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CONSTITUIÇÃO

ESTADUAL DO
RIO GRANDE DO
NORTE
Poder Judiciário

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi

Sumário
Poder Judiciário................................................................................................................................ 4
1. Disposições Preliminares........................................................................................................... 4
1.1. Princípios da Magistratura Estadual. . ................................................................................... 8
2. Tribunal de Justiça..................................................................................................................... 18
3. Controle de Constitucionalidade.. .......................................................................................... 22
4. Regime dos Precatórios........................................................................................................... 23
5. Justiça Militar............................................................................................................................. 26
6. Tribunal do Júri........................................................................................................................... 26
7. Juizados Especiais e Justiça de Paz.. ...................................................................................... 29
Exercícios..........................................................................................................................................31
Gabarito............................................................................................................................................ 45

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Poder Judiciário
Diogo Surdi

Olá, tudo bem? Acredito e espero que sim!!


Na aula de hoje, veremos todas as disposições da Constituição Estadual do Rio Grande do
Norte relacionadas com o Poder Judiciário.
Forte abraço e bons estudos!
Diogo

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Poder Judiciário
Diogo Surdi

PODER JUDICIÁRIO
1. Disposições Preliminares
Para uma correta compreensão acerca do Poder Judiciário, devemos conhecer, inicialmen-
te, os sistemas de jurisdição que podem ser utilizados no ordenamento jurídico.
Neste sentido, a doutrina identifica a existência de dois modelos ou sistemas de controle
da atividade administrativa, sendo eles:
• sistema da unicidade de jurisdição;
• sistema da dualidade de jurisdição;

De acordo com a unicidade jurisdicional, todas as causas e conflitos podem ser levadas
à análise do Poder Judiciário, que é o Poder que possui a função típica de dizer o direito com
o caráter de definitividade. Neste sistema, todas as lesões e ameaças de lesões podem ser
levadas ao crivo do Poder Judiciário, que apenas pode manifestar-se quando provocado por
um dos interessados na tomada da decisão.
Trata-se a unicidade de jurisdição de um sistema inglês, uma vez que foi desenvolvido, ini-
cialmente, na Inglaterra, como forma de controlar todas as atividades do Poder Público.
Em nosso ordenamento, encontra fundamento no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal,
que apresenta a seguinte redação:

A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Nota-se, com base no mencionado artigo, que não são apenas as lesões já configuradas
que podem suscitar a manifestação do Poder Judiciário, mas sim também as meras ameaças
de sua efetiva ocorrência.
Trata-se o Judiciário do único Poder, em nosso ordenamento, que possui a capacidade de
tomar decisões com o caráter de definitividade. Em outras palavras, significa afirmar que ape-
nas as decisões do Poder Judiciário transitam em julgado, não podendo, após o esgotamento
de instâncias, ser objeto de recurso ou contestação.
Da mesma forma, ainda que um pedido tenha transitado por diversas instâncias adminis-
trativas, pode o interessado, a qualquer momento, protocolar ação junto ao Poder Judiciário.
Com a decisão judicial, as eventuais decisões administrativas anteriormente proferidas dei-
xam de prevalecer ante a manifestação do juiz ou do tribunal.

Exemplo:
Carlos, servidor público, protocolou pedido administrativo solicitando a concessão de uma
licença que entendia ser seu direito. Tendo sido o pedido indeferido, Carlos protocolou pedido
de reconsideração, que, conforme previsão no seu estatuto funcional, deve ser decidido pela
mesma autoridade.

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Obtendo nova negativa, Carlos interpôs recurso administrativo, solicitando que uma autorida-
de de hierarquia superior resolvesse a demanda. Não obtendo sucesso, Carlos interpôs novo
recurso, dessa vez para a autoridade de maior hierarquia na esfera administrativa. Com a nega-
tiva do pedido, temos que o pedido não mais pode ser objeto de recurso no âmbito adminis-
trativo.
Nada impede, contudo, que Carlos ajuíze uma ação judicial solicitando o deferimento da licen-
ça que entende ser um direito seu.
Caso assim o faça, o pedido judicial será julgado, inicialmente, pela primeira instância. Em
caso de negativa, poderá ser objeto de recurso para a instância superior, e assim sucessiva-
mente até a última instância do Poder Judiciário competente para processar e julgar a matéria.
Não havendo mais possibilidade de recurso no âmbito judicial, diz-se que a decisão transitou
em julgado, não podendo mais ser contestada.

Importante frisar que a regra vigente em nosso ordenamento é a de que não há a necessi-
dade de esgotamento da esfera administrativa para que o interessado possa acionar o Poder
Judiciário.
Se tomarmos o exemplo acima descrito, temos que Carlos poderia, já no momento do
indeferimento do pedido administrativo em primeira instância, protocolar ação junto ao Poder
Judiciário.
Em caráter de exceção, no entanto, certas matérias apenas podem ser objeto de aprecia-
ção judicial após o esgotamento da esfera administrativa. Como exemplo, podemos citar:
• Ações relativas às competições desportivas;
• Habeas data;
• Reclamação referente ao descumprimento de Súmula Vinculante.

Nestas situações, o particular, caso tenha interesse na manifestação do Poder Judiciário,


deve antes protocolar pedido administrativo. Caso o pedido seja deferido na esfera adminis-
trativa, não haverá necessidade de acionamento do Judiciário. Em caso de indeferimento, po-
derá ele propor uma ação judicial para ter o seu pedido deferido.
Em nosso ordenamento jurídico, adota-se o sistema da unicidade de jurisdição, sendo que
todas as lesões ou ameaças de lesões podem ser levadas à análise do Poder Judiciário, sendo
este o único Poder com a prerrogativa de tomar decisões com a característica do trânsito em
julgado, ou seja, que não podem mais ser objeto de contestação.
Já o sistema da dualidade de jurisdição, também conhecido como o contencioso admi-
nistrativo, é aquele que afirma que os conflitos são divididos, a depender da matéria, entre o
Poder Judiciário e os tribunais administrativos.
Desta forma, as causas que forem objeto de decisão por parte de um tribunal administra-
tivo não podem ser, posteriormente, analisadas pelo Poder Judiciário. Em sentido oposto, as
decisões do Poder Judiciário não podem ser levadas ao crivo de um tribunal administrativo.

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O sistema do contencioso administrativo teve origem na França, como resultado da Revo-


lução Francesa. Salienta-se que é neste país que tivermos a origem da teoria da Tripartição dos
Poderes, proposta por Montesquieu.
De acordo com esta teoria, cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) de-
sempenha uma função típica, não podendo as suas decisões ser alvo de contestação pelos
demais Poderes, que apenas exercem a fiscalização e o controle sobre as decisões tomadas.
Com a dualidade de jurisdição, as causas envolvendo a administração pública apenas po-
dem ser julgadas pelos tribunais administrativos, uma vez que tais órgãos são compostos por
agentes especializados nos assuntos em litígio.
Ao Poder Judiciário cabem as decisões envolvendo conflitos entre particulares, desde que
a administração não seja uma das partes envolvidas.
Ambas as cortes (administrativa e judicial) possuem a prerrogativa de fazer suas deci-
sões transitar em julgado, não podendo ser objeto de nova contestação em nenhum a das
duas cortes.

Exemplo:
A França adota o sistema da dualidade de jurisdição. Lá, as causas envolvendo particula-
res e a administração pública são julgadas pelos tribunais administrativos, podendo, em
caso de recurso, chegar ao crivo do Conselho de Estado, que é o órgão máximo da esfera
administrativa.
Já para as causas que não envolvam a administração, é competente o Poder Judiciário, pos-
suindo uma estrutura própria.
Em caso de conflito de competência, ou seja, nas situações em que surgem dúvidas acerca
de qual sistema é o competente para julgar a demanda, cabe ao Tribunal de Conflitos, que fica
localizado acima das duas justiças, decidir qual a jurisdição competente.

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Poder Judiciário
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De acordo com a Constituição do Estado do Rio Grande do Norte, são órgãos do Poder Judiciário:
• o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte;
• os Tribunais de Júri;
• os Juízes de Direito;
• os Juizados Especiais;
• o Conselho de Justiça Militar;
• os Juízes de Paz.

