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ISSN 1413-389X Trends in Psychology / Temas em Psicologia – 2014, Vol.

22, nº 4, 677-690
DOI: 10.9788/TP2014.4-01

Programas de Intervenção na Adolescência:


Considerações sobre o Desenvolvimento Positivo do Jovem

Gisele de Rezende Franco1


Marisa Cosenza Rodrigues
Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora,
Minas Gerais, Brasil

Resumo
O presente artigo tem como objetivo discutir fundamentos teórico-conceituais e empíricos que embasam
programas preventivos e de promoção em saúde mental na adolescência, com enfoque no desenvol-
vimento positivo. Constata-se que o Brasil apresenta progressos no que tange ao desenvolvimento e
implementação de programas interventivos tendo avançado no campo da promoção de competências e
do bem-estar dos jovens, ampliando sua ação para além da prevenção de comportamentos de risco. São
tecidas considerações sobre contribuições da psicologia positiva para os programas interventivos frente
à necessidade de reavaliar potencialidades e virtudes humanas. São também destacados os avanços nos
estudos empíricos da adolescência, apontando as tendências da ciência e a emergência de investigações
oriundas da aplicação das teorias sob a visão positiva do jovem. Por fim, apresenta-se uma breve con-
textualização dos programas nacionais com foco na psicologia positiva. Conclui-se pela pertinência e
interesse do desenvolvimento de intervenções baseadas nesta vertente teórico-prática, ressalta-se con-
tudo, a necessidade de buscar o desenvolvimento positivo do jovem de modo efetivo nos programas
interventivos nacionais, tal como ocorre no cenário internacional.
Palavras-chave: Pesquisa de intervenção, prevenção, promoção, adolescência, desenvolvimento
positivo.

Adolescent Intervention Programs: Considerations on Positive


Youth Development

Abstract
This article aims to discuss theoretical, conceptual and empirical foundations that support prevention
and promotion programs in mental health in adolescence, focusing on the positive development. It
appears that Brazil exhibits progress regarding the development and implementation of interventio-
nal programs, having advanced in the field of promoting skills and well-being of young people, and
expanding its reach beyond the prevention of risk behaviors. The paper makes considerations on
the contributions of positive psychology to interventional programs regarding the need to reassess
potential and human virtues. It also highlights the advances in empirical studies of adolescence that
indicate trends in science, and the emergence of investigations arising from the application of the
young’s positive outlook theories. Finally, we briefly discuss the background of the national programs
focused on positive psychology. The paper agrees with the pertinence and interest of the development
of interventions based on this theoretical and practical approach, we emphasize however, the need to

1
Endereço para correspondência: Rua Doutor Moacir de Castro Xavier, 54, Bairro Linhares, Juiz de Fora, MG,
Brasil 36060-490. E-mail: gisele.franco2008@hotmail.com e rodriguesma@terra.com.br
Apoio Financeiro: Bolsista UFJF-Monitoria.
678 Franco, G. R., Rodrigues, M. C.

seek the positive youth development effectively in national interventional programs, such as occurs
in the international scene.
Keywords: Intervention research, prevention, promotion, adolescence, positive development.

Programas de Intervención en la Adolescencia: Consideraciones


sobre el Desarrollo Positivo de la Juventud

Resumen
Este artículo tiene como objetivo discutir los fundamentos teóricos, conceptuales y empíricas que
apoyan los programas de prevención y promoción de la salud mental en la adolescencia, centrándose en
el desarrollo positivo. Parece que Brasil exhibe los avances en cuanto a la elaboración y aplicación de
programas de intervención, después de haber avanzado en el campo de la promoción de las habilidades
y el bienestar de los jóvenes, y ampliar su alcance más allá de la prevención de conductas de riesgo. En
el artículo se hace consideraciones sobre las contribuciones de la psicología positiva a los programas
de intervención con respecto a la necesidad de reevaluar las virtudes posibles y humanos. También se
destacan los avances en los estudios empíricos sobre la adolescencia que indican las tendencias de la
ciencia, y la aparición de las investigaciones derivadas de la aplicación de las teorías de las perspectivas
positivas de la juventud. Finalmente, se discuten brevemente los antecedentes de los programas nacio-
nales centrados en la psicología positiva. En el artículo está de acuerdo con la pertinencia y el interés del
desarrollo de las intervenciones basadas en este enfoque teórico y práctico, insistimos sin embargo, la
necesidad de buscar el desarrollo positivo de los jóvenes de manera efectiva en los programas de inter-
vención nacionales, como ocurre en la escena internacional.
Palabras clave: Investigación intervención, prevención, promoción, adolescencia, desarrollo positivo.

