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RESUMO: Entrega de relatório referente ao processo de um Estudo de Mercado que tem o objetivo de
Compreender e Caracterizar os Hábitos, Preferências e Comportamentos Alimentares dos Adolescentes
Estudo de Mercado
Índice
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................6
2 ENQUADRAMENTO DO ESTUDO.................................................................................8
3 OBJETIVOS.......................................................................................................................19
4 PLANEAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO......................................................................21
4.1 Planeamento.........................................................................................................................21
4.2 Orçamento............................................................................................................................21
7 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................................29
9 RECOMENDAÇÕES........................................................................................................49
10 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................52
10.1 Bibliografia...........................................................................................................................52
10.2 Netgrafia...............................................................................................................................52
11 ANEXOS.............................................................................................................................54
Índice de Figuras
Figura 1 – Roda dos Alimentos Mediterrânica.............................................................................11
Figura 2 – Prevalência de excesso de peso (incluindo obesidade) e obesidade infantil (6-8 anos)
em Portugal | 2008 – 2016.............................................................................................................13
Figura 3 – Contributo dos subgrupos de alimentos para a ingestão diária de sódio (%)..............13
Figura 4 – Contributo dos subgrupos de alimentos para a ingestão diária de açúcares livres (%).
.......................................................................................................................................................14
Figura 22 – Tabela cruzada sobre a frequência semanal da prática de atividade física pelo Sexo
.......................................................................................................................................................36
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Informações sobre o Focus Group..............................................................................40
1 INTRODUÇÃO
Dada a globalidade de um mundo global que é vasto em informações importa triar a melhor
informação, de maior utilidade, e não tanto em quantidade.
De uma informação abrangente e útil que os estudos de mercado podem ajudar a conseguir -
como elemento de apoio à melhor decisão do marketing.
Pode-se recorrer a vários tipos de estudo mediante os objetivos que se querem atingir.
Com este ponto de partida conseguimos chegar ao objetivo geral e algumas questões estratégicas
específicas, englobadas na geral, que afetam responder.
Posteriormente, numa terceira parte, com base nestes objetivos definidos, partimos para a
realização dos estudos quantitativos, através da realização de um inquérito por questionário,
com o intuito de aprofundar e quantificar os comportamentos e atitudes dos adolescentes, em
relação aos seus hábitos de alimentação.
Nas recomendações importa ter em conta o facto da nossa amostragem, por limitações de tempo,
ter seguido uma amostragem por conveniência de adolescentes que são do nosso meio social. O
não cumprimento das cotas mínimas que representam a população acabou por se refletir nos
resultados do nosso estudo que poderá ter abarcar as tendências dos comportamentos e das
preferências de toda a população de adolescentes, em portugal.
2 ENQUADRAMENTO DO ESTUDO
A alteração dos hábitos alimentares é um fenómeno que espelha a mudança, e evolução, do
mundo.
Este tema é mais do que a simples ingestão de um alimento; ela reflete relações pessoais, sociais
e culturais.
Hábitos alimentares inadequados são um dos principais fatores de risco para a mortalidade
precoce da população portuguesa. A mudança nos hábitos alimentares a partir da diminuição
do consumo de alimentos de alto teor calórico e do aumento da ingestão de frutas e legumes
deve ser, de um modo geral, mote de uma alimentação saudável.
A população parece estar cada vez mais consciente da importância da alimentação saudável
assim como os investigadores nacionais investem cada vez mais no estudo deste assunto.
Portugal apresenta desde dezembro de 2017 uma Estratégia Integrada para a Promoção da
Alimentação Saudável (EIPAS) envolvendo vários Ministérios pela razão de que os hábitos
alimentares pouco saudáveis são uma prática emergente que deve ser alterada através de uma
estratégia bem planeada por todos os intervenientes da sociedade, na promoção de uma boa
alimentação.
Este desafio está a obrigar os profissionais de saúde e toda a sociedade portuguesa a formar
uma nova forma de pensar e de comprar, privilegiando os melhores produtos e premiando
quem incentiva mais saúde.
Assim, neste contexto, sabendo que os adolescentes são um dos grupos etários mais sensíveis a
esta dinâmica social, e que o tema da alimentação saudável é fonte de grande preocupação da
Os adolescentes são um espelho da sociedade que os rodeia: para conseguir compreender esta
realidade, e ter um ponto de partida que nos permitam análises mais concretas sobre a
alimentação dos adolescentes, elaborámos a recolha, e estudo, de documentos e informações
sobre as principais temáticas da alimentação saudável, em Portugal, e dos adolescentes, em
concreto.
Esta primeira recolha foi conseguida através das informações que encontrámos nos sites da
Direção Geral de Saúde; dos documentos estratégicos para a Promoção da Alimentação Saudável
(EIPAS), das informações do Serviço Nacional de Saúde, Instituto Dr. Ricardo Jorge; e das
informações da Associação Portuguesa de Nutricionistas.
Permitiu-nos entender o problema e organizar alguns dados importantes para a boa compreensão
deste problema de pesquisa, por nós definido.
De acordo Direção Geral de Saúde, DGS (2018), que resume os desafios e Estratégias da
Alimentação Saudável, em Portugal, os hábitos alimentares inadequados dos portugueses são
o principal determinante da perda de anos de vida saudável na população portuguesa.
Assim:
As doenças que mais afetam os portugueses estão direta ou indiretamente relacionadas com a alimentação
inadequada, nomeadamente as doenças cardiovasculares, as doenças oncológicas, a hipertensão arterial, a
dislipidemia, a diabetes e obesidade.
Assim, em virtude desta realidade, a Direção Geral de Saúde, apresenta como metas a atingir até
2020:
O padrão alimentar mediterrânico é composto por uma base de alimentos comum e uma cultura
de os tratar própria. É hoje considerado um modelo alimentar de referência a nível mundial para
a manutenção da saúde e prevenção das doenças.
Neste documento, a DGS referiu a relação entre a forte adesão à Dieta Mediterrânica e o excesso
de peso, com uma menor percentagem de obesos nos que aderiram de forma elevada a esta dieta.
Esta dieta assenta, de um modo geral, no grande consumo de produtos hortícolas, fruta,
cereais pouco refinados, leguminosas secas e frescas; no consumo de produtos da região e
sazonais; moderado consumo de queijo e iogurte; consumo de carnes brancas (frango, peru
e coelho) e ovos e um baixo consumo em frequência e quantidade de carne vermelha e
produtos de charcutaria, bem como de açúcar e produtos açucarados, e consumo frequente
de pescado.
A cozinha mediterrânica é uma cozinha simples que tem na sua base as sopas, os cozidos, os
ensopados e as caldeiradas onde se incorporam os produtos hortícolas e as leguminosas, com
quantidades modestas de carne e usa a cebola, o alho e as ervas aromáticas para enriquecer os
sabores e aromas.
