Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTADUAL DO
RIO GRANDE DO
NORTE
Poder Judiciário
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Sumário
Poder Judiciário................................................................................................................................ 4
1. Disposições Preliminares........................................................................................................... 4
1.1. Princípios da Magistratura Estadual. . ................................................................................... 8
2. Tribunal de Justiça..................................................................................................................... 18
3. Controle de Constitucionalidade.. .......................................................................................... 22
4. Regime dos Precatórios........................................................................................................... 23
5. Justiça Militar............................................................................................................................. 26
6. Tribunal do Júri........................................................................................................................... 26
7. Juizados Especiais e Justiça de Paz.. ...................................................................................... 29
Exercícios..........................................................................................................................................31
Gabarito............................................................................................................................................ 45
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
PODER JUDICIÁRIO
1. Disposições Preliminares
Para uma correta compreensão acerca do Poder Judiciário, devemos conhecer, inicialmen-
te, os sistemas de jurisdição que podem ser utilizados no ordenamento jurídico.
Neste sentido, a doutrina identifica a existência de dois modelos ou sistemas de controle
da atividade administrativa, sendo eles:
• sistema da unicidade de jurisdição;
• sistema da dualidade de jurisdição;
De acordo com a unicidade jurisdicional, todas as causas e conflitos podem ser levadas
à análise do Poder Judiciário, que é o Poder que possui a função típica de dizer o direito com
o caráter de definitividade. Neste sistema, todas as lesões e ameaças de lesões podem ser
levadas ao crivo do Poder Judiciário, que apenas pode manifestar-se quando provocado por
um dos interessados na tomada da decisão.
Trata-se a unicidade de jurisdição de um sistema inglês, uma vez que foi desenvolvido, ini-
cialmente, na Inglaterra, como forma de controlar todas as atividades do Poder Público.
Em nosso ordenamento, encontra fundamento no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal,
que apresenta a seguinte redação:
Nota-se, com base no mencionado artigo, que não são apenas as lesões já configuradas
que podem suscitar a manifestação do Poder Judiciário, mas sim também as meras ameaças
de sua efetiva ocorrência.
Trata-se o Judiciário do único Poder, em nosso ordenamento, que possui a capacidade de
tomar decisões com o caráter de definitividade. Em outras palavras, significa afirmar que ape-
nas as decisões do Poder Judiciário transitam em julgado, não podendo, após o esgotamento
de instâncias, ser objeto de recurso ou contestação.
Da mesma forma, ainda que um pedido tenha transitado por diversas instâncias adminis-
trativas, pode o interessado, a qualquer momento, protocolar ação junto ao Poder Judiciário.
Com a decisão judicial, as eventuais decisões administrativas anteriormente proferidas dei-
xam de prevalecer ante a manifestação do juiz ou do tribunal.
Exemplo:
Carlos, servidor público, protocolou pedido administrativo solicitando a concessão de uma
licença que entendia ser seu direito. Tendo sido o pedido indeferido, Carlos protocolou pedido
de reconsideração, que, conforme previsão no seu estatuto funcional, deve ser decidido pela
mesma autoridade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Obtendo nova negativa, Carlos interpôs recurso administrativo, solicitando que uma autorida-
de de hierarquia superior resolvesse a demanda. Não obtendo sucesso, Carlos interpôs novo
recurso, dessa vez para a autoridade de maior hierarquia na esfera administrativa. Com a nega-
tiva do pedido, temos que o pedido não mais pode ser objeto de recurso no âmbito adminis-
trativo.
Nada impede, contudo, que Carlos ajuíze uma ação judicial solicitando o deferimento da licen-
ça que entende ser um direito seu.
Caso assim o faça, o pedido judicial será julgado, inicialmente, pela primeira instância. Em
caso de negativa, poderá ser objeto de recurso para a instância superior, e assim sucessiva-
mente até a última instância do Poder Judiciário competente para processar e julgar a matéria.
Não havendo mais possibilidade de recurso no âmbito judicial, diz-se que a decisão transitou
em julgado, não podendo mais ser contestada.
Importante frisar que a regra vigente em nosso ordenamento é a de que não há a necessi-
dade de esgotamento da esfera administrativa para que o interessado possa acionar o Poder
Judiciário.
Se tomarmos o exemplo acima descrito, temos que Carlos poderia, já no momento do
indeferimento do pedido administrativo em primeira instância, protocolar ação junto ao Poder
Judiciário.
Em caráter de exceção, no entanto, certas matérias apenas podem ser objeto de aprecia-
ção judicial após o esgotamento da esfera administrativa. Como exemplo, podemos citar:
• Ações relativas às competições desportivas;
• Habeas data;
• Reclamação referente ao descumprimento de Súmula Vinculante.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Exemplo:
A França adota o sistema da dualidade de jurisdição. Lá, as causas envolvendo particula-
res e a administração pública são julgadas pelos tribunais administrativos, podendo, em
caso de recurso, chegar ao crivo do Conselho de Estado, que é o órgão máximo da esfera
administrativa.
Já para as causas que não envolvam a administração, é competente o Poder Judiciário, pos-
suindo uma estrutura própria.
