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CONSTITUIÇÃO

ESTADUAL DO
RIO GRANDE DO
NORTE
Poder Legislativo

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Legislativo
Diogo Surdi

Sumário
Poder Legislativo............................................................................................................................. 4
1. Assembleia Legislativa............................................................................................................... 4
1.1. Estrutura...................................................................................................................................... 9
2. Atribuições da Assembleia Legislativa.................................................................................. 11
3. Dos Deputados............................................................................................................................13
3.1. Imunidades................................................................................................................................13
3.2. Prerrogativas.. .......................................................................................................................... 17
3.3. Impedimentos......................................................................................................................... 18
3.4. Perda do Mandato...................................................................................................................19
4. Das Reuniões.............................................................................................................................. 20
5. Das Comissões............................................................................................................................21
6. Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa.................................................................. 24
7. Processo Legislativo................................................................................................................. 25
7.1. Emenda à Constituição. . ......................................................................................................... 25
7.2. Leis............................................................................................................................................. 26
8. Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial............. 32
8.1. Controle Político. . .................................................................................................................... 33
8.2. Controle Financeiro............................................................................................................... 33
9. Tribunal de Contas. . ................................................................................................................... 38
Questões de Concurso..................................................................................................................40
Gabarito............................................................................................................................................ 52

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Poder Legislativo
Diogo Surdi

Olá, aluno(a), tudo bem? Acredito e espero que sim!!


Na aula de hoje, veremos todas as disposições da Constituição Estadual do Rio Grande do
Norte relacionadas com o Poder Legislativo.
Forte abraço e bons estudos!
Diogo

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Poder Legislativo
Diogo Surdi

PODER LEGISLATIVO
1. Assembleia Legislativa
Para compreendermos o Poder Legislativo, necessitamos, em um primeiro momento, fazer
menção a diversos conceitos importantes relacionados com a divisão dos poderes e com o
sistema de freios e contrapesos, assuntos típicos do direito constitucional.
Basicamente, o nosso Estado democrático é formado por três Poderes, sendo eles o Exe-
cutivo, o Legislativo e o Judiciário. E essa divisão foi proposta de forma que cada poder pu-
desse exercer as suas atribuições de maneira autônoma, dando origem a um dos mais impor-
tantes postulados do nosso ordenamento, que é o princípio da separação dos poderes.
Podemos verificar tal divisão se analisarmos o texto da Constituição Federal, mais precisa-
mente em seu artigo 2º, que assim dispõe:

São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Do mencionado artigo constitucional é que tiramos a base para todo o controle que é exer-
cido na atividade administrativa. Importante frisar que duas são as características dos Pode-
res estabelecidos pela Constituição Federal: independência e harmonia.
Assim, consegue-se interpretar que a ideia do constituinte foi justamente estabelecer um
sistema onde, ainda que cada Poder tivesse autonomia para tomar todas as decisões que
fossem necessárias, esta liberdade não poderia implicar em condutas que contrariassem a
própria finalidade para os quais os Poderes foram instituídos.
Em outras palavras, a Constituição estabelece atividades típicas para cada um dos poderes,
mas deixa claro que é competência dos demais o controle e a fiscalização de tais atividades.
Desta forma, temos que a atividade típica do Poder Judiciário é a de julgar, a do Poder Le-
gislativo é a de legislar e fiscalizar e a do Poder Executivo a de administrar.

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No entanto, ainda que a regra seja a de que cada poder desempenha as suas atividades
típicas, temos que todos os poderes desempenham, de forma atípica, as atividades originaria-
mente atribuídas aos demais poderes.

No âmbito do Poder Legislativo, temos como atividades típicas as de legislar e de fiscalizar.


Nada impede, no entanto, que o Poder Legislativo, no exercício de suas funções atípicas, realize
concurso público (função administrativa) ou julgue, nos casos estabelecidos em lei, o Governa-
dor e o Vice pelos crimes de responsabilidade (função judiciária).

Sendo assim, devemos memorizar, para fins de prova, que o Poder Legislativo desempe-
nha as funções típicas de legislar e de fiscalizar. Atipicamente, o Poder Legislativo pode de-
sempenhar as funções de administrar e de julgar.
No Estado do Rio Grande do Norte, o Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legisla-
tiva, que, por sua vez, é composta por Deputados Estaduais.
Os Deputados podem ser definidos como os representantes do povo, eleitos pelo sistema
proporcional, por sufrágio universal e voto direto e secreto.

Vamos conhecer este importante sistema eleitoral?

O sistema proporcional adota uma sistemática completamente diferente daquela adotada


nas eleições majoritárias, de forma que nem sempre o candidato de maior votação será o elei-
to para o cargo em disputa.
Tal sistema tem por objetivo fazer com que os pequenos partidos políticos consigam ele-
ger seus candidatos, em plena consonância com o fundamento constitucional do pluralis-
mo político.
A lógica é bem simples de entender: Se todas as eleições fossem realizadas pelo sistema
majoritário, certos partidos ou coligações (normalmente os de maior poder econômico) pode-
riam eleger seus candidatos para todas as cadeiras em disputa.
Vamos exemplificar os passos adotados para que seja possível a determinação dos elei-
tos nas eleições que adotam o sistema proporcional.
1º Passo: Determinação dos Votos Válidos
Chegamos aos Votos Válidos de uma eleição deduzindo-se, do total de votos apurados, os
Votos em Branco e os Votos Nulos.
Hipoteticamente, digamos que tenhamos tido, em uma eleição para o município de Concur-
sópolis, o total de 22 mil votos, sendo que, destes, 4 mil foram em branco e 2 mil nulos.
Logo, chegamos à conclusão de que o total de votos válidos é de 16 mil votos (22 mil – 6 mil).

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2º Passo: Determinação do Quociente Eleitoral


Para chegarmos ao quociente eleitoral, devemos dividir o total de votos válidos pelo núme-
ro de lugares em disputa. Como raramente a divisão será exata, temos que a parte restante da
mesma será desprezada quando igual ou inferior a meio (0,5) ou arredondada para 1 quando
superior a tal percentual.
Em Concursópolis, temos 9 lugares a serem preenchidos na Câmara de Vereadores. Assim,
realizando a divisão (16.000/9), chegamos ao número de 1.777,77. Vejam que a fração após
o número inteiro é superior é 0,5, motivo pelo qual o número será arredondado para o próxi-
mo inteiro.
Dessa forma, nosso quociente eleitoral será 1.778.
3º Passo: Determinação do Quociente Partidário
De posse do quociente eleitoral, temos agora que estabelecer o quociente partidário, mo-
mento este em que começamos a verificar as cadeiras que vão sendo preenchidas por cada
partido ou coligação.
Em Concursópolis, tivemos quatro Partidos/Coligações disputando as vagas, de forma que
cada um deles alcançou a seguinte votação:

Partido ou Coligação Votos Válidos


Coligação Mais Vagas 7.000
Coligação Concurso para Todos 5.000
Partido dos Concurseiros 2.500
Partido do Nepotismo 1.500

Agora, temos que dividir o total de votos atribuídos a cada partido ou coligação pelo quo-
ciente eleitoral, com a ressalva de que nesta divisão, ao contrário do que ocorre quando da
apuração do quociente eleitoral, a fração sempre será desprezada. Vamos ver como fica cada
quociente partidário:

Votos Divisão pelo Quociente


Partido ou Coligação Quociente Partidário
Válidos Eleitoral
Coligação Mais Vagas 7.000 7000/1778 3
Coligação Concurso para
5.000 5000/1778 2
Todos
Partido dos Concurseiros 2.500 2500/1778 1
Partido do Nepotismo 1.500 1500/1778 X

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Analisando o resultado, verificamos que a coligação Mais Vagas conseguiu eleger 3 mem-
bros para a Câmara de Vereadores, ao passo que a coligação Concurso para Todos elegeu 2 e
o Partido dos Concurseiros elegeu 1 membro.
O partido do nepotismo, por não ter alcançado um valor positivo de quociente partidário,
não elegeu nenhum representante para a Câmara de Vereadores de Concursópolis.
Não há necessidade de memorizarmos a forma como ocorre a escolha dos representantes
eleitos de acordo com o sistema proporcional. Para fins de prova, basta sabermos que os De-
putados Estaduais são eleitos de acordo com as regras deste sistema.
De acordo com a Constituição Estadual, o número de Deputados Estaduais corresponde ao
triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12.
A eleição dos Deputados Estaduais será realizada de forma simultânea com a dos Deputa-
dos Federais e Senadores. Após eleitos, os Deputados Estaduais desempenham o seu manda-
to por um período de 4 anos, podendo, desde que atendidos os demais requisitos legalmente
exigidos, ser reeleitos para mandatos subsequentes.

Art. 32. O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, com sede na Capital do Estado.
Art. 33. A Assembleia Legislativa se compõe de Deputados, representantes do povo do Estado do
Rio Grande do Norte, eleitos por sufrágio universal e voto direto e secreto.
§ 2º O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponde ao triplo da representação do
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis (36), é acrescido de tantos
quantos forem os Deputados Federais acima de doze (12).
§ 3º É de quatro (4) anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras da Cons-
tituição Federal sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda do manda-
to, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 4º A eleição dos Deputados Estaduais realiza-se simultaneamente com a dos Deputados Federais
e Senadores.

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A Constituição Estadual também determina que o Poder Legislativo goza de autonomia


financeira, conforme previsão do Parágrafo Único do artigo 32:

Art. 32, Parágrafo único. Ao Poder Legislativo é assegurada autonomia financeira, mediante percen-
tual da receita orçamentária do Estado, fixado em lei complementar.

A autonomia financeira consiste na possibilidade do Poder Legislativo elaborar sua própria


proposta orçamentária (desde que observados os limites legais) e aplicar e gerir tais recursos.
Como decorrência da autonomia financeira, temos a previsão de que a Assembleia Le-
gislativa elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites fixados pela lei de diretrizes
orçamentárias.
Estabelece o artigo 34 que “Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações
da Assembleia Legislativa e de suas Comissões são tomadas por maioria dos votos, presente
a maioria absoluta de seus membros”.
A maioria absoluta é alcançada pela presença de mais da metade dos membros da Casa
Legislativa. No cálculo da maioria absoluta, são levados em conta todos os membros.
A maioria simples, por sua vez, trata-se da maioria dos votos dos representantes presentes
na sessão. Logo, é levado em conta, para fins de maioria simples, apenas os Deputados que
estiverem presentes, e não, tal como ocorre com a maioria absoluta, o total de membros da
Casa Legislativa.
De acordo com a previsão constitucional, o primeiro quorum a ser observado é o da abertu-
ra da sessão. Neste momento, deveremos ter, obrigatoriamente, a maioria absoluta dos mem-
bros, ou seja, 50% + 1 dos Deputados.
Atingido o quorum de abertura, as matérias serão aprovadas, como regra geral, pela maio-
ria simples, ou seja, pela maioria dos votos dos Deputados presentes.

