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comercialização
de produtos
orgânicos
Módulo 2
• beneficiamento;
• comercialização;
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar Módulo 2 – Produção e comercialização de produtos orgânicos pg. 85
Neste tópico introdutório serão contextualizados os aspectos gerais da legislação da
agricultura orgânica no Brasil na produção vegetal ou animal.
Marco
Com o aumento da produção orgânica, algumas medidas surgem, a partir dos anos 2000,
para estabelecer um marco regulatório sobre essa atividade. No ano de 2003, é aprovada regulatório
a primeira lei sobre os orgânicos, a Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que Conjunto de normas, leis e di-
regulamenta a produção, o armazenamento, a rotulagem, o transporte, a certificação, a retrizes que retendem regular
comercialização e a fiscalização dos produtos orgânicos no Brasil. o funcionamento de um deter-
minado setor.
Lei nº 10.831/2003
Esta lei define que a agricultura orgânica contempla a produção de alimentos e outros
produtos que não fazem uso de defensivos agrícolas, transgênicos ou produtos químicos
sintéticos.
Por isso, a agricultura orgânica abrange as denominações: ecológica, biodinâmica, natural,
regenerativa, biológica, agroecológica, permacultura, entre outras.
Além delas, existem as legislações estaduais, que variam conforme cada estado e que não podem IFOAM
se sobrepor às leis federais, apenas complementá-las ou estabelecer normas mais restritivas. Para Federação Internacional dos
que os produtos orgânicos brasileiros possam ser exportados, é preciso seguir as normas dos Movimentos de Agricultura
padrões internacionais estabelecidos pela IFOAM ou pelo Codex Alimentarius. Orgânica.
O conteúdo visto é muito esclarecedor, não é mesmo? E, agora, você já deve estar ansioso
para compreender como seriam todos esses procedimentos de registro e certificação dos
produtos orgânicos. Então, continue estudando, pois esse é o assunto da próxima aula.
Foto: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar Módulo 2 – Produção e comercialização de produtos orgânicos pg. 94
Esta aula vai apresentar a você as possibilidades de certificação e registro dos produtos
orgânicos no Brasil. Todas elas exigem que haja um rastreamento da produção inteira, para
garantir segurança aos consumidores e produtores. Vamos entender um pouco quais são as regras
e os princípios da regularização da produção orgânica?
Rastreabilidade de
produtos orgânicos
Conhecer a procedência dos produtos e insumos utilizados é um ponto importantíssimo da
produção orgânica. Esse processo, chamado de rastreabilidade da produção orgânica, é um
método de controle que oferece maior segurança, tanto para os consumidores quanto para os Instrução
produtores rurais.
Normativa nº
2/2018
A rastreabilidade é um requisito obrigatório da produção
Trata-se de uma Instrução
orgânica e é exigida em todos os processos de certificação. Normativa Conjunta entre
Por meio dela, é possível conhecer toda a cadeia, desde a o Ministério da Agricultura,
produção até a gôndola da feira ou do supermercado. Para Pecuária e Abastecimento e a
os vegetais frescos a rastreabilidade é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância
Instrução Normativa Conjunta nº 2/2018. Sanitária.
Para a certificação da produção orgânica foram criadas diversas leis, normas e decretos federais que
são imperativos e orientam todo o território brasileiro. Existem diversos meios de obter a certificação
para os produtos orgânicos, como veremos em seguida. Entretanto, todos devem seguir as orientações
das normas federais, que também são influenciadas por normas internacionais.
Agroecologia em foco
O que é preciso fazer para que o agricultor mude do sistema de produção
convencional para um sistema de produção orgânico? Vamos falar sobre
isso?!
Para realizar essa migração de sistema de produção, o agricultor precisa
atender a uma série de requisitos da lei brasileira e passar por um período de
conversão. Esse período nada mais é que um tempo para que as propriedades,
ou partes delas, adequem suas instalações e práticas para a produção
orgânica. E assim, um produto daquela produção poderá ser considerado um
produto orgânico.
Esse tempo, além de permitir que o produtor adeque suas práticas e instalações,
garante que não haja resíduos de defensivos agrícolas e químicos no próprio
sistema produtivo e, também, em seus respectivos produtos.
Para culturas anuais, são exigidos doze meses; já para culturas perenes, que
são aquelas de ciclos longos, a exigência mínima é de dezoito meses.
No caso da produção animal, o tempo de conversão dependerá da espécie
animal a ser criada e do seu objetivo, ou seja, se para produção de carne, leite
ou ovos.
