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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
SÃO LUÍS – MA
2023
1) O canal para um líquido é formado por duas placas fixas. Se existe escoamento laminar
entre placas, mostre que as equações de Navier Stokes e continuidade se reduzem a:
𝜕²𝑢 1 𝜕𝑝
= ( )
𝜕𝑦² 𝜇 𝜕𝑥
e
𝜕𝑝
=0
𝜕𝑦
Integre essas equações para mostrar que o perfil de velocidade para o escoamento é:
1 𝜕𝑝 2
𝑑 2
𝑢 = ( ) ( ) [𝑦 − ( ) ]
2𝜇 𝜕𝑥 2
RESOLUÇÃO
Neste escoamento as partículas fluidas se deslocam na direção x, que é paralelas as placas, e que
não existem outras componentes de vetor velocidade, ou seja, v = 0 e w = 0. O que reduz a equação
de Navier Stokes apenas ao vetor x.
𝜕𝑢𝑥
• O termo é nulo, pois trata-se de regime permanente, ou seja, não varia com o tempo.
𝜕𝑡
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑡
𝜕𝑢𝑥
• 𝑢 ≠ 0, mais o termo é igual a zero, pois u não varia com o eixo x.
𝜕𝑥
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑥
𝜕𝑢𝑥
• O termo é diferente de zero, pois u varia com o eixo y, mas por causa da velocidade
𝜕𝑦
𝜕𝑢𝑥
• w = 0 e o termo é igual a zero, pois u não varia com o eixo z.
𝜕𝑧
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑧
𝑔=0
𝜕²𝑢
≠0
𝜕𝑦²
𝜕𝑝 𝜕²𝑢
0=− +𝜇
𝜕𝑥 𝜕𝑦²
𝜕²𝑢 1 𝜕𝑝
= ( )
𝜕𝑦² 𝜇 𝜕𝑥
Como o perfil de velocidade parabólico para o escoamento entre placas paralelas e imóveis tem-
se:
𝜕𝑝
0=− − 𝜌𝑔
𝜕𝑦
Como a gravidade é desprezada g = 0, logo
𝜕𝑝
0=−
𝜕𝑦
Integrando a equação
𝜕²𝑢 1 𝜕𝑝
= ( )
𝜕𝑦² 𝜇 𝜕𝑥
Integrando a primeira vez
𝑑 𝑑𝑢 1 𝜕𝑝
∫ ( ) = ∫ ( ) 𝑑𝑦
𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝜇 𝜕𝑥
Temos:
𝑑𝑢 1 𝜕𝑝
= ( ) 𝑦 + 𝐶1
𝑑𝑦 𝜇 𝜕𝑥
Integrando pela segunda vez temos:
1 𝜕𝑝
∫ 𝑑𝑢 = ∫ (( ) 𝑦 + 𝐶1 ) 𝑑𝑦
𝜇 𝜕𝑥
Temo:
1 𝜕𝑝 2
𝑢= ( ) 𝑦 + 𝐶1 𝑦 + 𝐶2
2𝜇 𝜕𝑥
Precisamos determinar as duas constantes 𝐶1 𝑒 𝐶2 , para isso usaremos duas condições de contorno:
Condição 1:
𝑑𝑢
= 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑦 = 0
𝑑𝑦
Condição 2:
𝑑
𝑢 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑦 = ±
2
𝑑𝑢 1 𝜕𝑝
= ( ) 𝑦 + 𝐶1
𝑑𝑦 𝜇 𝜕𝑥
Aplicando a condição de contorno1 temos:
1 𝜕𝑝
0=( ) ∗ 0 + 𝐶1
𝜇 𝜕𝑥
Logo 𝐶1 = 0
1 𝜕𝑝 2 1 𝜕𝑝 𝑑 2
𝑢= ( )𝑦 − ( )( )
2𝜇 𝜕𝑥 2𝜇 𝜕𝑥 2
1 𝜕𝑝 𝑑 2
𝑢=( ) ( ) [𝑦 2 − ( ) ]
2𝜇 𝜕𝑥 2
Portanto, esse é o perfil de velocidade.
2) O líquido está confinando entre uma placa superior com uma área A e uma superfície fixa. A
força F é aplicada à placa e lhe dá uma velocidade U. Se isso causa um escoamento laminar e a
pressão não varia, mostre que as equações de Navier-Stokes e da continuidade indicam que a
distribuição de velocidade para esse escoamento é definida por:
𝑦
𝑢 = 𝑈( )
ℎ
𝐹
𝜏𝑥𝑦 =
𝐴
RESOLUÇÃO
𝜕𝑢𝑥
• O termo é nulo, pois trata-se de regime permanente, ou seja, não varia com o tempo.
𝜕𝑡
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑡
𝜕𝑢𝑥
• 𝑢 ≠ 0, mais o termo é igual a zero, pois u não varia com o eixo x.
𝜕𝑥
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑥
𝜕𝑢
• O termo 𝜕𝑦𝑥 é diferente de zero, pois u varia com o eixo y, mas por causa da velocidade
(v =0) a multiplicação é anulada, logo
𝜕𝑢𝑥
𝑣 =0
𝜕𝑦
𝜕𝑢𝑥
• w = 0 e o termo é igual a zero, pois u não varia com o eixo z.
