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Fala futuros Togados, preparamos mais um CARD de Direito Administrativo CAPRICHADO para vocês, novinho
em folha. Essa parte da matéria, como vocês bem sabem, é bem decoreba, embora de suma importância pela
sua incidência. Então, leia com carinho e faça muitas questões sobre o tema!
1. O ato administrativo: conceito, objeto e conteúdo. Fatos da administração, fatos administrativos e atos
administrativos. A estrutura do ato administrativo: elementos e pressupostos. Classificação dos atos
administrativos. Espécies de atos administrativos. Validade e eficácia dos atos administrativos. Atributos dos
atos administrativos. A teoria dos motivos determinantes. O regulamento no Direito Administrativo brasileiro.
3. Extinção do ato administrativo e a Lei nº 9.784/1999 e suas alterações. Vícios do ato administrativo. O desvio
de poder. Nulidades, anulação e convalidação. A revogação do ato administrativo.
4. Ato administrativo. Estado de Direito. Noção. Elementos (agente competente, objeto, forma, motivo,
finalidade). Atributos (presunção de legitimidade/veracidade, imperatividade, autoexecutoriedade e
tipicidade). Perfeição, vigência e eficácia. Retroatividade e irretroatividade. Tipologia. Legalidade. Mérito. Ato
de governo. “Não ato”. Vícios e defeitos. Desfazimento. Nulidades. Anulação e revogação. Cassação.
Preservação (convalidação, ratificação e conversão).
Obs: Pessoal nas #CICLOLEGIS não iremos colocar o gabarito das questões. Isso porque, tais # tem como
objetivo justamente decorar a letra de lei. Sendo assim, ao corrigir a questão vocês precisarão ir a letra de lei
novamente e vão necessitar ler novamente o artigo! Isso com certeza irá facilitar o processo de fixação da letra
de lei!!!!
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#MAPEIA NO VADE
#CICLOLEGIS #DECORAALETRADALEI
Lei 9784/99, Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade,
e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos _____.
a) adquiridos.
b) perfeitos.
c) aperfeiçoados.
ATOS ADMINISTRATIVOS
#UM POUCO DE DOUTRINA
Para Maria Sylvia Di Pietro2 ato administrativo é a declaração unilateral do Estado ou de quem o
represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico de Direito
Público, e sujeita a controle pelo Poder Judiciário.
ATENÇÃO!
Ato Unilateral Ato Bilateral
Ato administrativo Contrato administrativo
ATOS ADMINISTRATIVOS, portanto, são espécies do gênero “atos jurídicos”, porque são manifestações
humanas, voluntárias, unilaterais e destinadas diretamente à produção de efeitos jurídicos. O que os torna
peculiares no âmbito do gênero “atos jurídicos” é o fato de serem manifestações ou declarações da
administração pública, agindo nesta qualidade, ou de particulares investidos em funções públicas, que estejam
exercendo prerrogativas públicas. O fato de serem praticados no exercício de atribuições públicas faz com que
sejam os atos administrativos submetidos a regime de direito público. Assim, podemos concluir que:
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Por Paula Lemos Penteado
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 28 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
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#ATENÇÃO: o ato administrativo deve ser editado com a observância da lei. Ademais, sempre é possível
controle judicial, em razão do princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional.
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473-STF: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.
Todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da Administração, mas nem todo ato da
Administração é ato administrativo.
Os atos da Administração são emanados pela Administração Pública, nunca por particulares. Já atos
administrativos podem ser manifestações de particulares em colaboração com a Administração Pública, ex.
agentes honoríficos, delegados, credenciados
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO3
Atos de direito privado, praticados pela Administração em igualdade de condições com o particular;
Atos materiais da Administração: atos de execução material – ex. demolição de uma casa. Ocorrem como
consequência de um ato administrativo;
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 28 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
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Atos normativos;
Em suma, a doutrina costuma utilizar a expressão “ATOS DA ADMINISTRAÇÃO” para se referir aos atos que a
administração pública pratica quando está despida de prerrogativas públicas, quando está atuando em
igualdade jurídica com os particulares, o que decorre, por exemplo, quando ela atua como agente econômico.
Os “atos da administração” são regidos predominantemente pelo direito privado. Já “atos administrativos”
são manifestações ou declarações da administração pública, agindo nesta qualidade, ou de particulares
investidos em funções públicas, que estejam exercendo prerrogativas públicas.
*#DIRETODAFUC #OUSESABER: Qual a diferença entre ato administrativo, ato político e ato de gestão?
Os atos administrativos caracterizam-se como manifestações unilaterais do Estado ou de quem lhe faça as
vezes, sob o regime jurídico de direito público, voltado à produção de efeitos jurídicos (criativos, modificativos
ou extintivos), sendo tais atos passíveis de controle pelo Poder Judiciário. Os atos praticados pela
Administração Pública podem ser atos administrativos, atos políticos ou atos de gestão. Os primeiros, já
conceituados acima, são praticados em fiel observância à lei, estando a ela subordinados, sendo regidos pelo
regime jurídico de direito público.
