilização;
6. Serviços públicos, incluindo sua prestação e regulação;
7. Controle e responsabilização da Administração Pública, incluindo o controle
interno, o controle externo e a responsabilidade civil e penal dos agentes
públicos.
Assim, o Direito Administrativo tem por objeto o estudo das normas jurídicas que
disciplinam a organização e o funcionamento da Administração Pública, bem como as
relações que esta estabelece com os particulares, tendo em vista a realização do
interesse público.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
No âmbito do Direito Administrativo, a Administração Pública é um dos principais
objetos de estudo e regulamentação. Ela é composta por um conjunto de órgãos e
entidades públicas que têm como função executar as políticas públicas e prestar serviços
à sociedade. O Direito Administrativo também regula as relações entre a Administração
Pública e os particulares, estabelecendo os direitos e deveres de cada parte. Nesse
sentido, o Direito Administrativo trata de temas como licitações, contratos
administrativos, concessões e permissões de serviços públicos, entre outros.
Onde quer que exista e se manifeste com intensidade suficiente uma necessidade
colectiva, aí surgirá um serviço público destinado a satisfazê-la, em nome e no interesse
da colectividade.
As necessidades colectivas situam-se na esfera privativa da Administração Pública,
trata-se em síntese, de necessidades colectivas que se podem reconduzir a três
espécies fundamentais: a segurança, a cultura e o bem-estar.

OS VÁRIOS SENTIDOS DA EXPRESSÃO “ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”


São dois os sentidos em que se utiliza na linguagem corrente a expressão Administração
Pública: orgânico; material ou funcional.
A Administração Pública, em sentido orgânico, é constituída pelo conjunto de órgãos,
serviços e agentes do Estado e demais entidades públicas que asseguram, em nome
da colectividade, a satisfação disciplinada, regular e contínua das necessidades
colectivas de segurança, cultura e bem-estar.
A administração pública, em sentido material ou funcional, pode ser definida como a
actividade típica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida no interesse geral
da comunidade, com vista a satisfação regular e contínua das necessidades colectivas de
segurança, cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados e
utilizando as formas mais convenientes.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO PRIVADA


O Direito Administrativo é o ramo do direito que regula a Administração Pública, que
se distingue da Administração Privada por diversos aspectos.
Distinguem-se, todavia, pelo objecto que incidem, pelo fim que visa prosseguir e pelos
meios que utilizam.
Quanto ao objecto, enquanto a Administração Pública visa às necessidades coletivas
assumidas como tarefa e responsabilidade própria da coletividade, a Administração
Privada incide sobre necessidades individuais ou de grupos que não atingem a
generalidade de uma coletividade inteira.
Quanto ao fim, enquanto a Administração Pública tem necessariamente de perseguir
sempre o interesse público, a Administração Privada visa naturalmente fins pessoais ou
particulares, podendo ser de caráter lucrativo ou não econômico, e até mesmo
puramente altruístas, mas sempre sem vinculação necessária ao interesse geral da
coletividade.
Por fim, quanto aos meios utilizados por ambas também se diferem. Na Administração
Privada, os meios jurídicos utilizados para agir caracterizam-se pela igualdade entre as
partes, sendo que os particulares são iguais entre si e, em regra, não podem impor uns
aos outros sua própria vontade, a não ser que isso decorra de um acordo livremente
celebrado, sendo o contrato o instrumento jurídico típico do mundo das relações
privadas.
Já na Administração Pública, o Estado detém o monopólio do poder e utiliza-se de uma
série de instrumentos e mecanismos específicos, tais como a lei, o regulamento, o ato
administrativo e o contrato administrativo, para atender às necessidades coletivas e ao
interesse público. Além disso, a Administração Pública está sujeita a diversos
princípios, como o da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da
eficiência, que devem nortear a atuação dos agentes públicos.

