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EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

MATÉRIA DE DIREITO ADMINISTRATIVO 1

História e elementos conceituais


Evolução histórica do Direito Administraivo
1. No final da idade média, surgem as primeiras monarquias de carater nacional,
gerando os primeiros Estados modernos
2. Para afirmação do seu poder, os reis passaram a constituir um corpo de
funcionários, para supervisionar os seus domínios
3. Progressivamente por meio desse corpo de funcionários. O Monarca concentra
funções que antes eram dispersas na sociedade feudal:
4. Legislação, tributação, segurança interna e externa.
*Nas sociedades antigas não havia noção de Estado. Como sociedade politicamente
organizada.
*Os governantes eram considerados senhores, sendo a tarefa de governar considerada
análoga a do proprietário que exerce poder sobre bens de seu património.
*Os administradores eram apenas serviçais que zelavam pelo interesse do senhor – da
mesma forma que um capataz zela pelo interesse do seu empregador

Origens
- O Direito Administrativo surge com o Estado de Direito, na segunda fase do Estado
moderno, o Estado liberal. 1
- Marco da revolução Francesa 1789.
- O estado de direito se traduziu, originalmente, na conjugação de quatro postulados.
a) tripartição dos poderes,
b) generalização do princípio da legalidade;
c) universalidade da jurisdição,
d) monopólio da violência,

- Estrutura-se, portanto, sobre o princípio da legalidade como proteção das liberdades


individuais, igualdade entre os cidadãos e de controle dos abusos de poder do Estado
Patrimonial Absolutista

- Legalidade Privada/Legalidade Pública


- O Direito Administrativo, é diferentemente de outros ramos na tradição romanística
continental (civil law), não teve sua origem em codificações, mas na jurisprudência do
Conselho de Estado. (cujo poder de emitir decisões soberanas foi firmado pela Lei de 24
de maio de 1872).
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- O regime jurídico-administrativo foi constituído pela jurisprudência do Conselho de


Estado Francês por meio de alguns princípios;
a) Da separação da jurisdição administrativa,
b) Do regime das prerrogativas (nos actos: unilateralidade e auto executoriedade e nos
contratos. Mitigação da exceção do contrato não cumprido);
c) Legalidade;
d) Responsabilidade do poder público pelos danos causados por seus agentes;
e) Serviço público como critério de identificação.
- O direito Administrativo surge no momento de superação do Estado Patrimonialista pré-
revolucionário.
- O modelo de administração patrimonialista se caracteriza por ser uma extensão do poder
e patrimônio do governante, confundindo-se público no privado do rei.
- A substituição deste modelo é acompanhada pela construção da nova administração e
de um novo modelo, o modelo burocrático
- Direito Administrativo Angolano
A Lei Constitucional Angolana de 1992 apresentava as características de um sistema de
governo híbrido, de base parlamentar, conhecido como sistema de governo semi
presidencial, com pendor presidencial a semelhança do sistema de governo do tipo
francês.
2
- O poder executivo era repartido entre o Presidente da República e o Primeiro Ministro,
pois incumbia, em linhas gerais e nos termos dessa lei, ao Presidente da República a
presidência do Conselho de Ministros (art. 66º al. d), definia a orientação política do país
(nº 2 do art.56º) ambos da LCA e ao Primeiro-Ministro, em linhas gerais, a direcção,
condução e a coordenação da acção do governo , ou seja, o primeiro presidia as reuniões
do Conselho de Ministros (órgão de soberania) e o segundo dirigia, conduzia e
coordenava as acções dos integrantes desse órgão, com excepção do PR.
Portanto, o Presidente da República detinha, a luz da supracitada constituição, poderes
próprios e outros partilhados com o Primeiro-Ministro.
Com a entrada em vigor da actual Constituição da República de Angola (2010) introduziu
uma alteração substancial no sistema de governo que se assume atípica, na visão de vários
autores, e na natureza do poder executivo.
O sistema de governo adoptado é agora de base parlamentar-presidencial e o executivo é
um órgão unipessoal assente num modelo em que o Presidente da República é o Chefe de
Estado, o titular do Poder Executivo e o Comandante em Chefe das Forças Armadas (nº
1 do art. 108º CRA).
Os Ministros de Estado e os Ministros, embora mantendo pastas e designações evocativas
da anterior estrutura governamental, são agora órgãos auxiliares do Presidente da
República , com o exercício de competências delegadas pelo Presidente da República
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titular do Poder Executivo, o único órgão primário da Administração Pública, com


competência dispositiva.
- Desde os primórdios da independência de Angola a 11 de Novembro de 1975, embora
se tinha afirmado o mono partidarismo, o governo era do ponto de vista administrativo o
principal órgão da Administração do Estado, constituído pelo Primeiro-Ministro, que o
presidia, Ministros e pelos Secretários de Estado.
- A Constituição inclui muitas normas que formalmente são Direito Constitucional,
apenas por estarem na Constituição, mas materialmente – pela sua natureza, pelo seu
conteúdo, pela sua essência – são de Direito Administrativo. É o caso das normas que a
Constituição contém sobre a administração pública em geral, sobre o poder local, os
sistemas de organização etc.
- Com a entrada em vigor da Constituição da República de Angola de 2010, sem dúvida,
a estrutura da organização administrativa sofreu uma profunda alteração, afastando-se do
modelo tradicional do tipo português inspirador de toda ordem jurídica administrativa
angolana.
TAREFA
Considerando que o sistema jurídico é dinâmico, tal que deve reflectir e acompanhar a
realidade sócio-política, económica e cultura em que se enquadra.
Descreva sobre as principais alterações no modelo governamental Angolano de 1992 à
2010. (Poder Executivo) 3
AULA 2

Influência Católica
A Lei Cristã romana, sintetizada magistralmente no Código Justiano de 550, lançou as
bases organizacionais, legais e religiosas.
Em 1100 na Europa surgiu o papismo, onde o papa tornou-se uma autoridade suprema, e
os poderes foram combinados de forma absoluta e centralizada, superando o poder dos
imperadores e dos Reis.
Passando do Cesaropapismo ao papismo cesarista.
Em resumo, o estudo da influência católica nos permite ver como o Direito
Administrativo moderno, e a própria administração, surge da secularização dos princípios
básicos e das estruturas metodológicas construidas pela Administração e pela lei da igreja.