Os atos políticos são aqueles atos praticados com fundamento direto na Constituição, com alto grau de
discricionariedade, atinentes ao comando da nação, representando muitas vezes opções ideológicas, como,
por exemplo, se dá com o veto de uma lei e a declaração de guerra.
Atos de gestão, por sua vez, são os praticados pela Administração em posição de igualdade com os
particulares, despindo-se, portanto, do poder de império. Podem ser dados como exemplo, a alienação de um
imóvel público inservível, ou a doação sem encargo de determinado bem não destinado às finalidades do
órgão.
- FATOS ADMINISTRATIVOS
Em síntese, podemos constatar que os fatos administrativos podem ser voluntários e naturais. Os fatos
administrativos voluntários se materializam de duas maneiras: (1ª) por atos administrativos, que formalizam a
providência desejada pelo administrador através da manifestação da vontade; (2ª) por condutas
administrativas, que refletem os comportamentos e as ações administrativas, sejam ou não precedidas de ato
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administrativo formal. Já os fatos administrativos naturais são aqueles que se originam de fenômenos da
natureza, cujos efeitos se refletem na órbita administrativa.
Assim, quando se fizer referência a fato administrativo, deverá estar presente unicamente a noção de que
ocorreu um evento dinâmico da Administração.
#RESUMEAIPROF
➔ Para uma parte da doutrina, as omissões (ou seja, o silêncio da AP) são fatos administrativos;
➔ Nem sempre produzem consequências jurídicas para a Administração (fato da Administração);
➔ Não se enquadram na teoria geral dos atos administrativos;
➔ Não são anulados nem revogados;
➔ Não possuem presunção de legitimidade;
➔ Não possuem atributos e requisitos;
- A omissão produz efeito se tiver previsão legal, ou então gera o direito de resposta (não se aplica o art.
111, CC)
#DEOLHONALEI
Art. 7º, Lei 11.417 - Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula
vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal,
sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento
das vias administrativas.
§ 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará
a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula,
conforme o caso.
#UMPOUCODEDOUTRINA
Discorrendo sobre o tema, Fernanda Marinela assim relata: “Para a doutrina majoritária, o silêncio
administrativo não produz nenhum efeito, salvo quando a lei – reconhecendo o dever da Administração de
agir, atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso, a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito
denegatório do pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses – em que a lei atribui efeito
ao silêncio – o mesmo não decorre do silêncio, e sim da previsão legal.
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Segundo essa orientação, o silêncio não é ato jurídico e, por conseguinte, não é ato administrativo, porque
ambos dependem de uma declaração jurídica, de uma manifestação, faltando, assim, a condição para a sua
existência, que é a exteriorização da vontade.” (Direito Administrativo, 11 ed., pág. 344)
1. Competência
2. Forma
3. Motivo
4. Objeto
5. Finalidade
TODO mundo sabe, mas não custa lembrar, do mnemônico COMFIFORMOB pra decorar quais são os
elementos do ato administrativo.
Nota-se que os ELEMENTOS do ato administrativo não se confundem com os seus ATRIBUTOS. Os
elementos dizem respeito aos aspectos de formação, extrínsecos do ato, ou seja, à sua estrutura, e a doutrina
se utiliza da Lei da Ação Popular para defini-los. Já os atributos dizem respeito às características e efeitos do
ato administrativo. Veremos os atributos logo após.
#OUSESABER
#COLANARETINA #TABELALOVERS:
- COMPETÊNCIA
Consiste no poder atribuído ao agente para a prática do ato. A competência decorre de norma expressa.
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✓ Irrenunciável.
✓ Imodificável
✓ Não admite transação. Inderrogável – não se transfere por acordo entre as partes.
✓ Não admite prorrogação, como ocorre no processo civil, em razão do interesse público.
✓ Imprescritível. (Ex: se durante dez anos não houve infração funcional, e a autoridade competente não
exercitou sua competência, ela não deixa de ser competente).
#OUSESABER
Não pode ser objeto de delegação: competência exclusiva; decisão de recurso administrativo; competência
normativa.
Obs.: delegação/avocação. Delegação: não perde a competência; continua competente de forma concorrente.
Delega para subordinado ou de mesma hierarquia. É temporária, mas por tempo determinado. Agente
delegado responde pelo ato. Avocação: retirar competência dada por lei de subordinado. Temporária e por
tempo determinado. Excepcional e motivada. Ex. avocação de processos administrativos pelo CNJ.
#SELIGA:
Ocorre EXCESSO DE PODER quando o agente público atua fora ou além de sua esfera de competência,
estabelecida em lei. O excesso de poder é uma das modalidades de “abuso de poder” (a outra modalidade é o
desvio de poder, que corresponde a vício no elemento finalidade dos atos administrativos).
O vício de competência decorrente do excesso de poder, entretanto, nem sempre obriga a anulação
do ato. O vício de competência admite convalidação, salvo se se tratar de competência em razão da matéria
ou de competência exclusiva.
