Você está na página 1de 34

Laudo Pericial

Caso noLocal de Registro da Ocorrência


10006/21 CIODS - Recife - PE

Data da Ocorrência Autoridade Requisitante


18/02/2021 Pessoa Suprassumo Dominante

Natureza da Perícia
PERICIA EM LOCAL DE MORTE (ELETROPRESSÃO)

Perita Criminal
Qualidade é Padronizar Estrutura Documental
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)

PERICIA EM LOCAL DE MORTE


(ELETROPRESSÃO)

CASO No10006/2021

01 - PREÂMBULO

Aos 14/02/2021 às 2h30min o Centro Integrado de Operações de Defesa


Social-PE (CIODS), via telefone, solicitou ao Instituto de Criminalística Professor
Armando Samico, perícia em local de Morte denominando-o n o D818899. Ao tomar
ciência o Chefedo Plantão da Unidade de Coordenação de Plantão (UNICOPLAN)
exarou despacho designativo a Perita Criminal Qualidade é Padronizar Estrutura
Documentalpara o atendimento.
Após retorno dos exames periciais o referido caso foi gerado e registrado
eletronicamente no SEI com o no 8882525-7/2021, às 9 horas e no Sistema Gerenciador
de Laudos - GDL do Icpasàs 9h15min.

02 - HISTÓRICO

No chamamento do Plantão da Criminalística para “Pericia em Local de


Morte”, ocorrido na madrugada de 14/02/2021, por volta das 5h15min, foi informado
que noimóvel residencial localizado na Rua Soldador Prudêncio da Silva, 39, no
bairro do Ibura, em Recife – PE, área de responsabilidade da 10ªCircunscrição
Policial, havia o corpo de 01 (uma) pessoa sem vida, o qual carecia de investigações
periciais para esclarecimentos do fato.
Na mesma data às 6horas, essa signatária, se deslocou junto com a
equipe ao citado endereço e local a ser examinado, lá chegando ás 6h30min, onde
após apresentações seguidas da identificação das pessoas presentes no local: a
Senhora Meticulosa Descrição Organizada de R.G. n o 1.560.001 SDS/PE emitida em
30/03/1998, e o Senhor Manter Qualidade e Critérios de CPF n o 999.560.788-01,foi
iniciado às 6h50min os exames periciais com término às 8horas do citado dia.

03 - OBJETIVOS DOS EXAMES

Verificar se no local indicado havia presença de 01 (um) corpo sem vida e


averiguar o que deu causa dos fatos observados, buscando identificar correlações
com: os prováveis vestígios detectados, as informações obtidas e as possíveis
ações que deram causa e culminaram nos fatos.
1/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
04 - DO LOCAL

Situava-se em uma área de grande adensamento populacional,


construída em uma região de terreno elevado com declive suave, com coordenadas
geográficas 05º32’40’’N / 042º45’30’’W, no endereço anteriormente descrito, cujo
acesso a região frontal do imóvel se da através de uma escadaria, confeccionada
em alvenaria, ladeada por outros imóveis. Localizada a esquerda de quem sobeos
degraus, após um muro, e com recuo inicial no terreno, a residência examinada
construída em alvenaria, possuía parede frontal e internas rebocadas e parede
externa lateral direita chapiscada e entintada na cor branca, e ainda apresentava
cobertura em telhas de fibrocimento sobre madeiramento (ver fotos dos n os 01 a 06).
À direita, essa edificação continha uma área livre (quintal), delimitada por
um muro de alvenaria devidamente rebocado, que dava acesso diretamente a uma
segunda residência (puxadinho), construída transversalmente nos fundos da casa
frontal, cuja parede lateral desse segundo imóvel também se distanciava do final do
terreno, que se encontrava delimitado por uma parede de alvenaria (parte final de
outro imóvel), onde esse espaço lateral se constituía de um beco, cujo piso
cimentado se prolongava continuadamente pela região frontal da segunda residência
(ver fotos dos nos 03 a 06).

4.1 - Local imediato

Tratava-se da área interna do segundo imóvel anteriormente descrito,


contendo quatro cômodos constituídos de uma sala com comprimento de 2,80m e
largura de 1,90m, seguido de uma cozinha com comprimento de 2,70m, tendo ao
lado direito da sala um quarto com comprimento de 2,40m e largura de 2,30m,
seguido longitudinalmente de um banheiro com sanitário e de um segundo quarto
(ver croqui em anexo), todos com piso em cerâmica na cor esverdeada (ver fotos n os
04, 07, 08 e 09).

4.2 - Local mediato

Tratava-se de 01 (um) espaço lateral denominado beco, localizado na


região externa direita do segundo imóvel, com comprimento de 6,0m e largura de
1,80m (ver fotos nos 01, 24 e 26).

05 - ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO DO LOCAL

Na área dos fatos foi averiguado que não havia isolamento dos locais
examinados, no entanto a delimitação dos muros e da residência contribuíam para
um acesso reduzido de pessoas aos ambientes (ver fotos n os 03, 04, 05, 06, 07 e
08). Nesses locais foi constatado que:
2/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
5.1 - Na região de repouso do cadáver (local imediato), não havia delimitações
temporárias para impedir a aproximação de pessoas onde o corpo se encontrava,
repousando a frente dos mobiliários, bem como não se evidenciava presença de
vestígios que induzissem se tratar de um local onde pudessem ter ocorrido
anormalidades características que apontassem serem indutoras de alguma
fatalidade ou que redundasse na morte da pessoa observada (ver fotos n os 07, 08 e
09).

5.2 - No beco lateral localizado na região externa direita do segundo imóvel (local
mediato) não havia delimitações temporárias para impedir a aproximação de
pessoas nem de seus moradores e nela foram detectadas anormalidades, no
tocante a possíveis violações das posições iniciais dos vestígios visualizados e/ou
do local, tido como sendo parte onde se deu o evento principal (ver fotos n os 03 a 06
e de 22 a 28).

Registro que no local dos fatos, aguardando a chegada da pericia, se


faziam presentes 02 (dois) Policiais Militares do 19 o BPM-PE, o Soldado Primordial
Revisar Documento, de matrícula 104.004-1, e o Cabo Dialogo Contribui Orientar
Pesquisas Convicção, de matrícula 244.444-4.

06 - EXAMES PERICIAIS

Na presença das pessoas identificadas, na residência, foi realizada a


pericia, que a principio seqüenciando as observações empregou-se exames
sensoriais e físicos, seguido de registros fotográficos dos principais pontos
observados, desenho de croquis da residência, mensurações de distâncias, coletas,
acondicionamentos e transporte dos vestígios, observando recomendações, onde se
constatou que:

6.1 - Do Local

Minuciosos exames do corpo de delito foram realizados nos locais onde


foram visualizados o cadáver e os prováveis vestígios norteadores de estarem
interligados aos possíveis fatos ocorridos:

6.1.1 - Local imediato

Neste local interno da residência, o citado cadáver repousava


longitudinalmente, após a porta de acesso do imóvel, sobre um piso plano
confeccionado com pedras de cerâmica, de cor esverdeada, na área de circulação
da sala, tendo a sua esquerda e após os pés os sofás e a direita um móvel com uma
TV, seguida da parede lateral esquerda da edificação (ver fotos n os 07 a 18).

