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Cluny

Ordem Cluniaca (klōō´nē-ăk´) , organização medieval de beneditinos centrada na abadia de Cluny ,


França. Fundada em 910 pelo monge Berno e pelo conde Guilherme da Aquitânia, a constituição da
abadia isentava-a da supervisão leiga e (depois de 1016) da jurisdição do bispo local. Com sua
independência assim garantida, Cluny tornou-se a fonte do movimento de reforma religiosa de maior
alcance na Idade Média.. Durante seu apogeu (c.950–c.1130), ficou atrás apenas do papado como a
principal força religiosa na Europa. Centenas de priorados foram anexados e muitas abadias beneditinas
foram reformadas, algumas aderindo à obediência de Cluniac. Ao todo, cerca de 1.000 casas localizadas
em vários países estavam sob a obediência do abade de Cluny. Muitos monges cluniacenses tornaram-se
bispos e, por meio dos sínodos provinciais, conseguiram espalhar a reforma na vida da igreja por toda a
Europa. Igrejas foram construídas, a liturgia foi embelezada e escolas foram abertas. Cluny apoiou
fortemente os papas (e estava sob proteção papal) e serviu vitalmente no grande programa de reforma do
Papa Gregório VII . O zelo cluniac diminuiu no século XII, e a iniciativa da reforma monástica foi assumida
pelos cistercienses. A Revolução Francesa suprimiu os remanescentes da ordem e destruiu parcialmente a
abadia de Cluny.

Origens do Condado Portucalense- Conjuntura

1085 Conquista de Toledo por Afonso VI

1086 Vitória almorávida na Batalha de Zalaca. Pedido de ajuda por D. Afonso VI ao Conde de Borgonha

1087 Chegada do contingente de Borgonha, incluindo Raimundo, conde de Amous

1090/1091 Concessão por Afonso VI a Raimundo da Galiza e da mão da sua filha Urraca

1091 Conquista almorávida de Granada, Sevilha e Málaga

1093 Concessão a Afonso VI de Lisboa, Sintra e Santarém

1094 Ofensiva almorávida e perda de Lisboa e Sintra (Santarém é perdida em 1111)

1096 Concessão a D. Henrique do Condado Portucalense e da mão de D. Teresa

«Razões» para a criação do Condado

› Reordenação política e eclesiástica do reino (“pôr ordem no reino”);

› Promoção de uma eficaz defesa dos territórios fronteiriços, acossados pela pressão crescente dos
guerreiros africanos [os almorávidas];

› Apoio dos nobres francos (Raimundo e Henrique);

› Combater resistências moçárabes

› Dominar aristocracia galega

Ação do conde D. Henrique

D. Henrique governou o seu condado durante cerca de 16 anos, de 1096 a 1112, ano em que
morreu.

Períodos longos de ausência

Alinhamento com o Imperador


Promover a autonomia do condado

Um problema para Braga e o Condado: Santiago de Compostela

Diego Gelmirez, arcebispo de Compostela (1100c. 1140)

Diego Gelmires(1068 e 1070, Santiago de Compostela) foi um antigo escriba do conde D.


Raimundo de Borgonha, senhor da Galiza, que em 1102 foi eleito para arcebispo de Santiago de
Compostela. Em 1120, o Papa Calixto II elevou Diego e sua sé ao posto de arcebispo e nomeou-o legado
papal para a Espanha. Isto fez com que Santiago de Compostela se tornasse ´´rival`` de Braga.