Em Portugal, a Roda dos Alimentos é utilizada como Guia alimentar para uma alimentação
saudável. Este Guia apresenta os princípios da Dieta Mediterrânica, não só ao nível das
recomendações alimentares como das porções a consumir.
A Roda dos Alimentos possui uma forma circular que sugere um prato e as refeições à mesa e
em grupo, típicas da cultura mediterrânica destacando-se:
Fonte: http://www.alimentacaointeligente.dgs.pt/roda_dos_alimentos.html
No sentido de identificar grupos de risco nutricional para chegar de forma eficaz à população na
prevenção dos riscos para a sua saúde, a DGS apresentou no programa nacional para a promoção
da alimentação saudável (2017) um retrato da situação alimentar e nutricional dos Portugueses:
Grandes diferenças alimentares entre os grupos etários da população portuguesa: crianças e adolescentes
representam a faixa etária que consome maior quantidade de leite, iogurte, leite fermentando e cereais ao
pequeno almoço; mas são o grupo etário que consome menor quantidade de fruta e produtos hortícolas;
O consumo da carne revela-se superior em todas as faixas etárias, em comparação com o pescado.
Comparando o consumo alimentar estimado para a população portuguesa com as recomendações da Roda
dos Alimentos Portuguesa, conclui-se que:
O consumo de fruta e hortícolas se encontra abaixo dos valores recomendados (-6% a -12%,
respetivamente);
O consumo de carne e pescado e ovos encontra-se acima dos valores recomendados (+10%);
O contributo percentual de alimentos que não estão incluídos na Roda dos Alimentos: bolos, doces,
bolachas, snacks salgados, pizzas, refrigerantes, néctares, bebidas alcoólicas (21% do consumo total).
Cerca de 53% da população portuguesa não cumpre com as recomendações de consumo medio de
hortofrutícolas, com especial relevância no grupo das crianças e dos adolescentes.
O grupo dos idosos são o grupo populacional que consome em média maior quantidade de fruta e produtos
hortícolas.
Há um consumo inadequado de refrigerantes e/ou néctares, principalmente nos adolescentes. Dos
adolescentes que bebem, 43% bebe diariamente estas bebidas e consome, em média, mais do que um
refrigerante por dia. Há uma maior prevalência de refrigerantes em relação aos néctares.
Figura 2 – Prevalência de excesso de peso (incluindo obesidade) e obesidade infantil (6-8 anos) em Portugal | 2008 – 2016
Fonte: http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wpcontent/files_mf/1532337212PNPAS_DesafiosEstrategias2018.pdf
Apesar, de Portugal continuar a ser um dos países europeus que apresenta níveis de obesidade
mais elevados, verificou-se uma tendência decrescente na prevalência e excesso de peso e
obesidade entre 2008 e 2016.
Figura 3 – Contributo dos subgrupos de alimentos para a ingestão diária de sódio (%)
Fonte: http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wpcontent/files_mf/1532337212PNPAS_DesafiosEstrategias2018.pdf
Figura 4 – Contributo dos subgrupos de alimentos para a ingestão diária de açúcares livres (%).
Fonte: http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wpcontent/files_mf/1532337212PNPAS_DesafiosEstrategias2018.pdf
Os gráficos II e III demonstram os principais alimentos que contribuem para a ingestão de sal e
de açúcar na população portuguesa.
2.5 Adolescência
Os alimentos são a fonte de energia dos adolescentes e uma alimentação pouco saudável
desequilibra o corpo e a mente. O consumo de uma alimentação saudável e cumprimento da
toma de todas as refeições principais promove o desempenho e aproveitamento escolar dos
adolescentes.
Esta fase da idade é caracterizada por um período de crescimento acelerado. Além da estatura,
músculos, ossos, todos os órgãos estão em pleno desenvolvimento. Assim, é necessária uma
especial atenção à quantidade e à qualidade da alimentação, na medida em que para além de
maior oferta de calorias, os adolescentes também precisam de nutrientes como a proteína (carnes
e ovos), o ferro (carne e leguminosas), cálcio (leite e derivados, vegetais verdes escursos, peixe);
vitaminas A (peixe, gema de ovo, legumes, fruta, vegetais de folha) e vitaminas C (citrinos).
O pequeno-almoço saudável deverá incluir alimentos do grupo dos cereais, lacticínios e fruta.
O almoço e o jantar devem iniciar-se com um prato de sopa de legumes. O 2º prato deverá ser constituído
por massa, arroz ou batatas, carne, pescado ou ovo e vegetais cozinhados ou crus. Como sobremesa optar
por fruta fresca.
Os hortofrutícolas são indispensáveis pela sua riqueza em vitaminas e sais minerais e pelo seu poder
antioxidante.
Não se deve estar mais de 3h-3h30 sem comer, sendo importante fazer cerca de 5-6 refeições por dia:
pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia (se >2h entre o jantar e o deitar).
A quantidade de sal ingerida por dia deve ser inferior a 5g (cerca de 1 colher de chá). A substituição do sal
por ervas aromáticas (aipo, alecrim, alho, cebolinho, coentro, estragão, hortelã, louro, orégão, salsa, ...) e
especiarias (açafrão, baunilha, canela, caril, colorau, noz-moscada, ...) na preparação e confeção de
alimentos é uma boa forma de realçar o sabor dos alimentos com reduzida ingestão de sal.
Beber 1,5 L de água por dia.
Leite e queijo fresco ou maturado (tipo flamengo) meio gordos (45-60% de matéria gorda)
Iogurte (máx. 2g de lípidos por 100g do produto)
Carne (preferencialmente, frango, peru e coelho)
Peixe e pescado
Flocos de aveia, milho, trigo (com baixa adição de açúcar, máx. cerca de 10g açúcar por 100g do produto)
Pão de mistura, de fibras ou de cereais
Lentilhas, grão, feijão, ervilha, fava
Hortícolas (todas e quanto mais variar melhor)
Fruta (todas e quanto mais variar melhor)
Neste contexto, podemos concluir que a alimentação na adolescência requer um olhar especial,
nomeadamente facultar ferramentas de proteção das consequências negativas que uma má
alimentação poderá trazer para a saúde e bem-estar futuro dos jovens adolescentes, que
são os futuros adultos.
3 OBJETIVOS
Uma fase muito importante dos Estudos de Mercado é a elaboração e a definição do problema
que vamos estudar, já que uma definição incorreta poderá trazer respostas inadequadas para a
compreensão do que pretendemos entender.
A definição do problema constitui, assim, uma fase fundamental para garantir a utilidade do
nosso estudo de mercado.
