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NÃO PODE FALTAR Imprim

O DIREITO DE SE EXPRESSAR E CONHECER-SE

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Sueli Helena de Camargo Palmen

seõçatona reV
QUAL É A IMPORTÂNCIA DOS ESPAÇOS EDUCACIONAIS E DE SEUS PROFISSIONAIS?
Ambos são promotores do direito da criança em construir sua identidade pessoal, social e
cultural, e isso se dará por meio do planejamento e da organização dos espaços e tempos na
educação infantil.

Fonte: Shutterstock.

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PRATICAR PARA APRENDER


Olá! Nesta seção da disciplina “Campos de Experiências e Prática Educativa”,
falaremos a respeito de dois direitos de aprendizagem: o direito de se expressar
e o de conhecer-se.

Na educação infantil é importante criar condições para que as crianças se


desenvolvam e construam conhecimentos significativos acerca de si, dos outros e
do mundo social e natural. Nesse contexto, os direitos de expressão e de
conhecer-se enquanto sujeito ativo fazem parte das condições que devem ser
asseguradas a toda criança em creches e pré-escolas, como prevê a Base Nacional
Comum Curricular para a educação infantil (BRASIL, 2017).

Portanto, aprofundaremos a discussão em torno do direito da criança de


expressar-se como sujeito dialógico, criativo e sensível, com necessidades e
sentimentos que são comunicados por meio de diferentes linguagens, as quais
pontuaremos nesta seção.

O direito de conhecer-se e o de construir sua identidade pessoal, social e cultural


também serão abordados, destacando a importância de se construir uma imagem
positiva de si e de se construir o sentimento de pertencimento a seus grupos
sociais.

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Esses direitos devem ser promovidos no cotidiano das instituições de educação


infantil, com a criação de condições para que as crianças de 0 a 5 anos tenham
experiências significativas que as considerem como sujeitos ativos e criativos,
lembrando que por meio de contextos de educação e cuidados as aprendizagens

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acontecem de forma lúdica, com interações e brincadeiras que trazem as marcas

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sociais e culturais de todos os envolvidos, oportunizando o encontro com a
diversidade.

Você, futuro educador, será o promotor desses direitos. Logo, é primordial que você
reconheça a importância da diversidade no processo de construção de aprendizagens,
favorecendo o desenvolvimento infantil, possibilitando às crianças o direito de expressão e
mediando a construção de sua identidade no espaço de socialização que é a instituição de
educação infantil.

Vamos juntos conhecer mais a respeito dos direitos da criança, focando aqui seu
direito de expressar-se por diferentes linguagens e seu direito de conhecer-se
melhor e de construir uma identidade positiva a respeito de si. É essencial nesse
processo a escuta atenta da criança pelos educadores, pois a criança é
protagonista na educação infantil.

Como vimos anteriormente na situação-problema apresentada, Isabel é uma


jovem pedagoga que ingressou em um concurso para atuar na educação infantil de
uma rede pública e contou com o apoio de um educador experiente, no caso você,
que a auxiliou dando algumas dicas de como atuar junto a essa etapa da educação
básica.

Após um ano atuando com as crianças da educação infantil, Isabel está mais
segura de sua atuação. Neste momento ela já conhece melhor o funcionamento da
Rede Municipal de Educação e tem participado de várias formações em serviço.

Você é convidado a assumir o papel de um formador da Rede Municipal de


Educação onde Isabel atua. Você irá orientá-la sobre como enfrentar as situações
de forma embasada, com os estudos que vem realizando nos Cursos de Formação
em Serviço. Considere a educação infantil e suas especificidades, auxiliando Isabel
na construção de competências que correspondam às demandas da Base Nacional
Comum Curricular voltada às creches e pré-escolas.

Em uma reunião de pais, Isabel foi questionada por uma mãe a respeito de como
sua filha aprenderá na educação infantil, já que durante sua fala ela havia
destacado que o brincar e as interações são o eixo de seu trabalho.

Em um primeiro momento Isabel ficou surpresa com o questionamento e se sentiu


um pouco insegura, porém relembrou das discussões realizadas em seu Curso de
Formação em Serviço, que a ajudaram a fundamentar sua prática para essa mãe
em específico e, de forma geral, para todas as famílias.