Arcebispos de Braga

D. Pedro (1071- 1091) (Bispo)

S. Geraldo de Moissac (1096- 1118)

Maurício Burdino (1109- 1137)

Paio Mendes (1118- 1108)

D. João Peculiar (1139- 1175)

Urraca e Afonso I de Aragão, o batalhador

Cronologia:

1105: “Pacto sucessório”

1107: Falecimento de Raimundo

1108: Falecimento do Infante Sancho (filho de Afonso VI)

1109: Falecimento de Afonso VI. Urraca sobe ao trono

1112: Falecimento de D. Henrique; D. Teresa assume o governo do Condado Portucalense

Afonso I de Aragão, de cognome «o Batalhador» (1073 – Polenhino, Huesca, 7 de setembro de 1134),


pode ser considerado como o sétimo descendente da linhagem dos Leão e Castela. Reinou em Aragão e
Pamplona entre 1104 e 1134. Filho de Sancho Ramirez e de Felícia de Roucy. Casou-se com Urraca, filha
de Afonso VI. Esse casamento foi arranjado por Afonso VI em 1106 com o objetivo de unir e liderar
militarmente os dois estados cristãos contra os Almorávidas. Destacou-se na luta contra os muçulmanos,
depois de lhes conquistar Saragoça, atinge o dobro do tamanho do reino de Aragão. Na sua morte, legou o
seu reino para as ordens militares do Templo e do Hospital, o que não foi aceite pela nobreza e pelo clero
secular que escolheram o seu irmão Ramiro II o Monge e García Ramírez para o efeito, dividindo o seu
reino. O primeiro para Aragão e o segundo para Pamplona.

Urraca I de Leão e da Galiza, chamada de Urraca, A Temerária (Leão, 1080 – Saldaña, 8 de março de
1126), foi rainha de Leão e da Galiza. Assumiu o trono com a morte do pai, em 30 de junho de 1109, até 8
de março de 1126. Era filha de Afonso VI de Leão e de sua segunda esposa, Constança da Borgonha.
Irmã de D. Teresa, casou-se primeiro com D. Raimundo e á sua morte com Afonso I de Aragão. Era mãe
de Afonso VII de Galiza, Castela e Leão.
O reino de Portugal (sécs. XII-XIII) O «século afonsino»

O governo de D. Teresa (1112-1121)

A questão galega

- Assume-se como herdeira de Afonso VII

- Crescente antagonismo entre portucalenses e galegos

Investidas almorávidas no Condado

- 1116: Expedição pelo emir de Marrocos Ali b. Yusuf: incêndio de Miranda do Corvo e cerco a Coimbra

- 1117: nova expedição do emir de Marrocos e novo cerco a Coimbra (22 de junho com duração de 20
dias)

A influência galega (1121-1128)

- Tenência dos castelos do Mondego pelos Trava

- «Casamento» de D. Teresa com Fernão Peres de Trava

- Revoltas da nobreza portucalense (1122, 1125)

Relações com Afonso Henriques

- Investidura de Afonso Henriques (c. 1125)

- Cerco de Guimarães; aliança de Afonso Henriques e nobreza portucalense (1127)

- Confronto armado (S. Mamede) (1128)

Á morte de D. Urraca, sucede o filho D. Afonso VII que exige o juramento de todos os senhores (prestar
vassalagem) incluindo D. Teresa, por isso, Afonso VII cerca Guimarães em 1127. Quem defende o castelo
é D. Afonso Henriques, que por ventura perde essa batalha, é exigido que ele deveria prestar vassalagem.
No entanto quem presta vassalagem é Afonso Henriques e não a sua mãe que era a regente do condado.
D. Afonso Henriques assume assim uma espécie de forma de figura importante e começa a exercer atos
de suberania.

D. Afonso Henriques

emancipação

Controlar a nobreza portucalense

Fixação em Coimbra (1131)

Por forma a afastar-se da grande influência que os magnates portucalenses (sobretudo das cinco
linhagens fundamentais, Sousa, Maia, Ribadouro, Baião e Bragança), no momento seus apoiantes,
pudessem exercer sobre ele, Afonso protagoniza, em 1131, uma medida radicalː resolve afastar-se da
esfera de influência destes nobres, mais intensa a norte do rio Douro, e estabelecer-se nas margens do rio
Mondego, trasladando a corte condal de Guimarães para Coimbra.

