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Brazilian Journal of Development


Métodos e agentes hemostáticos para controle de hemorragia em
atendimentos de urgência odontológica

Hemostatic methods and agents to control hemorrhage in dental


emergency care

DOI:10.34117/bjdv6n6-104

Recebimento dos originais:08/05/2020


Aceitação para publicação:03/06/2020

Andreza Juliana Campelo de Farias


Discente do Curso de Odontologia do Centro Universitário FACOL – UNIFACOL
Instituição: Centro Universitário FACOL - UNIFACOL
Endereço: R. Pedro Ribeiro, 85 – Bairro Universitário, Vitória de Santo Antão – PE. CEP:
55612-275
E-mail: andrezajuliana2807@gmail.com

Cyntia Carollyne Oliveira Costa


Discente do Curso de Odontologia do Centro Universitário FACOL – UNIFACOL
Instituição: Centro Universitário FACOL - UNIFACOL
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Hilka Tupinambá de Oliveira Brasil


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Isla Patrícia de Santana


Discente do Curso de Odontologia do Centro Universitário FACOL – UNIFACOL
Instituição: Centro Universitário FACOL - UNIFACOL
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José André Carneiro da Silva


Discente do Curso de Odontologia do Centro Universitário FACOL – UNIFACOL
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Kelma Gonçalves dos Santos Araújo
Discente do Curso de Odontologia do Centro Universitário FACOL – UNIFACOL
Instituição: Centro Universitário FACOL - UNIFACOL
Endereço: R. Pedro Ribeiro, 85 – Bairro Universitário, Vitória de Santo Antão – PE. CEP:
55612-275
E-mail: kelmagsantos@gmail.com

Lays Mayara Macena Santos


Discente do Curso de Odontologia do Centro Universitário FACOL – UNIFACOL
Instituição: Centro Universitário FACOL - UNIFACOL
Endereço: R. Pedro Ribeiro, 85 – Bairro Universitário, Vitória de Santo Antão – PE. CEP:
55612-275
E-mail: laysmmacena@hotmail.com

Jhony Herick Cavalcanti Nunes Negreiros


Doutorando em Odontologia com área de concentração em Clínica Integrada
pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.
Professor substituto do Departamento de Clínica e Odontologia Preventiva da UFPE.
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário FACOL – UNIFACOL.
Instituição: Centro Universitário FACOL - UNIFACOL
Endereço: R. Pedro Ribeiro, 85 – Bairro Universitário, Vitória de Santo Antão – PE.
CEP: 55612-275
E-mail: jhonyherick@gmail.com

RESUMO
A hemorragia é um quadro clínico de extravasamento sanguíneo que não cessa
espontaneamente, podendo ser considerado um quadro de urgência, com ocorrência por
trauma, processos patológicos ou na prática clínica odontológica de rotina. Visando contribuir
para melhoria da assistência odontológica em urgência, esse trabalho tratou-se de uma revisão
integrativa da literatura com o propósito de investigar e reunir informações acerca dos
principais métodos e agentes hemostáticos utilizados e recomendados na prática odontológica
no controle de hemorragias. Foram utilizados para a pesquisa as bases de dados MEDLINE,
LILACS e Scielo, aplicando os descritores “Odontologia”, “Assistência Odontológica”,
“Atendimento de Emergência”, “Homeostase”, “Hemorragia”, “Sangramento”, “Assistência
Ambulatorial” e “Anti-hemorrágicos”. Hoje a tecnologia em cuidados odontológicos especiais
dispõe de vários recursos hemostáticos, sejam eles reparos locais, fármacos ou métodos
mecânicos, os quais podem ser usados individualmente ou em combinação em função da
resolução da hemorragia. Os agentes encontrados disponíveis foram a compressão local, ácido
tranexâmico, sutura, cauterização, esponjas, selantes de fibrina, esfera de quitosana e outros.
Conclui-se que não há um padrão ouro quanto aos métodos e agentes hemostáticos no
atendimento odontológico de urgência e que suas escolhas dependem das competências,
habilidades e experiências profissionais, como também de acordo com as particularidades de
cada caso apresentado.

