Você está na página 1de 12

não saber = angustia – sem angustia sem não saber

Júlia Kristeva, “de que não há carne mais perturbadora que a carne
da escrita” 27
KRISTEVA. Sentido e contra-senso da revolta, p. 197.

lúbrico
lú.bri.co
adj (lat lubricu) 1 Escorregadio, liso, úmido. 2 fig Lascivo, luxurioso, sensual.

apenso
a.pen.so
adj (lat appensu) 1 Que está anexo ou junto; apensado. 2 Disposto; inclinado, propenso.
3 Pendente, pendurado, suspenso. sm Dir Documento anexado aos outros, sem deles
fazer parte integrante. A. por linha: aplica-se, na linguagem forense, à peça do processo
que está ligada aos respectivos autos por uma linha, a fim de se poder retirar sem
prejuízo da coordenação das outras peças.

______. The Law of Genre. In:_____. Critical Inquiry. New York: Hopkins
Univ. Press, 1980, n. 1. v. 7.

terror atraçao, o jeito que o homem hilstiano encontra de transgredir, não é ir direto
ao encontro do divino, ou ter a experiencia interior, ou romper a crisálida, mas tentar
encontrar deus em seu mundo físico, cotidiano, trazer para a vida aqui agora o divino,
gerando assim a loucura, a inadequaçao e a obscenidade, pois ele não atinge os
limites, mas também avança sobre limites sociais ao entregar-se ao desvario do corpo.

ilação
i.la.ção
sf (lat illatione) Inferência, conclusão, dedução.

irrisão
ir.ri.são
sf (lat irrisione) 1 Ato de zombar. 2 Mofa, zombaria com desprezo. 3 Objeto de
escárnio.
irrisão
s. f.
1. Zombaria depreciativa; mofa.
2. Fig. Alvo da irrisão.

derrisório
der.ri.só.rio
adj (lat derisoriu) Que provoca o riso; irrisório.

sofisma
so.fis.ma
sm (gr sóphisma) 1 Lóg Raciocínio capcioso, feito com intenção de enganar. 2
Argumento ou raciocínio falso, com alguma aparência de verdade. 3 pop Dolo, engano,
logro.

topos
to.pos
sm (gr tópos) O tema recorrente em literatura; motivo que se repete com
freqüência. Os tópicos ou topoi são pontos de vista empregáveis em diversas
instâncias, com validade geral, lançados na ponderação de pós e contras das
opiniões e podem inferir o que é verdadeiro

DIANOIA

dianoia - entendimento, ratio

Termo grego retirado da Poética de Aristóteles para traduzir o tema ou o sentido global de uma
obra literária. A dianoia está presente em toda a obra, mas nunca se revela como parte do
conjunto porque é a própria totalidade signifiativa da obra. Northrop Frye adopta o termo e
acrescenta-lhe significação na sua Anatomy of Criticism, onde considera a existência de cinco
sentidos: o literal (aquele que corresponde ao padrão simbólico de uma obra), o descritivo
(aquele que aponta para a relação da obra com factos exteriores), o formal (o tema da obra), o
arquetípico (o sentido da obra enquanto convenção ou género literário) e o anagógico (a relação
da obra com todas as experiências literárias). A dianoia está em íntima ligação com o mito (o
sentido arquetípico): "The mythos is the dianoia in movement; the dianoia is the mythos in
stasis. One reason we tend to think of literary symbolism solely in terms of meaning is that we
have ordinarily no word for the moving body of imagery in a work of literature." (Princeton,
N.J., 1957, p.83).