3/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
No ambiente interno onde a vítima estava não foram encontrados
indicativos de que o local sofreu violação, nem se evidenciava presença de vestígios
que induzissem a se tratarem de um local onde pudessem ter ocorrido
anormalidades ou caracterizassem o que pode ter produzido alguma fatalidade ou
de contributivos que redundasse na morte da pessoa observada (ver fotos n os 07, 08
e 09).

6.1.2 - Local mediato

Na área desse local, denominado beco (ver fotos n os 03, 04, 05, 06, 22 e
28), havia:

6.2.1.1 - Um piso cimentado prolongando-se pela área frontal e pela área lateral
direita do imóvel, o qual, no momento da chegada da equipe e durante os exames
periciais se encontrava molhado, visto que havia ocorrido uma precipitação
pluviométrica (chovido) há pouco tempo (ver fotos n os 03, 04, 05, 06, 22 e 28).

6.2.1.2 - 01 (um) Ar-condicionado, fixado na parede lateral direita, distando 0,30m da


região frontal do imóvel e a 0,50m do piso (ver fotos nos 06 e 22).

6.2.1.3 - 01 (uma) Caixa d’água com a respectiva tampa, sem instalações


hidráulicas, que repousava no beco do lado direito da casa, distando 3,5m da região
frontal do imóvel, com capacidade para 500L, confeccionado em material plástico
entintado na cor azul, contendo grafias e logomarcas caracterizadoras do fabricante
“Brasilit - Polietileno” (ver foto no 06).

6.2.1.4 - 01 (uma) Mangueira de cor esbranquiçada que se encontrava enrolada


sobre si e antes da Caixa d’água, porém com prolongamento de uma de suas
extremidades pela lateral da caixa. Também havia uma segunda mangueira menor
de cor esverdeada com uma das extremidades saindo da região superior da caixa
d’agua e prolongando-se paralelamente para a região frontal do imóvel (ver foto n o
06).

6.2.1.5 - 01 (uma) Antena de TV digital, com a haste da sua base fixada em um cano
plástico de PVC, com diâmetro de 20 mm e na cor marrom, para prolongamento de
sua altura (ver fotos nos 03, 04, 05, 22, 23 e 26). Esta antena:

6.2.1.5.1 - Se encontrava escorada no encontro dos muros lateral e final da


edificação (região fronto-lateral do segundo imóvel), bem como trazia a parte final de
seu prolongamento apoiada em um recipiente plástico (bacia), confeccionada em
material plástico translucido de cor azulada, que se encontrava sobre o piso e
encostada no encontro dos muros (canto) e contendo em seu interior 01 (uma) pedra
com formato retangular (ver fotos nos 03, 04, 05, 22, 23, 26 e 29).

4/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
6.2.1.5.2 - Continha um cabo que se projetava para a região frontal do imóvel, cujo
prolongamento contatava com os varais de roupas abaixo descritos, e com uma
fiação elétrica energizada, cujo capeamento constituía-se de material polimérico
sintético na cor preta, onde este contato com o fio se realizava na região próxima ao
muro (ver fotos nos 04, 05 e de 22 a 31).

6.2.1.6 - 02 (dois) Segmentos de fiações, sem ligações a energia elétrica, estavam


sendo empregados como varais de roupas, onde um principiando no muro frontal do
imóvel se prolongava em linha reta pelo beco do lado direito da residência e o
segundo varal iniciava de uma amarração no varal do beco e se prolongava pela
região frontal do imóvel (ver fotos nos 04, 05, 06, 22, 23, 25, 27 e 28)

6.2.1.7 - Fiações elétricas que se prolongavam pela região superior frontal do


segundo imóvel, onde uma fiação de cor preta se estendia do lado frontal direito
para o muro frontal onde sobre ele havia o final de um telhado apoiado no citado
muro, local esse de onde, preso em um caibro de madeira, essa fiação se conectava
com um segmento de outra fiação dupla, de cor branca que se encontrava
secionada e pendurada em um ponto próximo a Antena de TV digital anteriormente
descrita no subitem anterior “6.2.1.5.2” (ver fotos n os 04, 05, 22, 23, 24, 25, 27 a 31).

Não foi constatado nesses locais e suas proximidades presença de


câmeras de segurança, nem imagens que pudessem ter registrado o momento dos
fatos.

6.2 - O Cadáver

Encontrado coberto por 01 (um) lençol de cor branca, no piso no piso da


sala, distando 40,0cm da parede frontal do imóvel, à frente e a direita da porta de
entrada, 01 (um) cadáver repousava, devidamente alinhado com a cerâmica
assentada, e localizava-se nas coordenadas geográficas 05º32’40’’N / 042º45’30’’W.
No interior do citado imóvel, um lençol na tonalidade bege se encontrava acima de
seu ombro esquerdo, no piso da sala, onde o corpo visualizado pertencia a um
indivíduo adulto do sexo masculino, cuja cabeça se encontrava apoiada sobre
01(um) travesseiro, com fronha de cor branca (ver fotos nos 07, 08 e 09).
A vítima era do tipo étnico faioderma, possuía cabelos crespos, curtos e
escuros, barba e bigode estilizados e aparados, media aproximadamente um metro
e setenta e quatro centímetros (1,74m) de comprimento, estando com os pés
descalços e trajava na ocasião dos exames uma bermuda na cor verde (ver fotos n os
07, 08, 09, 10, 17 e 18).

6.2.1 - Identificação

5/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
O cadáver pertencia a uma pessoa do sexo feminino, do tipo étnico
melanoderma, com comprimento de aproximadamente 1,70 m (um metro e setenta
centímetros), tendo cabelos lisótricos, compridos, de cor castanha clara e massa
corpórea com cerca de 90,0kg (noventa quilogramas).
Após sua companheira, que se encontrava no local, disponibilizar
documento comprobatório a vítima que foi identificada conforme Carteira de
Identidade com registro geral - R.G. n o 2.690.716 SDS-PE, expedida em 18/07/2006
como sendo EUTIER LOUCIVA QUECHO, nascido em19/02/1989 (36 anos de
idade), com residência na Rua Soldado Antônio da Silva, 39, Ibura, natural de Recife
– PE, filho de Manter Qualidade e Critérios e de Meticulosa Descrição Organizada
(ver foto nos 18 e 19).
Ao final dos minuciosos exames e colocação da pulseira com o Número
de Identificação de Cadáver (NIC) 038741 (ver foto n o 20), o corpo foi recolhido e
encaminhado ao IML-PE para os exames periciais Tanatoscópico.

