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Natureza da Perícia
PERICIA EM LOCAL DE MORTE (ELETROPRESSÃO)
Perita Criminal
Qualidade é Padronizar Estrutura Documental
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO
(Caso no10006/2021)
CASO No10006/2021
01 - PREÂMBULO
02 - HISTÓRICO
(Caso no10006/2021)
04 - DO LOCAL
Na área dos fatos foi averiguado que não havia isolamento dos locais
examinados, no entanto a delimitação dos muros e da residência contribuíam para
um acesso reduzido de pessoas aos ambientes (ver fotos n os 03, 04, 05, 06, 07 e
08). Nesses locais foi constatado que:
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5.1 - Na região de repouso do cadáver (local imediato), não havia delimitações
temporárias para impedir a aproximação de pessoas onde o corpo se encontrava,
repousando a frente dos mobiliários, bem como não se evidenciava presença de
vestígios que induzissem se tratar de um local onde pudessem ter ocorrido
anormalidades características que apontassem serem indutoras de alguma
fatalidade ou que redundasse na morte da pessoa observada (ver fotos n os 07, 08 e
09).
5.2 - No beco lateral localizado na região externa direita do segundo imóvel (local
mediato) não havia delimitações temporárias para impedir a aproximação de
pessoas nem de seus moradores e nela foram detectadas anormalidades, no
tocante a possíveis violações das posições iniciais dos vestígios visualizados e/ou
do local, tido como sendo parte onde se deu o evento principal (ver fotos n os 03 a 06
e de 22 a 28).
06 - EXAMES PERICIAIS
6.1 - Do Local
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No ambiente interno onde a vítima estava não foram encontrados
indicativos de que o local sofreu violação, nem se evidenciava presença de vestígios
que induzissem a se tratarem de um local onde pudessem ter ocorrido
anormalidades ou caracterizassem o que pode ter produzido alguma fatalidade ou
de contributivos que redundasse na morte da pessoa observada (ver fotos n os 07, 08
e 09).
Na área desse local, denominado beco (ver fotos n os 03, 04, 05, 06, 22 e
28), havia:
6.2.1.1 - Um piso cimentado prolongando-se pela área frontal e pela área lateral
direita do imóvel, o qual, no momento da chegada da equipe e durante os exames
periciais se encontrava molhado, visto que havia ocorrido uma precipitação
pluviométrica (chovido) há pouco tempo (ver fotos n os 03, 04, 05, 06, 22 e 28).
6.2.1.5 - 01 (uma) Antena de TV digital, com a haste da sua base fixada em um cano
plástico de PVC, com diâmetro de 20 mm e na cor marrom, para prolongamento de
sua altura (ver fotos nos 03, 04, 05, 22, 23 e 26). Esta antena:
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6.2.1.5.2 - Continha um cabo que se projetava para a região frontal do imóvel, cujo
prolongamento contatava com os varais de roupas abaixo descritos, e com uma
fiação elétrica energizada, cujo capeamento constituía-se de material polimérico
sintético na cor preta, onde este contato com o fio se realizava na região próxima ao
muro (ver fotos nos 04, 05 e de 22 a 31).
6.2 - O Cadáver
6.2.1 - Identificação
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O cadáver pertencia a uma pessoa do sexo feminino, do tipo étnico
melanoderma, com comprimento de aproximadamente 1,70 m (um metro e setenta
centímetros), tendo cabelos lisótricos, compridos, de cor castanha clara e massa
corpórea com cerca de 90,0kg (noventa quilogramas).
Após sua companheira, que se encontrava no local, disponibilizar
documento comprobatório a vítima que foi identificada conforme Carteira de
Identidade com registro geral - R.G. n o 2.690.716 SDS-PE, expedida em 18/07/2006
como sendo EUTIER LOUCIVA QUECHO, nascido em19/02/1989 (36 anos de
idade), com residência na Rua Soldado Antônio da Silva, 39, Ibura, natural de Recife
– PE, filho de Manter Qualidade e Critérios e de Meticulosa Descrição Organizada
(ver foto nos 18 e 19).