ACEDIA (BENJAMIN, TESES SOBRE A HISTÓRIA)


'Acédia' é um estado de esgotamento moral ou espiritual que comanda quando a
pessoa verifica que o esforço ascético ultrapassa a sua generosidade e as suas
forças; ou ainda, cada vez que a resposta esperada de Deus não chega
automáticamente, à medida dos nossos esforços... (in, Luis Rocha e Melo,sj, Se
tu soubesses o dom de Deus,Braga, s/d
acedia
a.ce.di.a
sf (lat acedia) 1 Apatia, frouxidão, preguiça, tibieza; acídia. 2 Teol Fastio, tibieza. 3
Grande tristeza, melancolia profunda. Cf assedia.

acalmia
a.cal.mi.a
sf (a1+calmo+ia1) 1 Med Período de repouso, que, no estado febril, se segue ao do
calor e da vivacidade das idéias. 2 Meteor O mesmo que recalmão.

dissensão
dis.sen.são
sf (lat dissensione) 1 Ato de dissentir. 2 Divergência. 3 Discrepância. 4
Desavença, discórdia. Var: dissenso. Antôn (acepção 1): assentimento.

comutar
co.mu.tar
(lat commutare) vtd 1 Permutar, trocar. 2 Dir Mudar (pena ou castigo) em outro
menor: Comutar a pena. O presidente da República comutou as penas aos
condenados. Comutaram-lhe a pena em degredo. 3 Inverter o sentido da corrente
elétrica. Var: comudar.

Antilogia quer dizer contraposição de argumentos, um discurso formulado


contra outro

antilogia
an.ti.lo.gi.a
sm (gr antilogía) 1 Contradição de palavras ou idéias na mesma obra. 2 Med
Conjunto de sintomas contraditórios, o qual impede a formação de um
diagnóstico.

------

Definition:
eídos: aparência, natureza constitutiva, forma, tipo, espécie, ideia

www.filoinfo.bem-vindo.net/filosofia/modules/lexico/entry.php?entryID=131

requisitório
re.qui.si.tó.rio
adj (requisito+ório1) V precatório. sm 1 Discurso de acusação. 2 Dir Requisição
escrita, feita pelo representante do Ministério Público. 3 Dir Exposição dos motivos
pelos quais o representante do Ministério Público acusa alguém judicialmente.

inflectir
in.flec.tir
(lat inflectere) vtd 1 Curvar, dobrar inclinar: Inflectir a cabeça. Inflectir o corpo.
vtd, vti e vpr 2 Desviar(-se), dobrar(-se), torcer(-se): Inflectia a realidade dos
acontecimentos. Inflectira para o outro lado. Inflectimos por outro caminho. Ali a
estrada inflecte à direita. Nessa altura o rio se inflectia para o sul. vti 3 Incidir: O
foco luminoso inflectiu sobre o arvoredo. vtd 4 Gram Variar a terminação de
(vocábulo). vtd 5 Modificar (a voz). Var: infletir. Conjuga-se como refletir.

aporia
a.po.ri.a
sf (gr aporía) 1 Ret Dúvida ou hesitação, que o orador tem ou finge ter sobre o que
há de dizer. 2 Filos Dificuldade lógica oriunda do fato de haver ou parecer haver
razões iguais, tanto pró quanto contra uma dada proposição. Quando as duas
razões parecem comprovantes, a aporia torna-se antinomia.