6.2.2 - Vestes e acessórios

Na ocasião dos exames periciais a vítima, que se encontrava com os pés


descalços, trajava apenas uma bermuda na cor verde, confeccionada em tecido
sintético, bem conservado, sem abertura frontal, com abertura nas regiões laterais
superiores contendo bolsos (ver fotos n os 07, 08, 09, 11, 12, 14 e 18), além de uma
peça íntima (cueca), de cor preta confeccionada em tecido sintético.

6.2.3 - Posição

O corpo se encontrava posicionado em decúbito dorsal, apresentando-se


com os membros superiores e inferiores distendidos (ver fotos n os 07, 08 e 09).
Com relação ao piso o corpo se apresentava: com posicionamento
devidamente alinhado com a cerâmica e no sentido longitudinal da porta de acesso
para o interior do imóvel, principiando com a cabeça distando internamente a 40,0cm
da parede frontal a direita da porta de entrada na residência (ver fotos n os 07, 08 e
09).

6.2.4 - Perinecroscopia

No local ao ser realizado a Perinecroscopia do corpo, empregando


exames sensoriais numa simples inspeção macroscópica, foi constatado que a
rigidez cadavérica ainda não se fazia presente, no entanto a vítima apresentava
manchas hipostáticas na região posterior de seu corpo e cianose nos lábios e nas
extremidades dos dedos das mãos, bem como se via na área da palma da mão
direita, sobre o dedão e na lateral direita do dedo indicador, presença de lesões
cutâneas, características da marca de Jellinek, contendo inclusive resíduos de
materiais metálicos depositados sobre a pele da mão (ver fotos dos nos 07 a 16).
6/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
Também se via escoriações na região deltoidiana esquerda, no primeiro pododáctilo
do pé esquerdo e nas regiões lombar, dorsal e escapular esquerdas.
Verificou-se ainda na bermuda que a vítima trajava uma grande mancha
úmida correspondente a área da região genital (ver fotos n os 9 e 18).
Devido à inadequabilidade do local onde se procederam aos exames
perinecroscópicos, a Perita Criminal não descarta a possibilidade da existência de
outras lesões, e que se houverem, poderão ser explicitadas pormenorizadamente
pelo competente laudo Tanatoscópico emitido pelo IMLAPC.

6.2.5 - Necroscopia

Os exames necroscópicos descreveram que “o corpo exibia externamente


marca de Jellinek” e como causa mortis: “parada cardiorrespiratória decorrente de
eletroplessão, comprovada pelos sinais característicos identificados” (ver Laudo
Tanatoscópico Caso no 1001/2021 anexo).

6.3 - Os vestígios

Nos exames, empregando a técnica de varredura, foram detectados


diversos vestígios no local e materiais rastreados que sequencialmente foram
visualizados na área externa do imóvele na mão da vítima, os quais quando
periciados se apresentavam aparentemente intactos e preservados para as analises
requeridas, os quais seguem descritos:

6.3.1 - Na parede do muro, com altura de 2,25m (dois metros, vinte e cinco
centímetros), construído em alvenaria e coberto por chapisco, entintado cor branca,
que margeava o terreno separando-o das casas vizinhas. Nestes muros, frontal e
lateral que distavam do segundo imóvel, defletindo um ângulo de 90º, havia em sua
região plana superior (local de encontro dos muros) um orifício com prolongamento
para baixo, perfazendo uma profundidade de 30,0cm, tido como sendo o local onde
se encaixava a haste de prolongamento da antena (ver fotos n os 04, 05, 22 e 27).

6.3.2 - 01 (um) Cabo de TV que partia da antena e contatava com os varais de


roupas e com uma fiação elétrica energizada, onde o prolongamento desse cabo de
conexão com a televisão seguia junto à parede frontal do segundo imóvel, próximo
ao varal e adentrava na residência pelo espaço da coberta entre o telhado e a linha
de madeira acima da parede, nas proximidades do lado esquerdo da residência, e
findava com um conector para encaixe na Televisão encontrada no interior do
segundo imóvel. No momento dos exames o conector do cabo da antena se
encontrava desconectado da TV (ver fotos nos 04, 05, 22, 23, e de 25 a 31).

7/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
6.3.3 - Fiações elétricas precariamente instaladas foram visualizadas na área
externa do imóvel, das quais:

6.3.3.1 - Das que se prolongavam pela região superior frontal do segundo imóvel, 01
(uma) Fiação (principal) de cor preta, em sua continuação, cruzava o beco partindo
do lado direito frontal do imóvel para um telhado que findava acima do muro a frente
da residência, e se prendia no ultimo caibro de madeira, onde dessa fiação havia
uma ramificação

6.3.3.2 - No ponto da ramificação acima citada se via uma emenda e dela partia um
cabo denominado fiação dupla, de cor branca, o qual em seu prolongamento se
apresentava pendurado e com extremidades secionadas e perolizada (ver fotos n os
04, 05, 22, 23, 24, 25, 27 e 28).

Apesar das instalações elétricas do imóvel se encontrar bastante


precárias elas possibilitavam a energização normalmente e o fornecimento de
energia elétrica já havia sido reestabelecido antes da chegada da equipe técnica
(ver fotos dos nos 04, 05, 22, 23, 24, 25, 27 a 31).

6.3.4 - Marca de Jellinek identificadas na mão direita, da vítima, estando localizada


na área da palma da mão, sobre o dedo polegar (face palmarda falange proximal
com prolongamento na área tênar) na lateral direita do dedo médio (face palmar da
falange distal) caracterizada pela presença de lesões cutâneas, contendo resíduos
de materiais metálicos depositados sobre a pele (ver fotos dos n os 07 a 14).

6.3.5 - 01 (uma) Lesão com manchas hipostáticas visualizada na área palmar da


falange distal da região do grande artelho (no dedão) do pé esquerdo da vítima.

6.3.6 - 01 (uma) Mancha úmida e grande localizada na área correspondente a


região genital, detectada na bermuda de cor verde, que se encontrava vestindo a
vítima (ver fotos dos nos 07 a 14).