Em caso de conflito de competência, ou seja, nas situações em que surgem dúvidas acerca
de qual sistema é o competente para julgar a demanda, cabe ao Tribunal de Conflitos, que fica
localizado acima das duas justiças, decidir qual a jurisdição competente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
De acordo com a Constituição do Estado do Rio Grande do Norte, são órgãos do Poder Judiciário:
• o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte;
• os Tribunais de Júri;
• os Juízes de Direito;
• os Juizados Especiais;
• o Conselho de Justiça Militar;
• os Juízes de Paz.
Em plena sintonia com a independência dos Poderes, estabelece o artigo 80 que “Ao Poder
Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira”.
Quando falamos em autonomia, temos que compreender que a palavra em questão deriva
do grego autós (por si) + nomos (lei).
Logo, a autonomia está relacionada com a capacidade de autogestão interna que um ór-
gão, uma entidade, uma instituição ou um Poder possui para adotar as decisões e medidas que
entender mais adequadas.
Não podemos confundir a autonomia com a soberania. Enquanto a autonomia está rela-
cionada com a liberdade interna de atuação, a soberania trata-se de fundamento que apenas
a República Federativa do Brasil possui, implicando na supremacia que o Estado possui tanto
internamente quanto externamente.
A autonomia administrativa, como o próprio nome sugere, confere ao Poder Judiciário a
possibilidade de praticar todos os atos administrativos necessários para que a atividade admi-
nistrativa interna (atividade-meio) transcorra de forma correta.
A autonomia administrativa está relacionada com a organização interna, com a aquisição de
materiais, com a realização de licitações, com a organização de concursos públicos para a ad-
missão de pessoal e, dentre tantas outras atividades, com a estruturação dos cargos e funções.
Consequentemente, não precisa o Poder Judiciário, por exemplo, de autorização do Poder
Executivo para a realização de concurso público, ou então para a realização de licitação com o
objetivo de adquirir materiais ou contratar serviços.
A autonomia financeira, por sua vez, consiste na possibilidade do Judiciário elaborar sua própria
proposta orçamentária (desde que observados os limites legais) e aplicar e gerir tais recursos.
No âmbito estadual, o órgão responsável por elaborar a proposta orçamentária do Poder
Judiciário é o Tribunal de Justiça, que deverá observar, para isso, os limites estabelecidos con-
juntamente com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentária.
Sendo assim, vamos aproveitar para conhecer as regras orçamentárias estabelecidas na
Constituição Estadual e relacionadas com o Poder Judiciário.
Art. 80. § 1º O Tribunal de Justiça elabora a proposta orçamentária do Poder Judiciário, dentro
dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias,
cabendo-lhe, ainda, propor à Assembleia Legislativa os créditos adicionais, suplementares e espe-
ciais de que necessitar.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de pro-
vas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O ingresso na carreira do Poder Judiciário ocorre no cargo de Juiz Substituto. Para isso,
deverá o candidato ser aprovado em concurso públicos de provas e de títulos.
O concurso público pode ser entendido como o procedimento administrativo instaurado
pelo Poder Público com o objetivo de selecionar os candidatos mais aptos para o exercício de
cargos e empregos públicos.
O fundamento para a realização do concurso está na vedação às contratações pautadas em
critérios subjetivos, tal como o apadrinhamento e a nomeação de pessoas conhecidas em troca
de benefícios escusos. Identifica-se, assim, que a realização de concurso público está pautada
na observância dos princípios da impessoalidade, da moralidade, da isonomia e da legalidade.
A regra geral é que todas as pessoas possam participar do concurso público, que deverá
ser amplamente divulgado como forma de encontrar interessados. Neste ponto, merece des-
taque o fato da publicidade oficial do edital de concurso público ser condição imprescindível
para a produção de efeitos perante terceiros.
Da mesma forma, o concurso público deve sempre ser pautado em critérios objetivos de
escolha, ainda que algumas fases do certame, eventualmente, sejam constituídas por exame
de títulos ou por experiência profissional comprovada. Consequentemente, pode-se afirmar
que jamais poderemos ter um concurso público realizado apenas com a fase da análise de
títulos, uma vez que tal procedimento colocaria em risco a objetividade e a lisura da seleção.
Especificamente com relação ao concurso para o cargo de Juiz Estadual, temos a previsão
de que a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio Grande do Norte, deverá participar de
todas as suas fases. A medida, desta forma, busca conferir legitimidade a todas as etapas do
procedimento.
Além disso, de forma semelhante ao que ocorre com os concursos realizados nos demais
órgãos da Administração Pública, temos a previsão de que deverá ser observada, nas nomea-
ções, a ordem de classificação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Após ingressar na carreira, o Juiz poderá ser promovido de duas diferentes formas: por
antiguidade e por merecimento. Para isso, devem ser observadas as seguintes diretrizes:
• sempre que o juiz figurar por 3 vezes consecutivas ou 5 alternadas na lista de mereci-
mento, deverá ele, obrigatoriamente, ser promovido.
• para ser promovido por merecimento, deverá o Juiz contar com, pelo menos, 2 anos
de exercício na respectiva entrância. Além disso, deve o magistrado integrar a primei-
ra quinta parte da lista de antiguidade desta (salvo se não houver com tais requisitos
quem aceite o lugar vago);
• ainda que a promoção por merecimento possa dar a entender que a escolha é pautada
em critérios subjetivos, devemos ter em mente, em sentido oposto, que a escolha sem-
pre ocorrerá de acordo com critérios objetivos. Exemplos destes critérios são a presteza
e segurança no exercício da jurisdição e a frequência e aproveitamento em cursos reco-
nhecidos de aperfeiçoamento.
