Você está na página 1de 179

Introdução ao

Direito
Módulo - A
CONCEITO DE DIREITO

O Direito possui conceito amplo.

O Direito regula as relações humanas: onde existe sociedade, existe o Direito!

“O Direito domina e absorve a vida humana.”

Direito é a ordenação bilateral atributiva das relações sociais, na medida do


bem comum (Miguel Reale).
CONCEITO DE MORAL
• Conjunto de regras de condutas consideradas como válidas;

• Envolve o estudo do que é certo, virtuoso, honesto. Contrapõe-se ao


vício, ao erro ao desonesto;

• Indica um agir correto;

• Não é ditada pelo Poder, mas é fruto da convivência e da consciência


humana.
DIREITO E MORAL
DIREITO MORAL
• Obrigatório e coercível; • Espontânea;
• O descumprimento pode • O descumprimento gera
gerar uma sanção; uma sanção de foro
íntimo;
• As normas são ditadas
por um Poder; • São normas ditadas pela
consciência humana;
CONCEITO DE ÉTICA
• Disciplina teórica que opera no campo das reflexões ou das
indagações, estudando costumes das coletividades.

• Tem o propósito de libertar os agentes sociais de posturas


repreensíveis.

• Tem como referência vários valores (axiologia) como o Direito, a


moral, a justiça.
DIREITO E O IDEAL DE JUSTIÇA
DIREITO NATURAL DIREITO POSITIVO

É o Direito ideal. É o Direito dos homens.


Sem limites no tempo e no Sua principal manifestação
espaço. Aproxima-se do é a LEI, norma de conduta
ideal de Justiça. criada pelo Legislativo.
RAMOS DO DIREITO
DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO
• Administrativo; • Civil;
• Constitucional; • Comercial;
• Internacional; • Empresarial;
• Penal; • Internacional;
• Processual; • do Trabalho;
• Previdenciário;
• Tributário;
FONTES DO DIREITO
Fontes do Direito são os meios pelos quais as regras jurídicas se tornam
obrigatórias.

• Históricas, sociais, filosóficas;

• Materiais (doutrina e jurisprudência);

• Formais (primárias e secundárias).


FONTES FORMAIS DO DIREITO

Fonte Primária: LEI.

Fontes Secundárias:
a) Analogia;
b) Costume; e
c) Princípios Gerais do Direito.
CARACTERÍSTICAS DA LEI

• Nascida de um ato de Poder;


• Abstrata;
• Geral; e
• Escrita.
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Poder Executivo: possui a função de administração do Estado. É exercido pelo


Presidente da República juntamente com os Ministros por ele indicados.

Poder Legislativo: sua função típica é de elaborar as leis e proceder à fiscalização


contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da Administração direta e indireta.

Poder Judiciário: possui função jurisdicional (aplicação das leis aos casos concretos)
e investigação.
SEPARAÇÃO DE PODERES
O Brasil é uma República Federativa e tem como princípio fundamental o princípio
da separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), como a base para se
constituir em um Estado democrático de direito (CFRB, art. 60. §4º).

Adota-se o sistema de ”checks and balances” (freios e contrapesos, controles


recíprocos), mecanismo que assegura que nenhum poder irá sobrepor-se ao outro,
cuja origem se deu por meio de autores como Aristóteles, John Locke e
Montesquieu.
Por exemplo: há a possibilidade de veto da lei pelo Executivo; controle de
constitucionalidade e de legalidade pelo Judiciário; impeachment do chefe do
Executivo; nomeação dos membros dos tribunais superiores pelo chefe do
Executivo, etc.
PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988.

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia


Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade
e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.
PODER LEGISLATIVO
Âmbito federal: exercido pelo Congresso Nacional que se compõe da Câmara dos
Deputados (deputados estaduais e federais) e do Senado Federal (senadores). Adota
o sistema bicameral.

Âmbito estadual: exercido pela Assembleia Legislativa (Câmara Estadual) e composta


de deputados estaduais.

Âmbito municipal: exercido pela Câmara Municipal, composta de vereadores.

• Nessas três esferas os representantes são eleitos por voto direto e secreto, para um
mandato de 4 anos, exceto os senadores que são eleitos para o mandato de 8 anos.
ÂMBITO FEDERAL ÂMBITO ESTADUAL ÂMBITO MUNICIPAL
• 513 Deputados; “O número de Deputados à A divisão é proporcional ao
• 81 Senadores; Assembleia Legislativa número de habitantes do
• Total: 594 corresponderá ao triplo da Município (CFRB, art. 29,
COMPOSIÇÃO congressistas. representação do Estado na inciso IV, alíneas).
DO PODER Câmara dos Deputados e,
LEGISLATIVO atingido o número de trinta
DOS ENTES e seis, será acrescido de
tantos quantos forem os
FEDERATIVOS Deputados Federais acima
de doze” (CFRB, art. 27,
caput).

QUÓRUM
PARA • Quórum qualificado -
APROVAÇÃO 357 votos.
• Maioria absoluta - 298
DE LEIS votos.
• Maioria simples - 150
votos, no mínimo.
ESPÉCIES E HIERARQUIA DAS LEIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

LEIS COMPLEMENTARES

LEI ORDINÁRIA

LEI DELEGADA

DECRETO LEGISLATIVO

DECRETO PRESIDENCIAL

PORTARIA

INSTRUÇÃO NORMATIVA, RESOLUÇÃO,


ATO NORMATIVO, ATO
ADMINISTRATIVO, PORTARIA, AVISO
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
É o processo formal de criação das Leis, no Poder competente e legítimo.
Fases:
1. Iniciativa: (Deputados, Senadores, Presidente, Tribunais Superiores, Procurador-
Geral e cidadãos);
2. Discussão e Emendas; (deputados e senadores)
3. Votação ou deliberação: leis ordinárias (quórum de maioria simples), leis
complementares (quórum qualificado);
4. Sanção ou veto;(do presidente)
5. Promulgação;(aprovação)
6. Publicação;(D.O.U ou D.O.E ou D.O.M)
7. “Vacatio Legis” – (O tempo será ditado na própria lei)
VIGÊNCIA DA LEI
Período no tempo em que a Lei é obrigatória.

Conceitos:
• Início da vigência.
• Fim da vigência (revogação expressa ou tácita “derrogação”).
• Leis de vigência temporária.
PRINCÍPIOS DA RETROATIVIDADE E
DA IRRETROATIVIDADE
A Lei tem efeito “geral e imediato”, atingindo os fatos pendentes, mas
respeitando:

• A coisa julgada: decisão judicial da qual não caiba mais recursos.

• O direito adquirido: aquele que pode ser exercido a qualquer instante, uma vez que
já foi incorporado ao patrimônio de seu titular (art. 6º, parágrafo 2º, da LINDB);

• O ato jurídico perfeito: ato já consumado.


DO CONHECIMENTO DA LEI

Lei Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº


4.657/1942), ART. 3º:
“Ninguém se escusa a cumprir a lei alegando
desconhecê-la”.
DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
DIREITOS FUNDAMENTAIS GARANTIAS FUNDAMENTAIS
São bens e vantagens previstos pela norma São instrumentos por meio dos quais o
constitucional, indispensáveis à pessoa exercício dos referidos direitos é assegurado
humana, na medida em que são necessários ou prontamente reparado, se verificada a
para assegurar a todos uma existência digna sua transgressão.
e livre;

Previsão Constitucional: Título II, Capítulos I a V da Constituição de 1988:


I. Direitos e deveres individuais e coletivos;
II. Direitos Sociais;
III. Da Nacionalidade;
IV. Dos Direitos Políticos;
V. Dos Partidos políticos;
Algumas espécies de direitos fundamentais previstos no artigo 5º da
Constituição Federal:
• Igualdade formal perante a lei e a sociedade;
• Direito à vida e à integridade física;
• Direito à liberdade religiosa;
• Liberdade de pensamento e manifestação;
• Direito à privacidade e à preservação da imagem;
• Inviolabilidade domiciliar;
• Sigilo de correspondência;
• Liberdade de locomoção;
• Direito de exercer qualquer profissão conforme a lei;
• Direito de reunião e associação;
• Direito de propriedade;
• Direito de herança;
• Direito de livre acesso ao Poder Judiciário;
• Direito à assistência jurídica;
• Direito de petição;
• Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada;
Algumas espécies de direitos fundamentais de natureza penal
previstos no artigo 5º da Constituição Federal:
• Proibição ao juízo de exceção;
• Direito de resposta;
• Júri popular;
• Anterioridade da lei;
• Irretroatividade penal;
• Inafiançabilidade dos crimes de Racismo e Tráfico de drogas;
• Sublevação;
• Personificação da pena;
• Individualização da pena;
• Sistema de penas;
• Cumprimento das penas em estabelecimentos distintos;
• Extradição impedida ao brasileiro nato, ;
• Direito de defesa;
• Inadmissíveis as provas obtidas ilicitamente;
Garantias fundamentais previstas no artigo 5º da Constituição
Federal:

• Habeas Corpus: tem por objetivo proteger a liberdade de


locomoção;
• Habeas Data: visa a garantir o acesso ou retificação de dados
existentes sobre sua pessoa em bancos de dados públicos ou
particulares de caráter público;
• Mandado de Segurança: tem a finalidade de fazer cessar lesão ou
ameaça de lesão ao direito individual ou coletivo líquido e certo;
• Mandado de Injunção: tem como finalidade garantir o exercício de
direito previsto em norma constitucional de eficácia limitada ainda
não regulamentada;
• Ação Popular: é um instrumento de democracia direta por meio do
qual o cidadão exerce a fiscalização, requerendo a anulação do ato
lesivo ao patrimônio público, histórico e cultural, ao meio ambiente
e à moralidade administrativa.
EXERCÍCIOS
01 – Após conhecer os 3 poderes, e saber quais as funções de cada um,
é possível a interferência de um poder no outro? Explique.