Influência Protestante
A ruptura do modelo Administrativo católico começou a ganhar forma no ano de 1500,
dando origem a uma dicotomia feita de modelos opostos, onde o modelo católico e o
modelo protestante são confrontados, implicando o confronto de valores, princípios e
sistemas que são verdadeiramente opostos.
Graças ao Martinho Lutero, é proposta a liberdade individual para livre interpretação da
bibilia, e a possibilidade de manter relações espirituais por meio de esperiência e
percepção particulares .
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- Foi na Suiça e na Holanda, onde as ideias protestantes permeiam mais rapidamente,


devido a guerra dos Trinta Anos, quando procuravam restaurar o poder administrativo e
político em torno dos princípes alemães.

- Da mesma forma, na Inglaterra, devido a Henrique VIII, foi criada e instituida a Igreja
Anglicana, oficializada como única Igreja em todo o território, voltando ao monopólio
religioso.
CONCLUSÃO.
Permite identificar a exitência de uma dicotomia de modelos opostos, onde o modelo
protestante se distingue pela descentralização do sistema administrativo, levando a
autoridade funcional até aos civís e a comunidade, destronando o monopólio detido por
funcionários públicos especializados.
TAREFA
- Descrever sobre os dogmas que o Martinho Lutero levantou-se contra a Igreja Católica
AULA 3
Conceitos do Direito Administrativo e suas Fontes
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o conjunto de normas de conduta
coativa impostas pelo Estado, se traduz em princípios de conduta social tendentes a
realizar Justiça, assegurando a sua existência e a coexistência pacífica dos indivíduos em
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sociedade.

O Direito para fins didáticos é dividido inicialmente em ramos. Consoante a sua


destinação, pode ser interno, internacional, público ou privado. O Direito Administrativo
é um dos ramos do Direito Público Interno.
Conceito de Direito Administrativo: sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Fontes do Direito Administrativo


1. lei: é a norma posta pelo Estado;
2. doutrina: é a lição dos mestres e estudiosos do direito, formando o sistema teórico
de princípios aplicáveis ao direito positivo
3. jurisprudência: traduz a reiteração dos julgamentos dos órgãos do judiciário num
mesmo sentido;
4. costumes: são práticas habituais, tidas como obrigatórias, que o juiz pode aplicar
na falta de lei sobre determinado assunto. Também denominado direito
consuetudinário;
5. princípios gerais do direito: são critérios maiores, às vezes até não escritos,
percebidos pela lógica ou por indução.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
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*Sob o rótulo de sistemas administrativos, a doutrina arrola os mecanismos de controle


especiais para a Administração Pública
a) sistema do contencioso administrativo: de origem francesa, o sistema preconiza a
vedação à justiça comum do conhecimento e julgamento dos atos da Administração.
Nesse sistema, o Conselho de Estado é o último grau da jurisdição em matéria
administrativa. Da organização dessa justiça administrativa ficam excluídas, cabendo à
justiça comum, certas demandas de interesse da Administração, desde que emoldurem
três hipóteses: litígios decorrentes de atividades públicas com caráter privado, litígios que
envolvam questões de estado e capacidade das pessoas e de repressão penal e litígios que
se refiram à propriedade privada.
b) sistema da jurisdição única: também chamado de sistema judiciário, proveniente da
Inglaterra, preconiza que todos os litígios sejam resolvidos pela justiça comum. O que
caracteriza o sistema é a predominância da jurisdição comum ou da especial, e não a
exclusividade de qualquer delas para o deslinde contencioso das questões afetas à
Administração, por isso, não há que se falar em sistemas mistos (os que misturam os dois)
já que é comum essa mistura.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O estudo da Administração Pública em geral deve partir do conceito de Estado e Governo,
sobre os quais repousa toda a concepção moderna de organização e funcionamento dos
serviços públicos a serem prestados aos administrados.
5
ESTADO
Estado, portanto, é uma nação politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica
própria, sendo pessoa jurídica de direito público que contém elementos e três poderes.
Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do Direito Público como
no do Direito Privado, mantendo sempre sua única personalidade de Direito Público, pois
a teoria da dupla personalidade do Estado acha-se definitivamente superada.
Estado de Direito: é o Estado juridicamente organizado e obediente às suas próprias leis.
Elementos do Estado
1. Povo
2. Território
3. Governo Soberano
Poderes e Funções de Estado
1. - função típica e função atípica
2. função legislativa
3. função jurisdicional
4. função administrativa

Princípios básicos da Administração Pública


1. Legalidade;
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Aplicáveis a toda Administração Pública, direta e indireta, de qualquer dos Poderes, do


Estado, das Províncias e dos Municípios e aos particulares no exercício de função pública.
A Administração só pode agir segundo a lei (em sentido amplo).
Para a Administração: restrição de vontade; para os particulares: autonomia de vontade.
Legalidade (agir conforme a lei) Legitimidade (observar também os demais princípios).
Restrições à legalidade: estado de defesa, estado de sítio e medidas provisórias

2. Impessoalidade;
Atos devem ser praticados tendo em vista o interesse público, e não os interesses pessoais
do agente ou de terceiros.
Três aspectos: isonomia, finalidade pública e não promoção pessoal. Ex: concurso
público e licitação.
Proíbe nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal, inclusive do
partido.
Permite que se reconheça a validade de atos praticados por agente de fato.
Ato pode ser anulado, por desvio de finalidade.