Outro ponto que merece ser destacado é a previsão do § 1º do artigo 33, que determina que
“Cada legislatura tem a duração de quatro 4 anos”.
A legislatura pode ser definida como o período de tempo em que a Assembleia Legislativa
desempenha as suas atividades. Assim, se considerarmos o período de duração do mandato
de cada um dos representantes, é correto afirmar que os Deputados desempenham suas ativi-
dades durante 1 legislatura, ou seja, durante um período de 4 anos.

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Não podemos confundir o conceito de legislatura, no entanto, com os de sessão legislativa


e períodos legislativos.
A sessão legislativa possui duração anual, sendo, em linhas gerais, o período de tempo em
que, no curso do corrente ano, os Deputados se reúnem para deliberar sobre as matérias de
suas competências.
Já o período legislativo pode ser definido como a divisão de cada uma das sessões legis-
lativas. Consequentemente, as sessões legislativas sempre terão 2 períodos legislativos, da
mesma forma que a legislatura terá, sempre, 4 sessões legislativas.

Período em que são desenvolvidas as


Legislatura Duração de 4 anos
atividades da Assembleia Legislativa.
Período de tempo anual de exercício
das atividades.
Sessão Legislativa Duração de 1 ano
A legislatura, desta forma, é dividida
em 4 sessões legislativas.
Período de tempo semestral de exercí-
cio das atividades.
Assim, teremos 2 períodos legislativos
Período Legislativo Duração de 6 meses
no curso de uma sessão legislativa e 8
períodos legislativos durante a legisla-
tura como um todo.

1.1. Estrutura
A Constituição Estadual também é responsável por estabelecer as regras gerais relacio-
nadas com a estrutura interna da Assembleia Legislativa. Neste ponto da matéria, é essencial
que tenhamos conhecimento dos órgãos que, em conjunto, formam a Assembleia Legislati-
va Estadual.

Art. 33-A. São órgãos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte:
I – Plenário;
II – Mesa;
III – Colégio de Líderes;
IV – Comissões;
V – Gabinetes Parlamentares;
VI – Procuradoria-Geral; e
VII – outros órgãos instituídos em Resolução.

Inicialmente, é possível verificar que a lista de órgãos não é taxativa, mas sim meramen-
te exemplificativa. Consequentemente, nada impede que outros órgãos sejam instituídos por
meio de Resolução. A Resolução, inclusive, é o instrumento próprio da Assembleia Legislativa,
e terá força de lei quando editada no âmbito de sua competência interna.
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Ainda com relação à estrutura interna da Assembleia Legislativa, devemos conhecer as


seguintes previsões:
a) A Assembleia Legislativa poderá funcionar de maneira itinerante, com a realização de
sessões e demais atividades legislativas, nos limites territoriais do Estado.
b) Os Gabinetes Parlamentares são unidades autônomas em relação à estrutura adminis-
trativa da Assembleia Legislativa, constituindo-se como a extensão do mandato, dotados de
servidores ocupantes de cargos de provimento em comissão, de livre nomeação e exoneração,
observadas as regras dispostas na Constituição Federal e na Constituição Estadual, a fim de
viabilizar o exercício da atividade político-parlamentar.
c) Poderão os Gabinetes Parlamentares funcionar de forma descentralizada, com dotação
orçamentária própria, através de Unidades de Representação Parlamentar, regulamentadas
por Resolução, a fim de assegurar o exercício da atividade político parlamentar do Deputa-
do Estadual.

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2. Atribuições da Assembleia Legislativa


Uma série de competências são estabelecidas para a Assembleia Legislativa do Rio Gran-
de do Norte.
Neste ponto da disciplina, precisamos diferenciar as atribuições que, ainda que sejam do
Poder Legislativo, necessitam de sanção do Governador, daquelas que são competências ex-
clusivas da Assembleia Legislativa.

Art. 37. Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do Governador do Estado, não exigida esta
para o especificado no art. 35, dispor sobre todas as matérias de competência do Estado, especial-
mente sobre:
I – orçamento anual e plurianual;
II – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
III – dívida pública, abertura e operações de crédito;
IV – planos e programas de desenvolvimento econômico e social;
V – licitações e contratos administrativos;
VI – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas e fixação dos res-
pectivos vencimentos, salários e vantagens;
VII – regime jurídico dos servidores públicos, seus direitos, deveres e sistema disciplinar e de previdência;
VIII – bens do domínio do Estado, inclusive, no caso de imóveis sua aquisição onerosa, alienação ou
oneração, respeitado o disposto no art. 17;
IX – efetivo da Polícia Militar;
X – transferência temporária da sede do Governo Estadual observado o disposto no art. 64, VIII;
XI – concessão de auxílio aos Municípios e forma de sua aplicação;
XII – perdão de dívida, anistia e remissão de crédito tributário;
XIII – organização e divisão judiciárias;
XIV – organização, atribuições e o estatuto do Ministério Público e da
Defensoria Pública do Estado;
XV – criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado, Procuradorias Gerais, Defenso-
ria Pública, Polícia Militar, Polícia Civil e órgãos da Administração Pública;
XVI – matéria financeira e orçamentária;
XVII – normas gerais para a exploração, concessão, permissão ou autorização para exploração de
serviços públicos, bem como para a fixação das respectivas tarifas ou preços;
XVIII – previdência social dos Deputados Estaduais.

Em todas as competências relacionadas, é exigida a sanção do Governador do Estado para


que a matéria entre em vigor no ordenamento jurídico. A necessidade de sanção está pautada
no sistema de freios e contrapesos que permeia a relação entre os Poderes do Estado.

Art. 35. Compete privativamente à Assembleia Legislativa:


I – eleger a Mesa e constituir suas Comissões;
II – dispor sobre seu regimento interno, sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;

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III – autorizar o Governador e o Vice-Governador a se ausentarem do País, quando a ausência exce-


der a quinze (15) dias;
IV – aprovar a intervenção municipal ou suspendê-la;
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;
VI – mudar temporariamente sua sede;
VII – fixar os subsídios dos Deputados Estaduais, do Governador, Vice Governador e Secretários de
Estado, observado o que dispõem os arts. 26, XI e 28, § 8º, desta Constituição, e os arts. 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal;
VIII – julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador do Estado e conhecer os relatórios
sobre a execução dos planos de Governo;
IX – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Comissões, os atos do Poder Execu-
tivo, incluídos os da administração indireta;
X – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos
outros Poderes;
XI – eleger quatro (4) membros do Tribunal de Contas do Estado, e aprovar as indicações dos de-
mais;
XII – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XIII – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XV – proceder à tomada de contas do Governador do Estado, quando não apresentadas dentro de
sessenta (60) dias após a abertura da sessão legislativa;
XVI – dar posse ao Governador e ao Vice-Governador;
XVII – conhecer da renúncia do Governador e do Vice-Governador;
XVIII – destituir do cargo o Governador ou Secretário de Estado, após condenação por crime comum
ou de responsabilidade;
XIX – aprovar:
a) os decretos e outros atos expedidos pelo Governador, ad referendum da Assembleia, inclusive os
de intervenção em Municípios;
b) os convênios intermunicipais de fixação de limites;
c) previamente, por voto secreto, a indicação de três (3) Conselheiros do Tribunal de Contas, feita
pelo Governador;
XX – expedir decretos legislativos e resoluções;
XXI – solicitar a intervenção federal, nas hipóteses dos arts. 34, IV, e 36, I, da Constituição Federal;
XXII – receber o Governador, em reunião previamente designada, sempre que ele manifeste o propó-
sito de relatar, pessoalmente, assunto de interesse público;
XXIII – determinar o sobrestamento da execução dos atos a que se referem os arts. 53, § 1º e 54,
§ 2º;
XXV – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral
de Justiça;
XXVI – Organizar as Unidades de Representação Parlamentar e os serviços e cargos necessários à
sua administração.

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Para as matérias elencadas, estamos diante da competência exclusiva da Assembleia Le-


gislativa, de forma que não há necessidade de sanção do Governador do Estado para que a
matéria seja inserida no ordenamento jurídico e passe a produzir os respectivos efeitos.
Ainda como decorrência do sistema de freios e contrapesos, a Assembleia Legislativa,
bem como as respectivas Comissões, poderá convocar determinadas autoridades para prestar
informações sobre assunto de sua competência.

Art. 36. A Assembleia Legislativa, ou qualquer de suas Comissões, podem convocar Secretário de
Estado, Procurador-Geral do Estado, Comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Mi-
litar, ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados ao Governador do Estado, para
prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime
de responsabilidade o não comparecimento sem justificativa adequada.
§ 1º Os Secretários de Estado, Procurador-Geral do Estado, Comandantes da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar podem comparecer à Assembleia Legislativa ou a qualquer de suas
Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto
de relevância atinente às suas funções.
§ 2º A Mesa da Assembleia Legislativa pode encaminhar pedidos escritos de informações a Se-
cretários de Estado, Procurador-Geral do Estado, Comandantes da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar, ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando crime de
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento no prazo de trinta (30) dias, bem como a presta-
ção de informações falsas.

3. Dos Deputados
3.1. Imunidades
Em nosso ordenamento jurídico, as funções desempenhadas pelos Deputados são consi-
deradas imprescindíveis para a preservação do “Estado Democrático de Direito”.
Neste sentido, aos parlamentares são asseguradas determinada imunidades, que, em li-
nhas gerais, possuem o objetivo de possibilitar que as funções sejam desempenhadas da for-
ma mais independente e livre possível.
Assim, podemos conceituar as imunidades como as prerrogativas de ordem pública con-
feridas as parlamentares. Considerando que as prerrogativas são de ordem pública, tais garan-
tias são irrenunciáveis pelos Deputados.
As imunidades têm início no momento em que os Deputados são diplomados, e não a par-
tir do momento da posse.
A diplomação trata-se da última fase do processo eleitoral, podendo ser entendida como o
ato por meio do qual a Justiça Eleitoral, em solenidade pública, entrega aos candidatos eleitos
(bem como aos respectivos suplentes) diploma que assegura a estes o direito de tomarem
posse e de exercerem o mandato no cargo para o qual foram eleitos.

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Importante salientar que, ainda que a diplomação seja realizada para os Deputados e para
os respectivos suplentes, as imunidades não são estendidas para os suplentes dos cargos
eletivos, alcançando, em sentido diverso, apenas os titulares dos respectivos mandatos.

As imunidades de Deputados subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas,


mediante o voto de 2/3 dos membros da Assembleia Legislativa, nos casos de atos praticados
fora do recinto e que sejam incompatíveis com a execução da medida.

De acordo com a doutrina, as imunidades dos parlamentares podem ser divididas em ma-
terial e formal.

3.1.1. Imunidade Material

A imunidade material, também conhecida como imunidade real, é a que estabelece a invio-
labilidade dos Deputados no que diz respeito às suas opiniões, palavras e votos.
Tal imunidade está prevista no artigo 38 da Constituição Estadual, de seguinte redação:

Art. 38. Os Deputados Estaduais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.