02 – Qual a diferença de Direitos fundamentais e Garantias


fundamentais?

03- Explique as características de uma lei complementar e de uma lei


ordinária.
Módulo A

Item 1.4.

Gamification
(Refletir sobre o enunciado do case do módulo)
+
(Confronto sobre o case do módulo)
Módulo - B
Direitos da Personalidade
Os direitos da personalidade constituem elementos essenciais para a
formação da personalidade:

Características:
• São inatos;
• São indisponíveis;
• Protegidos constitucionalmente.
Espécies de direitos da personalidade
• Direito à vida;
• Direito à integridade física;
• Direito à liberdade;
• Direito à intimidade;
• Direito à identidade;
• Direito à honra;
• Direito à imagem.
PESSOA NATURAL
• Conceito:

• É o ser humano considerado sujeito de direitos e deveres


(CC, art. 1º).

• Toda pessoa tem personalidade, isto é, tem capacidade para


figurar em uma relação jurídica.

• Relação jurídica = adquirir direitos e contrair obrigações.


Início da personalidade natural
• A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com
vida — o que se constata pela respiração. (art. 2º CC.)
• Antes do nascimento não há personalidade?
Personalidade do nascituro
• O art. 2º do Código Civil ressalva os direitos do nascituro
(desde a concepção).
• Ex: se antes do nascimento o feto houver recebido doação –
no entanto fica condicionado ao nascimento com vida.
Capacidade jurídica
Capacidade jurídica
a) De direito:
b) De fato.
• Conceito : é a maior ou menor extensão dos direitos de uma pessoa – lembrando que
todos têm alguma capacidade.
• Capacidade de aquisição de direitos: todos têm – vem junto com a personalidade natural.
• Capacidade de fato ou de exercício, que é a aptidão para exercer os atos da vida civil:
nem todos possuem.
• Ex.: Os recém-nascidos tem somente a capacidade de aquisição de direitos, ou seja,
podem ser herdeiros, mas não têm a capacidade de fato, para propor ação em defesa da
herança recebida.
• Neste caso precisam ser representados pelos pais e/ou tutores.
Em resumo

• No âmbito do Direito Civil, distingue-se a capacidade de ser


sujeito de direitos, que é atribuída a todo o ser humano, da
capacidade de exercício desses direitos através do processo
judicial, que supõe autodeterminação, o que implica
inteligência e vontade suficientemente desenvolvidas.
(critério de idade ou de integridade mental)
Incapacidade

Incapacidade civil
a) Absolutamente Incapazes: menores de 16 anos;
b) Relativamente Incapazes: maiores de 16 e menores de 18 anos; os ébrios
habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua vontade; os pródigos (art. 4º do
CC).
Incapacidade Absoluta
• A que acarreta a proibição total do exercício dos atos da vida civil (art.
3º).
• O ato somente poderá ser praticado pelo representante legal do
incapaz, sob pena de nulidade (art. 166, I).
• menores de 16 anos.
• dos privados do necessário discernimento (loucos).
• os que não puderem exprimir sua vontade, mesmo por motivos
transitórios (doença - Alzheimer).
• A incapacidade deverá ser declarada pelo Juiz através de um processo
de Interdição.
Incapacidade Relativa
• A que permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido, sob
pena de anulabilidade (art. 171, I).
• maiores de 16 e menores de 18 anos.
• dos ébrios habituais e toxicômanos: consome bebida alcoólica ou drogas de forma
imoderada, por hábito ou vício – necessidade de um processo de interdição -
dependendo do teor do laudo médico, pode ser enquadrado como absolutamente
incapaz, como no caso de um alcoólatra que esteja em coma por grande lapso
temporal.
• deficientes mentais, que tenham discernimento reduzido.
• dos pródigos : pessoa que apresenta um gasto imoderado, capaz de comprometer
seu patrimônio. É considerada uma doença mental.
• Relacionados no art. 4º do CC/2002.
Proteção dos incapazes
• Assistência;
• Representação;
• Nulidade ou anulabilidade de atos;
• Tutela (até 18 anos);
• Curatela (maior de 18 anos).

• Atos praticáveis pelos relativamente incapazes, mesmo sem assistência:


• Casamento (com autorização dos pais);
• Elaboração de testamento;
• Testemunhar atos e negócios jurídicos;
• Requerer registro de seu nascimento;
• Ser empresário (com autorização);
• Ser eleitor;
• Ser mandatário ad negotia (mandato extrajudicial).
• Realizar contratos;
Curador X Tutor
• A diferença básica é que o tutor é responsável pelos incapazes em
razão da idade: menores de 18 anos.
• O curador, por sua vez, é quem representa os interesses de quem é
incapaz em virtude de outras causas, que ensejam a incapacidade de
uma pessoa após os 18 anos que não tenham discernimento para a
prática desses atos, aqueles que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
• Tutor tem mais responsabilidades do que curador.
• Tutor: bens + educação.
• Curador: somente bens.
Continuação
• Enfim, do menor não há curatela, há tutela.*
• Se, depois da maioridade, existir alguma outra causa que enseje
a incapacidade, deverá ser convertida a tutela em curatela, e o
tutor em curador, por decisão judicial.
• Isso porque a incapacidade do menor decorre automaticamente
de lei, todo menor precisa de um representante ou assistente.
• Já a curadoria de um maior depende de decisão judicial que
decrete a chamada “interdição” do maior, nomeando-lhe um
curador.
Emancipação
Ocorre a emancipação (art. 5º CC):
• Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, e por sentença do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
• Pelo casamento.
• Pelo exercício de emprego público efetivo.
• Pela colação de grau em curso de ensino superior.
• Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
Cessação da incapacidade
• Cessa a incapacidade quando desaparece a sua causa.
• Se a causa for a menoridade, cessará em dois casos:
• a) pela maioridade, aos 18 anos;
• b) pela emancipação:
• que pode ser voluntária (concedida pelos pais)
• judicial (concedida pelo juiz)
• c) Art. 5º
• I — pelo casamento;
• II — pelo exercício de emprego público efetivo,
• III — pela colação de grau em curso de ensino superior;
• IV — pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.”
Extinção da personalidade natural
• a) Morte real (CC, art. 6º, 1ª parte) - paralisação da atividade encefálica –
atestado de óbito
• b) Morte presumida: será declarada por sentença: I – se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II –
se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra. Há necessidade de
declaração judicial.
• c) Morte simultânea ou comoriência (art. 8º) - Se dois ou mais indivíduos
falecerem na mesma ocasião não se podendo averiguar qual deles
morreu primeiro
• Não há transferência de bens entre comorientes.
Domicílio
É o lugar em que a pessoa reside com ânimo definitivo.

• Domicílio de pessoas físicas: se a pessoa tiver diversas residências, o


domicílio pode ser considerado quaisquer delas.

• Domicílio de pessoas jurídicas: o lugar em que se encontra a sua sede


ou onde funciona a suas diretorias e administrações.
Bens
São coisas suscetíveis de apropriação pelo homem.

Patrimônio é um acervo de bens ativos e passivos vinculados juridicamente a um pessoa


física ou jurídica.

Classes de bens:
• Bens imóveis;
• Bens fungíveis;
• Bens consumíveis;
• Bens divisíveis;
• Bens singulares;
• Bens coletivos;
Fatos, atos e negócios jurídicos
Fato é um acontecimento localizado no tempo e no espaço, que podem ter ou não
efeitos jurídicos;
• Exemplo: queda de uma telha sobre uma pessoa; falecimento de uma pessoa.

Ato jurídico: é o ato humano voluntário que produz efeitos regulados em lei;
• Exemplo: geração de um filho;

Negócio jurídico: é o ato humano voluntário pelo qual o agente tem o propósito de
realizar efeitos jurídicos em seu interesse.
• Exemplo: compra e venda, casamento, empréstimo.
Defeitos do negócio jurídico
Vícios da Vontade ou do consentimento:
- Erro (arts. 138 a 144 do CC);
- Dolo (arts. 145 a 150 do CC);
- Coação (arts. 151 a 155 do CC);
- Estado de perigo (art. 156 do CC)
- Lesão (art. 157 do CC) ;
Vícios ou Defeitos
do Negócio Jurídico
Vícios Sociais:
- Simulação (art. 167 do CC) - existe
debate doutrinário se ainda
constitui vício social.
- Fraude contra credores (arts. 158 a
165 do CC).
PESSOAS JURÍDICAS UNIÃO, ESTADOS E
MUNICÍPIOS
INTERNO
DE DIREITO
PÚBLICO
NAÇÕES
ESTRANGEIRAS E
ORGANIZAÇÕES
INTERNACIONAIS
PESSOA JURÍDICA
EXTERNO

SOCIEDADES EMPRESARIAIS
FUNDAÇÕES
DIREITO PRIVADO
ASSOCIAÇÕES
SOCIEDADE SIMPLES
Fundações

• Universalidades de bens;
• Finalidade estipulada pelo fundador, por ato “mortis causa” ou “inter-
vivos”;
• Objetivos imutáveis;
• Bens dotados são inalienáveis (salvo com autorização judicial);
• Objeto sempre será a consecução de fins nobres;
• Não visa o lucro.
Associações
• Podem ser civis, religiosas, científicas, literárias e de utilidade pública;
• Visam fins nobres e não econômicos;
• Seu objeto pode ser alterado;
• Seus bens podem ser alienados.
Sociedade Civil (simples)
• Tem finalidade econômica;
• Divisão do lucro com os sócios;
• Objeto social é a prestação de serviços:
• Seus atos constitutivos são registrados em Cartórios.
Sociedades Comerciais
• Atividade comercial;
• Constituição perante Junta de Comércio;
• Participação nos lucros e nas perdas;

• Tipos mais conhecidos:


a) Sociedade Limitada (Ltda); e
b) Sociedade Anônima (S/A).
OBRIGAÇÕES
A obrigação é um vínculo de direito, pelo qual alguém se obriga a dar, a
fazer ou não fazer alguma coisa, em favor de outrem.

