Faculdade de Católica de Tocantins

2014
 Termorregulação
e
Características Cutâneas
Gonyou, 1991

Os animais devem dentro dos limites

impostos pelos seus genes, ajustar seu
metabolismo, reações fisiológicas e
comportamento para mostrar respostas
adequadas às diversas características e
condições do ambiente.
 Endotérmicos:

São aqueles animais em que a

quantidade de energia térmica
estocada depende essencialmente
de uma elevada taxa metabólica
Ectotérmicos:

São animais em que a quantidade

de energia térmica estocada
depende mais da energia
proveniente do ambiente.
Nos Endotérmicos:

Os mecanismos de termorregulação
encarregam de manter certa
estabilidade na temperatura corporal
profunda apesar das oscilações na
temperatura do ambiente.

TERMORREGULAÇÃO
Hardy, 1981

• A manutenção da TC se efetua, sob

controle do SNC, mediante ajustes
fisiológicos e comportamentais,
exigindo que a produção e a perda de
calor pelo organismo sejam
equivalentes.

TERMORREGULAÇÃO
 TERMORREGULAÇÃO

Conjunto de sistemas de regulação da temperatura corporal de

alguns seres vivos (em especial, dos mamíferos e das aves).

GANHO CALOR - PERDA CALOR = EQUILÍBRIO TÉRMICO

Metabolismo Evaporação
Radiação Radiação
Condução Condução
Convecção Convecção
Condução

Mecanismo de transferência de
energia térmica entre corpos,
entre partes de um mesmo
corpo, por meio de energia
cinética da movimentação das
moléculas.
Convecção

É uma corrente de fluido,

líquido ou gasoso, que
absorve energia térmica em
um dado local e que então se
desloca para outro local, onde
se mistura com porções mais
frias do fluido e para ela
transfere a energia.
Radiação

É a transferência de
energia térmica de um
corpo a outro através de
ondas eletromagnéticas.
Evaporação

É a transferência de
energia térmica que
ocorre no trato
respiratório e na
superfície cutânea.
TERMORREGULAÇÃO
 TERMORREGULAÇÃO

Regulação é exercida pela relação entre:

Termogênese: produção de calor orgânico interno

Termodispersão: libertação de calor orgânico interno

É um mecanismo de homeostasia, pois em oscilações térmicas

do ambiente, possibilita a manutenção da temperatura corporal.
 HOMEOSTASIA

Homeostase (ou Homeostasia) (homeo = igual; stasis = ficar

parado): é a propriedade dos seres vivos, de regular o seu
ambiente interno de modo a manter uma condição estável.

Homeotérmio: é considerado animal de sangue quente, tem a

capacidade de manter sua temperatura corporal relativamente
constante pela combustão de alimento energético nas células.
 HOMEOSTASIA

Mecanismos na regulagem da temperatura do corpo:

tremores (para gerar calor a partir de contrações musculares)

palidez (a circulação sanguínea se altera para direcionar menos calor

para a pele, perdendo menos calor para o ambiente)

ruborização (a circulação sanguínea se altera para irradiar mais calor

através da pele)

ofegação ou suor (para perder calor através da evaporação)

 COMPORTAMENTO DOS ANIMAIS
HIPOTÁLAMO ANTERIOR
- Vasodilatação
Termoreceptores - Respiração
Perda de
periféricos - Penas ou pêlos
calor normais
calor
- Área corporal
HIPOTÁLAMO POSTERIOR
- Vasoconstrição
Receptores - Produção calor
Ganho
periféricos
de calor -  Área corporal
frio
- Penas ou pêlos
eriçadas
TERMONEUTRALIDADE E TOLERÂNCIA
Abaixo da Temperatura Mínima = abaixo desta, o
animal aciona seus mecanismos termorregulatórios
para INCREMENTAR a produção e RETENÇÃO de
calor corporal, compensando a perda de calor para
o ambiente, que se encontra frio.

Acima da temperatura máxima = acima desta, o

animal aciona seus mecanismos termorregulatórios
para auxiliar a DISSIPAÇÃO do calor para o
ambiente.
TERMONEUTRALIDADE E TOLERÂNCIA

Animais TºC retal TCI TCS

Bovinos taurinos 37,5 – 39,3 -6 27
Bovinos zebuínos 38,5 – 39,7 7 35
Ovinos europeus 38,3 – 40,0 -2 20
Ovinos deslanados 38,9 – 40,5 --- ---
Suínos adultos 38,7 – 39,8 0 15
Leitões --- 32 33
Aves poedeiras 40,6 – 43,0 7 21
Frangos --- 13 27
Fonte: Silva (2000)
CICLOS DE TEMPERATURA CORPORAL

