Você está na página 1de 18

EMV no transporte público

TUDO O QUE

VOCÊ AINDA NÃO

SABE SOBRE O

USO DOS

CARTÕES COM
PADRÃO EMV NO
TRANSPORTE
PÚBLICO
EMV no transporte público

O que é
Que o EMV é um padrão de especificações para pagamentos
com cartões inteligentes com chip (smartcards), criado em
colaboração pelos principais bandeiras, Europay, MasterCard
e Visa, provavelmente você já saiba.

Talvez, também saiba que ele nasceu para substituir o armaze-


namento de informações na tarja magnética, um modelo frágil
e obsoleto, e que sua função é padronizar a “conversa” entre
cartões e terminais de pagamento.

Na prática
As especificações EMV foram desenvolvidas para definir um
conjunto de requisitos que garantam a interoperabilidade
entre cartões de pagamento e terminais baseados em chips
com padrões seguros. Além disso, o EMV define regras
relacionadas às modalidades de operação dos cartões, carac-
terísticas físicas e elétricas da mídia, estrutura dos cartões
de um ponto de vista da segurança e interoperabilidade a
nível global.

Este é o padrão adotado pelas principais bandeiras de


cartão de crédito e débito no mundo. Está presente na carteira
de quase todos os brasileiros, inclusive a sua. Podemos dizer
que, provavelmente, você usa o padrão EMV todas as vezes
que paga com o seu cartão de chip, digitando a senha de
segurança, em uma máquina de POS.

2
EMV no transporte público

Mais que cartões


inteligentes
Os smartcards, cartões inteligentes ou cartões
com chip, não são novidade para o segmento
de transporte público brasileiro. Eles são usados
há mais de 20 anos nos sistemas de bilhetagem,
mas com algumas diferenças importantes:

1 Os smartcards adotados no transporte público


praticamente nasceram na versão sem contato
– ou “contactless”. Afinal de contas a agilida-
de no pagamento é uma premissa essencial do
negócio. Aqui fazemos uma pausa rápida para
falar com orgulho do pioneirismo da Empresa 1
na história da bilhetagem, trazendo várias ino-
vações para o setor, entre elas o “contactless”.
Em 1998 implantamos o primeiro sistema de
bilhetagem eletrônica com cartões sem contato
no país, em Campinas (SP).

3
EMV no transporte público

2 Apesar de serem smartcards, os cartões


usados atualmente no transporte público não
estão associados às bandeiras e não seguem
as regras do padrão EMV.

Onde queremos chegar: Quando falamos em


cartão com padrão EMV para o segmento de
transporte público estamos obrigatoriamente
falando da versão sem contato. Um cartão
que possa ser usado pelo passageiro exa-
tamente da mesma forma como ele usa no
transporte atualmente, aproximando seu car-
tão no validador, sem necessidade de senha
ou lentidão para embarque. E aí entra uma
das principais dúvidas dos nossos clientes:
os cartões bancários sem contato já existem?
Sim, eles já existem e apesar de serem
minoria atualmente, as bandeiras já tem
prazo estipulado para migrar o modelo de
emissão de cartões. Ou seja, fazer este cartão
chegar na mão da população é só questão de
tempo. Tempo este que tende a ser reduzido
se considerarmos a atração que emissores
de cartão tem pelo cliente do transporte

4
EMV no transporte público

público. Bancos, bandeiras e grandes redes tem


interesse em colocar seus cartões nas mãos da
população e precisam ser vistos como parceiros
e não como uma ameaça.

Vale falar que a tecnologia EMV não está necessa-


riamente vinculada a um cartão. Ela também está
disponível para aplicativos mobile, através da
tokenização*, ou em outros dispositivos que
tenham o chip EMV sem contato, como por
exemplo, as tecnologias vestíveis – conhecidas
como wearables.

*A tokenização consiste em substituir as credenciais do cartão, como por


exemplo, o número de cartão com 16 dígitos chamado de Número de
Conta Primária (ou PAN), por um código substituto - um “token PAN”. Isto
significa que os dados do token serão armazenados no dispositivo móvel
- protegendo o verdadeiro número do cartão de uso indevido.

5
EMV no transporte público

Um modelo atraente
para o público e para
o negócio
Por que a tecnologia EMV é uma boa alternativa
para o transporte público? Vamos começar con-
textualizando a realidade dura que este segmento
vem enfrentando nos últimos anos.

Com passageiros migrando para outros modais,


a curva de clientes vem diminuindo ano a ano. A
tarifa não acompanha o crescimento acelerado do
custo, promovendo total desiquilíbrio na conta. As
questões de segurança e falta de subsídio entram
na equação para piorar ainda mais o resultado.

Neste contexto, frases como “Os cartões EMV


nunca vão chegar às mão dos usuários de
transporte público.” ou “Usuários de transporte
público no Brasil ainda não estão preparados para
usar o celular para pagar.” precisam abrir espaço

6
EMV no transporte público

para novos olhares, mais alinhados às grandes


mudanças promovidas pelas novas tecnologias em
diversos setores.