Ao final dos minuciosos exames e colocação da pulseira com o Número
de Identificação de Cadáver (NIC) 038741 (ver foto n o 20), o corpo foi recolhido e
encaminhado ao IML-PE para os exames periciais Tanatoscópico.
6.2.3 - Posição
6.2.4 - Perinecroscopia
(Caso no10006/2021)
Também se via escoriações na região deltoidiana esquerda, no primeiro pododáctilo
do pé esquerdo e nas regiões lombar, dorsal e escapular esquerdas.
Verificou-se ainda na bermuda que a vítima trajava uma grande mancha
úmida correspondente a área da região genital (ver fotos n os 9 e 18).
Devido à inadequabilidade do local onde se procederam aos exames
perinecroscópicos, a Perita Criminal não descarta a possibilidade da existência de
outras lesões, e que se houverem, poderão ser explicitadas pormenorizadamente
pelo competente laudo Tanatoscópico emitido pelo IMLAPC.
6.2.5 - Necroscopia
6.3 - Os vestígios
6.3.1 - Na parede do muro, com altura de 2,25m (dois metros, vinte e cinco
centímetros), construído em alvenaria e coberto por chapisco, entintado cor branca,
que margeava o terreno separando-o das casas vizinhas. Nestes muros, frontal e
lateral que distavam do segundo imóvel, defletindo um ângulo de 90º, havia em sua
região plana superior (local de encontro dos muros) um orifício com prolongamento
para baixo, perfazendo uma profundidade de 30,0cm, tido como sendo o local onde
se encaixava a haste de prolongamento da antena (ver fotos n os 04, 05, 22 e 27).
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6.3.3 - Fiações elétricas precariamente instaladas foram visualizadas na área
externa do imóvel, das quais:
6.3.3.1 - Das que se prolongavam pela região superior frontal do segundo imóvel, 01
(uma) Fiação (principal) de cor preta, em sua continuação, cruzava o beco partindo
do lado direito frontal do imóvel para um telhado que findava acima do muro a frente
da residência, e se prendia no ultimo caibro de madeira, onde dessa fiação havia
uma ramificação
6.3.3.2 - No ponto da ramificação acima citada se via uma emenda e dela partia um
cabo denominado fiação dupla, de cor branca, o qual em seu prolongamento se
apresentava pendurado e com extremidades secionadas e perolizada (ver fotos n os
04, 05, 22, 23, 24, 25, 27 e 28).
(Caso no10006/2021)
materiais impregnados na mancha detectada na região frontal da bermuda, sendo
ela coletada, acondicionada e transportada conforme recomendações:
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6.5.6 - Desconectou da televisão o cabo da referida antena pensando que evitaria a
ocorrência de outros acidentes.
6.5.7 - Com a ajuda de vizinhos, transportou a vítima para o interior da sala do
imóvel.
6.5.8 - Ligou para o 190 relatando o fato e solicitando ajuda e permaneceu na
residência até a chegada dos dois policias militares e posteriormente da equipe da
pericia.
6.5.9 - Antes da ocorrência do acidente a referida antena ficava instalada no muro,
acima do local onde ela foi posteriormente apoiada. A altura em que esta antena
ficava instalada permitia que ela fosse alcançada facilmente pelo marido, sem fazer
uso de escada (ver fotos nos 03, 04, 05, 22, 23 e 26 e 29).
7 - CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Para que o choque ocorra, deve haver uma diferença de potencial (d.d.p.)
entre dois pontos distintos do corpo humano, ou seja, quanto maior for à diferença
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de potencial, maior será a corrente elétrica: como consequência, o choque também
será maior. Geralmente, um desses pontos sãos os pés, que estão em contato com
o solo, e o outro ponto é o que de fato entra em contato com algo energizado
(material metálico, ou equipamento ou fio elétrico e/ou outro material condutor em
contato com algo, etc.)