A USURPAÇÃO DE FUNÇÃO é crime, e o usurpador é alguém que não foi por nenhuma forma investido
em cargo, emprego ou função pública; não tem nenhuma espécie de relação jurídica funcional com a
administração.
Diferentemente, ocorre a denominada FUNÇÃO DE FATO quando a pessoa foi investida no cargo, no
emprego público ou na função pública, mas há alguma ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento
legal para a prática do ato. Ex. Servidor que continua em exercício após a idade limite para aposentadoria
compulsória.
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- FORMA
O ato emitido com forma diversa da estabelecida na lei como essencial para a validade do ato deve ser
anulado; nas demais hipóteses, em que a forma não é essencial, o vício de forma pode ser convalidado, isto
é, pode ser corrigido sem obrigar a anulação do ato.4
#APOSTACICLOS
A falta de MOTIVAÇÃO (declaração escrita dos motivos que ensejaram a prática do ato), quando obrigatória,
representa vício de forma, acarretando a nulidade do ato.
#OUSESABER Conceitos INCONFUNDÍVEIS para a AP, que você não pode deixar de saber:
MOTIVO: situação de fato e de direito que autoriza ou determina a realização do ato = elemento do ato
administrativo;
MÓVEL: intenção do agente ao praticar o ato = vício de finalidade;
MOTIVAÇÃO: exteriorização do motivo = vício de forma;
- MOTIVO
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 28 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
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Todo ato administrativo deve ter um motivo lícito, ou seja, deve ser baseado na lei (legalidade do ato
administrativo). Ademais, o motivo deve guardar congruência, isto é, relação de lógica com o objeto e a
finalidade do ato; caso contrário, o ato será nulo.
#APOSTACICLOS
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: Impõe que, uma vez declarado o motivo do ato, este deve ser
respeitado. Esta teoria vincula o administrador ao motivo declarado.
A validade do ato está adstrita aos motivos indicados como seu fundamento, de maneira que, se os
motivos forem inexistentes ou falsos, o ato será nulo.
#APOSTACICLOS – TREDESTINAÇÃO
É lícita quando a mudança de motivo é realizada em razão da manutenção do interesse público. Ex. Ia
desapropriar para construir um hospital, mas acaba construindo uma escola. Já a tredestinação ilícita é aquela
em que o interesse público não é respeitado.
#CICLOSLEGIS
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas
e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância
com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os
fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva
ata ou de termo ______.
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a) escrito.
b) assinado.
c) verbal.
#ATENÇÃO - A teoria dos motivos determinantes se aplica mesmo nos casos em que a motivação do
ato não é obrigatória, mas tenha sido efetivamente realizada pela Administração.
#OLHAOGANCHO:
• Vícios de motivo:
✓ Motivo inexistente
✓ Motivo ilegítimo
- Motivo inexistente: Melhor seria dizer fato inexistente. Nesses casos, a norma prevê: somente quando
presente o fato “x” deve-se praticar o ato “y”. Se o ato “y” é praticado sem que tenha ocorrido o fato “x”, o
ato é viciado por inexistência material do motivo.
- Motivo ilegítimo (ou juridicamente inadequado): Nessas hipóteses, existe uma norma que prevê:
somente quando presente o fato “x” deve-se praticar o fato “y”. A administração, diante do fato “z”, enquadra-
o erroneamente na hipótese legal, e pratica o ato “y”. Há incongruência entre o fato e a norma. A diferença
dessa situação para a anterior é que, na anterior, não havia fato algum.
De acordo com Ricardo Alexandre, o vício de motivo ocorre nas seguintes situações:
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- OBJETO
Consiste no efeito jurídico imediato que o ato produz. Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo
é a própria alteração no mundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato que o ato produz. Ex:
é objeto do ato de concessão de uma licença a própria concessão da licença
✓ Lícito
✓ Possível
✓ Certo
✓ Moral
Nas atividades vinculadas, o objeto do ato deve ser exatamente aquele que a lei estabeleceu. Trata-se,
portanto, de objeto vinculado. Já nas atividades discricionárias, admite-se a escolha do objeto, dentre os
possíveis autorizados na lei, mediante a avaliação dos critérios de conveniência e oportunidade.
• Vícios de Objeto:
- FINALIDADE
A FINALIDADE é estudada, também, não apenas como elemento dos atos administrativos, mas
também como uma das facetas (a mais tradicionalmente comentada) do princípio da impessoalidade. Os
estudos obviamente se sobrepõem; afinal, a finalidade como princípio de atuação da administração pública é
a mesma finalidade descrita como elemento ou requisito dos atos administrativos.
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A finalidade é um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a finalidade
a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
#OLHAOGANCHO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIASOBREOTEMA
Pedro e Soraia, casados entre si, são servidores públicos federais lotados em Recife. É aberta uma vaga em
Salvador para o cargo de Pedro. Este concorre no concurso de remoção e consegue ser removido para a capital
baiana. Soraia terá direito de ser removida junto com Pedro, com fulcro no art. 36, parágrafo único, III, “a”? O
servidor que é transferido de localidade a pedido, após concorrer em concurso de remoção, gera para seu
cônjuge o direito subjetivo de também ser transferido para acompanhá-lo, independentemente do interesse
da Administração?
