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FAMINAS-BH
Belo Horizonte
2023
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Isabela Silva Pereira
Karen Cristiny G. de Oliveira Ribeiro
Madalena Fernandes de Almeida
Rebeca Guedes dos Santos
Thalya Vitória da Silva Santos
Belo Horizonte
2023
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SUMÁRIO:
1. Introdução: ............................................................................................. 4
a) Epidemia: ............................................................................................ 4
o) Charlatanismo. ................................................................................. 22
p) Curandeirismo. ................................................................................. 23
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1. Introdução:
A saúde pública é um campo de extrema importância que se concentra na
promoção, proteção e melhoria da saúde da população em geral. Ela abrange uma
ampla gama de atividades e políticas destinadas a garantir que todos os cidadãos
tenham acesso igualitário a serviços de saúde, prevenção de doenças, promoção de
estilos de vida saudáveis e resposta a emergências de saúde.
Os crimes contra a saúde pública representam um desafio significativo para
as autoridades, profissionais de saúde e cidadãos em geral. Eles podem assumir
várias formas, desde a produção e distribuição de produtos farmacêuticos
falsificados até a contaminação deliberada de alimentos e a negligência na gestão
de doenças contagiosas. Esses atos criminosos não apenas comprometem a
integridade do sistema de saúde, mas também colocam vidas em risco.
Neste trabalho, a atenção estará direcionada especificamente para os crimes
contra a saúde pública previstos no Código Penal do Artigo 267 ao 285. Essas
infrações legais serão abordadas em detalhes, desde suas definições até as
penalidades impostas a elas, destacando a importância crítica de sua aplicação para
a proteção da sociedade como um todo.
2. Espécies de crimes contra a saúde pública:
a) Epidemia:
O termo "epidemia" se refere a um aumento significativo e repentino no
número de casos de uma doença específica em uma determinada população ou
área geográfica. É caracterizado pela propagação rápida e ampla da doença,
afetando um grande número de pessoas em um curto período de tempo. Segundo
Rogério Sanches Cunha:
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§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.
a.1 Classificação:
Bem jurídico: incolumidade pública, principalmente em relação à saúde
pública;
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Consumação: a delito consuma-se com a efetiva propagação dos germes
patógenos, ou seja, quando um número significativo de pessoas é afetado
pela doença.
b.1 Classificação:
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Tentativa: é admissível a tentativa, que ocorrerá quando o agente tendo
iniciado os atos executórios do crime, é obstado a continuar por
circunstâncias alheias a sua vontade;
Consumação: o delito se consuma com o desrespeito a determinação do
Poder Público destinado a impedir introdução ou propagação de doença
contagiosa.
b.2 Parágrafo único:
O julgamento tende a ser mais rigoroso quando a conduta é perpetrada por
profissionais da área de saúde pública, como funcionários, médicos, enfermeiros,
dentistas ou farmacêuticos. A doutrina estabelece que esta lista é taxativa, não
permitindo interpretação ampla.
Além disso, as circunstâncias agravantes conforme descritas no artigo 258
do Código Penal são aplicáveis de acordo com o disposto no artigo 285. Se o crime
doloso de perigo comum resultar em lesão corporal grave, a pena de prisão será
aumentada em metade; se resultar em morte, a pena é dobrada. No caso de
negligência, se resultar em lesão corporal, a pena será aumentada em metade; se
resultar em morte, a pena será a mesma prevista para homicídio culposo, acrescida
de um terço.
c.1 Classificação:
Bem jurídico: incolumidade pública, principalmente em relação à saúde
pública;
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Elemento subjetivo: é o dolo, vontade de não comunicar a autoridade
competente doença cuja notificação é compulsória;
Elemento objetivo: o fato de o médico não comunicar a autoridade
competente a doença, cuja notificação é compulsória;
Crime omissivo: conduta omissiva do médico, por falta de notificação;
Crime de ação única: o preceito primário prevê apenas um verbo para a
consumação do delito;
Crime simples: protege um bem jurídico, a saúde pública;
Crime próprio: exige uma qualidade específica do agente, médico;
Monossubjetivo: praticado por um único agente;
Sujeito passivo: coletividade, uma vez que se trata de crime contra a
incolumidade pública;
Sujeito ativo: médico;
Crime de mera conduta: não prevê nenhum resultado no mundo
naturalístico;
Crime instantâneo: a consumação acontece em um momento exato, não se
prolongando no tempo;
Tentativa: a tentativa é inadmissível;
Consumação: o crime consuma-se com a não comunicação da doença, no
prazo designado para tanto nos regulamentados ou outros atos normativos
que versem sobre a matéria.