Sob a visão contemporânea da adolescência, Brasil, apenas recentemente esses aspectos pas-
programas proativos implementados em diferen- saram a ser aplicados aos estudos sobre a ado-
tes contextos devem focalizar estratégias que lescência (Gorayeb, Netto, & Bugliani, 2003;
priorizem o incremento de fatores de proteção, Minto, 2005; Silva & Murta, 2009). Nota-se um
pois tendem a produzir efeitos benéficos, como interesse crescente sobre a investigação na te-
a minimização de problemas emocionais, sociais mática do desenvolvimento da resiliência, bem-
e comportamentais (Catalano, Berglund, Ryan, -estar e competências psicossociais, justificando
Lonczak, & Hawkins, 2004; Murta, 2007). De a realização de estudos de cunho teórico, como é
modo específico, há evidências de efeitos signifi- o caso do presente trabalho.
cativos de intervenções promotoras do desenvol- Para Catalano et al. (2004), a inclusão da
vimento de habilidades psicossociais (Cardozo, abordagem do desenvolvimento positivo no
Dubini, Fantino, & Ardiles, 2011). Essas evidên- campo da prevenção ampliou o foco das pesqui-
cias caminham em direção às contribuições da sas na área e inseriu a promoção de competência
psicologia positiva, com vistas à promoção do nas intervenções. No que tange à adolescência,
desenvolvimento positivo do jovem, englobando esta fase é marcada por inúmeras mudanças bio-
a saúde de modo integral e investindo sobre o lógicas, cognitivas e socioemocionais (Santrock,
bem-estar e a qualidade de vida. 2014), que, muitas vezes, são acompanhadas
Nesse âmbito, assume relevância o movi- por eventos prejudiciais a saúde, como o abu-
mento da psicologia positiva com enfoque nos so de drogas, início precoce da sexualidade e o
aspectos potencialmente sadios dos indivíduos, envolvimento em atos violentos e criminosos,
devido ao seu interesse no fortalecimento e cons- dentre outros aspectos que afetam sobremanei-
trução de competências pessoais. Entretanto, no ra o jovem nesse período do desenvolvimento
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Positivo do Jovem.