AS PESSOAS COLECTIVAS PÚBLICAS

CONCEITO DE ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS


Do docente: São centros de imputação do poder público, a fim de manifestar a vontade
da pessoa pública colectiva.
Se nos colocarmos na perspectiva da organização administrativa – isto é, na perspectiva
em que se analisa a estrutura da Administração Pública – é evidente que os órgãos têm
de ser concebidos como instituições.
O que se analisa é a natureza de um órgão, a sua composição, o seu funcionamento, o
modo de designação dos seus titulares, o estatuto desses titulares, os poderes
funcionais atribuídos a cada órgão, etc. Por conseguinte, quando se estudam estas
matérias na perspectiva da organização administrativa, o órgão é uma instituição; o
indivíduo é irrelevante.
Mas, se mudar de posição e nos colocarmos na perspectiva da actividade administrativa
– isto é, na perspectiva da Administração a actuar, a tomar decisões, nomeadamente a
praticar actos, ou seja, por outras palavras, se deixarmos a análise estática da
Administração e passar-se à análise dinâmica –, então veremos que o que aí interessa ao
Direito é o órgão como indivíduo: quem decide, quem delibera, são os indivíduos, não
são centros institucionalizados de poderes funcionais.
Para nós, os órgãos da Administração (isto é, das pessoas colectivas públicas que
integram a Administração) devem ser concebidos como instituições para efeitos de
teoria da organização administrativa, e como indivíduos para efeitos de teoria da
actividade administrativa.

Importa fazer três observações prévias:


A primeira consiste em sublinhar que as expressões pessoa colectiva pública e pessoa
colectiva de Direito Público são sinónimas, tal como o são igualmente entre si pessoa
colectiva privada e pessoa colectiva de Direito Privado.
Em segundo lugar, convém sublinhar desde já a enorme importância da
categoria das pessoas colectivas públicas e da sua análise em Direito Administrativo. É
que, na fase actual da evolução deste ramo de Direito e da Ciência que o estuda, em
países como o nosso e em geral nos da família Romano-germânica, a Administração
Pública é sempre representada, nas suas relações com os particulares, por pessoas
colectivas públicas: na relação jurídico-administrativa, um dos sujeitos, pelo menos, é
em regra uma pessoa colectiva.
Enfim, cumpre deixar claro que, ao fazer-se a distinção entre pessoas colectivas
públicas e pessoas colectivas privadas, não se pretende de modo nenhum inculcar
que as primeiras são as que actuam, sempre e apenas, sob a égide do Direito
Público e as segundas as que agem, apenas e sempre, à luz do Direito Privado; nem
tão-pouco se quer significar que umas só têm capacidade jurídica pública e que outras
possuem unicamente capacidade jurídica privada.

PESSOAS COLECTIVAS
Do docente: são entidades reconhecidas criadas pelo estado, dotadas de personalidade
jurídica.
Pessoas colectivas públicas são entes colectivos criados por iniciativa pública para
assegurar a prossecução necessária de interesses públicos, dispondo de poderes
políticos e estando submetidos a deveres públicos.
As pessoas coletivas públicas são entidades que possuem personalidade jurídica e são
criadas pelo Estado para exercer funções públicas em nome da coletividade. Elas são
dotadas de autonomia administrativa, financeira e patrimonial e podem ser classificadas
em duas categorias: as pessoas coletivas públicas de direito público e as pessoas
coletivas públicas de direito privado.
As pessoas coletivas públicas de direito público são criadas por lei e têm por finalidade
o exercício de funções públicas, como a administração pública, a defesa do Estado, a
segurança pública, entre outras. Elas são consideradas entidades políticas, tais como a
União, Estados, Distrito Federal, municípios e suas respectivas autarquias, fundações
públicas e empresas públicas.
Por outro lado, as pessoas coletivas públicas de direito privado são criadas pelo Estado
para exercer atividades econômicas ou prestar serviços públicos de forma mais eficiente
do que seria possível pela Administração Pública direta. Elas são regidas pelas normas
do direito privado, embora estejam submetidas ao controle estatal, e podem ser
constituídas como empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
governamentais.
As pessoas coletivas públicas, em geral, possuem prerrogativas e limitações próprias,
como a imunidade tributária, a possibilidade de receber recursos públicos, a
responsabilidade civil objetiva, a exigência de concurso público para contratação de
pessoal, entre outras. É importante destacar que essas entidades devem agir sempre em
consonância com os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.