• na apuração por antiguidade, a regra geral é de que o Juiz mais antigo seja o promo-
vido. Para que isso não ocorra, deverá o tribunal, pelo voto fundamentado de 2/3 dos
membros, recusar o juiz mais antigo. Nesta situação, o procedimento será repetido até
a fixação da indicação.
Não poderá ser promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
A medida, que decorre do princípio da eficiência, tem como objetivo fomentar a cultura do
aperfeiçoamento contínuo. Assim, devem os magistrados, para que possam ingressar e ser
promovidos na carreira, cumprir uma quantidade mínima de horas em cursos oficiais de pre-
paração e aperfeiçoamento.
V – fixação do subsídio dos Desembargadores, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
mos por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e dos sub-
sídios dos demais magistrados, que serão fixados conforme as respectivas categorias da estrutura
judiciária, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco
por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Desembargadores, obe-
decido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 26, XI, e 28, § 8º, desta Constituição;
O subsídio caracteriza-se por ser a forma de pagamento realizado em parcela única, sendo
vedado o acréscimo de qualquer tipo de gratificação, adicional ou verba de representação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Constitui o subsídio a forma mais transparente de remunerar os agentes, uma vez que evita
as chamadas gratificações imprecisas ou pouco detalhadas. Por meio do subsídio, temos um
valor único fixado em lei, de forma que o valor final a ser recebido pelo servidor já é conhecido
de antemão, sem a possibilidade de recebimento gratificações ou adicionais que se incorpo-
rem ao vencimento.
De acordo com a constituição federal, todas as classes de servidores podem receber por
meio de subsídio, desde que alterem a lei que regula a respectiva carreira funcional.
Para algumas categorias, no entanto, temos a determinação constitucional do recebimen-
to por meio de subsídio, sem a hipótese de alteração, ainda que por intermédio de norma legal,
sendo elas:
• Agentes Políticos (Chefes do Executivo, Parlamentares, Magistrados, Ministros, Secre-
tários);
• Membros da Advocacia Geral da União;
• Defensores Públicos;
• Procurador Geral da Fazenda Pública;
• Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal;
• Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar;
• Corpo de Bombeiros Militar;
De acordo com a Constituição Estadual, o subsídio dos magistrados será fixado em lei e
escalonado conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária estadual.
Dentro desta estrutura remuneratória, a diferença não poderá ser superior a 10% ou infe-
rior a 5%. Além disso, os valores deverão observar o teto e os subtetos constitucionalmente
previstos.
De acordo com o teto geral, nenhuma remuneração poderá ser superior à recebida pelos
Ministros do STF. De acordo com o subteto, o subsídio dos magistrados estaduais não poderá
exceder a 95% do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
VIII – remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado por interesse público, decididas por
voto da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, assegurada ampla defesa, ressalvada a competên-
cia do Conselho Nacional de Justiça;
VIII – A – remoção a pedido ou permuta de magistrados entre comarcas de igual entrância, atendi-
do, no que couber ao disposto nas alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do inciso II;
Aqui, temos uma das exceções à garantia da inamovibilidade, conforme veremos oportu-
namente. Ainda que a regra geral seja a impossibilidade de transferência do juiz para local
diferente de onde presta suas atividades, a medida poderá ocorrer quando fundamentada no
interesse público.
Assim sendo, o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria, quando fundado no in-
teresse público, depende de decisão da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, assegurada
ampla defesa. Além disso, as medidas poderão ser adotadas mediante decisão do Conselho
Nacional de Justiça.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O Poder Judiciário desempenha tanto a função típica de julgar quanto das funções atípicas
de legislar e de administrar. Quando os tribunais estiverem diante de decisões administrativas,
estas deverão observar requisitos:
• Deverão ser motivadas.
• Deverão ser proferidas em sessão pública.
XI – atividade jurisdicional ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos juízos e no Tribunal de
Justiça, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente;
[ADI 3.823 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j. 6-12-2006, P, DJ de 23-11-2007.] Princípio da
ininterruptabilidade da jurisdição. As regras legais que estabeleciam que os magistrados
gozariam de férias coletivas perderam seu fundamento de validade pela promulgação
da EC 45/2004. A nova norma constitucional plasmou paradigma para a matéria, contra
a qual nada pode prevalecer. Enquanto vigente a norma constitucional, pelo menos em
exame cautelar, cumpre fazer prevalecer a vedação de férias coletivas de juízes e mem-
bros dos tribunais de segundo grau, suspendendo-se a eficácia de atos que ponham em
risco a efetividade daquela proibição.
Obs.: A Constituição Estadual não está afirmando que as férias deixaram de existir para os
órgãos do Poder Judiciário. As férias são um direito constitucional e devem ser exer-
cidas por todos os agentes públicos, inclusive pelos magistrados. O que é vedado é o
exercício de férias coletivas, e não de férias individuais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Nos dias em que não houver expediente forense normal, deverão funcionar Juízes em
plantão permanente.