(Amparo, Galvão, Alves, Cardenas, & Koller, empíricos da adolescência sendo destacadas as
2008; Brasil, Alves, Amparo, & Frajorge, 2006; tendências da ciência em direção à aplicação das
De Antoni & Koller, 2000; Heilborn et al., 2002; teorias com ideário positivo. Por último, faz-se
Marques & Cruz, 2000; Pesce, Assis, Santos, & uma breve contextualização das pesquisas na-
Oliveira, 2005; Yunes, 2003). cionais com foco em aspectos contribuintes da
Nesse contexto é relevante considerar os psicologia positiva.
recursos e as mudanças pertinentes aos adoles-
centes nas capacidades e habilidades pessoais. Programas Preventivos:
Para esse fim, serão destacados no presente es- Contribuições da Psicologia Positiva
tudo programas fundamentados em evidências e
na perspectiva de que a construção de saúde e Historicamente, diversas teorias ou visões
competências do bem-estar podem prevenir sé- sobre a adolescência foram construídas sob
rios e dispendiosos problemas para o adolescen- princípios organísmicos ou contextualistas,
te, alinhando-se aos pressupostos da psicologia diferenciando-se em teorias biológicas, psica-
positiva focalizada na investigação de potencia- nalíticas, socioculturais e cognitivas, de acordo
lidades e virtudes humanas. com os principais autores da época (Erik Erik-
Segundo Seligman (2011), a intervenção son, 1968/1976; G. Stanley Hall, 1904; Inhel-
positiva tem a tarefa de possibilitar o aprendi- der & Jean Piaget, 1958/1976; Sigmund Freud,
zado das pessoas para lidar com o sofrimento e 1856-1939; Margaret Mead, 1928/1979; Lev
funcionar bem, mesmo na presença de sintomas, Vygotsky, 1896-1934). Entretanto, segundo
mediante a construção de condições propícias Santrock (2014), mudanças importantes podem
para as pessoas florescerem, como por exem- ser constatadas no modo como se caracteriza a
plo: ter emoção positiva, engajamento, sentido, atual geração de adolescentes, culminando em
realização e melhores relações humanas. Nesse uma visão mais positiva desse período do ciclo
enfoque, ao investir na adolescência a partir do vital.
incremento de competências sociais, emocionais No século atual, com os avanços dos estudos
e cognitivas pode-se proporcionar a maximiza- teóricos envolvendo o tema adolescência (Goo-
ção das potencialidades humanas e promover o sens, 2006; R. M. Lerner & Steinberg, 2009) e a
florescimento saudável dos jovens, em direção à adoção de modelos sistêmicos (Bronfenbrenner,
superação de eventuais comportamentos de risco 1979/1996) para a compreensão de fenômenos
(J. V. Lerner, Phelps, Forman, & Bowers, 2009). do desenvolvimento, esse período passou a ser
A partir dessas considerações, objetiva-se demarcado por fatores inter-relacionados de
discutir aqui, fundamentos teóricos e empíricos ordem individual, histórica e cultural. A partir
que embasam programas preventivos e de pro- desta visão relacional, os trabalhos referentes
moção em saúde mental na adolescência, com ao desenvolvimento do adolescente chegaram a
foco no desenvolvimento positivo. Para tanto, estabelecer relações entre os aspectos individu-
este estudo divide-se em três seções. Na primei- ais e contextuais, e a identificar potencialidades
ra são destacadas algumas contribuições teóricas e tendências da ciência em direção a uma nova
da psicologia positiva para os programas inter- fase caracterizada pela aplicação das teorias e,
ventivos que almejam fomentar o desenvolvi- por uma visão de adolescência saudável e/ou po-
mento positivo do jovem. Tendo em vista que sitiva (Santrock, 2014; Senna & Dessen, 2012).
a psicologia positiva está em pleno processo de As teorias do desenvolvimento, como a teo-
solidificação dentro da ciência psicológica, uma ria do apego (Bowlby, 1982), a teoria da apren-
reavaliação das potencialidades e virtudes hu- dizagem social (Bandura, 1977) e a teoria da
manas torna-se fundamental para a compreen- identidade (Erikson, 1968/1976) identificam ta-
são dos fatores protetores que contribuem para refas, desafios e competências requeridas duran-
o desenvolvimento saudável nesta fase. Na se- te a adolescência, fornecendo os alicerces para
gunda seção, apontam-se os avanços nos estudos a construção da abordagem do desenvolvimento
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positivo dos jovens que, por definição, refere- Segundo Moore e Keyes (2003), do ponto
-se ao “envolvimento em comportamentos pró- de vista da psicologia positiva, tem-se buscado
-sociais e o evitamento de comportamentos que ultrapassar uma visão negativa e deficitária que
comprometem e prejudicam a saúde e o futuro” predominou na Psicologia, por influência do mo-
(R. M. Lerner & Galambos, 1998, p. 435). Essa delo biomédico, que priorizava a prevenção dos
abordagem é citada por muitos autores (Ben- resultados negativos sobre o desenvolvimento
son et al., 2006; Catalano et al., 2004; Damon, humano ao contrário da promoção de desenvol-
2004), entretanto, existem diferentes visões na vimento positivo.
literatura sobre a mesma, constatando-se uma De acordo com Seligman (2011), a psicolo-
referência maior sobre a construção de compe- gia positiva resgata o caráter preventivo ao em-
tências (cognitivas, sociais e emocionais). preender avanços em estudos e pesquisas sobre
A partir dessas teorias, Santrock (2014) afir- a prevenção numa perspectiva mais focada na
ma que o “desenvolvimento positivo dos jovens” construção de competências, e não na correção
(DPJ) também pode ser sustentado pelo movi- de fragilidades. Como referido pelo autor, essa
mento da psicologia positiva. Entretanto, apenas corrente está alicerçada sobre cinco pilares, a
recentemente esse movimento foi reconhecido saber: o estudo da emoção positiva (felicidade
no Brasil, afinando-se com os achados de Paludo e satisfação com a vida), do engajamento (en-
e Koller (2007) os quais indicam a escassez de volvimento), do sentido (significado), das reali-
trabalhos sobre os aspectos saudáveis mantidos zações positivas (conquistas) e dos bons relacio-
durante o desenvolvimento. namentos.
Para Sheldon e King (2001), a psicologia Para tanto, segundo Seligman e Csikszen-
positiva é o estudo científico das forças e vir- mihalyi (2000), busca-se privilegiar a necessi-
tudes próprias do indivíduo. No entanto, é im- dade de estudos e intervenções sustentadas nas
portante destacar que esta perspectiva teórica construções subjetivas que envolvem felicidade,
foi precedida por vários autores e por temas de otimismo, companheirismo, autoestima, auto-
investigação que ilustram sua trajetória históri- conceito, bem-estar, habilidades interpessoais
ca. Gable e Haidt (2005) destacam os escritos indicativas da vida saudável e resiliência. Es-
de Willian James em 1902 sobre saúde mental, pecificamente, a resiliência é definida como um
passando pelo interesse de Allport nas caracte- processo que atua na presença de risco para pro-
rísticas humanas positivas em 1958. Em seguida, duzir resultados positivos no desenvolvimento
em 1968, os estudos de Maslow sobre as pessoas (Poletto & Koller, 2006).
saudáveis e, as pesquisas de Cowan sobre resili- Com esse pensamento, Sheldon e King
ência em crianças e adolescentes em 2000. (2001) sugerem que os psicólogos adotem essa
Neste âmbito, o estudo das potencialida- perspectiva por considerar as motivações huma-
des e virtudes humanas pela psicologia positiva nas nos diversos momentos e situações de vida.
demonstra-se alinhado à abordagem do desen- Consequentemente, a resiliência é um construto
volvimento positivo, que segundo J. V. Ler- convergente e alvo de interesse de pesquisas em
ner et al. (2009), destaca os pontos fortes e as psicologia nos últimos trinta anos, sendo, entre-
qualidades dos jovens, bem como maneiras de tanto, anterior à própria psicologia positiva, que
alinhá-los com recursos e suporte do ambiente recentemente a incorporou como temática de in-
(família, escola, grupo de pares, comunidade). terface (Masten & Garmezy, 1985; Rutter, 1993,
Para os referidos autores, os jovens precisam ter 1996).
acesso a contextos sociais positivos por meio Verifica-se na literatura da área, diversos
de programas organizados especificamente para trabalhos embasados na psicologia positiva e
eles, e também ter pessoas competentes – como promoção do bem-estar para o entendimento de
professores, líderes comunitários e mentores que temáticas relacionadas à área da saúde mental
possam capacitá-los com relação aos valores as- (p. ex., Carlton et al., 2006; Passareli & Silva,
sociados à saúde e ao bem-estar comum. 2007; Poletto & Koller, 2006). Diante dessa
Programas de Intervenção na Adolescência: Considerações sobre o Desenvolvimento 681
Positivo do Jovem.