1 - Circadiana: período referente às 24 horas do dia

DIA x NOITE

2 - Sazonal: período referente à época do ano

VERÃO x INVERNO
 CICLOS DE TEMPERATURA CORPORAL

40,5

40,0
T retal (ºC)

39,5
VERÃO
39,0
INVERNO
38,5

38,0

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23

Hora
 CONTROLE TÉRMICO
Mecanismos de controle térmico

Comportamental
Exemplo: buscar a sombra
Autônomos:
Exemplo: controle de ingestão de água e alimento
Adaptativo:
Exemplo: tipo e coloração do pelame
 Comportamento

CALOR FRIO
Buscam sombra Buscam sol
Buscam lugares molhados Buscam lugares secos
Expõem-se ao vento Refugiam-se do vento
Buscam pisos frios Buscam pisos quentes
Aumentam o consumo de água Diminuem o consumo de água
Diminuem o consumo de alimento Aumentam o consumo de alimento
 EPIDERME E SEUS ANEXOS

Devem ser reguláveis e dinâmicas POR QUE?

Deserto / Seco: proteger contra perda de água e radiação solar

Regiões frias: proteger contra perda de calor corporal

Regiões quentes: proteger contra entrada de calor externo e

eliminar calor através da superfície cutânea

Regiões temperadas: proteger contra altas e baixas

temperaturas no mesmo dia
 CAPA EXTERNA

EPIDERME: composta por camadas de células e melanócitos

DERME: camada onde estão inseridos

folículos pilosos glândulas sudoríparas
glândulas sebáceas vasos sanguíneos
fibras nervosas fibras musculares lisas
melanócitos

HIPODERME: composta por células adiposas e fibras

musculares estriadas
 CAPA EXTERNA NAS AVES

EPIDERME: fina e elástica, porém pouco vascularizada

Não possui: glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas

Glândula uropígea = mais desenvolvida em aves aquáticas

PENAS: diferenças de tamanho e coloração (melanina):

penas ou plumas (proteção, isolamento térmico)
penugens (isolamento térmico)
semi-plumas (intermediária entre penas e penugens)
filoplumas (semelhante a pêlos)
CAPA EXTERNA NAS AVES
Capa externa nos mamíferos

Pelagem curta, lisa e brilhante permite melhor e

maior dissipação do calor
Pêlos orientados à favor (em pé) da luz permitem uma
absorção 2 à 4% maior que com pêlos orientados contra
a luz (REFLEXÃO).
Pelagem ideal para trópicos:
PELE PRETA impede a penetração dos raios
ultravioleta.
PÊLOS BRANCOS, CURTOS E LISOS refletem
mais o calor, favorecem convecção e evaporação.
 PIGMENTAÇÃO

MELANINA: pigmentos negros e marrons encontrados na

epiderme, pêlos, penas, olhos, etc...

PRODUÇÃO: melanócitos (Tirosina MELANINA)

FUNÇÃO: proteção contra radiação ultravioleta

Essencial para animais das regiões tropicais!

PIGMENTAÇÃO
 PROBLEMAS COM MELANINA

ALBINISMO: tem melanócito, mas não produz

tirosinase (enzima) = não sintetiza melanina

VITILIGO: manchas de inatividade da tirosinase

 PROBLEMAS COM MELANINA

CARCINOMA ESCAMOSO DA VÚLVA: despigmentação da

vulva, comum em vacas que vivem em locais com alta radiação
solar

CARCINOMA ESCAMOSO PERIOCULAR : despigmentação ao

redor dos olhos (descarte de carcaças)

CARCINOMA DA PELE : comum em animais com

despigmentação ou áreas pouco protegidas da radiação solar
(especialmente em cães, gatos e equínos).
 FOLÍCULO PILOSO
Os animais nascem com o número definitivo de folículos, fator
genético (CONJUNTO DE PÊLOS = PELAME)

Com a idade diminui a relação: No de folículos / área

BOVINOS : 1 TIPO: porém com estruturas que vão desde:

fios grossos e medulados  fios finos e não medulados

OVINOS : folículos primários (pêlos)

folículos secundários (lã)

 CICLOS DO FOLÍCULO PILOSO

2 TIPOS DE CICLOS:

ESTACIONAL: um ou duas mudas / ano

cães, gatos, cavalos, bovinos e ovinos selvagens

ONDULATÓRIO: várias mudas / ano

animais para pele (raposas, arminhos, etc)
 FATORES QUE INFLUENCIAM
O PELAME
ÉPOCA DO ANO: VERÃO = pêlos grossos e curtos
INVERNO = pêlos lanosos e compridos

