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Faculdade de Minas BH

FAMINAS-BH

Isabela Silva Pereira


Karen Cristiny Garcia de Oliveira Ribeiro
Madalena Fernandes de Almeida
Rebeca Guedes dos Santos
Thalya Vitória da Silva Santos

CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Belo Horizonte
2023

1
Isabela Silva Pereira
Karen Cristiny G. de Oliveira Ribeiro
Madalena Fernandes de Almeida
Rebeca Guedes dos Santos
Thalya Vitória da Silva Santos

CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Dissertação apresentada ao professor de


direito penal do curso de Direito, da
Universidade FAMINAS BH, para compor
notas do segundo semestre do ano de
2023. Sob a orientação do Prof. Félix
Magno.

Belo Horizonte
2023

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SUMÁRIO:

1. Introdução: ............................................................................................. 4

2. Espécies de crimes contra a saúde pública ........................................ 4

a) Epidemia: ............................................................................................ 4

b) Infração de medida sanitária preventiva: ......................................... 6

c) Omissão de notificação de doença: ................................................. 8

d) Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou


medicinal:................. ................................................................................... 9

e) Corrupção ou poluição de água potável: ....................................... 11

f) Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância


ou produto alimentício: ............................................................................ 12

g) Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto


destinado a fins terapêuticos ou medicinais: ........................................ 14

h) Emprego de processo proibido ou de substância não permitida.


16

i) Involúcro ou recipiente com falsa indicação. ................................ 17

j) Produto ou substância nas condições dos dois artigos


anteriores. ................................................................................................. 18

k) Substância destinada à falsificação. .............................................. 18

l) Outras substâncias nocivas à saúde pública. ............................... 19

m) Medicamento em desacordo com a receita médica. ..................... 20

n) Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica. ....... 21

o) Charlatanismo. ................................................................................. 22

p) Curandeirismo. ................................................................................. 23

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1. Introdução:
A saúde pública é um campo de extrema importância que se concentra na
promoção, proteção e melhoria da saúde da população em geral. Ela abrange uma
ampla gama de atividades e políticas destinadas a garantir que todos os cidadãos
tenham acesso igualitário a serviços de saúde, prevenção de doenças, promoção de
estilos de vida saudáveis e resposta a emergências de saúde.
Os crimes contra a saúde pública representam um desafio significativo para
as autoridades, profissionais de saúde e cidadãos em geral. Eles podem assumir
várias formas, desde a produção e distribuição de produtos farmacêuticos
falsificados até a contaminação deliberada de alimentos e a negligência na gestão
de doenças contagiosas. Esses atos criminosos não apenas comprometem a
integridade do sistema de saúde, mas também colocam vidas em risco.
Neste trabalho, a atenção estará direcionada especificamente para os crimes
contra a saúde pública previstos no Código Penal do Artigo 267 ao 285. Essas
infrações legais serão abordadas em detalhes, desde suas definições até as
penalidades impostas a elas, destacando a importância crítica de sua aplicação para
a proteção da sociedade como um todo.
2. Espécies de crimes contra a saúde pública:

a) Epidemia:
O termo "epidemia" se refere a um aumento significativo e repentino no
número de casos de uma doença específica em uma determinada população ou
área geográfica. É caracterizado pela propagação rápida e ampla da doença,
afetando um grande número de pessoas em um curto período de tempo. Segundo
Rogério Sanches Cunha:

Este crime passou a fazer parte de diversos ordenamentos jurídicos após a


Primeira Guerra Mundial, período em que foram utilizados, como ‘armas’
germes patogênicos para fim de combate, prática vedada por convenções
internacionais após o armistício, e que não se repetiu no segundo grande
conflito.

O Artigo 267 do Código Penal Brasileiro prevê:

Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.