De acordo com a garantia da imunidade material, o parlamentar será inviolável por suas
opiniões, palavras e votos. No entanto, esta espécie de imunidade pode ser de ordem absoluta
ou relativa.
Sendo assim, sempre que as opiniões, palavras e votos forem proferidos no âmbito do ple-
nário, a imunidade será absoluta, uma vez que, nesta hipótese, há completa ligação entre as
manifestações parlamentares e o desempenho da função pública.
Em sentido oposto, quando as opiniões, palavras e votos forem proferidas fora do plenário,
a imunidade goza de presunção relativa. Nestas situações, deve ser analisado se o ato do par-
lamentar possui ou não conexão com as funções desempenhadas.
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Em outros termos, caso as opiniões, palavras e votos tenham ligação com a função públi-
ca, o parlamentar estará abrangido pela imunidade. Caso não tenham qualquer tipo de liga-
ção, não há que se falar em imunidade, cabendo assim a responsabilização civil e penal do
parlamentar.

3.1.2. Imunidade Formal

A imunidade formal é a que diz respeito aos aspectos relacionados com a prisão dos par-
lamentares e com o respectivo processo.
Se na imunidade material tínhamos uma diferença entre os atos praticados pelos parla-
mentares em relação à população em geral, na imunidade formal a infração cometida pelo
parlamentar continua existindo, assim como ocorre com os demais particulares. A diferença
está apenas nas garantias conferidas aos Deputados com relação ao trâmite do processo e
com eventual prisão.
Podemos dividir a imunidade formal em três grandes categorias de prerrogativas: quanto à
prisão, quanto ao foro privilegiado e quanto ao processo.
a) imunidade relacionada com a prisão: Com relação à prisão, a imunidade conferida aos
Deputados está expressa no artigo 38, § 1º, de seguinte redação:

Art. 38, § 1º Desde a expedição do diploma, os Deputados Estaduais não poderão ser presos, salvo
em flagrante de crime inafiançável. Neste caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro
horas à Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, em votação nomi-
nal, resolva sobre a prisão.

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Sendo assim, desde o momento em que ocorrer a diplomação, não poderão os Deputados,
como regra geral, ser presos.
A vedação à prisão alcança até mesmo a do Deputado que seja devedor de prestação ali-
mentícia, que é uma das exceções à regra da impossibilidade de prisão por dívida em nosso
ordenamento jurídico.

Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento volun-
tário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

Em caráter de exceção, temos a hipótese de flagrante pelo cometimento de crime inafian-


çável, oportunidade em que o parlamentar, ainda que abrangido pela imunidade formal, poderá
ser preso. Na situação de cometimento de crime inafiançável, os autos do processo serão
remetidos, dentro de 24 horas, à Casa Legislativa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
seus membros, resolva sobre a prisão.
Importante salientar que, de acordo com o entendimento dos tribunais superiores, a imu-
nidade formal não alcança a prisão do parlamentar que sofrer condenação criminal mediante
sentença que tenha transitado em julgado, ou seja, que não possa mais ser objeto de recurso.
Sendo assim, é correto afirmar que a imunidade parlamentar formal alcança apenas a im-
possibilidade de prisão do Deputado que esteja respondendo a um processo criminal. Em caso
de condenação que tenha transitado em julgado, a prisão poderá perfeitamente ocorrer.
b) imunidade relacionada com o foro privilegiado: Basicamente, o foro por prerrogativa de
função (ou foro privilegiado) trata-se de uma prerrogativa concedida a certas autoridades de-
tentoras de poder, tais como os Parlamentares, os Magistrados e os Chefes do Poder Executivo.
Estas autoridades possuem o direito (prerrogativa) de serem processadas e julgadas, no
âmbito das ações de natureza penal, por tribunais e juízes especializados, escapando assim
do julgamento da justiça comum.
Com relação aos parlamentares, a imunidade relacionada como o foro privilegiado está
prevista no artigo 38, § 4º, da Constituição Estadual, de seguinte redação:

Art. 38, § 4º Os Deputados, desde a expedição do diploma, são submetidos a julgamento perante o
Tribunal de Justiça do Estado.

Sendo assim, após a diplomação, os parlamentares passam a ter a prerrogativa de serem


julgados pelo TJ. No entanto, deve ser salientado que a imunidade alcança apenas as ações
de natureza penal, ou seja, os crimes cometidos. No âmbito das ações de natureza cível, em
sentido contrário, não há que se falar em imunidade.
De igual forma, o foro por prerrogativa de função abrange até mesmo as ações decorrentes
de infrações eventualmente cometidas antes da diplomação. Desta forma, caso um candidato
tenha cometido um crime e seja, posteriormente, eleito, passará ele, após a diplomação, a ter a
garantia da imunidade formal, apenas podendo ser julgado pelo Tribunal de Justiça.
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Contrariamente, deve ser mencionado que o término do mandato implica, igualmente, no


fim do foro por prerrogativa de função.
Logo, um Deputado que esteja respondendo a processo perante o TJ terá, com o término do
mandato, o fim da prerrogativa, devendo os autos processuais ser remetidos para a Justiça Comum.
A exceção a esta regra fica por conta, apenas, da hipótese do TJ já ter dado início ao julga-
mento, ocasião em o processo permanecerá com o Tribunal de Justiça.
c) imunidade relacionada com o processo: Basicamente, a imunidade formal relacionada com
o processo consiste na possibilidade de sustação da tramitação pela Assembleia legislativa.

Art. 38, § 2º Recebida denúncia contra Deputado Estadual, por crime ocorrido após a diplomação, o
Tribunal de Justiça ou o Órgão Judiciário competente darão ciência à Assembleia Legislativa, que,
por iniciativa de partido político nela representado, ou no Congresso Nacional, e pelo voto nominal
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 3º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

Desta forma, tendo sido recebida a denúncia contra parlamentar por crime cometido após
a diplomação, o TJ dará início ao processo de julgamento, não havendo necessidade de qual-
quer tipo de autorização por parte da Casa Legislativa.
Iniciado o processo, o Tribunal de Justiça dará ciência à Casa Legislativa da tramitação do
processo contra o parlamentar.
Após a ciência, poderá a Casa Legislativa, desde que por iniciativa de partido político nela
representado, ou no Congresso Nacional, e pelo voto da maioria dos seus membros, sustar, até
a decisão final, o andamento da ação.
Como não poderia deixar de ser, a sustação, quando realizada pela Casa Legislativa, impli-
ca também na suspensão da prescrição com relação à infração cometida pelo parlamentar.

3.2. Prerrogativas
Além das imunidades, a Constituição Estadual elenca três outras prerrogativas aos Deputa-
dos. Neste ponto da matéria, deve ser ressaltado que, ainda que parte da doutrina entenda que
estas prerrogativas estejam dentro do campo da imunidade, o mais correto é tratá-las de forma
separada, uma vez que ambas não possuem relação com os aspectos material ou formal das
demais imunidades.
Sendo assim, podemos estabelecer que são prerrogativas conferidas aos parlamentares
as presentes nos §§ 5º, 6º e 8º do artigo 38:

Art. 38, § 5º Os Deputados não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou pres-
tadas em razão do exercício do mandato nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles rece-
beram informações.
§ 6º A incorporação de Deputado às Forças Armadas, embora militar e ainda que em tempo de guer-
ra, depende de prévia licença da Assembleia Legislativa.

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§ 8º Os Deputados que forem demandados judicialmente podem requerer à Mesa que a consultoria
jurídica e a representação judicial sejam feitas pela Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa,
caso a ação judicial se refira ao exercício da atividade parlamentar ou dela decorra, observadas as
atribuições, competências e forma que serão regulamentadas por Resolução.

Logo, os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou


prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que prestaram a eles ou
deles receberam tais informações.
A ideia desta prerrogativa é conferir uma espécie de garantia para que o parlamentar possa
fazer uso de todas as informações que cheguem ao seu conhecimento, inclusive quando rela-
cionadas com algum tipo de irregularidade que exija uma eventual apuração.
No caso de incorporação às Forças Armadas, os Deputados dependem, ainda que milita-
res e embora em tempo de guerra, de prévia licença da Casa Legislativa à qual pertençam.

3.3. Impedimentos
Em seu artigo 39, a Constituição elenca uma série de impedimentos e vedações que devem
ser observadas pelos Deputados desde o momento da diplomação e desde o momento da posse.
A diplomação ocorre em momento anterior à posse, tratando-se de um ato declaratório da
Justiça Eleitoral. A posse, que ocorre posteriormente, é o ato por meio do qual o parlamentar
efetivamente é investido no cargo eletivo para o qual foi eleito.
Neste ponto da matéria, temos que memorizar e diferenciar as vedações que devem ser
observadas desde a diplomação daquelas que apenas precisam ser observadas pelo parla-
mentar a partir da posse.

Vedações a partir da Diplomação Vedações a partir da Posse


a) firmar ou manter contrato com pessoa a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresas
jurídica de direito público, autarquia, empresa que gozem de favor decorrente de contrato com pessoa jurí-
pública, sociedade de economia mista, dica de direito público, ou nelas exercer função remunerada;
fundação instituída pelo Poder Público, ou b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad
empresa concessionária de serviço público, nutum’’ em pessoa jurídica de direito público, autarquia,
salvo quando o contrato obedecer a cláusu- empresa pública, sociedade de economia mista, fundação
las uniformes; instituída pelo Poder Público ou empresa concessionária de
b) aceitar ou exercer cargo, função ou serviço público;
emprego remunerado, inclusive os de que c) patrocinar causa em que seja interessada pessoa jurídica
sejam demissíveis ad nutum, com pessoa de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
jurídica de direito público, autarquia, empresa economia mista, fundação instituída pelo Poder Público ou
pública, sociedade de economia mista, empresa concessionária de serviço público;
fundação instituída pelo Poder Público ou d) ser titulares de mais de um 1 cargo ou mandato público
empresa concessionária de serviço público; eletivo;

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3.4. Perda do Mandato


Nos artigos 40 e 41 da Constituição Estadual, encontramos situações em que o Deputado
perderá ou não o mandato para o qual foi eleito.
Nas situações de perda do mandato, a depender da hipótese ensejadora, o procedimen-
to ocorrerá:
a) através de decisão da Assembleia Legislativa, por maioria absoluta e votação nominal,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso
Nacional ou na própria Assembleia, assegurada ampla defesa.
b) por declaração da Mesa da Assembleia Legislativa, de ofício ou mediante provocação
de qualquer de seus membros, ou de partido político representado na Casa, ou no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.

Perda do Mandato por decisão da Assembleia Perda do Mandato por declaração da Assembleia
Legislativa Legislativa
a) parlamentar que deixar de comparecer, em cada
sessão legislativa, à terça parte das sessões ordi-
a) parlamentar que infringir qualquer das proibi-
nárias da Assembleia Legislativa, salvo licença ou
ções estabelecidas no artigo anterior;
missão por esta autorizada;
b) parlamentar cujo procedimento for decla-
b) parlamentar que perder ou tiver suspensos os
rado incompatível com o decoro parlamentar;
direitos políticos;
c) parlamentar que sofrer condenação criminal
c) quando a perda for decretada pela Justiça Eleito-
em sentença transitada em julgado.
ral, nos casos previstos na Constituição Federal ou
da Constituição Estadual.