3. Moralidade
Necessidade de atuação ética dos agentes públicos (moral administrativa).
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Conceito indeterminado, mas passível de ser extraído do ordenamento jurídico.
Aspecto vinculado; permite a anulação dos atos administrativos.
Nepotismo: não necessita de lei formal; não se aplica a agentes políticos.

4. Publicidade;
A Administração deve dar transparência a seus atos.
Permite o controle da legalidade e da moralidade dos atos administrativos.
Restrições à publicidade: segurança da sociedade e do Estado; proteção à intimidade ou
ao interesse social.
Publicidade (diversos meios) Publicação (divulgação em órgãos oficiais).
Publicidade não é considerada elemento de formação do ato administrativo, e sim
requisito de eficácia. O ato não publicado permanece válido, mas sem produzir efeitos
perante terceiros.

5. Eficiência;
Atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional, buscando-se maior produtividade e redução dos desperdícios de recursos.
Princípio ligado à Reforma do Estado (administração gerencial). Possui dois focos:
conduta do agente público e organização interna da Administração. Ex: avaliação de
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desempenho; contratos de gestão com fixação de metas; celeridade na tramitação dos


processos administrativos e judiciais. Não pode se sobrepor ao princípio da legalidade
(deve ser buscada com observância aos parâmetros e procedimentos previstos na lei).
Poderes da Administração Pública:

1. Poder hierárquico
Relação de coordenação e subordinação que se estabelece nas organizações
administrativas.
O poder hierárquico não depende de lei. Permite ao superior hierárquico dar ordens,
fiscalizar, controlar, aplicar sanções, delegar e avocar competências. Só abrange sanções
disciplinares a servidores, e não sanções a particulares. Delegação pode ocorrer fora da
estrutura hierárquica; já a avocação, não pode. Não há hierarquia: entre diferentes pessoas
jurídicas; entre Adm. direta e indireta; no exercício de funções típicas (ex: tribunais do
Judiciário); entre os Poderes da República; entre Administração e administrados.

2. Poder disciplinar
Prerrogativa para aplicar sanções àqueles que, submetidos à disciplina interna da Adm.,
cometem infrações (servidores e particulares com vínculo contratual com a Adm.).
Admite discricionariedade (gradação e escolha da penalidade).

3. Poder regulamentar 7
Poder inerente ao Chefe do Executivo para editar decretos. Decreto de execução: dar fiel
execução às leis administrativas; não pode ser delegado; atos de caráter geral e abstrato.
Atos normativos secundários: não podem inovar o ordenamento jurídico.
Decreto autônomo: não precisa de lei prévia; apenas para organizar a Adm. Pública,
sem aumento de despesa ou criação/extinção de órgãos ou extinção de cargos públicos
vagos. Pode ser delegado.
A Assembleia Nacional pode sustar atos normativos do Executivo que exorbitem do
poder regulamentar

4. Poder de polícia
Prerrogativa de condicionar e restringir o exercício de atividades privadas. Qualquer
medida restritiva deve observar o devido processo legal (ampla defesa).
Poder de polícia preventivo: anuência prévia para a prática de atividades privadas:
Licença: anuência para usufruir um direito; ato administrativo vinculado e definitivo.
Autorização: anuência para exercer atividade de interesse do particular; ato
administrativo discricionário e precário. Poder de polícia repressivo: aplicação de sanções
administrativas a particulares.
Podem ser cobradas taxas (espécie de tributo, e não preços públicos ou tarifas) em razão
do exercício (efetivo) do poder de polícia. Dispensa a fiscalização “porta a porta”. Ciclo
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de polícia: legislação (ordem), consentimento, fiscalização e sanção. Legislação e


fiscalização são as únicas fases que sempre existirão num ciclo de polícia.
Não pode ser delegado a entidades privadas não integrantes da Adm. Pública formal.
Atributos: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. Entretanto, alguns
atos de polícia podem ser vinculados (ex: licenças) ou não autoexecutórios e coercitivos
(ex: atos preventivos, cobrança de multa não paga). Polícia administrativa: caráter
preventivo; exercida por diversos órgãos administrativos; incide sobre atividades, bens e
direitos. Polícia judiciária: caráter repressivo; exercida por corporações especializadas
(polícias civil, federal e militar); prepara a função jurisdicional; incide sobre pessoas.

AULA 4

Elementos ou Factores da Administração Pública


- Administração Directa e Indirecta
Elementos ou factores da Administração Pública

1. Factor Humano
 Planejamento
 Administração do Pessoal
 Organização e métodos
 Relações que devem ser estabelecidas com os três ramos do Governo e com os 8
cidadãos.
Especificamente o que administração precisa é de pessoal qualificado e bem preparado
para desempenhar os cargos nos órgãos designados. Isto pode ser facilitado fornecendo
eduacção através de sistemas pedagógicos decentemente projectados, assim como
orientação vocacional, treinamento e programas de actualização.
2. Principais aspectos e Gerais que moldam as acções da Administração Pública
 Centralização
 Descentralização
 Desconcetração
 Autonomia Administrativa.
O Estado exerce suas funções através de um conjunto integrado órgãos, agentes e
entidades.
 Administração centralizada
 Administração descentralizada