6.4 - Das amostras e materiais coletados para exames

Amostras e materiais que necessitavam de exames mais acurados foram


coletados e remetidos para setores específicos visando precisar pesquisas por
especialistas empregando técnicas e tecnologias recomendadas, bem como
possibilitar confiabilidade e credibilidade nos resultados analíticos. Separadamente
essas amostras e materiais foram enviados:

6.4.1 - A Divisão de Toxicologia Forense-Ditox da Unilab, após registro no Icpas


via SEI no 3800002229000222201200 e na Plataforma do Gerenciador de Laudos - GDL
como caso no 599/2021, para pesquisas de identificação de urina e/ou espermados
8/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
materiais impregnados na mancha detectada na região frontal da bermuda, sendo
ela coletada, acondicionada e transportada conforme recomendações:

Lista dos vestígios para a Ditox


VESTÍGIOS IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO
Bermuda Manchada Da Bermuda LP9120230680C

6.4.2 - A Unidade de Laboratórios da Criminalística – Unilab do Instituto de


Criminalística de PE – Icpas, após registro no Icpas via SEI n o
3800002229000222202199 e na Plataforma do Gerenciador de Laudos - GDL como
caso no 888/2021, para pesquisas de confirmação e/ou identificação de materiais
metálicos detectados na mão do cadáver, sendo eles coletados, acondicionados e
transportados conforme recomendações:

Lista dos vestígios para a Unilab


VESTÍGIOS IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO
Materiais metálicos Mão direita LP9120230671C

6.5 - Informações obtidas

No momento dos exames dos fatos observados, na presença dos demais


servidores constituintes da equipe de pericia, foram anotados por esta signatária,
informações importantes de uma pessoa identificada como Maria da Paz Cultura, de
R.G. no 9.000.222 SDS-PE que se apresentou como sendo esposa da vítima, cujo
relato segue descrito:
6.5.1 - Por volta das 3h da manhã do dia 14/02/2021 o seu marido se dirigiu ao
quintal da residência afirmando que iria encher os reservatórios com água e depois
ajustar a antena da TV digital.
6.5.2 - Ela se encontrava dentro da residência, e na sala, local esse próximo ao
evento no instante dos fatos ocorridos.
6.5.3 - A principio ela ouviu um barulho como se algo tivesse caído no chão, e ao
sair para olhar o que havia ocorrido se deparou com o marido tombado no chão, na
região próxima do ar condicionado, e com a antena de TV digital, da residência,
sobre seu corpo.
6.5.4 - Apavorada com a cena que viu e na tentativa de socorrer seu esposo, ela
mesma com medo correu e desligou imediatamente o disjuntor dos fios de entrada
da casa para cortar o fornecimento de energia elétrica.
6.5.5 - Desesperada gritou chamando os vizinhos para ajudar o marido.

9/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
6.5.6 - Desconectou da televisão o cabo da referida antena pensando que evitaria a
ocorrência de outros acidentes.
6.5.7 - Com a ajuda de vizinhos, transportou a vítima para o interior da sala do
imóvel.
6.5.8 - Ligou para o 190 relatando o fato e solicitando ajuda e permaneceu na
residência até a chegada dos dois policias militares e posteriormente da equipe da
pericia.
6.5.9 - Antes da ocorrência do acidente a referida antena ficava instalada no muro,
acima do local onde ela foi posteriormente apoiada. A altura em que esta antena
ficava instalada permitia que ela fosse alcançada facilmente pelo marido, sem fazer
uso de escada (ver fotos nos 03, 04, 05, 22, 23 e 26 e 29).

6.5.10 - Os policiais militares informaram que ao chegarem havia três vizinhos na


porta de entrada da residência que afirmaram ter ajudado a remover a vítima do
beco para a sala, na tentativa de socorrer a vítima.

7 - CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

7.1 - Choque elétrico: É o conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos,


que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por
corrente elétrica. As manifestações, dependendo das condições e intensidade da
corrente, podem ser desde a sensação de formigamento pela superfície da pele, até
uma violenta contração muscular que pode provocar a morte.
Quando o choque ocorre a corrente elétrica, percorre o corpo humano,
interfere junto ás correntes internas carregadas pelos nervos e nos dá a sensação
de formigamento, onde dependendo da situação pode causar queimaduras de 3º
grau ou até mesmo levar a pessoa a óbito.

Efeitos estimados da Eletricidade


CORRENTE CONSEQUÊNCIA
1mA Apenas perceptível
10 mA Agarra a mão
16 mA Máxima tolerável
20 mA Parada respiratória
100 mA Ataque cardíaco
2A Parada cardíaca
3A Valor mortal

Para que o choque ocorra, deve haver uma diferença de potencial (d.d.p.)
entre dois pontos distintos do corpo humano, ou seja, quanto maior for à diferença

10/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
de potencial, maior será a corrente elétrica: como consequência, o choque também
será maior. Geralmente, um desses pontos sãos os pés, que estão em contato com
o solo, e o outro ponto é o que de fato entra em contato com algo energizado
(material metálico, ou equipamento ou fio elétrico e/ou outro material condutor em
contato com algo, etc.)

7.2 - Corpo de Delito: É o “conjunto dos elementos materiais e sensíveis de fato


delituoso” (apud ESPINDULA, 2001, p. 28).“qualquer ente material relacionado a um
crime e no qual é possível efetuar um exame pericial” (MALLMITH, 2007).

7.3 - Marca elétrica de Jellinek: São sinais típicos característicos frutos de


Eletropressão que produzem lesão cutânea simples acidental (forma circular, elítica
ou estrelada, de consistência endurecida, bordas altas, leito deprimido, tonalidade
branco-amarelada, fixa, indolor e asséptica), e são observadas na pele, sendo
causada por eletricidade artificial ou industrial, cujos efeitos deletérios da corrente
elétrica se devem a intensidade da corrente (amperagem). É a resultante da faísca
elétrica que salta do condutor para a pele, antes de se estabelecer o perfeito contato
entre esta e aquele. Relaciona-se exclusivamente à extensão da queimadura
resultante. Ela pode causar a metalização elétrica (destacamento da pele, com
fundo da lesão impregnado de partículas da fusão e vaporização dos condutores
elétricos).

7.4 - Trauma: É o resultado da ação vulnerante que possui energia capaz de


produzir a lesão.

8 - DISCUSSÃO

Em face dos fatos visualizados no palco do evento e dos exames


realizados, observando as particularidades de conhecimento que esse tipo de
ocorrência exige ser rebuscado, constatou-se que:

8.1 - Sendo o Choque elétrico uma perturbação de natureza e efeitos diversos que
se manifesta no corpo humano, quando por ele circula uma corrente elétrica, e que
quando isso acontece o corpo humano é ou se comporta como um condutor elétrico,
que possui, inclusive, uma resistência, onde:

8.1.1 - A resistência que o corpo humano oferece à passagem da corrente é quase


que exclusivamente devida à camada externa da pele. Esta resistência é
extremamente alta e está situada entre 100K e 600K ohms(Ω), quando a pele
encontra-se seca e não apresenta cortes, e a variação apresentada é função da sua
espessura, Como consequência, a corrente elétrica formada pelo corpo quando
exposto a um choque de 220 V é de aproximadamente 0,002 A. Quando a pele
encontra-se úmida, condição mais facilmente encontrada na prática, a resistência
11/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
elétrica do corpo diminui. Cortes também oferecem uma baixa resistência elétrica. A
resistência oferecida pela parte interna do corpo, constituída, pelo sangue, músculos
e demais tecidos, comparativamente à da pele é bem baixa, medindo normalmente
300 ohms em média e apresentando um valor máximo de 500 ohms.