Diante dessa situação-problema, como formador em serviço, quais


fundamentações não podem faltar na explicação para as famílias acerca da
importância do brincar e das interações na educação infantil?

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As crianças aprendem ao brincar com outras crianças (de idades diferentes, de


diferentes etnias, de diferentes origens culturais e sociais, por exemplo)?

Os jogos e brincadeiras podem ser considerados atividades educativas?

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O pensamento, a imaginação, a linguagem, enfim, a socialização, transformam-


se quando somos estimulados pelo outro e pelo meio em que vivemos,
brincamos, interagimos?

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Como formador, você pode propor uma vivência lúdica para Isabel fazer com as
famílias para que elas percebam com a experiência o quanto aprendemos

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brincando.

Na posição de um profissional da educação, você atuará como promotor dos


direitos de aprendizagem das crianças, entre os quais estão os direitos de
expressar-se e conhecer-se, como prevê a BNCC.

Nessa caminhada, seu empenho e participação são primordiais!

CONCEITO-CHAVE
Você já observou que as crianças se expressam desde que nascem? Que se
comunicam por meio de diferentes linguagens?

Com as interações, a criança vai se constituindo enquanto sujeito histórico e social,


com identidade própria, e é fundamental o papel das instituições de educação
infantil como promotoras dos direitos de aprendizagem e de desenvolvimento
infantil.

REFLITA

Qual a visão de criança que tem prevalecido nos espaços das escolas de
educação infantil? Quando você observa a organização de uma sala de
educação infantil, é possível perceber uma concepção de infância potente,
protagonista e criadora?

Visando incitar a reflexão a respeito das linguagens infantis e do direito de


expressão da criança, iniciamos este texto com uma poesia de Loris Malaguzzi,
intitulada As cem linguagens da criança (MALAGUZZI, 1999, p. 60), que aborda o
potencial expressivo da criança e o quanto, como educadores, temos que pensar
nossa ação para não limitarmos o seu protagonismo.

As cem linguagens da criança

A criança é feita de cem.

A criança tem cem mãos cem pensamentos

cem modo de pensar, de jogar e de falar.

Cem sempre cem modos de escutar, de


maravilhar de amar.

Cem alegrias para cantar e compreender.

Cem mundos para descobrir.

Cem mundos para inventar.

Cem mundos para sonhar.

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A criança tem cem linguagens (e depois cem


cem cem)

mas roubaram-lhe noventa e nove.

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[...]

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Ao abordarmos o direito de expressão infantil, cabe resgatarmos e
reconhecermos que as crianças se comunicam desde que nascem por meio de
diferentes linguagens: balbucios, choro, sorrisos, gargalhadas, gestos, olhares e
palavras, entre outras linguagens, e interagem com o mundo a sua volta pela sua
corporeidade. A criança encontra, como diz a poesia, cem modos de pensar, de
jogar e de falar, pois tem cem linguagens e modos de interagir com o outro e de
se comunicar, muito antes de desenvolver a linguagem oral.

Malaguzzi (1999) poeticamente destaca que em muitos momentos os direitos da


criança de se expressar, de criar, de expor sentimentos e sua forma de pensar
são limitados, pois a cultura escolar valoriza algumas formas de comunicação
pautadas na fala e na escrita, aprendizagens que, embora muito importantes, não
devem se sobrepor a outras aprendizagens, de forma a inferiorizá-las.

A criança pequena é corporal e é por essas experiências sensoriais que absorve o


mundo e cria sobre ele, como pontuam as autoras Goldschmied e Jackson (2006),
ao estudarem os bebês e as crianças pequenas em contextos educacionais.

EXEMPLIFICANDO

“As crianças se comunicam desde bebês!”

Essa afirmação pode ser comprovada nos espaços da creche pela


observação de momentos como a hora do banho, do sono ou da
alimentação. O bebê, mesmo sem ter a linguagem oral desenvolvida,
expressa-se por meio de outras linguagens, como as corporais. O olhar
ansioso para o alimento nos revela se está com fome ou não; o brincar na
água indica se o banho está agradável, se a água está na temperatura
adequada; o contato em busca de um aconchego indica se o sono está
chegando.