CENTRALIZAÇÃO
A Centralização Administrativa, também conhecida como concetração administrativa,
basea-se no conceito de hierarquia, o que implica a aglutinação de uma série de poderes
em um único órgão, traduzindo-se em uma relação de subordinação, onde uma parte
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detem o poder, supervisiona e avalia o comportamento e a conformidade das suas


decisões nas acções dos órgãos inferiores.
A HIERARQUIA ADMINISTRATIVA
É o conjunto de regras que determinam a estrutura e competência dos diferentes órgãos
de uma entidade e que regulam as relações entre tais órgãos e também indicam o status
legal de seus titulares e agentes.
(Samayoa, 2002)
DESCENTRALIZAÇÃO
Quando outras pessoas jurídicas desempenham atribuições e obrigações típicas do
Estado, indiretamente, na execução dos serviços públicos. Ou seja não há hierarquia
estabelecida, isto implica que cada parceiro tem o poder de decisão e não pode ser visto
como subordinado do outro, ou seja, eles são auto-administradores e auto-reguladores a
fim de cumprir suas obrigações e tarefas.
Descentralização pode ocorrer de duas formas:
 Por outorga – o Estado cria e autoriza a criação de uma entidade, por lei, transfere
a ela determinado serviço. É a criação da administração Indirecta. Aqui o Estado
transfere a execução e a titularidade do serviço por prazo indeterminado.
 b) Por delegação – o Estado transfere a execução de determinado serviço a pessoa
física ou jurídica, quase sempre por prazo determinado, mediante acto ou contrato.
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Exemplo: as concessonárias, permissionárias e autorizatárias de serviço público (são
contratadas, não integram a estrutura da administração e prestarão o serviço em nome
próprio, mas sob supervisão do Poder público
Não ha hierarquia entre o que descentralizou e o entre descentralizado. Há uma relação
de vinculação, ou seja, um controle finalístico visndo certificar se elas estão cumprindo a
sua função
DESCONCENTRAÇÃO
Consiste na criação de órgãos – desprovidos de personalidade jurídica – feita pela
Administração Pública direta, a fim de desconcentrar as competências, dando maior força
ao Princípio da Eficiência. Ou seja é a distribuição interna de competência, a fim de
alcançar maior eficiência na prestação do serviço público. As atribuições são distribuidas
entre órgãos públicos, dentro da mesma pessoa jurídica.
É o processo de criação de órgãos. Pode ocorrer tanto da adminitração pública directa
como na indirecta.
- Então pode haver administração pública centralizada ou descentralizada ou concentrada.

Na desconcetração administrativa existe uma relação hierárquica entre os órgãos


integrantes da estrutura administrativa. Porem não há essa relação na descentralização,
onde existe uma relação de vinculação (controle finalistico)
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Concentração – as atribuições administrativas são desempenhadas por meio de órgão


público, sem divisão interna. Aqui não existe distribuição de tarefas entre repartições
internas.
AUTONOMIA ADMINISTRATIVA
As entidades autonomas administrativasas são caracterizadas pela auto-regulamentação,
o que significa que elas estabelecem seu próprio corpo de regras que as governa
independentemente, elas também podem estabelecer suas próprias instituições e ter seus
proprios activos, alem de serem autofinanciadas por terem seus próprios fundos fora do
orçamento geral do Esatdo.
Autonomia administrativa é uma qualidade de descentralização e permite que uma
entidade estabeleça suas próprias regras legais, que podem ser vinculadas, totalmente
válidas e ter um impacto tangível no sistema jurídico estatal

Administração Directa e Indirecta


Administração Directa – é o conjunto de órgãos que compõe os órgãos do Estado
(representa o conceito de Administração Centralizada). Administração Directa =
Administração Centralizada = Entidades Políticas
Administração Indirecta – formada pelo conjunto de pessoa jurídicas de direito público
e/ou privado que possuem capacidade de auto administração. Representa o conceito de
Administração Descentralizada.
Exemplos: Autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedade de economia
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mista – são entidades não possuem competência legislativa.
- Adminstração indirecta = Administração descentralizada = a entidades Públicas.
Nem todas as entidades da Administração indirecta são criadas para exercer funções
administrativas ou serviço público. As Empresas Públicas e as Sociedades de Económia
Mista são criadas para a exploração de actividades económicas.

AULA 5
Administração do Estado
Administração Estatal
Esfera Jurídica e política da administração pública
 Sistema Jurídico
Constituição: Poder Legislativo----Poder Executivo------Poder Judicial
Poder Legislativo: Órgãos Administrativo; As acções devem estar estritamente
circunscritas na Lei, e aos princípios da legalidade
EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

A constituição, a lei e os regulamentos dão aos órgãos administrativos competência, o


que se traduz em poderes essenciais para que eles desempenhem suas funções, somente a
lei pode distribuir competências.
- A administração pública deve ser desenvolvida na esfera política onde a lei é aplicada a
partir deste campo, para que a maioria da população se beneficie e todos desfrutem de
uma qualidade de vida digna e adequada.
- Neste sentido, é possivel reafirmar a impotância da Constituição, em virtude dos valores
e princípios filosóficos e ideológico que ela contém, os quais devem ser levados em conta
como pedra angular nas acções administrativas do Estado
Administração Pública Objectiva/Material/Funcional - equivale à função administrativa.
É a atividade administrativa. É o actuar do poder Executivo. (Serviços Públicos, Polícia,
Fomento ,Intervenção).
Administração Pública Subjectiva/Formal/Orgânica – equivale às pessoas, aos órgãos e
aos agentes públicos. São aqueles que fazem actuar o Poder Executivo
Exemplo: Estrutura da Administração em Angola.
Artigo 199.º da Constituição de Angola
1. A administração pública é estruturada com base nos princípios da simplificação
administrativa, da aproximação dos serviços às populações e da desconcentração
e descentralização administrativas.
2. A lei estabelece as formas e graus de participação dos particulares, da
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desconcentração e descentralização administrativas, sem prejuízo dos poderes de
direcção da acção da Administração, superintendência e de tutela administrativas
do Executivo.
3. A lei pode criar instituições e entidades administrativas independentes.
4. A organização, o funcionamento e as funções das instituições administrativas
independentes são estabelecidos por lei.
5. As entidades privadas que exerçam poderes públicos estão sujeitas à fiscalização
dos poderes públicos, nos termos da Constituição e da lei.