8.1.2 - No instante do choque elétrico seus efeitos podem ocasionar no corpo:


8.1.2.1 - Lesões térmicas com queimadura de 1º, 2º e 3° graus nos músculos e pele;
8.1.2.2 - Aquecimento e dilatação dos vasos sanguíneos;
8.1.2.3 - Aquecimento/carbonização de ossos e cartilagens;
8.1.2.4 - Queima de terminações nervosas e sensoriais;
8.1.2.5 - Lesões térmicas e não térmicas;
8.1.2.6 - Danos celulares;
8.1.2.7 - Ocasionar contrações violentas dos músculos;
8.1.2.8 - Espasmos musculares;
8.1.2.9 - Contração descoordenada do coração (fibrilação );
8.1.2.10 - Parada respiratória e cardíaca;

E ainda como efeito indireto temos as quedas e batidas do corpo nos


substratos ou superfícies próximas do fato, dentre outros resultantes imprevistas,
com ferimentos resultantes de quedas e perda do equilíbrio.

8.1.3 - As correntes alternadas de frequência entre 20 e 100 Hertz são as que


oferecem maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, usadas nos sistemas de
fornecimento de energia elétrica, são especialmente perigosas, uma vez que elas se

12/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
situam próximas à frequência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação
ventricular é maior, ver tabela com possíveis resultantes devido à amperagem e o
resultado final mais provável.

8.1.4 - Nas queimaduras a passagem de corrente elétrica através de um condutor


cria o chamado efeito joule, ou seja, certa quantidade de energia elétrica é
transformada em calor. Em relação às queimaduras por efeito térmico, aquelas
causadas pela eletricidade são geralmente menos dolorosas, pois a passagem da
corrente poderá destruir as terminações nervosas. Não significa, porém que sejam
menos perigosas, pois elas tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de
desfeito o contato elétrico ou a descarga.
Logo a quantidade de calor dissipada (J) é Q = i2.R.t
onde: Q = Energia dissipada R = Resistência i = Intensidade da corrente t = Tempo.

8.1.4.1 - Nas queimaduras por contato, “Quando se toca uma superfície condutora
energizada, elas podem ser locais e profundas atingindo até a parte óssea, ou por
outro lado muito pequenas, deixando apenas uma pequena “mancha branca na
pele”.

8.1.4.2 - Nas queimaduras por arco voltaico o arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo
de corrente elétrica através do ar, e geralmente é produzido quando da conexão e
desconexão de dispositivos elétricos e também em caso de curto-circuito,
provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau.

8.1.4.3 - As queimaduras por vapor metálico e metal derretido ocorrem quando na


fusão de um elo fusível ou condutor, há a emissão de vapores e derramamento de
metais derretidos (em alguns casos prata ou estanho) podendo atingir as pessoas
localizadas nas proximidades.

8.1.4.4 - A carga elétrica (ΔQ) que atravessa um condutor percorrido por uma
corrente elétrica (i) de 0,1 A durante um intervalo de tempo (Δt) de 1,0 s é:

ΔQ = i . Δt, ΔQ = 0,1 x 1, ΔQ = 0,1C

8.1.5 - No Choque elétrico:

8.1.5.1 - A morte por asfixia ocorrerá, se a intensidade da corrente elétrica for de


valor elevado, normalmente acima de 30 mA e circular, pelo diafragma, por um
período de tempo relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. A asfixia
advém do fato do diafragma da respiração se contrair tetanicamente, cessando
assim, a respiração. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo
de tempo inferior a três minutos, ocorrerão sérias lesões cerebrais e possível morte.

13/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
8.1.5.2 - A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de
corrente da ordem de 15mA que circulem por períodos de tempo superiores a um
quarto de segundo. A fibrilação ventricular é a contração disritimada do coração que,
não possibilitando desta forma a circulação do sangue pelo corpo, resulta na falta de
oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. O coração raramente se recupera por si
só da fibrilação ventricular. A fibrilação também ocorre se no choque elétrico a
intensidade for próxima dos 100 mA, visto que a pessoa pode carecer de um socorro
rápido, pois as paredes do coração executam movimentos descontrolados.
Correntes superiores a 100 mA (0,1A) são muito perigosas com alto poder
de matar, pois atacam direto o coração provocando fibrilação cardíaca, fazendo com
que ele funcione a rápidas contrações e de formas irregulares;
Correntes que são superiores a 200 mA já não causam mais a fibrilação
cardíaca, mas provocam graves queimaduras e parada cardíaca.

8.1.5.3 - As correntes elétricas mais perigosas são aquelas que têm intensidades
relativamente mais baixas, e elas podem ser obtidas em eletrodomésticos comuns
que funcionam a 110V e 220V, e as que chegam a matar são aquelas cuja
intensidade está compreendida na faixa entre 100 mA e 200 mA.

8.1.5.4 - A corrente elétrica na maioria dos casos provoca queimaduras que podem
alcançar até o terceiro grau, por atingir as vítimas através do revestimento cutâneo,
visto que a corrente elétrica ao passar pelo corpo humano desenvolve calor por
efeito Joule, que pode produzir queimaduras, principalmente nos pontos de entrada
e saída da corrente, tendo em vista que a resistência elétrica da pele é maior de que
a dos tecidos intenos e se forem pequenas as areas de contato, local de densidade
maior. Ela também pode produzir queimaduras muito mais graves quanto maior for
essa densidade de corrente e quanto mais longo for o tempo pelo qual a corrente
adentre no corpo.

8.1.5.5 - As diferenças da resistência elétrica apresentadas pela pele à passagem da


corrente, ao estar seca ou molhada, podem ser grande, considerando que o contato
foi feito em um ponto do circuito elétrico que apresente uma diferença de potencial
de 120 volts, dentre elas podemos citar:

8.1.5.5.1 - Causas determinantes operacionais ou Falha na isolação elétrica que


podem ocorrer nos condutores quer sejam empregados isoladamente, como nas
instalações elétricas, quer como partes de equipamentos, quando são usualmente
recobertos por uma película isolante. No entanto, a deterioração por agentes
agressivos, o envelhecimento natural ou forçado ou mesmo o uso inadequado do
equipamento podem comprometer a eficácia da película, como isolante elétrico.

8.1.5.5.2 - O Calor e Temperaturas elevadas que também podem causar choque


elétrico devido a circulação da corrente em um condutor que sempre acarreta
geração de calor e, por conseguinte, aumento da temperatura do mesmo. Este
14/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
aumento pode causar a ruptura de alguns polímeros, de que são feitos alguns
materiais isolantes, dos condutores elétricos;

8.1.5.5.3 - A umidade que também pode contribuir para um choque, pois alguns
materiais isolantes que revestem condutores absorvem umidade, como é o caso do
nylon. Isto faz com que a resistência isolante do material diminua.

8.1.5.5.4 - Os Produtos Químicos também podem causar choque elétrico posto que
os materiais normalmente utilizados como isolantes elétricos degradam-se na
presença de substâncias como ácidos, lubrificantes e sais.