XII – número de Juízes na unidade jurisdicional proporcional à efetiva demanda judicial e à respec-
tiva população;
Considerando a escassez do capital humano, bem como a necessidade das partes con-
tarem com uma decisão judicial célere, nada mais natural do que as unidades jurisdicionais
terem o número de juízes pautados em critérios objetivos. Neste contexto, dois são os critérios
utilizados, sendo eles a efetiva demanda judicial e a respectiva população.
Consequentemente, unidades jurisdicionais que recebam mais processos para julgar, ou
então que abarquem um maior contingente populacional, devem, igualmente, contar com um
maior número de juízes.
XIII – delegação a servidores para a prática de atos de administração e de mero expediente sem
caráter decisório;
Diversos são os atos processuais que, ainda que ligados com a finalidade do Poder Judi-
ciário, podem ser exercidos pelos servidores. São os chamados atos não decisórios, ou seja,
atos praticados com o objetivo de fazer com que o processo tenha, após a tramitação, uma
decisão do magistrado.
Sendo assim, os servidores públicos irão receber a delegação para a prática de atos de
administração e de atos de mero expediente sem caráter decisório.
A distribuição ocorre tão logo o processo é recebido pela unidade judiciária. Considerando
que os tribunais contam com diversos julgadores (sendo, por isso mesmo, órgãos colegiados),
é por meio da distribuição que cada um dos membros recebe, por sorteio, processos para ana-
lisar previamente. Posteriormente, a depender da matéria, o processo será encaminhado, pelo
membro que recebeu a distribuição, para a análise do plenário.
O que devemos memorizar, em relação à distribuição, é que esta será imediata, regra esta
aplicável a todos os graus de jurisdição.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
A inamovibilidade também trata-se de garantia por meio da qual os magistrados não po-
dem ser transferidos da localidade onde exercem suas atribuições, saldo motivo de interesse
público mediante decisão do órgão colegiado da instituição.
A exceção à regra da inamovibilidade é por motivo de interesse público. Nesta específica
situação, a remoção dependerá de decisão da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, asse-
gurada ampla defesa, ou do Conselho Nacional de Justiça.
A irredutibilidade de subsídios, por sua vez, trata-se de garantia que possui a finalidade de
evitar uma possível redução dos valores recebidos pelos magistrados.
Importante salientar que a garantia em questão não é absoluta, de forma que a Constitui-
ção Federal apresenta algumas exceções, ou seja, situações em que poderá haver redução dos
valores recebidos.
Para fins de prova, temos que memorizar que os subsídios recebidos pelos membros não
podem ser superiores ao teto remuneratório, que, em nosso ordenamento jurídico, é fixado
com base nos valores recebidos pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Logo, os magistrado, assim como ocorre com todos os demais agentes públicos, não po-
dem receber valores superiores aos subsídio fixado para os membros do STF.
Mas atenção! Uma questão de prova que afirme que o magistrado não poderá, após a exone-
ração ou aposentadoria, exercer a advocacia, deve ser considerada errada.
O exercício da advocacia é possível. O que deve ser observado é que, quando estivermos dian-
te do tribunal ou juízo do qual o magistrado se afastou (por aposentadoria ou exoneração), o
exercício da advocacia apenas poderá ocorrer após o prazo de 3 anos.
Nos demais juízos (diferentes daquele em que o magistrado atuava), o exercício da advocacia
poderá ocorrer imediatamente após o afastamento.
A ideia do constituinte, com estas regras, foi evitar um possível conflito de interesses en-
tre as atividades de advocacia e o juízo ou tribunal onde o magistrado desempenhada suas
atribuições.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
2. Tribunal de Justiça
Estabelece a Constituição Estadual que o Tribunal de Justiça tem sede na capital e juris-
dição em todo o território estadual, sendo composto por 15 desembargadores e tendo por
competência, precipuamente, a guarda da Constituição Estadual e a observância da Constitui-
ção Estadual.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Art. 74. Os Desembargadores do Tribunal de Justiça, nas vagas destinadas aos membros do Minis-
tério Público ou da Advocacia, serão nomeados pelo Governador do Estado, em até 10 (dez) dias
contados do recebimento da lista tríplice enviada pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º O Ministério Público, conforme dispõe o estatuto próprio, bem como o Conselho Seccional da
Ordem dos Advogados do Brasil organizam listas sêxtuplas indicando membros das categorias
respectivas ao Tribunal de Justiça, que delas forma listas tríplices, enviando-as ao Governador.
§ 4º No preenchimento das vagas às quais se refere este artigo, nomeado representante de uma das
categorias, a nomeação seguinte recai em membro da outra, e assim sucessivamente.
Art. 75. Cabe ao Presidente do Tribunal de Justiça prover os cargos de magistrado de carreira.
Tais membros deverão ser indicados ao Tribunal de Justiça pelos órgãos de representação
das respectivas classes, em lista sêxtupla. Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça
formará lista tríplice e a enviará ao Governador do Estado, que, nos 10 dias subsequentes, es-
colherá um de seus integrantes para nomeação.
Veremos agora a lista de competências estabelecidas pela Constituição Estadual para o
mais importante dos órgãos do Poder Judiciário do Estado, ou seja, o Tribunal de Justiça.