Foral de Coimbra outorgado por D. Afonso Henriques em 1179 e confirmado em 1217 por D. Afonso II

- Fixação em Coimbra desloca o foco para sul (1131)

- Construção do castelo de Leiria (1135)


- Ocupação da zona entre Soure e Penela

- Protegeu as localidades da região, outorgando forais a diversas localidades (Miranda do Corvo 1136;
Penela 1137)

- Construção dos castelos de Germanelo, Alvorge e Ansião

Nível religioso

Afonso Henriques, no mesmo ano da sua instalação em Coimbra, patrocinou a fundação do Mosteiro de
Santa Cruz. Foi a esta instituição que Afonso veio a recrutar vários homens de pensamento necessários à
governação, sendo um deles precisamente São Teotónio, um dos fundadores do mosteiro, assim como o
célebre João Peculiar, que veio a ser Arcebispo de Braga a partir de 1138, depois de exercer funções
episcopais no Porto,e que tentou marcar, como já o antecessor (Paio Mendes) fizera, uma "libertação" do
clero bracarense da Arquidiocese de Santiago de Compostela.

Política

Batalha de Ourique (1139)

Tratado de Zamora - Portugal foi reconhecido pelo


Reino de Leão e Castela através de um acordo,
assinado em Zamora a 5 de outubro de 1143,
conhecido como Tratado de Zamora, e deve-se
provavelmente ao desejo de Afonso VII de Leão e
Castela em tomar o título de imperador de toda a
Hispânia (imperador de toda a Península ibérica) e,
como tal, necessitar de reis vassalos. Apesar disso,
o tratamento do Imperador ao primo parece mais
igualitário, quando comparado ao Tratado de Tui, em
que o então infante assumira uma posição mais
submissa.

Bula Manifestis Probatum - Em 1179, a corte


portuguesa recebeu a bula papal Manifestis
Probatum, através da qual o Papa Alexandre III
reconhecia, por fim, a independência de Portugal e
Afonso Henriques como o seu primeiro rei, louvando
a ferocidade com que o rei se batera em defesa da
cristandade contra os inimigos da fé, descrevendo
como intrépido destruidor dos inimigos dos cristãos,
diligente propagador da fé, bom filho da Igreja e
príncipe católico, exemplo digno de imitação para os
vindouros.

Fundação de Castelos (Tomar e Almourol, dados


aos Templários) e do Mosteiro de Alcobaça.

Conquista de Santarém (1147)

Cerco de Lisboa (1147) com o auxílio de forças


cristãs vindas de Inglaterra e Flandres, destinadas á
2ª cruzada.

Ordem do Templo- A Ordem do Templo chegara ao


Condado Portucalense ainda no governo de Teresa
de Leão, mãe de Afonso Henriques e condessa-rainha de Portugal, que lhes fizera, antes de 1126, a
doação da vila de Fonte Arcada, atual concelho de Penafiel. Teresa patrocinara ainda a instalação da
Ordem em Portugal pela importante doação, em 1127, do Castelo de Soure, na linha do rio Mondego, sob
o compromisso de colaborar na conquista de terras aos Muçulmanos. D. Afonso Henriques possuía um
vínculo próximo com os Templários: S. Bernardo de Claraval, seu padrinho, foi um grande ´´patrocinador``
da ordem, e o seu amigo de infância, Gualdim Pais, foi mestre dos Templários em Portugal.
Organização do reino
• Permanência na nobreza nortenha em cargos áulicos
• Manutenção dos governadores das terras
• Concessão de forais
Política eclesiástica
• Restauração de dioceses
• Ligações ao episcopado

As «visões» de D. Afonso Henriques

- A visão clerical
Annales domni Alfonsi Portugallensium regis 1185-1195
Caracterizado como: Sobrenatural; Guerreiro valoroso; Justificação dinástica
Transmissão: Crónicas gerais ibéricas: Lucas de Tuy; Rodrigo de Toledo
- A visão dos cavaleiros de Coimbra
Gesta de Afonso Henriques Finais do séc. XII
Caracterizado como: Exaltação de ação militar; Importância do grupo dos cavaleiros; Valorização
atentados ao clero
Transmissão: Crónica inglesa: Chronica de Rogério de Hoveden
- A visão da nobreza nortenha
Livros de Linhagens Finais do séc. XII; séc. XIV