8.1.5.5.5 - O Desgaste Mecânico que comumente se tornam as grandes causas de


danos mecânicos ao isolamento elétrico produzindo a abrasão, o corte, a flexão e
torção do recobrimento dos condutores

8.1.5.5.6 - Os Fatores Biológicos posto que roedores e insetos podem comer os


materiais orgânicos de que são constituídos os isolamentos elétricos,
comprometendo a isolação dos condutores.

8.1.5.5.7 - A degradação do isolamento elétrico também pode ocorrer devido a


presença de fungos, que se desenvolvem na presença da umidade.

8.1.5.5.8 - Altas Tensões podem dar origem à arcos elétricos ou efeitos corona, os
quais criam buracos na isolação ou degradação química, reduzindo, assim, a
resistência elétrica do isolamento.

Também se deve considerar que todo choque elétrico é perigoso, e ser a


ele submetido não é algo difícil, principalmente quando se mexe com fio energizado,
ou em algo próximo a ele, afinal ele não faz barulho não tem cheiro não tem cor e
não se vê.

8.1.6 - Apesar da rigidez cadavérica ainda não se fazer presente na vitima, no


instante da pericia, provavelmente devido ao curto período entre os fatos e o
comparecimento da equipe de pericia, foi constatado que ela apresentava:
8.1.6.1 - Manchas hipostáticas na região posterior de seu corpo e cianose nos lábios
e nas extremidades dos dedos das mãos (ver fotos dos nos 10, 11 e 12);
8.1.6.2 - Escoriações nas regiões lombar, dorsal e escapular esquerdas (ver fotos
dos nos 14 a 17);
8.1.6.3 - Lesões cutâneas na face palmar da falange proximal do primeiro
quirodáctilo da mão direita (dedão da mão), na face lateral direita da falange distal
do terceiro quirodáctilo da mão direita e sobre a lateral direita e a região inferior do
primeiro pododáctilo do pé esquerdo (dedão do pé). Essas lesões cutâneas,
assemelhadas as da marca de Jellinek, cujas características são o destacamento da
pele, contendo inclusive resíduos de materiais metálicos depositados sobre a pele
15/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
da mão (ver fotos dos nos 08, 09, 13 e 17), ou seja, de uma metalização configurada
pela impregnação de partículas da fusão e vaporização dos condutores elétricos,
corroboram para fortes indicativos de passagem de corrente elétrica artificial;
8.1.6.4 - Escoriações na região deltoidiana esquerda, no primeiro pododáctilo do pé
esquerdo, assemelhados aos associados à marca de Jellinek devido à passagem de
uma corrente elétrica artificial (ver fotos dos nos 08, 09 e 17);

8.1.7 - Na bermuda que a vítima trajava foi constatada uma grande mancha úmida,
localizada em uma área correspondente à da região genital (ver fotos n os 09 e 18).

8.1.8 - A Deposição cutânea do metal, cuja característica é o destacamento da pele,


com o fundo da lesão impregnado de partículas da fusão e vaporização dos
condutores elétricos, associado à perolização observada no fio duplo que se
encontrava seccionado e próximo ao local de instalação da antena de TV digital,
direciona a se configurar que a vítima foi submetida a um choque elétrico.

8.1.9 - Estimando a massa inicial do corpo em 80,0kg (oitenta quilogramas), que se


precipitou com altura estimada de 1,50 m (um metro e meio) se chocando no piso,
portanto distando a aproximadamente 47,87 m (quarenta e sete metros, oitenta e
sete centímetros) do local de impacto no muro. Sapiente de que a massa corpórea
da vítima se amplia diretamente em função da gravidade e da altura, e que o peso
na terra é sempre constante (Dado à aceleração constante) onde:

P = m x a (kg x m/s2)
P = 80 x 10 (kgm/s2)

Permite admitir que o corpo do homem sofresse a impactação com força


peso de aproximadamente 800N (novecentos Newton), e que devido à pequena
altura, bem como de sua resistência muscular não foi constatado fraturas no corpo.
Considerando que ocorre uma resistência da massa corpórea e que o
piso não se deforma com o impacto, e sim o corpo, bem como que o corpo tem
comprimento de 1,7 m (tamanho) e empregá-lo como o espaço de frenagem.
Obtemos que o impacto do corpo foi de aproximadamente.

Ec = m x h
Ec = 80,0 x 1,5 (kg x m)
Ec = 120,0kgm
Ec = 120,0 / 1,7 (kgm / m)
Ec = 204,00 kg

Essa energia seria suficiente para causar pequenas escoriações no


corpo. Na vítima não foi identificado sinais de luta ou tentativa de defesa, de
rolamento, mas a presença de pequenas escoriações, características essas
16/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
confirmativas que o corpo caiu em queda livre. As evidências e cálculos obtidos
norteiam para uma simples queda espontânea do corpo, que sem impactos na
cabeça, não seria suficiente para produzir uma morte violenta e/ou imediata da
vítima.

8.1.10 - Apesar da equipe técnica de pericia ter encontrado:


8.1.10.1 - O possível local do evento violado, local esse onde foi encontrado
evidências da ocorrência e da dinâmica dos fatos.
8.1.10.2 - A vítima ter sido encontrada em um local diferente e próximo de onde
pode ter ocorrido o evento, cuja transferência do corpo da vítima para o interior da
residência foi justificada pela esposa que, segundo ela desesperada, nutria a
esperança de conseguir socorrer, salvar, proteger o esposo.
8.1.10.3 - O cadáver ter sido encontrado coberto parcialmente por 01 (um) lençol,
forte indicativo de que alguém se aproximou do corpo da vítima.

Ficou constatado que apesar dessas ações terem alterado a cena do


evento, quanto à localização e posição inicial do corpo da vítima e da antena que
poderia estar com ele ou não, as provas materiais identificadas nos demais objetos e
materiais observados nos locais e no palco do evento, bem como no corpo da
vítima, norteiam que havia elementos suficientes para tornarem as evidências
esclarecedoras e convincentes dos fatos ocorridos.

8.2 - Análise e interpretação dos vestígios

Após criteriosos exames dos vestígios observados os quais foram


exaustivamente estudados e correlacionados com o fato, as evidências abaixo
listadas e interpretadas nos possibilitaram identificar os prováveis fatores
contributivos para a sequência dos eventos que findaram no desfecho do caso, quer
seja:

8.2.1 - Presença de escoriações no corpo vítima:


8.2.1.1- Nas regiões lombar, dorsal e escapular esquerdas, cujos aspectos
evidenciam características assemelhadas as produzidas quando um corpo cai em
queda livre de uma pequena altura, ou seja, de que houve uma precipitação do
corpo, seguida de uma impactação em local sólido e rígido, cujo impacto produziu as
referidas lesões visualizadas (ver fotos nos 14 a 17);

8.2.1.2 - Na região deltoidiana esquerda, no primeiro pododáctilo do pé esquerdo,


sinais esses característicos de um possível ponto de fuga ou passagem de corrente
elétrica.