Enfim, pela observação do adulto para as expressões do bebê é possível


estabelecer um diálogo que revela uma comunicação respeitosa. Mesmo
quando o outro não fala, já pode ser “ouvido”, compreendido.

Nessas situações interativas acontece a construção da identidade, da


ludicidade, das manifestações corporais e expressivas da criança, ações
essas que fundamentam a Pedagogia da educação infantil.

A busca por uma educação infantil que considere a criança como sujeito histórico e
social e na qual as ações se pautam nas interações e brincadeiras revela uma nova
forma de compreender a infância, os direitos da criança e a própria educação.

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As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009) e a


Base Nacional Comum Curricular para a educação infantil (BRASIL, 2017) vêm
caminhando nessa direção, compreendendo o currículo como:

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Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com
os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e
tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de

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idade. (BRASIL, 2009, p. 12)

Nesse sentido, é fundamental que em creches e pré-escolas haja espaço para as


“cem linguagens”, compreendendo-as como possibilidades de expressão e forma
de comunicação das crianças e que podem se materializar em brincadeiras, em
desenhos, em suas pinturas, em seus gestos e em suas expressões corporais, sem
separar “a cabeça do corpo”. Para Gobbi (2010, [s.p.]),


Considera-se assim que os meninos e meninas podem expressar-se a partir do repertório
que é próprio de seu corpo – já que ele é também social e histórico – de suas vivências, de
modo a criar coreografias próprias, referentes ao grupo de amigos ou a suas experiências
particulares, conjugadas à apreciação de grupos locais, nas expressões de danças
populares que possam contribuir para a percepção, recepção e construção da cultura
brasileira.

Para Faria e Finco (2013), é na educação infantil que a criança terá a oportunidade
de ser criança, ou seja, de brincar, de criar, de se divertir, de descobrir, de se
expressar e principalmente de experimentar o mundo a sua volta, por meio de
vivências em espaços coletivos e de convivência com a diversidade e com as
diferenças de forma respeitosa.

SAIBA MAIS

Você sabia que o termo “Pedagogia Macunaímica” refere-se a uma


Pedagogia anticolonial?

Portanto, se você ouvir o termo Pedagogia Macunaímica, significa que está


se referindo a uma forma de educação que respeita a diversidade cultural
brasileira e suas especificidades.

A expressão “macunaímica” faz referência ao poeta paulistano Mário de


Andrade, fundador dos primeiros parques infantis do município de São
Paulo entre os anos de 1935 e 1938. Esses parques foram considerados a
primeira experiência brasileira de educação pública municipal (embora não
escolar) para crianças de famílias operárias, que tiveram a oportunidade de
brincar, de serem educadas e cuidadas, de conviverem com a natureza, de
movimentarem-se em grandes espaços (e não em salas). É um exemplo de
respeito aos direitos das crianças.

Para o poeta Mário de Andrade, a criança é:

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[…] essencialmente um ser sensível à procura de expressão. Não possui ainda a


inteligência abstraideira completamente formada. A inteligência dela não


prevalece e muito menos não alumbra a totalidade da vida sensível. Por isso ela é
muito mais expressivamente total que o adulto. Diante duma dor: chora – o que é
muito mais expressivo do que abstrair: “estou sofrendo”. A criança utiliza-se

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indiferentemente de todos os meios de expressão artística. Emprega a palavra, as
batidas do ritmo, cantarola, desenha. Dirão que as tendências dela inda não se
afirmaram. Sei. Mas é essa mesma vagueza de tendências que permite pra ela ser

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mais total. E aliás as tais “tendências” muitas vezes provêm da nossa inteligência
exclusivamente. (FARIA, 1999, p. 77)

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A Pedagogia da Infância requer a escuta das crianças, de sua expressão por suas
múltiplas linguagens: musical, plástica, corporal, dramática, oral e em suas
diferentes dimensões: estética, lúdica, social, afetiva, cognitiva, potencializando o
espaço das instituições de educação infantil enquanto lugar de pertencimento e de

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experiências socioculturais.