Neste contexto, importa definir a questão fulcral do nosso estudo; bem como respetiva
identificação das suas componentes especificas e apuramento dos objetivos gerais e
específicos desta temática da alimentação saudável da adolescência (que nos vais dar as
informações que o marketing necessita).
O problema que vamos estudar insere-se na alteração dos hábitos alimentares, e da prática da
alimentação saudável dos adolescentes, em Portugal – um grupo ativo e com uma importante
expressão e papel nas dinâmicas da sociedade.
A fim de uma boa compreensão do nosso problema, definimos o seguinte objetivo geral do nosso
Estudo de Mercado:
4 PLANEAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO
4.1 Planeamento
As datas desejáveis de início e conclusão do estudo devem estar indicadas num estudo de
mercado.
DATA
CRONOGRAMA 25-01-2019 28-01-2019 29-01-2019 30-01-2019 06-02-2019 07-02-2019 08-02-2019 12-02-2019 14-02-2019 15-02-2019
Envio do Inquérito X
4.2 Orçamento
Devemos indicar a verba orçamentada para o estudo de mercado de acordo com as possibilidades
e o valor que a informação a obter tem.
Segundo a TVI24 (2007), Portugal tem preços abaixo da média, como revelado por um estudo de
preços divulgado pela European Society for Marketing and Opinion Research (Esomar).
Sendo que os estudos de uso e atitudes, estudos de segmentação, focus group e apresentações
pessoais são os tipos de estudos que registam valores acima da média. Pelo contrário, os estudos
mais baratos em Portugal são os business-to-business realizados em entrevistas telefónicas
assistidas por computador, testes publicitários em entrevistas pessoais assistidas por computador
e que apresentam valores abaixo da média. É relevante que o mesmo estudo revela que Portugal
apresenta ainda preços muito inferiores a Espanha relativamente a todas as metodologias em
análise. Nalguns casos, os nossos preços não chegam sequer a metade dos apresentados pelos
nossos vizinhos.
Para o estudo a que nos propomos, delineamos o seguinte orçamento (preços já com IVA
incluído):
Total: 5250€
A metodologia utilizada para a realização do nosso estudo de mercado foi definida em função
dos objetivos que definimos e da tentativa de garantir o máximo de rigor da informação; e as
técnicas foram definidas em função do tempo para a recolha dos dados primários e dos meios
que dispomos.
Esta informação revelou-se muito útil para uma primeira discussão do nosso problema.
Depois deste ponto de partida importa agora o trabalho direto de recolha dos dados primários,
que nos permitem aprofundar o problema.
A pesquisa de marketing pode ser quantitativa e qualitativa. Estas duas pesquisas usam
metodologias diferentes, dados diferentes e focam-se em diferentes questões essenciais.
Assim, teremos em conta, para o nosso estudo, esta complementaridade da recolha de dados
quali-quantitativa.
Para o nosso estudo de mercado, a recolha de dados primários será feita através da metodologia
quantitativa (inquérito por questionário) e da metodologia qualitativa (discussão de grupo,
focus group).
Vamos proceder a um estudo quantitativo, através de um inquérito por questionário, que nos
permite obter informações factuais, quantificar e conhecer a alimentação dos adolescentes; e a
um estudo qualitativo, através de uma discussão de grupo, focus group, que nos permitirá
Não vamos conseguir garantir que todos os adolescentes portugueses tenham a mesma
possibilidade de fazer parte da nossa amostra na medida em que, por limitações de tempo, e por
não termos acesso à lista da totalidade dos adolescentes portugueses, decidimos recorrer a duas
escolas especificas, que nos são fáceis de aceder, bem como pedir a colaboração de adolescentes
que conhecemos, recorrendo á sua rede de amigos.
5.3 Técnica amostral | Amostra não probabilística por conveniência | Amostra não
probabilística Bola de Neve
A tipologia da nossa amostragem, que consideramos mais apropriada para o nosso estudo, e
tempo de recolha dos dados, é a amostra não probabilística por conveniência; na medida em
que vamos selecionar uma amostra de adolescentes que nos estão mais acessíveis, e próximos.
Abordaremos duas escolas que conhecemos, e estão mais disponíveis para nós, pedindo a
colaboração de uma ou duas turmas do ensino básico e/ou secundário para responder ao
inquérito.
Vamos recorrer, também, à amostra não probabilística Bola de Neve em que identificados
alguns adolescentes que conhecemos estes, por sua vez, vão convidar outros adolescentes da sua
rede de conhecidos e amigos.
Do mesmo modo que uma bola de neve vai rolando e ficando cada vez maior, o mesmo acontece
com esta técnica amostral: a amostra vai crescendo na medida em que os primeiros adolescentes
selecionados convidam novos participantes.
Esta metodologia vai permitir quantificar a informação factual, concreta e especifica que permita
elementos úteis para os decisores de marketing.
Através de uma discussão de grupo com adolescentes queremos chegar às suas necessidades,
motivações, atitudes e opiniões face à sua alimentação.
Vamos reunir 6 a 8 adolescentes à volta de uma mesa, deixando-os falar sobre os seus hábitos e
escolhas alimentares, evitando uma dispersão da discussão para outros assuntos.
Este método é uma fonte geradora de ideias na medida que nos ajudará a analisar, através dos
seus testemunhos diretos sobre a sua alimentação, as razoes das suas preferências e a imagem
que têm sobre as práticas da alimentação.
A gravação desta discussão pretende reunir dados significativos, para a nossa análise de
conteúdo, sobre a forma como os adolescentes compreendem os diferentes aspetos que estão
associados ao tema da alimentação saudável:
Começamos pelas perguntas mais simples, para não provocar desmotivação ao adolescente; e
tivemos em conta o tempo despendido para o preenchimento do mesmo (por forma a não
acontecer abandono do questionário, atendendo à inquietude destas idades).
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfxcCZAErrZ-88CiPAUztslk8Y6Xrx_2rUT5nnSUkFKh-
363g/viewform
7 ANÁLISE DE DADOS
Através da visualização do gráfico acima podemos verificar que a nossa amostra é constituída
por 107 adolescentes do sexo feminino e 87 do sexo masculino.
O alvo do nosso inquérito foram os adolescentes e no gráfico acima verificamos que cerca de
79% dos inquiridos tem uma idade compreendida entre 13 e 16 anos, sendo que a maior
percentagem tem 16 anos. A média de idades situa-se em 14,88, sendo que o adolescente mais
novo que respondeu tem 11 anos e o mais velho 19.
Relativamente às questões de quantas refeições fazes por dia, a maior percentagem de indivíduos
da amostra respondeu 4. Sendo que esta resposta foi a que mais prevaleceu tanto para a semana
como para o fim de semana.