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§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em
depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.
d.1 Classificação:
Bem jurídico: a incolumidade pública, no âmbito de saúde pública;
Elemento subjetivo: o dolo genérico, sendo também admitida a modalidade
culposa. Na hipótese típica de "depósito de substância envenenada" a lei
penal exige, além do dolo, um especial elemento subjetivo, consistente na
finalidade de distribuir ao público a substância envenenada;
Crime comissivo: existe previsão de uma ação, o tipo penal prevê uma
conduta positiva;
Crime de ação única: o preceito primário prevê apenas um verbo para a
consumação do delito;
Crime simples: protege um bem jurídico, a saúde pública;
Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente
das suas características individuais;
Monossubjetivo: praticado por um único agente;
Sujeito passivo: coletividade, uma vez que se trata de crime contra a
incolumidade pública;
Sujeito ativo: qualquer pessoa, independentemente de estar contaminada ou
não pelos germes patogênicos;
Crime de mera conduta: não prevê nenhum resultado no mundo
naturalístico;
Crime instantâneo: a consumação acontece em um momento exato, não se
prolongando no tempo;
Tentativa: a tentativa é perfeitamente admissível, salvo no caso de culpa;
e.1 Classificação:
Elemento objetivo: Corromper ou poluir.
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Comissivo o delito concretiza-se quando o agente prática os núcleos do tipo
do crime ou omissivo impróprio acontece quando o agente, garantidor,
dolosa ou culposamente, podendo, nada fizer para impedir a produção do
resultado.
Crime de ação livre: Pode ser praticado através de qualquer meio.
Objeto material: Água potável corrompida ou poluída pelo agente.
e.2 Modalidade culposa
Se o crime for culposo, a pena é de detenção, de dois meses a um ano.
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda,
importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado,
corrompido ou adulterado.
f.1 Classificação:
Elemento objetivo: É um crime de ações múltiplas: corromper, adulterar,
falsificar e alterar;
Elemento subjetivo: É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente
de corromper, adultera, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício
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destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor
nutritivo;
Bem jurídico tutelado: Incolumidade pública, consubstanciada, no caso,
especificamente, na saúde pública.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, independentemente de estar contaminada
ou não pelos germes patogênicos;
Sujeito passivo: Coletividade, uma vez que se trata de crime contra a
incolumidade pública;
Consumação: O crime se consuma quando a situação de perigo comum é
criada, ou seja, quando o agente, ao realizar os atos de corrupção,
adulteração, falsificação ou alteração em substâncias ou produtos
alimentícios destinados ao consumo de um número indeterminado de
pessoas, torna-os prejudiciais à saúde ou reduz o seu valor nutritivo.
Portanto, não basta apenas a prática desses atos em si, uma vez que se trata
de um crime de perigo real, é necessário demonstrar que essas ações
resultaram na nocividade ou na diminuição do valor nutritivo do produto ou
substância alimentícia. Além disso, não é preciso que o produto seja
comercializado ou consumido para que o crime se configure.
Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
Forma livre: Pode ser praticado através de qualquer meio.
É um crime instantâneo no que diz respeito às condutas de corromper,
adulterar, falsificar, alterar, fabricar, vender, importar, distribuir e entregar; e
permanente quanto às condutas de expor à venda e ter deposito.
Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
Comissivo o delito concretiza-se quando o agente prática os núcleos do tipo
do crime ou omissivo impróprio acontece quando o agente, garantidor,
dolosa ou culposamente, podendo, nada fizer para impedir a produção do
resultado.
Objeto material: É a substância ou produto alimentício destinado a consumo,
bem como as bebidas, com ou sem teor alcoólico.
Tentativa: A tentativa é perfeitamente admissível.
f.2 Parágrafo primeiro A :
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Quem fabrica, vende, importa, expõe à venda, tem em depósito para vender
ou distribui ou entrega a consumo a substância também incorre nas penas desse
artigo.
f.3 Parágrafo primeiro:
Quem pratica as ações previstas nesse artigo em relação a bebidas também
está sujeito às mesmas penas.
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas
no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: I
- sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária
competente;
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IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade;
V - de procedência ignorada;
g.1 Classificação:
Elemento objetivo: Trata-se de crime de ação múltiplas (falsificar,
corromper, adulterar ou alterar).
Elemento subjetivo: É o dolo.
Objeto material: É o produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
Bem jurídico tutelado: Incolumidade pública, consubstanciada, no caso,
especificamente, na saúde pública.