8 - DISCUSSÃO
8.1 - Sendo o Choque elétrico uma perturbação de natureza e efeitos diversos que
se manifesta no corpo humano, quando por ele circula uma corrente elétrica, e que
quando isso acontece o corpo humano é ou se comporta como um condutor elétrico,
que possui, inclusive, uma resistência, onde:
(Caso no10006/2021)
elétrica do corpo diminui. Cortes também oferecem uma baixa resistência elétrica. A
resistência oferecida pela parte interna do corpo, constituída, pelo sangue, músculos
e demais tecidos, comparativamente à da pele é bem baixa, medindo normalmente
300 ohms em média e apresentando um valor máximo de 500 ohms.
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situam próximas à frequência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação
ventricular é maior, ver tabela com possíveis resultantes devido à amperagem e o
resultado final mais provável.
8.1.4.1 - Nas queimaduras por contato, “Quando se toca uma superfície condutora
energizada, elas podem ser locais e profundas atingindo até a parte óssea, ou por
outro lado muito pequenas, deixando apenas uma pequena “mancha branca na
pele”.
8.1.4.2 - Nas queimaduras por arco voltaico o arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo
de corrente elétrica através do ar, e geralmente é produzido quando da conexão e
desconexão de dispositivos elétricos e também em caso de curto-circuito,
provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau.
8.1.4.4 - A carga elétrica (ΔQ) que atravessa um condutor percorrido por uma
corrente elétrica (i) de 0,1 A durante um intervalo de tempo (Δt) de 1,0 s é:
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8.1.5.2 - A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de
corrente da ordem de 15mA que circulem por períodos de tempo superiores a um
quarto de segundo. A fibrilação ventricular é a contração disritimada do coração que,
não possibilitando desta forma a circulação do sangue pelo corpo, resulta na falta de
oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. O coração raramente se recupera por si
só da fibrilação ventricular. A fibrilação também ocorre se no choque elétrico a
intensidade for próxima dos 100 mA, visto que a pessoa pode carecer de um socorro
rápido, pois as paredes do coração executam movimentos descontrolados.
Correntes superiores a 100 mA (0,1A) são muito perigosas com alto poder
de matar, pois atacam direto o coração provocando fibrilação cardíaca, fazendo com
que ele funcione a rápidas contrações e de formas irregulares;
Correntes que são superiores a 200 mA já não causam mais a fibrilação
cardíaca, mas provocam graves queimaduras e parada cardíaca.
8.1.5.3 - As correntes elétricas mais perigosas são aquelas que têm intensidades
relativamente mais baixas, e elas podem ser obtidas em eletrodomésticos comuns
que funcionam a 110V e 220V, e as que chegam a matar são aquelas cuja
intensidade está compreendida na faixa entre 100 mA e 200 mA.
8.1.5.4 - A corrente elétrica na maioria dos casos provoca queimaduras que podem
alcançar até o terceiro grau, por atingir as vítimas através do revestimento cutâneo,
visto que a corrente elétrica ao passar pelo corpo humano desenvolve calor por
efeito Joule, que pode produzir queimaduras, principalmente nos pontos de entrada
e saída da corrente, tendo em vista que a resistência elétrica da pele é maior de que
a dos tecidos intenos e se forem pequenas as areas de contato, local de densidade
maior. Ela também pode produzir queimaduras muito mais graves quanto maior for
essa densidade de corrente e quanto mais longo for o tempo pelo qual a corrente
adentre no corpo.
(Caso no10006/2021)
aumento pode causar a ruptura de alguns polímeros, de que são feitos alguns
materiais isolantes, dos condutores elétricos;
8.1.5.5.3 - A umidade que também pode contribuir para um choque, pois alguns
materiais isolantes que revestem condutores absorvem umidade, como é o caso do
nylon. Isto faz com que a resistência isolante do material diminua.