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§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.

a.1 Classificação:
 Bem jurídico: incolumidade pública, principalmente em relação à saúde
pública;

 Elemento subjetivo: o elemento subjetivo do tipo é o dolo, ou seja, a


conduta do agente deve ser dirigida exclusivamente no sentido de causar
epidemia, através da disseminação de germes patógenos;
 Elemento objetivo: a conduta criminosa consiste em provocar uma epidemia
por meio da disseminação de germes patogênicos, utilizando qualquer
método, e afetando um número significativo de pessoas;
 Crime comissivo: existe previsão de uma ação, o tipo penal prevê uma
conduta positiva;
 Crime de ação única: o preceito primário prevê apenas um verbo para a
consumação do delito;
 Crime simples: protege um bem jurídico, a saúde pública;
 Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente
das suas características individuais;
 Monossubjetivo: são praticados por um único agente, apesar de permitir
concurso de pessoas;
 Sujeito passivo: a coletividade, ou seja, todas as pessoas que forem
expostas a perigos ou que sofrerem danos devido à prática criminosa do
agente, conforme descrito no crime em questão;
 Sujeito ativo: como se trata de um crime comum, não exige características
especiais do autor. Logo, pode ser cometido por qualquer pessoa,
independentemente de essa estar contagiada, ou não, pelos germes
patógenos;
 Crime material: a lei prevê uma conduta é um resultado;
 Instantâneo: a consumação acontece em um momento exato, não se
prolongando no tempo;
 Tentativa: a hipótese tentada ocorre quando um indivíduo promove a
disseminação de germes patogênicos, mas, por circunstâncias alheias à sua
vontade, a epidemia não se concretiza;

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 Consumação: a delito consuma-se com a efetiva propagação dos germes
patógenos, ou seja, quando um número significativo de pessoas é afetado
pela doença.

a.2 Parágrafo primeiro:


O parágrafo primeiro do Artigo 267 do Código Penal prevê uma causa de
aumento de pena, a qual ocorre quando o agente, dolosamente, promove a
disseminação de germes patógenos, sendo-lhe imputado o resultado morte a título
de culpa. Nesse caso, a pena será aplicada em dobro. Vale ressaltar que, caso o
resultado morte afete mais de uma pessoa, o agente continuará respondendo por
um único delito de epidemia, não havendo, portanto, concurso de crimes.
Nas hipóteses em que o agente tenha desejado o resultado morte e este
venha a se concretizar, ele deve responder pelos delitos de epidemia e homicídio.
Nos casos mais graves, especialmente quando afeta mais de uma pessoa, pode
configurar o crime de genocídio se houver elementos que caracterizem essa
conduta. Isso resultaria em um caso de concurso formal impróprio, onde o agente
responderia por mais de um crime ao mesmo tempo.
a.3 Parágrafo segundo:

O segundo parágrafo do Artigo 267 do Código Penal prevê a modalidade de


epidemia culposa, em que o agente, por negligência, imprudência ou imperícia,
causa a epidemia através da propagação de germes patógenos. Nessa hipótese, a
pena prevista é de detenção, com duração de um a dois anos. Entretanto, se a
conduta resultar na morte de alguém, a pena será aumentada para um período de
dois a quatro anos, independentemente do número de pessoas que venham a
falecer devido ao comportamento culposo.

b) Infração de medida sanitária preventiva:

Conforme disposto no Artigo 268, a infração ocorre quando alguém


desrespeita uma determinação das autoridades públicas destinada a prevenir a
introdução ou disseminação de doenças contagiosas. Este dispositivo legal tem
como objetivo proteger a saúde coletiva, punindo aqueles que violam medidas
sanitárias preventivas que podem resultar na introdução ou propagação de doenças
contagiosas.
O Artigo 268 do Código Penal prevê:
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Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou
propagação de doença contagiosa:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é


funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico,
farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

b.1 Classificação:

 Bem jurídico: incolumidade pública, principalmente em relação à saúde


pública;

 Elemento objetivo: infringir a determinação do poder público, destinada a


impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa;
 Elemento subjetivo: dolo, desde que o agente tenha conhecimento da
determinação do poder público. Caso o agente não tenha conhecimento,
incidir-se-á em erro de tipo e, por não haver a modalidade culposa, a conduta
será atípica;
 Crime comissivo: existe previsão de uma ação, o tipo penal prevê uma
conduta positiva;
 Crime de ação única: o preceito primário prevê apenas um verbo para a
consumação do delito;
 Crime simples: protege um bem jurídico, a saúde pública;
 Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente
das suas características individuais;
 Monossubjetivo: são praticados por um único agente, apesar de permitir
concurso de pessoas;
 Sujeito passivo: coletividade, uma vez que se trata de crime contra a
incolumidade pública;
 Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum);
 Crime de mera conduta: por prescindir de qualquer resultado naturalístico
tangível aos nossos sentidos;
 Instantâneo: a consumação acontece em um momento exato, não se
prolongando no tempo;