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Os profissionais da educação infantil são atores que possibilitam o protagonismo
infantil por um planejamento do cotidiano que inclui as crianças, ouvindo-as em
suas demandas, enxergando-as em suas potencialidades e compreendendo-as em
suas aspirações. O grande desafio dos educadores está em sistematizar e mediar
as relações de forma a evidenciar esse protagonismo, expresso em diferentes
contextos, desde o rabisco no chão até a representação de si e do outro por meio
de esculturas e pinturas, entre outras formas de expressão e representação, pois a
criança se expressa através de diferentes linguagens, nas quais o adulto precisa se
alfabetizar para que a comunicação aconteça.

PESQUISE MAIS

A TV Escola é um canal de televisão gerido pela Associação de Comunicação


Educativa Roquette Pinto (Acerp), que é uma organização social
independente, de direito privado, responsável pela produção do conteúdo
exibido diariamente no canal.

Chegou a fazer parte do Ministério da Educação, mas desde 2015 mantém


apenas contrato de gestão com o MEC para produção de conteúdo e gestão
operacional.

Os principais objetivos da TV Escola são o aperfeiçoamento e valorização


dos professores da rede pública, o enriquecimento do processo de ensino-
aprendizagem e a melhoria da qualidade do ensino.

Uma das indicações é o programa Esta é minha marca. Nele, crianças


compartilham suas experiências e habilidades de maneira divertida e
aprendem a importância da diversidade e do respeito ao outro. Assim,
vão deixando sua marca no mundo. Os vídeos revelam o protagonismo
infantil e a importância da expressão para fortalecer a identidade em
constituição.

TV ESCOLA. Esta é a minha marca! TV Escola, [s.d.].

Como diz Ostetto (2011, p. 39),


O professor precisa alimentar sua expressão e conectar-se com ela, precisa reconquistar o
seu poder imaginativo, se pretende e deseja garantir a criação, a expressão das crianças. A
educação do educador é essencial e, no que diz respeito à arte, passa necessariamente
pelo reencontro do espaço lúdico dentro de si, pela redescoberta das suas linguagens
(perdidas, esquecidas, onde estão?), do seu modo de dizer e expressar o mundo. Vejo o
educador como essa pessoa-chave para mediar os caminhos da criança no mundo
simbólico da cultura, da arte. E nesse caminhar, na experiência compartilhada, ele vai
aprendendo a reparar em seu ser poético. Seguindo de mãos dadas com as crianças e
comprometido com o resgate de seu próprio eu-criador, o professor amplia sua
possibilidade de compreendê-las, de reconhecer seus despropósitos e apoiar suas buscas
e escolhas. Converte-se, então, em parceiro privilegiado de novas e infinitas aventuras
poéticas!

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As práticas pedagógicas do cotidiano devem oportunizar, por meio das interações


e brincadeiras, condições para que a criança se expresse em sua integralidade,
revelando pensamentos, hipóteses, sentimentos, sonhos, enfim, seu imaginário ou

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sua realidade, pela perspectiva de seu olhar, sendo primordial a parceria criança-
educador, como pontua Ostetto (2011).

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As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009)
apresentam no artigo 9º a importância das experiências na educação infantil e o
quanto sua organização pode garantir os direitos de expressão da criança e a
construção da identidade infantil:


Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil
devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências
que:

I - Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências


sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da
individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;

II - Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio


por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e
musical;

III - Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a


linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e
escritos;

IV - Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas,


formas e orientações espaço temporais;

V - Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;

VI - Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia


das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;

VII - Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que
alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da
diversidade;

VIII - Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a


indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e
à natureza;

IX - Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas


manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro,
poesia e literatura;

X - Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e


da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;

XI - Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e


tradições culturais brasileiras;

XII - Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas


fotográficas e outros recursos tecnológicos e midiáticos. (BRASIL, 2009, p. 4)

Ao ser estimulada a experimentar diferentes materiais e a interagir com diferentes


contextos culturais de forma significativa, a criança amplia suas linguagens
expressivas, potencializando sua criatividade e seu repertório cognitivo, social e
cultural de mundo.