Na Figura acima podemos verificar que 29,9% dos inquiridos do sexo feminino afirma realizar
cinco refeições por dia, sendo a percentagem de 9,2% para o sexo masculino.
Na Figura acima conseguimos verificar que a maioria das refeições são realizadas em casa. A
única refeição que apresentou um resultado diferente foi o lanche da manhã com resultados
muito dispersos pelas várias opções. Sendo que o almoço apesar de ter uma maioria de respostas
como sendo realizado em casa, apresentou como segunda percentagem mais elevada a cantina da
escola.
Quando inquiridos da frequência com que consomem vários produtos, obtivemos as seguintes
respostas:
Através da visualização da tabela, verificamos 44,3% da amostra afirmou que pelo menos uma
vez por semana consome fast food e 6,7% afirmou beber pelo menos uma vez por semana
bebidas alcoólicas. Os refrigerantes aparecem com 27,3% a dizer que raramente ou nunca são
consumidos.
67,53% da nossa amostra afirmou que come 1 a 2 peças de fruta por dia, sendo que 12,89%
afirmou não comer fruta.
Quanto ao consumo diário de água, 70% da amostra afirmou beber entre meio a dois litros.
Sendo que 1,03% afirmou não beber água e 9,79% afirmou beber mais de 2 litros diários.
Sobre a informação sobre hábitos da alimentação, 71,13% da amostra afirmou estar informada
ou muito informada. Sendo que 3,61% declarou-se nada informada.
Figura 22 – Tabela cruzada sobre a frequência semanal da prática de atividade física pelo Sexo
Na tabela acima verificamos que 40,2% dos rapazes respondeu praticar atividade física mais de 4
vezes por semana, enquanto nas raparigas a percentagem é de 16,8%. Tendo em consideração a
totalidade da amostra, sem distinção do sexo, 40,2% respondeu ter entre 3 a 4 vezes por semana,
e 4,1% respondeu não praticar qualquer atividade física.
Figura 23 – Gráfico da amostra – Em que local encontram informação sobre alimentação saudável
Analisando o gráfico acima, verificamos que familiares e as redes sociais são as fontes para
encontrar informação sobre alimentação saudável, com 36,1% e 24,7% respetivamente.
Tal como já referimos anteriormente, na especificação do método a adotar na recolha dos dados
primários qualitativos, a nossa pesquisa baseou-se na escolha do Focus Group.
No contexto do nosso estudo de mercado, o Focus Group aparece como um método qualitativo
válido que pretende alcançar novas ideias, pensamentos e sentimentos dos participantes
adolescentes que permita aprofundar o nosso tema da compreensão os comportamentos, as
preferências e escolhas alimentares dos adolescentes – em complemento com os métodos
quantitativos.
Dentro do objetivo geral acima referido, o nosso Focus Group teve o propósito de compreender
algumas dimensões associadas às emoções dos adolescentes relacionadas com o tema da
alimentação; compreender as suas reações a algumas propostas de ideias no âmbito da sinergia
do grupo e ainda tentar perceber algo oculto dentro das suas necessidades.
Assim, a gravação desta discussão pretende reunir dados significativos para a nossa análise:
O processo de seleção dos participantes deve ser consistente e rigoroso sob pena de termos
pensamentos e ideias iguais, provenientes de realidades semelhantes.
2. Incentivos:
Notificação:
Contactámos os adolescentes selecionados por telefone - por ser o meio mais acessível e
utilizado pelos adolescentes - uma semana antes da data definida para o focus group e ajustámos
a hora de acordo com a melhor disponibilidade de todos. Voltámos a confirmar por WhatsApp,
no dia antes.
A elaboração das perguntas apresentou uma tipologia de acordo com Krueger (2002) na
medida em que cumpre cinco tipo de questões a considerar no guião. As questões de abertura,
breves e simples; de ambientação; as de introdução, como forma de introduzir o tópico; as de
transição, que intercede entre a abordagem mais geral e inicia para uma abordagem mais
especifica; as questões chave que focam o tema do nosso estudo; e as questões finais que nos
permitem perceber se algo ficou em falta.
As questões seguiram uma ordem do geral para o mais concreto e tentaram ser positivas e de
simples compreensão aos adolescentes.
Utilizámos, ainda, algumas técnicas projetivas que nos permitiram chegar a algumas
motivações e gostos de forma indireta, como a associação e a construção de significados. Este
método permitiu imprimir um ambiente mais divertido e leve, aos adolescentes.
Informações
Nº de participantes: 8
Duração 30 minutos
Microfone
Cláudia Rodrigues Coutinho Página | 41
Estudo de Mercado
5. O moderador:
O moderador tem um papel muito importante e deve ser capaz de lidar com imprevistos e fazer
cumprir o tema e o tempo.
Neste Focus Group o moderador verificou alguns participantes mais participativos e outros
menos participativos. Sentiu alguma dificuldade em ser capaz de fazer falar os participantes mais
calados.
6. Análise de Conteúdo:
Fruta 5
Questionámos aos adolescentes participantes sobre qual era o seu principal pensamento quando
escolhem o que vão comer e percebemos que há uma certa instabilidade nos seus níveis de
preocupações com a alimentação visto que a maioria responder que às vezes pensa e outras não.
E sobre a razão dessa preocupação a maioria apontou o problema do acne como principal fonte
de se preocuparem com o que comem. Percebemos que nem sempre pensam e quando pensam é
devido a preocupações presentes que não se prendem com medidas preventivas da saúde futura.
Ninguém “eu..” 1
Quando pedimos aos adolescentes que identificassem a primeira pessoa, figura publica, que
associavam aos hábitos de alimentação saudável e com a imagem do corpo e aparência ideal
todos os rapazes referiram o Cristiano Ronaldo; e as raparigas a modelo Sara Sampaio.
Percebemos que eles associam os bons hábitos alimentares a uma aparência perfeita: a um atleta
rigoroso e de sucesso e uma modelo, com o corpo perfeito. Hábitos alimentares saudáveis estão
associados a um atletas e modelo de corpos perfeitos e a uma marca que vende legumes e frutas.
Têm a noção clara da identidade dos hábitos alimentação saudável com pessoas que fazem
exercício físico e que se preocupam com o corpo e a imagem; e aos legumes e verduras.
“ele é um barrigudo”
Imagem dos Want “se calhar ate se cuida mas não gere a 6
Em relação aos maus hábitos alimentares há uma clara identidade com o you tuber conhecido
Want, que é barrigudo e gordo; e com a marca Macdonalds, que embora digam que faz mal é
igualmente muito boa. Identificam os maus hábitos alimentares a pessoas com má imagem,
gordas; e a uma marca de fast food.