HYBRIS
Substantivo feminino grego, de raiz provinda do indo-europeu *ut + qweri, (peso
excessivo, força exagerada) passa a significar o que ultrapassa a medida humana (o
métron). É, portanto, o excesso, o descomedimento, a desmesura. Em termos de
religião grega, a hybris representa uma violência, pois, ao ultrapassar o métron, o
homem estaria cometendo a insolência, um ultraje, na pretensão de competir com a
divindade. Daí o sentido metafórico de orgulho, arrebatamento, impetuosidade. Seu
antónimo, nesse caso, seria sophrosyne (…), a disposição sadia de espírito, a
moderação, a prudência.
Por representar uma abstracção, a hybris não possui um mito próprio. Entretanto
passa por ser a mãe ou a filha de Kóros (…), a saciedade, pelo jogo dos símbolos.
Observe-se que o adjectivo "híbrido" vem do grego hybris, pelo latim hybrida,
por via erudita, pois os gregos consideravam a miscigenação e o hibridismo
consequente, uma violação das leis naturais.
O conceito de hybris tem sido aplicado principalmente em relação ao
protagonista da tragédia que desafia as leis morais vigentes na polis e as proibições
dos deuses. A transgressão do protagonista ou hamartia (…) leva à sua queda, o que
não significa necessariamente um desfecho trágico. A hybris e o desfecho trágico
ocorrem, por exemplo, em Édipo Rei e Antígona, de Sófocles (s. V a. C). Em Medeia
de Eurípedes (s. V a. C.), a hybris se apresenta com uma força trágica incomum,
pois a protagonista terna e monstruosa, Medeia, pela intensidade da sua paixão por
Jasão, é capaz de assassinar os próprios filhos, para punir o amante (pela sua
infidelidade) de uma forma radical. Entretanto, ela é resgatada, no final, pelo carro
de Hélios, seu pai.
Resumindo: a tragédia realiza-se a partir da ultrapassagem do métron (…) pelo
simples mortal, a partir, portanto, de uma transgressão feita, ou seja, de uma
violência contra a ordem social e, necessariamente, contra os deuses imortais: a
hybris. Aquele que encarna o anthropos (…), o simples mortal é o aner, (…) o ator, o
outro, ou seja o dramatis personae. Isto provoca a némesis, (…), o ciúme divino.
Contra o herói é lançada a Até, a cegueira da razão. Tudo que o hypocrités (o ator
possuído pelo êxtase) fizer, reverterá contra si mesmo (Édipo). Em seguida ele
estará subjugado pela moira, pelo destino cego, sem apelo.
Muito antes da tragédia, entretanto, desde Homero (s. VIII a. C.) com a Ilíada e
a Odisséia, os poetas não pouparam esforços em admoestações acerca dos perigos
da hybris. Também o poeta tebano Píndaro (s. VI-V a. C.) lembra a efemeridade do
homo-humus e pede que se evite a hybris pois “O homem é o sonho de uma
sombra” Píticas, 8, 95-97.

BIB.: A. Bailly. Dictionnaire grec-français. Paris, Hachette, 1950, p. 1981-1982. Albin


Lesky. La tragedia griega. Barcelona, labor, 1966.John Higginbotham. Greek & Latin
Litterature. London, Methuen& Co Ltd, 1969, p. 278-279. Chris Baldick. The Concise
Oxford Dictionary of Literary Terms. New York, Oxford Un. Press, 1991, p.101. J. A.
Cuddon. The Penguin Dictionary of Literary Terms. London, Penguin Books, 1991, p.
431. Junito Brandão. Dionário mítico-etimológico da mitologia grega. Petrópolis,
Vozes, 1991, p. 558-559. __. O teatro grego: tragédia e comédia. Petrópolis, Vozes,
1996. Pierre Grimal. La mythologie grecque. Paris, Presses Universitaires, 1953.
Robert Graves. The Greek Mythes. Great Britain, Penguin Books, 1984. Werner
Jaeger. Paideia: los ideales de la cultura griega. /Paideia, Die Formung des
griechischen Menschen. Trad. do alemão por Joaquín Xirau. México, Fondo de Cultura
Económico, 1957.
Selma Calasans Rodrigues

heteronomia
he.te.ro.no.mi.a
sf (hétero+ônimo+ia1) 1 Subordinação ou sujeição à vontade de outrem ou a uma
lei exterior. 2 Sujeição da vontade ao controle dos apetites naturais, paixões e
desejos, em vez de à lei normal ou da razão. 3 Biol Condição ou qualidade de ser
heterônomo.

abulia
a.bu.li.a
sf (gr aboulía) Med Perturbação mental caracterizada pela ausência ou diminuição
da vontade; abulomania.