constatação, o fortalecimento e a construção das contextos que ofereçam suporte emocional; os


forças pessoais pode propiciar o que Keyes e sistemas de rede de apoio social, seja na escola,
Haidt (2003) e Seligman (2011) chamam de flo- no trabalho, no serviço de saúde, propiciando o
rescimento (flourishing) das potencialidades das desenvolvimento positivo.
pessoas, comunidades e instituições, ou seja, o Tendo como base os pressupostos apresen-
desenvolvimento pleno, saudável e positivo dos tados, destaca-se que a aplicação desses princí-
aspectos biopsicossociais dos indivíduos. pios pela psicologia positiva reforça a promoção
Como resultado, Seligman (2011) enfatiza de competências sociais, emocionais e cogniti-
que os conceitos da psicologia positiva, como vas proporcionando a maximização das poten-
competências do bem-estar (ter mais emoções cialidades dos jovens e a minimização dos fa-
positivas, mais sentido, engajamento e relaciona- tores de risco à saúde (J. V. Lerner et al., 2009).
mentos mais satisfatórios), por exemplo, devem Portanto, reconhecendo que é neste período do
ser ensinados na escola, uma vez que, melhoram ciclo vital em que pode ser alta a ocorrência de
a aprendizagem, produzem maior atenção e pen- dificuldades de aprendizagem, transtornos afeti-
samento criativo, e previnem depressão. O que vos e de conduta, baixos níveis de motivação e
é reforçado pelas considerações de Csikszent- realização, além de envolvimento com álcool e
mihalyi (2009), é o fato de que esse movimento drogas ilícitas é importante promover o desen-
deve não apenas se preocupar com a forma como volvimento na adolescência de maneira integral,
as pessoas sentem uma emoção positiva, mas de com o foco direcionado aos modelos de desen-
refletir sobre a maneira como elas vivem e fazem volvimento enfatizando como os adolescentes
suas escolhas. crescem, aprendem e mudam (Catalano et al.,
A partir desse contexto, alguns fenômenos 2004; Damon, 2004).
vêm sendo apontados como sistemas de constru- Visando compreender essa nova visão, no
ção saudável ao longo do desenvolvimento, em decorrer desse estudo dialogou-se com referên-
especial, as competências do bem-estar referidas cias teórico-conceituais que têm norteado ques-
(Seligman, 2011), e a resiliência (Rutter, 1996), tões de intervenções no âmbito da promoção
que na literatura está vinculada aos conceitos de do desenvolvimento positivo do jovem. Deste
fatores de risco e de fatores de proteção. modo, é relevante apontar que as intervenções
Desse modo, segundo Poletto e Koller proativas também são fundamentadas em es-
(2006), os fatores de risco consistem nas condi- tudos que vêm corroborando a sua efetividade
ções que estão aliadas à elevada possibilidade de (Catalano et al., 2004; Mangrulkar, Whitman,
ocorrência de resultados negativos, que podem & Posner, 2001; Seligman, 2011; Vicary et al.,
comprometer a saúde, o bem-estar ou desempe- 2006), legitimando, assim, a sua aplicabilidade
nho social do adolescente. Dentre os fatores de em diferentes contextos, a partir de um compro-
risco tem-se: eventos estressantes de vida, carên- misso científico orientado a interligar a teoria e
cia de apoio social e afetivo, déficits em habili- a prática.
dades sociais, cognitivas e de manejo das emo- Contudo, como pode ser verificado por
ções (Masten & Garmezy, 1985). Já os fatores meio dos resultados de revisões da literatura
de proteção, segundo os primeiros autores, refe- especializada em prevenção primária em saúde
rem-se às influências que modificam ou melho- (Durlak & Wells, 1997; Kulic, Horne, & Da-
ram respostas pessoais a determinados riscos de gley, 2004; Murta, 2007) na infância e adoles-
desadaptação, o que produz efeitos positivos na cência, há uma aplicação considerável da abor-
saúde mental. Masten e Garmezy (1985) identi- dagem cognitivo-comportamental (TCC) nos
ficaram três classes de fatores protetivos: os atri- programas preventivos.
butos disposicionais das pessoas como o bem- Por conseguinte, constata-se que essa abor-
-estar, orientação social positiva, autonomia; os dagem se aproxima da psicologia positiva quanto
laços afetivos no sistema familiar e/ou em outros às técnicas aplicadas, entretanto, ambas apresen-
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tam pressupostos teóricos e visões de ser huma- problemas infanto-juvenis ocorreu o surgimento
no bastante peculiares. Por exemplo, a TCC tem de atividades voltadas à melhoria da saúde em
demonstrado evidências empíricas sobre sua efe- comunidades estadunidenses.
tividade no tratamento de psicopatologias, com A partir destas propostas houve uma mu-
mais de 350 estudos sobre o desfecho positivo dança no foco dos estudos na área de prevenção.
de sua aplicação (Bieling, McCabe, & Antony, No lugar da investigação de problemas, como a
2008). Portanto é evidente o seu auxílio na ame- delinquência juvenil e o abuso de drogas, pas-
nização de sintomas e no alívio do sofrimento sou-se a se dedicar à pesquisa de fatores sociais
imediato. envolvidos em interações positivas de crianças
Apesar da comprovada eficácia da TCC é e adolescentes com suas famílias, pares e esco-
importante lembrar que a ausência de doenças la (Catalano et al., 2004). Com esses avanços,
não equivale à presença de saúde e bem-estar, de confirma Seligman (2011), as intervenções pas-
acordo com os princípios da psicologia positiva saram a se direcionar para os fatores protetivos
(Keyes & Haidt, 2003). Desse modo Seligman apontando a promoção da saúde, reforçada pelo
(2011) admite que a produção e ampliação das movimento da psicologia positiva, como uma
emoções positivas resultam em recursos psico- nova estratégia a ser adotada pelos programas
lógicos duradouros dos quais as pessoas podem interventivos.
vir a usufruir mais tarde na vida. Assim, mesmo A opção por uma atuação promotora de
que a TCC ofereça uma ampla gama de estudos saúde levou ao surgimento de programas dire-
com evidências de efetividade, ainda é possível cionados à melhoria da qualidade de vida e bem-
potencializar os efeitos de uma intervenção a -estar por meio da implementação de interven-
partir do desenvolvimento de aspectos positivos ções também em outros países, como citado por
do indivíduo. Seligman (2011), por exemplo, no Reino Unido,
Austrália, China e Portugal. Segundo o autor,
Progressos das Ações Interventivas em cada país os programas foram desenvolvidos
com Ideário Positivo respeitando as diversidades regionais, tendo em
comum à proposta de fortalecimento de com-
De acordo com Gable e Haidt (2005) o es- petências associadas à saúde entre jovens numa
tudo das qualidades positivas encontra-se em ótica proativa, em direção à redução dos com-
desenvolvimento, podendo, assim, promover portamentos de risco.
oportunidades de um crescimento rápido no Nessa perspectiva, Catalano et al. (2004)
conhecimento da Psicologia, bem como a uti- foram os pioneiros em realizar uma revisão sis-
lização de novas estratégias no tratamento das temática dos programas de desenvolvimento
desordens mentais. Ao longo da história, proces- positivo americanos identificando 25 programas
sou-se o desenvolvimento da prevenção primária de sucesso. Os autores basearam-se em critérios
na Psicologia culminando no acúmulo de conhe- rígidos para a seleção destes programas visando
cimentos sobre a origem dos comportamentos à construção de uma definição operacional do
não adaptativos e prejudiciais à saúde, com enfo- termo Desenvolvimento Positivo. A partir disso,
que clínico e remediativo de intervenção (Albee, encontraram um total de 15 construtos represen-
2003; Lacerda & Guzzo, 2005). tativos dessa operacionalização e, sendo assim,
Nesse sentido, o conhecimento acerca dos compreenderam que se um ou mais dos constru-
fatores de risco individuais proliferou ampla- tos estiverem presentes, o foco recairá sobre o
mente entre os pesquisadores norte-americanos Desenvolvimento Positivo, a saber: promoção
dando origem a programas de treinamento es- de vínculos seguros, competência social, emo-
pecíficos (Chalk, Phillips, & National Research cional, cognitiva, comportamental, moral, auto-
Council [NRC], Institute of Medicine [IOM], -eficácia, normas pró-sociais, resiliência, auto-
1996). Posteriormente, com a comprovação das determinação, espiritualidade, crença no futuro,
influências sociais e familiares na prevenção de identidade clara e positiva, oportunidades para o
Programas de Intervenção na Adolescência: Considerações sobre o Desenvolvimento 683
Positivo do Jovem.