Em plena sintonia com a independência dos Poderes, estabelece o artigo 80 que “Ao Poder
Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira”.
Quando falamos em autonomia, temos que compreender que a palavra em questão deriva
do grego autós (por si) + nomos (lei).
Logo, a autonomia está relacionada com a capacidade de autogestão interna que um ór-
gão, uma entidade, uma instituição ou um Poder possui para adotar as decisões e medidas que
entender mais adequadas.
Não podemos confundir a autonomia com a soberania. Enquanto a autonomia está rela-
cionada com a liberdade interna de atuação, a soberania trata-se de fundamento que apenas
a República Federativa do Brasil possui, implicando na supremacia que o Estado possui tanto
internamente quanto externamente.
A autonomia administrativa, como o próprio nome sugere, confere ao Poder Judiciário a
possibilidade de praticar todos os atos administrativos necessários para que a atividade admi-
nistrativa interna (atividade-meio) transcorra de forma correta.
A autonomia administrativa está relacionada com a organização interna, com a aquisição de
materiais, com a realização de licitações, com a organização de concursos públicos para a ad-
missão de pessoal e, dentre tantas outras atividades, com a estruturação dos cargos e funções.
Consequentemente, não precisa o Poder Judiciário, por exemplo, de autorização do Poder
Executivo para a realização de concurso público, ou então para a realização de licitação com o
objetivo de adquirir materiais ou contratar serviços.
A autonomia financeira, por sua vez, consiste na possibilidade do Judiciário elaborar sua própria
proposta orçamentária (desde que observados os limites legais) e aplicar e gerir tais recursos.
No âmbito estadual, o órgão responsável por elaborar a proposta orçamentária do Poder
Judiciário é o Tribunal de Justiça, que deverá observar, para isso, os limites estabelecidos con-
juntamente com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentária.
Sendo assim, vamos aproveitar para conhecer as regras orçamentárias estabelecidas na
Constituição Estadual e relacionadas com o Poder Judiciário.

Art. 80. § 1º O Tribunal de Justiça elabora a proposta orçamentária do Poder Judiciário, dentro
dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias,
cabendo-lhe, ainda, propor à Assembleia Legislativa os créditos adicionais, suplementares e espe-
ciais de que necessitar.

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§ 2º Se o Tribunal de Justiça não encaminhar a proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido


na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo
com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
§ 3º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 4º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a
assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
§ 5º Os recursos consignados no orçamento, bem como aqueles correspondentes aos créditos
adicionais, suplementares e especiais, destinados ao Poder Judiciário, são entregues ao Tribunal de
Justiça, na forma e no prazo do art. 109. (Até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da
lei complementar).
§ 6º Cabe ao Tribunal de Justiça gerir o Fundo de Desenvolvimento da Justiça, ao qual são recolhi-
das as custas judiciais, os depósitos prévios decorrentes de ajuizamento, nunca inferiores a um por
cento (1%) sobre o valor da causa, bem como as multas impostas na jurisdição criminal, além de
outros recursos definidos em lei, destinando-se à melhoria dos serviços judiciários.

1.1. Princípios da Magistratura Estadual


A magistratura estadual terá o seu regime jurídico estabelecido com observância de uma
série de princípios. Dada a grande possibilidade de exigência de tais comandos em prova, ire-
mos analisar as principais características de cada um dos princípios.

Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de pro-
vas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação;

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O ingresso na carreira do Poder Judiciário ocorre no cargo de Juiz Substituto. Para isso,
deverá o candidato ser aprovado em concurso públicos de provas e de títulos.
O concurso público pode ser entendido como o procedimento administrativo instaurado
pelo Poder Público com o objetivo de selecionar os candidatos mais aptos para o exercício de
cargos e empregos públicos.
O fundamento para a realização do concurso está na vedação às contratações pautadas em
critérios subjetivos, tal como o apadrinhamento e a nomeação de pessoas conhecidas em troca
de benefícios escusos. Identifica-se, assim, que a realização de concurso público está pautada
na observância dos princípios da impessoalidade, da moralidade, da isonomia e da legalidade.
A regra geral é que todas as pessoas possam participar do concurso público, que deverá
ser amplamente divulgado como forma de encontrar interessados. Neste ponto, merece des-
taque o fato da publicidade oficial do edital de concurso público ser condição imprescindível
para a produção de efeitos perante terceiros.
Da mesma forma, o concurso público deve sempre ser pautado em critérios objetivos de
escolha, ainda que algumas fases do certame, eventualmente, sejam constituídas por exame
de títulos ou por experiência profissional comprovada. Consequentemente, pode-se afirmar
que jamais poderemos ter um concurso público realizado apenas com a fase da análise de
títulos, uma vez que tal procedimento colocaria em risco a objetividade e a lisura da seleção.
Especificamente com relação ao concurso para o cargo de Juiz Estadual, temos a previsão
de que a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio Grande do Norte, deverá participar de
todas as suas fases. A medida, desta forma, busca conferir legitimidade a todas as etapas do
procedimento.
Além disso, de forma semelhante ao que ocorre com os concursos realizados nos demais
órgãos da Administração Pública, temos a previsão de que deverá ser observada, nas nomea-
ções, a ordem de classificação.

II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendi-


das as seguintes normas:
a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3) vezes consecutivas ou cinco (5) alter-
nadas em listas de merecimento;
b) promoção por merecimento, pressupondo dois (2) anos de exercício na respectiva entrância e
integrar o Juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver, com tais
requisitos, juiz que aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e
presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reco-
nhecidos de aperfeiçoamento;
d) apuração de antiguidade, na qual só pode o Tribunal recusar o Juiz mais antigo pelo voto fun-
damentado de dois terços (2/3) de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não promoção do Juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal,
não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

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Após ingressar na carreira, o Juiz poderá ser promovido de duas diferentes formas: por
antiguidade e por merecimento. Para isso, devem ser observadas as seguintes diretrizes:
• sempre que o juiz figurar por 3 vezes consecutivas ou 5 alternadas na lista de mereci-
mento, deverá ele, obrigatoriamente, ser promovido.
• para ser promovido por merecimento, deverá o Juiz contar com, pelo menos, 2 anos
de exercício na respectiva entrância. Além disso, deve o magistrado integrar a primei-
ra quinta parte da lista de antiguidade desta (salvo se não houver com tais requisitos
quem aceite o lugar vago);
• ainda que a promoção por merecimento possa dar a entender que a escolha é pautada
em critérios subjetivos, devemos ter em mente, em sentido oposto, que a escolha sem-
pre ocorrerá de acordo com critérios objetivos. Exemplos destes critérios são a presteza
e segurança no exercício da jurisdição e a frequência e aproveitamento em cursos reco-
nhecidos de aperfeiçoamento.
• na apuração por antiguidade, a regra geral é de que o Juiz mais antigo seja o promo-
vido. Para que isso não ocorra, deverá o tribunal, pelo voto fundamentado de 2/3 dos
membros, recusar o juiz mais antigo. Nesta situação, o procedimento será repetido até
a fixação da indicação.

Não poderá ser promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão.

III – acesso ao Tribunal de Justiça por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na


última entrância;

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Ao ingressar como Juiz Substituto, o magistrado passa a desempenhar suas atribuições


na primeira instância. Posteriormente, poderá ele, desde que atendidos aos requisitos legais,
ser promovido, por antiguidade e merecimento, para o Tribunal de Justiça, que é o tribunal de
segunda instância no âmbito do Poder Judiciário Estadual.

IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, cons-


tituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhe-
cido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;

A medida, que decorre do princípio da eficiência, tem como objetivo fomentar a cultura do
aperfeiçoamento contínuo. Assim, devem os magistrados, para que possam ingressar e ser
promovidos na carreira, cumprir uma quantidade mínima de horas em cursos oficiais de pre-
paração e aperfeiçoamento.

V – fixação do subsídio dos Desembargadores, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
mos por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e dos sub-
sídios dos demais magistrados, que serão fixados conforme as respectivas categorias da estrutura
judiciária, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco
por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Desembargadores, obe-
decido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 26, XI, e 28, § 8º, desta Constituição;

O subsídio caracteriza-se por ser a forma de pagamento realizado em parcela única, sendo
vedado o acréscimo de qualquer tipo de gratificação, adicional ou verba de representação.
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Constitui o subsídio a forma mais transparente de remunerar os agentes, uma vez que evita
as chamadas gratificações imprecisas ou pouco detalhadas. Por meio do subsídio, temos um
valor único fixado em lei, de forma que o valor final a ser recebido pelo servidor já é conhecido
de antemão, sem a possibilidade de recebimento gratificações ou adicionais que se incorpo-
rem ao vencimento.
De acordo com a constituição federal, todas as classes de servidores podem receber por
meio de subsídio, desde que alterem a lei que regula a respectiva carreira funcional.
Para algumas categorias, no entanto, temos a determinação constitucional do recebimen-
to por meio de subsídio, sem a hipótese de alteração, ainda que por intermédio de norma legal,
sendo elas:
• Agentes Políticos (Chefes do Executivo, Parlamentares, Magistrados, Ministros, Secre-
tários);
• Membros da Advocacia Geral da União;
• Defensores Públicos;
• Procurador Geral da Fazenda Pública;
• Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal;
• Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar;
• Corpo de Bombeiros Militar;

De acordo com a Constituição Estadual, o subsídio dos magistrados será fixado em lei e
escalonado conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária estadual.
Dentro desta estrutura remuneratória, a diferença não poderá ser superior a 10% ou infe-
rior a 5%. Além disso, os valores deverão observar o teto e os subtetos constitucionalmente
previstos.
De acordo com o teto geral, nenhuma remuneração poderá ser superior à recebida pelos
Ministros do STF. De acordo com o subteto, o subsídio dos magistrados estaduais não poderá
exceder a 95% do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores.