Palavras-chave: Assistência Odontológica, Homeostase, Hemorragia, Sangramento,


Assistência Ambulatorial, Atendimento de Emergência

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ABSTRACT
Hemorrhage is a clinical picture of blood leakage that does not stop spontaneously, and can
be considered an urgency picture, occurring due to trauma, pathological processes or in routine
dental clinical practice. Aiming to contribute to the improvement of dental care in urgency,
this work was an integrative literature review with the purpose of investigating and gathering
information about the main methods and hemostatic agents used and recommended in dental
practice in the control of hemorrhages. The MEDLINE, LILACS and Scielo databases were
used for the research, applying the keywords "Dentistry", “Dental Care”, “Emergency Care",
"Homeostasis", "Hemorrhage", "Bleeding", "Ambulatory Care" and "Antihemorrhagics".
Nowadays, special dental care technology has several hemostatic resources, be it local repairs,
drugs or mechanical methods, which can be used individually or in combination depending on
the resolution of the bleeding. The available agents found were local compression, tranexamic
acid, suture, cauterization, sponges, fibrin sealants, chitosan sphere and others. We conclude
that there is no gold standard for hemostatic methods and agents in emergency dental care and
that your choices depend on competences, skills and professional experiences, as well as
according to the particularities of each case presented.

Key words: Dental Care, Homeostasis, Hemorrhage, Bleeding, Ambulatory Care,


Emergency Care

1 INTRODUÇÃO
As estruturas orais têm vascularização caracterizada por ser sensível e complexa,1 e
mediante tais características, quadros hemorrágicos podem estar presentes na rotina dos
serviços de urgência odontológicas.2 Esse fenômeno pode ser descrito genericamente como
um quadro clínico em que o sangue extravasa do lúmen dos vasos sanguíneos para fora, e que
não cessa espontaneamente.2,3
No serviço odontológico de rotina, tal quadro ocorre quando há a ruptura de um vaso
durante alguma intervenção clínica, e é denominada hemorragia peri-operatória induzida por
trauma, ou seja, que decorre do ato clínico de manipulação.2 O risco dessa intercorrência
depende sobretudo do tipo de procedimento e do local a ser manipulado,4 tendo os
procedimentos reconhecidos como os de maior potencial de ocasionar hemorragias sendo as
extrações dentárias, as implantodontias e as cirurgias periodontais.2
Todavia, quadros de sangramento podem chegar ao cirurgião-dentista também como um
caso clínico de urgência odontológica, relacionada a quadros de trauma ou processos
patológicos.5 Deste modo, é imprescindível para o controle das hemorragias o conhecimento
do cirurgião-dentista acerca do processo fisiológico que ocorre imediatamente após a lesão de
um vaso.6

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Alguns métodos muito simples mostram eficácia no seu controle, como a irrigação com
soro fisiológico estéril, a compressão local, aplicação de esponja de colágeno e a administração
de vasoconstritor.7 Entretanto, podem acontecer casos de sangramento anormal que merecem
a investigação de recidiva, condições médicas não relatadas pelo paciente e a necessidade de
tratá-lo em ambiente hospitalar.4
Atualmente já existem várias recomendações e orientações na gestão do sangramento
para obter homeostase, principalmente acerca de procedimentos eletivos.8 Mas quando não há
referências da condição médica do paciente ou trata-se de um procedimento de urgência, ou
seja, com menos de 24 horas para intervenções no regime de anticoagulantes, há grandes
discussões sobre os melhores métodos de conduzir a hemorragia.4
Com o avanço da ciência, vários métodos já estão bem estabelecidos na prática clínica
para conter o sangramento, e o cirurgião-dentista dispõe de técnicas mecânicas,
medicamentosas, térmicas e agentes tópicos.9 O fato é que os agentes hemostáticos vêm sendo
estudados por décadas, mas a problemática do evento hemorrágico no atendimento
odontológico não está totalmente sanada. Em parte, devido a vasta quantidade de agentes e
métodos homeostáticos, cada um com custo, mecanismo de ação e método de administração
diferentes, levantando questionamentos entre os cirurgiões-dentistas sobre qual método
escolher e quando.10
Mediante o pressuposto e visando contribuir para melhoria da assistência odontológica
no atendimento de urgência, esse trabalho foi proposto para investigar e reunir informações
sobre os principais métodos e agentes hemostáticos utilizados e recomendados na prática
odontológica no controle de hemorragias.