Caracterizado como: Visão nefasta de Afonso Henriques; Rei fraco; Valorização na nobreza
nortenha

Transmissão: Crónica inglesa: Walter Map, De nugis curialium

As Cruzadas como veículo da política militar portuguesa

A criação de um território politicamente autónomo não dependeu apenas do monarca e da mera conquista
de terra a sul de Coimbra. Outros agentes, como as circunstâncias que a Europa então vivia, pareciam
também apoiá-lo nesta sua demanda: vivia-se a época das Cruzadas. Aliás, três importantes marcos da
reconquista do território português coincidiram com etapas deste movimento da cristandade latina do
Ocidente sobre o Médio Oriente, sendo que a conquista de Lisboa (1147, por Afonso Henriques) coincidiu
com a Segunda Cruzada, que veio em auxílio do Rei de Portugal; a primeira conquista de Silves (1189, por
Sancho I) teve a participação da Terceira Cruzada; e em 1217, a conquista de Alcácer do Sal (1217, por
Afonso II), deu-se no contexto da Quinta Cruzada.

O governo de D. Sancho I e Ameaça almóada


Em 15 de agosto de 1170 Sancho foi armado cavaleiro pelo seu pai logo após o acidente de D. Afonso
Henriques em Badajoz, que teria ficado gravemente afetado em resultado de uma ferida numa perna.[5] É
nesta altura instaurado um conselho de regência para governar em nome do rei incapacitado. A regência
ficou a cargo dos filhos do rei que ainda se encontravam, àquela data, no reino: Sancho e a sua irmã
Teresa (que surge com este papel a partir de 1173). Rei desde 1185 é também lembrado pelo seu gosto
pelas artes e literatura, tendo deixado ele próprio vários volumes com poemas. Neste reinado sabe-se que
alguns portugueses frequentaram universidades estrangeiras e que um grupo de juristas conhecia o Direito
que se ministrava na escola de Bolonha. Em 1192 concedeu ao mosteiro de Santa Cruz 400 morabitinos
para que se mantivessem em França os monges que lá quisessem estudar.
Ficou conhecido pela tomada de Silves por mar em 1189, pelos inúmeros forais, e pelas doações ás
ordens de Avis, Santiago, Templo e Hospital.

Abū Yūsuf Yaʿqūb ibn Yūsuf ibn Abd al-Muʾmin al-Manṣūr Governador do califado Almóada (1184-1190)

Cerco a Abrantes (1179)

Destruição de Coruche (1180)

Ameaça a Évora (1181)

Ataque a Santarém (1184)

Tomada de Silves (1189)

São instauradas as milícias concelhias e os besteiros do Conto (cada concelho ou local deveria contribuir
com um certo número de homens para o exército régio)

Crise de 1190- 1250

Ofensiva de Iacube Almançor que avança até Palmela, Almada, Moura e Serpa. Depois desta
investida muçulmana, Santarém e Lisboa ficavam à mercê dos árabes. Das praças portuguesas no
Alentejo, só Évora ficou em posse portuguesa.

Feitas duas alianças: em 1195 entre Leão, Navarra e Califado Almóada e a outra em 1196 entre
Castela, Aragão e Portugal. A guerra entre as alianças começa em 1197.

Revolta dos burgueses do Porto contra o bispo.

D. Sancho I tenta casar a sua filha, Teresa Sanches com Afonso IX de Leão, afim de colocar Leão
ao lado de Portugal. Castela tenta combater isso, e com o apoio do Papa, o casamento não é permitido
devido aos noivos serem primos carnais. Com isso Afonso IX de Leão acaba por casar com a filha de
Afonso VIII de Castela, Berenguela I.