VI – aposentadoria dos magistrados e pensão de seus dependentes, observado o disposto no art.


40 da Constituição Federal;
VII – residência do Juiz na respectiva Comarca, salvo autorização do Tribunal de Justiça;

A aposentadoria e a pensão dos magistrados e dependentes segue a mesma regar estabe-


lecida na Constituição Federal para os servidores públicos. Para fins de prova, não há necessi-
dade de conhecermos tais regras.
O que devemos memorizar é que o Juiz, como regra geral, deverá residir na comarca, tendo
como exceção as hipóteses de autorização do Tribunal de Justiça do Estado.

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VIII – remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado por interesse público, decididas por
voto da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, assegurada ampla defesa, ressalvada a competên-
cia do Conselho Nacional de Justiça;
VIII – A – remoção a pedido ou permuta de magistrados entre comarcas de igual entrância, atendi-
do, no que couber ao disposto nas alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do inciso II;

Aqui, temos uma das exceções à garantia da inamovibilidade, conforme veremos oportu-
namente. Ainda que a regra geral seja a impossibilidade de transferência do juiz para local
diferente de onde presta suas atividades, a medida poderá ocorrer quando fundamentada no
interesse público.
Assim sendo, o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria, quando fundado no in-
teresse público, depende de decisão da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, assegurada
ampla defesa. Além disso, as medidas poderão ser adotadas mediante decisão do Conselho
Nacional de Justiça.

IX – julgamentos públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a


lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não preju-
dique o interesse público à informação;

Em sintonia com o princípio da publicidade, a regra geral é a de que todos os Jul-


gamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade. No entanto, poderá a lei, se o interesse público o exigir,
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou so-
mente a estes.

X – decisões administrativas motivadas e tomadas em sessão pública, sendo as disciplinares toma-


das pelo voto da maioria absoluta dos membros do Tribunal de Justiça;

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O Poder Judiciário desempenha tanto a função típica de julgar quanto das funções atípicas
de legislar e de administrar. Quando os tribunais estiverem diante de decisões administrativas,
estas deverão observar requisitos:
• Deverão ser motivadas.
• Deverão ser proferidas em sessão pública.

Além disso, quando as decisões administrativas estiverem relacionadas com a aplicação


de sanções disciplinares, a aplicação da medida apenas poderá ser realizada pelo voto da
maioria absoluta dos membros do tribunal.

XI – atividade jurisdicional ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos juízos e no Tribunal de
Justiça, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente;

Temos aqui um mandamento decorrente dos princípios da eficiência e da celeridade pro-


cessual. Logo, dada a essencialidade da atividade jurisdicional, deverá ela ser ininterrupta,
sendo vedado férias coletivas nos juízos e nos tribunais de segundo grau.
Antes da Emenda Constitucional 45/2004, era possível que os tribunais e juízos tivessem
férias coletivas. Com a mencionada emenda, as férias coletivas foram abolidas do Poder Ju-
diciário. O STF, inclusive, em entendimento pacificado no sentido de todas as normas que ad-
mitam a possibilidade de férias coletivas para o Poder Judiciário devem ser consideradas in-
constitucionais.

[ADI 3.823 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j. 6-12-2006, P, DJ de 23-11-2007.] Princípio da
ininterruptabilidade da jurisdição. As regras legais que estabeleciam que os magistrados
gozariam de férias coletivas perderam seu fundamento de validade pela promulgação
da EC 45/2004. A nova norma constitucional plasmou paradigma para a matéria, contra
a qual nada pode prevalecer. Enquanto vigente a norma constitucional, pelo menos em
exame cautelar, cumpre fazer prevalecer a vedação de férias coletivas de juízes e mem-
bros dos tribunais de segundo grau, suspendendo-se a eficácia de atos que ponham em
risco a efetividade daquela proibição.

 Obs.: A Constituição Estadual não está afirmando que as férias deixaram de existir para os
órgãos do Poder Judiciário. As férias são um direito constitucional e devem ser exer-
cidas por todos os agentes públicos, inclusive pelos magistrados. O que é vedado é o
exercício de férias coletivas, e não de férias individuais.

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Nos dias em que não houver expediente forense normal, deverão funcionar Juízes em
plantão permanente.

XII – número de Juízes na unidade jurisdicional proporcional à efetiva demanda judicial e à respec-
tiva população;

Considerando a escassez do capital humano, bem como a necessidade das partes con-
tarem com uma decisão judicial célere, nada mais natural do que as unidades jurisdicionais
terem o número de juízes pautados em critérios objetivos. Neste contexto, dois são os critérios
utilizados, sendo eles a efetiva demanda judicial e a respectiva população.
Consequentemente, unidades jurisdicionais que recebam mais processos para julgar, ou
então que abarquem um maior contingente populacional, devem, igualmente, contar com um
maior número de juízes.

XIII – delegação a servidores para a prática de atos de administração e de mero expediente sem
caráter decisório;

Diversos são os atos processuais que, ainda que ligados com a finalidade do Poder Judi-
ciário, podem ser exercidos pelos servidores. São os chamados atos não decisórios, ou seja,
atos praticados com o objetivo de fazer com que o processo tenha, após a tramitação, uma
decisão do magistrado.
Sendo assim, os servidores públicos irão receber a delegação para a prática de atos de
administração e de atos de mero expediente sem caráter decisório.

XIV – distribuição imediata de processos em todos os graus de jurisdição;

A distribuição ocorre tão logo o processo é recebido pela unidade judiciária. Considerando
que os tribunais contam com diversos julgadores (sendo, por isso mesmo, órgãos colegiados),
é por meio da distribuição que cada um dos membros recebe, por sorteio, processos para ana-
lisar previamente. Posteriormente, a depender da matéria, o processo será encaminhado, pelo
membro que recebeu a distribuição, para a análise do plenário.
O que devemos memorizar, em relação à distribuição, é que esta será imediata, regra esta
aplicável a todos os graus de jurisdição.

XV – garantia aos magistrados de:


a) vitaliciedade, que, no primeiro grau, só é adquirida após dois (2) anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do Tribunal de Justiça e, nos demais casos, de sen-
tença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do inciso VIII;
c) irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 26, X e XI, 28, § 8º, desta Constituição,
nos arts. 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, da Constituição Federal;

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Três são as importantes garantias conferidas aos magistrados: a vitaliciedade, a inamovi-


bilidade e a irredutibilidade de subsídio.
A vitaliciedade trata-se de garantia que se assemelha, com as devidas dimensões, com a
estabilidade assegurada aos servidores públicos.
Contudo, ao contrário do que acontece com a estabilidade, os magistrados, após adquiri-
rem a vitaliciedade (que ocorre após 2 anos de efetivo exercício) apenas podem ser demitidos
mediante decisão judicial transitada em julgado, ou seja, que não possa ser objeto de recurso.
Com os servidores públicos, a demissão poderá ocorrer tanto por meio de processo admi-
nistrativo quanto mediante ação judicial. Para os magistrados vitalícios, diversamente, não há a
possibilidade de demissão com base exclusivamente em processo administrativo disciplinar.
Assim sendo, os magistrados poderão perder o cargo, antes dos 2 anos necessários para
a aquisição da vitaliciedade, mediante deliberação do Tribunal de Justiça. Após se tornarem
vitalícios, conforme já afirmado, a perda do cargo apenas ocorrerá mediante sentença transi-
tada em julgado.

A inamovibilidade também trata-se de garantia por meio da qual os magistrados não po-
dem ser transferidos da localidade onde exercem suas atribuições, saldo motivo de interesse
público mediante decisão do órgão colegiado da instituição.
A exceção à regra da inamovibilidade é por motivo de interesse público. Nesta específica
situação, a remoção dependerá de decisão da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, asse-
gurada ampla defesa, ou do Conselho Nacional de Justiça.
A irredutibilidade de subsídios, por sua vez, trata-se de garantia que possui a finalidade de
evitar uma possível redução dos valores recebidos pelos magistrados.
Importante salientar que a garantia em questão não é absoluta, de forma que a Constitui-
ção Federal apresenta algumas exceções, ou seja, situações em que poderá haver redução dos
valores recebidos.
Para fins de prova, temos que memorizar que os subsídios recebidos pelos membros não
podem ser superiores ao teto remuneratório, que, em nosso ordenamento jurídico, é fixado
com base nos valores recebidos pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

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Logo, os magistrado, assim como ocorre com todos os demais agentes públicos, não po-
dem receber valores superiores aos subsídio fixado para os membros do STF.