reificação
re.i.fi.ca.ção
sf (reificar+ção) Filos O momento, dentro do processo de alienação, em que a
característica de ser uma "coisa" se torna típica da realidade objetiva.

encetar
en.ce.tar
(lat inceptare) vtd 1 Começar, principiar: Encetar vida nova. vtd 2 Entrar em
contato; entabular: Com estas palavras encetamos a palestra. Encetar relações
comerciais. vpr 3 Fazer alguma coisa em primeiro lugar ou pela primeira vez;
estrear-se: Venho de encetar-me na carreira de tradutor. vtd 4 Tirar a primeira
porção de (uma bebida ou alimento). Var: encertar.

coextensivo
co.ex.ten.si.vo
adj (co+extensivo) 1 Que tem extensão igual ou coincidente. 2 Que ocupa o
mesmo espaço ou período no tempo.

concrescência
con.cres.cên.cia
sf (concrescente+ia2) 1 Biol União ou coalescência por meio de tecido
secundário, de partes contíguas, primitivamente separadas. 2 Biol
Convergência e fusão dos lábios laterais do blastóforo, para formar o
primórdio de um embrião. 3 Bot Ato de crescerem certos órgãos vegetais,
unidos e simultaneamente.

preensão
pre.en.são
sf (lat prehensione) 1 Ato de segurar, agarrar ou apanhar. 2 Zool Ato de os
organismos animais prenderem os alimentos ou objetos por meio de certos
órgãos, chamados preensores.

conjunção
con.jun.ção
sf (lat conjunctione) 1 União, ajuntamento. 2 Conjuntura. 3 Boa ocasião, ensejo
favorável, oportunidade. 4 Gram Palavra ou expressão que liga orações ou, dentro
de uma mesma oração, palavras que tenham o mesmo valor ou função. As
conjunções coordenativas ligam palavras ou orações do mesmo valor ou função e
correspondem às aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas.
As conjunções subordinativas ligam uma oração a outra estabelecendo uma
relação de dependência entre elas. Compreendem as integrantes, causais,
consecutivas, concessivas, condicionais, conformativas, finais, temporais,
comparativas, modais e proporcionais (V cada uma dessas palavras). 5 Astr
Encontro aparente de dois astros no mesmo ponto do zodíaco. 6 Menstruação.

conexão
co.ne.xão
(cs) sf (lat connexione) 1 Ligação de uma coisa com outra. 2 Mec Seção de tubo
ou cano, de várias formas, para ligar as extremidades adjacentes de dois tubos ou
canos. Segundo a forma e modo de ligação específicos, é denominada luva,
cruzeta, cotovelo, flange, níple, bucha, união. 3 Mec Ligação entre duas peças,
mecanismos, dispositivos etc. 4 Eletr Ligação de dois condutores de um circuito
ou de um aparelho elétrico a um circuito. 5 Dependência, relação, nexo. 6
Analogia entre coisas diversas. 7 Coerência.

PREENSÃO: um elemento é o dado (datum) de um outro elemento que o prende.


a preensão é a unidade individual. tudo o que prende seus antecedente e
concomitantes, e de próximo em próximo prende o mundo.
o olho é a preensão da luz = quem é a preensão do olho????

O vetor de preensão vai do mundo ao sujeito. do datum preendido ao preendente.