Neste sentido é a literalidade dos dispositivos constitucionais, conforme observa-se dos


artigos a seguir destacados:

Art. 40. Perde o mandato o Deputado:


I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Assembleia Legislativa, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição Federal ou nesta;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro da Assembleia Legislativa ou a percepção de van-
tagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Assembleia Legislativa,
por maioria absoluta e votação nominal, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional ou na própria Assembleia, assegurada ampla defesa.

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§ 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV e V, a perda é declarada pela Mesa da Assembleia Le-
gislativa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado na Casa, ou no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos
termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.

Devemos conhecer, também, as situações que, ainda que o parlamentar esteja ausente
das funções, não acarretam a perda do mandato eletivo. Desta forma, não perderá o mandato
o Deputado:
a) investido no cargo de Ministro de Estado, Secretário do Estado, da Prefeitura da Capital
ou chefe de missão diplomática temporária. Nestas situações, o Deputado pode optar pela
remuneração do mandato.
b) licenciado pela Assembleia Legislativa, por motivo de doença, ou para tratar, sem remu-
neração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse 120 dias
por sessão legislativa.

O suplente é convocado nos casos de vaga, de investidura nas mencionadas funções públicas
ou de licença superior a cento e vinte 120 dias. Ocorrendo vaga e não havendo suplente, será
feita eleição para preenchê-la caso falte mais de quinze 15 meses para o término do mandato.

4. Das Reuniões
Conforme anteriormente mencionado, a legislatura pode ser definida como o período de
tempo em que a Assembleia Legislativa desempenha suas atividades. Não podemos confundir
o conceito de legislatura, no entanto, com os de sessão legislativa e períodos legislativos.
A sessão legislativa possui duração anual, sendo, em linhas gerais, o período de tempo em
que, no curso do corrente ano, os Deputados se reúnem para deliberar sobre as matérias de
suas competências.
A sessão legislativa, de acordo com a Constituição Estadual, ocorre no período de tempo
compreendido entre 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

Art. 42. A Assembleia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do Estado, de 2 de fevereiro a


17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas são transferidas para o primeiro dia útil subsequente,
quando recaiam em sábados, domingos ou feriados.

Você observou que há um intervalo de tempo no curso da sessão legislativa (mais preci-
samente entre os dias 18 a 31 de julho)?

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Isso ocorre na medida em que cada um das sessões legislativas é dividida em dois perío-
dos legislativos. E ambos os períodos são divididos pelo recesso parlamentar.
Logo, o período legislativo pode ser definido como a divisão de cada uma das sessões
legislativas. Consequentemente, as sessões legislativas sempre terão 2 períodos legislativos,
da mesma forma que a legislatura terá, sempre, 4 sessões legislativas.
Sendo assim, é possível afirmar que as sessões legislativas podem ser definidas como o
período de tempo de um ano de trabalho das Casas Legislativas. Tais sessões são classifica-
das em preparatória, ordinária, especial e extraordinária.

DICA
Antes de conhecermos cada uma delas, devemos memorizar
a informação de que a sessão legislativa não será interrompi-
da sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamen-
tárias.

Ocorrem a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para dar


Sessões Preparatórias posse a seus membros e eleger a Mesa, para mandato de 2 anos, vedada a
recondução, para o mesmo cargo, na eleição imediatamente subsequente.
São aquelas realizadas no período “normal” de tempo da sessão legislativa,
ou seja, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
Sessões Ordinárias
Quando tais datas caírem em sábados, domingos ou feriados, serão transfe-
ridas para o primeiro dia útil subsequente.
São utilizadas com as seguintes finalidades:
a) inaugurar a sessão legislativa;
Sessões Especiais
b) receber o compromisso do Governador e do Vice-Governador;
c) conhecer de veto e sobre ele deliberar.
A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa ocorrerá:
a) por seu Presidente, em caso de intervenção em Município e posse do
Governador ou do Vice-Governador;
b) pelo Governador do Estado, pelo Presidente ou a requerimento da maioria
Sessões Extraordinárias dos Deputados, em caso de urgência ou interesse público relevante, com a
aprovação da maioria absoluta da Assembleia.
Na sessão legislativa extraordinária, a Assembleia Legislativa somente deli-
berará sobre a matéria para a qual foi convocada, vedado o pagamento de
parcela indenizatória, em razão da convocação.

5. Das Comissões
A Assembleia Legislativa terá comissões permanentes e temporárias, que serão consti-
tuídas na forma e com as atribuições previstas no regime interno ou no ato de que resultar
sua criação.

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Na constituição da Mesa e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a repre-


sentação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Assem-
bleia Legislativa.
De acordo com a Constituição Estadual, às comissões, em razão da matéria de sua com-
petência, cabe o desempenho das seguintes competências:
• Discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso 1/10 dos membros da Casa;
• Realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
• Convocar Secretários de Estado, Procuradores Gerais e Comandante da Polícia Militar
para prestarem informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
• Receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra
atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
• Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
• Apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimen-
to e sobre eles emitir parecer;

Uma atenção especial deve ser dada às comissões parlamentares de inquérito (CPI), uma
vez que tais comissões, ainda que constituídas em caráter temporário e com a finalidade de
apurar um fato certo, possuem, de acordo com a Constituição Estadual, poderes de investiga-
ção próprios das autoridades judiciais.

Art. 43, § 3º As Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes de investigação, próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos no regimento, são criadas pela Assembleia Legisla-
tiva, mediante requerimento de um terço (1/3) de seus membros, para a apuração de fato determi-
nado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Inicialmente, precisamos saber que dois são os requisitos que devem ser observados para
que as CPIs possam ser criadas:
a) requerimento de, pelo menos, 1/3 dos membros da respectiva Casa Legislativa;
b) ter a finalidade de apurar um fato determinado e por prazo certo, o que implica em afir-
mar que as comissões parlamentares de inquérito são consideradas comissões temporárias,
e não comissões definitivas;
Após a constituição, uma série de prerrogativas são conferidas às CPIs para que estas
possam melhor desempenhar suas atividades.
O STF, por exemplo, já entendeu que tais comissões podem determinar a quebra do sigilo
bancário, fiscal e de dados, conforme se verifica no teor do Mandado de Segurança 23.452/RJ:

O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide sobre os dados/
registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das comunicações tele-
fônicas) - ainda que representem projeções específicas do direito à intimidade, fundado
no art. 5º, X, da Carta Política - não se revelam oponíveis, em nosso sistema jurídico, às
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Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta a quebra traduz
natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela própria Cons-
tituição da República, aos órgãos de investigação parlamentar.

Para que tais atividades sejam exercidas, no entanto, devem as CPIs demonstrar que o
acesso a tais informações se revela essencial ao correto deslinde dos fatos.
Da mesma forma, as comissões parlamentares de inquérito não possuem poderem ilimi-
tados, não podendo, ainda de acordo com o entendimento do STF, determinar a realização de
diligências de busca e apreensão domiciliar ou a decretação da indisponibilidade dos bens
(atividades típicas do Poder Judiciário).
Também não podem as CPIs determinar a interceptação telefônica daqueles que estão
sendo investigados pela comissão. Um cuidado maior merece ser dado a este ponto, uma vez
que a distinção entre a interceptação telefônica e a quebra do sigilo dos registros telefônicos
é fundamental para a compreensão das prerrogativas atribuídas às CPIs.
A quebra dos registros telefônicos diz respeito aos dados já produzidos pelas partes antes
da determinação da comissão. Por se tratar de informações pretéritas, já produzidas, podem
ser acessados pelas CPIs sem a necessidade de autorização do Poder Judiciário.
A interceptação telefônica, no entanto, refere-se aos dados que ainda serão produzidos a
partir da dada da adoção da medida. Como tratam-se de dados inéditos, ainda não produzidos,
estão assegurados pela proteção constitucional da inviolabilidade do acesso às comunica-
ções, conforme previsão do artigo 5º, XII, da Constituição Federal:

Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

A interceptação telefônica, desta forma, não pode ser determinada pelas comissões parla-
mentares de inquérito, mas sim apenas pelo Poder Judiciário.
Como forma de facilitar o entendimento, relaciona-se a seguir as prerrogativas que podem
ou não ser adotadas pelas comissões parlamentares de inquérito:

As CPIs podem As CPIs não podem


Determinar a quebra do sigilo fiscal, bancá-
Determinar a interceptação telefônica (infor-
rio e de dados (informações pretéritas, já
mações inéditas, ainda não produzidas)
produzidas)
Determinar a quebra do sigilo bancário Determinar busca e apreensão domiciliar
Determinar a quebra de dados telefônicos
Determinar a ordem de prisão
(informações pretéritas, já produzidas)

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Determinar a indisponibilidade dos bens


Realizar a prisão em flagrante
(bloqueio)
Realizar todas as diligências que entender
Determinar a prisão preventiva
necessárias
Convocar autoridades e testemunhas para Quando federais, investigar fatos decorren-
prestar depoimentos tes de outros entes federativos

6. Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa


A. A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa pode ser definida como uma instituição
permanente, vinculada à Mesa, e órgão superior de assessoramento e consultoria jurídica do
Poder Legislativo, incumbindo-lhe ainda as atividades de representação judicial e assistência
técnica legislativa à Mesa, às Comissões, às Diretorias e aos Deputados.
Neste sentido, é importante destacar que a representação judicial, extrajudicial e a consul-
toria jurídica do Poder Legislativo, na defesa de sua independência, bem como a supervisão
dos serviços de assessoramento jurídico serão exercidas pela Procuradoria-Geral da Assem-
bleia Legislativa, sem prejuízo das atribuições da Procuradoria-Geral do Estado.
A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa oficiará nos procedimentos administrati-
vos no que diz respeito ao controle interno dos atos emanados pelo Poder Legislativo e pro-
moverá a defesa de seus interesses, incluídos os de natureza financeiro orçamentária, bem
como exercerá outras funções que lhe sejam conferidas por Resolução de iniciativa da Mesa
da Assembleia Legislativa.
Caberá a uma Resolução de iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa dispor sobre a
organização e o funcionamento da Procuradoria-Geral, estendendo-se aos seus integrantes os
direitos, os deveres e as vedações atinentes aos Procuradores do Estado.

Art. 43-A. A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa, instituição permanente, vinculada à Mesa,


é o órgão superior de assessoramento e consultoria jurídica do Poder Legislativo, incumbindo-lhe
ainda as atividades de representação judicial e assistência técnica legislativa à Mesa, às Comis-
sões, às Diretorias e aos Deputados.
§ 1º A representação judicial, extrajudicial e a consultoria jurídica do Poder Legislativo, na defesa de
sua independência, bem como a supervisão dos serviços de assessoramento jurídico serão exerci-
das pela Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa, sem prejuízo das atribuições da Procurado-
ria-Geral do Estado.
§ 2º A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa oficiará nos procedimentos administrativos no
que diz respeito ao controle interno dos atos emanados pelo Poder Legislativo e promoverá a defesa
de seus interesses, incluídos os de natureza financeiro orçamentária, bem como exercerá outras
funções que lhe sejam conferidas por Resolução de iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa.
§ 3º Resolução de iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa disporá sobre a organização e o
funcionamento da Procuradoria-Geral, estendendo-se aos seus integrantes os direitos, os deveres e
as vedações atinentes aos Procuradores do Estado.