envolvimento pró-social e o reconhecimento do por 10 competências que influenciam o compor-


comportamento positivo. tamento humano, sendo consideradas de grande
No tocante aos resultados da implementa- relevância nos processos de intervenção. As 10
ção dos 25 programas desta revisão observou- competências são: tomada de decisão, resolução
-se, segundo Catalano et al. (2004), melhorias de problemas, pensamento crítico e criativo, co-
significativas nas habilidades interpessoais, municação eficaz, relacionamento interpessoal,
no autocontrole, na solução de problemas, nas autoconhecimento, empatia, manejo de emoções
competências cognitivas e na auto-eficácia, as- e de estresse (WHO, 1997).
sim como redução de diversos problemas de Segundo Castellanos (2001), este programa
comportamento (p. ex., violência, mau compor- permite que os adolescentes tenham a oportu-
tamento escolar, uso de álcool e drogas). Deste nidade de adquirir novos conhecimentos, além
modo, verifica-se que as intervenções positivas de pretender influenciar diretamente na forma-
que abordam construtos do desenvolvimento po- ção de seus valores e atitudes. Inicialmente, os
sitivo estão, concretamente, fazendo a diferença programas de habilidades de vida foram imple-
em estudos bem avaliados. mentados com o objetivo de diminuir o compor-
As evidências da efetividade da implemen- tamento do uso de tabaco (Botvin & Eng, 1982;
tação destes programas são utilizadas como Botvin, Eng, & Williams, 1980), porém obtive-
fundamento não somente por diminuírem a in- ram avanços para a prevenção ao consumo de
cidência, prevalência e recorrência de problemas álcool, outras drogas e problemas comportamen-
comportamentais e mentais, mas, sobretudo, tais diversos, a partir do princípio da promoção
como afirma Seligman (2011), por promoverem de competências psicossociais, com vistas à pro-
o bem-estar por meio de instrumentos validados, moção de saúde na adolescência.
métodos testados e comprovados de avaliação, Para exemplificar esse progresso, um tra-
experimentação, pesquisas longitudinais e estu- balho de mais de 20 anos conduzido por Bo-
dos com distribuição aleatória, e grupo contro- tvin e colaboradores (Botvin & Griffin, 2004),
le, para avaliar quais intervenções efetivamente com adolescentes em escolas estadunidenses
funcionam e quais são ineficazes. e baseado no Life Skills Training (LST) para a
Uma meta-análise efetuada por Durlak, prevenção ao consumo de substâncias psicoati-
Weissberg e Pachan (2010) avaliou 69 progra- vas, abarcou os três eixos: o desenvolvimento
mas estadunidenses pós-escola que objetivaram de habilidades de controle pessoal, o incremento
melhorar a competência pessoal e social de jo- de competências sociais, e também a ampliação
vens entre 5 e 18 anos. Os resultados indicaram do conhecimento dos jovens no que concerne às
que, comparados aos grupos controles, os par- drogas e das competências de resistência a elas.
ticipantes dos grupos experimentais evidencia- O programa foi realizado no período de três anos,
ram aumento significativo na auto-percepção, tendo início com os alunos da 7a série do ensino
no vínculo com a escola, nos comportamentos fundamental. Durante o primeiro ano foram rea-
sociais, nos níveis de desempenho acadêmico, lizadas 15 sessões, com 45 minutos de duração.
bem como reduções significativas nos compor- Nos dois anos seguintes, foram promovidas 10
tamentos problemáticos. sessões de reforço com os alunos da 8a série e,
Outras intervenções positivas direciona- no último ano, foram feitas cinco sessões com os
das à saúde entre jovens foram desenvolvidas, jovens do 1º ano do ensino médio. Foram desen-
tanto no contexto nacional como internacional, volvidos materiais curriculares para a implemen-
por diferentes pesquisadores (Botvin & Griffin, tação do programa - manual do professor e um
2004; Castellanos, 2001; Gorayeb et al., 2003; guia do estudante. O método utilizado apoiou-se
Mangrulkar et al., 2001; Minto, 2005), como é em técnicas cognitivo-comportamentais, ensi-
o caso do programa de Ensino de Habilidades no de habilidades sociais e discussão em grupo.
de Vida, preconizado pela World Health Orga- Segundo os autores, as habilidades revelaram-se
nization (WHO, 1997). O programa é composto como protetivas por reduzir as expectativas po-
684 Franco, G. R., Rodrigues, M. C.

