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CONSTITUIÇÃO

ESTADUAL DO
RIO GRANDE DO
NORTE
Administração Pública

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Administração Pública
Diogo Surdi

Sumário
Administração Pública.................................................................................................................... 4
1. Administração Pública................................................................................................................ 4
1.1. Princípios da Administração Pública..................................................................................... 4
1.3. Moralidade................................................................................................................................. 7
1.2. Organização Administrativa e Contrato de Gestão......................................................... 10
1.3. Cargos, Empregos e Funções Públicas............................................................................... 18
1.4. Possibilidade de Acumulação.. ............................................................................................. 22
1.5. Remuneração dos Agentes Públicos. . ................................................................................. 23
1.6. Improbidade Administrativa e Responsabilidade Civil................................................... 26
1.7. Licitações Públicas. . ................................................................................................................ 29
1.8. Mandato Eletivo.......................................................................................................................31
1.9. Direito de Greve e de Associações Sindical....................................................................... 32
2. Servidores Públicos. . ................................................................................................................. 33
2.1. Regime Jurídico........................................................................................................................ 33
2.2. Direitos Assegurados aos Servidores Públicos............................................................... 34
2.3. Estabilidade............................................................................................................................. 35
3. Militares do Estado................................................................................................................... 37
Questões de Concurso.................................................................................................................. 38
Gabarito............................................................................................................................................ 50

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Administração Pública
Diogo Surdi

Olá, aluno(a), tudo bem? Acredito e espero que sim!!


Na aula de hoje, veremos todas as disposições da Constituição Estadual relacionadas com
a Administração Pública, assunto intimamente ligado ao Direito Administrativo.
Forte abraço e bons estudos!
Diogo

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Administração Pública
Diogo Surdi

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. Administração Pública
1.1. Princípios da Administração Pública
Tanto a Administração Direta quando a Administração Indireta, no desempenho de suas
atribuições, devem respeitar determinados princípios norteadores de toda a atividade pública.
Como o próprio nome sugere, os princípios possuem a característica de “início”, “base”,
“pedra fundamental”. É por meio deles que todo o ordenamento jurídico se estrutura, gerando,
para a Administração, uma série de prerrogativas e sujeições que devem ser observadas para
garantir o bem-estar da coletividade.
Durante muito tempo, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) era de que a
força dos princípios era meramente integradora, de forma que o seu uso estaria restrito às
situações onde não fosse possível a resolução do conflito com a legislação vigente.
Com o passar dos anos, os princípios adquiriram força de norma jurídica, de forma que,
atualmente, possuem imperatividade e impõem condutas a serem seguidas pelos seus desti-
natários. Nos dias atuais, a doutrina majoritária possui o entendimento de que, os princípios,
por serem normas gerais e dotadas de altíssimo grau de abstração, possuem hierarquia supe-
rior, até mesmo, às demais normas jurídicas.
Na visão do STF, violar um princípio, por exemplo, é muito pior do que violar uma lei, haja vis-
ta que, ao infringir um princípio, se está desobedecendo a todo o ordenamento jurídico vigente.

Podemos relacionar a força normativa dos princípios com a construção de uma torre:
Inicialmente, e como forma de evitar que um futuro desabamento ocorra, devem os responsá-
veis pela construção garantir que a base seja extremamente sólida. Caso contrário, ainda que
o restante da construção seja perfeita, correrá a obra o risco de desabar, situação que deixaria
todo o trabalho posterior seriamente comprometido.
Assim também ocorre com o nosso ordenamento jurídico: Se não tivermos uma base sólida
(os Princípios), toda a construção posterior (as Leis) pode ficar comprometida.

Duas são as informações essenciais sobre a força dos princípios:

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De acordo com a Constituição Estadual, temos a previsão expressa para observância de


cinco diferentes princípios, sendo eles:

Art. 26. A administração pública direta, indireta ou Fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado
e dos Municípios, obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, observando-se (...)

Vamos conhecer cada um deles?

1.1.1. Legalidade

O princípio da legalidade não é uma peculiaridade da atividade administrativa, estando


presente em todo o Estado Democrático de Direito. Tal princípio liga-se, basicamente, à ideia
de que toda e qualquer atividade da Administração Pública deve pautar-se na vontade popular.
E isso é bem simples de entender: Uma vez que se é a população quem escolhe seus repre-
sentantes através do voto, presume-se que ela, a população, é quem atua, ainda que indireta-
mente, através da manifestação de seus representantes.
E, como se sabe, toda e qualquer norma jurídica que inove o ordenamento deve ter a par-
ticipação dos representantes populares. Indiretamente, portanto, quem está editando leis e
inovando o ordenamento pátrio é a própria população.
Nesse sentido se posiciona o autor Hely Lopes Meirelles:

As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública, e seus preceitos não podem ser des-
cumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma
vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos.

O conceito da Legalidade é o de que a Administração Pública só pode fazer aquilo que


estiver previsto em lei.
Percebam que este conceito é o oposto do que é aplicado à iniciativa privada, ou seja,
enquanto aos particulares é permitido fazer tudo aquilo que não esteja proibido em lei, à admi-
nistração apenas é permitido fazer o que esta determinar ou autorizar.

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Este conceito de legalidade, no entanto, não está restrito às leis propriamente ditas, de for-
ma que a doutrina majoritária chega a mencionar o termo “bloco de legalidade” para se referir
a todos os diplomas que devem ser observados na atividade administrativa.
Desta relação de diplomas normativos é que se origina o termo Juridicidade, conceito mais
amplo que o de legalidade. Segundo a Juridicidade, a atuação da Administração não fica restri-
ta à obediência das leis em sentido estrito, compreendendo também um “bloco de legalidade”
formado por diplomas que vão desde a Constituição Federal até os Princípios Gerais do Direito
e os Costumes.

Juridicidade Bloco de Legalidade


Constituição Federal, Constituições Estadu-
A Administração Pública deve obedecer a
ais, Medidas Provisórias, Princípios Gerais do
diversos diplomas
Direito, Costumes, demais Atos Normativos

1.1.2. Impessoalidade

O princípio da Impessoalidade pode ser entendido como aquele que determina que a atua-
ção da Administração Pública seja, a um mesmo momento, transparente, sem favorecimentos
para os agentes públicos e com o claro objetivo de alcançar a finalidade pública.
Percebe-se, desta forma, que a Impessoalidade pode ser analisada sob três importan-
tes aspectos:

Decorre da publicidade, por exemplo, a previsão do artigo 26, § 1º, da Constituição Estadual,
de seguinte redação:

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Art. 26, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Trata-se de aspecto de fácil compreensão e que está intimamente ligado com a teoria do
órgão, por meio da qual o agente público, no desempenho de suas atividades, não o faz com
base na sua vontade, mas sim tomando como referência a vontade da administração.

Durante o exercício de seu mandato, o prefeito Impessoal da Silva realizou diversas reformas,
construções e beneficiamentos em diversos pontos da cidade. Em todas as realizações, colo-
cou uma placa com a seguinte informação: “Obras realizadas pelo prefeito Impessoal da Silva”.
Está correta a atuação do prefeito?
De forma alguma! Para que o prefeito não descumpra o princípio da Impessoalidade, todas as
placas não devem fazer menção ao nome ou à imagem do prefeito, delas podendo constar, por
consequência, que as realizações foram feitas pela administração municipal.
Um exemplo de placa informativa que não ofenderia a Impessoalidade seria: “Obras realizadas
pela Prefeitura do Município X”.

1.3. Moralidade
A primeira informação que temos que saber é que a Moral Administrativa difere em muitos
aspectos da moral comum.
Enquanto a Moralidade Administrativa está ligada à ideia de boa ou má administração e
aos preceitos éticos da probidade, decoro e boa-fé, a moral comum está baseada unicamente
na crença entre o bem e o mal.

Dessa forma, nota-se que a Moral Administrativa é um conceito bem mais amplo que o da
moral comum.

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E justamente por ser um conceito amplo é que surgem as principais dúvidas pertinentes
a este princípio: Seria ele de caráter subjetivo ou objetivo? Em caso de desrespeito, teríamos
anulação ou revogação?
Nos dias atuais, já está pacificado na doutrina que o princípio da moralidade, ainda que
dotado de certo grau de subjetivismo (pois certas situações podem depender do julgamento
de cada administrador, que terá uma opinião sobre o ato ser ou não contrário à moralidade), o
princípio é de caráter objetivo.

1.1.4. Publicidade

O princípio da publicidade, de acordo com José dos Santos Carvalho Filho, pode ser assim
conceituado:

Indica que os atos da Administração devem merecer a mais ampla divulgação possível entre os
administrados, e isso porque constitui fundamento do princípio propiciar-lhes a possibilidade de
controlar a legitimidade da conduta dos agentes administrativos. Só com a transparência dessa
conduta é que poderão os indivíduos aquilatar a legalidade ou não dos atos e o grau de eficiência
de que se revestem.