NÃO. O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36, parágrafo único, III, "a",
da Lei nº 8.112/90, na hipótese em que o cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de
ofício, para atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo dispositivo legal).
STJ. 1ª Seção.EREsp 1247360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/11/2017 (Info 617).
O servidor público federal tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse da
Administração, para acompanhar o seu cônjuge empregado de empresa pública federal que foi deslocado para
outra localidade no interesse da Administração.
O art. 36, parágrafo único, III, “a”, da Lei 8.112/1990 confere o direito ao servidor público federal de ser
removido para acompanhar o seu cônjuge SERVIDOR público que foi deslocado no interesse da Administração.
A jurisprudência do STJ vem atribuindo uma interpretação ampliativa ao conceito de servidor público para
alcançar não apenas os que se vinculam à Administração Direta, mas também os que exercem suas atividades
nas entidades da Administração Indireta.
Desse modo, o disposto no referido dispositivo legal deve ser interpretado de forma a possibilitar o
reconhecimento do direto de remoção também ao servidor público que pretende acompanhar seu cônjuge
empregado de empresa pública federal.
STJ. 3ª Seção. MS 14195-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/3/2013 (Info 519).
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O ato de remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivado. Caso não
o seja, haverá nulidade.
No entanto, é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em momento posterior à edição
dos atos administrativos impugnados.
Assim, se a autoridade removeu o servidor sem motivação, mas ela, ao prestar as informações no
mandado de segurança, trouxe aos autos os motivos que justificaram a remoção, o vício que existia foi
corrigido. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 40427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013 (Info
529).
• Vício de Finalidade:
Trata-se do desvio de poder ou desvio de finalidade, que ocorre quando o agente pratica ato visando a
fim diverso daquele previsto na lei. Ocorre desvio de finalidade quando o agente pratica ato com inobservância
do interesse público (finalidade geral) ou com objetivo diverso daquele previsto na lei para o tipo de ato
praticado (finalidade específica).
1. Presunção de Legitimidade
2. Autoexecutoriedade
3. Tipicidade
4. Imperatividade
O famoso mnemônico para decorar quais são os atributos do ato administrativo é a “PATI”.
#APOSTACICLOS:
Os atributos da presunção de legitimidade e da tipicidade estão presentes em todos os atos administrativos,
mas a autoexecutoriedade e a imperatividade não.
#SELIGAMACETE
Dois atributos começam com CONSOANTE e dois deles começam com VOGAIS.
"Todos" - Começa com CONSOANTE.
"Alguns" - Começa com VOGAL.
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Os atos administrativos presumem-se legítimos, até que se prove que não foram emitidos com
observância da lei.
Inerente à presunção de legitimidade, tem-se a presunção de veracidade, que diz respeito aos fatos; em
decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração para a prática de
um ato administrativo, até prova em contrário.
A presunção, portanto, é relativa, ou seja, admite prova em sentido contrário. Nesse caso, o
administrado é quem terá que demonstrar a existência de vício (inversão do ônus da prova).
- AUTOEXECUTORIEDADE:
É a prerrogativa de que certos atos administrativos sejam executados imediata e diretamente pela
própria Administração, inclusive mediante o uso da força, independentemente de ordem ou autorização
judicial prévia.
Exemplo de ato sem autoexecutoriedade: cobrança de multa – caso os devedores não paguem
voluntariamente a sanção aplicada, haverá necessidade de inscrição dos devedores em dívida ativa e a
execução da multa deverá ser feita pelo Poder Judiciário. Perceba que a multa é exigível, mas não é
autoexecutável.
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 28™ ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 28 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
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- IMPERATIVIDADE:
A imperatividade só existe nos atos que impõe obrigações ou restrições. Por exemplo, não existe
imperatividade nos atos que conferem direitos ao administrado, nem nos atos enunciativos.
#OLHAOGANCHO: #RECORDARÉVIVER
ESPÉCIES DE ATOS: #SELIGANOMACETIN
#SELIGANAJURIS
É possível a responsabilização de advogado público pela emissão de parecer de natureza opinativa, desde que
reste configurada a existência de culpa ou erro grosseiro. STF. 1ª Turma. MS 27867 AgR/DF, rel. Min. Dias
Toffoli, 18/9/2012 (Info 680).
#AJUDAMARCINHO
SIM. Trata-se de tema polêmico, mas a posição que prevalece no STF e que foi novamente mencionada neste
julgado é a de que é possível a responsabilização de advogado público pela emissão de parecer de natureza
opinativa, desde que reste configurada a existência de culpa ou erro grosseiro.
Se não for demonstrada culpa ou erro grosseiro não cabe a responsabilização do advogado público pelo
conteúdo de seu parecer de natureza meramente opinativa (MS 24.631/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de
1º/2/08).