XVI – vedação aos magistrados de:


a) exercício, ainda que em disponibilidade, de outro cargo, emprego ou função, salvo um de
magistério;
b) recepção, a qualquer título ou pretexto, de custas ou participação em processo;
c) atividade político-partidária;
d) recebimento, a qualquer título ou pretexto, de auxílios ou contribuições de pessoas físicas, enti-
dades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
e) exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Em sintonia com as disposições constitucionais aplicáveis aos agentes públicos, os ma-


gistrados não podem, como regra geral, exercer, ainda que estejam em disponibilidade, outro
cargo ou função pública. A única exceção fica por conta do exercício da função de magistério,
que poderá ser acumulada com as atividades da magistratura quando houver compatibilidade
de horário.
Também não podem os magistrados receber custas ou participações em processos. Isso
não impede, contudo, que o órgão (e não os membros) receba honorários pela participação em
processos.
Como forma de assegurar a imparcialidade no exercício da função, não podem os juízes
dedicar-se à atividade político partidária.
Sob este mesmo fundamento (a preservação da imparcialidade para as decisões), o ma-
gistrado não pode exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou antes de decor-
ridos 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Mas atenção! Uma questão de prova que afirme que o magistrado não poderá, após a exone-
ração ou aposentadoria, exercer a advocacia, deve ser considerada errada.
O exercício da advocacia é possível. O que deve ser observado é que, quando estivermos dian-
te do tribunal ou juízo do qual o magistrado se afastou (por aposentadoria ou exoneração), o
exercício da advocacia apenas poderá ocorrer após o prazo de 3 anos.
Nos demais juízos (diferentes daquele em que o magistrado atuava), o exercício da advocacia
poderá ocorrer imediatamente após o afastamento.
A ideia do constituinte, com estas regras, foi evitar um possível conflito de interesses en-
tre as atividades de advocacia e o juízo ou tribunal onde o magistrado desempenhada suas
atribuições.

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É uma vedação estabelecida para os magistrados, ainda, o recebimento, a qualquer título


ou pretexto, de auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
ressalvadas as exceções previstas em lei.

Garantias dos Magistrados Vedações dos Magistrados


a) exercer, ainda que em disponibilidade, outro
a) vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será cargo ou função, salvo uma de magistério;
adquirida após dois anos de exercício, depen- b) receber, a qualquer título ou pretexto, custas
dendo a perda do cargo, nesse período, de ou participação em processo;
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vincu- c) dedicar-se à atividade político-partidária.
lado, e, nos demais casos, de sentença judicial d) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios
transitada em julgado; ou contribuições de pessoas físicas, entidades
b) inamovibilidade, salvo por motivo de inte- públicas ou privadas, ressalvadas as exceções
resse público (mediante decisão da maioria previstas em lei;
absoluta do tribunal ou do CNJ) e) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do
c) irredutibilidade de subsídio, ressalvadas as qual se afastou, antes de decorridos três anos
exceções constitucionais. do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.

2. Tribunal de Justiça
Estabelece a Constituição Estadual que o Tribunal de Justiça tem sede na capital e juris-
dição em todo o território estadual, sendo composto por 15 desembargadores e tendo por
competência, precipuamente, a guarda da Constituição Estadual e a observância da Constitui-
ção Estadual.

Art. 70. Parágrafo único. O Tribunal de Justiça compõe-se de 15 (quinze) desembargadores.


Art. 71. O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e jurisdição em todo o território estadual, compe-
tindo-lhe, precipuamente, a guarda desta Constituição, com observância da Constituição Federal, e
(...)

Em plena sintonia com as disposições da Constituição Federal, temos a previsão de que


um quinto dos lugares do Tribunal de Justiça será composto de membros do Ministério Pú-
blico, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional.
O objetivo do legislador constituinte, com a elaboração da regra, foi o de possibilitar que
as decisões do Tribunal de Justiça, que trata-se de um órgão de segundo grau, pudessem ser
analisadas e tomadas por membros oriundos de diversas classes.
Sendo assim, além daqueles originários da classe de magistrados, membros do Ministério
Público e advogados, desde que atendidos os requisitos legais, participam das decisões de
segundo grau ou instância.

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Neste sentido, os artigos 74 e 75 estabelecem o procedimento a ser observado em relação


às mencionadas nomeações.

Art. 74. Os Desembargadores do Tribunal de Justiça, nas vagas destinadas aos membros do Minis-
tério Público ou da Advocacia, serão nomeados pelo Governador do Estado, em até 10 (dez) dias
contados do recebimento da lista tríplice enviada pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º O Ministério Público, conforme dispõe o estatuto próprio, bem como o Conselho Seccional da
Ordem dos Advogados do Brasil organizam listas sêxtuplas indicando membros das categorias
respectivas ao Tribunal de Justiça, que delas forma listas tríplices, enviando-as ao Governador.
§ 4º No preenchimento das vagas às quais se refere este artigo, nomeado representante de uma das
categorias, a nomeação seguinte recai em membro da outra, e assim sucessivamente.
Art. 75. Cabe ao Presidente do Tribunal de Justiça prover os cargos de magistrado de carreira.

Tais membros deverão ser indicados ao Tribunal de Justiça pelos órgãos de representação
das respectivas classes, em lista sêxtupla. Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça
formará lista tríplice e a enviará ao Governador do Estado, que, nos 10 dias subsequentes, es-
colherá um de seus integrantes para nomeação.
Veremos agora a lista de competências estabelecidas pela Constituição Estadual para o
mais importante dos órgãos do Poder Judiciário do Estado, ou seja, o Tribunal de Justiça.
Importante ressaltar que, de acordo com a divisão proposta em nosso ordenamento, a ati-
vidade típica do Poder Judiciário é a de julgar, a do Poder Legislativo é a de legislar e fiscalizar
e a do Poder Executivo a de administrar.
No entanto, ainda que a regra seja a de que cada poder desempenha as suas atividades
típicas, todos os Poderes desempenham, de forma atípica, as atividades originariamente atri-
buídas aos demais poderes.

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Sendo assim, ainda que o Poder Judiciário tenha como atividade típica a de decidir, em
caráter de definitividade, todas as causas que a ele sejam levadas, exerce ele, também, com-
petências administrativas.
Assim, as competências elencadas pela Constituição Estadual estão relacionadas tanto
com a função típica de julgar quanto com à função atípica de administrar:

Art. 71. O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e jurisdição em todo o território estadual, compe-
tindo-lhe, precipuamente, a guarda desta Constituição, com observância da Constituição Federal, e:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente desta Constituição, na forma
da lei;
b) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, estadual ou municipal, em face
desta Constituição, bem como medida cautelar para a suspensão imediata dos efeitos de lei ou ato;
c) nas infrações penais comuns cometidas no exercício do cargo e em razão das funções a ele re-
lacionadas, o Vice-Governador e os Deputados Estaduais, e os Secretários de Estado nestas e nos
crimes de responsabilidade, ressalvada a competência do Tribunal Especial previsto no art. 65, e a
da Justiça Eleitoral;
d) nas infrações penais comuns cometidas no exercício do cargo e em razão das funções a ele rela-
cionadas e nos crimes de responsabilidade, os Juízes de Primeiro Grau, os membros do Ministério
Público e os Prefeitos Municipais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
e) os mandados de segurança e os habeas-data contra atos do Governador, da Assembleia Legisla-
tiva, seu Presidente, Mesa ou Comissões, do próprio Tribunal, de suas Câmaras ou Seção, e respec-
tivos Presidentes, bem como de qualquer de seus membros, do Tribunal de Contas, do seu Plenário
ou suas Câmaras, e respectivos Presidentes, dos Juízes de Primeiro Grau, do Conselho de Justiça
Militar, dos Secretários de Estado, Procuradores-Gerais e Comandante da Polícia Militar, Comandan-
te do Corpo de Bombeiros Militar e Defensor Público Geral;
f) os habeas-corpus, sendo coator qualquer das autoridades referidas na alínea anterior, ou agentes
cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do próprio Tribunal, ressalvada a competência
dos Tribunais Superiores da União;
g) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora competir à Assembleia
Legislativa, sua Mesa ou Comissões ao Governador do Estado, ao próprio Tribunal de Justiça, ao
Tribunal de Contas ou à órgão, entidade ou autoridade estadual, da administração direta ou indireta;
h) as revisões criminais e ações rescisórias de julgados seus e dos Juízos que lhe são vinculados;
i) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
j) a representação para assegurar, pela intervenção em Município a observância dos princípios indi-
cados nesta Constituição, ou para prover a execução de lei, ordem ou decisão judicial;
l) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atri-
buições a Juízo de Primeiro Grau para a prática de atos processuais;
m) os conflitos de competência entre suas Câmaras e Turmas, Desembargadores, ou entre Juízos
do Primeiro Grau a ele vinculados;
n) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas estaduais ou municipais e autorida-
des judiciárias do Estado;