ASPECTOS PREDOMINANTES DO SEU REGIME JURÍDICO (QUE O DIFEREM


DAS PESSOAS COLETIVAS PRIVADAS)
Da análise dos diversos textos que regulam as pessoas coletivas públicas, verifica-se
que esta tem como aspectos predominantes do seu Regime Jurídico:
1. Criação e extinção: As pessoas coletivas públicas são criadas por ato do poder
central, mas também podem ser criadas por iniciativa pública local. Elas não
podem ser extintas por si mesmas e somente podem ser extintas por decisão
pública;
2. Capacidade jurídica de Direito Privado e patrimônio próprio: Todas as
pessoas coletivas públicas possuem capacidade jurídica de Direito Privado e
patrimônio próprio, o que lhes permite desenvolver atividades de gestão privada;
3. Capacidade de Direito Público: As pessoas coletivas públicas são titulares de
poderes e deveres públicos, incluindo poderes de autoridade, que denotam
supremacia sobre os particulares;
4. Autonomia administrativa e financeira: As pessoas coletivas públicas
dispõem de autonomia administrativa e financeira;
5. Isenções fiscais: Às pessoas coletivas públicas possuem isenções fiscais;
6. Direito de celebrar contratos administrativos: Às pessoas coletivas públicas
têm o direito de celebrar contratos administrativos com particulares;
7. Bens do domínio público: As pessoas coletivas públicas são titulares do
domínio público e não apenas de bens do domínio privado;
8. Funcionários públicos: O pessoal das pessoas colectivas públicas está
submetido ao regime da função pública, exceto as empresas públicas;
9. Sujeição a um regime administrativo de responsabilidade civil: As pessoas
colectivas públicas respondem pelos prejuízos que causarem a outrem nos
termos da legislação própria do Direito Administrativo;
10. Sujeição da tutela administrativa: A atuação das pessoas colectivas públicas
está sujeita à tutela administrativa do Estado;
11. Sujeição à fiscalização do Tribunal de Contas: As contas das pessoas
coletivas públicas estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, exceto as
empresas públicas;
12. Foro administrativo: As questões surgidas da atividade das pessoas coletivas
pertencem à competência dos Tribunais do contencioso administrativo, e não à
dos Tribunais Judiciais.

ESPÉCIES
As categorias de pessoas colectivas públicas no parecer de Diogo Freitas do Amaral, são
seis:
a) O Estado;
b) Os Institutos Públicos;
c) As Empresas Públicas;
d) As Associações Públicas;
e) As Autarquias Locais;
f) As Regiões Autónomas.

Falando um pouco sobre cada uma das seis espécies de pessoas colectivas públicas:
a) O Estado: é a pessoa colectiva pública mais importante e representa o poder
soberano de um país. Em Moçambique, o Estado é composto pelos órgãos de
soberania (Presidência da República, Assembleia da República, Governo e
Tribunais) e pelos serviços e organismos públicos que se encontram sob a sua
direcção.