2 METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão integrativa de literatura, a partir das bases de dados eletrônicas
Medline via Pubmed, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Científica e
Técnica da América Latina e Caribe (LILACS), visando a investigar sobre os principais
agentes e métodos hemostáticos na prática odontológica no serviço de urgência. O
questionamento que impulsionou essa pesquisa foi: há na literatura a descrição de protocolos
validados e de agentes hemostáticos considerados padrão ouro para o atendimento
odontológico de urgência de hemorragias?
Os critérios da seleção das publicações selecionadas para a realização desta revisão
foram sumarizados no Quadro 1. Foi pesquisada literatura nacional e internacional, publicada
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entre janeiro de 2000 a março de 2020, com a finalidade de acessar evidências mais recentes
a respeito do assunto, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa. Os descritores (DeCs, BVS)
e MeSH (Pubmed) foram, então, combinados através dos operadores boleanos AND, OR e
AND NOT.
Quadro 1 – Descritores utilizados no levantamento bibliográfico.
Descritores utilizados para Critérios de
Termos relacionados a busca
busca exclusão

Textos indisponíveis
Tipos de agentes hemostáticos Odontologia. Assistência na íntegra.
disponíveis para uso Odontológica. Atendimento de Estudos com pouca
odontológico. Emergência. Homeostase. fidedignidade
Protocolos de atendimento de Hemorragia. Sangramento. científica, aulas,
urgência odontológica em Assistência Ambulatorial. Anti- editoriais, resumos,
casos de hemorragias. hemorrágicos. opiniões pessoais e
cartas.

Os artigos foram selecionados por dois avaliadores (J. A. C.; L. M. M. S.), pelos títulos,
havendo exclusão daqueles que não estavam relacionados a questão central da pesquisa. Foram
identificados, inicialmente, 736 artigos com descritores correspondentes ao assunto central da
pesquisa (Quadro 1).
Destes, 112 artigos foram eleitos, por relacionar diretamente os descritores “Assistência
odontológica” e “Hemorragia”. Após a exclusão de 19 repetidos, restaram 93 para análise dos
resumos. Nessa etapa, os artigos selecionados para a revisão deveriam estar em consonância
com os seguintes eixos:

1) Cuidados odontológicos em procedimentos de urgência;


2) Relação entre atendimentos de urgência e uso de agentes anti-hemorrágicos;
3) Evidências disponíveis para o tratamento odontológico de hemorragias
perioperatórias.

Após a leitura dos resumos, pelos mesmos revisores, houve a exclusão daqueles que
não poderiam ser colocados em nenhum dos eixos e por fugirem ao escopo da pesquisa e, por
fim, após restaram 24 artigos incluídos na pesquisa (Figura 1).

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Figura 1 – Estratégia de busca.

Resultado da Busca
Eletrônica: 736

Títulos selecionados
inicialmente: 112
Títulos excluídos por
duplicidade: 19
Abstracts analisados:
93
Abstracts excluídos:
44
Abstracts
selecionados: 49
Textos completos
excluídos: 25
Textos completos
incluídos: 24

3 REVISÃO DA LITERATURA
Existem alguns princípios fundamentais para gerenciar hemorragia no serviço
odontológico, e o primeiro deles é parar a fonte de sangramento sempre que possível.11
Entretanto, para o controle de um evento hemorrágico é essencial que o cirurgião-dentista
entenda o processo natural de hemostasia e do mecanismo de cada método aplicado.12 Hoje a
tecnologia em cuidados odontológicos especiais dispõe de vários recursos hemostáticos, sejam
eles reparos locais, fármacos ou métodos mecânicos, os quais podem ser usados
individualmente ou em combinação em função da resolução da hemorragia.2

3.1 MANEJOS CLÍNICOS


3.1.1 Compressão local
O primeiro passo para coibir uma hemorragia intraoperatória no atendimento
odontológico é a oclusão da lesão, por meio de pressão mecânica.13 Pode ser usada a
compressão simples, cujo procedimento consiste na compressão repetida e controlada do sítio
hemorrágico com gaze estéril.14 Outra conduta é a compressão associada a outros agentes
hemostáticos como esponjas, ácido tranexânico, fibrina e homólogos.13-16 Em todo caso, a
pressão deve ser exercida manualmente, demandando força o suficiente para proporcionar
coagulação, mas sem excesso, evitando injúrias aos tecidos.11