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§ 4º O subsídio dos ocupantes dos cargos de carreira de Procurador da Assembleia Legislativa


será fixado conforme o disposto na parte final do art. 37, inciso XI, da Constituição da República e
art. 26, inciso XI desta Constituição, cujo valor será previsto em lei específica de iniciativa do Poder
Legislativo.
Art. 43-B. Compete à Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa exercer a representação judicial
do Poder Legislativo, nas ações em que for parte ativa ou passiva, na forma do § 8º do art. 38 desta
Constituição, sem prejuízo das atribuições da Procuradoria-Geral do Estado.

7. Processo Legislativo
O processo legislativo pode ser conceituado como o conjunto de atos e de procedimentos
necessários para que um ato normativo primário seja aprovado.
Os atos normativos primários são aqueles que, em linhas gerais, inovam no ordenamen-
to jurídico, podendo instituir obrigações e deveres para todos os particulares atingidos pelas
disposições da norma editada. Exemplo clássico de ato normativo primário são as leis e as
medidas provisórias.
Tais espécies normativas se diferenciam, por exemplo, dos atos normativos secundários,
que, em sentido contrário, não inovam no ordenamento jurídico, sendo editados, apenas, com o
objetivo de regulamentar e detalhar as normas primárias. Como exemplo de atos secundários,
temos os Decretos, as Portarias e as Resoluções Internas.
De acordo com a Constituição Estadual, seis são as diferentes normas jurídicas que podem
ser editadas, primariamente, pelo Poder Legislativo do Estado do Rio Grande do Norte.

Art. 44. O processo legislativo estadual compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – decretos legislativos;
VI – resoluções

7.1. Emenda à Constituição


A Constituição Estadual é a principal norma a ser observada no âmbito do Estado do Rio
Grande do Norte. Logo, são os seus mandamentos que devem ser observados, como regra ge-
ral, em todas as atuações que não ultrapassem a competência do respectivo ente federativo.
Consequentemente, a Constituição, para sua emenda, exige um processo mais dificultoso,
por exemplo, do que aquele utilizado para a edição ou alteração de uma lei ordinária.
Neste sentido, a Constituição Estadual apenas poderá ser emendada mediante proposta
dos seguintes legitimados:
a) de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa;

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b) do Governador do Estado;
c) de iniciativa popular, subscrita por, no mínimo, três por cento do eleitorado estadual,
distribuídos, pelo menos, em três quintos dos Municípios do Estado.
Além disso, a norma elenca situações em que a Constituição Estadual não poderá ser obje-
to de emenda. Consequentemente, quando estivermos diante de estado de sítio, de estado de
defesa ou, ainda, quando o Estado estiver sob intervenção federal, a Constituição não poderá
ser emendada.
Precisamos memorizar isso? Com toda certeza!

Destaca-se que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
a) a forma federativa do Estado;
b) o voto direto, secreto, universal e periódico;
c) a separação dos Poderes;
d) os direitos e garantias individuais.
Uma vez apresentada, a proposta de emenda será discutida e votada em dois turnos, con-
siderando-se aprovada se obtiver, em cada um deles, 3/5 dos votos dos membros da Assem-
bleia Legislativa. Após a aprovação, a emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da
Assembleia Legislativa, com o respectivo número de ordem.

A matéria constante de proposta de emenda, rejeitada ou havida por prejudicada, não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

7.2. Leis
O princípio da legalidade está relacionado com a ideia de que toda e qualquer obrigação
apenas pode ser exigida da coletividade por meio da manifestação da população.
E isso é bem simples de entender: uma vez que se é a população quem escolhe seus repre-
sentantes através do voto, presume-se que ela, a população, é quem atua, ainda que indireta-
mente, através da manifestação de seus representantes.

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E, como se sabe, toda e qualquer norma jurídica que inove o ordenamento deve ter a par-
ticipação dos representantes populares. Indiretamente, portanto, quem está editando leis e
inovando o ordenamento pátrio é a própria população.
Nesse sentido se posiciona o autor Hely Lopes Meirelles:

As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública, e seus preceitos não podem ser des-
cumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma
vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos.

O conceito da legalidade, desta forma, é o de que aos particulares é permitido fazer tudo
aquilo que não esteja proibido em lei.
Em outros termos, os particulares podem, como regra geral, adotar os comportamentos
que entendam ser os melhores para cada situação. Há assim uma liberdade de atuação asse-
gurada a todos os administrados.
Quando, no entanto, houver uma lei estabelecendo a vedação a determinado comporta-
mento, a eventual prática da conduta vedada implica em descumprimento da lei, ensejando a
aplicação de penalidades aos responsáveis.
Em consonância com o princípio da legalidade, merece destaque o art. 5º, II, da Constitui-
ção Federal, de seguinte teor:

Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Importante diferenciarmos o conceito de lei em sentido lato do da lei em sentido estrito,


também conhecida como lei formal.
A lei em sentido lato compreende todas as normas expedidas pelos Poder Público, poden-
do ou não inovar no ordenamento jurídico.
Importante mencionar que não há necessidade destas normas serem chamadas especi-
ficamente de “leis”. Como exemplo, podemos citar os decretos autônomos, que, nas estritas
possibilidades da Constituição Federal, podem inovar no ordenamento jurídico.
A lei em sentido estrito, por outro lado, compreende apenas as normas que são dotadas
das características da generalidade e da abstração.
A característica da generalidade afirma que tais normas alcançam um número indetermi-
nado de administrados. Já de acordo com a abstração, as leis em sentido estrito não se apli-
cam exclusivamente a um caso concreto, mas a todas as hipóteses que se enquadrarem nas
situações nela previstas.

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A lei complementar, assim como ocorre com a lei ordinária, são instrumentos de atuação,
como regra geral, do Poder Legislativo. Por meio da edição das leis, os representantes do povo,
dentre outros legitimados pela Constituição Federal, podem fazer valer a vontade popular.
Ambos os instrumentos (lei ordinária e lei complementar) se diferenciam, no entanto, com
relação a dois importantes aspectos: a matéria e o quorum necessário para a aprovação.
Com relação à matéria, todos os assuntos em que a Constituição exigir, expressamente,
a edição de lei complementar, apenas podem ser normatizados por meio deste instrumento.
Neste sentido, expressões como “lei complementar estabelecerá” ou “lei complementar
disporá” apenas podem ser objeto de lei complementar, e não de lei ordinária.
Adotando-se o critério residual, todas as demais matérias, ou seja, aquelas em que a Cons-
tituição não determina expressamente a necessidade de edição de uma lei complementar,
podem ser objeto de lei ordinária.
Como exemplo, podemos citar diversos artigos onde a Constituição apenas menciona que
“lei estabelecerá”. Nestas situações, a regulamentação da matéria poderá ser feita por lei ordi-
nária, não sendo exigida a edição de lei complementar.
No que se refere ao quorum de aprovação, a lei complementar exige, para a sua aprovação,
a maioria absoluta dos votos dos membros do respectivo órgão.
Assim, se estivermos diante de um órgão com, por exemplo, 81 membros, a lei complemen-
tar apenas será aprovada se pelo menos 41 membros votarem neste sentido.
A lei ordinária, em sentido oposto, exige apenas a aprovação por parte da maioria simples.
Logo, se tomarmos como exemplo a situação do órgão anteriormente mencionado (composto
de 81 membros), uma lei ordinária será aprovada caso a maioria simples dos membros presen-
tes em uma sessão vote neste sentido.

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Desta forma, caso o órgão tenha, em uma sessão, 60 membros, a lei ordinária será conside-
rada aprovada caso assim seja decidido por, pelo menos, 31 membros, número que representa
a maioria dos membros presentes, e não necessariamente a maioria do respectivo órgão.

De acordo com o artigo 46, temos a previsão de que “A iniciativa das leis complementa-
res e ordinárias cabe a qualquer Deputado, Comissão ou Mesa da Assembleia Legislativa, ao
Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas, ao Procurador-Geral de
Justiça, ao Defensor Público-Geral do Estado e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos
nesta Constituição”.
Além disso, temos a possibilidade de a iniciativa popular dar início aos projetos de lei,
devendo, para isso, ser observados os requisitos do artigo § 2º do artigo 46 da Constitui-
ção Estadual:

Art. 46, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Assembleia Legislativa de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado estadual, conforme dispuser a lei.

Para determinadas matérias, a Constituição estabelece que a iniciativa é privativa do Go-


vernador Estadual.

Art. 46, § 1º São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que:


I – fixem ou modifiquem o efetivo da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar;
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica, ou au-
mento de sua remuneração;
b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposen-
tadoria;

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c) militares do Estado e respectivo regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,


remuneração, reforma e condições de transferência para a reserva;
d) criação e extinção de Órgãos e Entes da Administração Pública Estadual, notadamente de Secre-
tarias de Estado, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar, observado o disposto no
art. 64, VII, desta Constituição.

O Governador do Estado pode solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
Quando isso ocorrer, caso a Assembleia Legislativa não se manifeste sobre a proposição em
até 45 dias, será esta incluída na ordem do dia, sobrestando-se todas as demais deliberações
legislativas, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime
a votação.
O mencionado prazo de 45 dias não corre nos períodos de recesso da Assembleia Legislativa,
nem se aplica aos projetos de código.

O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa é enviado à sanção do Governador,


ou arquivado se rejeitado. Se o Governador do Estado considerar o projeto, no todo ou em par-
te, inconstitucional ou contrário ao interesse público, poderá vetá-lo, total ou parcialmente, no
prazo de 15 dias úteis, contados da data do recebimento, comunicando, dentro de 48 horas, ao
Presidente da Assembleia Legislativa os motivos do veto.
Aqui, é importante frisar que o veto parcial somente pode abranger texto integral de artigo,
de parágrafo, de inciso ou de alínea. Em caso de veto, será este apreciado em sessão, dentro
de 30 dias, a contar do seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria abso-
luta dos Deputados. Decorrido o prazo de 15 dias, o silêncio do Governador do Estado importa
em sanção.
Vejamos os artigos constitucionais relacionados com o fluxo do processo legislativo refe-
rente às leis:

Art. 49. O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa é enviado à sanção do Governador, ou
arquivado se rejeitado.
§ 1º Se o Governador do Estado considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou con-
trário ao interesse público, pode vetá-lo, total ou parcialmente, no prazo de quinze (15) dias úteis,
contados da data do recebimento, comunicando, dentro de quarenta e oito (48) horas, ao Presidente
da Assembleia Legislativa os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente pode abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de
alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze (15) dias, o silêncio do Governador do Estado importa em sanção.
§ 4º O veto é apreciado em sessão, dentro de trinta (30) dias a contar do seu recebimento, só poden-
do ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados.
§ 5º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no parágrafo anterior, o veto é colocado na
ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
§ 6º Se o veto não for mantido, é o projeto enviado, para promulgação, ao Governador do Estado.