Importante ressaltar que, de acordo com a divisão proposta em nosso ordenamento, a ati-
vidade típica do Poder Judiciário é a de julgar, a do Poder Legislativo é a de legislar e fiscalizar
e a do Poder Executivo a de administrar.
No entanto, ainda que a regra seja a de que cada poder desempenha as suas atividades
típicas, todos os Poderes desempenham, de forma atípica, as atividades originariamente atri-
buídas aos demais poderes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Sendo assim, ainda que o Poder Judiciário tenha como atividade típica a de decidir, em
caráter de definitividade, todas as causas que a ele sejam levadas, exerce ele, também, com-
petências administrativas.
Assim, as competências elencadas pela Constituição Estadual estão relacionadas tanto
com a função típica de julgar quanto com à função atípica de administrar:
Art. 71. O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e jurisdição em todo o território estadual, compe-
tindo-lhe, precipuamente, a guarda desta Constituição, com observância da Constituição Federal, e:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente desta Constituição, na forma
da lei;
b) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, estadual ou municipal, em face
desta Constituição, bem como medida cautelar para a suspensão imediata dos efeitos de lei ou ato;
c) nas infrações penais comuns cometidas no exercício do cargo e em razão das funções a ele re-
lacionadas, o Vice-Governador e os Deputados Estaduais, e os Secretários de Estado nestas e nos
crimes de responsabilidade, ressalvada a competência do Tribunal Especial previsto no art. 65, e a
da Justiça Eleitoral;
d) nas infrações penais comuns cometidas no exercício do cargo e em razão das funções a ele rela-
cionadas e nos crimes de responsabilidade, os Juízes de Primeiro Grau, os membros do Ministério
Público e os Prefeitos Municipais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
e) os mandados de segurança e os habeas-data contra atos do Governador, da Assembleia Legisla-
tiva, seu Presidente, Mesa ou Comissões, do próprio Tribunal, de suas Câmaras ou Seção, e respec-
tivos Presidentes, bem como de qualquer de seus membros, do Tribunal de Contas, do seu Plenário
ou suas Câmaras, e respectivos Presidentes, dos Juízes de Primeiro Grau, do Conselho de Justiça
Militar, dos Secretários de Estado, Procuradores-Gerais e Comandante da Polícia Militar, Comandan-
te do Corpo de Bombeiros Militar e Defensor Público Geral;
f) os habeas-corpus, sendo coator qualquer das autoridades referidas na alínea anterior, ou agentes
cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do próprio Tribunal, ressalvada a competência
dos Tribunais Superiores da União;
g) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora competir à Assembleia
Legislativa, sua Mesa ou Comissões ao Governador do Estado, ao próprio Tribunal de Justiça, ao
Tribunal de Contas ou à órgão, entidade ou autoridade estadual, da administração direta ou indireta;
h) as revisões criminais e ações rescisórias de julgados seus e dos Juízos que lhe são vinculados;
i) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
j) a representação para assegurar, pela intervenção em Município a observância dos princípios indi-
cados nesta Constituição, ou para prover a execução de lei, ordem ou decisão judicial;
l) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atri-
buições a Juízo de Primeiro Grau para a prática de atos processuais;
m) os conflitos de competência entre suas Câmaras e Turmas, Desembargadores, ou entre Juízos
do Primeiro Grau a ele vinculados;
n) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas estaduais ou municipais e autorida-
des judiciárias do Estado;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
o) as causas e os conflitos entre o Estado e os Municípios bem como entre estes, inclusive as res-
pectivas entidades da administração indireta;
p) os processos relativos à perda do posto e da patente dos Oficiais, bem como da graduação dos
Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;
II – representar ao Supremo Tribunal Federal para a decretação de intervenção no Estado;
III – julgar, em grau de recurso, ou para observância de obrigatório duplo grau de jurisdição, as cau-
sas decididas pelos Juízes de Primeiro Grau, ressalvado o disposto no art. 77, § 2º, I;
IV – as demais questões sujeitas, por lei, à sua competência.
Art. 72. Compete privativamente ao Tribunal de Justiça:
I – eleger seus dirigentes e elaborar seu regimento interno, com observância das normas de proces-
so e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
órgãos jurisdicionais e administrativos;
II – organizar sua secretaria e serviços auxiliares e os dos Juízos que lhe são vinculados, velando
pelo exercício da atividade correicional respectiva;
III – prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de Juiz de carreira;
IV – prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 110,
os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança, assim definidos em lei;
V – conceder férias, licenças e outros afastamentos a seus membros, Juízes e servidores que lhe
forem imediatamente vinculados;
VI – propor à Assembleia Legislativa, observado o disposto no art. 110:
a) a Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado e sua alteração;
b) a criação e a extinção de Comarcas, Termos, Distritos e Varas Judiciárias;
c) a criação ou extinção das Turmas Recursais dos Juizados Especiais, bem como a alteração do
número dos membros desses órgãos;
d) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos Juízes;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
3. Controle de Constitucionalidade
Em linhas gerais, o controle de constitucionalidade está pautado na possibilidade das nor-
mas jurídicas infraconstitucionais (que estão hierarquicamente abaixo da Constituição) terem
o seu texto verificado e controlado com base nas diretrizes estabelecidas na norma de maior
hierarquia.