Veja abaixo como compreender o que fazer para obter uma certificação por auditoria:
Esse tipo de certificação pode representar altos custos para os produtores que, em geral, inserem
tais custos nos preços de venda, tornando os produtos mais caros para os consumidores.
Esse tipo de certificação é o mais utilizado em grandes áreas ou para aqueles produtos cujo
mercado consumidor está disposto a pagar pela credibilidade, como os mercados internacionais e
os grandes centros urbanos.
Neste momento, você deve estar se perguntando se os produtores possuem alguma alternativa
quando querem vender seus produtos diretamente para o consumidor, mas sem a necessidade de
um selo de certificação. É por essa razão que o nosso próximo assunto é sobre o controle social de
produtos orgânicos.
A venda dos produtos é então garantida por meio de um grupo, associação, cooperativa ou
consórcio de agricultores familiares (com ou sem personalidade jurídica, ou seja, não precisa ser
necessariamente uma empresa).
Assim como o Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (Opac), a OCS também deve
criar um comitê gestor e de avaliação da produção orgânica, para orientar os produtores sobre as
regras e normas, bem como fiscalizar se os produtores as seguem.
O sistema de controle social é direcionado para aqueles agricultores que desejam apenas realizar a
venda direta dos produtos, ou seja, vender diretamente para os consumidores em feiras ou fazer as
entregas em casa, por exemplo.
PNAE
Programa Nacional de Alimen-
tação Escolar.
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar Módulo 2 – Produção e comercialização de produtos orgânicos pg. 114
A produção orgânica demanda diversos detalhes para que mantenha sua
credibilidade e autenticidade, mas ainda requer cuidados especiais durante o
beneficiamento e a comercialização. Sendo assim, nesta aula você vai conhecer as
diversas formas de beneficiamento que se adequam aos produtos orgânicos, para
escolha e adaptação à produção. Vamos em frente!
Beneficiamento de
produtos orgânicos
O beneficiamento dos produtos orgânicos vem sendo cada vez mais exigido pelos
consumidores desses produtos. O processamento está
muito associado com o
beneficiamento, já que
os produtos processados
exigem um beneficiamento
específico. Para que seja
possível compreender
Todo o processo, desde melhor esse tema, veja as
embalar e armazenar os considerações a seguir que
produtos logo após a colheita estão no AVA em formato
até a entrega ao consumidor de vídeo! Acesse e confira!
final, abrange características
Se você estiver conectado
específicas para os produtos à internet e quiser ir direto
orgânicos. para a página do portal
EAD do Senar, clique no
ícone acima.
Processamento
de produtos orgânicos
O processamento é realizado em diversos produtos orgânicos. Cada produto recebe um
tratamento específico e o mercado consumidor está cada vez mais exigente.
O processamento de orgânicos,
embora realizado por muitos
agricultores de forma artesanal,
está ganhando espaço nas
grandes indústrias, que
os preparam para atender
a demanda nacional e a
internacional, com padrões bem
rigorosos e transparência em todo
o processamento.
Para o processamento dos alimentos é necessário incluir aditivos e coadjuvantes nos produtos
vegetais e animais. Esse processo aumenta o tempo de prateleira e garante a qualidade durante o
período de oferta dos produtos orgânicos.
Agar Gelatina
Própolis Goma guar
Cera de abelha Lecitinas
Cloreto de magnésio Pectinas
Wenderson Araujo/Trilux Fotografias. Sistema CNA/Senar Módulo 2 – Produção e comercialização de produtos orgânicos pg. 123
Uma etapa importante e que deve estar presente no planejamento dos produtores
orgânicos é a comercialização. Por isso, nesta aula, você vai estudar o perfil dos
consumidores, como realizar a precificação e identificar as possibilidades dos canais de
comercialização dos produtos orgânicos. Siga em frente!
O público consumidor de
produtos orgânicos
O consumo de produtos orgânicos cresce a cada dia, o que tem impulsionado toda IPEA
a cadeia produtiva. Os consumidores têm um grande poder e determinam quais Instituto de Pesquisa Econômi-
produtos orgânicos devem ser produzidos e em qual quantidade, segundo aponta a ca Aplicada.
pesquisa conduzida por pesquisadores do IPEA (LIMA, 2020).
Sendo assim, os produtores devem considerar os custos de produção, pois eles são os principais
fatores para determinar os preços de venda, levando em conta:
Insumos
s insumos utilizados nos sistemas orgânicos muitas vezes têm um preço maior que os
O
usados nos sistemas convencionais, o que pode tornar o produto agrícola mais caro para o
consumidor.