vetor
ve.tor
adj (lat vectore) 1 Astr V raio vetor de um planeta. 2 Geom V raio vetor de uma
curva. 3 Biol Que serve de veículo ou intermediário para os germes patogênicos
ou parasitos; hospedeiro intermediário. sm 1 Mat Quantidade que para sua
especificação completa requer uma grandeza, direção e sentido; é comumente
representada por um segmento de reta cujo comprimento designa a magnitude do
vetor e cujo sentido é indicado por uma ponta de flecha numa das extremidades
do segmento; grandeza vetorial. 2 Condutor, portador. V. deslizante, Mat: aquele
que pode deslizar sobre o seu suporte. V. livre, Mat: aquele cuja origem pode ser
um ponto qualquer do espaço. V. localizado em um ponto, Mat: aquele cuja
origem é um ponto fixo. V. nulo, Mat: vetor cujo módulo é nulo. sm pl Vetores
colineares, Mat: aqueles cujos suportes são paralelos ao mesmo plano. Vetores
eqüipolentes, Mat: aqueles cujos suportes são paralelos ou confundidos e que têm
o mesmo sentido e o mesmo módulo. Vetores ortogonais, Mat: aqueles cujo
produto escalar é nulo. Vetores ortonormais, Mat: vetores ortogonais de módulo
unitário. Vetores simétricos ou opostos, Mat: os que têm módulos iguais e
sentidos contrários. Var: vector.

Kairos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

Kairos (καιρός) é uma antiga palavra grega que significa "o momento certo" ou
"oportuno". Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos.
Enquanto o primeiro refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, esse último é um
momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece. É usada também em
teologia para descrever a forma qualitativa do tempo, o "tempo de Deus", enquanto
chronos é de natureza quantitativa, o "tempo dos homens".

Em síntese, pode-se dizer que chronos, o tempo humano (medido), é descrito em anos,
dias, horas e suas divisões. Enquanto o termo kairos, que descreve "o tempo de Deus",
não pode ser medido e sim vivido

via de acesso ao presente = arqueologia


não regride a um passado remoto, mas tras algo que no presente não podemos mais viver
e é incessantemente jogado para a origem, sem nunca poder alcançá-la..
resta o não vivido

o presente é a parte do não vivido em todo vivido


o que impede o acesso ao presente é a massa daquilo que nào conseguimos viver

a atenção dirigida a esse não vivido é a vida do contemporaneo. ser contemporâneo significa
voltar a um presente em que jamais estivemos.

tautologia:
do Gr. tautologia < tautó, o mesmo + lógos, assunto
s. f.,
vício de locução que consiste em dizer sempre a mesma coisa, em termos diferentes.

axiologia
a.xio.lo.gi.a
(cs) sf (gr axiólogos+ia1) Filos Ramo do conhecimento que tem por objeto o
estudo da noção de valor em geral.

axiológico
a.xio.ló.gi.co
(cs) adj (axiologia+ico2) 1 Relativo ou pertencente à axiologia. 2 Baseado em
valores intrínsecos ou fundamentais, ou que os envolve. 3 Que faz as obrigações
morais dependerem de valores. Antôn: deontológico

A escrita revolucionaria foi como uma enteléquia p 20

enteléquia
en.te.lé.quia
sf (gr entelékheia) 1 Filos Termo aristotélico que designa a realidade plenamente
realizada em oposição a potencialidade. 2 Biol Princípio vital ou força, semelhante
à alma humana, que, segundo o vitalismo, guia os fenômenos vitais dos
organismos.
o Ethos consiste na credibilidade do orador. Na sua magnificiência, cultura, estado social,
capacidade intelectual e em como se poderá usar estas qualidades intrínsecas para levar um
auditório a acreditar numa verdade.

O Pathos representa o jogo com as paixões e emoções dos ouvintes. A forma como o orador se
dispõe a conquistar os corações do seu público, fazendo-o prescindir do controle racional das
opiniões.

O Logos representa o raciocínio lógico através do qual se convence o público de uma verdade.