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3.1.2 Sutura
A segunda manobra mecânica de contenção de sangramentos é a sutura17,18 Ela promove
a hemostasia ao aproximar os tecidos moles e fazer compressão local.19 A sutura ideal deve
possuir material e trama que exerçam aproximação adequada dos tecidos para o controle da
homeostase, mas preconiza a proliferação celular e reorganização tecidual.17 Seu uso deve ser
avaliado, ponderando o trauma que será ocasionado pelo manuseio dos tecidos.20

3.1.3 Cauterização
A cauterização é um método consagrado, amplamente utilizado para retardar o
sangramento em procedimentos cirúrgicos21. Esse método é de fácil manuseio e baixo custo,
e logo passou a ser aplicado em episódios de hemorragia.21,22 Existem dois métodos de
cauterização a saber, por laser, que consiste em um semicondutor de energia elétrica em
energia luminosa, e o eletrocautério que utiliza a energia térmica para selar os tecidos.23
A hemostasia é obtida quando o instrumento cauterizador é aproximado do foco
seccionado provocando uma coagulação imediata.24 Isso acontece porque a energia
empregada, térmica ou elétrica, provoca queimaduras em vários níveis ao tecido, atingindo
um tecido cicatricial.25
Alguns autores recomendam a cauterização através de laser em casos de sangramentos
mais intensos.25 Todavia, evidências de ensaios clínicos randomizados demonstram diferença
insignificante na obtenção da hemostasia através dos tipos de laser ou eletrocautério.23 Os
pacientes apresentam sangramento autolimitante ou nulo, o que indica que ambas as técnicas
são capazes de obter hemostasia satisfatória.26

3.2 MANEJO FARMACOLÓGICO LOCAL


3.2.1 Esponjas homeostáticas
Os agentes físico-químicos homeostáticos de uso tópico derivam de fontes bem variadas,
onde as formulações existentes derivam de colágeno bovino e suíno, ou de celulose.10 Um
agente amplamente utilizado por sua capacidade hemostática é a esponja de gelatina, cujas
propriedades de absorção e maleabilidade permitem a incorporação de quantidades
consideráveis de sangue, formando uma barreira física, que dá suporte estrutural ao
coágulo.22,27,28 É um agente eficaz na contenção de efluxo sanguíneo por capilares, e que não
há contraindicação para pacientes com necessidades especiais ou por faixa etária.19 A esponja
homeostática de celulose por sua vez possui aplicabilidade graças ao seu baixo pH, capaz de
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desnaturar as proteínas do sangue, e assim ativar a cascata de coagulação local.28 Seu uso, no
entanto, é controverso pois seu pH pode ser prejudicial às estruturas adjacentes, como as
inervações, podendo ocasionar distúrbios sensoriais transitórios, inflamação e necrose.19,28

3.2.2 Selantes de fibrina e homólogos


A fibrina e seus homólogos (compostos de fibrinogênio, aprotinina, trombina e cloreto
de cálcio) estão classificados como selante tópico, sendo eficaz para reduzir o tempo de
hemostasia em até 95% dos casos aplicados.29,30 Também chamados de adesivos ou colas, são
produtos derivados de plasma que imitam o último estágio da coagulação sanguínea. Quando
aplicado na lesão, os selantes de trombina agem desenvolvendo a cascata de coagulação,
catalisando o fibrinogênio em fibrina.29 Os selantes de fibrina demonstram ser mais vantajosos
por contribuir diretamente na formação de coágulo, visto que já está ativado.27 Sua
manipulação é delicada e seu custo é oneroso, sendo assim recomenda-se o uso em situações
muito peculiares ou de difícil controle.14,27

3.2.3 Ácido tranexâmico


A maioria dos protocolos e evidências sobre a técnica de compressão da hemorragia
intraoperatória associa a manobra de pressão digital com gaze, embebida com ácido
tranexâmico.15 O objetivo da aplicação do ácido tranexâmico é estabilizar o coágulo já
formado e prevenir novos sangramentos, principalmente quando são identificados pacientes
em regime farmacológico anticoagulante.28,31 Essa substância tem o potencial antifibrinolítico,
inibindo a degradação da fibrina e por conseguinte do coágulo.32