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o) as causas e os conflitos entre o Estado e os Municípios bem como entre estes, inclusive as res-
pectivas entidades da administração indireta;
p) os processos relativos à perda do posto e da patente dos Oficiais, bem como da graduação dos
Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;
II – representar ao Supremo Tribunal Federal para a decretação de intervenção no Estado;
III – julgar, em grau de recurso, ou para observância de obrigatório duplo grau de jurisdição, as cau-
sas decididas pelos Juízes de Primeiro Grau, ressalvado o disposto no art. 77, § 2º, I;
IV – as demais questões sujeitas, por lei, à sua competência.
Art. 72. Compete privativamente ao Tribunal de Justiça:
I – eleger seus dirigentes e elaborar seu regimento interno, com observância das normas de proces-
so e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
órgãos jurisdicionais e administrativos;
II – organizar sua secretaria e serviços auxiliares e os dos Juízos que lhe são vinculados, velando
pelo exercício da atividade correicional respectiva;
III – prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de Juiz de carreira;
IV – prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 110,
os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança, assim definidos em lei;
V – conceder férias, licenças e outros afastamentos a seus membros, Juízes e servidores que lhe
forem imediatamente vinculados;
VI – propor à Assembleia Legislativa, observado o disposto no art. 110:
a) a Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado e sua alteração;
b) a criação e a extinção de Comarcas, Termos, Distritos e Varas Judiciárias;
c) a criação ou extinção das Turmas Recursais dos Juizados Especiais, bem como a alteração do
número dos membros desses órgãos;
d) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos Juízes;

No âmbito do Tribunal de Justiça, temos que memorizar a informação de que os Desem-


bargadores, tanto nos crimes comuns quanto nos de responsabilidade, serão processados e
julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça.
Além disso, três informações são importantes para o nosso estudo em relação ao Tribunal
de Justiça, sendo elas:
• O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo.
• O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções da atividade jurisdicional, servindo-se de equipamentos públicos e co-
munitários.
• O Tribunal de Justiça designará Juízes de Direito para dirimir conflitos fundiários, com
competência exclusiva para questões agrárias.

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3. Controle de Constitucionalidade
Em linhas gerais, o controle de constitucionalidade está pautado na possibilidade das nor-
mas jurídicas infraconstitucionais (que estão hierarquicamente abaixo da Constituição) terem
o seu texto verificado e controlado com base nas diretrizes estabelecidas na norma de maior
hierarquia.
O controle de constitucionalidade, neste sentido, é uma expressão do poder máximo que
uma constituição apresenta dentro do seu campo de atuação.
No âmbito estadual, desta forma, compete ao Tribunal de Justiça analisar se as normas
estaduais ou municipais estão de acordo com as disposições da Constituição Estadual.
Para que a análise do Tribunal de Justiça seja feita, no entanto, devemos ter a provoca-
ção por parte de algum dos legitimados. São os legitimados, consequentemente, aqueles que
podem dar início à ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou
municipal.
De acordo com a Constituição Estadual, são partes legitimas para propor ações de contro-
le concentrado de constitucionalidade:
• o Governador do Estado;
• a Mesa da Assembleia Legislativa;
• o Tribunal de Contas;
• o Procurador-Geral de Justiça;
• Prefeito Municipal;
• Mesa de Câmara Municipal;
• o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
• partido político com representação na Assembleia Legislativa;
• partido político com representação em Câmara Municipal, desde que a lei ou ato norma-
tivo seja do respectivo Município;
• federação sindical ou entidade de classe de âmbito estadual;

Uma vez instaurada, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros poderá o
Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público,
em plena sintonia com a cláusula de reserva de plenário.

Art. 71. § 1º Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Importante destacar que o Procurador-Geral de Justiça será previamente ouvido nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas demais causas em que, no Tribunal de Justiça, se dis-
cuta matéria constitucional.

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Outra característica procedimental da ação de controle de constitucionalidade é a previsão


de que o Tribunal de Justiça, sempre que apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma
legal ou ato normativo estadual ou municipal, citará, previamente, o Procurador-Geral do Es-
tado e o Procurador-Geral da Assembleia Legislativa, ou, conforme o caso, o Prefeito ou a
Câmara Municipal, que poderão defender o ato impugnado.
Caso seja reconhecida a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva
norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para a adoção da medida em 30 dias.

4. Regime dos Precatórios


A forma com que a Administração Pública paga os seus credores, quando tal medida é de-
corrente de condenação judicial, observa uma série de peculiaridade, dando origem aos cons-
titucionalmente previsto “regime dos precatórios”.
Por intermédio do regime dos precatórios, com exceção dos créditos de natureza alimen-
tícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Estadual ou Municipal, em virtude de condenação
judicial, serão feitos exclusivamente na ordem cronológica da apresentação dos precatórios e
a conta dos respectivos créditos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Neste sentido, a norma determina que é obrigatória a inclusão, no orçamento das entida-
des de direito público, de dotação orçamentária necessária ao pagamento de seus débitos
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciais apresen-
tados até 1º de julho, para pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
valores atualizados monetariamente.
Sendo assim, sempre que a Fazenda Pública tiver que pagar uma pessoa em decorrência
de condenação judicial, o pagamento deverá ser feito por meio de precatórios.
Em linhas gerais, os precatórios podem ser conceituados como as requisições de paga-
mento expedidas pelo Poder Judiciário com o objetivo de cobrar a Administração Pública.
Uma vez emitido, o precatório apenas poderá ser pago na respectiva ordem de recebimen-
to. Assim, veda-se, por exemplo, que um precatório recebido posteriormente seja pago em
momento anterior ao inicialmente expedido. A exceção à sistemática, de acordo com a Cons-
tituição Estadual, são as verbas de natureza alimentar.

Art. 81. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Estadual e Municipal, em virtude de sen-
tença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios
e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-
tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles
referidos no § 2º deste artigo.

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§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, te-
nham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defici-
ência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.

Importante destacar que a sistemática dos precatórios não será observada quando estiver-
mos diante de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Estadual ou
Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
Nas obrigações de pequeno valor, a Fazenda Pública será citada e terá um prazo legalmen-
te previsto para efetuar o pagamento ou embargar a execução.

Art. 81. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se
aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas
Públicas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às enti-
dades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao
valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.

Por fim, a Constituição Estadual apresenta uma série de regras especificamente relacio-
nadas com as finanças públicas. Neste ponto da matéria, a leitura atenta dos dispositivos a
seguir é suficiente para acertarmos uma eventual questão de prova.

Art. 81. § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao


Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar
o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de pre-
terimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à
satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.

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§ 7º O Presidente do Tribunal que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, tam-
bém, perante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago,
bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadra-
mento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei estadual ou municipal, a entrega de
créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do Estado ou do respectivo Município.
§ 12. A atualização de valores de requisitórios, inclusive os tributários, após sua expedição, até
o efetivo pagamento, será feita pelos índices aplicáveis pela União, e, para fins de compensa-
ção da mora, incidirão juros simples, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de peti-
ção protocolizada, ao Tribunal de Justiça.
§ 15. O Estado do Rio Grande do Norte aferirá mensalmente, em base anual, o comprometimen-
to de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obriga-
ções de pequeno valor.
§ 16. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório
das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de servi-
ços, de transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do
art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imedia-
tamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicida-
des, e deduzidas:
I – as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; e
II – a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistência
social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da
Constituição Federal.
§ 17. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e
obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do compro-
metimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores,
a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endivi-
damento previstos na lei, não se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de
receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
§ 18. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos pre-
catórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste
precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cin-
co exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante a Câmara de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40%
(quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação
editada pelo Estado.

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5. Justiça Militar
A Justiça Militar desempenha um importante papel no âmbito do poder Judiciário Estadual.
Neste sentido, destaca-se que tal ramo da justiça conta com órgãos de primeiro e segundo grau.
No primeiro grau, o órgão responsável será o Conselho de Justiça Militar, cujas competên-
cias constam no artigo 76, de seguinte redação:

Art. 76. O Conselho de Justiça Militar, com a participação de Juiz Auditor, organizado nos termos de
lei complementar, tem sede na Capital e jurisdição em todo o território do Estado, com competência
para processar e julgar os servidores militares nos crimes militares e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao Tri-
bunal de Justiça decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças,
quando condenados na Justiça Comum ou Militar à pena privativa de liberdade superior a 02 (dois)
anos, com decisão transitada em julgado.