Tropos
tro.pos
sm pl (gr trópos) Argumentos com que os céticos gregos pretendiam mostrar a
impossibilidade de estabelecer verdades certas.

anamnese
a.nam.ne.se
sf (gr anámnesis) 1 Reminiscência, recordação. 2 Liturg Oração que, na missa, é
dita após a elevação e que recorda a paixão do Redentor. 3 Ret Figura pela qual o
orador simula lembrar-se, na ocasião, de coisas que iria esquecendo, para assim
chamar a atenção sobre elas. 4 Med Reaquisição da memória, regresso da
memória. 5 Med Histórico dos antecedentes de uma doença (doenças anteriores,
caracteres hereditários, condições de vida etc.).

anacoluto
a.na.co.lu.to
sm (gr anakoloúthon) Gram Figura em que, na mesma frase, uma expressão não
se liga a outra pelas regras da sintaxe, ou em que há solução de continuidade;
anacolutia: Os três reis orientais é tradição da Igreja que um deles era preto.

parataxe
pa.ra.ta.xe
(cs) sf (gr parátaxis) 1 ant Entre os gregos, formação do exército em ordem de
batalha. 2 Gram Construção assindética do período, sem idéia de subordinação ou
com ela. Exemplo: Cheguei, vi, venci. Não posso trabalhar, estou doente (=
porque estou doente).

mistagogia
mis.ta.go.gi.a
sf (mistagogo+ia1) Iniciação nos mistérios de uma religião

Barthes diz que o personagem proustiano do escritor faz uma mistagogia em três
momentos dialéticos:
O desejo, o insucesso, a assunção

assunção
as.sun.ção
sf (lat assumptione) 1 Ação ou resultado de assumir. 2 Elevação a alguma
dignidade: A assunção de Pedro II ao trono do Brasil. 3 Teol Ato pelo qual a
divindade encarnou em si a natureza humana: Cristo se fez semelhante a nós pela
assunção de nossa natureza. 4 Teol Elevação ou rapto da Santíssima Virgem ao
Céu. 5 Teol Comemoração desse trânsito, festejado pela Igreja em 15 de agosto.
6 Lóg Proposição menor de um silogismo. 7 Verso antigo, de quatro sílabas. 8
Filos Noção preconcebida.

catálise
ca.tá.li.se
sf (gr katálysis) Quím 1 Fenômeno que causa uma reação química ou a alteração
de sua velocidade pela adição de uma substância (catalisador), que aparece
inalterada quimicamente no fim da reação. 2 Aceleração de uma reação química
por tal processo. 3 Ação ou reação entre duas ou mais pessoas ou forças,
provocadas ou precipitadas por um agente ou forças estranhas, especialmente
quando esse agente ou força se conservam essencialmente inalterados no final
dessa ação ou reação. C. de contato: catálise na qual o catalisador é um sólido
em contato com um reagente gasoso ou líquido. C. negativa: aquela na qual a
velocidade da reação é retardada. C. positiva: aquela na qual a velocidade da
reação é acelerada.

heteróclito
he.te.ró.cli.to
adj (gr heteróklitos) 1 Gram Que se afasta das regras da analogia gramatical. 2
Irregular, anormal, anômalo. 3 Que se afasta das regras da arte ou da prática
seguida na sua execução. 4 Bot Diz-se dos vegetais anômalos ou difíceis de
classificar. 5 Bot Diz-se dos vegetais cujos órgãos sexuais são separados
(monóicos e dióicos). Var: heteroclítico.