𝜕𝑧
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑧
𝑔=0
𝜕²𝑢
≠0
𝜕𝑦²
𝜕𝑝 𝜕²𝑢
0=− +𝜇
𝜕𝑥 𝜕𝑦²
𝜕²𝑢 1 𝜕𝑝
= ( )
𝜕𝑦² 𝜇 𝜕𝑥
Integrando a equação
𝜕²𝑢 1 𝜕𝑝
= ( )
𝜕𝑦² 𝜇 𝜕𝑥
Integrando a primeira vez
𝑑 𝑑𝑢 1 𝜕𝑝
∫ ( ) = ∫ ( ) 𝑑𝑦
𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝜇 𝜕𝑥
Temos:
𝑑𝑢 1 𝜕𝑝
= ( ) 𝑦 + 𝐶1
𝑑𝑦 𝜇 𝜕𝑥
Integrando pela segunda vez, temos:
1 𝜕𝑝
∫ 𝑑𝑢 = ∫ (( ) 𝑦 + 𝐶1 ) 𝑑𝑦
𝜇 𝜕𝑥
Temos:
1 𝜕𝑝 2
𝑢= ( ) 𝑦 + 𝐶1 𝑦 + 𝐶2
2𝜇 𝜕𝑥
Precisamos determinar as duas constantes 𝐶1 𝑒 𝐶2 , para isso usaremos duas condições de contorno:
Condição de contorno 1: 𝑢 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑦 = 0
Condição de contorno 2: 𝑢 = 𝑈 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑦 = ℎ
1 𝜕𝑝 2
𝑢= ( ) 𝑦 + 𝐶1 𝑦 + 𝐶2
2𝜇 𝜕𝑥
Aplicando a condição de contorno 1 temos:
1 𝜕𝑝
0= ( ) ∗ 02 + 𝐶1 ∗ 0 + 𝐶2
2𝜇 𝜕𝑥
Logo 𝐶2 = 0
1 𝜕𝑝 2
𝑈= ( ) ℎ + 𝐶1 ℎ + 0
2𝜇 𝜕𝑥
𝑈 1 𝜕𝑝 ℎ2
𝐶1 = − ( )
ℎ 2𝜇 𝜕𝑥 ℎ
𝑈 1 𝜕𝑝
𝐶1 = − ( )ℎ
ℎ 2𝜇 𝜕𝑥
1 𝜕𝑝 2
𝑢= ( ) 𝑦 + 𝐶1 𝑦 + 𝐶2
2𝜇 𝜕𝑥
1 𝜕𝑝 2 𝑈 1 𝜕𝑝
𝑢= ( )𝑦 + ( − ( ) ℎ) 𝑦
2𝜇 𝜕𝑥 ℎ 2𝜇 𝜕𝑥
Rearranjando a equação temos:
1 𝜕𝑝 2 𝑈𝑦 1 𝜕𝑝
𝑢= ( )𝑦 + ( − ( ) ℎ𝑦)
2𝜇 𝜕𝑥 ℎ 2𝜇 𝜕𝑥
𝑦 1 𝜕𝑝
𝑢=𝑈 + ( ) (𝑦 2 − ℎ𝑦)
ℎ 2𝜇 𝜕𝑥
Como a variação da pressão ao longo do eixo x não ocorre. Pois o fluido se encontra em contato
com a pressão atmosférica, logo:
𝜕𝑝
=0
𝜕𝑥
𝑦
𝑢=𝑈
ℎ
𝜕𝜌
Como o regime do escoamento é permanente o = 0, e como o escoamento é incompressível, a
𝜕𝑡
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑥
𝜕𝑢𝑥
• O termo é zero, pois u não varia na direção z.
𝜕𝑧
𝜕𝑢𝑥
=0
𝜕𝑧
Logo a equação da continuidade se reduz a:
𝜕𝑢𝑥
≠0
𝜕𝑦
Podemos dizer que:
𝑑𝑢𝑥
= 𝐶1
𝑑𝑦
Integrando temos:
∫ 𝑑𝑢 = ∫ 𝐶1 𝑑𝑦
Resolvendo a integral temos, que se torna a equação da reta, que se observamos a figura veremos
que o perfil de velocidade possui o formato de reta.
𝑢 = 𝐶1 𝑦 + 𝐶2
Precisamos determinar as duas constantes 𝐶1 𝑒 𝐶2 , para isso usaremos duas condições de contorno:
Condição de contorno 1: 𝑢 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑦 = 0
Condição de contorno 2: 𝑢 = 𝑈 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑦 = ℎ
Aplicando as condições de contorno:
𝑢 = 𝐶1 𝑦 + 𝐶2
Aplicando a condição de contorno 1 temos:
0 = 𝐶1 ∗ 0 + 𝐶2
Logo 𝐶2 = 0
Aplicando a condição de contorno 2 temos:
𝑈 = 𝐶1 ℎ + 0
Logo
𝑈
𝐶1 =
ℎ
Substituindo as condições de contorno temos:
𝑦
𝑢= 𝑈
ℎ
Calculo da velocidade média
1
𝑉𝑚 = ∫ 𝑣𝑑𝐴
𝐴
onde
𝑑𝐴 = 𝑙𝑑𝑦 𝑒 𝐴 = 𝑙ℎ
1 1 ℎ𝑈
𝑉𝑚 = ∫ 𝑣𝑑𝐴 = ∫ 𝑦𝑙𝑑𝑦
𝐴 𝑙ℎ 0 ℎ
Rearranjando a equação temos:
𝑈 ℎ
𝑉𝑚 = ∫ 𝑦𝑑𝑦
ℎ² 0
Resolvendo a integral temos:
ℎ
𝑈 𝑦2
𝑉𝑚 = [ ]
ℎ² 2 0
𝑦
𝐹 𝑈
= 𝜇 ℎ
𝐴 ℎ
Rearranjando e isolando 𝜇 encontramos a equação que determina a viscosidade, temos:
𝐹
𝜇=
𝐴 𝑈𝑦