Do conceito apresentado, percebe-se que dois são os sentidos em que a publicidade pode
ser compreendida:

a) Como a necessidade de que todos os atos administrativos sejam publicados para que
possam produzir seus efeitos: Nesse sentido, importante destacar que a publicidade está re-
lacionada como a eficácia do ato administrativo, ou seja, os atos administrativos só podem
produzir efeitos perante terceiros depois de serem devidamente publicados no meio oficial.
b) Como a necessidade de transparência, por parte da Administração Pública, no exer-
cício de suas funções: Aqui estamos falando de um assunto muito abordado pela mídia nos

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últimos anos: a transparência no acesso à informação, por parte dos usuários, de dados pro-
duzidos pelos órgãos e entidades da Administração Pública.
Como decorrência da publicidade, temos a previsão do artigo 28, § 10, da Constitui-
ção Estadual:

Art. 28, § 10. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como o Tribunal de Contas, o Mi-
nistério Público e a Defensoria Pública, publicarão anualmente os valores do subsídio e da remune-
ração dos cargos e empregos públicos.

1.1.5. Eficiência

Vejamos o conceito do princípio da eficiência na visão da professora Maria Sylvia Zanella


Di Pietro:

O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação
ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas
atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disci-
plinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados
na prestação do serviço público.

Basicamente, a eficiência pode ser entendida como “fazer mais com menos”. É, de acordo
com esta análise, a obrigatoriedade dos agentes públicos pautarem suas atuações de acordo
com padrões de economicidade.
No entanto, importante salientar que o Poder Público, ao contrário do que acontece com a
iniciativa privada, nem sempre deve pautar suas escolhas tomando como base os gastos pú-
blicos realizados. Como é sabido, a finalidade primordial da Administração Pública é garantir
o bem-estar da coletividade.
Logo, diante de duas situações apresentadas, e considerando que uma delas revela-se
mais econômica e a outra atende de melhor forma aos interesses coletivos, deve o Poder Pú-
blico optar pela segunda alternativa.
Como decorrência da eficiência, merece ser destacada a previsão do § 3º do artigo 26 da
norma constitucional, que estabelece a forma como poderá ocorrer a participação do usuário
na Administração Pública Direta e Indireta.

Art. 26, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta
e indireta, regulando especialmente:
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manuten-
ção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, obser-
vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII da Constituição Federal;

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III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou


função na administração pública.

Neste mesmo sentido, e em sintonia com o princípio da eficiência, temos a previsão do §


11 do artigo 28, que determina que “Leis do Estado e dos Municípios disciplinarão a aplica-
ção de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionaliza-
ção do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade”.

1.2. Organização Administrativa e Contrato de Gestão


Modernamente, a expressão “administração pública” pode ser conceituada por meio de
diferentes sentidos ou acepções. Da mesma forma, poderemos fazer uso da expressão em seu
sentido amplo (lato) ou em sentido estrito (stricto).

1.2.1. Administração Pública em Sentido Amplo

Dizemos que em sentido lato (ou amplo), a administração pública compreende, além da
função administrativa, os órgãos de governo, que são aqueles que exercem funções políticas.
De acordo com esta acepção, a administração pública abrange desde a elaboração e fixa-
ção das diretrizes a serem seguidas na elaboração das políticas públicas até a própria execu-
ção de todas estas políticas. A elaboração compete à função política. A execução, à função
administrativa.

Teremos a elaboração de uma política pública quando o Poder Legislativo edita uma lei deter-
minando a adoção de certas medidas com a finalidade de manutenção do bem-estar coletivo
(tal como ocorre, por exemplo, com a edição de uma norma que estabelece que certos estabe-
lecimentos comerciais apenas podem permanecer abertos até determinado horário).
Teremos a execução de uma política pública quando o Poder Executivo, por meio de seus
agentes públicos, fiscaliza se a norma em questão está sendo observada pelos proprietários
de estabelecimentos comerciais.
Adotando o conceito de administração pública em sentido amplo, as duas situações são con-
sideradas “administração pública”.

Ressalta-se, no entanto, que a utilização do sentido amplo de administração pública não é


a predominante em nosso ordenamento jurídico.

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1.2.2. Administração Pública em Sentido Estrito

Já a administração pública sentido estrito compreende somente os órgãos e os agentes


necessários à execução das políticas públicas, sem qualquer referência àqueles que atuam na
sua elaboração.
É este o sentido que estará presente em todo o nosso estudo, sendo a base de toda a orga-
nização administrativa. Dele deriva, por exemplo, todas as prerrogativas (poderes) e sujeições
(obrigações) que os agentes possuem na gestão do patrimônio público.

Se tomarmos como referência o exemplo anterior, apenas a execução das atividades necessá-
rias à verificação do cumprimento do horário de funcionamento dos estabelecimentos comer-
ciais é considerada administração pública. Em sentido oposto, a elaboração da mencionada lei
não entra no conceito estrito de administração.

O sentido estrito é o adotado em nosso ordenamento jurídico, de forma que apenas será
considerada administração pública as atividades destinadas à execução das políticas públicas.

1.2.3. Administração Pública em Sentido Material, Objetivo e Funcional

Em sentido material, objetivo e funcional, a administração é composta pelas atividades e


funções que normalmente são classificadas como administração pública. Por meio do critério
material, devemos nos perguntar quais as atividades que são consideradas administração pú-
blica em nosso país.
Ainda que a resposta varie muito de autor para autor, as atividades que usualmente são
reconhecidas como administração pública são: fomento, serviços públicos, polícia adminis-
trativa e intervenção.

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- Fomento: Incentivo à iniciativa privada para determinadas funções públicas (tal como ocorre
com um incentivo fiscal concedido para que uma organização social atue em uma atividade
pública, auxiliando a administração);
- Serviços Públicos: Prestação de determinadas atividades para toda a população, regidas pelo
direito público (como o serviço postal e o serviço de telecomunicações);
- Polícia Administrativa: Restrição de algum direito particular em prol do benefício de toda a
coletividade (como a apreensão de mercadorias vencidas em um supermercado, evitando uma
possível intoxicação generalizada);
- Intervenção: Quando o Estado intervém em determinadas atividades privadas (tal como
ocorre quando é realizada uma desapropriação para fins de reforma agrária).

Pelo critério material, não temos uma lista taxativa de atividades que são consideradas
administração pública, mas podemos afirmar que todas as atividades listadas acima possuem
algo em comum: são áreas importantes para o bem-estar da população e para a preservação
do interesse coletivo geral.
Dessa forma, tal sentido não leva em conta quem é o responsável pela prestação da ativi-
dade, mas sim quais atividades são consideradas administração pública.
De acordo com o critério material, desta forma, uma concessionária de serviço público,
ainda que não faça parte das entidades que compõem formalmente a administração, será
considerada administração pública, uma vez que desempenha serviços públicos muitas vezes
essenciais à população.
Em sentido oposto, o desempenho de certas atividades, ainda que por intermédio de uma
das entidades que compõem a administração indireta, não será considerado administra-
ção pública.
O motivo para tal, conforme já mencionado, é que o critério material apenas leva em conta
as atividades que são desempenhadas (a matéria) e não os responsáveis pela sua execução.

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1.2.4. Administração Pública em Sentido Formal, Orgânico e Subjetivo

Já em sentido formal, orgânico e subjetivo, a administração pública é o conjunto de órgãos


e agentes incumbidos das mais diversas atividades administrativas. Por intermédio do critério
formal, devemos nos perguntar quem é administração pública em nosso país.
A resposta é que apenas as entidades, órgãos e agentes que o nosso ordenamento jurídico
estabelece como administração pública serão consideradas parte desta, independente da im-
portância da atividade exercida.
Pelo critério formal, que é o adotado em nosso país, fazem parte da administração pública
todos os órgãos e entidades da administração direta e da administração indireta.
Dessa forma, ainda que uma atividade não seja de suma importância para a população,
ainda assim ela será considerada administração pública pelo critério formal, bastando, para
tal, que seja exercida pela administração direta ou indireta.

Tomemos como referência a atividade financeira, desempenhada pelas empresas públicas e


pelas sociedades de economia mista.
Ainda que tal atividade não seja de extrema importância para a manutenção do bem-estar cole-
tivo (e prova disso é que diversos bancos privados também a desempenham), a mesma será
considerada administração pública pelo critério formal, uma vez que desempenhada por uma
das entidades que compõem a administração indireta.