Em relação aquilo que eles consideram excessos alimentares há uma clara à quantidade de
ingestão de bolachas, pão branco e chocolate. Sabem que comem em excesso alguns alimentos
que não são bons para a saúde.
“bolachas de chocolate”
Questionámos o que pediam aos pais para comprar no supermercado para entender as maiores
escolhas de compras e interesse por tipos de produtos. A maioria referiu um maior interesse pelas
compras de iogurtes, bolachas e cereais.
Preferências e Consumos
Tabela 9 – Preferências e Consumos
Pedimos aos adolescentes para escreverem no início os dois alimentos que mais gostam, os
preferidos, e os dois alimentos que mais consomem, no dia-a-dia, que classificam como
essenciais. A água foi a mais referida, seguindo-se as pizzas e o pão. Quando pedimos para
associar estas preferências e consumos a escolhas positivas e negativas houve uma clara
consciência do certo e do errado, fazendo confirmar que estes adolescentes têm todos uma clara
noção do que é certo, mesmo que não se comportem sempre de acordo com isso.
Quando perguntámos se consideravam algum assunto em falta, na discussão deste tema, houve a
indicação, destes adolescentes, para a importância do exercício físico. Percebemos que eles têm
uma preocupação com a prática desportiva e que associam aos hábitos de alimentação saudável.
A maioria das refeições são realizadas em casa, sendo o pequeno almoço (83%) e Jantar (96,4%) as que
apresentam maiores percentagens
Quase metade da nossa amostra afirmou comer fast food pelo menos uma vez por semana (44,3%)
Consumo diário de fruta elevado (87.2%)
O consumo de sopa é elevado (83,51%)
Mais de metade da amostra bebe menos de 1 litro de água por dia (58.76%)
Mais de metade da amostra acha que faz uma alimentação saudável (68.56%)
Para a amostra em estudo, prevenir doenças é a razão mais importante para se ter uma alimentação
saudável (54.12%)
Percentagem muito pequena da amostra admite não estar informado sobre hábitos de alimentação (3,61%)
Praticamente toda a amostra considera a água saudável (99,5%)
Mais de metade da amostra pratica mais de 3 vezes por semana atividades físicas (67,5%)
Existe uma maior percentagem de adolescentes masculinos a praticar atividades físicas mais de 3 vezes por
semana
Embora haja grande variação na alimentação constata-se uma certa dificuldade em gerir as
emoções em relação aos seus desejos alimentares, notando-se comportamentos instáveis e pouco
consistentes em relação aos comportamentos.
Há uma maior preocupação com a alimentação devido aos problemas presentes, e concretos,
como o acne ou o corpo.
Constata-se a presença de fruta, água e sopa, de um modo geral, na alimentação da nossa amostra
e uma grande preocupação com a prática de exercício fisico.
Consideramos que outros estudos devem ser realizados - mais inquéritos e realizações de
focus group - para esclarecer os hábitos, os comportamentos e as preferências noutro tipo de
meios. O processo da nossa amostragem não garantiu o cumprimento de uma amostragem por
quotas capaz de representar os comportamentos da população total de adolescentes - sendo mais
um estudo de caso de um grupo de adolescentes de um meio social e económico um pouco mais
privilegiado, com maioria a frequentar escolhas privadas (que não estão acessíveis a todos os
adolescentes).
9 RECOMENDAÇÕES
Percebemos através deste estudo que os adolescentes são um grupo sensível às dinâmicas
sociais- Embora, tendo de um modo geral a perceção do correto e do errado precisam de ser
encaminhados no sentido de consolidar o conhecimento alimentar.
Assim consideramos que o tema da alimentação saudável na adolescência deve ser de grande
preocupação da sociedade portuguesa, escola e entidades de saúde, e de grande interesse para
quem produz os alimentos, os comercializa e promove.
Este tema é mais do que uma simples ingestão de um alimento: ela reflete relações pessoais,
sociais e culturais.
De acordo com a Direção Geral de Saúde há uma grande quantidade de jovens com excesso de
peso associado a uma alimentação inadequada. O nosso estudo não refletiu esta tendência pelo
facto da nossa amostragem pertencer a um grupo de adolescentes que pertencem a um meio
social favorecido. Assim percebemos que o meio social e económico dos adolescentes influencia,
de um modo geral, os seus hábitos e comportamentos alimentares. Os adolescentes são
influenciados pela famílias e amigos. Um meio que proporcione mais conhecimento e
consciência e mais meios vai conseguir influenciar uma educação alimentar, e hábitos, mais
saudáveis.
Assim, recomendamos que deve haver uma aposta forte na educação alimentar dos adolescentes
que seja acessível a todos os meios e classes socias, a escolas publicas e privadas – e não apenas
a exceções.
Se os todos os pais não podem proporcionar uma boa informação, exemplo e meios para a
promoção de hábitos de alimentação saudável, a Direção Geral de Saúde, as Autarquias, as
Escolas e meio extraescolar devem trabalhar em parceria em políticas de implementação e
consciencialização de uma prática de alimentação saudável acessível para todos.
As escolas e o estado devem apostar na educação de um bom aluno a saber fazer boas contas de
matemática assim como saber fazer uma lista de compras alimentares correta e saudável,
atendendo ao orçamento.
A Direção Geral de Saúde deverá dar indicações e incentivos à indústria alimentar para a
prática de um marketing e produção preocupados com a saúde dos adolescentes.
Hábitos alimentares inadequados são um dos principais fatores de risco para a mortalidade
precoce da população portuguesa:
Recomendamos uma maior aposta por parte das Escolas, Autarquias, Indústria alimentar e da Direção
Geral de saúde na promoção da informação sobre hábitos alimentação saudável a todos os adolescentes,
sem exceção, como forma de influenciar os adolescentes e as suas famílias e promover a literacia alimentar:
Desenvolvimento de conversas didáticas e divertidas através do envolvimento das associações de
estudantes, pais e os professores, em dias comemorativos;
Com os pais: deve haver a promoção de conversas com os pais dos alunos e discutir a importância da
alimentação na saúde e prevenção das doenças;
Entre os professores e os nutricionistas dos centros de saúde deve haver uma aposta na educação das
famílias para os benefícios para a saúde do consumo frequente de frutos e vegetais; e nomear os alimentos
que se devem inserir e os que se devem excluir dos lanches que os adolescentes trazem de casa para a
escola, ou que comem nos bares;
Campanhas de sensibilização (a importância do pequeno almoço, das 5 refeições, do exercício físico..),
em parceria com autarquias, escolas e centros de saúde;
Preparação e incentivo de alimentos saudáveis por parte dos alunos, professores, funcionários e restante
comunidade escolar, nos bares das escolas;
Promover trabalhos escolares com o debate do tema da alimentação, com prémios patrocinados pelas
autarquias;
Exposição nos bares das escolas dos trabalhos plásticos e reportagens dos alunos sobre alimentação
saudável;
Visita de técnicos de saúde às escolas e acompanhamento de casos de excesso de peso e obesidade, com
apoio ao adolescente e família;
Aposta de consultas informativas, por parte dos técnicos de saúde dos centros de saúde locais, sobre a
prevenção do acne, associado às boas práticas alimentares
Os centros de saúde, com apoio dos nutricionistas, devem criar projetos com o objetivo de criar nas
escolas um ambiente positivo, aberto e dinâmico, de discussão sobre o tipo de alimentação que os
adolescentes praticam no dia a dia e educar para uma alimentação saudável ao longo da vida.
