Você está na página 1de 2

ALUNA: Mariana Gonçalves Souto – odontologia 2º período UNIPAM

PROFESSOR: Mateus Maia de Souza Brum Oliveira

RESENHA CRÍTICA – O Menino do Pijama Listrado e o etnocentrismo

O filme “O menino do pijama listrado”, de 2008, é uma adaptação de uma obra


literária que retrata a horrível realidade dos campos de concentração nazistas na
Alemanha. No contexto histórico na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o
protagonista passa para o público uma perspectiva inocente de uma criança, até porque,
as pessoas não nascem com uma visão etnocêntrica, e sim adquirem ao longo da vida.

A família de um oficial nazista se muda para uma casa próxima a um campo de


concentração, e o filho mais novo do casal, Bruno, explorando o terreno encontra um
menino de pijama listrado, Shmuel. Para bruno um incrível amigo, para o pai de Bruno,
uma pessoa inferior, desprezível e impura. As visitas de Bruno ao menino judeu se
tornam cada vez mais frequentes e o fechamento da história é nas câmaras de gás, onde
as duas crianças são cruelmente assassinadas junto a muitos judeus adultos, o que
comove a grande maioria do público. O autor John Boyne proporciona grandes
reflexões a quem assiste o filme, fazendo uma crítica perspicaz ao etnocentrismo.

Paralelamente, a leitura do artigo “O etnocentrismo como um elemento


constitutivo da cultura ocidental” de Heber Junio Pereira Brasão, traz o seguinte
conceito de etnocentrismo: “Etnocentrismo é um preconceito que cada sociedade ou
cada cultura produz, ao mesmo tempo que procura incutir, em seus membros, normas e
valores peculiares. Se sua maneira de ser e proceder é a certa, então as outras estão
erradas, e as sociedades que as adotam constituem “aberrações”. Assim o etnocentrismo
julga os outros povos e culturas pelos padrões da própria sociedade, que servem para
aferir até que ponto são corretos e humanos os costumes alheios. Desse modo, a
identificação de um indivíduo com sua sociedade induz à rejeição das outras.”

O holocausto, motivado pelo etnocentrismo exatamente como descrito acima,


perseguiu e assassinou 6 milhões de judeus além de outras vítimas de perseguição
nazista. Isso é bem retratado no filme.
Sendo o etnocentrismo um preconceito resistente, difundido por diferentes
sociedades ao longo de muito tempo, dele derivam ideologias etnocentristas, que
procuram justificar esse preconceito, políticas imperialistas e discriminatórias. Entre as
ideologias cabe citar a época do descobrimento, a época das luzes, evolucionismo
cultural, supremacia espiritual do ocidente, e o enraizado racismo.

Já o relativismo cultural, se contrapõem a essas ideologias através do


reconhecimento e valorização de múltiplas culturas, dá uma base para a verdadeira
compreensão e relações realmente humanas entre os povos. Como mostra o artigo de
Paulo Menezes publicado na Revista SymposiuM “Etnocentrismo e relativismo cultural:
algumas reflexões”

Por fim, Camila Sissa Antunes proporciona a reflexão da antropologia na área da


saúde “Antropologia nos Cursos de Graduação na Área da Saúde: contribuições,
relações e diálogos”. Essa presença curricular tem como objetivo a compreensão das
pessoas não apenas como seu corpo biológico, mas associado inúmeros outros fatores
presentes. Ressalta também a importância do exercício do relativismo cultural, como
pautar as relações no campo prático da saúde. Dessa forma a antropologia é o estudo do
homem em sua totalidade, em dimensões históricas, biológicas, sociais e culturais; tem
muito a acrescentar para todos os cursos, em especial na área da saúde. Eu sou
graduanda em odontologia e reconheço essa relevância para mim enquanto profissional
e em minha vida pessoal também.

Você também pode gostar