b) Os institutos públicos: são pessoas colectivas públicas com autonomia


administrativa e financeira, que têm por objectivo a realização de actividades de
interesse público. Em Moçambique, existem vários institutos públicos, como o
Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, o Instituto de Segurança Social,
entre outros.
c) As empresas públicas: são pessoas colectivas públicas que exercem actividades
económicas de interesse público, sob a forma de sociedades comerciais. Em
Moçambique, existem várias empresas públicas, como a LAM, a FIPAG, a
EDM, entre outras.
d) As associações públicas: são pessoas colectivas públicas criadas para a
realização de actividades de interesse público, que não têm finalidade lucrativa.
Em Moçambique, as associações públicas são pouco comuns, mas um exemplo é
a Ordem dos Advogados de Moçambique.
e) As autarquias locais: são pessoas colectivas públicas territoriais, com
autonomia administrativa e financeira, que têm por objectivo a gestão dos
interesses das populações das respectivas áreas geográficas. Em Moçambique, as
autarquias locais incluem os municípios.
f) As regiões autónomas: são pessoas colectivas públicas territoriais, com
autonomia administrativa e financeira, que têm por objectivo a gestão dos
interesses das populações das respectivas áreas geográficas. Por exemplo, em
Portugal, existem duas regiões autónomas: a Região Autónoma dos Açores e a
Região Autónoma da Madeira.
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS
Os órgãos públicos podem ser classificados de diversas maneiras, e as categorias que
você apresentou são algumas das principais. A seguir, um breve resumo sobre cada uma
delas:
a) Órgãos singulares e colegiais: Os órgãos singulares são compostos por um
único titular, enquanto os órgãos colegiais são compostos por dois ou mais
titulares.
b) Órgãos centrais e locais: Os órgãos centrais são aqueles que exercem
competências a nível nacional, enquanto os órgãos locais têm competências em
âmbito regional ou local.
c) Órgãos primários, secundários e vicários: órgãos primários são aqueles que
dispõem de uma competência própria para decidir as matérias que lhes
estão confiadas; órgãos secundários são os que apenas dispõem de uma
competência delegada; e órgãos vicários são aqueles que só exercem
competência por substituição de outros órgãos. Os órgãos primários têm
competências de decisão, enquanto os órgãos secundários exercem funções de
execução. Já os órgãos vicários são aqueles que exercem funções em nome de
outros órgãos.
d) Órgãos representativos e órgãos não representativos: órgãos representativos
são aqueles cujos titulares são livremente designados por eleição. Os restantes
são órgãos não representativos.
e) Órgãos ativos, consultivos e de controle: Os órgãos ativos têm competências
executivas, os órgãos consultivos emitem pareceres e recomendações, e os
órgãos de controle têm a função de fiscalizar e controlar a atuação dos demais
órgãos.
f) Órgãos decisórios e executivos: São órgãos decisórios aqueles a quem compete
tomar decisões. São órgãos executivos aqueles a quem compete executar tais
decisões, isto é, pô-las em prática.
g) Órgãos permanentes e temporários: Os órgãos permanentes são aqueles que
segundo a lei existem de forma contínua, enquanto os órgãos temporários são
criados para atuar apenas durante um certo período.
h) Órgãos simples e órgãos complexos: Os órgãos simples são aqueles que
exercem uma única função, enquanto os órgãos complexos têm múltiplas
funções e são compostos por subunidades.

SERVIÇOS PÚBLICOS
Do docente: são centros de preparação e execução das decisões tomadas pelas pessoas
colectivas, através dos órgãos administrativos
Os serviços públicos são organizações humanas, criadas no seio de cada pessoa
colectiva pública com o fim de desempenhar as atribuições desta, sob a direcção dos
respectivos órgãos.
Os serviços públicos desenvolvem na sua atuação quer na fase preparatória da formação
da vontade do órgão administrativo, quer na fase que se segue à manifestação daquela
vontade, cumprindo e fazendo cumprir aquilo que tiver sido determinado.
Os serviços públicos existem no seio de cada pessoa colectiva pública, não estão fora
dela, mas dentro. Não gravitam em torno da pessoa colectiva, são as células que a
integram. Os serviços públicos são criados para desempenhar as atribuições da pessoa
colectiva pública.
Os serviços públicos actuam sob a direcção dos órgãos das pessoas colectivas públicas.
Quem toma as decisões que vinculam a pessoa colectiva pública perante o exterior são
os órgãos dela; e quem dirige o funcionamento dos serviços existentes no interior da
pessoa colectiva são também os seus órgãos.
Os serviços públicos são, pois, organizações que levam a cabo as tarefas de preparação
e execução das decisões dos órgãos das pessoas colectivas, a par do desempenho das
tarefas concretas em que se traduz a prossecução das atribuições dessas pessoas
colectivas.

ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIA
Os fins das pessoas colectivas públicas chamam- se “atribuições”. Estas são, por
conseguinte, os fins e interesses que a lei incumbe às pessoas colectivas públicas de
prosseguir.
“Competência” é o conjunto de poderes funcionais que a lei confere para a prossecução
das atribuições das pessoas colectivas públicas.
Qualquer órgão da Administração, ao agir, conhece e encontra pela frente uma dupla
limitação: pois por um lado, está limitado pela sua própria competência – não podendo,
nomeadamente, invadir a esfera de competência dos outros órgãos da mesma pessoa
colectiva –; e, por outro lado, está limitado pelas atribuições da pessoa colectiva em
cujo o nome actua – não podendo, designadamente, praticar quaisquer actos sobre
matéria estranha às atribuições da pessoa colectiva a que pertence.
Os actos praticados fora das atribuições são actos nulos, os praticados apenas fora
da competência do órgão que os pratica são actos anuláveis.
Tudo depende de a lei ter repartido, entre os vários órgãos da mesma pessoa colectiva,
apenas competência para prosseguir as atribuições desta, ou as próprias atribuições
com a competência inerente.

CRITÉRIOS DE DELIMITAÇÃO DA COMPETÊNCIA


A distribuição de competências pelos vários órgãos de uma pessoa colectiva pode ser
feita em função de quatro critérios:
a) Em razão da matéria: Isso significa que cada órgão tem atribuição sobre uma
determinada matéria específica, não podendo invadir a esfera de competência de
outros órgãos que atuem em matéria diferente.;
b) Em razão da hierarquia: quando, numa hierarquia, a lei efectua uma repartição
vertical de poderes, conferindo alguns ao superior e outros ao subalterno,
estamos perante uma delimitação da competência em razão da hierarquia;
c) Em razão do território: a repartição de poderes entre órgãos centrais e órgãos
locais, ou a distribuição de poderes por órgãos locais diferentes em função das
respectivas áreas ou circunscrições, é uma delimitação da competência em razão
do território;
d) Em razão do tempo: em princípio, só há competência administrativa em
relação ao presente: a competência não pode ser exercida nem em relação ao
passado, nem em relação ao futuro.
Um acto administrativo praticado por certo órgão da Administração contra as regras que
delimitam a competência dir-se-á ferido de incompetência.
Estes quatro critérios são cumuláveis e todos têm de actuar em simultâneo.

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAS
a) Quanto ao modo de atribuição da competência: pode ser explícita ou
implícita. Diz-se que a competência é “explícita” quando a lei confere por
forma clara e directa; pelo contrário, é “implícita” a competência que apenas é
deduzida de outras determinações legais ou de certos princípios gerais do Direito
Público;
b) Quando aos termos de exercício da competência: a competência pode ser
“condicionada” ou “livre”, conforme o seu exercício esteja ou não dependente
de limitações específicas impostas por lei ou ao abrigo da lei;
c) Quanto à substância e efeitos da competência: competência dispositiva e em
revogatória. A “competência dispositiva” é o poder de emanar um dado acto
administrativo sobre uma matéria, pondo e dispondo acerca do assunto; a
“competência revogatória” é o poder de revogar esse primeiro acto, com ou
sem possibilidade de o substituir por outro diferente;
d) Quanto à titularidade dos poderes exercidos: Se a competência é própria,
significa que os poderes exercidos pertencem ao próprio órgão. Já se a
competência é delegada ou concedida, o órgão exerce parte da competência de
outro órgão, por meio de transferência por delegação ou concessão, nos termos
da lei.
e) Quanto ao número de órgãos a que a competência pertence: quando a
competência pertence a um único órgão, que a exerce sozinho, estamos perante
uma “competência singular’’, e por outro lado, a “competência conjunta’’ é a
que pertence simultaneamente a dois ou mais órgãos diferentes, tendo de ser
exercidas por todos eles em acto único.
f) Quanto à inserção da competência nas relações inter-orgânicas: pode ser
dependente ou independente. A competência é dependente quando a sua
titularidade está subordinada à de um órgão superior, que pode controlar ou
revogar os atos praticados pelo órgão subordinado. Já a competência
independente é aquela em que o órgão tem autonomia para exercer sua
competência sem subordinação hierárquica a outro órgão, respeitando apenas a
lei e as normas aplicáveis.
g) Competência objectiva e subjectiva: a competência objetiva refere-se à
matéria sobre a qual o órgão tem competência para agir, enquanto a competência
subjetiva refere-se às pessoas ou entidades em relação às quais o órgão tem
competência para agir.

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