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Novos temas de análise: as relações entre classe/gênero/etnia para a compreensão

das desigualdades educativas; pós-estruturalismo e educação; os “estudos


culturais”;

A segunda reação escolhida para colocar em evidência nesta escrita diz respeito
especificamente aos “estudos culturais”, reflexões estas realizadas em aula e artigos
proporcionados ao longo desta disciplina, nas quais permitiram pensar algumas
problematizações que julgo pertinentes neste momento. Estes estudos emergem pós-
guerra do cenário britânico, na qual impacta a forma de olhar para a educação e práticas
pedagógicas, compreendendo segundo Costa, Silveira e Sommer (2003) que esta
perspectiva busca democratizar a cultura como uma experiencia vivida por qualquer
grupo de sociedade, ou seja, algo a ser considerado por diferentes grupos, entendo que
há produção de cultura, independe da configuração social que se encontre. Essa
compreensão não se tinha até então, na qual era considerado cultura como um privilégio
de apenas alguns grupos tais considerados dignos de serem levados em consideração.

Esta perspectiva vem proporcionando acionar pesquisas significativas no campo


da educação ao considerar as culturas populares como um campo de significados, na
qual nos permite olhar para a configuração social contemporânea, para questões sociais
que outrora não eram consideradas importantes para o campo de pesquisa, cultural e
social, por exemplo. O que está em discussão a partir deste olhar é que cultura define
formas de vida de uma população e produz subjetividades, formas de conduzir a
conduta dos sujeitos, compreendendo que a cultura é uma disputa de poder e passam a
ocupar um lugar significativo no contexto pedagógico. Podemos compreender melhor a
partir das contribuições dos autores ao dizer que:

De certa maneira, pode-se dizer que os Estudos Culturais em


Educação constituem uma ressignificação e/ou uma forma de
abordagem do campo pedagógico em que questões como cultura,
identidade, discurso e representação passam a ocupar, de forma
articulada, o primeiro plano da cena pedagógica. ( COSTA,
SILVEIRA E SOMMER, P. 54, 2003)
A partir destas considerações dos autores, pude realizar algumas aproximações
com a produção de políticas curriculares atuais, bem como relacionar com a escrita da
primeira reação, o qual refere-se ao campo de estudo que busco pesquisar. Os estudos
culturais nos permitem ampliar nosso olhar sobre diferentes grupos ao compreender sua
significação, percebendo suas portas de entrada no que tange a prática pedagógica e a
educação dos sujeitos, mas é possível ainda ver uma invisibilidade desta diversidade nas
produções de tais políticas, na qual pouco se leva em consideração as diferentes
culturas, grupos sociais, focando em métodos de aplicabilidade de aprendizagens
mínimas para produzir o sujeito neoliberal que se quer. Ou seja, os estudos culturais nos
proporcionam reafirmar que os sujeitos estão em disputa de poder ao colocar em
suspenso suas culturas, identidades e saberes na produção de políticas, nos permitindo
problematizar e questionar as intenções e padronização da sociedade neoliberal que se
quer, ao não levar em consideração a diversidade cultural e estrutura social na qual a
sociedade se configura.

REFERÊNCIAS:

COSTA, Marisa Vorraper. SILVEIRA, Rosa Hessel. SOMMER, Luis Henrique. Estudos
Culturais, Educação e Pedagogia. Estudos Culturais, educação e pedagogia.
Revista Brasileira Educação. Ed. 23. P. 36-61. maio, 2003,

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