Podemos sintetizar os quatro sentidos em que a expressão “administração pública” pode


ser utilizada por meio do seguinte quadro sinótico:

Abrange as atividades de elaboração e exe-


Administração pública em sentido amplo
cução das políticas públicas
Abrange apenas as atividades de execução
Administração pública em sentido estrito
das políticas públicas
Compreende as atividades que normalmente
Administração pública em sentido material,
são classificadas, pela sua importância,
objetivo e funcional
como administração pública
Compreende os órgãos, agentes e entidades
Administração pública em sentido formal, que o nosso ordenamento jurídico identifica
subjetivo e orgânico como administração pública (administração
direta e indireta)

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1.2.5. Administração Pública Estadual

No âmbito do Estado do Rio Grande do Norte, assim como ocorre com os demais entes fe-
derativos, a Administração Pública trata-se de um conceito que abrange tanto a Administração
Direta quanto a Administração Indireta.
Quando estivermos diante da Administração Direta, teremos a composição por meio de
órgãos públicos, que, em linhas gerais, podem ser conceituados como centros de competência
sem personalidade jurídica.
Em sentido oposto, quando estivermos diante da Administração Indireta, a formação ocor-
re por meio de entidades públicas. Neste contexto, quatro são as entidades que podem vir
a constituir a Administração Indireta, sendo elas: autarquias, empresas públicas, fundações
públicas e sociedades de economia mista.

Art. 26, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, nes-
te último caso, definir as áreas de sua atuação;
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

Estas duas previsões são importantíssimas para o nosso estudo. Dada sua importância,
lista-se abaixo as informações necessárias para a correta compreensão do enunciado.
a) Para a criação de uma autarquia, é necessário apenas a edição de uma lei específica.
Para as demais entidades, ao contrário, a lei específica apenas autoriza a sua criação, sendo
necessário, ainda, que o ente político promova a inscrição dos atos respectivos no registro
público competente;
b) As autarquias adquirem personalidade jurídica com a edição da lei específica. As de-
mais entidades, com o registro público de seus atos constitutivos;
c) Um cuidado maior deve ser dado às fundações: ainda que o texto constitucional as rela-
cione ao lado das demais entidades com personalidade jurídica de direito privado (sociedades
de economia mista e empresas públicas), o STF já se posicionou no sentido de admitir que as
fundações também possam ser criadas com personalidade jurídica de direito público, oportu-
nidade em que seriam classificadas como uma espécie do gênero autarquia, mais precisamen-
te como autarquias fundacionais ou fundações autárquicas.
d) Ainda que a Constituição Federal estabeleça ser necessária autorização legislativa para
a criação de subsidiárias das entidades da administração indireta, o STF já decidiu que basta
a simples menção, na lei que cria ou autoriza a criação da entidade, de autorização para a
criação da subsidiária.

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Caso um município resolva criar uma autarquia e queira, futuramente, criar subsidiárias dessa
entidade, basta que a lei específica que tenha criado a autarquia disponha, em algum de seus
artigos, que fica autorizada, desde já, a criação das respectivas subsidiárias.
Evita-se, com isso, a necessidade de nova edição de lei específica com o único propósito de
autorizar a criação das subsidiárias das entidades da administração indireta.

e) Um cuidado maior deve ser dado no que se refere à participação das entidades da ad-
ministração indireta no capital de empresas privadas. Neste caso, obrigatoriamente devemos
ter a edição de uma autorização legislativa para cada uma das situações.

f) A parte final do artigo prevê que lei complementar estabelecerá as áreas de atuação das
fundações. Deve ser ressaltado que as fundações públicas podem ser tanto de direito público
quanto de direito privado. Para ambos os tipos de fundação, a regra da necessidade de edição
de uma lei complementar é aplicada.
No entanto, não podemos confundir as fundações públicas de direito privado com as fun-
dações privadas. Estas, que não fazem parte da administração pública (sendo reguladas, por
isso mesmo, pelo Direito Civil), não necessitam da edição da mencionada norma.

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1.2.6. Contrato de Gestão

O contrato de gestão, também conhecido como acordo-programa, pode ser conceituado


como o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da administra-
ção, com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais, entida-
des do terceiro setor.
Nota-se, dessa forma, que a administração direta sempre será um dos polos da relação
contratual firmada. Salienta-se, no entanto, que parte da doutrina critica a possibilidade de ce-
lebração de contrato entre a administração direta e seus próprios órgãos.
Isso porque o contrato possui como característica os interesses antagônicos, ou seja, cada
uma das partes possui objetivos distintos com a celebração contratual.

Quando a administração celebra um contrato administrativo com um particular com o propósi-


to de este prestar serviços ao Poder Público, temos interesses distintos:
Para a administração, o objetivo é o recebimento dos serviços contratados sem a necessidade
de utilização de seu quadro funcional. Para o particular, o objetivo é auferir lucro com a presta-
ção da atividade.

Da mesma forma, temos que os órgãos que compões a administração direta não possuem
personalidade jurídica, de forma que, em última análise, a celebração do contrato de gestão
entre a administração direta e alguns de seus órgãos é a instrumentalização de um vínculo em
que a administração direta encontra-se dos dois lados.
Por isso mesmo, o mais correto seria a menção ao termo “convênio”, que possui como
característica a busca de interesses comuns entre os participantes. Ainda assim, o termo con-
trato será utilizado, uma vez que é o adotado pelas bancas organizadoras.

Importante frisar que os efeitos da celebração do contrato de gestão são opostos a de-
pender de estarmos diante de um vínculo celebrado com órgãos e entidades públicas ou com
organizações sociais.

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Quanto o contrato de gestão é celebrado com órgãos da administração direta ou com enti-
dades da administração indireta, temos um aumento da autonomia, de forma que tais órgãos
ou entidades passam a contar com uma maior liberdade para desempenhar suas atribuições.
Em contrapartida, exige-se deles a eficiência na prestação da atividade pública. Quando algu-
ma das entidades da administração indireta for uma autarquia ou uma fundação pública, estas,
após a celebração do contrato de gestão, passam a ser qualificadas como agências executivas.
Ocorrendo a celebração com as organizações sociais, que são entidades privadas e sem
fins lucrativos, a autonomia funcional, em sentido oposto, será restringida.
O motivo para tal é que tais entidades não integram a administração pública, podendo,
antes da celebração contratual, exercer suas atividades de acordo com o seu estrito interesse.
Com a celebração contratual, as organizações sociais passam a contar com uma maior fisca-
lização por parte da administração, uma vez que devem, obrigatoriamente, cumprir com todas as
obrigações contratualmente estabelecidas, encontrando-se sujeitas à fiscalização do Poder Público.

De acordo com a norma estadual em estudo, poderemos ter a celebração do contrato de


gestão tanto com os órgãos da Administração Direta quanto com as entidades da Administra-
ção Indireta. Neste sentido, por exemplo, é o texto do artigo 26, § 8º, de seguinte teor:

Art. 26, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
dores e o Poder Público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

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1.3. Cargos, Empregos e Funções Públicas


Em seu artigo 26, a norma estadual em estudo estabelece as regras gerais relacionadas
com o concurso público:

Art. 26, I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;
III – o prazo de validade de concurso público é de até dois (2) anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
IV – durante o prazo improrrogável, previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos é convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;
VIII – a lei reserva percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de defi-
ciência e define os critérios de sua admissão;
§ 6º Na composição de comissão de concurso público, para investidura em cargo ou emprego na
administração direta ou indireta do Estado, exceto para ingresso na Magistratura, é obrigatória, sob
pena de nulidade, a inclusão de um (1) membro do Ministério Público e de um (1) representante
eleito, por voto direto e secreto, pelos servidores do órgão para o qual é feito o concurso.

Da mencionada previsão, conseguimos perceber que os brasileiros natos ou naturalizados


podem ocupar qualquer cargo público, desde que para tal obedeçam aos requisitos estipula-
dos em lei para o respectivo exercício.
Com relação aos estrangeiros, temos como regra a impossibilidade de tais pessoas ocu-
parem cargos, empregos ou funções públicas.
No entanto, e com o objetivo de incentivar o desenvolvimento nacional em setores estraté-
gicos (tais como a pesquisa e a educação), a Constituição assegurou a possibilidade dos es-
trangeiros terem acesso às funções estatais. Para tal, basta que o ente federativo interessado
edite uma lei disciplinando a forma como se dará o exercício.

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Quando à investidura, temos a previsão constitucional da realização de concurso público


como critério de seleção. Dessa forma, o concurso público pode ser entendido como o proce-
dimento administrativo instaurado pelo Poder Público com o objetivo de selecionar os candi-
datos mais aptos para o exercício de cargos e empregos públicos.
O fundamento para a realização do concurso está na vedação às contratações pautadas
em critérios subjetivos, tal como o apadrinhamento e a nomeação de pessoas conhecidas em
troca de benefícios escusos. Identifica-se, assim, que a realização de concurso público está
pautada na observância dos princípios da impessoalidade, da moralidade, da isonomia e da
legalidade.
A regra geral é que todas as pessoas possam participar do concurso público, que deverá
ser amplamente divulgado como forma de encontrar interessados. Neste ponto, merece des-
taque o fato da publicidade oficial do edital de concurso público ser condição imprescindível
para a produção de efeitos perante terceiros.
Da mesma forma, o concurso público deve sempre ser pautado em critérios objetivos de
escolha, ainda que algumas fases do certame, eventualmente, sejam constituídas por exame
de títulos ou por experiência profissional comprovada.
Consequentemente, pode-se afirmar que jamais poderemos ter um concurso público re-
alizado apenas com a fase da análise de títulos, uma vez que tal procedimento colocaria em
risco a objetividade e a lisura da seleção.
O prazo de validade de um concurso público será de, no máximo, 2 anos, de forma que a
administração pode, perfeitamente, realização concurso público com prazo de validade inferior
ao constitucionalmente previsto.
Trata-se a prorrogação do prazo de validade do concurso de uma faculdade para a adminis-
tração que o realizou. Caso, no entanto, queira prorrogar, deverá ser observado o mesmo prazo
inicialmente previsto para a validade do certame.
Neste mesmo sentido, durante o prazo inicialmente previsto para a validade do concurso,
ainda que a administração possa realizar nova seleção, os candidatos aprovados no primeiro
processo deverão ser chamados com prioridade sobre novos aprovados.