Todas as disrupturas que vem impactando a forma


como a sociedade funciona, como Uber, Airbnb,
Nubank e tantos outros que nascem todos os dias
ao redor do mundo, tem um ponto em comum:
perseguem como objetivo principal melhorar a
experiência do usuário, com menor custo. É aí que
entra a estratégia de micro pagamentos por
aproximação, seja com cartões sem contato, com
o celular ou wearables. Esta é uma tendência
forte, vista como uma oportunidade de melhorar
a experiência do usuário no pagamento de produ-
tos ou serviços. E o transporte público pode ser o
início desta jornada.

7
EMV no transporte público

E como a entrada do
EMV pode impactar o
negócio?
Atraindo novos usuários
Vamos lá, você precisa se deslocar, não tem o cartão
do transporte e nem dinheiro na carteira. O que você
faz? Pega seu celular e usa um aplicativo que permite
cobrança direto no seu cartão ou conta. Se a forma
de pagamento deixa de ser uma preocupação, o
transporte público pode ser visto como
alternativa, seja para trechos completos
ou para parte do trajeto, conhecidos
como *first mile ou last mile.

*Este conceito é muito comum no transporte público e também


quando falamos de logística. Indica a realização do trajeto usando
mais de um meio. Sendo: last mile, a última parte do trajeto; e first
mile a primeira parte do trajeto.

8
EMV no transporte público

Aumentando a satisfação de quem usa o


transporte público
Lembra da “experiência do usuário” como foco? Pois
é, ao permitir que o usuário use o transporte sem se
preocupar com a compra do crédito antecipado você
elimina um atrito em sua jornada. Quanto menos
atrito, maior a chance de ver o seu cliente satisfeito.

Diminuindo o custo operacional de


venda de crédito
Se o usuário não precisa mais comprar crédito,
provavelmente, a necessidade dele se deslocar
até um ponto de atendimento vai diminuir muito.
Com menos demanda de atendimento, você pode
redimensionar a estrutura para gerar economia e
diminuir o impacto no custo do negócio.

Mais uma pausa no tema do artigo, agora para contar


uma novidade. Pensando em levar ainda mais eficiência
para a operação, estamos lançando novas funcionalida-
des no SI.GO, aplicativo criado para atender o usuário
do sistema de transporte. Agora, além de oferecer as
funções de geração de tickets para utilização direto no
validador (QR Code ou NFC) e recarga de cartões, é
possível automatizar o processo de cadastro e recadas-
tramento. Mas isso é assunto para outra postagem.

9
EMV no transporte público

Diminuindo o custo com emissão


e gestão de cartões
Comprar cartões, prepara-los, recolher
cartões usados, controlar validade,
combater a fraude, isso tudo é custo.
Com menos cartões de transporte,
menor custo operacional.

Tira a necessidade de ter um agente


de bordo com função específica de
cobrança de passagem
Com a nova modalidade de pagamento os
atuais pagantes em dinheiro podem pagar
com cartão direto no validador.

Abrindo portas para novas parcerias


Conectar o público com os emissores de
cartão pode trazer outros benefícios. Novos
negócios e modelos de oferta de serviço
podem surgir destas parcerias.

10
EMV no transporte público

Ecossistema EMV no
transporte público
Agora vamos falar sobre o impacto da entrada do EMV
no modelo de operação do transporte público. Na
estrutura atual o operador de transporte controla todo
o processo de gestão de créditos, desde a geração até
a utilização, chamado de sistema fechado ou closed-
-loop. Com o EMV o processo passa a envolver novos
agentes. Estamos falando das emissoras de cartão, dos
adquirentes e bandeira, cada um com um papel bem
definido no processo, aplicando regras e padrões que
garantem a interoperabilidade, o que chamamos de
sistema aberto ou open-loop.

Este modelo de interoperabilidade facilita e estimula o


uso dos cartões EMV contactless como instrumento de
pagamento do transporte público em todo o mundo,
independente da cidade ou pais de emissão.

11
EMV no transporte público

Se você não conhece o papel de cada um destes agentes, aqui vai


uma visão resumida:

Emissoras de cartão
Emitem e administram cartões (crédito,
débito e pré-pago) próprios ou de terceiros.
É com o emissor que o portador mantém o
relacionamento para qualquer questão
decorrente de posse e uso de seus cartões.

Bandeiras
As Bandeiras como Mastercard, Visa, Elo e American
Express, são marcas que determinam padrões e
garantem a interoperabilidade, nacional e internacio-
nalmente. A Bandeira serve tanto para regular como
será feito o uso do cartão, quanto como ponte entre
o Adquirente e o Banco do consumidor. No momen-
to da compra, o Adquirente usado pelo vendedor se
conecta com a Bandeira de Cartão, que por sua vez
aciona o Emissor (banco ou outra instituição
financeira emissora do cartão do cliente), e este
responde com a autorização (ou não) da transação.