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 Tentativa: é admissível a tentativa, que ocorrerá quando o agente tendo
iniciado os atos executórios do crime, é obstado a continuar por
circunstâncias alheias a sua vontade;
 Consumação: o delito se consuma com o desrespeito a determinação do
Poder Público destinado a impedir introdução ou propagação de doença
contagiosa.
b.2 Parágrafo único:
O julgamento tende a ser mais rigoroso quando a conduta é perpetrada por
profissionais da área de saúde pública, como funcionários, médicos, enfermeiros,
dentistas ou farmacêuticos. A doutrina estabelece que esta lista é taxativa, não
permitindo interpretação ampla.
Além disso, as circunstâncias agravantes conforme descritas no artigo 258
do Código Penal são aplicáveis de acordo com o disposto no artigo 285. Se o crime
doloso de perigo comum resultar em lesão corporal grave, a pena de prisão será
aumentada em metade; se resultar em morte, a pena é dobrada. No caso de
negligência, se resultar em lesão corporal, a pena será aumentada em metade; se
resultar em morte, a pena será a mesma prevista para homicídio culposo, acrescida
de um terço.

c) Omissão de notificação de doença:

A infração de não notificação de doença ocorre quando um médico deixa de


informar às autoridades públicas sobre uma doença cuja notificação é obrigatória.
Isso implica que certas doenças específicas, principalmente as infecciosas e
contagiosas, como a AIDS, a meningite, a tuberculose, a dengue, entre outras,
devem ser comunicadas às autoridades de saúde pública. A não notificação dessas
doenças pode resultar na propagação delas, colocando o médico sob o dever
jurídico de relatar esses casos às autoridades competentes.
O Artigo 269 do Código Penal prevê:
Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação
é compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

c.1 Classificação:
 Bem jurídico: incolumidade pública, principalmente em relação à saúde
pública;

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 Elemento subjetivo: é o dolo, vontade de não comunicar a autoridade
competente doença cuja notificação é compulsória;
 Elemento objetivo: o fato de o médico não comunicar a autoridade
competente a doença, cuja notificação é compulsória;
 Crime omissivo: conduta omissiva do médico, por falta de notificação;
 Crime de ação única: o preceito primário prevê apenas um verbo para a
consumação do delito;
 Crime simples: protege um bem jurídico, a saúde pública;
 Crime próprio: exige uma qualidade específica do agente, médico;
 Monossubjetivo: praticado por um único agente;
 Sujeito passivo: coletividade, uma vez que se trata de crime contra a
incolumidade pública;
 Sujeito ativo: médico;
 Crime de mera conduta: não prevê nenhum resultado no mundo
naturalístico;
 Crime instantâneo: a consumação acontece em um momento exato, não se
prolongando no tempo;
 Tentativa: a tentativa é inadmissível;
 Consumação: o crime consuma-se com a não comunicação da doença, no
prazo designado para tanto nos regulamentados ou outros atos normativos
que versem sobre a matéria.

d) Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou


medicinal:
É considerado crime quando alguém contamina água potável, seja de uso
comum ou particular, assim como substâncias alimentícias ou medicinais destinadas
ao consumo. Este crime envolve três objetos materiais distintos: a água potável, a
substância alimentícia destinada ao consumo e a substância medicinal destinada ao
consumo.
O Artigo 270 do Código Penal prevê:

Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância


alimentícia ou medicinal destinada a consumo:

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

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§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em
depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

d.1 Classificação:
 Bem jurídico: a incolumidade pública, no âmbito de saúde pública;
 Elemento subjetivo: o dolo genérico, sendo também admitida a modalidade
culposa. Na hipótese típica de "depósito de substância envenenada" a lei
penal exige, além do dolo, um especial elemento subjetivo, consistente na
finalidade de distribuir ao público a substância envenenada;