sitivas do jovem frente às drogas e auxiliar no considerando ser esta uma área que está incluí-
aumento da comunicação. da no campo da prevenção e promoção da saú-
Com o objetivo de avaliar a efetividade do de mental. A tarefa fundamental dos programas
trabalho supracitado, Vicary et al. (2006) re- com enfoque proativo é fomentar a melhoria do
alizaram um estudo prospectivo denominado bem-estar e a qualidade de vida dos adolescen-
ADAPT (adoção de Treinamento de Prevenção tes, e consequentemente o de sua família, frente
do Abuso de Drogas) para comparar dois méto- a situações adversas, considerando a saúde um
dos de aplicação do LST. Os autores avaliaram conceito multidimensional que abarca os aspec-
os resultados do LST em jovens escolares. Os tos físicos, psicológicos e sociais interligados ao
participantes foram distribuídos dentro de três desenvolvimento positivo.
condições: (a) LST padrão (108 mulheres, 126 De modo geral, são escassas as investiga-
homens) realizado por três anos, conforme men- ções que priorizam as medidas da psicologia
cionado anteriormente; (b) I-LST (128 mulhe- positiva no contexto brasileiro. Portanto, Scor-
res, 169 homens) sem conter sessões previamen- solini-Comin e Santos (2010) afirmam que as
te definidas; (c) condição controle (98 mulheres, pesquisas no campo ainda são incipientes. Por
103 homens), sem tratamento. As avaliações fo- conseguinte, o acúmulo de achados promissores
ram realizadas com questionários, aplicados em dos estudos referidos, e daqueles que são retrata-
quatro tempos diferentes (T1 - pré-intervenção/ dos em publicações encontradas no Brasil, vêm
T2 - final da 7a série /T3 - final da 8a série /T4 apontando ser este um campo fértil para a pro-
- final do 1º ano), englobando o comportamen- dução de saber científico de impacto vinculado
to dos alunos quanto ao uso de substâncias; as à construção do bem-estar e das competências
crenças com relação às mesmas; e habilidades positivas (Albuquerque & Tróccoli, 2004; Mo-
de comunicação, tomada de decisão, resistência rais & Koller, 2004; Paludo & Koller, 2007; Pas-
e recusa. Como resultado, o LST padrão foi mais sareli & Silva, 2007), o que torna pertinente sua
eficaz nas avaliações iniciais realizadas no T2 investigação em diferentes culturas jovens.
quanto ao uso de substâncias; e as habilidades de Apesar de serem poucas as intervenções re-
tomada de decisão, comunicação e enfrentamen- alizadas no Brasil, destacadamente alinhadas à
to para as mulheres. Já o I-LST apresentou efeito psicologia positiva, observa-se um crescimento
positivo no T2 apenas quanto ao conhecimento nesta área por meio da realização de estudos no
em relação às drogas, para as mulheres. campo da saúde (Strelhow, Bueno, & Câmara,
Nessa direção, tendo em vista os resultados 2010), bem como da validação e avaliação dos
dos estudos supracitados evidenciando aspectos indicadores do bem-estar – afeto positivo, afeto
favoráveis à efetividade de intervenções com negativo e satisfação com a vida (Albuquerque
vistas à promoção de competências do bem-estar & Tróccoli, 2004; Arteche & Bandeira, 2003;
entre os jovens, verifica-se, simultaneamente, a Noronha & Mansão, 2012; Segabinazi, Giaco-
necessidade de maior divulgação e a viabilidade moni, Dias, Teixeira, & Moraes, 2010; Sega-
de tais intervenções no cenário nacional. Con- binazi et al., 2012). Pois, conforme Seligman e
forme apontado por Seligman (2011), cada uma Csikszenmihalyi (2000), a negligência em re-
destas competências pode ser utilizada em diver- lação ao estudo dos aspectos positivos e virtu-
sas áreas do funcionamento psicossocial dos jo- osos dos indivíduos pela ciência psicológica é
vens, ampliando ações positivas no futuro. resultante da expansão das investigações sobre
os aspectos negativos em detrimento dos positi-
Contextualizando as Pesquisas vos, devido ao enfoque clínico e remediativo das
Nacionais intervenções.
Partindo desses pressupostos, Arteche e
No presente artigo empreendeu-se uma sín- Bandeira (2003) analisaram a existência de di-
tese de aspectos conceituais e empíricos que em- ferenças em relação aos níveis de bem-estar em
basam programas interventivos na adolescência, 193 adolescentes de escolas públicas, tendo 112
Programas de Intervenção na Adolescência: Considerações sobre o Desenvolvimento 685
Positivo do Jovem.