3.2.4 Esferas de quitosana: uma alternativa promissora


Entre as novas estratégias estudadas para controle da homeostasia no serviço
odontológico, recentemente um recurso utilizado pelo exército americano para estancar feridas
de combate foi adaptado e introduzido na cirurgia oral. Trata-se da quitosana, um composto
polissacarídeo derivado de quitina extraída do exoesqueleto de crustáceos.26 Na prática, foi
capaz de selar rapidamente as lesões, estabilizar coágulos, proteger as margens durante a
cicatrização física e biologicamente. É de fácil manuseio em eventos críticos, sendo
comercializada em nanopartículas ou em microesferas, além de não precisar de qualquer tipo
de sutura coadjuvante.33 Um dos pontos altos de seus benefícios foi o resultados dos testes

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clínicos cutâneos que não encontraram nenhum tipo de reação ao produto, mesmo em pessoas
com sensibilidade a crustáceos.34

4 DISCUSSÃO
Sabe-se que o serviço de urgência odontológica tem o objetivo de tratar quadros e
patologias que precisam de cuidado imediato para a reestabelecer a saúde e minimizar o
sofrimento do paciente.35 Segundo a literatura, eventos de sangramento estão entre os
principais quadros clínicos que motivam o paciente a procurar o serviço de urgência.36
Também merece destaque a hemorragia intraoperatória, que constitui o quadro mais crítico na
urgência odontológica, o qual requer uma intervenção imediata para o controle de
intercorrências, pois a perda acentuada do volume sanguíneo pode contribuir para o
agravamento do quadro.37
No atendimento eletivo, o cirurgião-dentista pode prevenir possíveis acidentes
hemorrágicos através de uma anamnese detalhada e análise de exames laboratoriais,
possibilitando a identificação de distúrbios hematológicos e estabelecer um regime de
controle.38 Isso pode não ser viável no atendimento de urgência odontológica, no qual o
profissional não dispõe de exames laboratoriais complementares, há redução do tempo de
preparação para evitar a hemorragia, e o cirurgião-dentista deve proceder com a reparação do
quadro.4
Para Roberts, Scully e Shotts36 (2001), Kurt-Gabel11 (2011) e Isla Granados et al.36
(2012), a conduta imediata genérica aplicada pelos cirurgiões-dentistas é sempre a retirada do
coágulo e execução de compressão local com gaze estéril, mas destacam que nem sempre essa
conduta é capaz de limitar o sangramento. Neste cenário, o profissional deve definir uma
conduta rapidamente, e como não existem protocolos padrões de gerenciamento da
hemorragia, as evidências científicas atuais corroboram com o uso combinado de vários
agentes hemostáticos.37,39 A exemplo disso, está a recomendação de uso de ácido tranexâmico
embebido na gaze,14,15,31 e a cobertura da superfície lesionada com aplicação de esponjas
hemostáticas.16
Seguindo as observações sobre esponjas hemostáticas, os estudos de Israels et al.27
(2006), Kamoh e Swantek28 (2012) e El Batawi22 (2013), reconhecem a eficácia desses agentes
para lesões superficiais, ao formar um suporte estrutural para formação do coágulo
naturalmente. Entretanto, Johnson e Leary12 (1988) e Peisker, Raschke e Schultze-Mosgau16