 Elemento objetivo: o núcleo do tipo é o verbo "envenenar", que significa pôr


veneno. A conduta deve recair sobre água potável, não sendo necessário que
seja pura;

 Crime comissivo: existe previsão de uma ação, o tipo penal prevê uma
conduta positiva;
 Crime de ação única: o preceito primário prevê apenas um verbo para a
consumação do delito;
 Crime simples: protege um bem jurídico, a saúde pública;
 Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente
das suas características individuais;
 Monossubjetivo: praticado por um único agente;
 Sujeito passivo: coletividade, uma vez que se trata de crime contra a
incolumidade pública;
 Sujeito ativo: qualquer pessoa, independentemente de estar contaminada ou
não pelos germes patogênicos;
 Crime de mera conduta: não prevê nenhum resultado no mundo
naturalístico;
 Crime instantâneo: a consumação acontece em um momento exato, não se
prolongando no tempo;
 Tentativa: a tentativa é perfeitamente admissível, salvo no caso de culpa;

 Consumação: o crime consuma-se no momento em que o objeto material é


envenenado, independentemente da superveniência de qualquer resultado
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perigoso, que é presumido pelo legislador ou com o oferecimento ao público
da substância envenenada ou com a guarda do objeto material,
independentemente do eletivo consumo ou distribuição do objeto material.

d.2 Parágrafo primeiro:


Aquele que entrega a água ou a substância envenenada a consumo ou tem
em depósito, com a finalidade de ser distribuída, está sujeito à mesma pena.
d.3 Parágrafo segundo:
Se esse crime for na modalidade culposa, a pena é de detenção, de seis
meses a dois anos.

e) Corrupção ou poluição de água potável:


É considerado crime quando alguém polui ou corrompe a água potável,
tornando-a imprópria para o consumo.
O Artigo 271 do Código Penal prevê
Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a
imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

e.1 Classificação:
 Elemento objetivo: Corromper ou poluir.

 Elemento subjetivo: O dolo, sendo também admitida a modalidade culposa.


 Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
 Sujeito passivo: Incolumidade pública.
 Bem jurídico tutelado: Incolumidade pública, consubstanciada, neste caso,
na saúde pública.
 Consumação: O delito se consuma quando, após a poluição da água
potável, o agente cria uma situação de perigo a um número indeterminado de
pessoas, colocando em risco a incolumidade pública.
 Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
 Tentativa: A tentativa é admissível.
 Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Crime instantâneo: A consumação acontece em um momento exato.

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 Comissivo o delito concretiza-se quando o agente prática os núcleos do tipo
do crime ou omissivo impróprio acontece quando o agente, garantidor,
dolosa ou culposamente, podendo, nada fizer para impedir a produção do
resultado.
 Crime de ação livre: Pode ser praticado através de qualquer meio.
 Objeto material: Água potável corrompida ou poluída pelo agente.
e.2 Modalidade culposa
Se o crime for culposo, a pena é de detenção, de dois meses a um ano.

f) Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância


ou produto alimentício:
O artigo qualificado abaixo em seu parágrafo inicial estabelece que cometer
atos de corrupção, adulteração, falsificação ou alteração de substâncias ou produtos
alimentícios destinados ao consumo, tornando-os prejudiciais à saúde ou diminuindo
seu valor nutritivo, com o objetivo de prejudicar a saúde pública, resultará em uma
pena de reclusão de quatro a oito anos, além de multa. Se o crime é culposo a pena
é de detenção, de um a dois anos e multa, na modalidade culposa exclui-se as
condutas falsificar e fabricar.
O Artigo 272 do Código Penal prevê

Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício


destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor
nutritivo.

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda,
importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado,
corrompido ou adulterado.

