Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dionside Dioniso e de
1o ATO
- Pró logo – narra a origem de Dioniso. Semele engravida de Zeus e sonha que
está dando a luz a um touro (prenú ncio do deus que, dentre outros animais,
assume a forma de touro; como Euripedes narra em Bacantes quando Teseu
enxerga o deus cm cornos bovinos. )
JUSTIFICATIVA
Euripides, Bacchae, ed. Eric Robertson Dodds, Oxford, University Press, 1960.
Kamerbeek, Jan Coenraad, “On the Conception of ΘΕΟΜΑΧΟΣ in Relation with Greek
Tragedy”, Mnemosyne, 1.4, 1948, pp. 271-283.
Licurgia é uma tetralogia composta por É squilo que inclui Edonos, Basá rides (ou
Basaras), Meninos e o drama satírico Licurgo, no qual é dramatizado o mito de
Licurgo, o rei da Trá cia .3 O referido líder, filho de Driante e pai de outro Driante,
pertence ao grupo de heró is denominados theomachoi por se opor à difusã o do
culto em homenagem a Dionísio.
A Licurgia e a chamada tetralogia “tebana”, composta por Sêmele, Cardadoras,
Bacantes, Penteu e Enfermeiras,7 constituem o conjunto de obras compostas por
É squilo sobre um tema dionisíaco, cujo enredo consiste em um ato de violência e
a restauraçã o de ordem social através do estabelecimento do culto em honra de
Dioniso.
Pseudo-Apolodoro (III, V, 1-2) destaca a associaçã o temá tica entre as tetralogias,
pois narra o mito de Penteu imediatamente apó s o de Licurgo.
O título Basá rides (nome do Coro, que dá título à tragédia) é o nome dado à s
bacantes trá cias pelo vestido que usavam, o bassára, uma vestimenta feita de
pele de raposa e comprida até os pés.
supõ e-se que o enredo da obra esteja relacionado com a lenda de Orfeu, um heró i
de origem trá cia, como Licurgo. O estudioso alexandrino conta que esse mú sico,
depois de sua descida ao Hades, nã o honrou Dionísio, mas considerou que Hélio,
também invocado como Apolo, era o deus mais importante e ia todos os dias ao
monte Pangeo para vê-lo sair. Por esta razã o, Baco enviou seus seguidores para
matá -lo e as Musas recolheram seus membros para enterrá -lo.
Diomedes, episó dio centrado na questã o da hospitalidade (Il., VI, 130-140, ed.
1988).17 O objetivo da digressã o sobre a lenda do rei da Trá cia é explicar porque
nã o convém lutar contra um deus. Lembremos que o personagem que narra o
mito de Licurgo é Diomedes, o heró i protegido por Atena, que no canto V luta
contra Ares e Afrodite, e que, ao encontrar Glauco em batalha no canto VI, se
pergunta se nã o o fez. sobre uma divindade por sua habilidade em lutar.
Por outro lado, Gantz (1993, p. 113) destaca que na Ilíada Baco é mostrado como
um deus que teme outros deuses. Ele também aponta que, se for levado em conta
que o objetivo da digressã o mítica é explicar por que nã o é conveniente lutar
contra uma divindade, é importante considerar que nã o é Dionísio quem se irrita,
mas seu pai. , Zeus.
Diodorus Siculus (III, 65), historiador grego do século I aC. C., diz que Dionísio
puniu Licurgo tirando-lhe a visã o e crucificando-o por ter atacado seus
seguidores. Enquanto Higinus, um escritor latino do século I aC. C., conta na
Fá bula 132 que o rei trá cio, em estado de embriaguez, tentou estuprar a pró pria
mã e e depois matou a esposa e o filho. Ele eventualmente cortou o pé,
confundindo-o com uma videira, ou cometeu suicídio, de acordo com a Fá bula
242.
CORO
Praticando os sagrados ritos extá ticos,
um homem segura em suas mã os
um par de flautas,
e toca uma melodia dedilhada,
um som alto que evoca a loucura,
enquanto outro bate os címbalos de bronze.
***
O som das cordas ressoa, sobe como um grito de guerra.
Em resposta à mú sica,
ouvem-se berros imitando o som de touros
de algum lugar secreto, fora da vista.
E o som profundo do tambor,
como um trovã o sob a terra,
expande, terrível.
(...)
Verdadeiramente a casa está possuída - o prédio está em frenesi bá quico!
(uma reação à epifania de Dioniso após o seu aprisionamento no palácio)
LICURGO (?)
Aquele que usa tú nicas lídias
e mantos de pele de raposa até os pés.
(provavelmente uma descrição pejorativa de Dioniso feita por Licurgo)
CORO
E embora ele tenha antecipado,
o destruidor coroado de hera,
o deus bá quico, o vidente,
agora se lançará sobre ele por seus crimes.
A partir dos estudos dos fragmentos perdidos e dado texto CP nã o se pode fazer
de conta que nã o existiu no drama de Euripedes a tentativa de Agave de
reconstituir o corpo do filho por ela mesma decapitado, colocando na esquife sua
cabeça e contemplando, em prantos seus membros dilacerados.
- fragmentos da obra Christus Patiens atribuída a Gregó rio Nazianzo teó logo
capadó cio que viveu no século IV d.C. texto bizantino Christus Patiens. Esta obra
foi constituída em forma de Centã o , isto é, uma obra constítucda por meio de
colagem com elementos recortados de textos preexistentes. Ali predominam
verso da tragédia á tica, em sua maioria proveniente s de Euripedes. Muitos
versos euripedianos encontrados na obra foram copiados ipsis litteris.
As traduçnoes
Desde sua criaçã o, a Cia Teatral ENERGÓ S volta-se para os mitos e a tragédia
grega por reconhecer neste material temas e narrativas que espelham questõ es
que afligem o ser humano.
Ainda que o material inpirador para se-base para as criaçõ es seja milenar,
sempre foi criar uma obra, um espetá culo teatral, que revele como este material-
base milenar dialogue com o individuo contemporâ neo.
A partir desta material-base, a Cia criou espetá culos que buscaram revelar como
este material milenar – dos mitos e da tragédia – têm tanto a nos revelar nos dias
de hoje.
Delcourt (1969, pp. 39 e 42) explica que para os gregos arcaicos o travestismo
tinha um valor positivo, ligado à aspiraçã o à perpetuidade, enquanto eles
acreditavam que a combinaçã o do masculino e do feminino tinha o efeito de
provocar o aumento da fertilidade .
Por sua vez, Garber (1993, pp. 17 e 40) contribui para a compreensã o das
implicaçõ es do acontecimento do travestismo em uma performance teatral: o
fenô meno marca um retorno ao problema da representaçã o que subjaz ao teatro
ao lembrar que todas as figuras no palco sã o imitadores. O recurso desafia o
paradigma de gênero biná rio masculino-feminino ao revelar o personagem
ficcional que vincula o sexo ao gênero, e se constitui como um espaço de
possibilidade que questiona as categorias de masculino e feminino, sejam elas
consideradas bioló gicas ou culturais (Garber 1993 , pp. . 125-126). Isso nos
permite resolver a questã o sobre o significado que o patrono do teatro aparece
no palco travestido para os gregos: em sua representaçã o é expresso o cará ter
ficcional dos gêneros sexuais. Por sua vez, permite explicar o fato de uma figura
cuja representaçã o nã o condiz com o modelo masculino ateniense ser o deus do
teatro, cená rio fundamental para o funcionamento do mecanismo ideoló gico do
poder político.43