Sistemas Políticos de Governo


1. Sistema Parlamentar
Sistema parlamentarista, sistema parlamentar ou simplesmente parlamentarismo é um
sistema de governo democrático, em que o poder executivo baseia a sua legitimidade
democrática a partir do poder legislativo. “Produto da Revolução Francesa, é o sistema
por escelência nos países ocidentais”
Funcionamento - No parlamentarismo, regime constitucional de Repúblicas ou
Monarquias, o Poder Executivo é exercido pelo Primeiro- Ministro, que é quem governa
com o apoio do Parlamento, da Câmara. Assim, quando o Parlamento retira seu voto de
confiança, o gabinete de Ministros automaticamente apresenta sua renúncia.
2. Sistema Presidencial.
EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

A figura do preseidente combina funções políticas e administrativas, cubrindo o duplo


papel do governo. Assim a figura jurídico-político da interpelação deixa de existir, de
modo que os secretários de Estado são conselheiros directo do presidente, sendo
responsáveis apenas perante o último, uma vez que são nomeados por ele, como o
portador de todo o poder de decisão.
3. Sistema de Órgãos
Órgão Executivo: são aqueles que, efetivamente, colocarão em prática o que se encontra
previsto na lei, a fim de lhe dar cumprimento, salvaguardando o bem estar comum de
todos os cidadãos/Povo. É composta pela administralção centralizada, que é dividida
hierarquicamente em presidente, vice-presidente, ministros de Estado e outros
funcionários. Além disso, é composto pelos secretáriados da presidência e por vários
órgãos administrativos. O poder de decisão esta concentrado no presidente como figura
central.
Presidente da República.
O presidente é o chefe da função administrativa, que é auxiliado nesta função pelos
Ministros de Estado.
A presidência é o mais alto estágio hierárquico da administração centralizada.
Vice-Presidente da República.
É uma figura substituta para o presidente da República. Apesar disso, o vice-presidente
pôde adquirir maior participação, com a palavra a dizer nos conselhos de estado,
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dependendo do país em questão.
Exemplo: Em Angola as funções do Vice-presidente estão plasmados nos artigos 131.º e
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Secretários Presidências.
Os secretáriados da presdidência são órgãos que funcionam como auxiliares do presidente
e do vice-presidente, e são encarregados em certos países de executar as disposições da
constituição e das leis.
Ministros de Estado.
"Ministro de Estado" é o título dado a um cargo político do Poder Executivo que responde
diretamente ao Presidente da República.
Eles normalmente ocupam o terceiro lugar na hierarquia, depois do vice-presidente.
Ministros de Estado Adjunto.
Seu papel é auxilar e sua competência é limitada ao nível interno do órgão, ou seja, foi
criada por causa da competência excessiva dos ministros. É por tanto, também um adjunto
do Ministro de Estado em caso de ausência.

Endereços Gerais.
EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

As directorias gerais são constituidas por uma única pessoa e se caracterizam pelo facto
de serem entidades que prestam assessoria técnica e administrativa, que dependem
interamente do ministro de Estado e do vice-ministro, dependem da primeira para a
competência, e da segunda para a coordenação.
Devido as caracteristicas acima mencionadas, muitas das directorias gerais não têm
competência definida.
Administração Municipal
 - Autonomia
 - Caracteristicas municipais
Generalidade
Em uma grande parte dos paises da America latina, os territorios estão divididos em
municípios, e são organizados com base nos seguintes princípios:
 - Autonomia (e especifico em cada pais)
 - Provisão independente de recursos
 - Prestação de serviço publico local
 - Organização do seu território.

As autoridades municipais estão habilitados em emitir portarias e regulamentos. As


autoridades municipais, que exercem o governo municipal em muitos Estados, são 13
organizadas atraves da formação de um conselho municipal. As garantias sobre as funções
dos prefeitos e da propriedade municipal estão estabelecidas na Constituição.
1. Órgãos da Administração municipal:
 Tribunais municipais
 Policia municipal.
2. Despesas
As principais despesas estão directamente associadas com a prestação de serviços
publicos locais. O Estado destina uma porcentagem do orçamento geral para as diferentes
localidades dentro do Territorio.
Cracteristicas dos Municípios
1. A Existência de uma circunscrição territorial e de uma população;
2. Deve haver uma arquitetura de autoridede, composta de figuras centrais,
integradas dentro do conselho municipal, se aplicável;
3. Deve ter bens materiais do Estado e suas receitas internas;
4. Procura perseguir certos objectivos, como o bem estar de todos os habitantes, e a
preservação do meio hambiente natural e seu patrimonio tangível, assim como a
participação e o envolvimento dos cidadãos;

A importância da Administraçao municipal


EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

Combina as principais funções do bem-estar geral e é a forma mais direta de contacto


entre a sociedade e o Estado. Lida com questões especificas enquanto se subordina aos
princípios politicos mais fundamentais Descentralizar a administração publica

Sistema de Governo Municipal


Caracteristicas
 Unitárias: Existe apenas uma administração Publica à qual as administrações
locais estão subordinadas
 Binários: E um Estado composto, que pode assumir duas formas: Administração
local indirecto e Administração local autonoma.
Exemplo dos municípios Brasileiros:
A administração pública dos municípios brasileiros é responsabilidade dos poderes
Executivo e Legislativo. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, cujas
funções são acompanhar, fiscalizar e regular os atos do Executivo, assim como propor e
aprovar leis de interesse da cidade.
Ao Poder Executivo compete a prestação dos serviços propriamente dita. Ele é composto
pelas administrações direta e indireta. A primeira, sob a responsabilidade da Prefeitura, é
integrada pelo gabinete do prefeito e pelas Unidades de Gestão. Já a administração
indireta em Jundiaí é formada por oito entidades, conforme mostra o infográfico abaixo.
Além delas, existem duas empresas de sociedade de economia mista na qual a Prefeitura
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detém a participação majoritária nas ações.
Principais sistemas do governo municipal:
1. Em primeiro lugar, o sistema de democracia directa, concentra todo poder
municipal nas mãos dos habitantes da comunidade, que geralmente tomam
decisões em assembleias realizadas em espaços públicos. Conhecido como
cabildo abierto. (este modelo é pouco utilizado actualmente).
2. O sistema de democracia representativa é estruturado com base nos conselhos
colegiados, que representam os residentes da localidade, sendo este órgao
responsavél pela aleição do prefeito, como figura mais alta. (este modelo
amplamente utilizado).
3. Sistema democrático ou sistema inlgês, é baseada na opinião pública dos
cidadãos, que se espressa através do sufragio.
4. Sistema Frances ou sistema democrático de separação de poderes difere do
sistema inglês pela distinção precisa dos poderes, sempre sobre o guarda chuva da
democracia
3. O sistema alemão é caracterizado principalmente por sua estrutura autoritária, que
se enraiza na realidade social, politica e cultural do pais, onde o orgão executivo
domina os agentes básicos, ou elementos que constituem, podem ser resumidos
brevemenete como conselho, o magistrato e o burgomestre.