§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste


artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico.

f.1 Classificação:
 Elemento objetivo: É um crime de ações múltiplas: corromper, adulterar,
falsificar e alterar;
 Elemento subjetivo: É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente
de corromper, adultera, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício

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destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor
nutritivo;
 Bem jurídico tutelado: Incolumidade pública, consubstanciada, no caso,
especificamente, na saúde pública.
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa, independentemente de estar contaminada
ou não pelos germes patogênicos;
 Sujeito passivo: Coletividade, uma vez que se trata de crime contra a
incolumidade pública;
 Consumação: O crime se consuma quando a situação de perigo comum é
criada, ou seja, quando o agente, ao realizar os atos de corrupção,
adulteração, falsificação ou alteração em substâncias ou produtos
alimentícios destinados ao consumo de um número indeterminado de
pessoas, torna-os prejudiciais à saúde ou reduz o seu valor nutritivo.
Portanto, não basta apenas a prática desses atos em si, uma vez que se trata
de um crime de perigo real, é necessário demonstrar que essas ações
resultaram na nocividade ou na diminuição do valor nutritivo do produto ou
substância alimentícia. Além disso, não é preciso que o produto seja
comercializado ou consumido para que o crime se configure.
 Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
 Forma livre: Pode ser praticado através de qualquer meio.
 É um crime instantâneo no que diz respeito às condutas de corromper,
adulterar, falsificar, alterar, fabricar, vender, importar, distribuir e entregar; e
permanente quanto às condutas de expor à venda e ter deposito.
 Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
 Comissivo o delito concretiza-se quando o agente prática os núcleos do tipo
do crime ou omissivo impróprio acontece quando o agente, garantidor,
dolosa ou culposamente, podendo, nada fizer para impedir a produção do
resultado.
 Objeto material: É a substância ou produto alimentício destinado a consumo,
bem como as bebidas, com ou sem teor alcoólico.
 Tentativa: A tentativa é perfeitamente admissível.
f.2 Parágrafo primeiro A :

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Quem fabrica, vende, importa, expõe à venda, tem em depósito para vender
ou distribui ou entrega a consumo a substância também incorre nas penas desse
artigo.
f.3 Parágrafo primeiro:
Quem pratica as ações previstas nesse artigo em relação a bebidas também
está sujeito às mesmas penas.

f.2 Modalidade culposa:

No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta


morte, de dois a quatro anos.

g) Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto


destinado a fins terapêuticos ou medicinais:

O artigo qualificado abaixo estabelece que cometer atos de corrupção,


falsificação, adulteração ou alteração de produtos terapêuticos ou medicinais é
crime.

O Artigo 273 do Código Penal prevê

Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins


terapêuticos ou medicinais:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda,


tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.

§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os


medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os
cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico.

§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas
no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: I
- sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária
competente;

II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso


anterior;

III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua


comercialização;

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IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade;

V - de procedência ignorada;

VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária


competente.

g.1 Classificação:
 Elemento objetivo: Trata-se de crime de ação múltiplas (falsificar,
corromper, adulterar ou alterar).
 Elemento subjetivo: É o dolo.
 Objeto material: É o produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
 Bem jurídico tutelado: Incolumidade pública, consubstanciada, no caso,
especificamente, na saúde pública.
 Comissivo o delito concretiza-se quando o agente prática os núcleos do tipo
do crime ou omissivo impróprio acontece quando o agente, garantidor,
dolosa ou culposamente, podendo, nada fizer para impedir a produção do
resultado.
 Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
 Perigo abstrato presumido: Existe divergência doutrinaria acerca dessa
classificação, entretanto se tem entendido, majoritariamente, tratar-se de um
crime de perigo abstrato, presumido.
 Forma livre: Pode ser praticado através de qualquer meio.
 Instantâneo no que diz respeito às condutas de falsificar, corromper,
adulterar, vender, importar, distribuir e entregar; e permanente quando às
condutas forem de expor a venda e ter em depósito.
 Monossubjetivo: Precisa de apenas uma pessoa pra se concretizar.
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
 Sujeito passivo: A Sociedade de forma geral.
 Consumação: Consuma-se com o ato de corromper, adulterar, falsificar ou
alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
 Tentativa: Admite tentativa.
g.2 Parágrafo primeiro:
É punido também quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto
falsificado corrompido, adulterado ou alterado.
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g.3 Parágrafo primeiro A:
Os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os
cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico se incluem entre os produtos
a que se refere esse artigo.
g.4 Parágrafo primeiro B:
Quem pratica as ações previstas no § 1º também está sujeito às penas
desse artigo nas condições que esse parágrafo apresenta.
g.4 Modalidade culposa:
Se esse crime for praticado na modalidade culposa, a pena será de detenção,
de 1 ano a 3 anos, e multa.

h) Emprego de processo proibido ou de substância não permitida.