12
EMV no transporte público

Adquirentes
São empresas como Cielo, Rede, GetNet e Stone, e seu
papel é liquidar as transações financeiras por meio de
cartão de crédito, débito e pré-pago. Elas se comuni-
cam com as Bandeiras de Cartão e os Bancos Emissores
para receber do cliente e repassar ao comerciante no
prazo combinado (normalmente até 31 dias).

E por que precisamos


entender isso?
Porque para introduzir o EMV na operação de transporte será
necessário um relacionamento com todos estes players.

O processo de liquidação do pagamento quando o usuário


usa o cartão EMV no validador é semelhante a uma venda em
POS. Para que esta transação aconteça diretamente no valida-
dor, o equipamento passa a contar com uma leitora de cartão
preparada para este tipo de transação, atendendo todas as
regras de segurança que falamos no início deste material.

13
EMV no transporte público

Desta forma a transação pode ser instantaneamente identifi-


cada e aprovada com autenticação dinâmica.

A primeira etapa após a leitura do cartão é a verificação da


validade daquele cartão. A partir daí, o Adquirente processa
e liquida a transação. É ele também que informa a transação
para a bandeira e disponibiliza a relação de cartões para os
operadores.

O validador registra todas as transações, seja com cartão


EMV ou outros meios de pagamento, levando para dentro do
sistema de bilhetagem os dados necessários para validação
e confronto da informação.

Bandeira
Informa a
transação

Analisa e processa a
transação
Emissor Adquirente
Fornece um produto
(cartão de crédito, Bilhetagem envia
débito ou pré-pago transação online
para a adquirente
Concessionário
Adquirente dispo-
nibiliza relação de
Usuário utiliza o cartão transações para o
concessionário para
Usuário Bilhetagem E1 encontro de contas

14
EMV no transporte público

Neste modelo, Emissores e Adquirentes pagam uma taxa


de royalties para as Bandeiras. Operadores do transporte
público pagam um percentual das transações com EMV para
o Adquirente. Valor este que não pode ser visto unicamen-
te como um custo, já que, como já mencionamos acima, ele
substitui gastos com emissão de cartão, diminui a demanda
por uma estrutura de venda e recarga, automatiza a
cobrança, reduz o uso do dinheiro em espécie, dispensa a
necessidade de recursos humanos para operação, e corta
custos com transporte e guarda de valores, incluindo roubos
e extravios. Além de todos os outros benefícios menciona-
dos, já vemos iniciativas e estudos do poder público para que
esta taxa seja incluída na planilha tarifária ou repassada como
taxa de comodidade para o usuário.

Outro ponto importante, este arranjo financeiro só se aplica


nas transações com cartões EMV. Ou seja, os pagamentos
com cartão de transporte continuam sendo controlados pelos
operadores de transporte e não estão sujeitos a taxas extras
por transação.

15
EMV no transporte público

Onde é usado
Você já deve estar pensando: “Fora do Brasil, é claro”.

Então você precisa conhecer o nosso projeto, em


parceira com a Mastercard, nas estações da Supervia,
no Rio de Janeiro.

Mais de 600 mil pessoas passam pelas estações da Su-


pervia diariamente. Grande parte dessas pessoas ficam
na fila dos postos de venda para comprar ou recarre-
gar o cartão. Com um volume tão alto, impactando
nos custos operacionais, em 2016 os responsáveis pela
operação dos trens do Rio embarcaram neste projeto
ousado conosco.

A tecnologia está em funcionamento em seis das


maiores estações da Supervia (Central, São Cristóvão,
Maracanã, Engenho de Dentro, Madureira e Deodo-
ro), aceitando pagamento EMV através de cartões sem
contato, aplicativos mobile (Samsung Pay ou Apple
Pay) ou pulseiras. Até o fim de 2018 a Supervia, prevê
implantar novos equipamentos em mais 10 estações.
Além do EMV, eles também planejam adotar
os tickets com QR Code, oferecendo ainda
mais opções para seus usuários.

16
EMV no transporte público

E para finalizar,
a nossa conclusão
O EMV tem adesão no transporte público brasileiro?

Sim! Mas acreditamos em soluções híbridas e flexíveis.


Ao introduzir a tecnologia EMV o sistema de
transporte estará aumentando as opções ofertadas
para pagamento da tarifa. O EMV é atrativo, princi-
palmente, para o universo de usuários que pagam em
dinheiro e para aqueles que não usam o transporte
público pela dificuldade de acesso ao ticket.

O cartão de transporte continua sendo importante no


processo. Como o cartão EMV não permite escrita em
sua mídia, as regras do transporte, como por exemplo,
vale transporte, integração e seccionamento, não são
válidas para esta tecnologia.

Sabemos que o setor de transporte público busca


caminhos para se qualificar e fortalecer o seu papel.
As novas tecnologias, incluindo os novos meios de
pagamento, são itens fundamentais para a consolida-
ção dos sistemas inteligentes de transporte no Brasil.

17
EMV no transporte público

Você também pode gostar