Uma autarquia realiza concurso público para provimento de cargos vagos, estabelecendo, em
seu edital, prazo de validade de 2 anos e possibilidade de prorrogação por mais 2 anos.
Tendo realizado o concurso, e estando dentro do prazo de validade de 2 anos, poderá a admi-
nistração, em tese, realizar uma nova seleção, oportunidade em que uma nova lista de aprova-
dos será gerada.
Não pode a administração, nesta situação, chamar os aprovados na segunda seleção sem que
tenha esgotado a lista do primeiro concurso realizado.

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O STF possui entendimento sumulado de que o limite de idade como condição para a parti-
cipação em concurso público apenas é válido quando decorrer das necessidades das atribui-
ções do cargo que será exercido.
Como regra, é proibida a previsão de limite de idade para participação em concursos pú-
blicos, uma vez que o artigo 7º, XXX, da Constituição Federal, estabelece a impossibilidade de
admissão, dentre outros, por motivo de idade.

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por mo-
tivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Entretanto, algumas atribuições podem dar ensejo à limitação de idade, tal como ocorre, por
exemplo, com os concursos destinados ao provimento de profissionais da segurança pública.
Em tais situações, o que é levado em conta é o interesse coletivo, assegurando à popula-
ção profissionais em plenas condições de atender às atividades públicas. Neste sentido é a
Súmula 683 do STF:

O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º,
XXX, da CF/88, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido.

Importante salientar que, de acordo com o STF, o veto não motivado à participação em
concurso público é inconstitucional, uma vez que agride diversos princípios, tais como o da
impessoalidade e da moralidade. Na esteira deste entendimento, destaca-se a Súmula 684 do
STF, de seguinte teor:

É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.

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Percebe-se, pelo teor das duas Súmulas, que a administração pode perfeitamente vetar ou
limitar a idade de determinados candidato, uma vez que não existem direitos ou garantias de
caráter absoluto.
O que se exige, em ambos os casos, é que haja motivação por parte da administração
pública: no caso do veto, relatando a causa de tal providência. No caso do limite etário, de-
monstrando que o serviço a ser executado não é viável, por circunstâncias de ordem física ou
psicológica, para pessoas acima de determinada idade.
Importante mencionar que as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
dores ocupantes de cargos efetivos, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por ser-
vidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Art. 26, V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi-
ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento;

Ainda com relação aos agentes públicos, é importante conhecermos as seguintes previ-
sões da Constituição Estadual:
a) a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público;
b) a administração fazendária e seus servidores fiscais têm, dentro de suas áreas de com-
petência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
c) a administração tributária do Estado, atividade essencial ao seu funcionamento, exer-
cida por servidores de carreira específica, terá recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuará de forma integrada com os demais entes federados, inclusive com o com-
partilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio;
d) a lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas;

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1.4. Possibilidade de Acumulação


Como regra, é vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções públi-
cas, vedação esta que se estende, de acordo com a previsão constitucional, às subsidiárias e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público.
Devem observar a regra da vedação à acumulação de cargos, empregos ou funções públi-
cas todos os órgãos da administração direta, todas as entidades da administração indireta e
as respectivas subsidiárias ou sociedades controladas de tais entidades.
Da mesma forma, a remuneração recebida pelos servidores não poderá ser acumulada
com os proventos decorrentes da inatividade, ainda que os cargos públicos sejam acumulá-
veis quando em atividade.
Em caráter de exceção, a Constituição Estadual apresenta as situações em que a acu-
mulação será lícita. Para tal, deverá ser observada, em todos os casos, a compatibilidade
de horários.

Art. 26, XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver com-
patibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois (2) cargos de professor;
b) a de um (1) cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois (2) cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-
mentadas.
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo Poder Público;

Além das hipóteses elencadas pelo mencionado artigo, a Constituição Federal apresenta,
ainda, três outras situações em que a acumulação é considerada lícita, sendo elas:
a) Cargo de juiz com outro de magistério;
b) Cargo de membro do Ministério Público com outro de magistério;
c) Cargo eletivo de vereador com o cargo ocupante pelo servidor eleito;
Em todas as situações, conforme já afirmado, deve ser observada a regra da compati-
bilidade de horários para que a acumulação seja considerada lícita. Logo, é correto afirmar
que a acumulação de cargos, empregos ou funções públicas apenas será possível quando as
jornadas forem passíveis de exercício em horários distintos.
As hipóteses que configuram exceção à regra da impossibilidade de acumulação de
cargos, empregos ou funções públicas podem ser mais bem visualizadas por meio do gráfi-
co a seguir:

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1.5. Remuneração dos Agentes Públicos


Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n.19, ocorrida em 1998, o sistema remu-
neratório da administração pública passou a contar com três formas distintas de categorias
jurídicas, sendo elas o subsídio, os vencimentos e o salário.
O subsídio caracteriza-se por ser a forma de pagamento realizado em parcela única, sendo
vedado o acréscimo de qualquer tipo de gratificação, adicional ou verba de representação.
Constitui o subsídio a forma mais transparente de remunerar os servidores públicos, uma
vez que evita as chamadas gratificações imprecisas ou pouco detalhadas. Por meio do subsí-
dio, temos um valor único fixado em lei, de forma que o valor final a ser recebido pelo servidor
já é conhecido de antemão, sem a possibilidade de recebimento gratificações ou adicionais
que se incorporem ao vencimento.
De acordo com a constituição, todas as classes de servidores podem receber por meio de
subsídio, desde que alterem a lei que regula a respectiva carreira funcional.
Para algumas categorias, no entanto, temos a determinação constitucional do recebimento por
meio de subsídio, sem a hipótese de alteração, ainda que por intermédio de norma legal, sendo elas:

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a) Agentes Políticos (Chefes do Executivo, Parlamentares, Magistrados, Ministros, Se-


cretários);
b) Membros da Advocacia Geral da União;
c) Defensores Públicos;
d) Procurador-Geral da Fazenda Pública;
e) Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal;
f) Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar;
g) Corpo de Bombeiros Militar;

Art. 28, § 8º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Secretários Estaduais e os Mu-
nicipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acrés-
cimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 26, X e XI, desta Constituição.
§ 12. A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos
do § 8º.

Também chamada de remuneração em sentido estrito, o vencimento é a recebida pelos


servidores públicos estatutários. Compreende o vencimento básico, que corresponde ao pa-
drão que cada servidor ocupa na carreira, acrescido das vantagens pecuniárias previstas em
lei, tais como as gratificações, os adicionais, os abonos e as ajudas de custo.
Por salário devemos entender o valor que é pago aos empregados públicos, uma vez que
estes, ainda que integrantes das entidades da administração indireta, encontram-se submeti-
dos ao mesmo regime jurídico dos trabalhadores da iniciativa privada, fazendo jus a todas as
regras e direitos a eles garantidos.
Em nosso ordenamento, o diploma que estabelece as regras pertinentes aos empre-
gados públicos, bem como aos empregados em geral, é a Consolidação das Leis do Tra-
balho (CLT).

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No âmbito da remuneração que pode ser paga aos servidores públicos, precisamos conhe-
cer o dispositivo constitucional que estabelece o teto a ser observado por todos os servidores
dos três Poderes. Assim, nos termos da Constituição Federal (artigo 37, XI), temos a seguinte
regra geral:

A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis-


tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsí-
dio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Gover-
nador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa in-
teiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.

