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A posição social ocupada pelo indivíduo garantirá, ainda que muitas vezes não tenha
consciência completa disso, todo um conjunto de valores e de ações que influenciará suas
atitudes na sociedade. Desse modo, essa herança adquirida a partir de sua posição social se
converterá, de maneira prática, em modos de pensar, agir e sentir. Mas atenção: essa
herança será processada dentro dos indivíduos de maneira particular. Se admitíssemos que
herdamos essas características provenientes de nossas posições na sociedade de maneira
automática, cairíamos na perspectiva que dota a sociedade de extrema força a ponto de
determinar as ações individuais.
Desse modo, a partir do entendimento bourdieusiano de habitus, as ações que os sujeitos
realizam em sociedade podem ser compreendidas justamente no ponto de encontro entre a
realidade externa que os cerca e a figura do próprio indivíduo. Traduzindo em expressões
que Bourdieu usou muito, é possível perceber o “interior exteriorizado” e “exterior
interiorizado”. A sociedade (exterior) está presente em nós na medida em que interiorizamos
todo um conjunto de valores e práticas a partir justamente de nossa posição na estrutura
social. Do mesmo modo, também podemos ver nosso exterior (a realidade social) sendo
composto enquanto o produto de diversos habitus que foram interiorizados pelos indivíduos
e que estes “devolveram” ao meio social na forma de ações, pensamentos e palavras.
campo social se mostrará como espaço estruturado de posições sociais. Essas posições
sociais não são definidas pelos indivíduos que as ocupam, mas os próprios indivíduos
precisam ocupá-las para agirem socialmente, para desempenharem suas estratégias, para
serem alguém no mundo social.
Independentemente do campo ou do território que o campo emerge, “em qualquer campo
descobriremos uma luta, cujas formas específicas terão de ser investigadas em cada caso,
entre o novo que entra e tenta arrombar os ferrolhos do direito de entrada e o dominante que
tenta defender o monopólio e excluir a concorrênci
legado símbolico:
Legado pode ser formado por bens não materiais, podendo ser cultual ou intelectual como,
por exemplo, as obras deixadas pelos grandes autores brasileiros como Machado de Assis,
Adélia Prado e muitos outros representantes da nossa literatura.
O termo “simbólico” atua como um adjetivo qualificativo que serve para designar tudo que
expressa um simbolismo, algo não concreto ou evidente
“O poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a
cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o
exercem” (BOURDIEU, 1989, p. 7).