Elementos da obrigação:
i. Sujeito ativo;
ii. Sujeito passivo;
iii. O objeto;
Modalidades das obrigações: Consequências da Inexecução das
• Obrigação de dar; obrigações:
• Obrigação de fazer; • Dano emergente;
• Obrigação de não fazer; • Lucro cessante;

Formas de extinção das obrigações:


• Pagamento;
 Cessão de Crédito.
• Pagamento por consignação;
• Pagamento por sub-rogação;  Assunção de Dívida.
• Dação em pagamento;
• Novação;
• Transação;
CONTRATOS
O contrato é o acordo de duas ou mais vontades, com o propósito de produzir certos efeitos
jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos.

• Regulamenta vontades (elemento estrutural);

• Cria, modifica ou extingue direitos e obrigações (elemento funcional);

• Exige, como validade, o preenchimento dos requisitos previstos no artigo 104, CC:
• Agentes capazes;
• Objeto lícito possível, determinado ou determinável;
• Forma prescrita ou não defesa em lei;
• Além do consentimento.
Modalidades contratuais previstas no Código
Civil
1. Compra e venda;
2. Troca e permuta;
3. Doação;
4. Locação;
5. Empréstimo;
6. Prestação de serviço;
7. Empreitada;
8. Depósito;
9. Mandato;
10. Comissão;
11. Corretagem;
12. Transporte;
13. Seguro;
14. Fiança;
Modos de extinção da relação contratual
• Pela execução, solução, quitação ou pagamento;

• Se houver nulidade relativa ou nulidade absoluta;

• Aplicando cláusula resolutiva e cláusula de arrependimento (arts. 420 e 475 do


Código Civil);
• Pela resilição do contrato (arts. 472 e 473 do Código Civil);

• Pela resolução do contrato (por inexecução ou onerosidade excessiva);


Tipos de contratos com o Poder Público
• Contrato de obra pública;

• Contrato de serviço;

• Contrato de fornecimento;

• Contrato de concessão.
Contratos com o Poder Público
Características:

• Poder de alteração e rescisão unilateral pela Administração Pública;


• Equilíbrio financeiro;
• Reajustamento de preços e tarifas;
• Exceção do contrato não cumprido “exceptio non adimpleti contractus”;
• Aplicação de penalidades contratuais;
• Interpretação do contrato (princípio da boa fé).
Princípios da licitação

• Procedimento formal;
• Vinculação ao edital;
• Publicidade dos atos;
• Sigilo na apresentação das propostas;
• Julgamento objetivo;
• Adjudicação compulsória (assegurar a contratação do vencedor da
forma imediata).
Licitação – casos de dispensa
• Guerra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;

• Emergência;

• Contratação de profissional ou empresa com notória especialização;

• Contratação de artistas ou para a aquisição de obras artísticas.


Licitação

• O que passa a definir a modalidade de licitação


é a natureza do objeto e não mais o valor
estimado da contratação.
Novo Regime de Licitações e contratos:
1. Concorrência: pode ser utilizada para contratação de bens e serviços especiais; obras e serviços de engenharia
comuns e especiais;

2. Concurso: utilizado para contratação de trabalho técnico, científico ou artístico. Sendo certo que, a partir de
agora, os critérios de julgamento irão aferir a melhor técnica ou conteúdo artístico;

3. Leilão: Serve para alienação de bens. No caso de bens móveis não há mais limite para o seu valor. A alienação de
bens imóveis permanece nessa modalidade contudo sem condicionantes, portanto a nova lei não define mais
limites de qualquer natureza; O critério de julgamento continua sendo o de maior lance;
Continuação:
4. Pregão: Passa a ser obrigatório para todos os sujeitos passivos da nova lei. Atinge todos os bens e serviços
comuns, exceto os serviços comuns de engenharia que também podem ser objeto da concorrência. Critério de
julgamento menor preço e maior desconto. O NRLC introduzir regras para o Sistema de Registro de Preços, inovação
que deve ser considerada com atenção;

5. Diálogo Competitivo: Nova modalidade de licitação que consiste em debates com os licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos com o fim de desenvolver alternativas capazes de atender as necessidades
da Administração Pública. Ao final do diálogo, os representantes apresentarão uma proposta final.
Licitação – procedimentos

1. Confecção do edital;

2. Recebimento da documentação e propostas;

3. Habilitação dos licitantes (capacidade jurídica, regularidade fiscal, capacidade


técnica e idoneidade financeira);

4. Julgamento das propostas;

5. Adjudicação e homologação.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Conceito
“Toda vez que alguém sofrer um detrimento qualquer, que for ofendido física ou
moralmente, que for desrespeitado em seus direitos, que não obtiver tanto quanto
for avençado, certamente lançará mão da responsabilidade civil para ver-se
ressarcido. A responsabilidade civil é, portanto, a retratação de um conflito” (Rui
Stocco).

Espécies:
• Contratual;
• Extracontratual.
Elementos da Responsabilidade Civil

1. Fato lesivo causado por uma ação ou omissão, através de dolo ou culpa.
2. Ocorrência de um dano;
3. Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.
4. A culpa pode ser representada pelas seguintes condutas:
a) Negligência;
b) Imprudência; ou
c) Imperícia.
Negligência, imprudência e imperícia
Negligência Imprudência Imperícia

Falta de reflexão ou Falta de


Falta de cuidado e precipitação em conhecimento ou
desleixo proposital tomar atitudes habilidade específica
Definição em determinada diferentes daquelas para o
situação. aprendidas ou desenvolvimento de
esperadas. uma atividade
científica ou técnica.

•Médico neurologista
•Pais falharem em •Passar o sinal efetuar uma cirurgia
deveres importantes vermelho; plástica sem aptidão;
para o bem-estar de
filhos; •Não utilizar •Engenheiro elétrico
Exemplos equipamentos de assumir a construção
•Médico usar proteção individual de um edifício sem
utensílios não quando solicitado. conhecimentos de
esterelizados. engenharia civil.
Espécies de danos reparáveis pela
responsabilidade civil
• Dano patrimonial: dano emergente (correspondente ao efetivo
prejuízo experimentado pela vítima, ou seja, “o que ela perdeu) e
lucros cessantes (àquilo que a vítima deixou razoavelmente de lucrar).
• Dano Moral: lesão de direitos da esfera personalíssima da pessoa
(direitos da personalidade), violando, por exemplo, sua intimidade,
vida privada, honra e imagem, que são bens jurídicos tutelados
constitucionalmente.
Excludentes da responsabilidade civil
EXCLUDENTES DA EXCLUDENTES DA
RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL
SUBJETIVA OBJETIVA
• Legitima defesa; • A culpa exclusiva da vítima;
• Estado de necessidade; A culpa exclusiva de terceiro;

• O exercício regular de direito;
• A força maior;
• O estrito cumprimento do
dever legal; • O caso fortuito;
• O caso fortuito;
• A força maior;
DIREITO DE FAMÍLIA
“Constitui o direito de família o complexo de normas que regulam a
celebração do casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam,
as relações pessoais e econômicas da sociedade conjugal, a dissolução
desta, a união estável, as relações entre pais e filhos, o vínculo do
parentesco e os institutos complementares da tutela e curatela”. (Clóvis
Beviláqua)

Previsão legal: artigos 1.511 a 1.783 do Código Civil.


Relações de parentesco
Parentesco é uma aliança jurídica existente entre pessoas em
decorrência de nascimento (parentesco consanguíneo), casamento
(parentesco por afinidade) ou adoção (parentesco civil).

