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Axioma I: A máquina de guerra é exterior ao aparelho de Estado.

(Aparelho de) Estado Máquina de Guerra (Nômade)

Rei-mago (déspota; ceifeiro) Guerra (“chefe guerreiro”)


< ̶X̶ >
M Sacerdote-jurista (legislador; organizador)
I
T Violência estrutural: captura mágica (liame) ou
O “burocrática”: polícia, cárcere etc. Violência guerreira
L < ̶X̶ >
O violência militar
G
Jogo: Xadrez Jogo: Go
I
A (Forma pura da) Interioridade Exterioridade
E “Função” de conservação Potência de metamorfose

E “Lei”; ​logos​; ​pólis nomos


T
N Estados definidos binariamente (homem X Devir(es) (devir-animal; devir-mulher etc.)
O mulher; humano X animal etc.)
L
Poder se refere a centros de poder Poder provém da (re)produção e manutenção
O
de prestígio
G
I Disciplina (militar) Indisciplina fundamental (questionamento
A constante da hierarquia)

Figura “bélica”: soldado guerreiro

Figura religiosa: sacerdote Profeta

Publicidade Segredo
E Ciência régia (“real”) Ciência nômade (menor)
P
I Unidade coletiva de trabalho: corporação Unidade coletiva de trabalho: confraria
S
T Uso hidráulico: canais Modelo​ hidráulico: fluxos
E
M Estável; eterno; idêntico Devir; heterogeneidade
O
L “mede-se o espaço para ocupá-lo” (métrica) “ocupa-se o espaço sem medi-lo”
O
G
teoremática problemática
I
Pesado; gravidade; lento leve. celeridade; rápido
A
Relação estática forma-matéria (hilemorfismo) Relação dinâmica material-forças

Professor público “pensador privado” (termo inadequado)


N (exemplos: Nietzsche, Kierkegaard)
O
​ ̶X̶ > muthos
Pensamento: ​logos < Pensamento: ​pathos ​(​antilogos ​e ​antimuthos​)
O essência acontecimento
L
O sujeito pensante universal raça singular; “tribo”; povo
G
“meio” do pensamento: o Ser “meio”: o deserto, a estepe, o mar (o espaço
I
liso)
A

Sedentarismo; (Re)territorialização: Desterritorialização: reterritorialização na


E reterritorialização na terra cercada (propriedade; própria desterritorialização. Terra como (A)
S território de Estado) desterritorializada lhe é território
P
A deslocamento (extensivo) - movimento relativo Velocidade (intensiva) - movimento absoluto
Ç
Espaço estriado; fechado Espaço liso; aberto
O
Exterior: “política externa” (externalidade); Exterior: exterioridade; Fora.
ecúmeno

Nº geometrismo aritmetismo

número numerado número numerante

Sentimentos (“afectos subjetificados”) Afectos (circulantes)

A história geografia
F
Ferramenta (introjetiva; centrípeta) Arma (projetiva; centrífuga)
E
C Trabalho Ação livre
T
O signo (escrita escritural, significante) jóia (runas: escrita ornamental)
S
arquitetura; cozinha música; droga

Código (militar) “caminhos” (artes marciais)

Relação com a guerra: “analítica” Relação com a guerra: necessária, mas


“sintética” (ou “suplementar”)

3 Axiomas fundamentais; 9 proposições; 3 problemas

Proposição I:​ Essa exterioridade é confirmada, inicialmente, pela ​mitologia, a epopéia, o drama e os
jogos.

Problema da negatividade. Erro “burguês ​e s​ oviético”.

Problema I​: Existe algum meio de conjurar a formação de um aparelho de Estado (ou de seus
equivalentes num grupo)?

Proposição II​: A exterioridade da máquina de guerra é igualmente confirmada pela ​etnologia


(homenagem à memória de ​Pierre Clastres​)
sem Estado ​≠ ​contra o Estado;​ antecipação-conjuração -> MDG
chefia (prestígio); econômicos; guerra (¬ troca)

¬Estado virtual (MTP) ≠ ¬Estado atual (MDG)

- Evolucionismo à La Boétie

Proposição III​: A exterioridade da máquina de guerra é confirmada ainda pela epistemologia​, que
deixa pressentir a existência e a perpetuação de uma "ciência menor" ou "nômade".

Problema II​: Existe algum meio de subtrair o pensamento ao modelo de Estado?

Proposição IV​: A exterioridade da máquina de guerra é confirmada finalmente pela ​noologia​.