8.2.2. - Presença de queimaduras no corpo vítima produzidas:


17/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
8.2.2.1 - Por contato, que ocorrem quando se toca uma superfície condutora
energizada, as queimaduras podem ser locais ou profundas atingindo até a parte
óssea, ou por outro lado serem muito pequenas, deixando apenas uma pequena
mancha branca na pele.
8.2.2.2 - Por vapor metálico, que ocorrem quando na fusão de um elo fusível ou
condutor há a emissão de vapores e derramamento de metais derretidos (em alguns
casos prata ou estanho) podendo atingir pessoas localizadas nas proximidades.

8.2.3 - Do resultado do laudo Tanatoscópico cujo resultado corrobora para lesões


resultantes de uma impactação em corpo sólido e rígido, e ainda de que na vítima
não foi identificado sinais de luta ou tentativa de defesa, de rolamento, nem a
presença aparente de fraturas, mas descreve que “o corpo exibia externamente
marca de Jellinek” e como causa mortis: “parada cardiorrespiratória decorrente de
eletroplessão, comprovada pelos sinais característicos identificados” (ver laudo em
anexos);

8.2.4 - Na mancha úmida identificada na bermuda que a vítima trajava que


correspondia à área da região genital, após seu recolhimento e encaminhamento
para exames, foi revelado no Laudo Toxicológico Caso no 599/2021 (em anexo), que
os materiais impregnados na mancha, assemelhavam-se aos de urina,
possivelmente desprendida da vítima no momento os fatos ocorridos.

8.2.5 - Não foram detectadas impressões papilares nos objetos e materiais onde a
vítima poderia ter contactado (antena, cabo da antena e fiação) e contribuído para o
evento ocorrido, provavelmente em virtude do aspecto rugoso das superfícies dos
substratos, ou das sujidades depositadas sobre os substratos, ou por terem ficadas
expostas as intempéries ambientais, mesmo que por um breve período.

8.2.6 - O posicionamento da antena encostada na parede, que se encontrava


alinhada de forma cuidadosa, bem como denotava que ela teria sido retirada de seu
local de fixação e instalação, ponto esse que se localizava sobre o muro (ver fotos
nos 04, 05, 22, 23 e 26);

8.2.7 - O aspecto do ambiente onde a vítima realizou ações, que podem ter
culminado no choque elétrico na vítima configurado pela:
8.2.7.1 - Retirada da antena do local onde ela devia estar instalada (ver fotos n os 04,
05, 22, 23 e 26);
8.2.7.2 - Anormalidade detectadas nas instalações elétricas precárias de onde um fio
duplo, de cor branca, com conexão que se ramificava da fiação principal energizada,
de cor preta, se encontrar seccionado, pendurado, e com extremidades perolizadas
denotando sinais de recentidade, bem como em ter sua localização próxima da
antena da TV digital, o cenário expõem um forte indicativo que evidenciam tratar-se

18/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
de um ponto ou local apropriado para gerar um choque elétrico em alguém (ver fotos
nos 04, 05, 22 a 25 e de 27 a 31). Nessas instalações elétricas do imóvel também se
constatou pontos das emendas cujas fitas isolantes se encontravam folgadas, o que
contribui para no caso de água escorrendo pela fiação, possibilitar energização
externa dessa fiação, que pode causar choque elétrico.
8.2.7.3 - Ausência de vestígios de luta nesse local e suas proximidades (ver fotos n os
05 a 09);

8.2.8 - Do depoimento da esposa da vítima de que:


8.2.8.1 - Por volta das 3h da manhã do dia 14/02/2021 o seu marido se dirigiu ao
quintal da residência afirmando que iria:
8.2.8.1.1 - Encher os reservatórios com água, os quais se encontravam cheios de
água no instante da pericia.
8.2.8.1.2 - Ajustar a antena da TV digital cuja instalação e/ou fixação se dava no
muro, acima do local onde ela foi posteriormente apoiada, local esse de possível
instalação constatado pela equipe técnica, inclusive de seu fácil acesso para ser
retirada devido à altura em que esta antena ficava instalada e permitia seu manuseio
sem fazer uso de escada.
8.2.8.2 - No instante dos fatos ocorridos ela se encontrava dentro da residência, e na
sala, local esse próximo ao evento e de onde ela ouviu um barulho como se algo
tivesse caído no chão, levando a equipe a simular e reproduzir um tipo de barulho
assemelhado que foi prontamente escutado por esse signatário e parte da equipe
presentes no interior da sala, confirmando depoimento da esposa sobre o barulho
percebido.
8.2.8.3 - Ao sair se deparou com o marido tombado no chão, na região próxima do
ar condicionado, e com a antena de TV digital, da residência, sobre seu corpo.
8.2.8.4 - Havia na sala da casa um disjuntor conectado as fiações elétricas que
possibilitavam a energização ou não do interior da residência.
8.2.8.5 - Os policiais relatam que na sua chegada havia três vizinhos na porta da
residência os quais em conversas afirmaram ter ajudado a remover a vítima do beco
para a sala, vizinhos esses que não mais se encontravam no instante da chegada da
pericia.

8.2 - Dinâmica do evento

Após visualização dos vestígios encontrados nas cenas este signatário


consigna que as evidências direcionam para as prováveis ações sequenciais:
retirada da antena de seu ponto de fixação sobre o muro; contato da vítima com a
fiação quando empregando a mão direita segurou o fio duplo de cor branca; a vítima
foi submetida a um choque elétrico de 220 Volts devido à diferença de potencial -
19/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
d.d.p. gerada pelo contato dela, que se encontrava descalça, com o solo; a corrente
elétrica fluiu da mão direita para o pé esquerdo deixando as marcas de Jellinek
visualizadas no corpo; no período de fluidez da corrente elétrica ocorreu a deposição
por metalização da fiação sobre a pele da vítima e secionamento da fiação com
perolização nas extremidades dessa fiação além da produção de bolhas nas regiões
do contato na mão direita; com o seccionamento da fiação dupla; ocorreu à projeção
do corpo em queda livre até o piso do beco lateral do imóvel; repouso do corpo no
piso do corredor; colocação da antena encostada no muro por alguém que se fez
presente no cenário dos fatos; transferência do corpo para o interior da residência.
Observando que: a massa corpórea da vítima se amplia diretamente em
função da gravidade e da altura; a precipitação de uma altura aproximada de 1,50 m
(um metro, cinquenta centímetros) devido ao tamanho da vítima, até o local de
impacto no piso; as escoriações observadas no dorso esquerdo da vítima. As
evidências apontam que o corpo sofreu uma impactação com características de
projeção por queda livre, corroborando para a denotação de como se deu a
dinâmica dos fatos ocorridos.
Diante dos depoimentos anotados e a concatenação com os fatos
observados, se induz posteriormente a se admitir as interligações com o relato
descrito pela esposa, das prováveis ações de como deve ter ocorrido os fatos,
passando pelas alterações da cena inicial do palco do evento e indo até os
constatados no instante da chegada da equipe técnica para as pericias necessárias.