Ao sentir-se segura em sua expressividade, a criança se lança em busca de


descobertas e, como diz o poema de Loris Malaguzzi (1999), vai em busca de
descobrir o mundo, mas um outro, não aquele que já existe e revela-se como
produtora de cultura, criança ativa e criadora.

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Nesse processo criativo e sensível, a criança vai se constituindo, vai se


conhecendo e compreendendo seus sentimentos, seus sonhos, seus interesses,
sua identidade – sua história vai sendo escrita.

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ASSIMILE

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Henri Wallon (1879-1962) foi um educador francês que se aprofundou em
estudar a criança, compreendendo que o desenvolvimento depende de três
dimensões – motora, afetiva e cognitiva –, considerando que elas coexistem
e atuam de forma integrada. Wallon defende que o processo de evolução
depende tanto da capacidade biológica do sujeito quanto do ambiente, que
afeta de alguma forma a construção de sua identidade. Ele nasce com um
equipamento orgânico, que lhe dá determinados recursos, mas é o meio
que vai permitir que essas potencialidades se desenvolvam, o que torna as
experiências fundamentais.

Segundo Derdyk (1989, p. 19),


A criança enquanto desenha canta, dança, conta histórias, teatraliza, imagina ou até
silencia… O ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas,
numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal do
imaginário.

Dessa forma, a criança produz arte, expressa-se, produz cultura, revela seu modo
de pensar, seus gostos e sua sensibilidade. Isso requer respeito a sua produção e
escuta atenta do educador, o qual será o mediador dessas ações; e o espaço da
educação infantil será o local oportuno para se vivenciar experiências promotoras
dos direitos infantis: o direito de brincar, de conviver, de participar, de explorar,
de se expressar e conhecer-se.

Cabe destacar que na educação infantil estamos nos referindo às crianças de 0 a 5


anos, portanto, as expressões de suas experiências acontecem por meio de
diferentes linguagens, destacando a dimensão corporal como um dos canais de
comunicação que englobam todas as crianças, desde os bebês, sujeitos que
também se expressam e precisam ser ouvidos em suas demandas e narrativas, o
que favorecerá a construção de sua identidade social e cultural e a noção de
pertencimento a um círculo social.

Como pontua Buss-Simão (2012, p. 270), “o corpo está na base de toda experiência
social das crianças e na construção de suas relações”, principalmente na educação
infantil, em que a expressão e interação infantil é corporal.

Nessa perspectiva, Machado (2010, p. 126) reforça que:


A criança é um ser-no-mundo permeado de limitações, dadas pela imaturidade de seu
corpo e pela moldura oferecida na convivência com a cultura ao seu redor, sobre o que é
permitido ou não para uma criança por ali, mas é uma pessoa desde a mais tenra idade
apta a dizer algo sobre tudo isso: diz algo em seu corpo, gestualidade, gritos, choro,
expressões de alegria e consternação, espanto e submissão. Esses dizeres em ação, essas
atuações no corpo, mostram-se repletas de teatralidade: pequenas, médias e grandes
performances, ações de suas vidas cotidianas que encarnam formas culturais no ser total
da criança; ações visíveis e também invisíveis aos olhos do adulto.

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O olhar adulto é imprescindível para a construção de uma concepção de infância


potente, criadora, capaz de interagir com o outro e com o mundo e, com base em
suas ações, construir cultura.

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Na modernidade, como diz Ariès (1986), a criança que nos tempos medievais
ocupava o lugar de um “adulto em miniatura”, passa a ser reconhecida por suas

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especificidades, ou seja, passa a ser compreendida com identidade e necessidades
próprias.