No segundo grau, e funcionando como instância recursal, temos o Tribunal de Justiça.

Art. 76. § 1º O Tribunal de Justiça é a instância recursal da Justiça Militar Estadual.

Chegamos à conclusão, desta forma, que o Tribunal de Justiça do Estado é o órgão de se-
gundo grau tanto da Justiça Comum quanto da Justiça Militar.

 Obs.: Compete aos Juízes Auditores do juízo militar processar e julgar, singularmente, os
crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares
militares, cabendo ao Conselho de Justiça Militar, sob a presidência de Juiz Auditor,
processar e julgar os demais crimes militares.

6. Tribunal do Júri
Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 5º, XXXVIII, que é reconhecida a institui-
ção do júri, nos seguintes termos:

Art. 5º. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

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O tribunal do júri é um tribunal popular, composto por um juiz togado e por 25 jurados, que
serão escolhidos dentre cidadãos do respectivo município e pertencentes a todas as clas-
ses sociais.
Como verificado da leitura do inciso, a competência do tribunal do júri é para o julgamento
de crimes dolosos contra a vida.
Crime doloso é o praticado com a intenção de alcançar um determinado resultado, de for-
ma que o criminoso já sabe, antes da sua prática, o resultado que irá alcançar. Como exem-
plo, cita-se uma pessoa que dirige-se até o local onde outra está presente com a finalidade
de matá-la.
Contudo, importante ressaltar que a competência do tribunal do júri não é absoluta, não
prevalecendo, por exemplo, sobre as “prerrogativas de foro” conferidas pela Constituição Fe-
deral. Nestes casos, ainda que uma autoridade com “prerrogativa de foro” tenha praticado um
crime doloso contra a vida, não será ela julgada pelo tribunal do júri, mas sim pela autoridade
com competência prevista na Constituição Federal.

 Obs.: De acordo com a Constituição Federal, o Presidente da República possui “prerrogativa


de foro”, devendo ser julgado, nos crimes comuns, pelo STF.
 Caso o Presidente da República cometa um crime doloso contra a vida, deverá ele ser
julgado pelo STF, e não pelo tribunal do júri, uma vez que o foro privilegiado prevalece
sobre a competência do júri.

Caso o foro privilegiado tenha sido instituído exclusivamente pela Constituição Estadual
(não encontrando simetria com a Constituição Federal), a competência do tribunal do júri deve
prevalecer sobre o foro privilegiado. E isso ocorre na medida em que apenas a Constituição
Federal é competente para estabelecer prerrogativas de foro.
Merece destaque, no âmbito deste entendimento, o teor da Súmula 721 do STF:

STF –Súmula n. 271: A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o


foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.

Outra súmula bastante exigida pelas bancas é a de n. 603, de autoria do STF, que de-
termina que:

A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do


Tribunal do Júri.

Para entendermos a importância desta súmula, devemos compreender que o latrocínio é


considerado um crime complexo, uma vez que abrange um roubo e um homicídio.
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De acordo com a doutrina, o latrocínio é classificado como “crime contra o patrimônio”, e


não como “crime contra a vida”. Por isso mesmo, deve ser julgado por um juiz singular, e não
pelo tribunal do júri, que é competente para o julgamento de crimes dolosos contra a vida.
Vejamos cada uma das garantias asseguradas ao tribunal do júri:
• Plenitude de defesa: assegura que o réu possui a garantia de se defender de todas as
acusações que estão sendo feitas contra a sua pessoa. Para isso, a possibilidade de
defesa deve ser plena, sem nenhum tipo de óbice à sua concretização.
• Sigilo das votações: no âmbito do tribunal do júri, cada um dos jurados toma a sua deci-
são de forma secreta. Posteriormente, os votos são somados e chega-se a um resulta-
do, que é comunicado ao juiz presidente. Com o sigilo das votações, possibilita-se que
os jurados decidam de forma imparcial, não levando em conta situações externas aos
fatos apresentados no tribunal.
• Soberania dos vereditos: determina que as decisões tomadas pelos jurados que com-
põem o tribunal do júri não podem, como regra, ser modificadas. Contudo, quando o
julgamento se mostrar expressamente contrário às provas dos autos, entende o STF que
é possível a impetração de recurso das referidas decisões, oportunidade em que outro
tribunal do júri será constituído.
• Competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida: como já afirma-
do, os crimes dolosos contra a vida são aqueles praticados com o prévio conheci-
mento do seu resultado. Trata-se esta, desta forma, da principal competência do
tribunal do júri.

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7. Juizados Especiais e Justiça de Paz


A possibilidade dos Estados instituírem os Juizados Especiais, bem como a Justiça de
Paz, decorre de uma previsão da Constituição Federal, que apresenta, em seu artigo 98, a se-
guinte regra:

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações pe-
nais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos,
nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de
primeiro grau;
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto,
com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar,
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

Com relação aos Juizados Especiais, coube ao artigo 77 da Constituição Estadual discipli-
nar as regras a serem observadas no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte:

Art. 77. São criados Juizados Especiais em todas as Comarcas do Estado tendo, como titula-
res, Juízes de Direito designados pelo Tribunal de Justiça, competentes para a conciliação, o
julgamento e a execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitida a transação nas
hipóteses previstas em lei.
§ 1º O Juiz designado para titular de Juizado Especial acumula essas atribuições com as de sua
Comarca ou Vara, dispondo a lei sobre a remuneração dessas funções.
§ 2º Lei regulará a competência dos Juizados Especiais, sua organização e o processo a ser obe-
decido no julgamento das causas a eles submetidas, incluída a participação de representante do
Ministério Público nos julgamentos, com oferecimento de parecer oral.

No tocante à Justiça de Paz, a regra geral é estabelecida pelo artigo 78:

Art. 78. Fica criada a Justiça de Paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de quatro (4) anos, e competência definida em lei, para celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.
Parágrafo único. As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos servi-
ços afetos às atividades específicas da Justiça.

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De acordo com o entendimento do STF, os juízes de paz são uma espécie do gênero agen-
tes públicos, integram o Poder Judiciário e não podem receber, a qualquer título ou pretexto,
custas ou participação em processos.

[ADI 954, rel. min. Gilmar Mendes, 24-2-2011] Os juízes de paz, na qualidade de agentes
públicos, ocupam cargo cuja remuneração deve ocorrer com base em valor fixo e prede-
terminado, e não por participação no que é recolhido aos cofres públicos. Além disso, os
juízes de paz integram o Poder Judiciário e a eles se impõe a vedação prevista no art. 95,
parágrafo único, II, da Constituição, a qual proíbe a percepção, a qualquer título ou pre-
texto, de custas ou participação em processo pelos membros do Judiciário.

Juizados Especiais Justiça de Paz


São providos por juízes togados ou togados e Composta por cidadãos eleitos pelo voto
leigos direto, universal e secreto
Juizados Especiais Cíveis: competência para
a conciliação, o julgamento e a execução de Será remunerada
causas cíveis de menor complexidade
Juizados Especiais Criminais: competência para
a conciliação, o julgamento e a execução de Mandato de 4 anos
infrações penais de menor potencial ofensivo
Competência para, na forma da lei:
a) celebrar casamentos;
b) verificar, de ofício ou em face de impugna-
ção apresentada, o processo de habilitação;
Adoção dos procedimentos oral e sumaríssimo
c) exercer atribuições conciliatórias, sem
caráter jurisdicional;
d) exercer outras atribuições previstas na
legislação;
Permitida a transação e o julgamento de recur-
sos por turmas de juízes de primeiro grau

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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/TJ-AM/AJ/DIREITO/2019/ADAPTADA) Julgue o item que se segue, relativo ao
Poder Judiciário.
Um terço das vagas nos tribunais de justiça é reservado a advogados de notório saber jurídico
e reputação ilibada com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e a membros do
Ministério Público com mais de dez anos de carreira.

Não é 1/3, mas sim 1/5 das vagas dos Tribunais de Justiça que serão reservadas para advo-
gados de notório saber jurídico e reputação ilibada com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira.
Errado.

002. (CESPE/MPE-CE/PJ/2020/ADAPTADA) Conforme a jurisprudência do STF, a decisão de


órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade
de lei, afaste sua incidência, no todo ou em parte, viola, especificamente,
a) a cláusula de reserva de plenário.
b) a presunção de constitucionalidade da lei.
c) a sistemática do controle difuso de constitucionalidade.
d) o princípio da motivação adequada das decisões judiciais.
e) o princípio da segurança jurídica.