Tema: Acto administrativo, direito e deveres do cidadão. Procediemnto


administrativo. O control dos actos administrativos.
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Conteúdo das normas de direito administrativo Angolano.

O que é Direito Administrativo?


Ramo do Direito Público, constituido pelos sistemas de normas jurídicas que regulam a
organização, a actividade e o controlo da Administração Pública e as relações que esta,
no exercício da actividade administrativa de gestão pública, que estabelece com outros
sujeitos de Direito.
Fontes
1. Constituição
2. Leis e tratados internacionais
3. Regulamentos
4. Jurisprudência dos Tribunais
Conteúdo das normas de direito administrativo.
 Normas Orgânicas: Criam e estruturam as entidades que fazem parte da
Administração Pública;
 Normas Funcionais: Regulam os modos de exercício da Administração Pública;
 Normas Relacionais: Regem as relações entre a Administração Pública e os
particulares.
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 Normas de Control: Regulam a conformidade da actividade dos entes
administrativos com o primado da legalidade e juriscidade, por duas vias. Podem
ser: O auto-control – reclamações, inspenções, sindicâncias, recurso hierárquico;
Hétero-control – control financeiro no domínio da tutela e superintendência
Princípios Estruturantes da Administração Pública
1. Princípio da Legalidade: Os funcionário actuam em conformidade com os
princípios constitucionais e de acordo com a lei e o direito. (Artigo 6.º e artigo n.º
198.º, n.º 1 CRA);
2. Princípio da Igualdade: Os funcionários não podem beneficiar qualquer cidadão
em função da sua ascendência, sexo, raça, língua, convicções politica, ideológicas
ou religiosas, situação económica ou condição social (artigo 23.º e artigo n.º 198,
n.º 1 CRA);
3. Princípio da Proporcionalidade: Os funcionários, no exercício da sua
actividade, só podem exigir aos cidadãos o indispensavél à realização da
actividade administrativa (artigo n.º 198, e n.º 1 CRA);
4. Princípio da colaboraçã e da Boa-fé: Os funcionários, no exercício da sua
actividade, devem colaborar com os cidadãos, segundo os princípios da Boa-fé,
tendo em vista a realização do interesse da comunidade e fomentar a sua
participação na realização da actividade administrativa
5. Princípio da Lealidade: Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem
agir de forma leal, solidária e cooperante.
EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

6. Princípio da Integridade: Os funcionários regem-se segundo critérios de


honestidade pessoal e de integridade de caracter.
7. Princípio da Competência e Responsabilidade: Os funcionários agem de forma
responsável e competente, dedicada e crítica, empenhando-se na valorização
profissional.
8. Princípio do respeito pelo património público: O servidor público deve abster-
se das práticas que lesem o património público.
9. Princípio da Probidade: Os servidores públicos não podem solicitar ou aceitar,
para si ou para terceiros, directa ou indirectamente quaisquer presentes,
facilidades ou em geral, quaisquer ofertas que possam pôr em causa a liberdade
da sua acção, a independência do seu juizo e a credibilidade e autoridade da
Administração Pública.
Princípios da Prossecução do interesse Público
Interesse Público é o desejo de uma comunidade ligado à satisfação das necessidades
colectivas, ao bem desta. É o fio condutor, o motor da actividade administrativa Pública.
Aos órgãos administrativos cabe prosseguir o interesse público, no respeitos direitos e
interesses dos cidadãos. A definição do interesse público é o monopólio da lei.
Princípio da prossecução público
1. Invalidade: A decisão tomada pela Administração Pública, que desrespeite os
interesses públicos, sofre de invalidade, estando na origem do vicio do desvio do
poder 16
2. Desvio do poder: É a disfunção entre os motivos determinantes da decisão e os
fins para os quais a lei conferiu aos órgãos decisor, o poder de a tornar.

Organização Administrativa:
O sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas
colectivas públicas, que aseguram, em nome da colectividade, a satisfação regular e
contínua de interesse públicos secundários, isto é desempenham, a título principal, a
função administrativas.

Administração Pública
Normalmente é entendida em dois sentidos ou acepções
No sentido orgânica ou estático, encerra a ideia de estruturar, organizar, é a
Administração enquanto conjunto de ´órgãos e serviços que têm como finalidade
assegurar a satrisfação regular e continua das necessidades colectivas de segurança,
cultural e bem-estar.
No sentido material, objectivo ou dinâmico, significa actividade administrativa, é a
actividade regular e continua dos órgãos e serviços, tendentes à satisfação das
necessidades colectivas, é a administração em movimento, o modo de agir, próprio da
administração.
EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

Tipos de Administração Pública, procedimento administrativo e actos da Administração