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§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito (48) horas pelo Governador do Estado,
nos casos dos §§ 3º e 6º, o Presidente da Assembleia Legislativa a promulga, e, se este não o fizer
em igual prazo, cabe ao Vice-Presidente da Assembleia Legislativa fazê-lo.

A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente pode constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Assem-
bleia Legislativa.

Como anteriormente informado, as leis complementares e suas alterações serão aprova-


das por maioria absoluta, tendo, de acordo com a norma em estudo, numeração distinta das
leis ordinárias.
Cumpre destacar, no entanto, que determinadas matérias apenas poderão ser objeto de lei
complementar, e não de lei ordinária, sendo elas as previstas no artigo 48:

Art. 48. As leis complementares são aprovadas por maioria absoluta.


Parágrafo único. Além daquelas previstas na Constituição Federal e nesta Constituição, dependem
de lei complementar as seguintes matérias:
I – organização do Poder Executivo;
II – organização e divisão judiciárias;
III – organização do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas;
IV – organização da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, bem como estatuto e remunera-
ção dos policiais militares e dos bombeiros militares;
V – estatuto dos servidores públicos civis.

Além das leis complementares e das leis ordinárias, temos a possibilidade de edição de
leis delegadas.
As leis delegadas foram previstas na Constituição como uma forma de tentar tornar mais
célere a atuação do Governador, que pode, desde que atendidos os requisitos estabelecidos,
exercer, atipicamente, a função de legislar.

Art. 51. As leis delegadas são elaboradas pelo Governador do Estado, que deve solicitar a delegação
à Assembleia Legislativa.

A delegação ao Governador terá a forma de decreto legislativo da Assembleia, que especi-


ficará seu conteúdo e os termos de seu exercício. Caso o decreto legislativo determinar a apre-
ciação do projeto pela Assembleia, esta a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Ressalta-se, por fim, as matérias que não poderão ser objeto de leis delegadas:
a) os atos de competência exclusiva da Assembleia Legislativa;
b) matéria reservada a lei complementar;
c) a legislação sobre:

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• Organização do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, a carrei-


ra e a garantia de seus membros;
• Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos;

8. Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Pa-


trimonial

O controle da administração pública pode ser entendido como a soma de todas as ativi-
dades, internas e externas, que possuem como objetivo garantir a preservação do interesse
público e assegurar que as funções administrativas estão sendo desempenhadas de acordo
com a lei.
Merece destaque, neste sentido, o conceito de controle da administração pública extraído
da obra de José dos Santos Carvalho Filho:

Os mecanismos de controle da Administração Pública podem ser entendidos como ações que têm
como objetivos fundamentais garantir o respeito aos direitos subjetivos dos usuários e assegurar a
observância das diretrizes constitucionais da Administração.

Assim sendo, teremos controle quando houver o desempenho de qualquer atividade, por
parte dos três poderes ou da população, que tenha o objetivo de proteger o patrimônio público
e o bem-estar coletivo ante a atuação da administração pública.
Salienta-se que o controle da administração pública não pode ser confundido com o con-
trole administrativo. Como veremos adiante, três são as grandes espécies de controle, sendo
elas o controle administrativo, o controle legislativo e o controle judiciário. Tais formas, em
conjunto, representam o controle da administração pública.
Desta forma, o controle da administração pública é um gênero do qual fazem parte as es-
pécies controle administrativo, controle legislativo e controle judicial, conforme se observa, de
maneira mais didática, por meio do gráfico a seguir:

Neste ponto da matéria, nos interessa as disposições relativas ao controle legislativo.


Desta forma, podemos definir controle legislativo como aquele que é exercido por alguma
das Casas Legislativas sobre os atos do Poder Executivo do respectivo ente federativo. Ao con-
trário do controle administrativo, que é interno, o controle legislativo caracteriza-se justamente
por ser um controle externo.

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Quando exercido perante a sua própria atividade administrativa, o Poder Legislativo estará
praticando, atipicamente, a função administrativa, e, por isso mesmo, estaremos diante de
controle administrativo.
Quando praticado no âmbito da função típica do Poder Legislativo, estaremos diante de
controle externo, que é aquele exercido por um Poder da República sobre os demais.
O controle legislativo é também conhecido como controle parlamentar, podendo ser exer-
cido de forma direta ou indireta.
Quando estivermos diante do controle parlamentar direto, são as casas legislativas quem
exercem as atividades de controle. Em tais situações, a doutrina afirma tratar-se de um con-
trole político, exercido, nas hipóteses previstas pela Constituição Federal, com alto grau de
discricionariedade.
Já no âmbito do controle parlamentar indireto, os responsáveis pelo controle serão os Tri-
bunais de Contas, dando ensejo ao chamado controle financeiro.

8.1. Controle Político


O controle político, também chamado de controle parlamentar direto, é aquele exercido, no
âmbito de cada ente federativo, pelas respectivas casas legislativas. Trata-se de um controle
que apenas pode ser exercido nas hipóteses previstas na Constituição Federal.
Como decorrência do princípio da simetria, as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas
dos Municípios e do Distrito Federal não podem criar outras formas de controle que não as es-
tabelecidas no âmbito federal. Caso assim o façam, incorrerão em inconstitucionalidade, uma
vez que haverá violação do princípio da separação dos Poderes.
No âmbito estadual, o controle legislativo direto pode ser exercido pela Assembleia
Legislativa.

8.2. Controle Financeiro


O controle financeiro, ou controle parlamentar indireto, é aquele que é exercido pela Assem-
bleia Legislativa com o auxílio dos Tribunais de Contas.

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Neste sentido é a previsão dos artigos 52 e 53 da Constituição Estadual, que apresenta a


seguinte redação:

Art. 52. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado e de


todas as entidades da administração direta e indireta, quanto aos aspectos de legalidade, legitimi-
dade e economicidade, assim como a aplicação das subvenções e renúncias de receitas, é exercida
pela Assembleia Legislativa, mediante o controle externo e pelo sistema de controle interno de cada
um dos Poderes.
§ 1º Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais o Estado responda,
ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.
§ 2º A fiscalização de que trata este artigo compreende:
I – a legalidade dos atos geradores de receita ou determinantes de despesas, bem como os de que
resulte o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II – a fidelidade funcional dos agentes responsáveis por bens e valores públicos;
III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de reali-
zação de obras e prestação de serviços;
IV – a proteção e o controle do ativo patrimonial;
V – o cumprimento dos procedimentos, das competências, das responsabilidades e dos encargos
dos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta.
Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, é exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas, anualmente, pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio,
a ser elaborado em sessenta (60) dias, a contar do seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores dos três Poderes do Estado e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, inclusive das fundações, em-
presas públicas, autarquias, sociedades de economia mista e demais sociedades instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irre-
gularidade de que resulte prejuízo ao erário;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título,
na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Legislativa, de Comissão técnica ou de inquérito,
ou em razão de denúncia, inspeções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentária, ope-
racional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
e demais entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado a Município e a instituições
públicas ou privadas;

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VI – prestar as informações solicitadas pela Assembleia Legislativa sobre a fiscalização contábil,


financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas;
VII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas em lei, que estabelece, dentre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
VIII – assinar prazo para que o órgão ou entidade fiscalizada adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
IX – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Assembleia
Legislativa;
X – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados, sugerindo, se for
o caso, intervenção em Município.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação é privativo da Assembleia Legislativa, que solicita, de
imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.
§ 2º Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa (90) dias, não efetivarem
as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decide a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de Contas, de que resulte imputação de débito ou multa, têm eficácia
de título executivo, devendo observar os parâmetros de razoabilidade e de proporcionalidade esta-
belecida em lei.
§ 4º O Tribunal de Contas encaminha à Assembleia Legislativa, relativamente às suas atividades,
trimestral e anualmente, relatório operacional.
§ 5º O julgamento da regularidade das contas, pelo Tribunal de Contas, baseia-se em levantamentos
realizados através de inspeções e auditorias, e em pronunciamentos dos administradores, emitindo
os respectivos certificados.

Cuidam-se os Tribunais de Contas de cortes especializadas e que possuem uma relação de


vinculação com o Poder Legislativo, não havendo que se falar em hierarquia.
Assim, os Tribunais de Contas, ainda que auxiliem a Assembleia Legislativa no exercício do
controle legislativo, são autônomos para tomar as decisões que entenderem necessárias ao
cumprimento de sua finalidade institucional.
Neste sentido é o entendimento do STF, para os quais os Tribunais de Contas não são
meros órgãos auxiliares do Poder Legislativo, conforme se observa do julgado da Adin 4.190:

Os Tribunais de Contas ostentam posição eminente na estrutura constitucional brasileira,


não se achando subordinados, por qualquer vínculo de ordem hierárquica, ao Poder Legis-
lativo, de que não são órgãos delegatários nem organismos de mero assessoramento
técnico. A competência institucional dos Tribunais de Contas não deriva, por isso mesmo,
de delegação dos órgãos do Poder Legislativo, mas traduz emanação que resulta, prima-
riamente, da própria Constituição da República.

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Da mesma forma, ainda que tais órgãos recebam a denominação de “tribunais”, não po-
dem eles decidir questões em caráter terminativo. Em outras palavras, as decisões dos Tribu-
nais de Contas não transitam em julgado, prerrogativa esta exclusiva dos tribunais do Poder
Judiciário.

Caso um Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, determine, como forma de con-
trole, a sustação de um ato administrativo, tal questão pode, a qualquer momento, ser levada à
análise do Poder Judiciário.

As competências atribuídas pela Constituição aos Tribunais de Contas são alvo constante
de exigência em provas de concurso. Sobre tais competências, algumas informações mere-
cem destaque, conforme passa-se a analisar.
Os Tribunais de Contas possuem competência tanto para julgar quanto para apreciar
as contas.
Quando as contas que estiverem sendo analisadas forem relativas às autoridades e admi-
nistradores públicos, pode o TCE proceder à respectiva apreciação e julgamento. Em sentido
oposto, quando as contas objeto de análise forem as do Governador, a possibilidade do TCE
se restringe à apreciação, sendo competente para o seu julgamento a Assembleia Legislativa.

Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, é exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas, anualmente, pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio,
a ser elaborado em sessenta (60) dias, a contar do seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores dos três Poderes do Estado e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, inclusive das fundações, em-
presas públicas, autarquias, sociedades de economia mista e demais sociedades instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irre-
gularidade de que resulte prejuízo ao erário;

Caso o Tribunal de Contas esteja analisando as contas apresentadas pelos dirigentes de uma
autarquia, ou então por um Secretário, a sua competência será tanto para apreciar as contas
analisadas quanto para julgá-las.
Caso as contas que estejam submetidas ao crivo do TCE sejam as relativas ao Governador do
Estado, a competência restringe-se à mera apreciação, que será externada por meio da edição
de um parecer conclusivo, elaborado no prazo de 60 dias após o seu recebimento.
Tal parecer será remetido ao respectivo Poder Legislativo. No nosso exemplo, à Assembleia
Legislativa, que realizará o julgamento das contas do Governador.

Situação semelhante ocorre com a possibilidade dos Tribunais de Contas determinarem a


sustação de um ato ou contrato administrativo.