8.1.5.5.4 - Os Produtos Químicos também podem causar choque elétrico posto que
os materiais normalmente utilizados como isolantes elétricos degradam-se na
presença de substâncias como ácidos, lubrificantes e sais.
8.1.5.5.8 - Altas Tensões podem dar origem à arcos elétricos ou efeitos corona, os
quais criam buracos na isolação ou degradação química, reduzindo, assim, a
resistência elétrica do isolamento.
(Caso no10006/2021)
da mão (ver fotos dos nos 08, 09, 13 e 17), ou seja, de uma metalização configurada
pela impregnação de partículas da fusão e vaporização dos condutores elétricos,
corroboram para fortes indicativos de passagem de corrente elétrica artificial;
8.1.6.4 - Escoriações na região deltoidiana esquerda, no primeiro pododáctilo do pé
esquerdo, assemelhados aos associados à marca de Jellinek devido à passagem de
uma corrente elétrica artificial (ver fotos dos nos 08, 09 e 17);
8.1.7 - Na bermuda que a vítima trajava foi constatada uma grande mancha úmida,
localizada em uma área correspondente à da região genital (ver fotos n os 09 e 18).
P = m x a (kg x m/s2)
P = 80 x 10 (kgm/s2)
Ec = m x h
Ec = 80,0 x 1,5 (kg x m)
Ec = 120,0kgm
Ec = 120,0 / 1,7 (kgm / m)
Ec = 204,00 kg
(Caso no10006/2021)
confirmativas que o corpo caiu em queda livre. As evidências e cálculos obtidos
norteiam para uma simples queda espontânea do corpo, que sem impactos na
cabeça, não seria suficiente para produzir uma morte violenta e/ou imediata da
vítima.
(Caso no10006/2021)
8.2.2.1 - Por contato, que ocorrem quando se toca uma superfície condutora
energizada, as queimaduras podem ser locais ou profundas atingindo até a parte
óssea, ou por outro lado serem muito pequenas, deixando apenas uma pequena
mancha branca na pele.
8.2.2.2 - Por vapor metálico, que ocorrem quando na fusão de um elo fusível ou
condutor há a emissão de vapores e derramamento de metais derretidos (em alguns
casos prata ou estanho) podendo atingir pessoas localizadas nas proximidades.
8.2.5 - Não foram detectadas impressões papilares nos objetos e materiais onde a
vítima poderia ter contactado (antena, cabo da antena e fiação) e contribuído para o
evento ocorrido, provavelmente em virtude do aspecto rugoso das superfícies dos
substratos, ou das sujidades depositadas sobre os substratos, ou por terem ficadas
expostas as intempéries ambientais, mesmo que por um breve período.
8.2.7 - O aspecto do ambiente onde a vítima realizou ações, que podem ter
culminado no choque elétrico na vítima configurado pela:
8.2.7.1 - Retirada da antena do local onde ela devia estar instalada (ver fotos n os 04,
05, 22, 23 e 26);
8.2.7.2 - Anormalidade detectadas nas instalações elétricas precárias de onde um fio
duplo, de cor branca, com conexão que se ramificava da fiação principal energizada,
de cor preta, se encontrar seccionado, pendurado, e com extremidades perolizadas
denotando sinais de recentidade, bem como em ter sua localização próxima da
antena da TV digital, o cenário expõem um forte indicativo que evidenciam tratar-se
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de um ponto ou local apropriado para gerar um choque elétrico em alguém (ver fotos
nos 04, 05, 22 a 25 e de 27 a 31). Nessas instalações elétricas do imóvel também se
constatou pontos das emendas cujas fitas isolantes se encontravam folgadas, o que
contribui para no caso de água escorrendo pela fiação, possibilitar energização
externa dessa fiação, que pode causar choque elétrico.
