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Curso a distância em

Gestão da Comunicação Empresarial

Disciplina 3 - Fundamentos Científicos da Comunicação

ESQUEMA DE ESTUDO - PARADIGMAS DA COMUNICAÇÃO

O que é paradigma ou modelo? Sistematização de teorias sob os mesmos princípios


orientadores de apreensão e concepção dos fenômenos (ex: Marxismo – dialética,
infraestrutura x superestrutura; estruturalismo – concepção dos fenômenos em estrutu-
ras; fenomenológico – fenômeno como aparição que fala, etc)

O que é teoria da comunicação?

Comunicação - saber fazer/prática ↔ refletir sobre/teoria


A teoria nasce do empírico (imbricação teoria e prática)
A comunicação como objeto de estudo
Comunicação ↔ interpessoal e organizacional
↔ mediática ou de massa (mídia)

A teoria da comunicação nasce da necessidade de conhecer o fenômeno comunicati-


vo e sistematizar idéias sobre ele.

O desenvolvimento de estudos mais sistemáticos tem origem com a comunicação de


massa, realizada através de suportes (técnicos) que possibilitam um amplo alcance de
audiência de massa, e a supressão do tempo e da distância.

Primeiro estudo – 1910 / Alemanha - Otto Groth (Doutor em Economia Política e Direi-
to), extensa obra sobre jornalismo.

Na década de 30 se efetivam os estudos.

Nos Estados Unidos pode-se identificar o nascimento da hoje chamada teoria da


comunicação - financiada por grupos econômicos e políticos - voltados para os
Meios de Comunicação de Massa (MCM) - se desenvolve a partir das ciências do
comportamento e se apresentam como uma nova perspectiva de investigação (La-
zarsfeld, Lasswell, Lewin, Hovland). São criados institutos de pesquisa - motiva-
ções políticas e econômicas – a preocupação é com a produção industrial, a inter-
venção dos MCM, seu papel na sociedade, o conhecimento do público, o grau de
manipulação e persuasão.

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Na França aparecem estudos morfológicos dos jornais de inspiração estruturalista.
Na Alemanha - a teoria crítica ou Escola de Frankfurt de inspiração marxista se
contrapõe ao corte positivista ou funcionalista (pesquisa administrativa/pragmática
- que se propunha a aperfeiçoar a eficácia dos MCM) dos estudos americanos,
vem fazer uma critica severa ao uso persuasivo dos MCM.

Década de 70 - América Latina - Imperialismo Cultural – denuncia a colonização cultu-


ral dos países latino americanos pelos EUA, através das produções “enlatadas” que
circulam livremente nesses países (quadrinhos, filmes, seriados, desenhos anima-
dos...)

→ Divisões das teorias:


Paradigma do tribunal: Umberto Eco: apocalípticos (criticam a indústria cultural) e
integrados (advogam a favor da indústria cultural)
Por escolas – escola americana (Funcionalismo: destaques Lasswell, Lazarsfeld;
Teoria dos Efeitos - Klapper), alemã (teoria crítca – Escola de Frankfurt – desta-
ques: Adorno, Horkheimer, Marcuse, Habbermas, Benjamin), francesa (culturológi-
co – destaque: Edgard Morin) e inglesa (cultural studies – estudos culturais – des-
taque: – Stuart Hall)
Por inspiração – estruturalista, marxista, interacionista...
Por ênfase – ênfase na técnica, no discurso, na produção, nas mensagens.

→ Paradigma clássico ou informacional


Nasce do modelo matemático da comunicação:

Um sistema de comunicação pode ser reduzido a alguns elementos fundamentais:


fonte de informação - seleciona uma mensagem desejada a partir de um conjunto
de mensagens possíveis.
Transmissor - transforma esta mensagem num sinal que é enviado ao receptor
através do canal de comunicação
Receptor - é uma espécie de transmissor ao inverso, que transforma, novamente,
o sinal transmitido em mensagem, levando-a a seu destino.

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No processo de transmissão de sinal é possível que certas coisas não pretendidas
pela fonte de informação sejam acrescidas ao sinal (distorções) - É O RUÍDO

FONTE DE
TRANSMISSOR CANAL RECEPTOR DESTINO
INFORMAÇÃO

SINAL SINAL RECEBIDO

FONTE DE
RUÍDO

→ E-M-R
(Modelo de Lasswell: Quem? Diz o quê? Pra quem? Em que canal? Com que efeito?)

Críticas ao paradigma informacional ou clássico:

reduz o processo comunicativo ao mero transporte de mensagem


perde a noção ampla de processo, a dinâmica, e o contexto social
há um divórcio entre emissor e recptor (ação técnica) - nega a interação ou troca
o recpetor é um receptáculo de informações e não um sujeito interpretante
a informação é unilateral
não há relação mas um linha reta - unívoca e linear
exclui a reciprocidade e assim a intersubjetividade
exclui tudo aquilo que atualiza, modifica, ultrapassa a transmissão de mensagem,
e que compõe o processo
a linguagem é mera representação da realidade

A virada dos anos 70 - o que muitos chamam de pós-moderno - a ciência passa a re-
ver sua postura - questionamento epistemológico. Consciência da imperfeição da ci-
ência - as doenças incuráveis, a tecnologia que se transforma em destruição social, a
dificuldade de estabelecer definitivamente a ordem social (violência, guerra, fome, pre-
conceitos...) - leva a percepção de que o sujeito não é tão poderoso como se pensava.

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→ Vive-se:

a era das imagens;


o avanço tecnológico - que muda padrões de comportamento;
a organização em pequenos grupos – tribalismo;
o fim das utopias (na década de 80 - a queda do muro de Berlim);
a derrocada dos metadiscursos e dos grandes partidos políticos;
questionamento da verdade e dos paradigmas totalitários.

Com isso os cientistas humanos deparam com uma transição de valores sociais e re-
formulam suas perspectivas:

a comunicação tecnológica tende para duas direções os pessimistas e os otimis-


tas;
a comunicação é considerada primordial para os vários campos de atuação - aqui
a comunicação organizacional, os instrumentos de comunicação interna das em-
presas e os profissionais da área são vistos como peça chave no desenvolvimento
da empresa;
a consciência da impossibilidade de retroagir no tempo leva a busca de uma com-
preensão mais ampla da lógica dos Meios de Comunicação de massa;
a concorrência obriga a segmentação de produtos nas empresas e também na
indústria cultural;
o sujeito receptor, consumidor, ou usuário é visto como peça fundamental na co-
municação, pois a demanda parte dele, é ele que tem que ser satisfeito (uma visão
mais da área de marketing/administração vem ocupar o cenário da comunicação
como um todo);

Dessa forma os estudos das ciências humanas buscam o sujeito como um ser inter-
pretante, um ator social não apenas um número ou um componente da massa, mas
um sujeito com desejos, vontades e projetos capaz de questionar sua existência, cons-
truir sua vida social e transformar a realidade.

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→ Paradigma interacional ou relacional:
percebe a comunicação como um processo social
há uma interação entre os interlocutores
há um construção de sentido conjunta
o contexto social é determinante do ato comunicativo, assim como os outros com-
ponentes
os interlocutores só se definem na relação
a linguagem é modulada pelo ato, transforma a realidade
o sujeito receptor é um ser interpretante
a mensagem é uma materialidade simbólica de múltiplos sentidos
não há papéis fixos
o processo é plurívoco, multifacetado, dinâmico, fluido, reversível e não esquemá-
tico.

Derivou-se para o modelo de circularidade ou de rede

E-M-R → CONTEXTO (SÓCIO-HISTÓRICO)

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