Conflito do rei com o bispo de Coimbra. Prisão do bispo.

O testamento de 1209 de D. Sancho viria a provocar um conflito num Portugal que já à sua morte
atravessava um período de turbulência. Sancho deixara às filhas Mafalda, Teresa e Santa Sancha de
Portugal, sob o título de rainhas, a posse de alguns castelos no centro do país com as respetivas vilas,
termos, alcaidarias e rendimentos. O seu filho e sucessor, Afonso II, recusando cumprir o testamento, pois
ia contra a sua política inovadora de centralização régia, acaba por vir a arrastar este problema ao longo
do seu reinado, marcado também por disputas nobiliárquicas entre fações que apoiavam ora o rei ora as
infantas.
Reinado de D. Afonso II (1211-1223)

Um rei doente

Um rei que não «guerreia»

Problemas de sucessão

Uma «outra» visão do reino

Expansão territorial por «interposta pessoa»

No seu reinado preocupou-se mais em centralizar o poder real do que na conquista aos mouros.

O seu conflito com as irmãs foi resolvido com intervenção do papa Inocêncio III. O rei indemnizou as
infantas com muito dinheiro, a guarnição dos castelos foi confiada a cavaleiros templários, mas era o rei
que exercia as funções soberanas sobre as terras e não as infantas como julgavam ter e que levou à
guerra.

Nível jurídico (leis)

No seu reinado foram criadas as primeiras leis escritas e pela primeira vez reunidas cortes com
representantes do clero e nobreza, em 1211 na cidade de Coimbra, na altura capital. Foram realizadas
inquirições em 1220, inquéritos feitos por funcionários régios com vista a determinar a situação jurídica das
propriedades e em que se baseavam os privilégios e imunidades dos proprietários. As confirmações entre
1216 e 1221, validavam as doações e privilégios concedidos nos anteriores reinados, após analisados os
documentos comprovativos ou por mercê real.

Outras reformas de Afonso II tocaram na relação da coroa Portuguesa com o Papa. Com vista à obtenção
do reconhecimento da independência de Portugal, Afonso Henriques, seu avô, foi obrigado a legislar vários
privilégios para a Igreja. Anos depois, estas medidas começaram a ser um peso para Portugal, que via a
Igreja desenvolver-se como um estado dentro do estado. Com a existência de Portugal firmemente
estabelecida, Afonso II procurou minar o poder clerical dentro do país e aplicar parte das receitas das
igrejas em propósitos de utilidade nacional. Esta atitude deu origem a um conflito diplomático entre o
Papado e Portugal. Depois de ter sido excomungado pelo Papa Honório III, Afonso II prometeu retificar os
seus erros contra a Igreja, mas morreu em 1223 excomungado, sem fazer nenhum esforço sério para
mudar a sua política. A resolução deste conflito só foi feita pelo seu sucessor D. Sancho II.

O desenvolvimento da soberania régia

Séc. XII
Descendência
Strenuitas
Rei = senhor
Séc. XIII (Afonso II)
Descendência
Autoridade régia
Rei e Coroa são diferentes

A centralização régia de D. Afonso II (1211-1223)


Reorganização da curia regis
- O rei rodeou-se com conjunto de juristas, sobretudo na Chancelaria
- Julião Pais (chanceler desde o final do reinado de D. Afonso Henriques)
- Vários exemplos: Mestre Vicente, bispo da Guarda
Convocação de Cortes
- Coimbra, 1211
- Leis gerais sobre a justiça
- Moradores da Corte seriam julgados pelo Rei
Primeiras leis de desamortização
- Impedir o acesso dos mosteiros a bens fundiários
- Decréscimo dos impostos pagos à Coroa
Conhecimento e proteção de direitos régios
- Inquirições (1220)
- Instituição das confirmações
- Oposição à criação de novos senhorios
- Reivindicação de direitos judiciais do rei
Desenvolvimento do escrito
- Registos de chancelaria
- Criação do tabelionado

Reinado de D. Sancho II (1223-1248)

Divisão da nobreza

«Fraquezas» do rei

Deposição do rei

Concílio de Lyon em 1245. O Papa declara D. Sacho II como Rex Inutilis e proclama o seu irmão como rei.