(“estudo das imagens do pensamento e de sua historicidade”)

Imagem do pensamento estatal recobre todo o pensamento com a forma-Estado:

Correspondendo às duas cabeças: “República dos espíritos livres cujo princípio seria a ideia de um
ser supremo”

Dois universais: ​Todo como fundamento último do ser ou horizonte que o engloba; ​Sujeito como
princípio que converte o ser em ser para-nós. ​Imperium ​< ̶X̶ > república.

“O senso comum, a unidade de todas as faculdades como centro do cogito, é o consenso de Estado
levado ao absoluto” (Descartes - Kant - Hegel; Durkheim; Psicanálise normativa)

Imagem do pensamento MDG: “Todo o pensamento é um devir, em vez de ser o atributo de um


Sujeito e a representação de um Todo”.

“A tribo-raça só existe no nível de uma raça oprimida, e em nome de uma opressão que ela sofre: só
existe raça inferior, minoritária, não existe raça dominante, uma raça não se define por sua pureza,
mas, ao contrário, pela impureza que um sistema de dominação lhe confere. Bastardo e mestiço são
os verdadeiros nomes da raça.”

Problema do racismo-fascismo; problema do orientalismo.

Axioma II​: A máquina de guerra é a invenção dos nômades (por ser exterior ao aparelho de Estado
e distinta da instituição militar). A esse título, a máquina de guerra nômade tem três aspectos: um
aspecto ​espacial-geográfico, um aspecto aritmético ou algébrico, um aspecto afectivo​.

Proposição V​: A existência nômade efetua necessariamente as condições da máquina de guerra no


espaço​.
Diferenciar o que é princípio e o que é somente consequência no modo de vida nômade (em relação
ao espaço): todo trajeto vai de um ponto a outro, e o nômade não ignora os pontos, mas se “um
trajeto está sempre entre dois pontos, com o nomadismo o ​entre tomou toda a consistência, e goza
de uma autonomia e de uma direção próprias”

nomos acabou significando “lei”, mas por que antes era ​modo de distribuição (dos homens, dos
animais, da terra, de funções), num espaço aberto. ≠ Schmitt, que reduz o ​nomos à ​tomada da terra
(cercamento), estando no pensamento-Estado.

Dois tipos de relação de oposição ao Estado:


1) Ocidental: Revolução como ‘transformação’ do Estado. “Socialismo”.
2) Oriental: Revolução como ‘destruição’ do Estado. “Anarquismo”.
Marx, além da burguesia desde o XIX, aproximam o proletariado do nômade, visto que, se é ​força
de trabalho/​ trabalho alienado na via (1), é ​força de nomadização/​ desterritorializado na via (2).

Proposição VI​: A existência nômade implica necessariamente os elementos ​numéricos de uma


máquina de guerra

Proposição VII:​ A existência nômade tem por ​"afectos"​ as armas de uma máquina de guerra

Problema III: Como os nômades inventam ou encontram suas armas?

Proposição VIII​: A metalurgia constitui por si mesma um fluxo que concorre necessariamente para
o nomadismo.

Axioma III: A máquina de guerra nômade é como a forma de expressão, e a metalurgia itinerante
seria a forma de conteúdo correlativa.

Proposição IX​: A guerra não tem necessariamente por objeto a batalha, e, sobretudo, a máquina de
guerra não tem necessariamente por objeto a guerra, ainda que a guerra e a batalha possam dela
decorrer necessariamente (sob certas condições).

relação da máquina de guerra com a guerra: o objeto positivo (​nomos,​ espaço liso) se choca
eventualmente com um Estado e/ou cidades (forças estriantes), o que faz com que a MDG devenha
em guerra efetiva (objeto negativo)

Kant: relação necessária, mas sintética.

Perigo para o Estado de “erigir um aparelho de Estado tanto mais pesado e improdutivo quanto
apenas existe como a forma vazia de apropriação da MDG”

Estado - guerra total - capitalismo: guerra de aniquilamento para além do exército e Estado
inimigos, mas contra sua população e economia.
inimigo qualquer “indiferenciado”: guerrilha mutante, minoria, terrorista, hacker etc.

Inversão real de Clausewitz: Estados se apropria da MDG; extrapola uma MDG mundial que toma
para si os fins do Estado e assume suas funções políticas. MDG mundial: fascismo --->
pós-fascismo: Terror ou Sobrevivência; pacificação; paz terrífica. “uma paz talvez ainda mais
terrífica do que a morte fascista”

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