Da análise do dispositivo, observa-se que o limite remuneratório a ser recebido pelos ser-
vidores públicos é o subsídio mensal dos Desembargadores do STF. E em sintonia com as
disposições da Constituição Federal, temos a previsão da Constituição Estadual:

Art. 26, XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da ad-
ministração direta e indireta, neste último caso observado o disposto no § 9º do art. 37 da Constituição
Federal, dos membros de qualquer dos Poderes do Estado, do Ministério Público, do Tribunal de Contas,
da Defensoria Pública, dos detentores de mandato eletivo, dos Procuradores Públicos e dos demais
agentes políticos, e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamen-
te ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o sub-
sídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste inciso aos subsídios dos Deputados Estaduais.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e
suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados ou dos Municípios para pagamen-
to de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

Obs.:
 Aplica-se o limite remuneratório à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável,
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

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A Constituição elenca, ainda, uma série de regras acerca da remuneração dos agen-
tes públicos:
a) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não podem ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
b) é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
c) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
d) o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredu-
tíveis, ressalvadas as exceções constitucionalmente previstas.
e) os vencimentos dos servidores públicos estaduais, da administração direta, indireta, au-
tárquica e fundacional são pagos até o último dia de cada mês, corrigindo-se monetariamente
os seus valores, se o pagamento se der além desse prazo.
f) leis do Estado e dos Municípios poderão estabelecer a relação entre a maior e a menor
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o teto constitucional re-
muneratório.

1.6. Improbidade Administrativa e Responsabilidade Civil


Para compreendermos as disposições relacionadas com a improbidade administrativa,
devemos, em um primeiro momento, entender a origem da prática dos atos de improbidade.
Assim, devemos fazer menção ao princípio da moralidade, que, em sentido amplo, compor-
ta os subprincípios da probidade, decoro e boa-fé.
Como é sabido, a moralidade é um princípio constitucionalmente estabelecido, de forma a
ser observado pelos órgãos e entidades de todos os entes federativos, independente de estar-
mos no âmbito do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. Assim, não respeitar a moralida-
de ou qualquer um de seus subprincípios acarreta a anulação do ato administrativo praticado.

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Neste sentido, para conferir maior segurança ao respeito do subprincípio da probidade, é


que a Constituição Estadual, seguindo a previsão da norma federal, estabeleceu, em seu artigo
26, § 4º, a seguinte previsão:

Art. 26, § 4º Os atos de improbidade administrativa importam a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Tal artigo, no entanto, trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, carecendo, quando
da promulgação da Constituição Federal, de regulamentação para a produção de efeitos jurídicos.
Dessa forma, foi com a edição, em 1992, da Lei n. 8.429, conhecida como lei da improbida-
de administrativa, que o legislador infraconstitucional estabeleceu as regras e procedimentos
a serem observados quando da prática de atos de improbidade.
Importante salientar que a Lei n. 8.429 é uma lei nacional, sendo, por isso mesmo, de ob-
servância obrigatória por parte da administração direta e indireta de todos os entes federati-
vos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Já a responsabilidade da Administração Pública trata-se da possibilidade do particular, se
sentido lesado com alguma ação ou omissão estatal, exigir a reparação por meio do pagamen-
to de determinados valores em razão do eventual dano causado.
É a própria Constituição Estadual que, fazendo uso das disposições da Constituição Fede-
ral, estabelece a seguinte possibilidade:

Art. 26, § 5º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços
públicos, respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros, assegu-
rado o direito de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.

De início, temos que analisar que as pessoas que estão obrigadas a responder pelos danos
causados a particulares podem ser divididas em dois grupos:
a) pessoas jurídicas de direito público: toda a administração direta, as autarquias e fun-
dações públicas e as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de
serviços públicos.
b) pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos: são as delegatá-
rias de serviço público (concessionárias, permissionárias e autorizatárias).
Enquanto as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de ativida-
de econômica, ainda que integrantes da administração pública indireta, não respondem com base
na teoria do risco administrativo perante terceiros, as concessionárias, permissionárias e autori-
zatárias, mesmo que não integrem a administração pública, respondem com base em tal teoria.
Logo, nas situações em que ocorrer danos aos particulares decorrentes de ação do Poder
Público, a teoria a ser aplicada será a do risco administrativo.

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A teoria do risco administrativo é considerada uma teoria objetiva, pois não leva em conta
quem foi o agente que praticou o dano, mas sim se o mesmo foi cometido pela administração
pública no âmbito do direito público.
Neste sentido, a doutrina aponta que o termo agente públicos deve ser entendido em seu
sentido lato, amplo, abrangendo não apenas aqueles formalmente investidos de cargos públi-
cos, mas sim todos que, mesmo transitoriamente ou sem remuneração, desempenhem fun-
ções públicas.
No entanto, é fator imprescindível para restar configurada a responsabilidade estatal que
o agente público, ao praticar o dano, assim o faça devido a sua condição de agente, ainda que
extrapole suas atribuições.

Vamos imaginar um policial que, ao sair da repartição e ainda estando com o uniforme de tra-
balho, verifica um assalto sendo praticado e não pensa duas vezes antes de atirar com o obje-
tivo de acertar o assaltante.
Nesta situação, suponhamos que a bala tenha acertado um pedestre que ali passeava, e que,
devido ao tiro, teve sérios ferimentos.
Não há dúvidas, no caso narrado, de que a atuação do policial se deu em razão da sua condição
de agente público, não é mesmo?
Assim, ainda que não mais estivesse no horário de trabalho, deverá o Estado indenizar o parti-
cular lesado dos danos a ele causados.
Situação diferente ocorreria, por exemplo, se o policial, estando em seu dia de folga, utilizasse
a arma da repartição para acertar algum inimigo pessoal seu.
Vejam que, ainda que a arma utilizada seja a da repartição e que a pessoa que tenha atirado
seja um policial, o mesmo não se encontra na condição de agente público, mas sim movido por
motivos de ordem pessoal, alheios as suas atribuições funcionais.

Ainda com base na análise do mencionado artigo, temos a previsão, na parte final do dis-
positivo, de que será “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa”.
Desta maneira, a administração possui assegurado para si o direito de impetrar uma ação
regressiva contra o servidor público que causar dano a algum particular, mas isso somente
será possível no caso de dolo (intenção do agente) ou culpa.

Inicialmente, o agente público, agindo em nome do Estado, pratica uma ação (independente-
mente de ser ou não com dolo ou culpa) que resulta em dano ao particular.
Comprovado o dano, o Estado deve indenizar o particular pelos prejuízos causados, conforme
ação de indenização proposta por este.
Tendo indenizado o particular, o Poder Público pode, nos casos em que tiver ocorrido dolo ou
culpa do agente público, ajuizar a competente ação regressiva.

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Logo, temos que enquanto a ação de indenização proposta pelo particular lesado possui
natureza objetiva (uma vez que independe de dolo ou culpa do agente público para a sua
configuração), a ação regressiva possui natureza subjetiva (de forma que apenas poderá ser
proposta caso o Estado comprove que o seu agente praticou a ação com dolo (intenção)
ou culpa).

1.7. Licitações Públicas


O dever de licitar decorre de uma disposição constitucional. Quando da promulgação da
Constituição Federal de 1988, o legislador optou por conferir uma regra mais bem detalhada
para as compras e demais aquisições que envolvessem recursos públicos, possibilitando, as-
sim, que houvesse um maior controle por parte de toda a sociedade e dos próprios Tribunais
de Contas.
Em sintonia com o princípio da simetria, a Constituição do Rio Grande do Norte estabelece,
em seu artigo 26, XXI, a regra que deve ser observada no âmbito das aquisições e alienações
da Administração Pública.

Art. 26, XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações são contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de con-
dições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, manti-
das as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permite as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;

Do artigo constitucional, podemos concluir que a regra é a realização de licitação, ou seja,


toda a administração pública de todas as esferas de governo, ressalvadas algumas poucas
exceções, estão obrigadas a licitar.

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E para normatizar e detalhar a regra constitucional é que foi promulgada a Lei n. 8.666, que
estabelece como regra a realização do procedimento, e como exceções as possibilidades de
termos uma licitação dispensável, dispensada ou inexigível.
A licitação dispensável ocorre quando a administração, desejando adquirir bens ou servi-
ços, pode escolher entre realizar o procedimento ou contratar diretamente com os particula-
res. Para tal, as situações devem estar previamente estabelecidas em lei.

Como exemplo, podemos citar a situação onde uma determinada Prefeitura precisa adquirir pão
e demais alimentos perecíveis para utilizar como lanche para as crianças de uma escola pública.
Imagine como seria complicado se a cada aquisição a administração tivesse que proceder a
uma nova licitação. Ainda, temos que considerar que tais gêneros são perecíveis, o que pode-
ria resultar, caso o procedimento licitatório não ocorresse em um curto espaço de tempo, em
alimentos fora das condições necessárias para a alimentação das crianças.
Assim, para evitar que tais riscos ocorram, a Lei n. 8.666 confere à administração a possibili-
dade de dispensar o procedimento, contratando diretamente com a empresa que achar mais
conveniente.

A licitação inexigível, por sua vez, ocorre nas situações em que há inviabilidade de com-
petição, de forma que a realização de licitação se encontra seriamente prejudicada. Em tais
situações, a única alternativa cabível para o Poder Público é a contratação direta com os
particulares.

Seria o caso de a administração pública necessitar de uma máquina que só seja fabricada por
uma determinada empresa. Neste caso, não há a menor possibilidade de ocorrer a licitação,
uma vez que apenas uma empresa dispõe de objeto para ofertar à administração.
Assim, a administração negocia diretamente com tal empresa, observados, sempre, os princí-
pios que norteiam toda a atividade administrativa.