Comissivo o delito concretiza-se quando o agente prática os núcleos do tipo
do crime ou omissivo impróprio acontece quando o agente, garantidor,
dolosa ou culposamente, podendo, nada fizer para impedir a produção do
resultado.
Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
Perigo abstrato presumido: Existe divergência doutrinaria acerca dessa
classificação, entretanto se tem entendido, majoritariamente, tratar-se de um
crime de perigo abstrato, presumido.
Forma livre: Pode ser praticado através de qualquer meio.
Instantâneo no que diz respeito às condutas de falsificar, corromper,
adulterar, vender, importar, distribuir e entregar; e permanente quando às
condutas forem de expor a venda e ter em depósito.
Monossubjetivo: Precisa de apenas uma pessoa pra se concretizar.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: A Sociedade de forma geral.
Consumação: Consuma-se com o ato de corromper, adulterar, falsificar ou
alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
Tentativa: Admite tentativa.
g.2 Parágrafo primeiro:
É punido também quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto
falsificado corrompido, adulterado ou alterado.
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g.3 Parágrafo primeiro A:
Os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os
cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico se incluem entre os produtos
a que se refere esse artigo.
g.4 Parágrafo primeiro B:
Quem pratica as ações previstas no § 1º também está sujeito às penas
desse artigo nas condições que esse parágrafo apresenta.
g.4 Modalidade culposa:
Se esse crime for praticado na modalidade culposa, a pena será de detenção,
de 1 ano a 3 anos, e multa.
h.1 Classificação:
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Sujeito passivo: Coletividade.
Crime formal: Não é necessário um resultado naturalístico.
Crime instantâneo: A consumação acontece em um momento exato.
Consumação: Consuma-se com o emprego, no fabrico de produto
destinado a consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante,
substância aromática, anti-séptica, etc.
Tentativa: Admite tentativa.
i.1 Classificação:
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j) Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores.
O artigo diz respeito a conduta daquele que vende, expõe a venda ou
entrega a consumo de produtos alterados nos artigos 274 e 275.
O Artigo 276 do Código Penal prevê
Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma,
entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
j.1 Classificação:
Bem jurídico: Incolumidade pública.
Elemento objetivo: Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou,
de qualquer forma, entregar a consumo.
Elemento subjetivo: Dolo.
Crime comissivo: Há previsão de uma ação.
Crime de ação múltipla: Prevê mais de um verbo de ação.
Crime simples: Protege um bem jurídico.
Crime comum: Não exige uma qualidade específica.
Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Coletividade.
Crime formal: Pode gerar resultado.
Crime instantâneo: Consumação ocorre em um único momento quando se
trata de vender.
Crime permanente: Consumação se prolonga no tempo quando se trata de
expor à venda ou ter em depósito.
Consumação: Consuma-se com a prática de qualquer das condutas
mencionadas no núcleo do tipo.
Tentativa: Admite tentativa.
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O Artigo 277 do Código Penal prevê
k.1 Classificação:
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Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de
qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde,
ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
i.1 Classificação:
Elemento objetivo: As condutas de fabricar, vender, expor à venda, ter em
depósito ou de qualquer forma entregar ara consumo, sendo crime de ação
múltipla.
Elemento subjetivo: É o dolo de perigo e vontade livre consciente.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Coletividade, principalmente o consumidor de produtos.
Consumação: Consuma-se com a prática das condutas tipificadas.
Tentativa: Admite tentativa.
i.2 Modalidade culposa:
m.1 Classificação:
Elemento objetivo: É o fornecimento de medicamento diferente em
quantidade, qualidade da prescrição médica.
Elemento subjetivo: É o dolo, da livre consciência de fornecer
medicamento diferente do que foi prescrito pelo médico.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, comumente o farmacêutico.
Sujeito passivo: Coletividade, bem como aquele que vem a receber o
medicamento incorreto.
Consumação: Consuma-se com a entrega efetiva do medicamento em
desacordo com a receita médica.
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Tentativa: Admite tentativa.