Conquista de Elvas e Juromenha.

Cortes de Coimbra. Um legado papal vem a Portugal tentar restabelecer a ordem

Era filho de um casamento que ia contra a lei canónica (Afonso II e Urraca de Castela, pois eram primos,
em 5.º grau canónico). O rei Sancho II herdou dos reinados anteriores algumas querelas com a Igreja. Foi
um período conturbado de quase anarquia que levou o papa a intervir e a pedir ao irmão de Sancho,
Afonso, conde de Bolonha, para reinar em Portugal.

Guerra civil (1245-1248)

Sancho II apoiado por Lisboa e Coimbra; Rei de Castela, nobres galegos e herdeiro de Leão (futuro Afonso
X, o sábio)
Afonso apoiado por Santarém, Alenquer, Torres Novas, Tomar, Leiria; Vários alcaides de castelo

D. Afonso III (1248-1279)

Só se proclama rei após a morte do irmão (exilado e excomungado em Toledo)

Rei que exerceu a justiça

Rei que foi bom administrador

Rei que promoveu o povoamento

Retribuir clientelas e solidariedades

Retomar a conquista territorial (conquista final do Algarve)

Conflito com Castela pelo domínio do Algarve

Como segundo filho, D. Afonso não deveria herdar o trono destinado a Sancho e por isso viveu em França,
onde se casou com Matilde II, Condessa de Bolonha em 1235, tornando-se assim conde de Bolonha, onde
servia como um dirigente militar, combatendo em nome do Rei Luís IX de França e seu primo, pois as
mães são irmãs.
Com Matilde de Borgonha, segundo algumas fontes teve um filho Roberto.
Em 1253, o rei desposou D. Beatriz, popularmente conhecida por D. Brites, filha de D. Afonso X de
Castela, O Sábio. Desde logo isto constituiu polémica pois D. Afonso era já casado com Matilde II de
Bolonha. A nova rainha era neta de Fernando III de Castela. Este rei era primo coirmão de D. Afonso,
através da mãe, D. Urraca. O Papa Alexandre IV respondeu a uma queixa de D. Matilde, ordenando ao rei
D. Afonso que abandone D. Beatriz em respeito ao seu matrimónio com D. Matilde. O rei não obedeceu,
mas procurou ganhar tempo neste assunto delicado, e o problema ficou resolvido com a morte de D.
Matilde em 1258. O infante, D. Dinis, nascido durante a situação irregular dos pais, foi então legitimado em
1263. O casamento funcionou como uma aliança que pôs termo à luta entre Portugal e Castela pelo Reino
do Algarve. Também resultou em mais riqueza para Portugal quando D. Beatriz, já após a morte do rei,
recebe do seu pai, Afonso X, uma bela região a Este do Rio Guadiana, onde se incluíam as vilas de
Moura, Serpa, Noudar, Mourão e Niebla. Tamanha dádiva deveu-se ao apoio que D. Beatriz lhe prestou
durante o seu exílio na cidade de Sevilha.

Organização económica e administrativa

Foral de Penaróias (1273)

Inquirição – Terra de Sta. Maria (1251) forma de o rei controlar, não só o grande poder da Nobreza, mas
também para saber se lhe estavam a ser usurpados bens

Cortes de Leiria (1254)

O reinado foi uma época de progresso social e aumento das áreas cultivadas. Aumenta a influência dos
juristas, defensores do direito romano.