Tomando o espaço das instituições de educação infantil como locais para se


construir o sentimento de pertencimento e de vivência de sua identidade (em
processo de construção), Gobbi (2010, [s.p.]) completa afirmando que:


Pertencer a um determinado espaço (creche ou pré, bairro, cidade, país) relaciona-se à
identidade cultural que, por sua vez, remete a aspectos de nossas identidades construídas
coletivamente. Vão construindo identificações, ao mesmo tempo em que se distinguem
dos demais. Assim, a identidade e a alteridade, a semelhança e a diferença marcam o
sentimento de pertencer ao todo. É importante garantir ambientes em que sejam
respeitadas as especificidades das crianças na educação infantil, bem como, dos saberes
que elas portam quando chegam às creches e pré-escolas e aqueles que constroem
durante o tempo de permanência nesses espaços. As creches e pré-escolas constituem-se
também como lugares em que o valor cultural e artístico dos diferentes grupos sociais
estão presentificados na forma como o espaço é organizado, em materiais com os quais as
crianças brincam e criam desenhos, esculturas, danças, pinturas cotidianamente.

Fica evidente a importância dos espaços educacionais e de seus profissionais como


promotores do direito da criança em construir sua identidade pessoal, social e
cultural, e isso se dará por meio do planejamento e da organização dos espaços e
tempos na educação infantil.

Resgatando as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI


(BRASIL, 2009) e o documento da BNCC – Base Nacional Comum Curricular para a
educação infantil (BRASIL, 2017), temos a visão de currículo que compreende a
criança como competente, com saberes e experiências que precisam ser
considerados no cotidiano educacional. Como pontua o artigo 4º das DCNEI
(BRASIL, 2009, p. 12),


[…] a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas
interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e
coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona
e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Essa criança potente constrói cotidianamente sua identidade pessoal e coletiva por
meio das experiências que vivencia. Como profissionais da educação, não
podemos nos pautar em uma criança homogênea ao pensarmos o planejamento
das práticas educativas. Quando chega à creche ou à pré-escola, cada criança traz
consigo um repertório de experiências impregnadas pela diversidade de suas
relações sociais e culturais. Dentro dessa perspectiva, Faria e Finco (2013) abordam
que é preciso pensarmos em uma Pedagogia da diferença, da escuta e das
relações, de forma a considerar a multiplicidade de identidades que permeiam a
educação infantil.

Buscando promover a construção de uma imagem positiva de si é fundamental


retomarmos a importância da organização dos espaços e materiais na educação
infantil, papel esse desempenhado pelos adultos-educadores, expressando suas

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concepções de infância e o papel da aprendizagem em seu desenvolvimento.

Se retomarmos a poesia de Loris Malaguzzi, As cem linguagens da criança,


trataremos de uma criança ativa, inventiva, competente e criativa, que se expressa

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e explora o mundo de múltiplas formas. O espaço que a compreende dessa forma
deve acolhê-la, mas também desafiá-la a se desenvolver em todos os aspectos, em

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suas cem linguagens, construindo, assim, sua identidade individual e coletiva de
forma positiva e segura.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, as práticas


educacionais organizadas em torno do conhecimento e em meio às relações
sociais afetam a construção das identidades das crianças (BRASIL, 2009), sendo
fundamental pensarmos em práticas educacionais inclusivas nas quais as
diferenças e a diversidade sejam apresentadas e favoreçam o reconhecimento e a
construção do sentimento de pertencimento das crianças de forma valorosa e
positiva.

Como destacam Cruz e Cruz (2017, p. 78),


Se desejamos que as experiências vividas no contexto da educação infantil contribuam
para alimentar em todas as crianças um sentimento de segurança e de pertencimento, de
acolhimento às suas singularidades, precisamos lhes oferecer, nas suas experiências
cotidianas, elementos para se reconhecerem e valorizarem suas peculiaridades (físicas,
culturais, religiosas etc.), assim como as das demais crianças e dos adultos. Nesse sentido,
é necessário, por exemplo, possibilitar a bebês e crianças pequenas o contato frequente
com bonecas, desenhos e fotografias de negros, nisseis, indígenas, pessoas cadeirantes,
cegas, surdas, com Síndrome de Down etc.; contar-lhes histórias nas quais tenham papéis
importantes e positivos não apenas personagens brancos, mas também os diversos tipos
que compõem o rico legado étnico-racial brasileiro, bem como pessoas com algum tipo de
deficiência.