meninos (58%) e 81 meninas (42%), com idades tervenções alinhadas aos princípios da psicolo-
entre 14 e 17 anos. Os participantes foram divi- gia positiva com base no ensino de habilidades
didos em três grupos: um grupo de trabalhadores de vida (Minto, 2005) e de habilidades sociais
em regime educativo (n=58), trabalhadores em (Silva & Murta, 2009). Enquanto o termo habi-
regime regular (n=58) e o terceiro grupo de não- lidades de vida aplica-se, como já foi dito, a um
-trabalhadores (n=77). Utilizou-se, dentre outros amplo conjunto de comportamentos envolvidos
instrumentos, a Escala Multidimensional de Sa- no enfrentamento de demandas da vida cotidiana
tisfação de Vida e as Escalas de Afeto Positivo (Gorayeb et al., 2003); o termo habilidades so-
e Afeto Negativo (PANAS). Os resultados evi- ciais, por sua vez, compõe uma categoria concei-
denciaram que o trabalho para os adolescentes tual mais delimitada. Refere-se ao conjunto de
em regime educativo foi positivo, os quais in- classes de comportamentos sociais do repertório
dicaram mais satisfação em suas vidas. No que do indivíduo, que contribuem para a competên-
diz respeito às escalas PANAS, não foram en- cia social, viabilizando um relacionamento inter-
contradas correlações significativas (r=0,12) en- pessoal saudável e produtivo (Del Prette & Del
tre os componentes afetivos. Porém, em relação Prette, 2011).
aos escores médios de afeto positivo verificou-se Tal empreendimento nacional pode ser
serem superiores ao de afeto negativo. exemplificado pela intervenção conduzida por
De modo em especial, os adolescentes pre- Minto (2005) avaliando os efeitos do ensino de
cisam ser orientados para a transição da educa- habilidades de vida em 45 adolescentes, com
ção para o mundo do trabalho, com o propósito idades entre 14 e 17 anos, maioria do sexo mas-
de obterem clareza de suas habilidades e metas culino, vinculados a duas instituições profissio-
profissionais. Nesse sentido, Noronha e Mansão nalizantes em Ribeirão Preto/SP. Formaram-se
(2012) realizaram um estudo exploratório entre quatro grupos por instituição, com média de seis
interesses profissionais e afetos positivos e ne- participantes em cada. Realizou-se 16 encon-
gativos de jovens. Participaram 529 estudantes tros, avaliados a partir de um questionário sobre
do ensino médio, com idades entre 14 a 27 anos. comportamentos de risco e a escala de Locus de
Quanto ao sexo, 223 (42,2%) eram homens e 306 Controle (percepção de controle sobre eventos
(57,8%), mulheres. Aplicou-se a EAZ – Escala de vida), aplicados pré e pós-intervenção, e efe-
de Afetos de Zanon e a EAP – Escala de Acon- tuando entrevista final com os participantes. A
selhamento Profissional. Os participantes apre- metodologia foi interativa, com dramatizações
sentaram maiores médias para afetos positivos, o e discussões. Os resultados em ambas as insti-
que indica julgamento mais positivo da vida, de tuições não demonstraram diferenças significa-
modo geral. A comparação entre os instrumen- tivas, contudo, a partir dos relatos dos partici-
tos revelou que das 14 correlações encontradas, pantes observou-se que as habilidades de vida
oito delas apresentaram coeficientes positivos e (lidar com o stress e os sentimentos) foram apri-
significativos, mas de baixa magnitude. moradas. Na conclusão da autora, a aprendiza-
Com isso, mesmo não sendo de intervenção gem sobre como utilizar essas habilidades pode
os dois estudos mencionados, de acordo com o facilitar respostas mais ajustadas para os jovens
que foi explorado inicialmente por Botvin e Gri- no futuro.
ffin (2004), Catalano et al. (2004), Durlak et al. Outra intervenção grupal conduzida por Sil-
(2010), e vem sendo investigado também por va e Murta (2009) focalizou as habilidades so-
pesquisadores brasileiros (Gorayeb et al., 2003; ciais. Participaram 12 adolescentes com idade
Minto, 2005), o incremento do bem-estar e das entre 11 e 14 anos, maioria do sexo masculino,
competências positivas na adolescência podem vinculados ao Programa de Atenção Integral à
favorecer o desenvolvimento positivo do jovem Família (PAIF) de uma cidade do interior de
por meio de intervenções efetivas. Goiás. A intervenção foi feita em 11 sessões gru-
Para tanto, verifica-se também no Brasil pais visando avaliar as atitudes de (in)satisfação
algumas tentativas de desenvolvimento de in- dos participantes frente ao programa e o alcance
686 Franco, G. R., Rodrigues, M. C.