A cláusula de reserva de plenário está expressa no artigo 71, §1º, da Constituição Estadual.

Art. 71. § 1º Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Neste sentido, o STF possui entendimento sumulado no sentido de que a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte, viola a cláusula
de reserva de plenário.

Súmula Vinculante n. 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão
de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucio-
nalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.

Letra a.

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003. (CESPE/EMAP/ANA PORT I/ADMINISTRATIVA/2018/ADAPTADA) Julgue o próximo


item, relativo à organização dos poderes.
A inamovibilidade dos juízes é uma garantia não absoluta.

A inamovibilidade não trata-se de uma garantia de caráter absoluta. De acordo com a Constitui-
ção Estadual, o magistrado poderá ser removido, por exemplo, por motivos de interesse público.

Art. 73. XV – garantia aos magistrados de:


b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do inciso VIII;
Certo.

004. (CESPE/EMAP/ASS PORT/ADMINISTRATIVA/2018/ADAPTADA) No que se refere à or-


ganização dos poderes, julgue o item que se segue.
Aos juízes, ainda que em disponibilidade, é vedado o exercício de qualquer outro cargo ou fun-
ção pública.

Ainda que os juízes não possam, como regra geral, exercer outro cargo ou função pública, a
Constituição Estadual admite, em caráter de exceção, o exercício da atividade de magistério.

Art. 73. XVI – vedação aos magistrados de:


a) exercício, ainda que em disponibilidade, de outro cargo, emprego ou função, salvo um de
magistério;
Errado.

005. (FCC/ARTESP/AG FRT/”SEM ÁREA”/2017/ADAPTADA) Trata-se de função típica do Po-


der Judiciário:
a) a jurisdicional.
b) a edição de normas regimentais.
c) a concessão de férias aos seus membros e serventuários.
d) promover, na forma prevista na Constituição Federal, os cargos de juiz de carreira.
e) a edição de portarias e decretos.

Cada um dos Poderes da República possui uma função típica, desempenhando também, ati-
picamente, as funções dos demais Poderes. No caso do Poder Judiciário, a função típica é a
jurisdicional, ou seja, a de julgar e dizer o direito com força de trânsito em julgado.
Letra a.

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006. (FCC/TRT-11/AJ/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2017/ADAPTADA) Au-


gusto exerce o cargo de juiz substituto há mais de cinco anos na mesma entrância e, em razão
de cumprir os requisitos necessários, teve seu nome mencionado em lista de merecimento
para a ocorrência de sua promoção para outra entrância por três vezes consecutivas. A promo-
ção por merecimento de Augusto:
a) poderá ser recusada pelo voto fundamentado de dois terços dos membros do Senado Federal.
b) é facultativa, desde que integre a primeira quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não
houver, com tais requisitos, quem aceite o lugar vago.
c) somente poderá ocorrer quando figurar por cinco vezes consecutivas na lista de merecimento.
d) é obrigatória.
e) apenas poderá ocorrer se tiver mais de dez anos de exercício da magistratura, salvo se não
houver, com tais requisitos, quem aceite o lugar vago.

Considerando que Augusto figurou por três vezes consecutivas na lista de merecimento, a pro-
moção deverá obrigatoriamente ocorrer. Para isso, no entanto, deve Augusto integrar a primei-
ra quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o
lugar vago.

Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendi-
das as seguintes normas:
a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3) vezes consecutivas ou cinco (5) alter-
nadas em listas de merecimento;
Letra d.

007. (FCC/TRF-3/TJ/ADMINISTRATIVA/“SEM ESPECIALIDADE”/2019/ADAPTADA) Rodol-


fo é juiz estadual, não tendo nunca retido, injustificadamente, autos em seu poder além do pra-
zo legal, devolvendo-os sempre ao cartório com o devido despacho ou decisão. Exerce a sua
função na mesma entrância para a qual foi promovido por antiguidade há dois anos, já tendo
figurado por cinco vezes alternadas em lista de merecimento para promoção de entrância para
entrância, integrando, atualmente, a primeira quinta parte da lista de antiguidade. Em conformi-
dade com a Constituição Estadual e considerando apenas os dados fornecidos, Rodolfo:
a) não pode ser promovido por merecimento, pois tal promoção pressupõe o tempo mínimo de
três anos de exercício na respectiva entrância.
b) não pode ser promovido por merecimento, pois para tanto é obrigatória a promoção do juiz
que figure por três vezes consecutivas em lista de merecimento.
c) deve ser promovido por merecimento, respeitadas as normas incidentes na espécie.

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d) deve ser promovido por merecimento, sendo que o tribunal somente poderá recusar tal pro-
moção pelo voto fundamentado de dois quintos de seus membros, conforme procedimento
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
e) não pode ser promovido por merecimento, pois tal promoção pressupõe o tempo mínimo de
cinco anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira terça parte da lista
de antiguidade.

Na medida em que Rodolfo figurou por 5 vezes alternadas em lista de merecimento para pro-
moção de entrância para entrância, deverá ele, nos termos da Constituição, ser promovido por
merecimento:

Art. 73. II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento,
atendidas as seguintes normas:
a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3) vezes consecutivas ou cinco (5) alter-
nadas em listas de merecimento;
Letra c.

008. (FCC/DPE-AM/ASS TD/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2018/ADAPTA-


DA) No curso do processo de separação judicial de um casal, o cônjuge “A” alegou que foi
vítima de atos de infidelidade conjugal durante o casamento, motivo pelo qual, segundo ele,
o cônjuge “B” não teria idoneidade moral para obter a guarda dos filhos do casal. “B”, por
sua vez, alegou que “A” teria sido acometido por doença psiquiátrica que o impedia de zelar
pelos filhos menores de idade e, portanto, de obter a guarda das crianças. Antes de realizar a
audiência em que seriam ouvidas testemunhas indicadas pelas partes, o juiz impediu que os
genitores de ambos os cônjuges ingressassem na sala em que seria praticado o ato, tendo
restringido a entrada no recinto às partes e aos seus advogados, dizendo assim ter decidido
com fundamento na lei processual. Considerando as garantias constitucionais do processo,
a decisão judicial mostra-se:
a) incompatível com a Constituição Federal, por violar o direito ao devido processo legal.
b) incompatível com a Constituição Federal, por violar o direito de ingresso em locais abertos
ao público.
c) incompatível com a Constituição Federal, por violar o direito de acesso à informação e a
liberdade de reunião.
d) incompatível com a Constituição Federal, por violar a norma segundo a qual todos os julga-
mentos do Poder Judiciário serão públicos.
e) compatível com a Constituição Federal.

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A mencionada restrição às partes e aos seus advogados encontra previsão no texto da Cons-
tituição Estadual. Assim, ainda que a regra seja a de que todos os julgamentos dos órgãos do
Poder Judiciário sejam públicos, poderá o Juiz limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes.

Art. 73. IX – julgamentos públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, po-
dendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação;
Letra e.

009. (FCC/MPE-PB/PJ/2018/ADAPTADA) A Constituição Estadual dispõe que a lei de organi-


zação e divisão judiciária disporá sobre a Justiça de Paz, observado o disposto na Constituição
da República. Portanto, o Juiz de Paz deverá ser:
a) eleito pela Assembleia Legislativa.
b) concursado.
c) escolhido e nomeado pelo Tribunal de Justiça.
d) escolhido e nomeado pelo Governador do Estado.
e) eleito pelo voto direto, universal e secreto.

A Justiça de Paz será remunerada e composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto para um mandato de 4 anos.

Art. 78. Fica criada a Justiça de Paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de quatro (4) anos, e competência definida em lei, para celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.
Letra e.

010. (FCC/DPE-RS/TEC/ADMINISTRATIVA/2017/ADAPTADA) A Constituição Estadual pres-


creve que serão criados juizados especiais:
a) competentes para as infrações penais de menor potencial ofensivo, devendo o julgamento
de recursos contra as sentenças ser realizado por turmas de juízes de segundo grau.
b) competentes para as infrações penais de menor potencial ofensivo, vedando a transação
em processos criminais.

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c) vinculados aos tribunais estaduais, vedando a criação de juizados especiais federais para o
julgamento de causas em que a União seja parte.
d) que poderão ser integrados por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo.
e) que poderão ser integrados por cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, aos
quais foi garantida a vitaliciedade.

A questão deve ser respondida com base nas disposições do artigo 77 da Constituição Esta-
dual, de seguinte redação:

Art. 77. São criados Juizados Especiais em todas as Comarcas do Estado tendo, como titulares,
Juízes de Direito designados pelo Tribunal de Justiça, competentes para a conciliação, o julgamen-
to e a execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitida a transação nas hipóteses
previstas em lei.
Letra d.

011. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
O Tribunal de Justiça, os Tribunais do Júri e os Juízes de Direito são exemplos de órgãos do
Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Norte.

Todos os órgãos elencados fazem parte do Poder Judiciário Estadual, nos termos do artigo 70:

Art. 70. São órgãos do Poder Judiciário do Estado:


I – o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte;
II – os Tribunais de Júri;
III – os Juízes de Direito;
Certo.

012. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
De acordo com o princípio da publicidade, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá-
rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sem exceções.

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Como regra geral, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos. No
entanto, poderá a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou então somente a estes.

Art. 73. IX – julgamentos públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, po-
dendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação;
Errado.

013. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
O ingresso na carreira da magistratura ocorrerá para o cargo inicial de juiz substituto, através
de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Bra-
sil em todas as suas fases. Após o ingresso, o magistrado poderá ser promovido, desde que
atenda aos requisitos legais, por antiguidade e merecimento.

A questão está correta, apresentando dois importantes princípios a serem observados no âm-
bito do regime jurídico da magistratura estadual:

Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de pro-
vas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação;
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendi-
das as seguintes normas (...)
Certo.

014. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
É obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em
lista de antiguidade.

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Poder Judiciário
Diogo Surdi

A obrigatoriedade em questão ocorre quando estivermos diante da promoção por merecimen-


to, e não por antiguidade.

Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendi-
das as seguintes normas:
a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3) vezes consecutivas ou cinco (5) alter-
nadas em listas de merecimento;
Errado.

015. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Na apuração da promoção por merecimento, o Tribunal somente poderá recusar o juiz mais
antigo pelo voto de 2/3 de seus membros, conforme procedimento próprio, repetindo-se a vo-
tação até fixar-se a indicação.

De acordo com o artigo 73, II, d, temos a previsão de:

(...)apuração de antiguidade, na qual só pode o Tribunal recusar o Juiz mais antigo pelo voto fun-
damentado de dois terços (2/3) de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
Assim, a regra mencionada pela questão refere-se à promoção por antiguidade, e não por
merecimento.
Errado.

016. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
O juiz titular residirá na respectiva comarca, dela não podendo ausentar-se sem prévia e ex-
pressa licença do Governador do Estado.

A exceção à regra da residência na comarca ocorre por meio de autorização do Tribunal


de Justiça.

Art. 73. VII – residência do Juiz na respectiva Comarca, salvo autorização do Tribunal de Justiça;
Errado.

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017. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, quando fundado no inte-
resse público, depende de decisão por voto de 2/3 do Tribunal de Justiça, sendo assegurada a
ampla defesa.

A decisão deve ser proferida pelo voto da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, e não por
2/3 dos membros.

Art. 73. VIII – remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado por interesse público, deci-
didas por voto da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, assegurada ampla defesa, ressalvada a
competência do Conselho Nacional de Justiça;
Errado.

018. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Uma das principais características dos juízes é a vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será
adquirida após 2 anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de delibera-
ção do Tribunal de Justiça, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado.

A questão elenca, de forma correta, as regras gerais acerca da vitaliciedade, garantia assegu-
rada aos magistrados.

Art. 73. XV – garantia aos magistrados de:


a) vitaliciedade, que, no primeiro grau, só é adquirida após dois (2) anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do Tribunal de Justiça e, nos demais casos, de sen-
tença judicial transitada em julgado;
Certo.

019. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Um quinto dos lugares do Tribunal de Justiça será composto de membros da Defensoria Públi-
ca, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.

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Poder Judiciário
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O Tribunal de Justiça será composto por membros do Ministério Público, e não da Defenso-
ria Pública.

Art. 74. Os Desembargadores do Tribunal de Justiça, nas vagas destinadas aos membros do Minis-
tério Público ou da Advocacia, serão nomeados pelo Governador do Estado, em até 10 (dez) dias
contados do recebimento da lista tríplice enviada pelo Tribunal de Justiça.
Errado.

020. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Aos juízes é vedado exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outro cargo ou fun-
ção pública.

Ainda que a regra geral seja a vedação ao exercício de outro cargo, emprego ou função pública,
a Constituição Estadual excepciona a possibilidade de exercício de outro cargo de magistério.
Errado.

021. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os Desembargadores serão processados e
julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça.

Conforme visto em aula, o órgão responsável por julgar os Desembargadores do Tribunal de


Justiça, nos crimes comuns e de responsabilidade, é o STJ.
Certo.

022. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Compete ao Tribunal de Justiça julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos Juízes
de Primeiro Grau.

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Temos aqui a competência recursal estabelecida pela Constituição Estadual para o Tribunal
de Justiça.

Art. 71. O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e jurisdição em todo o território estadual, compe-
tindo-lhe, precipuamente, a guarda desta Constituição, com observância da Constituição Federal, e:
III – julgar, em grau de recurso, ou para observância de obrigatório duplo grau de jurisdição, as cau-
sas decididas pelos Juízes de Primeiro Grau, ressalvado o disposto no art. 77, § 2º, I;
Certo.

023. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Tanto o Procurador-Geral de Justiça quanto o Prefeito Municipal são legitimados para propor
ações de controle concentrado de constitucionalidade.

Ambas as autoridades mencionadas pela questão são legitimados para dar início à ação direta
de inconstitucionalidade.

Art. 71. § 2º Podem propor ações de controle concentrado de constitucionalidade:


IV – o Procurador-Geral de Justiça;
V – Prefeito Municipal;
Certo.

024. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Somente pelo voto da maioria relativa de seus membros é que poderá o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Não é a maioria relativa, mas sim a maioria absoluta a exigida para que o TJ possa declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Art. 71. § 1º Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Errado.

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025. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
O Procurador-Geral de Justiça deverá ser previamente ouvido, obrigatoriamente, em todas as
ações diretas de inconstitucionalidade.

De acordo com o §3º do artigo 71, temos a previsão de que:

O Procurador-Geral de Justiça é previamente ouvido na ação direta de inconstitucionalidade e de-


mais causas em que, no Tribunal de Justiça se discuta matéria constitucional.
Certo.

026. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
A Justiça Militar Estadual é constituída, em primeiro grau, pelos Conselhos de Justiça Militar e,
em segundo, pelo Superior Tribunal Militar.

No segundo grau, a Justiça Militar é constituída pelo Tribunal de Justiça.

Art. 76. § 1º O Tribunal de Justiça é a instância recursal da Justiça Militar Estadual.


Errado.

027. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Os juizados especiais são providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para
a conciliação, o julgamento, e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infra-
ções penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo. Nas
ações dos juizados especiais, não é admitida a transação.

O erro da questão está em afirmar que não é admitida, nas ações dos juizados especiais, a
transação.

Art. 77. São criados Juizados Especiais em todas as Comarcas do Estado tendo, como titulares, Juí-
zes de Direito designados pelo Tribunal de Justiça, competentes para a conciliação, o julgamento e a
execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo,
mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitida a transação nas hipóteses previstas em lei.
Errado.

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028. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
A justiça de paz, não remunerada, é composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal
e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casa-
mentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilita-
ção e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na
legislação.

A justiça de paz, ao contrário do que informa a questão, é remunerada, conforme previsão do


artigo 78:

Art. 78. Fica criada a Justiça de Paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de quatro (4) anos, e competência definida em lei, para celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.
Errado.

029. (INÉDITA/2019) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
Compete privativamente ao Tribunal de Justiça, dentre outras competências, prover os cargos
de juiz de carreira.

A competência mencionada pelo enunciado é atribuídas, pela Constituição Estadual, ao Tribu-


nal de Justiça.

Art. 72. Compete privativamente ao Tribunal de Justiça:


III – prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de Juiz de carreira;
Certo.

030. (INÉDITA/2020) Considerando as disposições da Constituição do Estado do Rio Grande


do Norte acerca do Poder Judiciário, analise a assertiva proposta, assinalando como CERTO
ou ERRADO.
A irredutibilidade de subsídio e a inamovibilidade são garantias conferidas aos Juízes
Estaduais.

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Tanto a irredutibilidade de subsídio quanto a inamovibilidade são garantias conferidas aos


Juízes Estaduais.

Art. 73. XV – garantia aos magistrados de:


b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do inciso VIII;
c) irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 26, X e XI, 28, § 8º, desta Constituição,
nos arts. 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, da Constituição Federal;
Certo.

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GABARITO
1. E 11. C 21. C
2. a 12. E 22. C
3. C 13. C 23. C
4. E 14. E 24. E
5. a 15. E 25. C
6. d 16. E 26. E
7. c 17. E 27. E
8. e 18. C 28. E
9. e 19. E 29. C
10. d 20. E 30. C

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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