O vínculo de parentesco estabelece-se por linhas: reta e colateral, e a


contagem faz-se por graus.
GRAUS DE PARENTESCO
FORMAS DE PARENTESCO
1º GRAU 2º GRAU 3º GRAU
PAIS (equiparado
EM LINHA RETA INCLUSIVE MADASTRA
ASCENDENTE E PADRASTRO) AVÓS BISAVÓS
PARENTES
CONSANGUÍNEOS DESCENDENTE FILHOS NETOS BISNETOS
TIOS E
SOBRINHOS (E
SEUS
EM LINHA COLATERAL IRMÃOS CÔNJUGES)

SOGROS (INCLUSIVE
MADRASTA E
PADASTRO DO
CÔNJUGE OU AVÓS DO CÔNJUGE
ASCENDENTE COMPANHEIRO) OU COMPANHEIRO

PARENTES POR ENTEADOS, GENROS,


AFINIDADE NORAS (INCLUSIVE, NETOS (EXCLUSIVOS BISNETOS DO
DO CÔNJUGE OU DO CÔNJUGE OU CÔNJUGE OU
EM LINHA RETA DESCENDENTE COMPANHEIRO) COMPANHEIRO) COMPANHEIRO

TIOS E
SOBRINHOS DO
CÔNJUGE OU
CUNHADOS (IRMÃOS COMPANHEIRO
DO CÔNJUGE OU (E SEUS
EM LINHA COLATERAL COMPANHEIRO) CÔNJUGES)
Filiação
Filiação é a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha
reta, que liga uma pessoa àquelas que a geraram ou a receberam como se a
tivessem gerado (em caso de adoção).

• Presunção de paternidade na constância do casamento: art. 1.597 do Código


Civil;

• Modo de reconhecimento dos filhos:


• Judicial (coativo ou forçado)
I. Por meio de ação de investigação de paternidade.
• Voluntário (perfilhação):
I. registro do nascimento;
II. Por escritura pública ou escrito particular;
III. por testamento;
IV. por manifestação direta e expressa perante o juiz(CC, art. 1.609).
Poder Familiar
Poder familiar é o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos
menores.

Poder familiar dos pais sobre os filhos, segundo o Código Civil de 2002, art. 1.634:
I. dirigir-lhes a criação e a educação;
II. exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;
III. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município;
VI. nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo
não puder exercer o poder familiar;
VII. representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa
idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII. reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
IX. exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
Regime de bens entre cônjuges
• Regime da comunhão parcial (CC, art. 1.640):
• É o que prevalece, se os consortes não fizerem pacto antenupcial, ou o fizerem mas for nulo ou ineficaz.
Por essa razão, é chamado também de regime legal ou supletivo. Aplicável à união estável.
• Estabelece a separação quanto ao passado (bens que cada cônjuge possuía antes do casamento) e
comunhão quanto ao futuro (adquiridos na constância do casamento).

• Regime da separação legal ou obrigatório (CC, art. 1.641):


• das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas (CC, art. 1.523) da celebração
do casamento;
• da pessoa maior de sessenta anos;
• de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. ( ex. maiores de 16 menores de 18,
não emancipados)
• Regime da comunhão universal (CC, art. 1.667)
• É o regime em que se comunicam todos os bens, atuais e futuros, dos cônjuges,
ainda que adquiridos em nome de um só deles, bem como as dívidas posteriores ao
casamento, salvo os expressamente excluídos pela lei ou pela vontade dos nubentes,
expressa em convenção antenupcial.

• Regime de participação final dos aquestos (CC, art. 1.672)


• Enquanto durar a sociedade conjugal, cada cônjuge tem a exclusiva administração de
seu patrimônio pessoal.
• Hibrida (durante é convencional e no final se torna parcial)

• Regime da Separação convencional (CC, art. 1.687)


• Neste regime, cada cônjuge conserva a plena propriedade, a integral administração e
a fruição de seus próprios bens, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real
livremente (CC, art. 1.687), sejam móveis ou imóveis (CC, art. 1.647).
Dissolução da sociedade conjugal
As causas terminativas da sociedade conjugal estão especificadas no art. 1.571 do Código Civil:
a) morte de um dos cônjuges;
b) nulidade ou anulação do casamento; (art. 1.548 e seguintes C.C.)
c) divórcio;
i. Consensual: processa-se por declaração convergente dos cônjuges, manifestada perante o juiz, independente do
tempo duração do casamento;
 Divórcio extrajudicial: trata-se de divórcio consensual, realizado por escritura pública, no Tabelionato de Notas, quando não há
filhos menores ou incapazes do casal (art. 733 do CPC/2015).

ii. Litigioso: se um dos cônjuges não tem vontade de se divorciar ou se não há acordo completo sobre as questões
envolvidas no fim do casamento (filhos menores, nome e bens).

 Pelo atual Código Civil, o (a) separado (a) de fato, pode constituir união estável (art. 1.723, § 1º, do CC).
DIREITO DAS SUCESSÕES
O direito das sucessões é um ramo do direito que disciplina a transmissão do
patrimônio (o ativo e o passivo) do de cujus (ou autor da herança) a seus
sucessores.

• Fundamento jurídico: “A propriedade conjugada ou não com o direito de família”.

• Fundamento constitucional: art. 5º, inciso XXII, XXX, XXXI da CF/88;

• Previsão legal: Código Civil de 2002, livro V, arts. 1.784 a 2.027.


Sucessão hereditária
(regra geral)
i. Descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente;

ii. Ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente;

iii. Cônjuge ou convivente sobrevivente;

iv. Colaterais; e

v. O Estado.
Sucessão hereditária
(falecido casado e com descendentes)

Em concorrência com os descendentes, o cônjuge sobrevivente terá


direito a um quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não
podendo sua cota ser inferior à quarta parte da herança.
Sucessão hereditária
(Direito de Representação)

Consiste na convocação legal para suceder em lugar de outro herdeiro,


parente mais próximo do finado, mas anteriormente pré-morto,
ausente ou incapaz de suceder, no instante em que se abre a sucessão.
Testamento
A sucessão testamentária decorre de expressa manifestação de última vontade, em testamento ou
codicilo.
O testamento constitui ato de última vontade, pelo qual o autor da herança dispõe de seus bens
para depois da morte e faz outras disposições

Previsão legal: Código Civil, arts. 1.857 e 1.858.

Modalidades de testamento:
I. Testamento público; (feito no tabelião em seu livro de notas, art. 1.864 cc).
II. Testamento cerrado; (secreto, necessidade de 2 testemunhas, tem que ser aprovado pelo
tabelião, só será aberto pelo juiz, art. 1.868 cc).
III. Testamento particular; (pode ser escrito de próprio punho ou por meio mecânico, não
precisa ser registrado no tabelião art. 1.876 cc).
Inventário
Inventário é o processo judicial ou extrajudicial que se destina à relação, descrição,
avaliação e liquidação de todos os bens pertencentes ao de cujus ao tempo de sua
morte, para distribuí-los entre seus sucessores. (Maria Helena Diniz).

 Prazo de abertura: 2 meses a contar do falecimento do de cujus (CPC/2015, art. 611);


 Prazo de encerramento: até 12 meses (prorrogação de ofício ou a requerimento das partes);
 Abre-se no lugar do último domicílio do falecido (CC, art. 1.785);
 Lei Estadual (SP) nº 10.705 de 2.000 (ITCMD);
EXERCÍCIOS
01- Explique o conceito de Pessoa Natural, e quando se dá o inicio e o
fim dessa Personalidade?

02- Quais as diferenças entre TUTOR e CURADOR?

03- Quais são os elementos que constituem a Responsabilidade Civil?


Módulo B

Item 2.4.

Gamification
(Refletir sobre o enunciado do case do módulo)
+
(Confronto sobre o case do módulo)
Módulo - C
A RELAÇÃO DE CONSUMO
O direito do consumidor é um conjunto de regras jurídicas que visa equilibrar as relações decorrentes do
consumo de bens e serviços, preservando os interesses do consumidor, previstas no Código do Consumidor (Lei
nº 8.078 de 1990)

Partes na relação de consumo:


• Consumidor: pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final (art.
2º, do CDC).
• Fornecedor: toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços (art. 3º do CDC)
Direitos básicos do consumidor – art. 6º

• a proteção contra a publicidade enganosa;

• a proteção contra cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de


produtos e serviços;

• a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações


desproporcionais;

• a revisão das cláusulas contratuais em razão de fatos supervenientes que as


tornem excessivamente onerosas;
Direito de arrependimento do consumidor

CDC, Art. 49.


“O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de
recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados”.
Produto e Serviço
• Produtos – Conceito:
• § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel.

• Prestação de serviços – Conceito:


• § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração.
Princípios
• O CDC foi criado para defender o Consumidor;
• Segue os seguintes princípios (art. 4º);
• I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no
mercado de consumo;
• II - boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;
• III - educação e informação de fornecedores e
consumidores, quanto aos seus direitos e deveres;
Princípio da Inversão do Ônus da Prova

• O Ônus da prova se refere ao dever de prova as alegações que faz.

• Na relação fornecedor x consumidor, o ônus da prova recai, sempre, sobre o fornecedor.

Artigo 38, do CDC:


“O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as
patrocina.”
Publicidade X Propaganda
• No CDC não se confundem publicidade e
propaganda.
Publicidade enganosa (art. 37)

• Conceito:

• Aquela que induz o consumidor ao engano.

• “É enganosa qualquer modalidade de informação ou


comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz
de induzir em erro o consumidor”.
Publicidade Abusiva (art. 37)
• Diferentemente da publicidade enganosa, a publicidade
abusiva é aquela ilícita por trazer como conteúdo o abuso de
direito,
• Ex:
• a) A publicidade que incita à violência.
• b) A publicidade que explora o medo ou a superstição.
• c) A publicidade que seja capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança (ex.: consumo de cigarros e com carros em alta
velocidade).
Responsabilidade pelo fato do produto ou
serviço
Artigo 12 do Código do Consumidor:
“O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos”.