Pública

Tipos de Administração Pública


 Administração Estadual: É a actividade administrativa pública que é
desenvolvida no âmbito da pessoa colectiva pública Estado.
 Administração directa: Quando a actividade administrativa estadual é exercida
por órgãos e serviços da própria pessoa colectiva pública Estado. (cuja
personalidade jurídica é reconhecida pelo direito interno)
 Administração Indirecta ou Instrumental: Quando a actividade administrativa
estadual é exercida por pessoas colectivas distintas do Estado, mas por ele criadas.
 Administração subordinada: Parte da administração estadual directa, cujo
órgãos e serviços estão submetidos à hierarquia do Titular do poder executivo,
isto é, dependentes deste.
 Administração independestes: Parte da administração estadual directa, que não
está submetida à hierarquia do poder executivo, pois o seu estatuto assenta numa
ligação privilegiada à Assembleia Nacional. (Provedor de Justiça, Comissão
Nacional Eleitoral etc).
 Administração Central: É a administração estadual directa e subordinada que
abrange todo o território nacional (ou continental)
 Administração periférica: É a administração estadual directa e subordinada que
abrange somente uma porção do território nacional (uma circusncrição).
 Administração periférica especializada: Administração estadual directa e 17
subordinada, adstrita ao desempenho de missões determinadas, correspondentes a
certos serviços. (ex: esquadra da Policia Nacional, repartições de finanças, etc).
 Administração periférica comum: Administração estadual directa e
subordinada, ligada à representação do Executivo e a missões no âmbito da
segurança de pessoas e bens.
Administração pública e funções do Estado Função Administrativa: aquela que, no
respeito pelo quadro legal e sob a direcção dos representantes da colectividade,
desenvolve as actividades necessárias à satisfação das necessidades colectivas.
1. Control pela função jurisdicional
2. Subordinada à função legislativa
3. Instrumental da função pública
Procedimento Administrativo: É a sucessão ordenada e actos e formalidade que visam
assegurar a correcta formação ou execução da decisão administrativa e a defesa dos
direitos interesses legítimos dos particulares.
Processo Administrativo: O conjunto de documentos em que se traduzem os actos e
formalidade que integram o procedimrnto administrativo.

O procedimeto administrativo
1. Espécies decisórias: Visam a tomada de uma decisão administrativa;
2. Procedimentoexecutivo: Visam assegurar a projecção dos efeitos de uma decisão
administrativa;
EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

3. Procedimetos de 1.º grau: Os que incidem pela 1.º vez sobre uma situação da
vida;
4. Procedimento de 2.º grau: Os que incidem sobre uma decisão administrativa
anteriormente tomada;
5. Procedimentos comuns: Aqueles que não são regulados por lei especial;
6. Procedimentos especiais: Aqueles que são regulados por leis especiais.

As fases do procedimento administrativo


1. Fase inicial: É aquele que desencadeará o procedimento administrativo, podendo
advir de iniciativa pública ou privada;
2. Fase de Instrução: A fase que se segue é a fase de instrução que se rege pelo
princípio do inquisitório, isto é,fase em que a administração pública, sem a
dependência da vontade dos interessados, requerer factos e esclarecimentos que
mais facilmente levem à tomada da melhor decisão.
3. Fase da audiência dos interessados: Nesta fase, algo importante a notar é que
caso tenha sido o particular a desencadear o procediemnto administrativo e
portanto seja uma iniciativa particular, este tem o ónus de demostrar os factos que
alegou, não o podendo fazer a A.P, na medida em que caso isso aconteça está-se
perante uma situação de desvio de poder, uma vez que a A.P prossegue fins
públicos e não privados.
4. Fase de decisão: É a fase que põe fim a todo o procedimento administrativo, isto
é, a tomada de decisão. Nesta fase é necessário ter em conta as divergências entre
o ôrgão decisor e o órgão instrutor, na medida em que as decisões de ambos podem 18
divergir.
5. Fase complementar: Esta fase defini-se como quela onde são praticadas
determinadas formalidades, tais como: registos arquivos, notificação da decisão,
publicação no diário da República, entre outras.
As causas de Extinção
 Notificação da decisão final ao destinatário;
 Desistência do pedido e a renúncia
 Deserção do pedido e a renúncia
 Impossibilidade ou inutilidade superveniente
 Não pagamento de taxas e despesas
 Acto tácito
Acto Administrativo – é um acto jurídico unilateral com caracter decisório, praticado no
exercício de uma actividade administrativa pública, destinado a produzir efeitos jurídicos
numa situação individual e concreta .
O acto Administrativo é:
 Um acto jurídico: Uma conduta voluntária geradora de efeitos jurídicos;
 Um acto unilateral: Uma declaração de vontade para cuja perefeição é
desnecessária a contribuição de qualquer outra vontade.
 É um acto praticado no exercício de uma actividade administrativa pública:
Ex. Indeferimento, pelo juiz de um tribunal, de um requerimento de um
funcionário judicial que pretendendia gozar férias interpoladas;
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 Destinado a produzir efeitos jurídicos numa situação individual e concreta:


O acto contrapõe-se à norma, que é geral e abstratcta
 Um acto com caracter decisório
 Trata-se de projectar as consequências do acto, na esfera jurídica de alguém,
alterando assim, a sua situação jurídica perante a Administração Pública;
Exemplo de actos na A.P:
 Actos administrativos
 Regulamentos~
 Contratos administrativos;
 Actos técnicos
 Actos operacionais
 Actos matériais/formas dos actos
Dois critérios merecem maior preocupação na definição de ato administrativo:
1. o subjetivo, do ponto de vista do órgão que pratica o ato;
2. o objetivo, que revela o tipo de atividade exercida
Atributos do Acto Administrativo:
1. Presunção de legitimidade: é juris tantum: característica decorrente da soberania
do Estado, assim se manifesta nas certidões, nas declarações, nas informações ou
nos atestados dotados de fé pública.
2. Imperatividade, ou coercibilidade: fundamentada na supremacia do interesse 19
público, faz com que certos atos administrativos tenham vigência obrigatória em
relação aos seus destinatários independentemente da respectiva aquiescência.
3. Autoexecutividade: significa que a Administração Pública não precisa recorrer
ao Poder Judiciário para executar suas decisões, característica mais presente no
exercício do poder de polícia.

