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Direito Administrativo

Exame época ordinária (15.01.2020)


Tópicos de correção

I.
1.a) Princípio geral de direito administrativo (art. 226.º/2 CRP e 7.º CPA), que rege a
atividade administrativa no exercício do poder discricionário, sendo relativo à relação
entre a medida ou meio a escolher e o fim de interesse público; assume três vertentes:
adequação, necessidade e proibição do excesso (explicar cada uma das vertentes).

b) ato administrativo (conceito - art. 148.º CPA) impositivo suscetível de ser executado
por meios coercivos pela Administração Pública; tem de ser eficaz e oponível para
servir de base ao ato de execução; referência à aplicabilidade do regime do art. 176.º
CPA.

2.Poder discricionário (explicar conceito) é conferido pela lei, resultando de uma


intencional lacuna intra-legal, pelo que respeita ainda o princípio da legalidade, no seu
sentido atual de que a Administração só pode atuar com base e fundamento na lei e com
respeito pelos limites nela fixados. Deve ainda respeitar os princípios gerais de direito
administrativo. Para explicar o poder discricionário e a sua fonte legal, dar exemplo de
técnicas legislativas de atribuição de discricionariedade.

II
1. Ato jurídico: regulamento externo (conceito: artigo 135.º); de execução (lei
habilitante -artigo 136.º); portaria [forma de regulamento governamental – artigo 138.º,
n.º 3, c)]; pode ser revogado (artigo 146.º, n.º 1); mas como é de execução, exige nova
regulamentação (artigo 146.º, n.º 2); não existindo, aplica-se o artigo 146.º, n.º 3.
2.1. Formação de ato tácito; (i) requerimento dirigido a órgão competente
(procedimento a requerimento do interessado- art. 53.º, 102.º; 41.º); (ii) constituição do
dever legal de decidir (artigo 13.º, n.º 2);(iii) 30 dias para decidir [úteis – artigo 87.º,
alínea c) ]; (iv) pedido a 11/11 – mais de 30 dias úteis a 15 de janeiro; (v) não ocorreu
notificação (artigo 129.º e 130.º, nº 2); (vi) a lei considera que se forma deferimento
tácito (artigo 130.º, n.º 1). Pode iniciar a atividade.
2.2.
a) IMT, IP (Instituto público): pessoa coletiva, pertencente à Administração Estadual
Indireta; prossegue fins singulares; criada ao abrigo do princípio da devolução de
poderes, sobre a qual se exercem poderes de superintendência e tutela;
Ministro do Planeamento e Infraestruturas: órgão da pessoa coletiva pública Estado, que
se organiza segundo o modelo hierárquico; Administração Estadual Direta.
b) Ato do Ministro: revogação (ato administrativo - artigo 148.º; conceito; ato de 2.º
grau); fundamento em razões de mérito (artigo 165.º, n.º 1 e 171.º, n.º 1); objeto: ato
administrativo, de conteúdo positivo, que incide sobre um direito; autorização e
constitutivo de direitos (artigo 167.º, n,º 3); não se verifica nenhuma das circunstâncias
do n.º 2 do artigo 167.º; revogação com vício quanto ao objeto, por falta de legitimação
do objeto; desvalor jurídico: anulabilidade (artigo 163.º)/considerar erro quanto a
pressupostos.
Equacionar vício quanto ao sujeito há atribuições/competência; análise de norma de
competência para a revogação.
III
1. A deverá reagir contra o ato que o exclui. Fundamentos:
a) Falta do quórum exigido por lei; vício quanto ao sujeito por falta de
legitimação (noção); nulidade (artigo 161.º/2 h))
b) A relação de parentesco não se enquadra nas situações de impedimento.
Ato de conteúdo vinculado - não há lugar a apreciações de mérito para uma
eventual violação do princípio da imparcialidade.
c) Vício quanto ao fim por erro nos pressupostos de facto (explicar);
anulabilidade (artigo 163.º)
2. Ato de homologação remete para a fundamentação do relatório do júri – não carece
de fundamentação autónoma (artigo 152.º/2); discutir se a fundamentação do júri é clara
e suficiente.
Erro no preenchimento dos pressupostos que se reflete num vício quanto ao conteúdo
por se tratar de ato de natureza discricionária; anulabilidade (artigo 163.º).

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