O controle de constitucionalidade, neste sentido, é uma expressão do poder máximo que
uma constituição apresenta dentro do seu campo de atuação.
No âmbito estadual, desta forma, compete ao Tribunal de Justiça analisar se as normas
estaduais ou municipais estão de acordo com as disposições da Constituição Estadual.
Para que a análise do Tribunal de Justiça seja feita, no entanto, devemos ter a provoca-
ção por parte de algum dos legitimados. São os legitimados, consequentemente, aqueles que
podem dar início à ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou
municipal.
De acordo com a Constituição Estadual, são partes legitimas para propor ações de contro-
le concentrado de constitucionalidade:
• o Governador do Estado;
• a Mesa da Assembleia Legislativa;
• o Tribunal de Contas;
• o Procurador-Geral de Justiça;
• Prefeito Municipal;
• Mesa de Câmara Municipal;
• o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
• partido político com representação na Assembleia Legislativa;
• partido político com representação em Câmara Municipal, desde que a lei ou ato norma-
tivo seja do respectivo Município;
• federação sindical ou entidade de classe de âmbito estadual;
Uma vez instaurada, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros poderá o
Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público,
em plena sintonia com a cláusula de reserva de plenário.
Art. 71. § 1º Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Importante destacar que o Procurador-Geral de Justiça será previamente ouvido nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas demais causas em que, no Tribunal de Justiça, se dis-
cuta matéria constitucional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Art. 81. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Estadual e Municipal, em virtude de sen-
tença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios
e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-
tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles
referidos no § 2º deste artigo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, te-
nham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defici-
ência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.
Importante destacar que a sistemática dos precatórios não será observada quando estiver-
mos diante de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Estadual ou
Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
Nas obrigações de pequeno valor, a Fazenda Pública será citada e terá um prazo legalmen-
te previsto para efetuar o pagamento ou embargar a execução.
Art. 81. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se
aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas
Públicas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às enti-
dades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao
valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
Por fim, a Constituição Estadual apresenta uma série de regras especificamente relacio-
nadas com as finanças públicas. Neste ponto da matéria, a leitura atenta dos dispositivos a
seguir é suficiente para acertarmos uma eventual questão de prova.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
§ 7º O Presidente do Tribunal que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, tam-
bém, perante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago,
bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadra-
mento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei estadual ou municipal, a entrega de
créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do Estado ou do respectivo Município.
§ 12. A atualização de valores de requisitórios, inclusive os tributários, após sua expedição, até
o efetivo pagamento, será feita pelos índices aplicáveis pela União, e, para fins de compensa-
ção da mora, incidirão juros simples, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de peti-
ção protocolizada, ao Tribunal de Justiça.
§ 15. O Estado do Rio Grande do Norte aferirá mensalmente, em base anual, o comprometimen-
to de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obriga-
ções de pequeno valor.
§ 16. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório
das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de servi-
ços, de transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do
art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imedia-
tamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicida-
des, e deduzidas:
I – as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; e
II – a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistência
social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da
Constituição Federal.
§ 17. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e
obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do compro-
metimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores,
a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endivi-
damento previstos na lei, não se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de
receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
§ 18. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos pre-
catórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste
precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cin-
co exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante a Câmara de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40%
(quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação
editada pelo Estado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
5. Justiça Militar
A Justiça Militar desempenha um importante papel no âmbito do poder Judiciário Estadual.
Neste sentido, destaca-se que tal ramo da justiça conta com órgãos de primeiro e segundo grau.
No primeiro grau, o órgão responsável será o Conselho de Justiça Militar, cujas competên-
cias constam no artigo 76, de seguinte redação:
Art. 76. O Conselho de Justiça Militar, com a participação de Juiz Auditor, organizado nos termos de
lei complementar, tem sede na Capital e jurisdição em todo o território do Estado, com competência
para processar e julgar os servidores militares nos crimes militares e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao Tri-
bunal de Justiça decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças,
quando condenados na Justiça Comum ou Militar à pena privativa de liberdade superior a 02 (dois)
anos, com decisão transitada em julgado.
Chegamos à conclusão, desta forma, que o Tribunal de Justiça do Estado é o órgão de se-
gundo grau tanto da Justiça Comum quanto da Justiça Militar.
Obs.: Compete aos Juízes Auditores do juízo militar processar e julgar, singularmente, os
crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares
militares, cabendo ao Conselho de Justiça Militar, sob a presidência de Juiz Auditor,
processar e julgar os demais crimes militares.
6. Tribunal do Júri
Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 5º, XXXVIII, que é reconhecida a institui-
ção do júri, nos seguintes termos:
Art. 5º. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O tribunal do júri é um tribunal popular, composto por um juiz togado e por 25 jurados, que
serão escolhidos dentre cidadãos do respectivo município e pertencentes a todas as clas-
ses sociais.
Como verificado da leitura do inciso, a competência do tribunal do júri é para o julgamento
de crimes dolosos contra a vida.
Crime doloso é o praticado com a intenção de alcançar um determinado resultado, de for-
ma que o criminoso já sabe, antes da sua prática, o resultado que irá alcançar. Como exem-
plo, cita-se uma pessoa que dirige-se até o local onde outra está presente com a finalidade
de matá-la.