Custos indiretos
Somados a tudo isso, ainda há que se considerar os custos indiretos, como os serviços
ecossistêmicos, provenientes do cuidado extra com os recursos hídricos, o manejo de solo, a
promoção da biodiversidade, entre outros.
Depois de considerar esses elementos, todos esses custos são somados e divididos pela
quantidade de produtos disponíveis. Em seguida, é necessário observar os preços de mercado,
ou seja, aqueles praticados pelos vizinhos e outros produtores, e fazer os ajustes para que o
produto fique competitivo.
Acompanhe a conversa
entre Roberta e Douglas
em relação aos preços e
à diferença deles para os
Em geral, quando há maior produção produtos orgânicos.
de um determinado produto, os preços Vale destacar que este
tendem a cair e vice-e-versa. Por isso, conteúdo está disponível
é necessário que os produtores realize no seu Ambiente Virtual de
m um bom planejamento para manter a Aprendizagem (AVA), em
regularidade das colheitas, como no caso formato de áudio.
das hortaliças e das culturas perenes,
Se você estiver conectado
como as frutas, por exemplo.
à internet e quiser ir direto
para a página do portal EAD
do Senar, clique no ícone
acima.
É necessário também buscar variedades cuja colheita ocorra em períodos escalonados.
Por exemplo, há diversas cultivares de pêssego, como chimarrita, chiripa, chula, eldorado
e granada, que apresentam diferentes períodos de colheita, possibilitando ao produtor
comercializar pêssegos durante várias semanas.
• tipo de produto;
• quantidade disponível;
• demanda;
• recursos disponíveis.
Neste contexto, podemos apontar algumas formas de comercialização mais
comuns para os produtos orgânicos, que são basicamente: a venda direta
ao consumidor final e a entrega para os supermercados. Conheça algumas
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
alternativas de venda direta:
Esse agrupamento dos orgânicos em prateleiras e áreas específicas dentro dos estabelecimentos é
uma estratégia para que as grandes redes de supermercados se destaquem e se coloquem como
referência para o público.
INTERMEDIÁRIOS RESTAURANTES
VAREJISTAS ESPECIALIZADOS
Alguns produtos podem ser comercializados Há também um mercado crescente de
para intermediários varejistas, que os restaurantes que ofertam alimentos frescos
disponibilizam em lojas especializadas de orgânicos.
produtos orgânicos e naturais.
A alta procura por esses produtos colaborou com o surgimento de marcas que são exclusivamente
orgânicas e naturais, oferecendo xampus, loções, perfumaria e toda linha de maquiagem inclusive para
o mercado internacional.
Muito bem! Agora que você já revisou os conteúdos estudados, é hora de analisar se
você está pronto para praticar.
1. Vimos ao longo do curso que a produção orgânica no Brasil é regida por uma série de
regras e normas legais. A principal delas é a Lei nº 10.831/2003, que regulamenta a produção,
o beneficiamento e o comércio de produtos orgânicos. Conforme o que estudamos no curso e
as diretrizes dessa lei, indique a alternativa correta:
a. Rastreabilidade
b. Beneficiamento
c. Agroecologia
d. Selo orgânico
b. A certificação por auditoria é realizada por uma certificadora, que pode ser pública ou
privada, credenciada no MAPA.
c. Para certificar agricultores familiares é possível contratar uma empresa de controle social
na venda direta e esses produtores ficarão livres de fiscalização da produção orgânica.
a. Produtos com mais de 70% de produtos orgânicos na sua composição podem ser identificados
como “produtos orgânicos”.
b. Assim como na fase de produção orgânica, nenhum produto pode ser utilizado como aditivo ou
coadjuvantes no processamento dos produtos orgânicos.
c. Produtos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos devem ter esses ingredientes orgânicos
identificados na embalagem na qual deverá constar: “produto com ingredientes orgânicos”.
d. A maior parte do processamento dos produtos orgânicos é realizada pelos produtores e, por
isso, a legislação dos orgânicos determina o que pode ou não ser utilizado nesses processos.
a. Para se ter sucesso na comercialização é preciso aumentar os preços dos produtos orgânicos,
para que os consumidores tenham a garantia de qualidade.
b. Os homens são os que mais consomem produtos orgânicos e, entre as regiões do Brasil, o maior
consumo está entre os nortistas.
c. Os supermercados são os locais onde há maior comércio de produtos orgânicos no Brasil, já que
a maior parte dos alimentos é adquirida nesses espaços.
É isso aí!
Você finalizou a leitura do módulo 2!
Siga em frente para o encerramento.
Esperamos que você tenha sido inspirado e que as informações contidas aqui tenham qualificado
a sua atuação profissional.