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Com relação aos atos administrativos, que são manifestações de vontade unilateral do
Poder Público, a competência para determinar a sustação é exercida, de forma direta, pelo
respectivo tribunal.
Nos contratos administrativos, por sua vez, que são caracterizados pela manifestação de
vontade bilateral, a competência para a sustação apenas pode ser exercida por meio da res-
pectiva Casa Legislativa.
No entanto, caso o Poder Legislativo ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não efetivar
as medidas necessárias para a sustação do contrato administrativo, o TCE decidirá a respeito.
Desta forma, parte da doutrina chega a afirmar que há a possibilidade do TCE, nesta espe-
cífica situação de omissão Assembleia Legislativa ou do Poder Executivo, de participação do
TCE no processo de sustação dos contratos.
Ainda assim, o entendimento utilizado nas provas de concurso é de que o TCE apenas pos-
sui competência para determinar a sustação dos atos administrativos. Em caso de contrato,
conforma já ressaltado, a competência é da Assembleia Legislativa.

Tribunal de Contas Casas Legislativas


Julga as contas dos administradores públicos Julga as contas dos Chefes do Poder Executivo
Pode sustar os atos administrativos Pode sustar os contratos administrativos

As decisões do Tribunal de Contas, de que resulte imputação de débito ou multa têm eficácia
de título executivo, devendo observar os parâmetros de razoabilidade e de proporcionalidade
estabelecida em lei.

Outro ponto que merece ser destacado é que, no exercício do controle externo, a Assem-
bleia Legislativa poderá, por aprovação de 2/3 de seus membros, sustar os efeitos das deci-
sões cautelares, inclusive as que versarem sobre imposição de multa, proferidas pelo Tribunal
de Contas do Estado e por seus membros, até o julgamento do mérito do processo.
A medida possui o objetivo de resguardar sua missão constitucional, operando, sempre,
sob a orientação da razoabilidade e da proporcionalidade e sem prejuízo do controle judicial
dos atos administrativos já realizado pelo Poder Judiciário.
No âmbito do controle externo, a Comissão Permanente de Finanças da Assembleia Le-
gislativa desempenha um papel importante, que pode ser mais bem verificado com base na
leitura do artigo 54:

Art. 54. A Comissão Permanente de Finanças da Assembleia Legislativa, diante de indícios de des-
pesa não autorizada, ainda que sob forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, pode solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco (5) dias,
preste os esclarecimentos necessários.

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§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados insuficientes, a Comissão solicita ao Tri-


bunal de Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta (30) dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto pode
causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, propõe à Assembleia Legislativa sua
sustação.

Além do controle externo, cada um dos Poderes deverá manter, de forma integrada, siste-
ma de controle interno, que tem como uma das finalidades apoiar o controle externo no exer-
cício de sua missão institucional.

Art. 55. Os Poderes do Estado mantêm, de forma integrada sistema do controle interno, com a fina-
lidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
Governo e dos orçamentos do Estado;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamen-
tária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração pública estadual, bem como
da aplicação de recursos públicos por entidade privada;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
do Estado;
IV – apoiar o controle externo, no exercício de sua missão institucional.
§ 2º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, dela dão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade
solidária.
§ 3º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado.

Aqui, o que merece ser destacado é que a responsabilidade dos responsáveis pelo controle
interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade e dela são darem
ciência ao Tribunal de Contas do Estado, é solidária.

9. Tribunal de Contas
O Tribunal de Contas do Estado tem sede na capital, quadro próprio de pessoal e jurisdi-
ção em todo o território estadual. Em sua composição, o TCE é formado por Conselheiros e
Auditores.
Neste sentido, o § 1º do artigo 56 estabelece que “Os Conselheiros do Tribunal de Contas,
em número de sete (7), são escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco (35) e me-
nos de sessenta e cinco (65) anos de idade, de idoneidade moral, reputação ilibada e notórios
conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros ou de administração pública, com

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mais de dez (10) anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados”.
Os Conselheiros do Tribunal de Contas são escolhidos:
a) 3, pelo Governador do Estado, com aprovação da Assembleia Legislativa, sendo dois
alternadamente, dentre Auditores e Membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Con-
tas, mediante lista tríplice encaminhada pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e
merecimento;
b) 4, pela Assembleia Legislativa.
Como forma de evitar que as escolhas, no âmbito estadual, ferissem o princípio da separa-
ção dos Poderes, o STF editou a súmula 653, que determina, em linhas gerais, os critérios de
escolha a serem observados por tais entes federativos.

Súmula 653: No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro
devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo
estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Minis-
tério Público, e um terceiro a sua livre escolha.

A nomeação dos Conselheiros do Tribunal de Contas, indicados pelo Governador, é precedida


de arguição pública, deliberando a Assembleia por voto secreto.

Os Conselheiros do Tribunal de Contas terão as mesmas garantias, prerrogativas e impe-


dimentos, vencimentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado.
O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as mesmas garantias e impedimen-
tos do titular e, quando o exercício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito
de última Entrância. Com relação ao ingresso, os Auditores são nomeados mediante concurso
público de provas e títulos, dentre portadores de título de curso superior em Ciências Contá-
beis e Atuariais, Ciências Jurídicas e Sociais, Ciências Econômicas ou Administração.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE/ASS TEC/TCE-RN/2015) Com base no disposto na Constituição Federal de
1988 (CF) e na Constituição do Estado do Rio Grande do Norte, julgue o item subsequente.
A escolha de conselheiros do TCE/RN, no número total de sete, é realizada pelo governador
do estado e pela Assembleia Legislativa, sendo critérios para nomeação das sete pessoas
indicadas a aprovação em arguição pública e a deliberação da Assembleia Legislativa por
voto aberto.

A deliberação da Assembleia Legislativa ocorrerá, diferente do que afirmado, por meio do


voto secreto.

Art. 56, § 3º A nomeação dos Conselheiros do Tribunal de Contas, indicados pelo Governador, é
precedida de arguição pública, deliberando a Assembleia por voto secreto.
Errado.

002. (FCC/AL/ALERN/ANALISTA LEGISLATIVO/2013) A competência dos atos praticados


pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte − ALERN está definida na Cons-
tituição do Estado e, em alguns casos, são realizados com a participação de outro Poder. As-
sim, cabe à ALERN, com a sanção do Governador,
a) dispor sobre a previdência social dos Deputados Estaduais.
b) escolher quatro membros do Tribunal de Contas do Estado.
c) autorizar referendo e plebiscito.
d) dispor sobre plano e programas de desenvolvimento econômico, social e ambiental.
e) aprovar intervenção municipal.

Dentre as alternativas propostas, apenas a Letra A trata-se de uma competência da Assem-


bleia Legislativa que exige a sanção do Governador do Estado.

Art. 37. Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do Governador do Estado, não exigida esta
para o especificado no art. 35, dispor sobre todas as matérias de competência do Estado, especial-
mente sobre:
XVIII – previdência social dos Deputados Estaduais.
Letra a.

003. (FCC/AL/ALERN/2013) Algumas matérias, em razão de sua relevância, têm tramita-


ção especificada na CE/RN. É o caso do Estatuto dos Servidores Públicos que depende de
aprovação por
a) Lei Complementar.

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b) Lei Ordinária.
c) Lei Delegada.
d) Decreto Legislativo.
e) Resolução.

O Estatuto dos Servidores Públicos deve ser aprovado por meio de lei complementar.

Art. 48, Parágrafo único. Além daquelas previstas na Constituição Federal e nesta Constituição, de-
pendem de lei complementar as seguintes matérias:
V – estatuto dos servidores públicos civis.
Letra a.

004. (FCC/TL/ALERN/TÉCNICO LEGISLATIVO/2013) A CE/RN estabelece limitações à atua-


ção do Deputado. Assim, não podem ser proprietários, controladores ou diretores de empresas
que gozam de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público desde
a) a posse.
b) a expedição do diploma.
c) a homologação do resultado final da eleição.
d) o registro da candidatura.
e) o início da campanha.

Desde a posse, os Deputados Estaduais não podem, dentre outros impedimentos, ser proprie-
tários, controladores ou diretores de empresas que gozem de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público.

Art. 39. Os Deputados não podem:


II – desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresas que gozem de favor decorrente de con-
trato com pessoa jurídica de direito público, ou nelas exercer função remunerada;
Letra a.

005. (FCC/TL/ALERN/TÉCNICO LEGISLATIVO/2013) Os Poderes do Estado devem exercer


o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres do
Estado. É o que prevê o art. 55 III, da CE/RN.
No caso da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, essa é uma das finalidades
a) do Controle Externo.
b) da Comissão Pluripartidária de Deputados.
c) da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
d) do Controle Interno.
e) da Secretaria da Presidência.

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Aqui, estamos diante de uma das finalidades do controle interno, conforme previsão constitucional.

Art. 55. Os Poderes do Estado mantêm, de forma integrada sistema do controle interno, com a
finalidade de:
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
do Estado;
Letra d.

006. (CEBRASPE/INSP CEX/TCE-RN/ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE, DIREITO OU


ECONOMIA/2009) A respeito dos relatórios, procedimentos de fiscalização e tipos de audito-
ria, julgue o item seguinte.
Uma das atribuições de controle afetas ao TCE/RN é a realização de inspeções e auditorias de na-
tureza contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional nas unidades e entidades que
compõem as administrações municipais, por solicitação das respectivas câmaras municipais.

A realização de inspeções e auditorias nos órgãos e entidades da Administração Pública inde-


pende de solicitação das respectivas Câmaras Municipais. Diversamente, os procedimentos
serão realizados por iniciativa própria do TCE, da Assembleia Legislativa, de Comissão técnica
ou de inquérito ou, ainda, em razão de denúncia.

Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, é exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
IV – realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Legislativa, de Comissão técnica ou de inquérito,
ou em razão de denúncia, inspeções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentária, ope-
racional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
e demais entidades referidas no inciso II;
Errado.

007. (IBFC/ANA CONT/CGE-RN/2019/ADAPTADA) É de competência do Tribunal de Contas


apreciar as contas prestadas, anualmente, pelo Governador do Estado.

Em relação às contas do Governador do Estado, o TCE apenas aprecia e emite um parecer pré-
vio, sendo elas julgadas pela Assembleia Legislativa.

Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, é exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas, anualmente, pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio,
a ser elaborado em sessenta (60) dias, a contar do seu recebimento;
Certo.

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008. (IBFC/ANA CONT/CGE-RN/2019/ADAPTADA) É competência do Tribunal de Contas fis-


calizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado a Município e a instituições
públicas ou privadas.

Temos aqui uma das competências elencadas para o Tribunal de Contas do Estado.

Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, é exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
V – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado a Município e a instituições
públicas ou privadas;
Certo.

009. (IBFC/ANA CONT/CGE-RN/2019/ADAPTADA) É de competência do Tribunal de Contas


julgar as contas dos administradores dos Poderes Legislativo e Executivo, assim como dos
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
inclusive das fundações, empresas públicas, autarquias e sociedades instituídas ou mantidas
pelo Poder Público, ressalvando-se, apenas o Poder Judiciário que tem suas contas julgadas
internamente pela Corregedoria Geral de Justiça.