RAÇA X
NUTRIÇÃO: deficiência = pêlos pouco saudáveis
EPIDERME E SEUS ANEXOS
 GLÂNDULA SUDORÍPARA
Proliferações ectodérmicas que se aprofundam no
mesoderma.
A parte mais profunda do broto enovela-se e forma o corpo
da glândula, enquanto o restante transforma-se no seu ducto.
 GLÂNDULA SUDORÍPARA
CLASSIFICAÇÃO:

ÉCRINA ATRÍQUIA
Produção contínua de suor Não associada ao folículo piloso

HOMEM e EQUÍNOS

APÓCRINAS EPITRÍQUIA
Produção descontínua de suor Associada ao folículo piloso

BOVINOS, CAPRINOS E OVINOS

 GLÂNDULA SUDORÍPARA
FATORES:

ESPÉCIES: Possuem diferentes taxas de sudação

Equínos > bovinos > bubalinos > caprinos > ovinos > suínos

RAÇAS: ZEBÚ > EUROPEU

Glândulas Glândulas
saculiformes enovelada
GLÂNDULAS SEBÁCEAS

Originam-se como divertículos

do broto que originará o pêlo.

Explica porque, usualmente,

desembocam nos folículos
pilosos.
 TROCAS TÉRMICAS ATRAVÉS
DA CAPA
CAPA DOS MAMÍFEROS: pelame ou velo
CAPA DAS AVES: penas ou penugens

Propriedades do pelame: (varia conforme a região do corpo)

Comprimento os pêlos Diâmetro
Espessura da capa Densidade de massa do pelame
Ângulo dos pêlos Densidade numérica
Pigmentação
 TROCAS TÉRMICAS ATRAVÉS
DA CAPA
ISOLAMENTO TÉRMICO DEPENDE:

- propriedades das capas

X
- quantidade de ar aprisionado entre os pêlos, penas ou velo

- velocidade do vento em contato com a capa

 TROCAS TÉRMICAS ATRAVÉS
DA CAPA
EXEMPLO: resiste aos ventos do Ártico

Pelame denso:

Impede a entrada de ar entre os pêlos

e perda de calor por convecção
TROCAS TÉRMICAS X PIGMENTAÇÃO

EXEMPLO: pelame malhado

Pelame branco:

Menor absorção de radiação solar

Maior reflexão

Pelame escuro:

Maior absorção de radiação solar

Menor reflexão
TROCAS TÉRMICAS X PIGMENTAÇÃO

EMBORA a coloração branca seja mais reflectante, para que

essa vantagem seja mais efetiva as características da capa
(pêlos ou penas) devem ser:

Densamente distribuída

Baixa angulação sobre a epiderme

EXEMPLO:
PELAME ESCURO e DENSO: retêm o calor da radiação e
não chega até a epiderme
TROCAS TÉRMICAS POR EVAPORAÇÃO

Os pêlos ou penas podem impedir a transferência térmica por

evaporação com maior eficiência do que impedem as
transferências térmicas por condução e convecção

AMBIENTE:

Quente / seco: animais com capa mais densa

Quente / úmido: animais com pêlos mais esparsos

 ISOLAMENTO TÉRMICO TISSULAR

Resistência ao fluxo térmico do interior do corpo

para a superfície epidérmica

TEMPERATURA:

BAIXA: Vasoconstrição =  fluxo de sangue na superfície

epidérmica

ALTA: Vasodilatação =  fluxo de sangue na superfície

epidérmica
SISTEMA VASCULAR:

Calor Vasodilatação periférica aumento

de fluxo de sangue na pele perda de calor por
condução.
TECIDO ADIPOSO

Definição: tipo especial de tecido conjuntivo

onde se observa predominância de células
adiposas (ADIPÓCITOS)
Funções:

a) reserva de energia (fornece 9,3 kcal/g)

b) modela o corpo
c) evita choques
d) isolamento térmico
e) sustenta órgãos
f) atividade secretora (hormônios como leptina)
SISTEMA RESPIRATÓRIO (Ofegação)

Bovinos 20-27 movimentos/min.

Eqüinos 10-20 movimentos/min.
Ovinos 20-30 movimentos/min.

Aves, cães e suínos praticamente não suam, usando o

OFEGO para termólise (tem a capacidade de aumentar muito
o ritmo respiratório).

Cavalo, camelo e homem suam muito, tem freqüência

respiratória mais baixa, mesmo em estresse calórico.

Bovinos, Ovinos e Caprinos respiração + sudorese.