9 – CONCLUSÃO

Em face dos exames realizados nos locais da edificação anteriormente


mencionada e diante dos fatos observados, relatados e exposto neste Laudo,
destacando as imagens presenciadas, os sinais, as marcas detectadas, as demais
pesquisas cujos resultados são descritos em laudos de outros especialistas que
complementam as investigações periciais, quer seja:

9.1 - Dos vestígios observados na vítima com:

9.1.1 - Presença de escoriações no corpo nas regiões:


9.1.1.1- Lombar, dorsal e escapular esquerdas;
9.1.1.2 - Deltoidiana esquerda, no primeiro pododáctilo do pé esquerdo,

9.1.2. - Presença de queimaduras no corpo produzidas:


9.1.2.1 - Por contato, assemelhada as que ocorrem quando se toca uma superfície
condutora energizada;
9.1.2.2 - Por material metálico fundido, assemelhado aos produzidos pela emissão
de vapores e derramamento de metais derretidos.
9.1.2.3 - Presença de material metálico fundido depositado na pele da mão direita;
20/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
9.1.3 - Presença das marcas de Jellinek observadas na mão direita e no pé
esquerdo, sinais esses característicos de um possível ponto de fuga ou passagem
de corrente elétrica.

9.2 - Dos vestígios observados nos locais:

9.2.1 - Imediato (onde ocorreram os fatos) configurado pelo:


9.2.1.1 - Aspecto do ambiente onde a vítima realizou ações.
9.2.1.2 - Posicionamento da antena encostada na parede, que se encontrava
alinhada de forma cuidadosa, fora de seu local de fixação e instalação sobre o muro.

9.2.1.3 - Anormalidades detectadas nas instalações elétricas precárias;


9.2.1.4 - Conexão da fiação principal energizada, de cor preta, com o fio duplo, de
cor branca, o qual se encontrava seccionado, pendurado e com extremidades
perolizadas denotando sinais de recentidade.
9.2.1.5 - Localização do fio duplo, de cor branca, seccionado, pendurado próximo ao
local de fixação da antena TV digital.
9.2.1.6 - Presença de pontos de emendas na fiação elétrica cujas fitas isolantes se
encontravam folgadas, que pode possibilitar energização externa dessa fiação se
houver água escorrendo pela fiação e acarretar um choque elétrico.
9.2.1.7 - Ausência de vestígios de luta nesse local e suas proximidades.

9.3 - Dos resultados descritos no Laudo:

9.3.1 - Toxicológico Caso no 599/2021 (em anexo) resultante dos materiais


impregnados na bermuda da vítima e proveniente de uma mancha úmida na área
correspondente a da região genital, onde foi revelado que tais “materiais
assemelhavam-se aos de urina”.

9.3.2 - Pericia Química Caso no 888/2021 da Unilab, cujas pesquisas identificaram e


confirmaram a presença de materiais metálicos os quais foram detectados e
coletados da mão direita do cadáver.

9.3.3 - Tanatoscópico do IML Caso no 1001/2021 (em anexo) relatando que “o corpo
exibia externamente marca de Jellinek” e como causa mortis: “parada
cardiorrespiratória decorrente de eletroplessão, comprovada pelos sinais
característicos identificados”.

Os vestígios encontrados ao serem observados e confrontados com o


depoimento da esposa da vítima redundaram em evidências que induzem para
interligações com a possível dinâmica dos fatos observados.

21/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
Diante da sequência de evidências encontradas, este signatário consigna
que o evento periciado norteia tratar-se de uma morte com características típicas de
ter sido produzida por eletropressão.

10- ENCERRAMENTO

Diante do convencimento obtido pelas evidências dos fatos observados


este signatário, Qualidade é Padronizar Documentos, Perito Criminal deste Instituto,
redigi e digitei este Laudo de Perícia em Local de Morte (Eletropressão) em 22 (vinte
e duas) páginas no tamanho A4, a encimar o timbre do Estado de Pernambuco e no
rodapé o logotipo Institucional com o endereço local.
Seguem anexo 30 (trinta) fotos ilustrativas.

Recife, aos quinze dias do mês abril do ano dois mil e vinte e um.

__________________________________
Qualidade é Padronizar Documentos
Perito Criminal – Relator

22/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
12 - ANEXOS
FOTO NO 01 : Escadaria de acesso ao imóvel

FOTOS NOS : 02 - Área frontal do 1º imóvel e 03 - Área lateral do 1º imóvel e ao final a


frontal do 2º imóvel.

23/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTOS NOS: 04 - Frente do 2º imóvel (prolongamento da área lateral do 1º imóvel),
05 - Encontro dos muros fronto-lateral do 2º imóvel e 06 - Área lateral do 2º imóvel

24/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTOS NOS : 07, 08 e 09 - Posição em que a vítima se encontrava no momento da chegada
da equipe técnica.

25/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTOS NOS : 10, 11 e 12 - Cianoses nos lábios e nas extremidades dos dedos das mãos do
cadáver.

FOTO NO 13 - Marca de Jellinek nos dedos da mão direita

26/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTO NO 14 - Manchas hipostáticas na região posterior e lesão no lado esquerdo inferior.

FOTOS NOS : 15 e 16 - Lesões visualizadas na região frontal superior do braço esquerdo e


no dorso esquerdo na vítima.

27/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTO NO 17: Lesão visualizada no dedão do pé esquerdo da vítima.

FOTO NO 18: Mancha úmida observada na bermuda da vítima em torno da região genital

28/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTOS NOS : 18 e 19: Identificação da vítima pelo R.G.

FOTO NO 20 : Pulseira de Identificação (PIC) e o Numero de Identificação do Cadáver (NIC)

FOTO NO 21: Boletim de Identificação do Cadáver (BIC).

29/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTO NO 22 : Antena de TV digital na posição em que foi encontrada e seu cabo de
conexão.

FOTO No 23 : Imagem da fiação cor preta energizada e do fio duplo, cor branca,
ramificando dele, a partir do caibro do telhado, e suas partes seccionadas próxima
da antena da TV digital

30/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTOS Nos 24 e 25 : Fiações duplas de cor branca com extremidades seccionadas
perolizadas e expostas.

FOTO No 26 : Antena da TV digital. FOTO No 27 : Fiação elétrica e ponto de emenda


nela, envolto por fita adesiva isolante de cor preta.

31/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTOS Nos 28 e 29 : Área frontal do 2o imóvel com suas Instalações elétricas precárias e
com fornecimento de energia elétrica já restabelecido.

32/34
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
GERÊNCIA GERAL DE POLÍCIA CIENTÍFICA
INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA PROFESSÔR ARMANDO SAMICO

(Caso no10006/2021)
FOTOS Nos 30 e 31 : Ponto de contato da fiação energizada com o cabo da antena da
TV digital

33/34

Você também pode gostar