O TCE julga as contas dos administradores dos três Poderes do Estado, incluindo os do Poder
Judiciário. A exceção fica por conta do Governador do Estado, que tem suas contas julgadas
pela Assembleia Legislativa.

Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, é exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
II – julgar as contas dos administradores dos três Poderes do Estado e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, inclusive das fundações, em-
presas públicas, autarquias, sociedades de economia mista e demais sociedades instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irre-
gularidade de que resulte prejuízo ao erário;
Errado.

010. (IBFC/ANA CONT/CGE-RN/2019/ADAPTADA) É de competência do Tribunal de Contas


realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Legislativa, de Comissão técnica ou de inquérito,
ou em razão de denúncia, inspeções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentá-
ria, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo
e Judiciário

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A questão exige o conhecimento de uma das competências elencadas para o TCE:

Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, é exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
IV – realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Legislativa, de Comissão técnica ou de inquérito,
ou em razão de denúncia, inspeções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentária, ope-
racional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
e demais entidades referidas no inciso II;
Certo.

011. (UEPA/AFRE-PA/SEFA-PA/2013/ADAPTADA) Os partidos políticos, associação ou sindi-


cato são parte legítima para, na forma da lei, denunciar crimes de responsabilidade de quais-
quer autoridades e irregularidades ou ilegalidades perante a Assembleia Legislativa, devendo
o cidadão fazer-se por eles representar.

Os cidadãos são parte legítima para realizar a denúncia mencionada pela questão. A medida
será realizada diretamente, sem a necessidade, conforme informado, de representação.

Art. 55, § 3º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado.
Errado.

012. (AOCP/AUD/TCE-PA/2012/ADAPTADA) De acordo com a Constituição Estadual, a ini-


ciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Assembleia Legislativa de projetos
subscritos por, no mínimo, dez por cento do eleitorado do Estado.

De acordo com o § 2º do artigo 46, “A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
Assembleia Legislativa de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
estadual, conforme dispuser a lei”.
Errado.

013. (FGV/JE/TJ-PA/2009/ADAPTADA) Constituem prerrogativas dos Deputados Estaduais


o fato de não poderem ser processados, civil ou penalmente, por opiniões, palavras e votos
proferidos no exercício de seu mandato parlamentar.

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Assim como informa a questão, os Deputados são invioláveis, civil e penalmente, por quais-
quer de suas opiniões, palavras e votos.

Art. 38. Os Deputados Estaduais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.
Certo.

014. (FGV/JE/TJ-PA/2009/ADAPTADA) Constituem prerrogativas dos Deputados Estaduais


o direito à prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça desde a expedição do diploma.

De acordo com o § 4º do artigo 38, “Os Deputados, desde a expedição do diploma, são sub-
metidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado”.
Certo.

015. (FGV/JE/TJ-PA/2009/ADAPTADA) Constituem prerrogativas dos Deputados Estaduais


o fato de não serem obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
razão do exercício do mandato.

Temos aqui uma importante prerrogativa conferida aos Deputados Estaduais:

Art. 38, § 5º Os Deputados não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou pres-
tadas em razão do exercício do mandato nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles rece-
beram informações.
Certo.

016. (FGV/JE/TJ-PA/2009/ADAPTADA) Constituem prerrogativas dos Deputados Estaduais


o fato de só poderem ser presos em caso de flagrante de crime inafiançável, podendo a As-
sembleia Legislativa, pelo voto da maioria de seus membros, resolver sobre a prisão.

Para responder à questão, façamos uso das disposições do artigo 38, § 1º, da Constitui-
ção Estadual.

Art. 38, § 1º Desde a expedição do diploma, os Deputados Estaduais não poderão ser presos, salvo
em flagrante de crime inafiançável. Neste caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro
horas à Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, em votação nomi-
nal, resolva sobre a prisão.
Certo.
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017. (FGV/JE/TJ-PA/2009/ADAPTADA) Constituem prerrogativas dos Deputados Estaduais


o fato de, desde a expedição do diploma, serem suspensos todos os processos criminais em
curso contra o deputado, bem como o prazo prescricional, enquanto durar o mandato.

A possibilidade mencionada pela questão não existe. O que ocorre com os Deputados, a partir
do diploma, é a impossibilidade de serem presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Errado.

018. (AOCP/2012/TCE-PA/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS CONTÁBEIS -


ADAPTADA) Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de
responsabilidade solidária.

Trata-se de previsão do artigo 55, § 2º, de seguinte teor:

Art. 55, § 2º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregu-
laridade ou ilegalidade, dela dão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabi-
lidade solidária.
Certo.

019. (AOCP/2012/TCE-PA/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS CONTÁBEIS/


ADAPTADA) Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denuncia irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
do Estado.

Assim como afirma a questão, o § 3º do artigo 55 da Constituição Estadual determina que


“Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado”.
Certo.

020. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
A Assembleia Legislativa compõem-se de Deputados, representantes do povo, eleitos pelo sis-
tema majoritário por sufrágio universal e voto direto e secreto.

Os Deputados são eleitos pelo sistema proporcional, e não pelo sistema majoritário.
Errado.
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021. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
Como regra geral, as deliberações da Assembleia Legislativa e de suas comissões serão toma-
das por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

A regra geral é a de que as deliberações sejam, conforme informado, tomadas pela maioria dos
votos, havendo necessidade da presença de, pelo menos, a maioria absoluta dos membros.

Art. 34. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Assembleia Legislativa e


de suas Comissões são tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus mem-
bros.
Certo.

022. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
Os Deputados Estaduais, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento pe-
rante o Tribunal de Justiça do Estado.

Assim como informa a questão, o § 4º do artigo 38 determina que “Os Deputados, desde a ex-
pedição do diploma, são submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado”.
Certo.

023. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
Quando investido no cargo de Ministro de Estado, Secretário deste Estado, da Prefeitura da
Capital ou chefe de missão diplomática temporária, o Deputado Estadual perderá o mandato.

Nas situações mencionadas pela questão, o Deputado Estadual não perderá o mandato.

Art. 41. Não perde o mandato o Deputado:


I – investido no cargo de Ministro de Estado, Secretário deste Estado, da Prefeitura da Capital ou
chefe de missão diplomática temporária;
Errado.

024. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação sobre o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

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Temos aqui um importante mandamento relacionado com o processo legislativo, nos termos
do artigo 42, § 2º:

Art. 42, § 2º A sessão legislativa não é interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.
Certo.

025. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
A Assembleia Legislativa terá comissões permanentes e temporárias constituídas na forma e
com as atribuições previstas no regime interno ou no ato de que resultar sua criação. Neste
sentido, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é um exemplo de comissão permanente.

A comissão parlamentar de inquérito, conforme analisado em aula, é uma comissão temporá-


ria, e não permanente.

Art. 43, § 3º As Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes de investigação, próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos no regimento, são criadas pela Assembleia Legisla-
tiva, mediante requerimento de um terço (1/3) de seus membros, para a apuração de fato determi-
nado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Errado.

026. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
O veto poderá ser total ou parcial. Quando parcial, o veto somente abrangerá texto integral de
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

O veto poderá ser total (toda a norma será vetada) ou parcial (quando abrangerá o texto inte-
gral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

Art. 49. O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa é enviado à sanção do Governador, ou
arquivado se rejeitado.
§ 1º Se o Governador do Estado considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou con-
trário ao interesse público, pode vetá-lo, total ou parcialmente, no prazo de quinze (15) dias úteis,
contados da data do recebimento, comunicando, dentro de quarenta e oito (48) horas, ao Presidente
da Assembleia Legislativa os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente pode abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
Certo.

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027. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
As leis delegadas serão elaboradas pelo Governador, que deverá solicitar a delegação à As-
sembleia Legislativa.

Nos termos do artigo 51, “As leis delegadas são elaboradas pelo Governador do Estado, que
deve solicitar a delegação à Assembleia Legislativa”.
Certo.

028. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
As leis complementares e ordinárias, bem como suas alterações, serão aprovadas por maio-
ria absoluta.

Apenas as leis complementares necessitam, obrigatoriamente, de maioria absoluta para a


aprovação.

Art. 48. As leis complementares são aprovadas por maioria absoluta.


Errado.

029. (INÉDITA/2020) Acerca do Poder Legislativo Estadual, nos termos da Constituição do


Estado, analise a assertiva a seguir:
O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, que é órgão integrante do Poder Legislativo.

O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, realmente será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas do Estado. No entanto, diversamente do que informado, o TCE não faz
parte do Poder Legislativo e de nenhum outro Poder do Estado.
Errado.

030. (CESPE/AUX INST/IPHAN/ÁREA 1/2018/ADAPTADA) Acerca da organização dos po-


deres do Estado, julgue o item subsequente.
O número de deputados estaduais é definido em lei de acordo com o número de habitantes de
cada Estado e do Distrito Federal.

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De acordo com o 2º do artigo 33, “O número de Deputados à Assembleia Legislativa corres-


ponde ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número
de trinta e seis (36), é acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de
doze (12)”.
Errado.

031. (CEBRASPE/AUXJ/TJ-PA/”SEM ÁREA”/2020/ADAPTADA) A possibilidade de exclusão


de cometimento ilícito por parlamentares decorre do instituto denominado
a) inviolabilidade.
b) irrenunciabilidade.
c) prerrogativa de foro.
d) extinção de punibilidade.
e) imunidade material.

A exclusão do cometimento ilícito por parte dos parlamentares decorre da denominada imuni-
dade material, que está expressa no artigo 95 da Constituição Estadual:

Art. 38. Os Deputados Estaduais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.
Letra e.

032. (CEBRASPE/AFRE/SEFAZ-AL/2020/ADAPTADA) Quanto à organização dos Poderes


Executivo, Legislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.
A atuação das comissões parlamentares de inquérito insere-se no âmbito da função fiscaliza-
tória do Poder Legislativo, considerada função típica desse poder.

As CPIs podem ser constituídas para a apuração de fato determinado e por prazo certo. Tais
comissões desempenham a função fiscalizatória, que, ao lado da função de legislar, é típica do
Poder Legislativo.
Certo.

033. (CEBRASPE/AFRE/SEFAZ-AL/2020/ADAPTADA) Quanto à organização dos Poderes


Executivo, Legislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.
A competência do Tribunal de Contas do Estado para julgar as contas dos responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos não abrange as contas do Governador do Estado.

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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Legislativo
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O TCE pode julgar as contas dos demais gestores e administradores públicos, mas não, de
acordo com a Constituição, as contas do Governador do Estado. Em relação a estas, o papel do
TCE é o de emitir um parecer no prazo de 60 dias, contados do respectivo recebimento.
Certo.

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Legislativo
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GABARITO
1. E
2. a
3. a
4. a
5. d
6. E
7. C
8. C
9. E
10. C
11. E
12. E
13. C
14. C
15. C
16. C
17. E
18. C
19. C
20. E
21. C
22. C
23. E
24. C
25. E
26. C
27. C
28. E
29. E
30. E
31. e
32. C
33. C

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