O artigo refere-se ao ato de utilizar certas substâncias ou processos durante a
fabricação de um produto que está sendo consumido pelas pessoas, como
alimentos, medicamentos, bebidas, e outros itens, ou seja, que não atendem aos
padrões de segurança e qualidade estabelecidos pelas autoridades sanitárias.
O Artigo 274 do Código Penal prevê

Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento,


gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica,
conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

h.1 Classificação:

 Bem jurídico: Incolumidade pública.


 Elemento objetivo: Empregar, no fabrico do produto destinado a consumo,
revestimento.
 Elemento subjetivo: É o dolo.
 Crime comissivo: Há previsão de uma ação.
 Crime de ação única: O preceito primário prevê apenas um verbo.
 Crime simples: Protege um bem jurídico.
 Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
 Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

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 Sujeito passivo: Coletividade.
 Crime formal: Não é necessário um resultado naturalístico.
 Crime instantâneo: A consumação acontece em um momento exato.
 Consumação: Consuma-se com o emprego, no fabrico de produto
destinado a consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante,
substância aromática, anti-séptica, etc.
 Tentativa: Admite tentativa.

i) Invólucro ou recipiente com falsa indicação.


O artigo refere-se à ação de inserir deliberadamente informações falsas ou
enganosas nas embalagens dos produtos.
O Artigo 275 do Código Penal prevê

Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos


ou medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu
conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a mencionada:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

i.1 Classificação:

 Bem jurídico: Incolumidade pública.


 Elemento objetivo: Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos.
 Elemento subjetivo: Dolo.
 Crime comissivo: Há previsão de uma ação.
 Crime de ação única: O preceito primário prevê apenas um verbo.
 Crime simples: Protege um bem jurídico.
 Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
 Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
 Sujeito passivo: Coletividade.
 Crime formal: Não é necessário um resultado naturalístico.
 Crime instantâneo: A consumação acontece em um momento exato.
 Consumação: Consuma-se com a indicação de informações falsas no
invólucro ou recipiente.
 Tentativa: Admite tentativa.

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j) Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores.
O artigo diz respeito a conduta daquele que vende, expõe a venda ou
entrega a consumo de produtos alterados nos artigos 274 e 275.
O Artigo 276 do Código Penal prevê

Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma,
entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

j.1 Classificação:
 Bem jurídico: Incolumidade pública.
 Elemento objetivo: Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou,
de qualquer forma, entregar a consumo.
 Elemento subjetivo: Dolo.
 Crime comissivo: Há previsão de uma ação.
 Crime de ação múltipla: Prevê mais de um verbo de ação.
 Crime simples: Protege um bem jurídico.
 Crime comum: Não exige uma qualidade específica.
 Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
 Sujeito passivo: Coletividade.
 Crime formal: Pode gerar resultado.
 Crime instantâneo: Consumação ocorre em um único momento quando se
trata de vender.
 Crime permanente: Consumação se prolonga no tempo quando se trata de
expor à venda ou ter em depósito.
 Consumação: Consuma-se com a prática de qualquer das condutas
mencionadas no núcleo do tipo.
 Tentativa: Admite tentativa.

k) Substância destinada à falsificação.

O artigo tem o objetivo de punir toda a cadeia de produção e comercialização


de substâncias falsas e adulteradas.

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O Artigo 277 do Código Penal prevê

Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à


falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

k.1 Classificação:

 Bem jurídico: Incolumidade pública.