Segundo a doutrina e o voto do Min. Joaquim Barbosa no MS 24.631/DF, existem três espécies de parecer:
PARECER
FACULTATIVO OBRIGATÓRIO VINCULANTE
O administrador NÃO É O administrador É obrigado O administrador É obrigado
obrigado a solicitar o a solicitar o parecer do a solicitar o parecer do
parecer do órgão jurídico. órgão jurídico. órgão jurídico.
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- TIPICIDADE:
O ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas pela lei, como aptas a produzir
determinados resultados. Em razão da tipicidade o ato nunca é totalmente discricionário.
#OUSESABER: Aplica-se o venire contra factum proprium aos atos da Administração? Quais são os
requisitos?
Primeiramente, há se destacar que se aplica o princípio venire contra factum proprium contra os atos da
Administração Pública, pois a boa-fé objetiva irradia seus efeitos para todo o ordenamento jurídico. É esse,
inclusive, o entendimento do STJ, consoante divulgado no julgado do RMS 20572/DF, de Rel. Min Laurita Vaz.
Consoante Rafael Carvalho, possui 3 requisitos: a) identidade subjetiva e objetiva: o ato anterior e o ato
posterior emanam da mesma Administração e são produzidos no âmbito da mesma relação jurídica; b) a
conduta anterior é válida e unívoca: capaz de gerar a confiança (expectativa legítima) na outra parte da relação
jurídica; e c) atuação contraditória: incompatibilidade do ato posterior com o ato anterior. É possível
mencionar alguns exemplos de aplicação da teoria dos atos próprios no Direito Administrativo: nulidade da
imposição de multa de trânsito por irregularidade no veículo, constatada em fiscalização realizada pela
Secretaria de Trânsito na saída do pátio de DETRAN, logo depois de o veículo ser vistoriado e devidamente
licenciado; imposição ao Município de proceder ao loteamento dos imóveis alienados pelo próprio Ente
municipal aos particulares, sendo descabida a pretensão de anulação dos contratos de compra e venda.
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a) Pelo cumprimento dos efeitos – é o caminho natural. Ex. gozo de férias, licença. Seja pelo (1)
Esgotamento do conteúdo jurídico (2) pela execução material ou (3) pelo termo final previsto.
d) Retirada do ato pelo poder público. Revogação, anulação, caducidade, cassação e contraposição.
✓ Cassação – retirada do ato pelo poder público em razão do descumprimento das condições
inicialmente impostas. Ex. a licença dada para hotel e foram criados motéis. O poder público
cassou.
✓ Anulação – é a retirada de um ato administrativo que é ilegal. Pode ser anulado pela própria
administração pública, como pelo Poder Judiciário – reclamação ao STF após o esgotamento, MS,
ação popular, ação civil pública. Anulam-se atos vinculados e discricionários. É um controle de
legalidade. A Adm. quando anula está exercendo o poder de autotutela, previsto nas sumulas 346
e 473 do STF. A Adm. tem quanto tempo para anular? Quando produzir efeitos favoráveis, o prazo
para anular será de 05 anos. Art. 54 da Lei 9784/99. Essa anulação produz efeitos ex tunc, como
regra. Há aqui divergência. A anulação melhorou ou piorou a situação do interessado? Celso
Antônio entende que será ex nunc se a anulação for para restringir direitos e ex tunc se a anulação
for para ampliar direitos. (Anular ato de indeferimento ilegal de direito).
PROCESSO ADMINISTRATIVO
- REGRAS GERAIS
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal
direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento
dos fins da Administração.
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Forma: Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
#CICLOSLEGIS
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados
aos respectivos presidentes.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação
temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente ______.
a) inferior.
b) superior.
c) igual.
A delegação implica transferir apenas o exercício, uma vez que a titularidade da competência é
intrasferível. A delegação é mera transferência de funções de um agente a outro.
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O ato de delegação é um ato discricionário, revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. Ademais,
a responsabilidade pela prática do ato é do agente delegado.
Avocação é o ato pelo qual a autoridade HIERARQUICAMENTE SUPERIOR chama para si o exercício das
funções que a norma originalmente atribui a um subordinado. Não é possível avocar se a competência é
exclusiva do subordinado. Ademais, é um ato discricionário.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente,
este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.
Como se vê, o órgão competente para o julgamento de recursos no processo administrativo poderá
agravar a situação do recorrente, desde que lhe seja garantida a oportunidade para a apresentação de
alegações.
O recurso nos processos administrativos será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. Ou seja, é impetrado no juízo
a quo com possibilidade de juízo de retratação.
Ainda sobre os recursos, eles não têm efeito suspensivo automático, mas há possiblidade de sua
concessão. Vejamos:
Art. 61. Lei 9.784/99. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a
autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao
recurso.
#SELIGANASÚMULA
Súmula 429, STF: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado
de segurança contra omissão da autoridade.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato.
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#SELIGANAJURIS
- Principais teses do STJ sobre o tema:
Tese, STJ 4) O prazo decadencial para que a administração promova a autotutela, previsto no art. 54 da Lei n.
9.784/1999, aplica-se tanto aos atos nulos, quanto aos anuláveis.