A direção geral de saúde, deveria fazer uma parceria com quintas e agricultores das regiões com
campanhas de incentivo ao consumo de frutas da época nas escolas, fazendo com que comam pelos menos
duas pecas fruta por dia.
Recomendamos à indústria alimentar a promoção de campanhas dirigidas ao interesse dos adolescentes
nas redes sociais de incentivo a hábitos de alimentação saudável.
Aposta na produção alimentar saudável, ao nível da redução do gordura e do açúcar.
Alterar a rotulagem com maior informação nutricional com recomendações ou advertências a fim de
associarem imagens de práticas saudáveis de alimentação.
10 BIBLIOGRAFIA
10.1 Bibliografia
GRANBAYNAST, A. & LENDREVIE, J. & LÉVY, J. (2018). Mercator 25 anos, Lisboa: D. Quixote.
10.2 Netgrafia
11 ANEXOS
Adolescência
IPAM PORTO 2019
*Obrigatório
1. 1 - Durante a semana, quantas refeições (pequeno almoço, almoço, lanches, jantar, etc.)
fazes por dia? * Marcar apenas uma oval.
Uma Refeição
Duas Refeições
Três Refeições
Quatro Refeições
Cinco Refeições
2. 2 - Durante o fim de semana, quantas refeições (pequeno almoço, almoço, lanches, jantar,
etc.) fazes por dia? * Marcar apenas uma oval.
Uma Refeição
Duas Refeições
Três Refeições
Quatro Refeições
Cinco Refeições
3. 3 - Onde realizas na maioria dos casos as tuas refeições? * Marcar apenas uma oval por linha.
Pequeno almoço
Almoço
Lanche da
manhã
Lanche da tarde
Jantar
Sim Não
Água
Álcool
Café
Refrigerantes
Carne
Peixe
Bacon/Mortadela/Salame
Rissóis e Croquetes
Ervilhas/Favas/Feijão/Grão
Hortícolas
Fruta
Flocos de aveia/milho/trigo
Leite/Queijo/Iogurtes
Pão Branco
Pão de mistura/cereais
Pão de leite/Croissant/Bolachas
com recheio/Biscoitos
Bebidas alcoólicas
Bolachas, bolos
Fast food
(hambúrgueres,
pizzas)
Frutas
Leite/iogurtes
Legumes e
hortícolas
Refrigerantes ou
Néctares
6. 6 - Comes sopa?
Sim
Não
Não como
1 a 2 peças
3 a 4 peças
Mais de 4 peças
Não bebo
Nada informado
Pouco informado
Informado
Muito informado
10. 10 - Achas que fazes uma alimentação saudável? Marcar apenas uma
oval.
Sim
Não
A alimentação
saudável faz-me
sentir bem
Com uma
alimentação saudável
consegue-se um peso
ideal
Fazer uma
alimentação ajuda ao
rendimento na escola
Incentivo a minha
família /amigos a
fazer uma
alimentação saudável
Uma alimentação
saudável ajuda a
prevenir doenças
crónicas
13. 13 - Com que frequência semanal praticas atividade física? Marcar apenas uma
oval.
Não pratico
1 a 2 vezes
3 a 4 vezes
Mais de 4 vezes
Amigos
Escola
Familiares
Redes sociais
Revistas/Televisão/Jornais
Youtubers/Bloggers
Outra:
15 15 - Nas tuas escolhas alimentares qual é a importância que atribuis a estes aspetos: * Marcar
apenas uma oval por linha.
Masculino
Feminino
Escola Pública
Escola Privada
Vivo só
Somos 2 pessoas
Somos 3 pessoas
Somos 4 pessoas
Somos 5 pessoas
Chagar às
perceções da
alimentação
saudável
Participantes:
Moderadora (M): Vou começar por vos agradecer, terem vindo aqui roubar tempo ao vosso domingo.
Começo por vos enquadrar da razão de estarem aqui. Estou a estudar gestão de marketing e estou a
fazer um estudo de mercado no âmbito do marketing. Por exemplo todos os produtos que vocês
consomem resultam de um estudo sobre aquilo que as pessoas gostam e apreciam. E o marketing é isso.
Vai ao encontro daquilo que vocês precisam e gostam.
Nesse âmbito estamos agora, neste momento, a participar num focus group que é exatamente uma
discussão que foca um assunto. E aquilo que pretendemos é a vossa opinião sobre este assunto. Não
procuramos respostas certas e erradas. Não há aqui avaliação de nada. Aquilo que queremos aqui é
apenas compreender o que os adolescentes pensam em relação à sua alimentação; compreender as
suas escolhas e s seus gostos em relação à alimentação que fazem no seu dia a dia.
Aquilo que queremos é apenas a vossa opinião. E por isso estou a gravar a nossa conversa para depois
extrair tudo o que vocês opinaram e partilharam para depois fazer uma análise e assim contribuir para
melhor entender os hábitos alimentares dos adolescentes.
Por favor respondam apenas ao que peço e não falem unilateralmente. Quero apenas as vossas
opiniões. Mais nada.
Então: a primeira questão que gostaria que vocês pensassem é se vocês costumam pensar sobre a vossa
alimentação.
Participante 2: Não!
Participante 3: Sim
Participante 6: Eu também.
Participante 7: Sim:
Participante 5: sim.
Participante 4: Eu também.
M: Agora gostava que vocês pensassem em dois alimentos ou bebidas que vocês mais gostam. Aqueles
dois alimentos que quando vocês pensam em comer vos vem logo à cabeça. Registem nesse papel que
está à vossa frente, por favor. Podem demorar o tempo que precisarem.
Participante 1: Já está.
M: Já está? E agora gostaria que escrevessem os dois alimentos que no vosso dia a dia são
imprescindíveis. Que não passam sem eles na vossa alimentação. Aqueles que todos os dias consideram
essenciais.
Participante 1: Dois?