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(2014) afirmam que existe uma hierarquia na eficácia desses compostos, indicando
superioridade de ação pelo colágeno, seguido da gelatina, e por último a celulose.
Para Roberts, Scully e Shotts36 (2001), Minozzi et al.17 (2009) e Sánchez Mendonza et
al.18 (2019), a sutura representa o método consagrado entre os cirurgiões-dentistas quando não
ocorre homeostase após a compressão e aplicação de esponjas, ou quando identificado que a
origem do sangramento é um vaso mais calibroso. O estudo de Zanon et al.39 (2003) concorda
com esse emprego, mas preconiza que não devem ser usadas suturas absorvíveis, devido ao
tempo de absorção não se mostrar regular em todos os indivíduos.
Segundo Al-Mubarak et al.20 (2007), outra observação sobre a utilização da sutura é a
técnica aplicada, pois quando o manuseio dos tecidos é muito invasivo, também concorrerá
para manutenção da não cicatrização. Visto isso, vale destacar os achados de Schwartz et al.30
(2004), Bourguignon Filho et al.29 (2006) e Israels et al.27 (2006) e, que trazem o selante de
fibrina e o selante de trombina como excelentes substitutos da sutura. Estes compostos,
todavia, possuem alto custo para os cirurgiões-dentistas e instituições públicas de saúde (27).
Em contrapartida, os métodos de cauterização possuem baixo custo, segundo Agrawal
et al.21 (2018), e poderiam ser mais utilizados em ambulatório. Não obstante, alguns cuidados
devem ser tomados na execução da cauterização, entre eles a secagem dos fluidos (através de
gaze ou aspiração) e domínio da técnica de aplicação, com a finalidade de atingir precisamente
o tecido lesionado, evitando uma cauterização insuficiente ou excessiva.22,24 Tais negligências
perpetuam a hemorragia no pós-operatório, seja por não concluir a cauterização, como por
provocar necrose tecidual descamativa.22,27 Sendo assim, é importante enfatizar que o
cirurgião-dentista não precisa conhecer todos os aspectos teóricos de física que acontecem por
trás desse artifício, mas deve dominar a técnica de aplicação, bem como as medidas de cautela
do seu uso, minimizando os riscos da sua utilização.40
No que toca a incorporação de novas tecnologias à prática clínica de controle de
hemorragias, deve-se falar sobre as esferas de quitosana.28 O estudo de Medeiros et al.33 (2016)
afirma que esse composto é capaz de estabilizar hemorragias facilmente, ademais Lan et al.41
(2011) encontrou evidências de estabilização por quitosana instantânea em pequenos
ferimentos, e em cerca de 3,75 minutos, contra 6,40 minutos por compressão com gaze, em
tecidos mais vascularizados.
Por fim resta discutir as contraindicações das técnicas de homeostase. Pippi, Santoro e
Cafolla34 (2015) afirmam que a quitosana não oferece qualquer contraindicação, pelo
contrário, foi verificada uma atividade antimicrobiana de amplo espectro. Além disso, testes
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randomizados em pessoas com alergia a crustáceos não encontraram qualquer tipo de reação
imunológica de alergia.42 Outro composto com potencial de provocar efeitos colaterais está o
ácido tranexâmico, mas sua contraindicação só foi verificada quando administrada uma dose
superior a 10mg/kg via intravenosa em indivíduos cardiopatas ou com histórico de convulsões,
que não é o caso do seu uso tópico no manejo odontológico.43
Sobre as gelatinas, os dados encontrados nessa revisão não fizeram menção sobre
contraindicações de esponjas hemostáticas no controle de hemorragias orais de modo geral.
Mas destacam, sobre as esponjas derivadas de celulose, a importância da aplicação cautelosa
do material apenas na superfície lesionada, devido ao risco de ocasionar necrose de tecidos
adjacentes por desnaturação das células ou diminuição da perfusão sanguínea.19,28
Sobre as suturas, Kamoh e Swantek28 (2012) chamam atenção para possíveis falhas na
execução da técnica de sutura, que concorrem para agravar o sangramento, uma vez que
perfura as margens dos tecidos para uni-las. A técnica que evitaria o uso da sutura é a
cauterização, mas esta é contraindicada em ferimentos pequenos, pois a indução queima o
tecido e provoca a morte tecidual, podendo causar danos a tecidos sadios que não precisavam
de intervenção.22,27
Por fim, os indícios disponíveis na literatura sobre manejo de hemorragias direcionados
na urgência odontológica são muitos, mas poucos se dedicam a observação das
contraindicações e reações colaterais, carecendo de novos estudos controlados em humanos.39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existe uma vasta quantidade de opções para a contenção e controle de hemorragias,
não havendo ainda um padrão ouro quanto aos métodos e agentes hemostáticos no atendimento
odontológico de urgência, a partir da literatura elencada neste estudo. Ademais, cabe ao
cirurgião-dentista escolher qual a melhor forma de condução do quadro mediante suas
competências, habilidades e experiências profissionais, como também de acordo com as
particularidades de cada caso apresentado.

REFERÊNCIAS

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fluxometria laser doppler. São Paulo: Universidade De São Paulo, 2007. Tese de Doutorado.

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envolvendo prognóstico vital., Moniz, Portugal: Instituto Universitário Egas, 2019.
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Dentária.

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