Tese, STJ 5) As situações flagrantemente inconstitucionais não se submetem ao prazo decadencial de 5 anos
previsto no art. 54 da Lei n. 9.784/1999, não havendo que se falar em convalidação pelo mero decurso do
tempo.
Tese, STJ 9) É possível interromper o prazo decadencial com base no art. 54, § 2º, da Lei n. 9.784/1999 desde
que haja ato concreto, produzido por autoridade competente, em prol da revisão do ato administrativo
identificado como ilegal, cujo prazo será fixado a partir da cientificação do interessado.
Tese, STJ 10) Os atos administrativos abstratos, como as notas e os pareceres da Advocacia-Geral da União -
AGU, não configuram atos de autoridade tendentes à revisão das anistias e são, portanto, ineficazes para, por
si sós, interromper o fluxo decadencial, nos moldes do art. 54, § 2º, da Lei n. 9.784/1999.
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Confirmando a importância deste entendimento, a prova do TRF3/2016 (Banca própria) considerou incorreta a seguinte
alternativa: “O STJ tem entendimento no sentido de que, no tocante à incidência da decadência prevista no art. 54 da Lei
nº 9.784/1999, não cabe à Administração proceder à revisão do ato de aposentadoria de servidor público federal quando
transcorrido, entre a data da aposentação e a da decisão do TCU que julgou no sentido de sua ilegalidade, lapso temporal
superior a cinco (cinco) anos.”.
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• Princípio do devido processo legal (due processo of law): trata-se de uma garantia do servidor público,
prevista expressamente no art. 5º, LIV, CF: “Ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal”. Significa dizer que o Estado, quando da apuração de eventuais infrações
na esfera administrativa, deverá observar rigorosamente as regras legais que ele mesmo criou;
#OLHAOAGANCHO: O que é a chamada “verdade sabida”? Esta ainda é aceita pelo ordenamento jurídico
brasileiro? A verdade sabida era uma forma de punição do servidor público. “Ocorria quando a autoridade
competente para punir o servidor infrator tomava conhecimento pessoal da infração, por exemplo, quando o
subordinado desautoriza o superior no ato do recebimento de uma ordem ou quando em sua presença comete
falta punível por ele próprio. Em tais casos, a autoridade competente, que presenciou a infração, aplicava a
pena pela verdade sabida, de imediato, sem procedimento algum, consignando no ato punitivo as
circunstâncias em que foi cometida e presenciada a falta.” (MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo.
Niterói: Impetus, 2013, p. 1122-1123). A punição do servidor por meio da chamada “verdade sabida” não
pode mais ser realizada considerando que viola a garantia do devido processo legal, em especial o
contraditório e a ampla defesa, sendo, portanto, incompatível com a CF/88.
• Princípio da Oficialidade: trata-se de um princípio expressamente previsto no art. 2º, parágrafo único,
da Lei 9.784/99 (que trata do processo administrativo federal). Diferentemente do que ocorre no
processo judicial (cuja tutela jurisdicional, como regra, depende de iniciativa do interessado), no
processo administrativo disciplinar a iniciativa de instauração e desenvolvimento do procedimento é
de competência da própria Administração Pública, em razão do princípio da autotutela. Em assim
sendo, o impulso da marcha procedimental no PAD não demanda da vontade do interessado, podendo
a administração agir de ofício.
• Princípio do contraditório e da ampla defesa: trata-se de previsão constitucional no art. 5º, LV: “aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Tal garantia se aplica tanto
aos processos judiciais como os processos administrativos.
No PAD, o servidor poderá atuar por si mesmo, elaborando sua própria defesa, mas também poderá se
fazer representar por um advogado (devidamente habilitado). A defesa por um advogado é mera faculdade.
#SELIGANASÚMULA: Nesse sentido, a Súmula Vinculante nº 5 findou por tornar sem efeito a Súmula 343, STJ,
defendendo que “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição”.
O acusado poderá participar da produção de provas, acompanhar os atos processuais, ter vista do processo,
interpor recursos, bem como intervir quando achar pertinente à defesa de seu direito. De toda sorte, é possível
à Administração Pública indeferir as atuações e pleitos de cunho procrastinatório.
Registre-se que eventual alegação da parte de cerceamento ao direito de defesa com o subsequente pedido
de nulidade do PAD deverá vir com comprovação do prejuízo experimentado, em razão do princípio do pas de
nullité sans grief (MS 21666 / DF, Mandado de Segurança, 2015/0057177-3, Ministro Herman Benjamin, 1ª
Seção, DJe 19/12/2016).
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PROCEDIMENTO DO PAD
#DIRETODAFUC
SINDICÂNCIA PUNITIVA ou CONTRADITÓRIA ou Serve, como regra, para investigar e punir faltas
ACUSATÓRIAà serve para investigar e punir faltas disciplinares consideradas graves. Poderá ser
disciplinares consideradas como leves. instaurada em 3 (três) situações:
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Após análise dos indícios de autoria e materialidade, A penalidade será aplicava através da própria sindicância
conclui-se pela existência de falta funcional punível e será observada a regra do art. 141, da Lei 8.112/90.
com advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias.