Discricionariedade e vinculação:
Consoante o princípio da legalidade, a lei pode estipular a actuação do agente público de
forma objetiva (ato vinculado) ou conferir uma possibilidade de escolha (exercício de ato
discricionário), dentro dos limites previstos legalmente.
É sabido que os atos discricionários autorizam certa margem de liberdade, porquanto a
lei, ao regular a matéria, deixa um campo de apreciação ao administrador, insindicável
pelo Poder Judiciário, porque interditada a intervenção no mérito do acto administrativo.

Formalização dos Actos Administrativos


 Decreto: ato de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo, por meio do
qual procede ao regulamento das leis.
 Regimento: ato destinado a disciplinar o funcionamento de órgão colegiado, a
exemplo dos Regimentos Internos dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais de
Contas.
 Resolução: ato de caráter normativo, atribuído a autoridades de alto escalão, com
o objetivo de fixar normas sobre matérias de competência do órgão.
EDITADO POR MÁRIO GALANGUNGA

 Certidão: ato que reproduz fielmente atos ou fatos da administração registrados


em processos, arquivos ou demais documentos públicos

Regulamento Administrativo.
Regulamento Administrativo é o conjunto de normas jurídicas emanadas por uma
autoridade administrativa no desempenho do poder administrativo.
As espécies de regulamentos administrativos podem ser apuradas à luz de quatro critérios.
1. Quanto à sua dependência face à lei: Regulamentos complementares ou de
execução – são aqueles que desenvolvem ou aprofundam a disciplina constante
de uma lei. Podem ser
Espontâneos – nos casos em que a lei nada diz quanto a necessidade de
complementaridade, podendo entretanto a Administração, no âmbito da sua
competência, emiti-los

Devido – quando a própria lei impõe à Adminsitração a tarefa de desenvolver os


preceitos do comando legislativo.
Os regulamentos de execução são tipicamente regulamentos secundum legem
Regulamentos independestes ou autónomos – são aqueles que os órgãos
administrativos elaboram no exercício das suas competências, para assegurar a
realização das suas atribuições não tendo como base nenhuma lei específica
anterior. 20
2. Quanto ao objecto: Aqui há que referiri fundamentalmente os regulamentos de
organização, os regulamentos de funcionamento e os regulamentos de policícia.
Vejamos o conteúdo de cada um deles:
 Regulamento de organização: São aqueles que procedem à distribuição
das funções pelos vários deparatamentos e unidades dos serviços públicos,
bem como à repartição pelos diversos agentes que ai trabalham.
 Regulamentos de funcionamento: São aqueles que disciplinam a vida
quatidiana dos serviços públicos.
 Regulamento de Polícia: São aqueles que impõem limitações à liberdade
individual com vista a evitar a produção de danos à colectividade
(harmonia, convivência, ordem e tranquilidade pública). Estes
regulamentos têm particularmente relevância à nível da administração
local, cumprindo a este propóssito distinguir as posturas (que são
regulamentos locais, de policia e autónomos)
3. Quanto ao âmbito da sua aplicação
 Regulamento gerais: São aqueles que se destinam a vigorar em todo
território à jurisdição da Administração Pública.
 Regulamentos locais: São aqueles que têm o seu âmbito de aplicação
limitado a uma dada circunscrição territorial.
 Regulamento institucionais: São os que emanam dos institutos públicos
e associações públicas para terem aplicação apenas sobre os sujeitos que
se encontram sob a jurisdição dessas entidades
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4. Quanto a projecção da sua eficácia:


 Regulamentos internos: São os que produzem os seus efeitos jurídicos
unicamente no interior da esfera jurídica da pessoa colectiva pública, cujos
órgãos os elabora.
 Regulamentos externos: São aqueles que produzem efeitos jurídicos em
relação a outras pessoas colectivas públicas ou em relação à particulares.
Distinção entre Regualmento e Lei. Para a distinção entre regulamentos e lei, vários
critérios têm sido propostos. Elege-se, aqui, um dos critérios sustentandos pela doutrina.
Critérios de distinção entre Lei e Regulamento
1. Do ponto de vista Orgânico: A Lei provém do poder legislativo. (Assembleia
Nacional, Parlamento); O Regulamento emana do poder administrativo (Governo
Central, Executivo)
2. Do ponto de vista material: A Lei é o acto típico da função legislativa, em
princípio, introduz novidade normativa ao direito positivo (é inovador). A Lei fixa
prima facie as regras sobre as relações jurídicas entre as pessoas; O regulamento
inclui-se na função administrativa, o regulamento é executivo (é complementar)
Utilidade prática da distinção entre lei e regulamento
1. Fundamento jurídico: A lei basea-se unicamente na Constituição; o regulamento
só é válido se, em regra, uma lei de habitação atribuir competência para a sua
emissão.
2. Revogação e caducidade: A lei caduca ou é revogada por factos previstos no
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quadro constitucional ou legislativo; o regulamento caduca ou é revogado por
situações estabelecidas não apenas no plano regulamentar mas trambém no plano
legislativo;
3. Interpretação: A lei é interpretada por si mesma à luz dos critérios gerais da
interpretação da lei; o regulamento não pode ser interpretado por si mesmo, mas
em conformidade com a lei que visa regulamentar ou da lei de habitação.
4. Ilegalidade: Em regra uma lei contrária a outra lei, entre si “conflituantes”, a
posterior “extingue” a primeira, revogando-a ou então coexistem ambas na ordem
jurídica mas com domínios de aplicação diversos; um regulamento contrário a
uma lei é simplesmente ilegal.
5. Impugnação contenciosa: A lei só pode ser impugnada contenciosamente junto
do Tribunal Constitucional e com fundamento em inconstitucionalidade (ou
excepcionalmente, em ilegalidade sui generis); o regulamento ilegal é impugnável
conteciosamente junto dos tribunais administrativos e com fundamento em
ilgelidade strictu sensu.
Att: Excepcionalemte, o regulamento poderá ser impugnado como norma constitucional
perante o Tribunal Constitucional

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