Por fim, temos as situações de licitação dispensada, decorrentes de institutos específicos


e normalmente relacionados com repartições públicas. Nestas situações, previstas no artigo
17 da Lei n. 8.666, a administração, assim como ocorre nas hipóteses de licitação inexigível,
está impedida de realizar o procedimento.

Como exemplo, podemos citar a situação onde um determinado órgão público resolve vender
um imóvel que anteriormente recebera como dação em pagamento (podemos entender dação
em pagamento como uma forma de pagamento que substitui a anteriormente contratada).

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Assim, se a Administração Pública aceita um imóvel como pagamento de uma dívida an-
teriormente celebrada com o contribuinte e, posteriormente, opta por alienar tal imóvel, não
poderá realizar tal procedimento através de licitação.

1.8. Mandato Eletivo


Caso o servidor público da administração direta, autárquica e fundacional seja eleito para o
desempenho de mandato eletivo, devem ser aplicadas uma série de regras, conforme previsão
do artigo 27:

Art. 27. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de man-
dato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, fica afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, é afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, percebe as vantagens
do seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, é aplicada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço é contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores são determinados
como se no exercício estivesse;

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1.9. Direito de Greve e de Associações Sindical


Com relação ao direito de associação sindical, estabelece a Constituição Federal, em
seu artigo 37, VI, que todos os servidores públicos civis possuem o direito de se associar à
sindicato:

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Salienta-se que o mencionado inciso não é extensível a todos os agentes públicos, mas
sim apenas aos servidores públicos civis. Em sentido oposto, os militares não possuem o di-
reito à livre associação sindical, conforme previsão do artigo 142, IV, da Constituição Federal:

IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

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Em sintonia com as disposições da Constituição Federal é o texto da norma estadual, de


seguinte redação:

Art. 26, VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Importante questão refere-se à possibilidade de greve por parte dos servidores públicos.
De início, estabelece a Constituição, em seu artigo 37, VII, que “o direito de greve será exercido
nos termos e nos limites definidos em lei específica”.
Como se observa, trata-se de uma norma de eficácia limitada, carecendo de regulamenta-
ção legal para que possa entrar em vigor. E como tal lei, até o momento, ainda não foi editada,
questionava-se se o direito à greve, por parte dos servidores públicos, poderia ser exercido.
Quando a questão chegou à análise do STF, determinou o tribunal em questão, em decisão
histórica, que o direito à greve dos servidores públicos civis não poderia ser obstado, devendo
ser aplicado a tais agentes, até a edição da lei regulamentadora, as normas relativas à Lei Geral
da Greve (Lei n. 7.783).
Merece destaque, com relação à possibilidade de greve, passagem extraída do voto do Mi-
nistro Celso de Mello, no julgamento do MI 708, que exemplifica com maestria o entendimento
da Suprema Corte:

Não mais se pode tolerar, sob pena de fraudar-se a vontade da Constituição, esse estado
de continuada, inaceitável, irrazoável e abusiva inércia do Congresso Nacional, cuja omis-
são, além de lesiva ao direito dos servidores públicos civis - a quem se vem negando,
arbitrariamente, o exercício do direito de greve, já assegurado pelo texto constitucional -,
traduz um incompreensível sentimento de desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo
alto significado de que se reveste a Constituição da República.

Dessa forma, os servidores públicos civis podem perfeitamente fazer uso do direito de
greve a eles assegurados, com a ressalva de que certos serviços, devido à sua essencialidade
para a coletividade, não podem ser objeto de paralisação coletiva, devendo, nestas situações,
ser mantido um contingente de servidores para evitar danos à população.
No âmbito estadual, o artigo 26, VII, da Constituição estabelece que “O direito de greve será
exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”.

2. Servidores Públicos
2.1. Regime Jurídico
O regime jurídico pode ser conceituado como o conjunto de regras que disciplinam os
direitos e as obrigações de uma determinada categoria de agentes públicos. É por meio do
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regime jurídico, por exemplo, que conhecemos todas as vantagens e benefícios que um servi-
dor público pode usufruir ao longo de sua carreira.
Ainda que a imensa maioria dos entes federativos utilize o regime jurídico estatutário como
forma de regular a vida funcional de seus agentes, deve-se salientar que não há a obrigação,
por parte de um determinado ente, da utilização de um regime jurídico específico.
Entretanto, há a obrigação da adoção de um regime jurídico único por parte de cada um
dos entes federados. No âmbito da União e dos Estados, o regime utilizado é o estatutário,
instituído por lei e conferindo aos seus agentes a ocupação de cargos públicos.

Art. 28. No âmbito de sua competência, o Estado e os Municípios devem instituir regime jurídico
único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das
fundações públicas.

Como decorrência do regime jurídico único, a Constituição Estadual estabelece uma série
de regras e garantias aos servidores, sendo elas:

Art. 28, § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remune-
ratório do serviço público estadual e municipal observará:
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
II – os requisitos para a investidura;
III – as peculiaridades dos cargos.
§ 2º Só com sua concordância, ou por comprovada necessidade de serviço, pode o servidor da
administração direta ou indireta ser transferido de seu local de trabalho, de forma que acarrete mu-
dança de residência.
§ 3º Não é admitida a dispensa sem justa causa de servidor da administração direta, indireta, autár-
quica e fundacional.
§ 7º O Estado manterá escola de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

2.2. Direitos Assegurados aos Servidores Públicos


A Constituição Estadual elenca, em seu artigo 28, § 6º, uma lista de direitos que, além dos
demais casos legalmente estabelecidos, são assegurados aos servidores públicos estaduais.

Art. 28, § 6º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, da Constituição Federal, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Neste ponto da matéria, uma possível questão de prova deve se limitar à exigência da
literalidade dos direitos que serão relacionados. Sendo assim, são direitos assegurados pela
Constituição Estadual aos servidores públicos:

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a) salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas neces-
sidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem
o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
b) garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remunera-
ção variável;
c) décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
d) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
e) salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos ter-
mos da lei;
f) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro se-
manais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
g) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
h) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à
do normal;
i) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salá-
rio normal;
j) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
k) licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
l) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos ter-
mos da lei;
m) redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
n) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

A lei poderá estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo


assim exigir.

2.3. Estabilidade
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos estatutários.
Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atribuições sem a
coação das autoridades superiores, que, se não fosse a estabilidade, poderiam condicionar
determinados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público.

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Destaca-se que a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e não do cargo em que
o servidor encontra-se investigo. Neste sentido, merece destaque o entendimento de José
dos Santos Carvalho Filho:

A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana daí que, se
o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, não precisará de novo
estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos patamares são alcançados nor-
malmente pelo sistema de promoções.

De acordo com o artigo 30, “São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”.
Importante destacar que, como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem
direitos e garantias com esta qualidade. Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério
risco de engessamento do serviço público, com a possibilidade surreal de termos servidores
praticando faltas graves contra a administração sem a possibilidade de demissão.
Assim sendo, os servidores estáveis somente poderão perder os respectivos cargos públi-
cos nas seguintes situações:
a) em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa
Decorrem da estabilidade uma série de institutos legais. Para fins de prova de Direito Constitu-
cional, duas disposições da presente norma devem ser, se possível, memorizadas pelos candidatos.
a) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e
o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a inde-
nização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração propor-
cional ao tempo de serviço.
Sempre que o servidor, tendo sido demitido, não concordar com a penalidade aplicada,
poderá ele ajuizar uma ação judicial com o objetivo de invalidar a sentença.
Sendo esta deferida pelo Poder Judiciário, deverá ele ser reintegrado ao cargo que ante-
riormente ocupava. Caso tal cargo já esteja provido, e eventual ocupante da vaga deverá ser,
se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro
cargo, ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
b) Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em dispo-
nibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveita-
mento em outro cargo.

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Tendo sido o cargo público extinto, ou então em caso de declarada a sua desnecessidade,
o servidor, sendo estável, ficará em disponibilidade aguardando um futuro aproveitamento.
Durante a disponibilidade, o servidor receberá remuneração proporcional ao tempo
de serviço.

3. Militares do Estado
De acordo com o artigo 31 da Constituição Estadual, os membros da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são
militares do Estado.

Art. 31. Os membros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, instituições organizadas
com base na hierarquia e disciplina, são militares do Estado.

Acerca dos militares, precisamos conhecer as seguintes previsões da Constituição Esta-


dual, que tendem a ser exigidas, em provas de concurso público, com base na literalidade dos
dispositivos.
a) as patentes dos oficiais serão conferidas pelo Governador do Estado;
b) aos pensionistas dos militares do Estado aplica-se o que for fixado em lei específica.
c) o acesso aos Quadros de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar exi-
ge, entre outros requisitos, a aprovação em curso de formação de oficiais.
d) ao aluno-soldado é garantido soldo nunca inferior ao salário mínimo vigente.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IDECAN/OF/CBM-RN/2º TENENTE/2017) A Constituição Estadual do Rio Grande do
Norte estabelece que ao aluno-soldado é garantido soldo nunca inferior:
a) À remuneração do praça.
b) Ao salário mínimo vigente.
c) A meio salário mínimo nacional.
d) À remuneração do soldado combatente.