Concordatas – 40 Artigos (1289) tratado internacional celebrado entre a Santa Sé e um Estado

Tratado de Alcanices (1297)

Inquirições (1284, 1288, 1290)

Nível religioso

No final da sua vida, viu-se envolvido em conflitos com a Igreja, tendo sido excomungado em 1268 pelo
arcebispo de Braga e pelos bispos de Coimbra e Porto, para além do próprio Papa Clemente IV, à
semelhança dos reis que o precederam. O clero havia aprovado um libelo contendo quarenta e três
queixas contra o monarca, entre as quais se achavam o impedimento aos bispos de cobrarem os dízimos,
utilização dos fundos destinados à construção dos templos, obrigação dos clérigos a trabalhar nas obras
das muralhas das vilas, prisão e execução de clérigos sem autorização dos bispos, ameaças de morte ao
arcebispo e aos bispos e ainda, a nomeação de judeus para cargos de grande importância. A agravar
ainda mais as coisas, este rei favoreceu monetariamente ordens religiosas mendicantes, como
franciscanos e dominicanos, sendo acusado pelo clero de apoiar espiritualidades estrangeiradas. O grande
conflito com o clero também se deve ao facto de o rei ter legislado no sentido de equilibrar o poder
municipal em prejuízo do poder do clero e da nobreza.

O rei, que era muito querido pelos portugueses por decisões como a da abolição da anúduva (imposto do
trabalho braçal gratuito, que obrigava as gentes a trabalhar na construção e reparação de castelos e
palácios, muros, fossos e outras obras militares), recebeu apoio das cortes de Santarém em janeiro de
1274, onde foi nomeada uma comissão para fazer um inquérito às acusações que os bispos faziam ao rei.
A comissão, composta maioritariamente por adeptos do rei, absolveu-o. O Papa Gregório X, porém, não
aceitou a resolução tomada nas cortes de Santarém e mandou que se excomungasse o rei e fosse
lançado interdito sobre o reino em 1277. Neste processo o reino viria a ser interditado pelo Papa, ou seja,
não podia haver cerimónias no reino.

À sua morte, em 1279, D. Afonso III jurou obediência à Igreja e a restituição de tudo o que lhe tinha tirado.
Face a esta atitude do rei, o abade de Alcobaça levantou-lhe a excomunhão e o rei foi sepultado no
Mosteiro de Alcobaça.

A centralização régia de D. Afonso III (1248-1279)

Economia e fiscalidade

- Controlo do valor da moeda com acordos sobre desvalorização ou negociação (monetágio)

- Criação de taxas alfandegárias e proibições de saída de bens estratégicos (ouro, prata)

- Adoção do padrão «europeu» da moeda (libra) (1 libra, 20 soldos, 12 dinheiros) substituindo a moeda
muçulmana em ouro (maravedis)

- Substituição do pagamento de vários impostos de géneros para dinheiro

Desenvolvimento da justiça

- Incremento do direito de apelação para a Coroa

- Especialização dos tribunais régios

- Criação de oficiais régios itinerantes com junções judiciais, policiais e administrativas (meirinhos-mores)

- Obrigatoriedade de prestação de homenagem direta pelos alcaides de castelos

Desenvolvimento dos direitos régios

- Inquirições sistemáticas (1258)

- Evitar usurpações e diminuição rendimentos para a Coroa

- Promulgação de um conjunto de leis gerais

- Convocação de Cortes

Organização administrativa central


Casa

-Cozinha - Cozinheiro

-Escançaria/copa – escanção-mor e copeiro-mor

-Ucharia – uchão

-Estrebaria – estrabeiro-mor e cevadeiro-mor

-Câmara – Camareiros, pousador

-Repostaria – Reposteiro

-Capela – confessor, esmoler

Cúria

-Conselho régio - Conselheiros

-Chancelaria – Chanceler

-Tribunais – Sobrejuízes

Organização administrativa periférica e local

Administração periférica

•Terras (até Afonso III)

•Julgados e meirinhados (D. Afonso III)

Administração local

•Alcaide

•Almoxarifes

•Mordomos

•Saiões

•Porteiros

D. Dinis (1279-1325) – Cultura

Autor literário

Universidade (1288-1290) Lisboa ou Coimbra?

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