Contudo, importante ressaltar que a competência do tribunal do júri não é absoluta, não
prevalecendo, por exemplo, sobre as “prerrogativas de foro” conferidas pela Constituição Fe-
deral. Nestes casos, ainda que uma autoridade com “prerrogativa de foro” tenha praticado um
crime doloso contra a vida, não será ela julgada pelo tribunal do júri, mas sim pela autoridade
com competência prevista na Constituição Federal.
Caso o foro privilegiado tenha sido instituído exclusivamente pela Constituição Estadual
(não encontrando simetria com a Constituição Federal), a competência do tribunal do júri deve
prevalecer sobre o foro privilegiado. E isso ocorre na medida em que apenas a Constituição
Federal é competente para estabelecer prerrogativas de foro.
Merece destaque, no âmbito deste entendimento, o teor da Súmula 721 do STF:
Outra súmula bastante exigida pelas bancas é a de n. 603, de autoria do STF, que de-
termina que:
www.grancursosonline.com.br 27 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Com relação aos Juizados Especiais, coube ao artigo 77 da Constituição Estadual discipli-
nar as regras a serem observadas no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte:
Art. 77. São criados Juizados Especiais em todas as Comarcas do Estado tendo, como titula-
res, Juízes de Direito designados pelo Tribunal de Justiça, competentes para a conciliação, o
julgamento e a execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitida a transação nas
hipóteses previstas em lei.
§ 1º O Juiz designado para titular de Juizado Especial acumula essas atribuições com as de sua
Comarca ou Vara, dispondo a lei sobre a remuneração dessas funções.
§ 2º Lei regulará a competência dos Juizados Especiais, sua organização e o processo a ser obe-
decido no julgamento das causas a eles submetidas, incluída a participação de representante do
Ministério Público nos julgamentos, com oferecimento de parecer oral.
Art. 78. Fica criada a Justiça de Paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de quatro (4) anos, e competência definida em lei, para celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.
Parágrafo único. As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos servi-
ços afetos às atividades específicas da Justiça.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
De acordo com o entendimento do STF, os juízes de paz são uma espécie do gênero agen-
tes públicos, integram o Poder Judiciário e não podem receber, a qualquer título ou pretexto,
custas ou participação em processos.
[ADI 954, rel. min. Gilmar Mendes, 24-2-2011] Os juízes de paz, na qualidade de agentes
públicos, ocupam cargo cuja remuneração deve ocorrer com base em valor fixo e prede-
terminado, e não por participação no que é recolhido aos cofres públicos. Além disso, os
juízes de paz integram o Poder Judiciário e a eles se impõe a vedação prevista no art. 95,
parágrafo único, II, da Constituição, a qual proíbe a percepção, a qualquer título ou pre-
texto, de custas ou participação em processo pelos membros do Judiciário.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
EXERCÍCIOS
001. (CESPE/TJ-AM/AJ/DIREITO/2019/ADAPTADA) Julgue o item que se segue, relativo ao
Poder Judiciário.
Um terço das vagas nos tribunais de justiça é reservado a advogados de notório saber jurídico
e reputação ilibada com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e a membros do
Ministério Público com mais de dez anos de carreira.
Não é 1/3, mas sim 1/5 das vagas dos Tribunais de Justiça que serão reservadas para advo-
gados de notório saber jurídico e reputação ilibada com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira.
Errado.
A cláusula de reserva de plenário está expressa no artigo 71, §1º, da Constituição Estadual.
Art. 71. § 1º Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Neste sentido, o STF possui entendimento sumulado no sentido de que a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte, viola a cláusula
de reserva de plenário.
Súmula Vinculante n. 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão
de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucio-
nalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
A inamovibilidade não trata-se de uma garantia de caráter absoluta. De acordo com a Constitui-
ção Estadual, o magistrado poderá ser removido, por exemplo, por motivos de interesse público.
Ainda que os juízes não possam, como regra geral, exercer outro cargo ou função pública, a
Constituição Estadual admite, em caráter de exceção, o exercício da atividade de magistério.
Cada um dos Poderes da República possui uma função típica, desempenhando também, ati-
picamente, as funções dos demais Poderes. No caso do Poder Judiciário, a função típica é a
jurisdicional, ou seja, a de julgar e dizer o direito com força de trânsito em julgado.
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Considerando que Augusto figurou por três vezes consecutivas na lista de merecimento, a pro-
moção deverá obrigatoriamente ocorrer. Para isso, no entanto, deve Augusto integrar a primei-
ra quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o
lugar vago.
Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendi-
das as seguintes normas:
a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3) vezes consecutivas ou cinco (5) alter-
nadas em listas de merecimento;
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
d) deve ser promovido por merecimento, sendo que o tribunal somente poderá recusar tal pro-
moção pelo voto fundamentado de dois quintos de seus membros, conforme procedimento
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
e) não pode ser promovido por merecimento, pois tal promoção pressupõe o tempo mínimo de
cinco anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira terça parte da lista
de antiguidade.