O defeito que se refere o artigo é de substância, aquele que determina o recolhimento do produto.

• Por exemplo: em 2016 o celular da marca Samsung, modelo Galaxy Note 7 teve a fabricação suspensa devido a um defeito que
causava a explosão da bateria.
Responsabilidade por vício do produto ou do
serviço
Artigo 18 do Código do Consumidor:
“Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como
por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes
viciadas”.

Não sendo sanado o vício, no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir alternativamente ou à sua escolha:
i. A substituição do produto;
ii. A restituição da quantia paga; ou
iii. O abatimento proporcional do preço;
Deveres do Prestador de Serviços - Art. 20

• Havendo vícios, pode o consumidor exigir:


• I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional;
• II - a restituição imediata da quantia paga;
• *A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco
do fornecedor.
Decadência dos direitos do consumidor
CDC, art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I. trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II. noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
III. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução dos serviços.
Prescrição do direito do consumidor

Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados


por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II do Capítulo III do
CDC, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
dano e de sua autoria (CDC, art. 27.)
Infrações administrativas
O Código do Consumidor estabelece sanções administrativas, sem prejuízo das sanções civis e penais, tais
como:
• Apreensão de produto;
• Cassação de registro;
• Suspensão temporária de atividade;
• Cassação de licença;
• Interdição total ou parcial do estabelecimento e outras;
Infrações penais
O Código do Consumidor estabelece sanções penais em relação aos crimes contra as relações de consumo, nos
artigos 61 a 80.

O CDC tipifica as condutas e estipula penas:


• de multa;
• interdição de direitos;
• prestação de serviço à comunidade;
• penas privativas da liberdade com a detenção;
EXERCÍCIOS
01 - Explique o Princípio da Inversão do Ônus da Prova.

02- O que se entende por Publicidade enganosa e Publicidade abusiva?


Explique.

03) Em qual situação o consumidor poderá exercer o Direito de


Arrependimento? Qual o prazo?
Módulo C

Item 3.4.

Gamification
(Refletir sobre o enunciado do case do módulo)
+
(Confronto sobre o case do módulo)
Módulo - D
A noção de empresário
Empresário (art. 966 do Código Civil): toda pessoa que exerce profissionalmente
uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou
serviços, com o intuito de obter lucro (com exceção das atividades imobiliárias,
intelectuais, literária ou artística);

Deveres do empresário (art. 967 do Código Civil)


• Inscrever-se no Registro Público de Empresas Mercantis;
• Seguir um sistema de contabilidade com base na escrituração uniforme de seus
livros;
• Levantar anualmente o balanço patrimonial;
• Conservar papeis e livros pertencentes a seu negócio;
A noção de empresa
Empresa: é uma atividade econômica exercida profissionalmente pelo
empresário por meio da articulação dos fatores produtivos para a produção ou
circulação de bens ou de serviços para o mercado.

Registro público de empresas mercantis: para empresários e sociedades é


obrigatório. Enquanto não inscritos seus atos constitutivos a sociedade será regida
pelas normas da sociedade simples.
Estabelecimento empresarial
Segundo o art. 1.142 do CC, “considera-se estabelecimento todo
complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário ou por sociedade empresária”.

• Complexo de bens organizado: podem ser materiais ou imateriais, móveis ou


imóveis;
• O estabelecimento é o instrumento do empresário para desenvolver a empresa
(atividade).
• É desprovido de personalidade jurídica;
• A venda do estabelecimento é denominada trespasse;
Nome empresarial
O nome empresarial tem a função de identificar o empresário, seja pessoa física ou jurídica, perante
o mercado consumidor e diferenciá-lo de seus concorrentes, sendo um dos elementos do
estabelecimento.

Características:
• Empresário individual: o nome empresarial pode não coincidir com o civil;
• Pessoa jurídica: não tem outro nome além do empresarial;

Espécies de nome empresarial:


• Firma: só pode ter por base nome civil, do empresário individual ou dos sócios da sociedade
empresária;
• Denominação: deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil ou
qualquer outra expressão linguística (nome fantasia);
Cada tipo de empresário deverá adotar uma espécie de nome empresarial,
conforme disposição legal:

FIRMA DENOMINAÇÃO DISPOSIÇÃO


LEGAL
Empresário individual X Art. 1.156, CC

Sociedade em nome coletivo X Art. 1.157, CC

Sociedade em comandita simples X Art. 1.157, CC

Sociedade limitada X X Art. 1.158, CC

Sociedade anônima X Art. 1.160, CC

Sociedade em comandita por ações X X Art. 1.161, CC

Sociedade cooperativa X Art. 1.159, CC

Sociedade em conta de participação Art.1.162, CC

EIRELI X X Art. 980-A, § 1°,


CC
Tipos Societários – Sociedades
• Quando o empresário decide abrir sua empresa e nela ter um sócio, é
necessário fundar uma sociedade. Para isso, é necessário escolher o
tipo societário ideal. Assim, será possível entender qual o tipo de
sociedade e como ela será registrada de acordo com o momento que
a empresa se encontra.
Soc. Simples X Soc. Empresarial

• Sociedade simples
• A sociedade simples é uma sociedade entre duas ou mais pessoas, que tem
como objetivo a prestação de serviços por meio de seus sócios. Neste tipo de
parceria, os sócios exercem a suas profissões ou prestam serviços de natureza
pessoal.
• Tem o registro de seus atos no Cartório. Entre elas estão:
1- Sociedade Simples (em sentido estrito ou comum)
Ex: Sociedade de advogados, sociedade de médicos etc.
2- Sociedade Limitada.
Continuação
• Sociedade empresária
• A sociedade empresária tem como objetivo a atividade econômica
organizada para a produção e/ou circulação de bens ou de serviços. Ou seja, a
atividade empresarial está diretamente relacionada aos meios de produção
de produtos ou serviços.
• tem o Registro de seus Atos na Junta Comercial. Entre elas estão:

1- Sociedade Anônima

2- Sociedade Limitada
• Sociedade Limitada:
• o capital é dividido em quotas que poderão ser integralizadas em dinheiro
ou na forma de bens, podendo aumentar.
• para a criação é necessário um contrato social com os interesses de todas as
partes envolvidas;
• necessário a escolha de um nome empresarial por meio de uma
denominação ou firma/razão social;
• Assembleia e reunião: são os principais órgãos de uma sociedade e podem
deliberar uma lei para alterar o contrato social.

• Sociedade Anônima:
• previstas pela Lei nº 6.404/76;
• o capital social (número total de recursos e bens) é separado em ações;
• Não tem necessidade de constar qual é o objeto da empresa ficando
facultativo aos sócios;
• São companhias que podem ser abertas (aceitas na Bolsa de Valores),
fechadas (não divulgam ações) ou mistas (captam capital público e privado).
TÍTULOS DE CRÉDITO
Os títulos de crédito representam uma certa quantia de dinheiro, por isso possuem
requisitos:
• Cartularidade: os títulos devem ser transformados em documentos;
• Literalidade: é estabelecido o que está escrito no documento;
• Abstração: depois da emissão do título de crédito ele separa-se de sua origem;
• Autonomia: o atos realizados com o título se tornam independentes no decorrer do tempo;
• Circulabilidade: o nome do título e o crédito são transferíveis;
• Força executiva: caso esse título não seja pago ele poderá ser exigido na justiça.
Endosso
Quando uma pessoa transfere o nome do título referente ao crédito ele está
realizando um endosso. Quem transfere recebe o nome de endossante e quem se
torna o novo credor recebe o nome de endossatário. Esse processo transfere a
titularidade do crédito que fica obrigado a realizar o pagamento.

Espécies:
• Endosso em preto: Consta o nome do endossatário;
• Endosso em branco: Não consta o nome do endossatário; Aquele que se apresentar com
o título será considerado seu legítimo beneficiário;
• Endosso póstumo: É aquele feito após a data do protesto por falta de pagamento ou da
data para fazê-lo. Tem efeito de cessão civil de crédito;
• Endosso mandato: Espécie de endosso impróprio ou irregular. Não transmite o direito de
crédito, somente o exercício de alguns direitos, como cobrança, em nome do beneficiário,
protesto;
• Endosso caução: Espécie de endosso impróprio ou irregular. Funciona como uma garantia.
Aval
É uma garantia de pagamento que acontece quando uma pessoa
concorda em ser o fiador de uma dívida consciente de que poderá ser
responsabilizado caso a dívida não seja paga. Esse avalista se torna o
principal devedor da dívida. Assim como o endosso esse aval pode ser
branco ou preto. O aval também está relacionado ao caráter conjugal
da pessoa que se for casado deverá ter assinatura do marido ou da
esposa.
Protesto
É uma forma de comprovar de que o título de crédito não foi pago. Para declarar
falência é necessário protestar o título. O protesto é feito por pessoa física ou
jurídica em que o credor vai até um cartório de protesto de títulos e documentos
com o título para protesto. O cartório irá intimar o devedor para:
• pagar o débito;
• comprovar o pagamento;
• justificar o motivo pelo qual não pagou;
• caso o devedor não se manifeste o título é protestado e o credor recebe uma
certidão.
Espécies de títulos de crédito
• Nota promissória;
• Letra de câmbio;
• Cheque;
• Duplicatas;
• Títulos de créditos impróprios.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E
FALÊNCIA
• A lei 11.101/05 trata dos procedimentos atinentes à recuperação judicial e
extrajudicial e à falência.