 Elemento objetivo: A conduta incriminadora é expor a venda, ter no
depósito à disposição para vender ou ceder a matéria destinada a produtos
falsificados.
 Elemento subjetivo: É o dolo.
 Crime comissivo: Há previsão de uma ação.
 Crime de ação múltipla: Prevê mais de um verbo de ação.
 Crime simples: Protege um bem jurídico.
 Crime comum: Não exige uma qualidade específica.
 Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
 Sujeito ativo: É um crime comum e pode ser cometido por qualquer pessoa.
 Sujeito passivo: Coletividade.
 Crime formal: Pode gerar um resultado.
 Crime instantâneo: Consumação ocorre em um único momento quando se
trata de vender ou ceder.
 Crime permanente: Consumação se prolonga no tempo quando se trata de
expor à venda ou ter em depósito.
 Consumação: Consuma-se com a prática do verbo (núcleo do tipo).
 Tentativa: Admite tentativa.

l) Outras substâncias nocivas à saúde pública.


O artigo diz respeito a comercialização e a fabricação de coisas e
substâncias em geral, tratando dos demais produtos que não eram alcançados
pelas normas anteriores.
O Artigo 278 do Código Penal prevê

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Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de
qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde,
ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

i.1 Classificação:
 Elemento objetivo: As condutas de fabricar, vender, expor à venda, ter em
depósito ou de qualquer forma entregar ara consumo, sendo crime de ação
múltipla.
 Elemento subjetivo: É o dolo de perigo e vontade livre consciente.
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
 Sujeito passivo: Coletividade, principalmente o consumidor de produtos.
 Consumação: Consuma-se com a prática das condutas tipificadas.
 Tentativa: Admite tentativa.
i.2 Modalidade culposa:

No caso de culpa, a pena é de detenção, de dois meses a um ano.

m) Medicamento em desacordo com a receita médica.

O artigo diz respeito ao fornecimento de substância medicinal em


desconformidade com a receita médica.

O Artigo 280 do Código Penal prevê


Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.

m.1 Classificação:
 Elemento objetivo: É o fornecimento de medicamento diferente em
quantidade, qualidade da prescrição médica.
 Elemento subjetivo: É o dolo, da livre consciência de fornecer
medicamento diferente do que foi prescrito pelo médico.
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa, comumente o farmacêutico.
 Sujeito passivo: Coletividade, bem como aquele que vem a receber o
medicamento incorreto.
 Consumação: Consuma-se com a entrega efetiva do medicamento em
desacordo com a receita médica.
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 Tentativa: Admite tentativa.

m.2 Modalidade culposa:

No caso de culpa, a pena é de detenção, de dois meses a um ano.

n) Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica.


O artigo diz respeito ao exercício de certas profissões sem a necessária
habilitação. Trata-se de um delito habitual, que exige um comportamento contínuo
do agente. Comete o delito não somente aquele que exerce as mencionadas
profissões sem autorização legal, como também aquele que, mesmo estando
inicialmente habilitado para exercê-las, excede os limites legalmente determinados.
O Artigo 282 do Código Penal prevê

Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou


farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

n.1 Classificação:
 Elemento objetivo: Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
médico, dentista e farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os
limites;
 Elemento subjetivo: Dolo, não há previsão para a modalidade de natureza
culposa neste delito;
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum) quando a conduta disser
respeito ao exercício, ainda que a título gratuito, da profissão de médico,
dentista ou farmacêutico, sem autorização legal. No entanto, somente esses
profissionais poderão cometê-lo quando a conduta for praticada no sentido de
exceder os limites determinados legalmente;
 Sujeito passivo: Coletividade, mais especificamente as pessoas que foram
atendidas pelo sujeito ativo, visto que foram colocadas diretamente em uma
situação de risco;
 Crime comum, no que diz respeito à conduta de exercer, ainda que a título
gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização
legal, e próprio quando se refere ao fato do sujeito exceder os seus limites
 Bem juridicamente protegido: incolumidade pública;
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 Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa;
 Crime habitual: exige um comportamento contínuo do agente, sujeito age
com regularidade;
 Objeto material: É a profissão de médico, dentista ou farmacêutico;
 Crime de mera conduta: não prevê nenhum resultado no mundo
naturalístico;
 Consumação: O delito se consuma quando o agente, com habitualidade,
exerce, seja a título gratuito ou oneroso, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico;
 Tentativa: Em virtude da necessidade de reiteração de atos, a doutrina,
majoritariamente, rejeita a possibilidade do reconhecimento da tentativa.
 Comissivo e omissivo: O núcleo “exercer” pressupõe um comportamento
comissivo, contudo, o delito poderá ser praticado via omissão imprópria se o
agente, garantidor, dolosamente, nada fizer para impedir que o sujeito
pratique o delito.
n.2 Parágrafo único:
Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