Na medida em que Rodolfo figurou por 5 vezes alternadas em lista de merecimento para pro-
moção de entrância para entrância, deverá ele, nos termos da Constituição, ser promovido por
merecimento:
Art. 73. II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento,
atendidas as seguintes normas:
a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3) vezes consecutivas ou cinco (5) alter-
nadas em listas de merecimento;
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
A mencionada restrição às partes e aos seus advogados encontra previsão no texto da Cons-
tituição Estadual. Assim, ainda que a regra seja a de que todos os julgamentos dos órgãos do
Poder Judiciário sejam públicos, poderá o Juiz limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes.
Art. 73. IX – julgamentos públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, po-
dendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação;
Letra e.
A Justiça de Paz será remunerada e composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto para um mandato de 4 anos.
Art. 78. Fica criada a Justiça de Paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de quatro (4) anos, e competência definida em lei, para celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
c) vinculados aos tribunais estaduais, vedando a criação de juizados especiais federais para o
julgamento de causas em que a União seja parte.
d) que poderão ser integrados por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo.
e) que poderão ser integrados por cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, aos
quais foi garantida a vitaliciedade.
A questão deve ser respondida com base nas disposições do artigo 77 da Constituição Esta-
dual, de seguinte redação:
Art. 77. São criados Juizados Especiais em todas as Comarcas do Estado tendo, como titulares,
Juízes de Direito designados pelo Tribunal de Justiça, competentes para a conciliação, o julgamen-
to e a execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitida a transação nas hipóteses
previstas em lei.
Letra d.
Todos os órgãos elencados fazem parte do Poder Judiciário Estadual, nos termos do artigo 70:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Como regra geral, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos. No
entanto, poderá a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou então somente a estes.
Art. 73. IX – julgamentos públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, po-
dendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação;
Errado.
A questão está correta, apresentando dois importantes princípios a serem observados no âm-
bito do regime jurídico da magistratura estadual:
Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de pro-
vas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação;
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendi-
das as seguintes normas (...)
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça, dispõe sobre a organização e divisão
judiciárias do Estado, observado o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar federal, e
os seguintes princípios:
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendi-
das as seguintes normas:
a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3) vezes consecutivas ou cinco (5) alter-
nadas em listas de merecimento;
Errado.
(...)apuração de antiguidade, na qual só pode o Tribunal recusar o Juiz mais antigo pelo voto fun-
damentado de dois terços (2/3) de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
Assim, a regra mencionada pela questão refere-se à promoção por antiguidade, e não por
merecimento.
Errado.
Art. 73. VII – residência do Juiz na respectiva Comarca, salvo autorização do Tribunal de Justiça;
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
A decisão deve ser proferida pelo voto da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, e não por
2/3 dos membros.
Art. 73. VIII – remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado por interesse público, deci-
didas por voto da maioria absoluta do Tribunal de Justiça, assegurada ampla defesa, ressalvada a
competência do Conselho Nacional de Justiça;
Errado.
A questão elenca, de forma correta, as regras gerais acerca da vitaliciedade, garantia assegu-
rada aos magistrados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O Tribunal de Justiça será composto por membros do Ministério Público, e não da Defenso-
ria Pública.
Art. 74. Os Desembargadores do Tribunal de Justiça, nas vagas destinadas aos membros do Minis-
tério Público ou da Advocacia, serão nomeados pelo Governador do Estado, em até 10 (dez) dias
contados do recebimento da lista tríplice enviada pelo Tribunal de Justiça.
Errado.
Ainda que a regra geral seja a vedação ao exercício de outro cargo, emprego ou função pública,
a Constituição Estadual excepciona a possibilidade de exercício de outro cargo de magistério.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Temos aqui a competência recursal estabelecida pela Constituição Estadual para o Tribunal
de Justiça.
Art. 71. O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e jurisdição em todo o território estadual, compe-
tindo-lhe, precipuamente, a guarda desta Constituição, com observância da Constituição Federal, e:
III – julgar, em grau de recurso, ou para observância de obrigatório duplo grau de jurisdição, as cau-
sas decididas pelos Juízes de Primeiro Grau, ressalvado o disposto no art. 77, § 2º, I;
Certo.
Ambas as autoridades mencionadas pela questão são legitimados para dar início à ação direta
de inconstitucionalidade.
Não é a maioria relativa, mas sim a maioria absoluta a exigida para que o TJ possa declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Art. 71. § 1º Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O erro da questão está em afirmar que não é admitida, nas ações dos juizados especiais, a
transação.
Art. 77. São criados Juizados Especiais em todas as Comarcas do Estado tendo, como titulares, Juí-
zes de Direito designados pelo Tribunal de Justiça, competentes para a conciliação, o julgamento e a
execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo,
mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitida a transação nas hipóteses previstas em lei.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
Art. 78. Fica criada a Justiça de Paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de quatro (4) anos, e competência definida em lei, para celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 46
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Poder Judiciário
Diogo Surdi
GABARITO
1. E 11. C 21. C
2. a 12. E 22. C
3. C 13. C 23. C
4. E 14. E 24. E
5. a 15. E 25. C
6. d 16. E 26. E
7. c 17. E 27. E
8. e 18. C 28. E
9. e 19. E 29. C
10. d 20. E 30. C
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 46
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Estela Menezes - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.