• A lei só se aplica aos empresários (individual ou sociedade empresária).

• O colapso econômico do empresário pode ser consequência de:


• Insolvência: inaptidão econômica para cumprir contratos;
• Inadimplemento: descumprimento da prestação devida no tempo, lugar e
modo convencionados;
Noções sobre Recuperação Extrajudicial
O devedor em dificuldade financeira pode tentar negociar suas dívidas com seus credores na seara
privada, por meio de uma acordo, sem a intervenção do Poder Judiciário.

• O devedor elabora um plano de recuperação extrajudicial, e apresenta para um ou mais credores


(art. 50, LRF);
• Não pode ser objeto os créditos trabalhistas, fiscais, oriundos de contratos de Adiantamento de
Câmbio; arrendamento mercantil; alienação ou cessão fiduciária.
• Requisitos: atender às mesmas condições estabelecidas pela lei para o acesso à recuperação judicial
(LF, arts. 161 e 48);

• Feito o acordo - deve ser aprovado por 3/5 dos credores - seu cumprimento se torna obrigatório para
todas as partes.

• O plano pode ser homologado em juízo de forma facultativa (a adesão da totalidade dos credores)
ou obrigatória (adesão de somente parte dos credores);
Noções gerais de Recuperação Judicial
• Se o devedor julgar que sozinho não conseguirá renegociar seus débitos junto aos credores, poderá pleitear junto ao
Poder Judiciário que seu plano de recuperação seja feito com o amparo do Estado.
• Visa o estabelecimento de um acordo com os credores mediante apresentação em juízo de um plano com
discriminação pormenorizada dos meios de recuperação;
• Não pode ser objeto os créditos trabalhistas, fiscais, oriundos de contratos de Adiantamento de Câmbio; arrendamento
mercantil; alienação ou cessão fiduciária.

Requisitos: atender às condições estabelecidas pela lei (LF, art. 161);


• Exercer atividade empresária há no mínimo 2 anos;
• Se falido, ter obtido sentença declarando extintas as obrigações daí decorrentes;
• O administrador ou sócio controlador não pode ter sido condenado por crime falimentar;
• Não pode ter obtido o benefício da recuperação judicial nem homologação de plano de recuperação extrajudicial nos últimos 5 anos;
• Não pode ter obtido o benefício da recuperação judicial especial (para ME/ EPP) nos últimos 8 anos.
Noções gerais de falência

Quando a recuperação do devedor for inviável, deverá ser decretada a sua falência
para que sejam satisfeitas as dívidas perante seus credores.

A falência é execução coletiva que tem por finalidade liquidar o passivo (dívidas) a
partir da realização (venda) do patrimônio da empresa.

Para a declaração da falência deve ser caracterizada a impontualidade (art. 94,


inciso I, da Lei de Falências) e o estado de insolvência, que é uma situação de
impossibilidade econômica de adimplemento, podendo apresentar duas causas:
• Déficit patrimonial: passivo superior ao ativo;
• Iliquidez patrimonial: falta de disponibilidade para efetuar pagamentos pontuais.
• Requerimento da falência:
• Credor de obrigação líquida vencida e não paga, desde que
seja no valo mínimo de 40 salários mínimos;
• Credores no caso de execução frustrada, desde que
transcorrido o prazo de defesa sem que o devedor tenha
nomeado bens suficientes à penhora para satisfazer o crédito;
• Qualquer interessado que prove a prática de atos de falência do
devedor, que acarretarão a presunção da sua insolvência;
• O próprio devedor — pedido de autofalência;
• O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o
inventariante;
• Sócio do devedor (caso o devedor seja sociedade empresária).
EXERCÍCIOS
01- Qual a diferença entre empresa e empresário, conforme a lei?

02- Descreva os títulos de crédito existentes.

03- Explique o conceito de Recuperação extrajudicial.


Módulo D

Item 4.4.

Gamification
(Refletir sobre o enunciado do case do módulo)
+
(Confronto sobre o case do módulo)
Módulo - E
Noções sobre Direito do Trabalho
O Direito do trabalho é um conjunto de normas que regula as relações de trabalho
entre empregados e empregadores, estabelecendo seus recíprocos direitos e
obrigações decorrentes dessa atividade.

CLT (Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943) - conjunto híbrido de leis


destinadas a regular a relação de emprego.
Relação de trabalho e relação de emprego
Relação de emprego: ocorre quando estão previstos os requisitos do art. 3º da CLT:
i. Pessoa física ou jurídica (art. 442-B § 6º);
ii. Pessoalidade: o empregado nunca pode se fazer substituir;
iii. Habitualidade (não eventual) – expectativa de retorno;
iv. Subordinação – É o estado de submissão do empregado com relação ao seu
empregador;
v. Onerosidade - contraprestação pela prestação de serviços (salário);
vi. Alteridade – O empregado presta serviços por conta alheia, não assume os
riscos da atividade econômica.
Contrato de trabalho
É o negócio jurídico expresso ou tácito mediante o qual uma pessoa natural obriga-
se perante pessoa natural, jurídica ou ente despersonificado a uma prestação
pessoal, não eventual, subordinada e onerosa de serviços.

Em regra são realizados por prazo indeterminado;


Contrato por prazo determinado: de serviço ou atividade transitória ou de experiência.
• Não há: aviso prévio; estabilidade; multa do FGTS;
Contrato temporário (Lei nº 6.019/74):
 Acréscimo de serviço; Necessidade transitória de substituição de pessoal; Máximo de três
meses, podendo ser prorrogado por até 6 meses;
 Contrata-se um tomador de serviço quem envia o empregador,
Segurança do Trabalho
• O que é a segurança do trabalho?
Se trata de uma ciência que estuda a ocorrência de acidentes de
trabalho, de forma a preveni-los e proteger a saúde do trabalhador,
garantindo seu bem-estar.
• Para realizar essa função, a segurança do trabalho envolve o
conhecimento de áreas como medicina, engenharia,
enfermagem, estatística e epidemiologia, desenvolvendo diversas
tecnologias, como os equipamentos de proteção individual (EPI).
Regulamentação – NR 4
• A NR 4, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabelece critérios para
organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho (SESMT). A exigência dos SESMT, por sua vez, estão na CLT.
• Assim, a NR 4 tem a finalidade de reduzir os acidentes de trabalho e as doenças
ocupacionais, exigindo que os SESMT sejam compostos pelos seguintes profissionais:
• Médico do trabalho
• Engenheiro de segurança do trabalho
• Enfermeiro do trabalho
• Técnico de segurança do trabalho
• Auxiliar de enfermagem do trabalho.
A quantidade de profissionais exigida pela NR 4 para fazer parte dos SESMT muda de
acordo com o número de trabalhadores da empresa e o risco da atividade.
Regulamentação de EPI’S – NR 6
• A Norma Regulamentadora de número 6 é uma disposição
complementar ao capítulo V da CLT, que versa a respeito da
segurança e da medicina do trabalho. A NR 6 estabelece um conjunto
de regras para a utilização de EPIs nas empresas, a fim de assegurar a
proteção dos trabalhadores durante sua jornada laboral.

• A quem cabe a fiscalização do uso dos EPI’S?


Continuação.
• Cabe a empresa fiscalizar o uso dos EPI’S, inclusive a norma
estabelece como os equipamentos devem ser escolhidos, de acordo
com a necessidade do trabalhador, e os riscos que ele pode correr.
• Caso os trabalhadores se neguem a seguir essas regras, é dever da
empresa aplicar advertências verbais e escritas, suspensão e até
mesmo serem desligados por justa causa, conforme previsto no artigo
158 da CLT.
Insalubridade – NR 15
• O adicional de insalubridade foi criado para a proteção dos
trabalhadores que estão expostos a algum tipo de risco durante a
execução de suas atividades laborais, que possam vir a causar algum
dano a médio e longo prazo.

• Quais atividades podem ensejar o adicional de insalubridade?