DIEGESE
Termo de origem grega divulgado pelos estruturalistas franceses para designar o
conjunto de acções que formam uma história narrada segundo certos princípios
cronológicos. O termo já aparece em Platão (República, Livro III) como simples
relato de uma história pelas palavras do próprio relator (que não incluía o diálogo),
por oposição a mimesis ou imitação dessa história recorrendo ao relato de
personagens. Por outras palavras, o sentido da oposição que Sócrates estabelece
entre diegesis e mimesis corresponde, respectivamente, à situação em que o poeta é
o locutor que assume a sua própria identidade e à situação em que o poeta cria a
ilusão de não ser ele o locutor. De notar que a teoria de Sócrates diz respeito à
diferença entre o drama (que é sempre mimesis) e o ditirambo (que é sempre
diegesis), salvaguardando-se a natureza da épica (que é ambas as coisas).
Divergindo desta oposição clássica, a partir dos estudos da narrativa cinematográfica
de Étienne Souriau (que chamava diegese àquilo que os formalistas russos já haviam
chamado fábula) aplicados por Gérard Genette à narrativa literária, considera-se
diegese o conjunto de acontecimentos narrados numa determinada dimensão
espácio-temporal ("l'univers spatio-temporel désigné par le récit"), aproximando-se,
neste caso, do conceito de história ou intriga. Não se confunde com o relato ou o
discurso do narrador nem com a narração propriamente dita, uma vez que esta
constitui o "acto narrativo" que produz o relato.
Conforme o narrador se posiciona na diegese assim recebe diferentes
designações: homodiegético (se for uma personagem participante na história que
narra); heterodiegético (se não for participante numa história narrada);
autodiegético (se se tratar da narração do próprio protagonista da história).
Em outro plano da narrativa, consideram-se textos metadiegéticos aqueles
que remetem para um plano subordinado da narração (quando um narrador introduz
uma personagem que se assume ela própria também como narrador de uma história
secundária); neste caso, diz-se que o primeiro narrador/texto narrado é
extradiegético. A significação de diegese inicialmente proposta por Genette (de
alguma forma ainda hoje repetida sem ponderação) pode levar-nos a uma aporia de
difícil resolução. Como bem observa Jeremy Hawthorn no seu A Concise Glossary of
Contemporary Literary Theory, "if diegesis is equivalent to story, then extradiegetic
must mean 'outside the story', and therefore could refer us to the actual telling of
the story, the comments from a narrator who is not a member of the world of the
story. But this is exactly the opposite of what we started with: for Socrates, we may
remember, referred to those cases where the poet himself is the speaker, roughly
what we have just termed extradiegetic." (s.v. "DIEGESIS and MIMESIS", 2ª ed.,
Arnold, Londres, 1994, p.44). De discutível aplicação, este termo e seus derivados
não ajudam a clarificar as subtis diferenças entre termos que circulam com alguma
especificidade em línguas diferentes: diegese, récit, plot, story, fábula, trama,
enredo, intriga, história, narração, narrativa, etc. Por exemplo, se se considera a
diegese o mundo que a narração representa, todo aquele que se coloca fora desse
mundo pertence a uma ordem necessariamente diferente dos factos narrados. É
neste sentido que o conceito de nível extradiegético é falível. Se a diegese for o
conjunto de sentidos que atribuímos a uma história onde entram personagens e seus
valores, num dado espaço e num dado tempo, então nada pode estar fora da
diegese, nenhuma instância da diegese pode existir fora dela própria. Se não for
assim, não se entende como é que um narrador de uma história pode ao mesmo
tempo colocar-se fora dessa história e influenciar o (dis)curso dos acontecimentos. A
única forma de um narrador se colocar fora da diegese sem perder o seu controlo é
fingir-se estranho ou imitando a própria realidade (princípio que, naturalmente, se
liga ao conceito de ficcionalidade); neste caso, voltaríamos à primeira forma
platónica: o nível extradiegético não deixou de ser o nível da mimesis, o que parece
indemonstrável. Argumenta-se assim que o conceito deixa de ser operatório se
apenas traduzir o significado do texto narrativo, expressão que por si só não
necessita de um termo que a substitua semanticamente. Contudo, a formulação de
Genette, que se tornou paradigmática, não vai mais além de esta única acepção. Por
esta razão, o termo tornou-se quase incompreensível na tradição anglófona, que
sempre preferiu as discussões em torno da distinção entre história (story) e intriga
(plot).