Estabelece o § 4º do artigo 31 que “Ao aluno-soldado é garantido soldo nunca inferior ao sa-
lário mínimo vigente”.
Letra b.

002. (IDECAN/OF/CBM-RN/2º TENENTE/2017) Conforme previsto na Constituição Estadual


do Rio Grande do Norte, o acesso aos Quadros de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bom-
beiros Militar exige, entre outros requisitos:
a) Estágio nas Forças Armadas nacionais.
b) Recomendação do Governador do Estado.
c) Aprovação em curso de formação de oficiais.
d) Indicação do Comando Geral da Polícia Militar.

O acesso aos Quadros de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar exige, en-
tre outros requisitos, a aprovação em curso de formação de oficiais.

Art. 31, § 3º O acesso aos Quadros de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar
exige, entre outros requisitos, a aprovação em curso de formação de oficiais.
Letra c.

003. (CEBRASPE/PJ/MPE-RN/2009) Assinale a opção que apresenta princípio da administra-


ção pública que não esteja expressamente previsto na Constituição do Rio Grande do Norte.
a) legalidade
b) impessoalidade
c) moralidade
d) publicidade
e) eficácia

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Apenas a Letra E não retrata um princípio norteador da Administração Pública Estadual.

Art. 26. A administração pública direta, indireta ou Fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado
e dos Municípios, obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, observando-se (...)
Letra e.

004. (CEBRASPE/AJ/TJ-PA/ADMINISTRATIVA/2020/ADAPTADA) A Constituição Estadual


prevê que a publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
a) fomente a promoção pessoal de autoridades públicas.
b) seja distribuída por mídia impressa, rádio e televisão.
c) seja amplamente disseminada em termos territoriais e demográficos.
d) adote padrões de identidade visual estabelecidas pelo governo federal.
e) tenha caráter educativo, informativo ou de orientação social.

De acordo com § 1º do artigo 26, temos a previsão de que “A publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracteri-
zem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Letra e.

005. (CEBRASPE/AAP/PGE-PE/CALCULISTA/2019/ADAPTADA) À luz da Constituição Esta-


dual, julgue o item a seguir.
Os aprovados em concurso público ainda em prazo improrrogável de convocação terão priori-
dade de convocação sobre os aprovados em concurso público posterior para o mesmo cargo
ou para emprego na mesma carreira.

Durante o prazo de validade do concurso, nada impede que a Administração Pública realize um
novo certame com o objetivo de formar cadastro de reserva de pessoal. No entanto, durante
o prazo improrrogável de validade do concurso, os aprovados na primeira seleção deverão ser
chamados com prioridade sobre os demais aprovados.

Art. 26, IV – durante o prazo improrrogável, previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos é convocado com prioridade sobre novos concur-
sados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
Certo.

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006. (CEBRASPE/ASSJ/TJ-AM/”SEM ÁREA”/2019/ADAPTADA) No que concerne aos servi-


dores públicos, julgue o item subsecutivo.
Funções de confiança e cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.

Tanto as funções de confiança quanto os cargos em comissão são destinados, nos termos da
Constituição Estadual, às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Art. 26, V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi-
ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento;
Certo.

007. (CEBRASPE/ASSJ/TJ-AM/”SEM ÁREA”/2019/ADAPTADA) No que concerne aos servi-


dores públicos, julgue o item subsecutivo.
Servidor público investido em mandato de vice-prefeito exercerá as funções e perceberá as
vantagens de ambos os cargos, desde que haja compatibilidade de horários.

No caso do servidor ser eleito para o cargo de Vice-Prefeito, devem ser aplicadas as mesmas
regras vigentes para o cargo de Prefeito. Logo, o servidor será afastado do cargo, emprego ou
função, podendo optar pela remuneração que irá receber.

Art. 27. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de man-
dato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
II – investido no mandato de Prefeito, é afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
Errado.

008. (CEBRASPE/ANA MIN/MPE-CE/DIREITO/2020/ADAPTADA) Julgue o próximo item, re-


lativo à organização político-administrativa do Estado.
A Constituição Estadual veda a criação de diferenciações entre brasileiros e estrangeiros em
relação à investidura em cargos, empregos e funções públicas.

A Constituição Estadual estabelece sim diferenciações entre brasileiros e estrangeiros no que


se refere à investidura em cargos, empregos e funções públicas.

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Ao passo que os cargos, empregos e funções são acessíveis a todos os brasileiros (desde que
atendam aos requisitos legais), os estrangeiros apenas poderão vir a ocupar cargos, empregos
e funções nas hipóteses em que a lei estabelecer.

Art. 26, I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
Errado.

009. (CEBRASPE/AFCA/SEFAZ-AL/2020/ADAPTADA) Com relação a déficit público, reforma


administrativa, reforma previdenciária, responsabilidade fiscal, regra de ouro e ordenação de
despesa, julgue o item a seguir.
Com a reforma administrativa ocorrida em 1998, os servidores públicos passaram a adquirir a
estabilidade a partir da posse no cargo público.

A estabilidade apenas é adquiria pelos servidores públicos aprovados por meio de concurso
público após 3 anos de efetivo exercício.

Art. 30. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Errado.

010. (CEBRASPE/AAP/PGE-PE/CALCULISTA/2019/ADAPTADA) Ainda à luz da Constituição


Federal de 1988, julgue o item subsecutivo.
Agente público pode ser responsabilizado pelo dano que causar a terceiro na prestação de ser-
viço público, após ação de regresso ajuizada pela respectiva pessoa jurídica de direito público.

Caso o agente estatal cause danos a particular, caberá ao Estado, de acordo com a teoria do
risco administrativo, arcar com a indenização devida. Posteriormente, o Poder Público verifica
se o agente agiu com dolo ou culpa. Em caso positivo, pode promover a ação regressiva, opor-
tunidade em que o servidor deverá ressarcir os cofres públicos.

Art. 26, § 5º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços
públicos, respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros, assegu-
rado o direito de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.
Certo.

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011. (CEBRASPE/AAP/PGE-PE/CALCULISTA/2019/ADAPTADA) Ainda à luz da Constituição


Federal de 1988, julgue o item subsecutivo.
Governador de estado será remunerado por subsídio fixado em parcela única, com o devido
acréscimo do respectivo adicional de gratificação de função.

O Governador, por ser um ocupante de Poder, realmente receberá por meio de subsídio. No
entanto, esta forma de pagamento veda o acréscimo de adicionais e gratificações, diferente do
que informado pela questão.

Art. 28, § 8º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Secretários Estaduais e os Mu-
nicipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acrés-
cimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 26, X e XI, desta Constituição.
Errado.

012. (CEBRASPE/ASSIST/FUB/ADMINISTRAÇÃO/2018/ADAPTADA) De acordo com a De-


claração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988, ninguém será pri-
vado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Acerca da aplicação dessa garantia constitucional, bem como do contraditório e da ampla de-
fesa, julgue o item a seguir.
Servidor público estável poderá perder o cargo mediante processo administrativo disciplinar,
no qual lhe deve ser assegurada a ampla defesa.

A questão elenca uma das hipóteses em que o servidor público estável poderá vir a perder o
cargo público.

Art. 30, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:


II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
Certo.

013. (CESPE/TMCI/PREF. JOÃO PESSOA/2018/ADAPTADA) Acerca da administração públi-


ca e da organização dos poderes, julgue o item subsequente.
O princípio da eficiência determina que a administração pública direta e indireta adote critérios
necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando desperdícios e
garantindo a maior rentabilidade social.

A questão apresenta, de forma correta, o sentido do princípio da eficiência, ou seja, a adoção


de critérios para a melhor utilização dos recursos públicos, evitando com isso desperdícios.
Certo.
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014. (CESPE/AG/TCE-PB/DOCUMENTAÇÃO/2018/ADAPTADA) De acordo com o regime


constitucional brasileiro, as denominadas funções de confiança devem ser exercidas
a) de forma exclusiva por servidor ocupante de cargo efetivo, e destinam-se apenas às atribui-
ções de direção, chefia e assessoramento.
b) por servidor aposentado que retorne ao serviço público para exercer qualquer atividade di-
versa daquela em que tenha se dado a aposentadoria.
c) somente por quem não possua cargo efetivo, nos limites fixados na legislação, e se desti-
nam apenas à atividade meio.
d) por qualquer cidadão, salvo se forem destinadas a atividades de direção ou assessoramen-
to jurídico.
e) por pessoa natural, com ou sem vínculo com o poder público, e destinam-se a qualquer ati-
vidade — meio ou fim — realizada na administração pública.