Continuação
• As atividades que podem ensejar o adicional de insalubridade, são as atividades que
estejam relacionadas com os seguintes riscos:
• ruído contínuo e de impacto;
• calor e frio;
• radiação;
• condições hiperbáricas;
• vibrações;
• umidade;
• substâncias químicas;
• poeira proveniente de minerais;
• agentes biológicos.
Continuação.
• Além dessa definição, a norma estabelece inúmeros aspectos que são
analisados ao se realizar o cálculo do adicional de insalubridade e isso varia
de acordo com a situação e o tipo de risco. Assim, é importante salientar
que o adicional varia de 10% a 40% e isso é definido com base nos critérios
expressamente estabelecidos:
• 10%: grau mínimo;
• 20%: grau médio;
• 40%: grau máximo.
OBS: essas porcentagens são calculadas sobre o salário mínimo, sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros
da empresa.
Periculosidade – NR 16
• Assim como a insalubridade, o adicional de periculosidade veio para
proteger os trabalhadores de riscos que ele possa ter no ambiente de
trabalho. Porém quando falamos em periculosidade, estamos falando
de risco iminentes do trabalhador.
• Em outras palavras, implicam em contato com agentes que podem
causar acidentes graves capazes de levar a óbito, lesão corporal com
mutilação parcial ou irreparável.
Continuação.
• As atividades que podem ensejar o adicional de periculosidade estão
regulamentadas na NR 16. A NR 16 considera como atividades e
operações perigosas aquelas:
• Com explosivos;
• Com inflamáveis;
• Com radiações ionizantes ou substâncias radioativas;
• Com exposição a roubos ou outras violências físicas;
• Com energia elétrica;
• Com motocicleta.
Continuação.
• A NR 16 afirma que a responsabilidade por afirmar se o trabalho é ou
não perigoso é do empregador. Assim como o fornecimento dos EPIs
adequados.
• No entanto, tanto na NR 15 quanto na NR 16, o enquadramento
simples não basta para caracterizar uma atividade ou operação
perigosa. As duas NR’S afirmam que a caracterização da
periculosidade ou insalubridade se dá por meio de laudo técnico.
Continuação.
• A NR 16 estabelece que “o exercício de trabalho em condições de
periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de:
• 30% (trinta por cento)
OBS: Esse percentual incide sobre o salário base da categoria, sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos
lucros da empresa.
Existe a possibilidade de receber adicional de
periculosidade se meu trabalho não consta na NR 16?
• Existe sim essa possibilidade, desde que regulamentados por
Acordos Coletivos ou leis complementares.
• Ex: os agentes penitenciários, cuja atividade não consta nos
anexos da NR 16 mas em diversos estados há acordos para
que esses trabalhadores recebam adicional de periculosidade.
• Ressalta-se portanto, a necessidade do profissional de Saúde
e Segurança do Trabalho manter-se sempre atualizado quanto
às normas e regulamentações pertinentes à sua área de
atuação, mantendo em vista a possibilidade de haver
regulamentações específicas para os trabalhadores de
determinados setores de atividades.
Suspensão e interrupção do contrato de
trabalho
A suspensão e a interrupção ocorrem quando o empregado temporariamente
paralisa a prestação de serviços à empresa. A diferença está apenas nos efeitos do
período de afastamento:

a) Na suspensão, o empregado não recebe salário e não é computado o tempo de


serviço. Não existe, pois, efeitos no contrato de trabalho;

b) Na interrupção, o empregado recebe salário e é computado o tempo de


serviço.
Critérios adotados para diferenciação

Na suspensão: ausência de trabalho, salário e tempo de


serviço (ausência de contagem de tempo de serviço)
*existem 3 exceções: licença maternidade; afastamento por
motivo de acidente de trabalho ou doença profissional e
afastamento para a prestação de serviço militar.
Na interrupção: ausência de trabalho e manutenção do
pagamento de salário e contagem de tempo de serviço.
Em resumo - hipóteses
Extinção do contrato de trabalho
A CLT menciona o termo rescisão e o utiliza de forma a técnica para qualquer forma
de extinção do contrato de trabalho.

Classificação da extinção:
• Resilição: uma ou ambas as partes, de forma imotivada, ou seja, sem justo motivo, decidem por fim
ao contrato;
a) Despedida sem justa causa: direito potestativo do empregador;
b) Pedido de demissão: direito potestativo do empregado;
• Distrato: manifestação de vontade de ambas as partes, 484-A da CLT;
• Justa causa: hipóteses previstas no art. 482 da CLT;
• Rescisão indireta: trata-se da falta grave patronal, a maioria das hipóteses estão previstas no art.
483 da CLT.
Duração e jornada do trabalho
A duração da jornada de trabalho não pode exceder o limite máximo
imposto por lei.
• Previsão legal: art. 7°, XIII da CF, e art. 58 da CLT.
• Máximo: 8 horas diárias e 44 semanais (máximo 10 horas diárias)

Jornada de trabalho diferenciada (6h diárias):


• Bancários;
• Telefonistas;
• Trabalhadores em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva.

Excluídos da jornada de trabalho:


• Domésticos (lei própria regulamentadora); gerentes (cargos de confiança);
trabalhadores externos (sem nenhum tipo de ;
Férias
É o período de interrupção do contrato de trabalho, ligado à saúde e à higidez física e
mental do empregado, que precisa de um período de descanso a cada 12 meses de
trabalho:
• Período: 30 dias anuais. Podendo ser dividida em 3 períodos, no mínimo de 14 dias a primeira parte
e pelo menos 5 dias as demais.
• Remuneração + 1/3 (terço constitucional);
• Período aquisitivo: 12 meses inicias em que o empregado trabalha para adquirir direito às férias;
• Período concessivo: 12 meses subsequentes em que o empregado deverá gozar das suas férias
(dentro desse período);
• A CLT estabelece que o empregador deve informar o período de férias com 30 dias de antecedência;
• Passado o prazo concessivo devem ser pagas em dobro mais 1/3 sobre o dobro, e os 30 dias de
férias.
Justiça do Trabalho
Compete à Justiça do Trabalho julgar e processar dissídios individuais ou coletivos,
entre empregados e empregadores, e controvérsias oriundas das relações de
trabalho.

Órgãos da Justiça do Trabalho:


i. Varas do Trabalho;
ii. Tribunal Regional do Trabalho;
iii. Tribunal Superior do Trabalho;
iv. STF
EXERCÍCIOS
01- Qual a principal diferença de insalubridade e periculosidade? Cite ao
menos três hipóteses de atividades insalubres e atividades perigosas.

02- A jornada de trabalho em turnos ininterruptos de revezamento é de 6


horas diárias. Essa jornada pode ser modificada? Se sim, de qual forma?

03- Cite e explique os conceitos de interrupção e suspensão do contrato de


trabalho, e ainda, quais são as hipóteses de cabimento de cada uma delas
(ao menos duas hipóteses de cada uma).
NOÇÕES DE DIREITO
TRIBUTÁRIO
O Direito tributário
O Direito Tributário é um ramo do direito público que vai regular as relações
jurídicas entre o Estado e as pessoas, sendo elas pessoas físicas ou jurídicas,
contribuintes ou não. Para Paulo de Barros Carvalho Direito Tributário é o ramo
“didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições
jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição
arrecadação e fiscalização de tributos”. No mesmo sentido, o autor Rubens Gomes
de Souza conceitua como “ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas
entre o Estado e os particulares decorrentes de atividade financeira do Estado, no
que se refere à obtenção de receitas que correspondem ao conceito de tributos”.
O sistema tributário
A Constituição Federal tem um capítulo próprio para regular o Sistema Tributário Nacional, que
nada mais é do que um complexo de normas e princípios que regulam as garantias e as obrigações
dos contribuintes, bem como as regras que devem ser observadas pelos entes políticos quando da
implementação e cobrança dos tributos, isto é, no processo produtivo de leis tributárias.

O Sistema Constitucional Tributário se inicia no artigo 145, e se estende até o artigo 162 da
Constituição da República Federativa do Brasil.

O sistema constitucional tributário é definido pela doutrina como:


É uma carta de direitos do contribuinte contra a excessiva e reconhecida carga tributária da
Federação tripartida que é o Brasil, único país do mundo a outorgar, constitucionalmente,
competência impositiva aos municípios. (MARTINS 2001, p.09)
Espécies tributárias
A Constituição Federal estabelece as seguintes espécies tributárias:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas

O Código Tributário Nacional, em seu artigo 5º, instituído pela Lei Ordinária nº
5.172/1966, recepcionado pela nova ordem constitucional com eficácia de Lei
Complementar, ao prever as espécies tributárias estabelece que os tributos são
impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Já a doutrina e a jurisprudência estão muito distantes de chegar a um
consenso sobre quais e quantas são as espécies tributárias. Embora,
como já visto, a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional
só façam menção a três espécies tributárias, os estudiosos discutem
a existência de duas, três, ou ainda, quatro ou cinco espécies
tributárias, a saber:

I. Teoria bipartida: impostos e taxas


II. Teoria tripartite: impostos, taxas e contribuições de melhoria;
III. Teoria Quadripartida: impostos, taxas, contribuições e empréstimos
compulsórios;
IV. Teoria Pentapartida: impostos, taxas, contribuições de melhoria,
contribuições especiais e empréstimos compulsórios;
Conceito de tributo
Nos termos do artigo 3°, do CTN,

“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.
Segundo os Arts. 145 CF, e 5° CTN: são tributos os impostos, taxas e as
contribuições.

• Imposto: tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16, CTN).

• Taxa: cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 77, TN);

• Contribuição de Melhoria: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos


Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (art.
81 do CTN).
• Contribuições especiais: espécie de tributo com finalidade
constitucionalmente definida, a saber, intervenção no domínio
econômico, interesse das categorias profissionais ou econômicas e
seguridade social. (MACHADO, Hugo. 2009, p.214)

• Empréstimos compulsórios: A instituição dos Empréstimos


Compulsórios está prevista no artigo 148 da Constituição Federal,
tendo por objetivo atender a despesas extraordinárias, decorrentes
de calamidade pública, de guerra externa ou de sua iminência, ou
ainda, no caso de investimento de caráter urgente e de relevante
interesse nacional.
Taxas
(Art. 145, II, CF):
São tributos vinculados (dependem de uma atividade estatal); criadas e
disciplinadas por lei ordinária; competência comum (há taxas da união, estados, DF,
e municípios); as taxas não terão base de cálculo própria de impostos.