o) Charlatanismo.
O artigo diz respeito a um tipo de estelionato com a saúde pública, que se
encontra em uma situação de risco. Inculcar tem sentido de apregoar, recomendar
meio secreto ou infalível para cura de determinada doença; anunciar é fazer
propaganda, alardear esse meio. Essa cura diz respeito a determinadas doenças
para as quais não exista tratamento próprio, ou mesmo já existindo, o agente propõe
tratamento alternativo, por meio secreto ou infalível.
O Artigo 283 do Código Penal prevê

Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

o.1 Classificação:

 Bem juridicamente protegido: incolumidade pública;


 Elemento objetivo: Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível;

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 Elemento subjetivo: Dolo, não há previsão para a modalidade de natureza
culposa neste delito;
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum), não exige nenhuma
qualidade ou condição especial;
 Sujeito passivo: Sociedade, bem como as pessoas que foram ludibriadas
pelo agente, sob o argumento de que as curaria mediante a ministração de
fórmula secreta ou infalível;
 Consumação: O delito se consuma quando, com inculcação ou anúncio da
cura por meio secreto ou infalível, trata-se de um crime de perigo comum e
concreto;
 Tentativa: Trata-se de crime plurissubstente, tornando possível a tentativa.
 Crime formal: Se realiza ainda que ninguém seja efetivamente lesado;
 Crime comissivo: Há previsão de uma ação;
 Crime de ação múltipla: O artigo prevê mais de um verbo para a
consumação do delito;
 Objeto material: anúncio da cura por meio secreto ou infalível;
 Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa;
 Crime monossubjetivo: A lei exige somente uma pessoa para cometer o
delito;
 Crime simples: Protege um bem jurídico;
 Crime instantâneo: A consumação ocorre em um único instante.

p) Curandeirismo.

O artigo diz respeito a um delito no qual o agente acredita que, com suas
fórmulas sobrenaturais, mágicas, conseguirá a cura daquele que foi à sua procura.
Prescrever tem o sentido de indicar, receitar; ministrar significa dar, fornecer; aplicar
é entendido como utilizar, empregar. As condutas devem ser praticadas com
habitualidade.

O Artigo 284 do Código Penal prevê

Exercer o curandeirismo:

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer


substância;
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II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;

III - fazendo diagnósticos:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

p.1 Classificação:
 Elemento objetivo: Exercer o curandeirismo prescrevendo, ministrando ou
aplicando, habitualmente, qualquer substância, usando gestos, palavras ou
qualquer outro meio, fazendo diagnósticos;
 Elemento subjetivo: Dolo, não há previsão para a modalidade de natureza
culposa neste delito;
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum), não exige nenhuma
qualidade ou condição especial;
 Sujeito passivo: Sociedade, mais especificamente as pessoas que foram
ludibriadas pelo agente;
 Bem juridicamente protegido: Incolumidade pública;
 Crime monossubjetivo: Pode ser cometido por uma única pessoa;
 Crime de ação múltipla: O preceito prevê mais de um verbo de ação de
consumação do delito;
 Crime simples: Protege um bem jurídico;
 Crime comissivo: O tipo penal prevê um agir;
 Crime de mera conduta: Descreve apenas a conduta, não prevê resultado
naturalístico;
 Crime instantâneo: A consumação se dá em um único momento;
 Consumação: O delito se consuma quando o agente, reiteradamente, pratica
os comportamentos previstos no tipo;
 Tentativa: Admite-se a tentativa, dependendo da hipótese concreta.
p.2 Parágrafo único
Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à
multa.

p.3 Forma qualificada:


Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste capítulo, salvo
quando ao definido no art. 267.

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REFERÊNCIAS:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm

https://docs-cdn.infra.grancursosonline.com.br/drm/pdf/exemplo-aula-pdf/2021-04-
16-17-50-25-41967900-crimes-contra-a-incolumidade-publica-parte-i.pdf?response-
content-disposition

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786559771431

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