FABULA; INTRIGA; NARRATOLOGIA; NÍVEL; PLOT; RÉCIT

BIB.: David Lodge: "Mimesis and Diegesis in Modern Fiction", in Essentials of the Theory of
Fiction, ed. por Michael J. Hoffman e Patrick D. Murphy (2ª. ed., 1996); Étienne Souriau
(ed.): L'Univers filmique (1953); G. Genette: Figures III (1972); id.: Nouveau discours du
récit (1983); Manuel Alcides Jofre: "Analisis textual de la diegesis", Alpha: Revista de Artes,
Letras y Filosofia, 3 (1987); Per Aage Brandt: "La diegesis", in Prada Oropeza Renato.
Linguistica y literatura (Xalapa, México: Univ. Veracruzana, 1978).

diacrítico
di.a.crí.ti.co
adj (gr diakritikós) 1 Med Diz-se dos sintomas pelos quais uma doença se distingue de
outra; patognomônico. 2 Gram Diz-se dos sinais gráficos com que se distingue a
modulação das vogais, ou a pronúncia de certas palavras, para evitar confusões. São
eles: os acentos agudo, grave e circunflexo, o trema, o til, a cedilha, o apóstrofo e o
hífen.

demiurgo
de.mi.ur.go
sm (gr demiourgós) Filos Nome dado pelos platônicos ao criador e organizador do
Universo.
devir1
de.vir1
(decalque do fr devenir) vint Tornar-se; vir a ser, devenir.

devir2
de.vir2
sm (decalque do fr devenir) Filos 1 Série de mudanças concretas pelas quais passa um
ser. 2 A própria mudança.

endógeno
en.dó.ge.no
adj (endo+geno) 1 Que cresce de dentro de. 2 Que se desenvolve dentro da parede de
célula. 3 Originado dentro do organismo. Sin: enantrópico. Var: endógene.

hipóstase
hi.pós.ta.se
sf (lat hypóstasis) 1 Sedimento de um líquido; sarro. 2 Med Hiperemia por depósito,
devida à circulação fraca do sangue, como acontece nas partes dorsais do pulmão de
pessoas acamadas ou num braço ou perna pendente. 3 Teol Cada uma das três pessoas
da Santíssima Trindade. 4 Na filosofia platônica, os princípios da pessoa, da inteligência
e da alma.

heurística
heu.rís.ti.ca
sf (gr heuristiké) 1 Ciência ou arte do procedimento heurístico. 2 Método de ensino que
consiste em que o educando chegue à verdade por seus próprios meios. 3 Ramo da
ciência histórica que consiste na pesquisa dos documentos do passado.

dúctil
dúc.til
adj m+f (lat ductile) 1 Que pode ser batido, comprimido, estirado, sem se partir;
maleável, forjável, estirável. 2 Flexível, elástico. 3 Que se amolda às conveniências;
contemporizador. 4 Que cede facilmente; dócil. Sup abs sint: ductílimo e ductilíssimo.

homologia
ho.mo.lo.gi.a
sf (homólogo+ia1) 1 Estado ou qualidade do que é homólogo; correspondência. 2
Semelhança, na estrutura e na origem, de órgãos ou partes de organismos diferentes. 3
Repetição de palavras, conceitos, figuras e outros elementos do discurso no mesmo
texto. Var: homeologia.

anamorfose
a.na.mor.fo.se
sf (gr anamórphosis) 1 Imagem produzida por um sistema óptico deformador ou por
outro método que a torna irreconhecível, a não ser que seja vista de um certo ângulo ou
por um dispositivo reconstituinte. 2 Método de produzir essas imagens. 3 Deformação
das imagens dos objetos vistos nos espelhos cônicos, cilíndricos etc. 4 Zool e Bot
Progressão gradualmente ascendente ou alteração de forma, de um tipo para outro, na
evolução de um grupo de animais ou plantas.

apofântico
a.po.fân.ti.co
adj (gr apophantikós) Lóg Na lógica aristotélica, relativo aos enunciados verbais
possíveis de serem falsos ou verdadeiros.

confirmamos e agradecemos o pedido do livro A Posse...que já está reservado. 0 valor de R


17,10 poderá ser depositado no B Brasil ag. 3380-4 conta 23972-0 Mab Moreira.
cumprimentos

Você também pode gostar