Podem ser de dois tipos dependendo da atividade estatal que as remunera:


• Taxa de polícia (exercida para remunerar uma fiscalização efetiva, ex. taxa de
vigilância sanitária, taxa para certidões) poder de polícia;
• Taxa de serviço (cobradas para remunerar serviço público específico e divisível –
uti singule, ex. taxa do lixo - STF).
Contribuição de melhoria
O Código Tributário Nacional cuida da Contribuição de Melhoria no seu artigo 81, conforme segue:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para
cada imóvel beneficiado

• É tributo vinculado à atividade estatal; criado e disciplinado por Lei Ordinária;


• É cobrada quando se realiza um obra pública que valoriza imóvel do contribuinte.
• Será de competência Federal, Estadual ou Municipal, dependendo de quem faz a obra.
• Fato gerador: valorização imobiliária decorrente de obra pública.
• A base de cálculo é o quantum de valorização experimentada pelo imóvel.
Empréstimo compulsório
A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência; assim como em caso de investimento público de
caráter urgente e de relevante interesse nacional, observando o disposto no art.
150, III, b, e art. 148 da CF/ 88.
Contribuições especiais
Visam financiar as atividades do Estado na área social. Subdivide-se em:
• Contribuição para a seguridade social: financia os serviços de saúde, previdência e
assistência social;
• Outras contribuições: competência residual da União (art. 195, § 4º, CF);
• Contribuições sociais gerais: prestam-se a financiar os serviços públicos em outros
setores sociais não abrangidos pela seguridade social;
• CIDE: possui função extrafiscal, porquanto estimula o setor econômico por meio da
transferência de recursos;
• Contribuições Corporativas: têm natureza parafiscal, posto que instituídas em benefício
de categorias profissionais ou econômicas;
• COSIP: contribuição para o custeio da iluminação pública (art. 149-A, CF). De
competência dos Municípios.
Elementos da obrigação tributária
A obrigação tributária é um vínculo jurídico onde o devedor paga uma prestação
em proveito do credor. A prestação será sempre de natureza tributária, seja de dar,
fazer ou não fazer. A obrigação pode ser principal ou acessória (art. 113, CTN).

• Obrigação principal: é o pagamento do tributo ou da penalidade. Seus


elementos são:
• Fato gerador: ocorrência do fato previsto em lei como tributável;
• Sujeito ativo: União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
• Sujeito passivo: contribuinte ou responsável;
• Base de cálculo: valor econômico;
• Alíquota: percentual ou valor fixo que se aplica sobre a base de cálculo.

• Obrigação acessória: não tem conteúdo pecuniário. Trata-se de prestações


positivas ou negativas no interesse da fiscalização ou arrecadação de tributos,
como as obrigações de emitir documentos fiscais, de escriturar livros e de
entregar declarações.
Crédito tributário
O crédito tributário é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força da qual o Estado (sujeito
ativo) pode exigir do particular, o contribuinte responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou
da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional). (MACHADO, 2009, p. 172).

O artigo 139 do Código Tributário Nacional estabelece que: “O crédito tributário decorre da obrigação
principal e tem a mesma natureza desta”.

A constituição do Crédito Tributário se dá pelo Lançamento, que é ato privativo da Fazenda Pública
credora da obrigação e obrigatório para a autoridade tributária, sob pena de responsabilidade funcional.

Etapas para a materialização do crédito tributário:


 Hipótese de incidência (prevista em lei) Fato gerador Obrigação tributária Lançamento
Crédito tributário
Competência tributária
A Constituição Federal não cria os tributos, mas atribui competências para que os diversos entes
federativos possam instituí-los, com a observância do princípio da legalidade.

Trata-se de uma faculdade concedida pelo constituinte aos entes federados para instituir e cobrar
tributos, para garantir renda própria e implementar a autonomia política e administrativa, tornando
eficaz o princípio federativo.

A doutrina define competência tributária:


Competência Tributária é a aptidão para criar, in abstracto, tributos. No Brasil, por injunção do
princípio da legalidade, os tributos são criados, in abstracto, por meio de lei (art.150, I, da CF),
que deve descrever todos os elementos essenciais da norma jurídica tributária. (CARRAZA, 2004,
p. 449)
Há limites constitucionais tributários, dentre os quais destaca-se:
a) exigir ou aumentar tributos com a observância do princípio da
legalidade;
b) não utilizar o tributo com efeito de confisco;
c) observar o princípio da anterioridade, ou seja, há necessidade
de lei anterior ao exercício financeiro em que se irá cobrar o
tributo sobre patrimônio e renda;
d) não é possível estabelecer limitações, barreiras, ao tráfego de
pessoas e bens;
e) imunidade recíproca entre os entes da federação.

Ressalta-se que as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas


também devem respeitar os limites normativos constitucionais
federais.
Impostos Municipais
• IPTU (Imposto Sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana): de acordo com o art. 32 do CTN, o IPTU
incide sobre imóveis localizados em área definida como urbana pela lei municipal (deve ter pelo menos duas melhorias
públicas). Ex. iluminação, energia elétrica, escola, água, etc.);

• ISS (Imposto Sobre Serviços): incide sobre a prestação ou circulação de serviços (definidos em lei complementar
municipal), excluídos os serviços de transporte intermunicipal e interestadual e os serviços de comunicação, que são
tributados pelo ICMS, de competência estadual. Em regra ISS é devido no município da sede do prestador, exceto
construção civil (paga no local da prestação), não incide sobre locação de bem (sumula vinculante n. 31) (art. 156, III, da
CF/88).

• ITBI (Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos) tem como fato
gerador a transmissão, ''inter vivos'', a qualquer título, de propriedade ou domínio útil de bens imóveis; quando há a
transmissão a qualquer título de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; ou quando há a cessão
de direitos relativos às transmissões acima mencionadas (art. 35, incisos I, II, III, do CTN).
Impostos Estaduais
• IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículos): o fato gerador é a propriedade de
veículos automotores. Esse imposto tem o seu valor estabelecido em tabela divulgada pelos
Estados.

• ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços): Incide


na realização de operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior (art. 155, II, CF/88);

• ITCMD (Impostos Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou
Direitos): incide sobre a transmissão de bens móveis e imóveis, havidos em decorrência de
herança ou doação. Para apuração do imposto devido é necessário fazer uma declaração (Art.
155, I e § 1°, CF/88)
Impostos da União
• IR (Imposto de Renda): é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de
renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho, ou da combinação de ambos; e
de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não
compreendidos no conceito de renda (CTN, art. 43);

• II (Imposto de Importação): tem como fato gerador a entrada de produtos


estrangeiros no território nacional (CTN, art. 19);

• IE (Imposto de Exportação): tem como fato gerador a saída de produtos nacionais ou


nacionalizados do território nacional (CTN, art. 23);

• IPI (Impostos sobre produtos industrializados): o fato gerador é o desembaraço


aduaneiro do produto, quando de procedência estrangeira, a saída do produto do
estabelecimento do importador, do industrial, do comerciante ou do arrematante ou a
arrematação;
• IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras): Imposto sobre
Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações
relativas a Títulos ou valores Mobiliários tem função extrafiscal,
podendo ser utilizado como instrumento de política financeira (art.
63, CTN);

• ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural): o fato gerador


é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,
como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do
Município (CTN, art. 29).

• IGF (Imposto sobre grandes fortunas): o fato gerador é ser


possuidor de grandes fortunas. Ainda não existe Lei Complementar
a definir o que são “grandes fortunas”, para fins de incidência do
imposto (art. 153, VII, CF/88);
Imunidade tributária
A imunidade tributária é uma hipótese de não-incidência de impostos constitucionalmente
qualificada. Isto é, a Constituição Federal impede que a lei de tributação inclua certos fatos na
hipótese de incidência de impostos.

Constituição Federal, art. 150, inciso VI:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão”.
Imunidade Recíproca:
• De acordo com o artigo 150, inciso VI, aliena ‘a’, é vedado à União, aos Estados-
Membros, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, bem como as autarquias e
fundações mantidas pelo Poder Público. Essa disposição constitucional visa à
proteção do federalismo.

Imunidade de templos
• No artigo 150, inciso VI, alínea ‘b’, da Constituição a imunidade que protege o
patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais de
qualquer templo. O fundamento é garantir a liberdade de crença, tendo em vista
que o Brasil é um país laico, isto quer dizer, não tem religião oficial.
• A imunidade alcança o seminário, a casa do padre/pastor, automóvel, rede de TV;
para alguns alcança até a comercialização de camisetas, imagens (tudo que estiver no
nome da igreja).
Entidades imunes
• Segundo o artigo 150, inciso VI, alínea ‘c’, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre
o patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, inclusive das
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei.

Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel


destinado a sua impressão
• A imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea ‘d’, da
Constituição Federal, justifica-se pela liberdade de expressão. Essa
imunidade deve abranger até mesmo os meios indispensáveis à
produção dos objetos imunes, tal como os equipamentos destinados
à sua produção.
• Ex. imposto de importação sobre máquinas destinadas à impressão de jornais. A
imunidade visa baratear a produção das obras e não enriquecer os produtores.
EXERCÍCIOS
01- Explique o conceito de tributo.

02- Explique as diferenças entre taxa e imposto.

03- O impostos são divididos entre Município, Estado e União. Cite três
exemplos de impostos que são direcionados a cada ente.
Módulo E

Item 5.8.

Gamification
(Refletir sobre o enunciado do case do módulo)
+
(Confronto sobre o case do módulo)

Você também pode gostar