Participante 3: sim
(espera)
M: Já está? Ótimo. Agora quero que vocês me digam quais são as escolhas certas que vocês praticam na
vossa alimentação. Gostaria de ouvir cada um de vocês. Aquilo que consideram as vossas escolhas
certas e depois as escolhas erradas. No geral.
Participante 3: Eu por exemplo todos os dias bebo água e como uma fruta. E acho que não devemos
comer o que comemos na escola. Hambúrgueres e esses mambos (gíria angolana. Está relacionado com
problemas, coisas negativas). Encomendamos hambúrgueres e pizzas e comemos. E acho que não
devemos fazer isso.
Participante 2: Eu não faço muito isso. Não como hambúrgueres, bebo muita agua e não bebo sumos.
Participante 3: Sim.
Participante 1: Eu bebo mas sei que faz mal. Mas bebo. Todos os dias de manha sei que preciso de
comer trigo, um pao, cereais.
M: Carina?
M: E de errado? O que comes que saibas que está a fazer uma escolha errada?
Participante 7: Chocolates
Participante 3: Eu acho que muitos de nós nestas idades não comemos muita coisa por causa das
borbulhas. Eu por exemplo deixei de comer chocolates e esses mambos por causa das borbulhas.
Participante 7. Eu também.
M: Meninas?
Participante 4: eu como todos os dias sopa e fruta e de mau como muitos chocolates.
M: Mais?
Participante 6: Bebo muita água e fruta e de mau como chocolate e bebo refrigerantes
(risos)
M: Quando vocês escolhem o que vão comer: Muitas vezes são os vossos pais que escolhem
eventualmente o jantar ou almoço. Mas tirando isso, ou mesmo no caso de serem vocês a escolher as
refeições. O que é que pensam quando vos é permitido escolher? Temos fome e agora temos ali muitas
opções à disposição: a primeira coisa que vocês pensam naquilo que vão comer têm em conta o quê?
Aquilo que vos vais saciar muito rapidamente?
Participante 3: Eu penso, faço um balanço entre uma coisa que me vai saciar rapidamente a fome e o
que é saudável. Primeiro o que é bom e depois o que é saudável.
Participante 2: Um bife!
Participante 1: Eu para mim, para alem do que me apetece e do que me faz bem se tiver de ser eu a
fazer pode ser que mude. Por exemplo à pouco não me apeteceu cozinhar um bife e então comi ovo
com salsichas. Só por preguiça.
M: Claro. Mas vocês quando pensam no que vão comer pensam no quê? Eu por exemplo, no meu caso,
penso se me vai fazer engordar. Se tem gorduras. E vocês, pensam em quê? Só no que vocês gostam?
Ou não pensam?
Participante 6: Eu penso se o que eu vou comer faz bem ou se faz mal. Penso se aquilo que me faz e se
não há mais nada que eu possa comer que me possa fazer melhor e que eu não vá engordar.
Participante 1: eu as vezes penso, por exemplo: já comi um hambúrguer ontem hoje tenho a
oportunidade de também comer mas opto por não comer. Opto por comer em casa comida mais
saudável.
Participante 5: Há dias em que eu penso e há dias em que eu não penso. Não sei.
M: Constança? E tu?
M: Carina, e tu?
M: Então indo ao encontro desta questão, dizem que somos aquilo que comemos. Vocês têm isso
presente no vosso dia a dia? Se vocês pensam se aquilo que comem hoje vai ter consequências no vosso
futuro, quando forem já mais adultos? Há várias doenças que podem ser consequência dos nossos
hábitos alimentares. Vocês pensam nisso?
Participante 3: Eu comecei a pensar mais nisso nas aulas de ciências em que falámos dos subsistemas e
tal. Comecei a pensar mais nisso mas antes não pensava. E agora há coisas que eu como e não me sinto
bem de comer. Coisas que não fazem bem. E não me sinto bem depois de comer portanto evito
Participante 2: Eu penso mais no presente em vez do futuro por causa das borbulhas da puberdade!
Participante 1: Sim, é mais pensar no futuro próximo. Nao quando for mais velho mas sim daqui a um
mês, curar o acne.
Participante 4: eu costumo pensar nisso porque tudo o que como agora pode influenciar o meu futuro e
então como menos vezes as coisas que gosto.
M: E as meninas? Costumam pensar nisso? Eu por exemplo na vossa idade não pensava muito nisso.
Não pensava em diabetes ou cancro. Nem me lembrava disso. Vocês pensam nisso no vosso dia a dia
quando comem.
Participante 5: Eu penso. Eu penso. Mas continuo a comer coisas que sei que me fazem mal. Mas eu
penso. Tento ter mais cuidado, mas continuo a comer.
Participante 6: Eu penso.
M: E tu, Constança?
M: Agora eu gostaria de saber com quem é que vocês costumam falar mais sobre este tema da
alimentação. Com quem costumam falar sobre isto; ou onde vão buscar estas preocupações com a
alimentação?
Participante 1: Acho que embora não fala muito sobre isso acho quem talvez a pessoa com quem mais
falo sobre isso é o meu dermatologista. Quando vou pergunto. O resto não costumo partilhar opinião.
Simplesmente faço só no pensamento.
M: Mas esta tua preocupação com a alimentação veio de ti ou de outra pessoa ou meio?
M: E tu Carina?
Participante 5: eu muitas vezes leio sobre a alimentação; muitas vezes com a minha família, a minha
mãe e irmã, mas também falo com a minha amiga muitas vezes sobre a alimentação.
M: Agora: pensem numa pessoa figura publica por ser mais fácil a todos reconhecer que para vocês
tenha o corpo ideal e a aparência ideal. Que seja o exemplo daquilo que para vocês é o corpo e a
aparência física ideal. Podem pensar à vontade.
Participante 1: Ronaldo!
Participante 2: É!
Participante 3: Ronaldo!
M: Mas podia ser. Cada um de nós tem a sua ideia sobre uma aparência ideal
Participante 3: Mas é o CR
(grande silencio)
M: E essas mesmas pessoas que vocês estão a pensar é a mesma pessoa que para vocês simboliza a
prática de uma alimentação saudável? Que tem hábitos de alimentação saudável?
Participante 1: Sim, o Ronaldo e a Sara Sampaio têm nutricionistas e têm de se preocupar com a sua
alimentação. A Sara é modelo e o Cristiano um atleta.
Participante 3: O Ronaldo por exemplo não bebe refrigerantes e nada dessas coisas
Participante 6: Sim!
M: E agora: gostaria que me desse o exemplo exatamente o oposto. Não quero que se refiram e a
pessoa é feia mas uma pessoa que reflita que não tem hábitos de alimentação saudável.
M: O Fernando Mendes?
(risos)
Participante 3: Ya. Ele é o exemplo de pessoa que não se preocupa com nada.