de metas intermediárias previstas para o mesmo, dos estudos em relação aos aspectos negativos
consideradas indicadores de comprometimento para os positivos do desenvolvimento humano.
com o grupo. Os resultados revelaram satisfação Há que se implementar intervenções na ado-
frente à intervenção, principalmente no que se lescência, como preconiza a Psicologia Positiva
refere à liberdade para se expressar e aos efei- (Seligman, 2011), não somente para conduzir
tos positivos da intervenção. Os indicadores de a resolução de transtornos, mas, sobretudo, fa-
comprometimento com o grupo de maior fre- vorecer a criação de oportunidades para o de-
quência foram relatar sentimentos, relatar pro- senvolvimento das potencialidades de maneira
blemas, explicar a causa do próprio comporta- efetiva. Sob essa perspectiva, é possível permitir
mento e oferecer apoio ao colega. que os jovens consigam superar o déficit em suas
Portanto, de acordo com as premissas da competências, tornando-se inclusive os protago-
psicologia positiva, os profissionais que atuam nistas de sua própria vida ao fortalecerem sua
com adolescentes ao possibilitarem a constru- capacidade para crescerem e se desenvolverem
ção de formas satisfatórias de resolução das de modo saudável.
tensões cotidianas, podem favorecer, como afir- Contudo, torna-se necessário considerar que
ma Ungar (2008), o fortalecimento dos adoles- apesar desse avanço nos programas interventi-
centes e a sensação de bem-estar. Tais aspectos vos pode-se verificar uma tendência da aplicação
são fundamentais para o processo de resiliência, de abordagens direcionadas mais para o alívio
para o potencial de desenvolvimento do poder de sintomas imediatos, que para a promoção do
pessoal, senso de autonomia, capacidade para bem-estar e da qualidade de vida. Portanto, reco-
transformação pessoal e social favorável, além menda-se que sejam realizadas pesquisas sobre a
do estabelecimento de vínculos significativos temática do desenvolvimento positivo enquanto
com adultos que garantam a confiança em pes- base teórico-metodológica para programas de
soas e instituições. intervenção na adolescência. Para tanto, torna-
Senna e Dessen (2012) ressaltam as poten- -se relevante englobar a saúde de modo integral,
cialidades da visão positiva do desenvolvimento adotando o fortalecimento das competências
na juventude como tentativa de romper o viés para a vida, e investindo sobre o bem-estar e a
patologizante (negativo) e despertar a comuni- resiliência em total sincronia com a perspectiva
dade acadêmica brasileira para acompanhar os da psicologia positiva.
avanços nessa área. Portanto, temáticas como as Por fim, nota-se que o movimento da psi-
habilidades psicossociais, as competências do cologia positiva traz à tona importantes impli-
bem-estar e a resiliência destacam-se nos atuais cações teóricas, empíricas e práticas para o in-
estudos científicos da psicologia. vestimento em prevenção e promoção da saúde
mental dos jovens, na medida em que, dentre
Considerações Finais outros aspectos de relevância, pode viabilizar a
contenção de despesas pelo sistema público bra-
Ressalta-se a relevância de se promoverem sileiro no que tange à saúde e educação. O que
as habilidades psicossociais e competências de denota, diante da escassez de pesquisas com in-
bem-estar, conforme destacado pelos autores, tervenção alinhadas às premissas da psicologia
em adolescentes de diferentes contextos e nacio- positiva no Brasil, a pertinência do seu desen-
nalidades (Arteche & Bandeira, 2003; Catalano volvimento de modo efetivo nos programas in-
et al., 2004; Durlak et al., 2010; Minto, 2005; Se- terventivos nacionais, tal como ocorre no cená-
ligman, 2011). Os resultados dos estudos men- rio internacional. E desse modo, ao priorizar as
cionados evidenciaram a diminuição de diversos ações positivas, enfatizando e promovendo for-
problemas comportamentais e emocionais na ças e virtudes próprias do ser adolescente pode
adolescência. Verificou-se, contudo, um incre- ser possível construir oportunidades para que os
mento notório das habilidades cognitivas, emo- mesmos aperfeiçoem as suas potencialidades,
cionais e sociais, o que reflete a mudança de foco praticando e descobrindo novas habilidades.
Programas de Intervenção na Adolescência: Considerações sobre o Desenvolvimento 687
Positivo do Jovem.

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