Após análise dos indícios de autoria e materialidade, Deve-se instaurar PAD (art. 146, da referida lei).
conclui-se pela existência de falta funcional punível
com pena de demissão ou suspensão de mais de 30
(trinta) dias.
O procedimento administrativo disciplinar ordinário é o mais extenso. Será dividido em 3 (três) fases:
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O procedimento sumário será dividido em 3 (três) fases (art. 133 e incisos, lei 8.112/90):
#OLHAOGANCHO #SÓAFUCSALVA
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#SELIGANASSUMULAS
Súmula 651-STJ: Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor público a pena de demissão em razão
da prática de improbidade administrativa, independentemente de prévia condenação, por autoridade judicial,
à perda da função pública. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 21/10/2021.
Súmula 650-STJ: A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para aplicar ao servidor pena
diversa de demissão quando caracterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90.
#DEOLHONAJURIS
Caso concreto: na decisão do processo administrativo instaurado contra o servidor, a administração pública
aplicou contra ele a pena de suspensão pelo prazo máximo (90 dias) sob o argumento de que os seus
“antecedentes funcionais” deveriam ser qualificados como negativos já que se trata de “servidor veterano,
com larga experiência” e, portanto, deveria ter conduzido com mais zelo e cuidado a tarefa que estava sob sua
responsabilidade.
Invocou o art. 128 da Lei nº 8.112/90: “Na aplicação das penalidades serão considerados (...) a os antecedentes
funcionais.”
Ocorre que isso não pode ser considerado como “antecedentes funcionais” negativos.
A Administração só poderia considerar como desfavorável o fato de o servidor ter sido tão imprudente, mesmo
tendo larga experiência, se a legislação autorizasse o exame da culpabilidade do agente, tal como o art. 59 do
CO permite. No entanto, a Lei nº 8.112/90 só admite considerar, na “dosimetria” da sanção disciplinar, os
antecedentes funcionais, que ostentam concepção técnica própria. Nesse passo, para que os antecedentes
funcionais do servidor fossem considerados negativos, deveria constar na ficha funcional do impetrante
alguma condenação anterior, ou, no mínimo, alguma anotação de fato que desabonasse seu histórico
funcional, o que não era o caso.
STJ. 1ª Seção. MS 22606-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/11/2021 (Info 718).
Em processo administrativo, a notificação por edital reserva-se exclusivamente para as hipóteses de:
a) interessado indeterminado;
b) interessado desconhecido; ou
c) interessado com domicílio indefinido.
STJ. 1ª Seção. MS 27227-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 27/01/2021 (Info 716).
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Caso concreto: foi instaurado PAD para apurar a conduta de João, servidor do INSS. Pedro, outro servidor da
autarquia que trabalhava no mesmo setor do investigado, foi convocado para depor na condição de
testemunha, tendo assinado termo de compromisso de dizer a verdade.
Ocorre que Pedro não apenas confirmou as imputações feitas contra João, mas também confessou que
participou dos ilícitos em apuração. Ao final do PAD, João e Pedro foram demitidos.
Pedro alegou que que o PAD que originou sua demissão se encontraria eivado de ilicitude, considerando que
foi obrigado a produzir provas contra si mesmo.
Não houve nulidade.
Quando o servidor foi chamado, ele não era investigado. Ele prestou voluntariamente seu depoimento e, em
nenhum momento, insurgiu-se contra isso, o que permite concluir que, também voluntariamente, ele
dispensou o uso da faculdade de não incriminar a si próprio. Logo, ele não pode, posteriormente, invocar o
direito ao silêncio considerando que, por sua própria vontade, apontou, durante sua oitiva, fatos que atraíram
para si a responsabilidade solidária pelos ilícitos em apuração.
STJ. 1ª Seção. MS 21205-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14/10/2020 (Info 682).
DECISÃO COORDENADA
A decisão coordenada não exclui a responsabilidade originária de cada órgão ou autoridade envolvida
(§ 4º).
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Princípios
A participação na reunião, que poderá incluir direito a voz, será deferida por decisão irrecorrível da
autoridade responsável pela convocação da decisão coordenada.