O documento da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) voltado à


educação infantil engloba, em sua visão curricular a noção de educação,
considerando as questões étnico-raciais na perspectiva da diversidade, olhando
para a educação de crianças quilombolas, indígenas e ribeirinhas, entre outros
grupos. Ao fazer essa abordagem, ficam circunscritas as questões relativas à
diversidade do povo brasileiro, e é nosso desafio pensar em práticas educativas
que abordem as identidades infantis, evidenciando-as enquanto parte da cultura
brasileira, compreendendo as crianças como sujeitos históricos e sociais.

Nesta unidade, você, futuro educador, teve contato com os seis direitos de
aprendizagem e de desenvolvimento previstos pela BNCC – Base Nacional Comum
Curricular, os quais devem ser garantidos a todas as crianças na educação infantil.
Como pontuam Barbosa, Cruz, Fochi e Oliveira (2016, p. 21-22), os direitos de
aprendizagem são:

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- Conviver democraticamente com outras crianças e adultos, com eles se relacionar e


partilhar distintas situações, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento


de si e do outro, o respeito em relação à natureza, à cultura e às diferenças entre as
pessoas;

- Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com

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diferentes parceiros adultos e crianças, ampliando e diversificando as culturas infantis,
seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais,

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corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais;

- Participar ativamente, junto aos adultos e outras crianças, tanto do planejamento da


gestão da escola, como da realização das atividades da vida cotidiana: da escolha das
brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo linguagens e elaborando
conhecimentos, decidindo e se posicionando;

- Explorar movimentos, gestos, sons, palavras, emoções, transformações,


relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, no contexto urbano e do
campo, espaços e tempos da instituição, interagindo com diferentes grupos e ampliando
seus saberes, linguagens e conhecimentos;

- Expressar, como sujeito criativo e sensível, com diferentes linguagens, sensações


corporais, necessidades, opiniões, sentimentos e desejos, pedidos de ajuda, narrativas,
registros de conhecimentos, elaborados a partir de diferentes experiências, envolvendo
tanto a produção de linguagens quanto a fruição das artes em todas as suas
manifestações;

- Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma


imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de
cuidados, interações e brincadeiras vivenciadas na instituição de Educação Infantil.

Reconhecer os direitos de aprendizagem das crianças nas instituições de educação


infantil é importante para que possamos promovê-los.

Enfim, estamos chegando ao final de mais uma unidade da disciplina Campos de


Experiências e Prática Educativa, e nesta seção conversamos acerca dos direitos
de se expressar e se conhecer, preconizados pela Base Nacional Comum
Curricular – BNCC (BRASIL, 2017).

Nessa caminhada, visando conhecer a BNCC e os direitos que devem ser


garantidos a todas as crianças brasileiras, sua participação tem sido fundamental,
pois, como futuro educador, você irá promovê-los.

Exercitar a Pedagogia da Escuta, acolher o protagonismo infantil, atentar-se às


“cem linguagens da criança” será o seu papel como futuro profissional da
educação, e pensar em propostas educacionais com esses princípios será o seu
desafio. Vamos enfrentá-lo?

SAIBA MAIS

Museus são espaços de cultura depositários da memória de um povo,


encarregados de preservar as obras produzidas pela humanidade, com
suas histórias e com os meios próprios de que dispõe. Seus acervos e
exposições favorecem a construção social da memória e a percepção crítica
da sociedade, além de propiciar a documentação e comunicação. Museu é
memória, é identidade, é história.

Figura 2.3 | Museu de Arte de São Paulo

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Fonte: Shutterstock.

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Como exemplo, temos o Museu de Arte de São Paulo, que é um museu


privado sem fins lucrativos, fundado em 1947 pelo empresário e mecenas
Assis Chateaubriand (1892-1968), tornando-se o primeiro museu moderno

0
no país. A coleção do MASP reúne mais de 11 mil obras, incluindo pinturas,
esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos,

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abrangendo a produção europeia, africana, asiática e das Américas,
tornando seu acervo um dos mais importantes do Hemisfério Sul.

O MASP tem a missão de estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos


entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes
visuais. Para tanto, deve ampliar, preservar, pesquisar e difundir seu
acervo, bem como promover o encontro entre públicos e arte por meio de
experiências transformadoras e acolhedoras.