De acordo com o artigo 26, V, temos a previsão de que “as funções de confiança, exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”.
Letra a.

015. (CESPE/ESC POL/PC-MA/2018/ADAPTADA) De acordo com a Constituição Estadual,


as funções de confiança
a) devem ser preenchidas exclusivamente por servidores estáveis e ocupantes de cargo efetivo.
b) destinam-se a atribuições de coordenação que demandem relação de confiança pessoal.
c) devem ser preenchidas por servidores de carreira nos percentuais mínimos previstos em lei.
d) podem ser preenchidas indistintamente por servidores ou não servidores, e seus ocupantes
são demissíveis ad nutum.
e) destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

As funções de confiança, assim como acontece com os cargos em comissão, são destinados
às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Art. 26, V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi-
ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento;
Letra e.

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Administração Pública
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016. (CESPE/TJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018/ADAPTADA) As funções de confiança devem


ser exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo e se destinam apenas
às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

A questão está correta, em conformidade com o texto da Constituição Estadual:

Art. 26, V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi-
ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento;
Certo.

017. (CESPE/TJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018/ADAPTADA) Julgue o seguinte item de acor-


do com as disposições constitucionais e legais acerca dos agentes públicos.
A acumulação remunerada de cargos públicos é vedada, exceto quando houver compatibilidade de
horários, caso em que será possível, por exemplo, acumular até três cargos de profissionais de saúde.

As exceções à regra da vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos e funções


públicas estão estabelecidas no artigo 26, XVI:

Art. 26, XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver com-
patibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois (2) cargos de professor;
b) a de um (1) cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois (2) cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Logo, a possibilidade de é de exercício de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, e não, conforme informa a questão, três cargos.
Errado.

018. (CESPE/TJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018/ADAPTADA) Julgue o seguinte item de acor-


do com as disposições constitucionais e legais acerca dos agentes públicos.
A investidura em cargo, emprego ou função pública exige a prévia aprovação em concurso
público de provas ou de provas e títulos, na forma prevista em lei.

Apenas a investidura em cargo ou emprego público é que depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos. O exercício das funções públicas, em senti-
do contrário, independe da realização de concurso.
Errado.

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Administração Pública
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019. (CESPE/AG/TCE-PE/ADMINISTRAÇÃO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Constitui-


ção Estadual, é vedada a contratação de servidor público por tempo determinado.

Ao contrário do que informa a questão, a Constituição Estadual determina que a lei estabele-
cerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária
de excepcional interesse público.

Art. 26, IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público;
Errado.

020. (CESPE/AJ/TRT 7/APOIO ESPECIALIZADO/MEDICINA DO TRABALHO/2017/ADAP-


TADA) O princípio que rege a administração pública e que exige dos agentes públicos a busca
dos melhores resultados e um menor custo possível, é o da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) impessoalidade.

A busca por melhores resultados é característica que decorre diretamente do princípio consti-
tucional da eficiência.
Letra b.

021. (CESPE/AJ/TRE-PE/JUDICIÁRIA/2017/ADAPTADA) O servidor público titular de cargo


efetivo de determinada autarquia que passe a exercer mandato de deputado estadual
a) ficará afastado do cargo efetivo e receberá apenas a remuneração do cargo eletivo.
b) ficará afastado do cargo efetivo, podendo optar pela remuneração do cargo efetivo ou do
cargo eletivo.
c) poderá desempenhar os dois cargos se houver compatibilidade de horários, caso em que
perceberá as vantagens do cargo efetivo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, inde-
pendentemente de submissão ao teto remuneratório.
d) poderá desempenhar os dois cargos mesmo se houver incompatibilidade de horários, caso
em que perceberá as vantagens do cargo efetivo, sem prejuízo da remuneração do cargo eleti-
vo, observado o teto remuneratório.
e) poderá ou não se licenciar do cargo efetivo, mas, caso não se licencie, perceberá apenas a
remuneração do cargo efetivo.

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Considerando que o cargo eletivo em questão é estadual, deverá o servidor afastar-se do cargo
público até então ocupado. Nesta hipótese, não há possibilidade de escolha da remuneração,
devendo o agente receber, no período, a remuneração do cargo eletivo de Deputado Estadual.

Art. 27. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de man-
dato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, fica afastado de seu cargo, emprego
ou função;
Letra a.

022. (CESPE/AJ/TRE-BA/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2017/ADAPTADA)


Conforme a Constituição Estadual, o servidor público adquirirá a estabilidade
a) independentemente de ter sido investido no cargo em decorrência de aprovação prévia em
concurso público.
b) mesmo se ocupar cargo comissionado.
c) após 3 anos do efetivo exercício do cargo.
d) ainda que não realize avaliação especial de desempenho.
e) após os 4 anos do estágio probatório.

De acordo com o artigo 30, “São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”.
Letra c.

023. (CESPE/TA/ANTAQ/2014/ADAPTADA) A respeito dos agentes públicos, julgue o


próximo item.
Os cargos em comissão, criados por lei, destinam-se somente às atribuições de direção, chefia
e assessoramento.

Trata-se de previsão da Constituição Estadual, conforme estabelece o artigo 26, V:

Art. 26, V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi-
ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento;
Certo.

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024. (CESPE/AG ADM/MTE/2014/ADAPTADA) Apenas por meio de prévia aprovação em


concurso de provas ou de provas e títulos, poderá o cidadão brasileiro ter acesso aos cargos e
empregos públicos.

Ainda que o concurso seja a regra para admissão de pessoal no serviço público, certas situa-
ções são excepcionadas por tal mandamento. Como exemplo, cita-se o cargo em comissão,
que pode perfeitamente ser ocupado por pessoa que não possua, até o momento, vínculo com
o Poder Público.
Errado.

025. (CESPE/TA/ICMBIO/2014/ADAPTADA) É obrigatória a realização de concurso público


para provimento de cargo efetivo na administração direta ou indireta.

Todos os órgãos e entidades da Administração Pública Direta ou Indireta devem realizar con-
curso como forma de admissão de pessoal. Neste sentido é o teor do artigo 26 da Constitui-
ção Estadual:

Art. 26. A administração pública direta, indireta ou Fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado
e dos Municípios, obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, observando-se:
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;
Certo.

026. (CESPE/ADMIN/SUFRAMA/2014/ADAPTADA) Considerando que o trabalho seja fun-


damental para a dignidade da pessoa humana, é correto afirmar que a acumulação de car-
gos públicos é regra na legislação brasileira, devendo-se observar apenas a compatibilidade
de horários.

Como regra, temos a vedação à acumulação de cargos, empregos e funções públicas, situação
que apenas poderá ocorrer nas situações constitucionalmente previstas.
Errado.

027. (CESPE/ANATA/MIN/2013/ADAPTADA) A ausência de previsão de acesso de estran-


geiros a cargos públicos coaduna-se com a política de soberania do Estado brasileiro, que
restringe as funções públicas aos brasileiros que gozam de direitos políticos.

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Ao contrário do que afirma a questão, os cargos públicos também podem ser exercidos pelos
estrangeiros, desde que estes observem as regras estabelecidas em lei.

Art. 26, I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
Errado.

028. (CESPE/MGE/SEDF/2017/ADAPTADA) Considerando os dispositivos constitucionais


relativos ao exercício do serviço público no Brasil, julgue o item a seguir.
A estabilidade para servidores públicos se dará após dois anos de efetivo exercício no servi-
ço público.

A estabilidade apenas é adquirida após três anos de efetivo exercício, conforme previsão da
Constituição Estadual:

Art. 30. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Errado.

029. (CESPE/TA/ANVISA/2016/ADAPTADA) João, após aprovação em concurso público, foi


nomeado em 2015 para integrar o quadro de uma entidade da administração indireta dotada
de personalidade jurídica de direito privado.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Na situação descrita, após três anos de efetivo exercício, João adquirirá a estabilidade estatu-
tária, própria dos servidores públicos, desde que seja aprovado em estágio probatório.

Os empregados públicos não adquirem estabilidade, uma vez que são regidos pelas disposi-
ções da CLT.
Errado.

030. (CETAP/2015/MPC-PA/ANALISTA-DIREITO-ADAPTADA) Os atos de improbidade ad-


ministrativa importarão na perda da função pública, na indisponibilidade dos bens e no ressar-
cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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A questão retrata a literalidade do § 4º artigo 26, que, por sua vez, estabelece as regras gerais
acerca da improbidade administrativa.

Art. 26, 4º Os atos de improbidade administrativa importam a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Certo.

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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Diogo Surdi

GABARITO
1. b 11. E 21. a
2. c 12. C 22. c
3. e 13. C 23. C
4. e 14. a 24. E
5. C 15. e 25. C
6. C 16. C 26. E
7. E 17. E 27. E
8. E 18. E 28. E
9. E 19. E 29. E
10. C 20. b 30. C

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