M: Meninas? Digam-me um exemplo de uma pessoa que não pratica uma alimentação saudável.
Participante 6: o Want!
Participante 5: O Want.
Participante 8: Want.
(quase em uníssono)
M: Quem é?
Participante 6: É um Youtuber
Participante 2: Um barrigudo.
Participante 1: Se calhar até se cuida, mas não gere a quantidade. Ele é vegetariano.
Participante 2: É verdade.
Participante 6: Era.
M: Então ele é um exemplo de uma pessoa que não pratica hábitos de AS?
Participante 3: sim. Eu acho que ele comia em excesso e depois começou a ser vegetariano e e começou
a comer o que devia e começou a causar problemas no corpo dele.
M: Ok. Agora, em vez de uma pessoa gostava que me dessem uma marca que esteja a associada a
alimentação ou um produto especifico de uma marca que representa a alimentação saudável. Qual é o
primeiro nome que vos vem à cabeça quando pensam em AS?
Participante 1: a primeira coisa me vem à cabeça é a fazenda girassol (marca angolana de uma quinta
que vende produtos hortícolas e frutas, tipo Vitacress de portugal).
Participante 3: Ya!
Participante 2: Sim.
(grande silêncio)
Participante 6: Legumes.
M: Só conseguem pensar em legumes quando pensam em AS? Não associam nenhuma marca?
Participante 5: Sopas.
Participante 4: Legumes
M: Carina?
Participante 7: Nada.
M: Vocês, daquilo que comem em casa comem aquilo que os pais compram ou pedem aos pais para
comprar alguma coisa especifica? Costumam participar nas compras da comida la para casa?
Participante 3: Sim. Há várias coisas que eu peco para comprar. Tipo… Há uns cereais muito podres que
a minha mãe costumava comprar e eu pedi para não comprar esses e comprar outros melhores. Por
acaso são mais saudáveis também.
Participante 1: Lá em cada é um pouco a mistura dos dois. Por exemplo as refeições principais, almoço e
jantar, é o que nos poem na mesa. Mas depois temos os snacks, o lanche, os cereais do pequeno
almoço. Pedimos certo tipo de bolachas.
Participante 2: Iogurtes
Participante 4: Ah… Bolachas de chocolate. É só o que me vem à cabeça são bolachas de chocolate.
Participante 5: Nós la em casa a maior parte das vezes são os pais mais ou menos, mas nos também
pedimos algumas preferências. Iogurtes, cereais. Até mesmo massas.
M: Constança?
Participante 8: Bolachas..
M: Agora gostava que dissessem o produto ou marca que vos vem logo à cabeça quando pensam em
hábitos de alimentação pouco saudáveis, que seja uma má opção, uma má alimentação.
Participante 2: Filipinos!
Participante 4: Sim!
Participante 8: Sim!
Participante 5: Sim!
M: É o primeiro produto que vos vem à cabeça? Como símbolo de uma má alimentam?
Participante 3: Ainda bem que não há aqui porque senão estávamos todos...
(risos)
M: Então quais são os vossos maiores excessos alimentares. Que tipo de excessos costumam cometer?
Os excessos que cometem com mais frequência?
M: Carina?
Participante 7: Chocolate
M: Constança?
Participante 8: Chocolate
M: Qual pão?
M: Agora gostava que me dissessem a primeira palavra que vos vem à cabeça quando pensam na vossa
alimentação.
Participante 3: Diversificado
Participante 4: Pizza
Participante 8: bolachas
Participante 6: Diversificada
Participante 2: Jantar
Participante 7: Equilibrada
M: Agora pedia-vos a mesma coisa. Pensem numa palavra que caracterize a alimentação saudável, para
vocês. A primeira palavra que associam à AS. Uma ou duas palavras.
Participante 3: Fruta
Participante 7: Água
Participante 2: Fruta
Participante 1: Vitaminas
Participante 5: Fruta
M: Obrigada! Agora gostava que olhassem para os vossos 4 primeiros alimentos que escrevam logo no
início: os 2 alimentos que mais gostam e os 2 alimentos que mais comem. Gostava que cada um de os
partilhe connosco e ao mesmo tempo me digam se são escolhas positivas ou negativas (esses alimentos
que escolheram).
M: Para falar. Tu escreveste aí nesse papel os teus 4 alimentos e agora gostaria que os partilhassem
connosco o que escreveram, classificando-os como escolhas certas ou erradas.
Participante 2: HUUM.. Pizza é menos bom; mas o atum compensa. É uma das minhas comidas
preferidas.
(mas depois escreveu no papel: os dois alimentos que mais come ao dia: água e cereais)
Participante 3: Eu tenho fases. Mas Manga e água. São os que mais consumo e gosto. Considero os dois
positivos.
Participante 7: sim.
Participante 7: Positiva!
M: Positivas?
Participante 6: O que mais gosto é sushi e água. E o que mais consumo é água e pão.
M: Pão branco?
Participante 5: O que mais gosto meti maracujá e pizza. Acho que maracujá é bom. Pizza.. não é! Não
faz tao bem. Os que eu mais consumo acho que é o pão e carne. Não fazem muito bem, mas nós
precisamos de carne
Participante 8: Pus carne e manga e nos que consumo mais pus água e pão.
Participante 4: Ah. Os meus alimentos positivos eu pus pizza e água. Obviamente que não é saudável.
Ahh:… e nos que eu consumo mais pus carne e pão. Considero a carne saudável e o pão não tanto.
Participante 1: Eu, os favoritos meti coca-cola e pizza. Sendo que considero que a coca-cola é um
extremamente negativo. A pizza não tão negativo, mas continua a ser. Nos essenciais diários pus pão e
carne. O pão faz parte da maioria das manhas. E a carne esta sempre presente ou no jantar ou no
almoço ou nos dois.
Participante 6: Sim
Participante 5: Sim
Participante 4: Sim
Participante 8: Sim
M: Ok. Agora, por último queria perguntar se vocês acham que ficou a faltar aqui alguma coisa, um
assunto, que vocês consideram importante falar sobre os hábitos de alimentação saudável? Que vocês
gostariam de partilhar.
Participante 3: Eu acho que não há nada. Mas talvez uma recomendação que é o exercício. É muito
importante o bem-estar e para a saúde, quer mental, física e social.
Participante 6: Sim!
Participante 7: Sim.
Participante 1: Sim
Participante 3: 15 anos
Participante 2: 15
Participante 1: 17
Participante 4: 13
Participante 8: 13
Participante 5: 15
Participante 6: 14
Participante 7: 17
M: E pronto: terminámos! Muito obrigada pela vossa ajuda. Vamos agora comer um bolinho e têm aqui
estas maças. Sumos não há pois já tínhamos muito açúcar! Temos água.
(sorrisos)