O MASP oferece um programa de formação para professores, chamado


“MASP Professores”, que é um programa de encontros sobre arte, educação
e esfera pública, voltado para a formação de educadores e interessados em
geral.

Também favorece estudos de escolas, e é possível fazer uma visita


coletiva através de agendamento, o que contribuiu com a formação
desde a educação infantil.

É muito importante acessarmos a memória presente nos museus, e o MASP


é uma excelente visita. Para mais informações, acesse o site do museu
(MASP, 2020).

FAÇA VALER A PENA


Questão 1
A Pedagogia da Infância requer a escuta das crianças e a promoção de sua
expressividade por meio de múltiplas linguagens: musical, plástica, corporal,
dramática e oral, entre outras, destacando que as instituições de educação infantil
têm a função de oportunizar experiências socioculturais que favoreçam a
construção das identidades infantis, sendo fundamental as interações e, portanto,
o diálogo.

Considerando a especificidade da Pedagogia da Infância, leia as afirmações a


seguir e assinale a alternativa correta.

a. Os profissionais da educação infantil devem incluir as crianças no planejamento do cotidiano, ouvindo


suas demandas, enxergando-as em suas potencialidades e compreendendo-as como sujeitos ativos e
criativos que necessitam ser reconhecidos em seu protagonismo.

b. Os profissionais da educação infantil são os protagonistas nos espaços de creches e pré-escolas e o


centro do planejamento no cotidiano educacional.

c. O grande desafio dos educadores está em controlar as relações infantis de forma a evidenciar a disciplina
no processo educacional.

d. A educação continuada do educador favorece a ampliação de seu repertório de conhecimentos, pois o


lúdico revela deficiência em sua formação científica.

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e. O educador, ao propor vivências educacionais, não tem como promover a construção da identidade
infantil, pois essa construção não depende das interações, é algo biológico.

Questão 2
As práticas educativas na educação infantil devem promover experiências que

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garantam os direitos de expressão da criança em sua integralidade, revelando

seõçatona reV
pensamentos, hipóteses, sentimentos e sonhos, enfim, seu imaginário ou sua
realidade, e contribuam para a construção da identidade infantil.

Assim, as práticas pedagógicas devem promover experiências que:

I. Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de


experiências sensoriais, expressivas e corporais que possibilitem
movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e
desejos da criança.

II. Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo


domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal,
plástica, dramática e musical.

III. Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas


manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança,
teatro, poesia e literatura.

IV. Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e


tradições culturais brasileiras.

Assinale a alternativa que apresenta as afirmações corretas.

a. As afirmações I, II e IV estão corretas.

b. As afirmações II, III e IV estão corretas.

c. Somente as afirmações I e IV estão corretas.

d. Somente as afirmações I e II estão corretas.

e. Todas as afirmações estão corretas.

Questão 3
O documento da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017) voltado à
educação infantil destaca seis direitos de aprendizagem e de desenvolvimento,
ressaltando que eles devem ser garantidos a todas as crianças brasileiras.
Compõem os direitos infantis: o direito de brincar, de conviver, de participar, de
explorar, de se expressar e conhecer-se.

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Identificar os direitos de aprendizagem é muito importante para sua promoção.


Leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa com a afirmação correta.

a. O direito de conviver envolve interações de crianças e adultos, de um grupo social distinto, garantindo as
marcas do grupo.

0
b. O direito de brincar deve ser garantido cotidianamente às crianças de diversas formas, em diferentes

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espaços e tempos, com diferentes parceiros, adultos e crianças.

c. O direito de participar junto aos adultos e outras crianças deve ser limitado devido à imaturidade infantil.

d. O direito de explorar movimentos, gestos, objetos, elementos da natureza, no contexto urbano e do


campo, requer limites e controle, pois as crianças se machucam com facilidade.

e. O direito de expressar-se e conhecer-se envolve diferentes linguagens e narrativas e deve ser direcionado
a construir a identidade determinada pela família, evitando a diversidade e as diferenças sociais.

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