8.2.7.3 - Ausência de vestígios de luta nesse local e suas proximidades (ver fotos n os
05 a 09);
(Caso no10006/2021)
d.d.p. gerada pelo contato dela, que se encontrava descalça, com o solo; a corrente
elétrica fluiu da mão direita para o pé esquerdo deixando as marcas de Jellinek
visualizadas no corpo; no período de fluidez da corrente elétrica ocorreu a deposição
por metalização da fiação sobre a pele da vítima e secionamento da fiação com
perolização nas extremidades dessa fiação além da produção de bolhas nas regiões
do contato na mão direita; com o seccionamento da fiação dupla; ocorreu à projeção
do corpo em queda livre até o piso do beco lateral do imóvel; repouso do corpo no
piso do corredor; colocação da antena encostada no muro por alguém que se fez
presente no cenário dos fatos; transferência do corpo para o interior da residência.
Observando que: a massa corpórea da vítima se amplia diretamente em
função da gravidade e da altura; a precipitação de uma altura aproximada de 1,50 m
(um metro, cinquenta centímetros) devido ao tamanho da vítima, até o local de
impacto no piso; as escoriações observadas no dorso esquerdo da vítima. As
evidências apontam que o corpo sofreu uma impactação com características de
projeção por queda livre, corroborando para a denotação de como se deu a
dinâmica dos fatos ocorridos.
Diante dos depoimentos anotados e a concatenação com os fatos
observados, se induz posteriormente a se admitir as interligações com o relato
descrito pela esposa, das prováveis ações de como deve ter ocorrido os fatos,
passando pelas alterações da cena inicial do palco do evento e indo até os
constatados no instante da chegada da equipe técnica para as pericias necessárias.
9 – CONCLUSÃO
(Caso no10006/2021)
9.1.3 - Presença das marcas de Jellinek observadas na mão direita e no pé
esquerdo, sinais esses característicos de um possível ponto de fuga ou passagem
de corrente elétrica.
9.3.3 - Tanatoscópico do IML Caso no 1001/2021 (em anexo) relatando que “o corpo
exibia externamente marca de Jellinek” e como causa mortis: “parada
cardiorrespiratória decorrente de eletroplessão, comprovada pelos sinais
característicos identificados”.
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Diante da sequência de evidências encontradas, este signatário consigna
que o evento periciado norteia tratar-se de uma morte com características típicas de
ter sido produzida por eletropressão.
10- ENCERRAMENTO
Recife, aos quinze dias do mês abril do ano dois mil e vinte e um.
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12 - ANEXOS
FOTO NO 01 : Escadaria de acesso ao imóvel
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FOTOS NOS: 04 - Frente do 2º imóvel (prolongamento da área lateral do 1º imóvel),
05 - Encontro dos muros fronto-lateral do 2º imóvel e 06 - Área lateral do 2º imóvel
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FOTOS NOS : 07, 08 e 09 - Posição em que a vítima se encontrava no momento da chegada
da equipe técnica.
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FOTOS NOS : 10, 11 e 12 - Cianoses nos lábios e nas extremidades dos dedos das mãos do
cadáver.
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FOTO NO 14 - Manchas hipostáticas na região posterior e lesão no lado esquerdo inferior.
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FOTO NO 17: Lesão visualizada no dedão do pé esquerdo da vítima.
FOTO NO 18: Mancha úmida observada na bermuda da vítima em torno da região genital
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FOTOS NOS : 18 e 19: Identificação da vítima pelo R.G.
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FOTO NO 22 : Antena de TV digital na posição em que foi encontrada e seu cabo de
conexão.
FOTO No 23 : Imagem da fiação cor preta energizada e do fio duplo, cor branca,
ramificando dele, a partir do caibro do telhado, e suas partes seccionadas próxima
da antena da TV digital
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FOTOS Nos 24 e 25 : Fiações duplas de cor branca com extremidades seccionadas
perolizadas e expostas.
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FOTOS Nos 28 e 29 : Área frontal do 2o imóvel com suas Instalações elétricas precárias e
com fornecimento de energia elétrica já restabelecido.
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FOTOS Nos 30 e 31 : Ponto de contato da fiação energizada com o cabo da antena da
TV digital
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