#BORADELEISECA
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as decisões administrativas que exijam a participação
de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante decisão coordenada, sempre
que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
II - houver discordância que prejudique a celeridade do processo administrativo decisório. (Incluído pela
Lei nº 14.210, de 2021)
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada a instância de natureza interinstitucional ou
intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo administrativo
mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes decisórios e dos responsáveis pela
instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilidade do procedimento e de sua
formalização com a legislação pertinente. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos administrativos: (Incluído pela Lei nº 14.210, de
2021)
III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da decisão coordenada, na qualidade de ouvintes, os interessados
de que trata o art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
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Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir direito a voz, será deferida por decisão
irrecorrível da autoridade responsável pela convocação da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210,
de 2021)
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada deverão ser intimados na forma do art. 26 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável pela elaboração de documento específico sobre
o tema atinente à respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar o processo da decisão
coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo abordará a questão objeto da decisão
coordenada e eventuais precedentes. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão coordenada deverá ser manifestado durante as
reuniões, de forma fundamentada, acompanhado das propostas de solução e de alteração necessárias para a
resolução da questão. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao objeto da convocação. (Incluído pela Lei nº
14.210, de 2021)
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada será consolidada em ata, que conterá as seguintes
informações: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propostas de atos governamentais relativos
ao objeto da convocação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
V - posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação governamental em matéria idêntica ou
similar; e (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujeita à sua competência. (Incluído pela Lei nº
14.210, de 2021)
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União, do qual deverão constar, além do registro
referido no inciso IV do caput deste artigo, os dados identificadores da decisão coordenada e o órgão e o local
em que se encontra a ata em seu inteiro teor, para conhecimento dos interessados.
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#VAMOSPRATICAR
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-MG Prova: FGV - 2022 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto
Alternativas8
A) anular os próprios atos, se estiverem eivados de nulidade, desde que isso não atinja a segurança jurídica.
C) revogar os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
D) revogar os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, sem que isso possa gerar quaisquer
direitos.
Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto
Alternativas9
A) O exercício, pela Administração Pública, do poder de anular seus próprios atos não está sujeito a limites
temporais, por força do princípio da supremacia do interesse público.
B) Somente é admissível a cassação de ato administrativo em razão de conduta do beneficiário que tenha sido
antecedente à outorga do ato.
C) É vedada a aplicação retroativa de nova orientação geral, para invalidação de situações plenamente
constituídas com base em orientação geral vigente à época do aperfeiçoamento do ato administrativo que as
gerou.
D) É possível utilizar-se a revogação, ao invés da anulação, de modo a atribuir efeito ex nunc à revisão de ato
administrativo, quando se afigurar conveniente tal solução, à luz do princípio da confiança legítima.
#ATUALIZAODROP1
JURIS EM FRASES
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Gabarito: c.
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Gabarito: c.
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INFO 750 STJ Nas hipóteses em que não haja exercício do controle de legalidade por Tribunal de Contas,
o prazo decadencial quinquenal previsto no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 transcorre a partir
da edição do ato pela Administração. (IMPORTANTE!)
INFO 745 STJ Não é possível a condenação de prefeito ao ressarcimento de valores despendidos na
realização dos trabalhos desenvolvidos com vista à elaboração de Projeto de Lei, na hipótese
em que o ato administrativo encaminhado à Câmara Municipal desconsidera a legislação
vigente, e é praticado com desvio de finalidade.
INFO 744 STJ O oferecimento de denúncia criminal por autoridade que, em razão de suas atribuições
legais, seja obrigada a fazê-lo não a inabilita, só por isso, a desempenhar suas funções como
autoridade julgadora no processo administrativo.
INFO 740 STJ Interposto recurso contra a decisão de primeiro grau administrativo que confirma a pena de
multa imposta pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, os
juros e a multa moratórios fluirão a partir do fim do prazo de trinta dias para o pagamento
do débito, contados da decisão administrativa definitiva, nos termos da Lei nº 9.847/99.
INFO 716 STJ Em processo administrativo, a notificação por edital reserva-se exclusivamente para as
hipóteses de:
a) interessado indeterminado;
b) interessado desconhecido; ou
c) interessado com domicílio indefinido.
INFO 1045 Os processos administrativos sancionadores instaurados por agências reguladoras contra
STF concessionárias de serviço público devem obedecer ao princípio da publicidade durante
toda a sua tramitação, ressalvados eventuais atos que se enquadrem nas hipóteses de sigilo
previstas em lei e na Constituição.
RHC O magistrado que atuou como corregedor em processo administrativo instaurado contra o
131735/DF réu não está impedido de participar como julgador no processo criminal que tramita contra
o acusado. A situação não se amolda em nenhuma das hipóteses do art. 252 do CPP. O STF
entende que não é possível criar, por meio de interpretação, novas causas de impedimento
que não estejam descritas expressamente nesse dispositivo.
Súmula 611- Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é
STJ permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia
anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração.
Súmula 641- A portaria de instauração do processo administrativo disciplinar prescinde da exposição
STJ detalhada dos fatos a serem apurados.
Súmula 591- É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que
STJ devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla
defesa.
Súmula 592- O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa
STJ nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa.
MS O Procurador-Geral da República não possui legitimidade ativa para impetrar mandado de
33736/DF segurança com o objetivo de questionar decisão que reconheça a prescrição da pretensão
punitiva em processo administrativo disciplinar. A legitimidade para impetrar mandado de
segurança pressupõe a titularidade do direito pretensamente lesado ou ameaçado de lesão
por ato de autoridade pública. O Procurador-Geral da República não tem legitimidade para
a impetração, pois não é o titular do direito líquido e certo que afirmara ultrajado. Para a
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Por hoje é isso, meu povo! Bora pra cima, um passinho de cada vez! Espero que tenha sido uma revisão
proveitosa pra vocês!
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