n.1 Classificação:
Elemento objetivo: Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
médico, dentista e farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os
limites;
Elemento subjetivo: Dolo, não há previsão para a modalidade de natureza
culposa neste delito;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum) quando a conduta disser
respeito ao exercício, ainda que a título gratuito, da profissão de médico,
dentista ou farmacêutico, sem autorização legal. No entanto, somente esses
profissionais poderão cometê-lo quando a conduta for praticada no sentido de
exceder os limites determinados legalmente;
Sujeito passivo: Coletividade, mais especificamente as pessoas que foram
atendidas pelo sujeito ativo, visto que foram colocadas diretamente em uma
situação de risco;
Crime comum, no que diz respeito à conduta de exercer, ainda que a título
gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização
legal, e próprio quando se refere ao fato do sujeito exceder os seus limites
Bem juridicamente protegido: incolumidade pública;
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Monossubjetivo: Só precisa de uma pessoa;
Crime habitual: exige um comportamento contínuo do agente, sujeito age
com regularidade;
Objeto material: É a profissão de médico, dentista ou farmacêutico;
Crime de mera conduta: não prevê nenhum resultado no mundo
naturalístico;
Consumação: O delito se consuma quando o agente, com habitualidade,
exerce, seja a título gratuito ou oneroso, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico;
Tentativa: Em virtude da necessidade de reiteração de atos, a doutrina,
majoritariamente, rejeita a possibilidade do reconhecimento da tentativa.
Comissivo e omissivo: O núcleo “exercer” pressupõe um comportamento
comissivo, contudo, o delito poderá ser praticado via omissão imprópria se o
agente, garantidor, dolosamente, nada fizer para impedir que o sujeito
pratique o delito.
n.2 Parágrafo único:
Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
o) Charlatanismo.
O artigo diz respeito a um tipo de estelionato com a saúde pública, que se
encontra em uma situação de risco. Inculcar tem sentido de apregoar, recomendar
meio secreto ou infalível para cura de determinada doença; anunciar é fazer
propaganda, alardear esse meio. Essa cura diz respeito a determinadas doenças
para as quais não exista tratamento próprio, ou mesmo já existindo, o agente propõe
tratamento alternativo, por meio secreto ou infalível.
O Artigo 283 do Código Penal prevê
o.1 Classificação:
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Elemento subjetivo: Dolo, não há previsão para a modalidade de natureza
culposa neste delito;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum), não exige nenhuma
qualidade ou condição especial;
Sujeito passivo: Sociedade, bem como as pessoas que foram ludibriadas
pelo agente, sob o argumento de que as curaria mediante a ministração de
fórmula secreta ou infalível;
Consumação: O delito se consuma quando, com inculcação ou anúncio da
cura por meio secreto ou infalível, trata-se de um crime de perigo comum e
concreto;
Tentativa: Trata-se de crime plurissubstente, tornando possível a tentativa.
Crime formal: Se realiza ainda que ninguém seja efetivamente lesado;
Crime comissivo: Há previsão de uma ação;
Crime de ação múltipla: O artigo prevê mais de um verbo para a
consumação do delito;
Objeto material: anúncio da cura por meio secreto ou infalível;
Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa;
Crime monossubjetivo: A lei exige somente uma pessoa para cometer o
delito;
Crime simples: Protege um bem jurídico;
Crime instantâneo: A consumação ocorre em um único instante.
p) Curandeirismo.
O artigo diz respeito a um delito no qual o agente acredita que, com suas
fórmulas sobrenaturais, mágicas, conseguirá a cura daquele que foi à sua procura.
Prescrever tem o sentido de indicar, receitar; ministrar significa dar, fornecer; aplicar
é entendido como utilizar, empregar. As condutas devem ser praticadas com
habitualidade.
Exercer o curandeirismo:
p.1 Classificação:
Elemento objetivo: Exercer o curandeirismo prescrevendo, ministrando ou
aplicando, habitualmente, qualquer substância, usando gestos, palavras ou
qualquer outro meio, fazendo diagnósticos;
Elemento subjetivo: Dolo, não há previsão para a modalidade de natureza
culposa neste delito;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum), não exige nenhuma
qualidade ou condição especial;
Sujeito passivo: Sociedade, mais especificamente as pessoas que foram
ludibriadas pelo agente;
Bem juridicamente protegido: Incolumidade pública;
Crime monossubjetivo: Pode ser cometido por uma única pessoa;
Crime de ação múltipla: O preceito prevê mais de um verbo de ação de
consumação do delito;
Crime simples: Protege um bem jurídico;
Crime comissivo: O tipo penal prevê um agir;
Crime de mera conduta: Descreve apenas a conduta, não prevê resultado
naturalístico;
Crime instantâneo: A consumação se dá em um único momento;
Consumação: O delito se consuma quando o agente, reiteradamente, pratica
os comportamentos previstos no tipo;
Tentativa: Admite-se a tentativa, dependendo da hipótese concreta.
p.2 Parágrafo único
Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à
multa.
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REFERÊNCIAS:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
https://docs-cdn.infra.grancursosonline.com.br/drm/pdf/exemplo-aula-pdf/2021-04-
16-17-50-25-41967900-crimes-contra-a-incolumidade-publica-parte-i.pdf?response-
content-disposition
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786559771431
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786559771431
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