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CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE DIREITO
Reflexos da Reforma da Previdência de 2019, na estipulação do critério idade nas Aposentadorias Especiais concedidas pelo Regime
Várzea Grande/ MT
Maio/2023
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Reflexos da Reforma da Previdência de 2019, na estipulação do critério idade nas Aposentadorias Especiais concedidas pelo Regime
Projeto de Pesquisa apresentado ao UNIVAG - Centro Universitário, como requisito parcial de avaliação da disciplina de Trabalho de Conclusão
de Curso I, sob a orientação da Prof.ª Ms. Tânia Mara Resende e orientação do Trabalho de Conclusão de Curso II pela Prof.ª Thais Brasil.
Várzea Grande/ MT
Maio/2023
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SUMÁRIO
1 TEMA .......................................................................................................... 4
2 PROBLEMA ................................................................................................ 4
3 HIPÓTESES ................................................................................................ 4
4 OBJETIVOS 5
5 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 6
8 CRONOGRAMA .......................................................................................... 11
9 ORÇAMENTO ........................................................................................... 11
10 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 12
1. TEMA
Os prejuízos ou benefícios causados pela Reforma da Previdência de 2019, no que se refere à estipulação do critério idade nas Aposentadorias
2. PROBLEMA
A estipulação do critério idade como requisito para concessão das Aposentadorias Especiais pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
comprometem ou não os direitos fundamentais do trabalhador, ao obrigá-lo a submeter-se, por um período acima do permitido em normas
3. HIPÓTESES
Acredita-se que seja possível na hipótese de que a submissão do trabalhador ao tempo superior de exposição aos limites de tolerância
impostos pelas normas regulamentadoras do Ministério do (BRASIL, 2019)Trabalho, podem neutralizar os elementos que visam mitigar a
debilidade da saúde do trabalhador exposto, impedindo-o de garantir o gozo dos frutos de sua eventual aposentadoria, haja vista que o natural
Contudo, faz-se necessário também discutir as possibilidades de tal adoção, haja vista que, sob o ponto de vista do direito comparado,
países com alta taxa de deformação da pirâmide etária já adotam tal critério, como forma de buscar soluções para que o sistema previdenciário
Como se vê, a necessidade de proteção dos direitos fundamentais do trabalhador, cujo vê ressonância na Declaração Universal dos
Direitos do Homem de 1948, refletidas pelos diversos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, bem como na Constituição Federal
Brasileira de 1988, esbarra na necessidade oportuna e conveniente de determinados governos, de buscar um equilíbrio do sistema previdenciário,
que sustente o pagamento de benefícios previdenciários às gerações futuras, cujo é questionado, haja vista que a referida reforma da previdência
ocorrida em 2019, através da Emenda Constitucional 103 de 2019, não só previu a estipulação do critério etário, mas também reajustou os
percentuais de contribuição previdenciária sob o mesmo pretexto, logo, podendo ter onerado excessivamente determinada categoria de
4. OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
O objetivo principal deste projeto, é identificar se o critério idade, estipulado para concessão das Aposentadorias Especiais pelo
Regime Geral de Previdência Social, definido pela Emenda Constitucional nº103/2019, encontra amparo no ordenamento jurídico brasileiro,
principalmente, se não fere nenhum princípio constitucional. Ao final, concluir se o nicho laboral que deve usufruir das suas alterações poderá se
Decidir, com base na pesquisa, qual a melhor solução ao problema apresentado nessa pesquisa.
5. JUSTIFICATIVA
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O tema proposto guarda a relevância adequada na medida em que se reveste da importância que o próprio ordenamento jurídico
resguardou ao assunto durante muito tempo, que ao meu ver, foi deixado de lado quando das alterações promovidas pela Emenda Constitucional
nº103/2019, que prejudicou o público alvo sobremaneira, de modo desigual, em comparação a outros nichos de segurados, que não guardam a
Servidor público previdenciário há pelo menos 20 anos, observei a especificidade dada à categoria de segurados que buscavam tal
aposentadoria, cuja se reveste de um grande rol de normativos administrativos para sua garantia, visando reconhecer tal condição, sem, contudo,
prescindir da devida garantia de segurança que o arcabouço normativo buscou assegurar à sua saúde. Essa mesma segurança, que exige que o
referido labor, que exposto aos agentes nocivos químico, físico e biológico, ou associação destes, exigiu quantificar, afim de que não se autorize
submeter o trabalhador aos níveis acima do tolerável, que possa prejudicar sua saúde, além do normal, definiu prazos de limite de tolerância, afim
de guardar a razoabilidade e equidade que os princípios constitucionais pregam, principalmente o da dignidade da pessoa humana.
A especificidade desse rol normativo foi construída ao longo dos anos, demonstrando que a debilidade da saúde não estava ligada tão
somente à categoria profissional, mas aos agentes nocivos citados, cujos estão presentes nas mais variadas atividades profissionais, tanto que
sua previsão inicial, na LOPS – Lei nº3.087, de 1960, tinha a previsão de idade e tempo de contribuição, para a sua concessão, cuja, oito anos
A categorização ocorreu até 1995, com o advento da lei 9.032, e, desde então, exigindo a comprovação da atividade especial sob
exposição aos agentes nocivos. Pois bem, tal exigência vigorou até 2019, com a Emenda Constitucional 103, ou seja, por longos 51 anos, de
1968 a 2019, a relevância da preservação da saúde foi mais importante que a categorização profissional, dado o prejuízo causado pelos agentes
Tal prejuízo acarretava o direito, não privilégio, de adiantar sua aposentadoria, cumprindo tão somente o tempo de atividade exigido
para o agente nocivo e o tempo de contribuição. No entanto, com o advento da Emenda Constitucional 103/2019, o critério idade foi restabelecido
para esses trabalhadores, acarretando uma submissão maior aos agentes nocivos, exigindo que se aposentasse quase que na mesma idade do
trabalhador comum.
O texto constitucional alterado impõe, já a partir da regra de transição que exige pontuação, uma idade mínima de 51 anos; e 55 anos
como idade mínima para os filiados a partir da referida emenda, bem como, comprometimentos no cálculo do salário de benefício
Ainda que o nicho desses segurados não alcance 1%(um por cento) dos trabalhadores em geral, sua repercussão na concessão de
aposentadorias por tempo de contribuição a nível nacional representa tão somente 5%(cinco por cento), supondo-se que não contribui para o
déficit previdenciário que justifique o comprometimento dessa faixa de trabalhador, conforme dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores
da Indústria, junto à ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade – nº3609, promovida contra as alterações da EC 103/2019.
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Logo, nota-se impar a necessidade de questionar as referidas alterações, estimulando a promoção de debates no sentido de
restabelecer o ordenamento jurídico, de acordo com os princípios constitucionais, em consonância com os demais tratados a respeito do assunto,
6. REFERENCIAL TEÓRICO
A legislação define a Aposentadoria como uma espécie de aposentadoria programada, aqueles trabalhadores que foram submetidos
aos agentes noviços, químicos, físicos e biológicos, ou associação destes, prejudiciais à saúde, vedada a caracterização por categoria profissional
ou ocupação.
Conforme Castro e Lazzari (2021, p. 457), citando Maria Lúcia Luz Leiria, assim define a finalidade da aposentadoria especial:
A finalidade do benefício de aposentadoria especial é de amparar o trabalhador que laborou em condições nocivas e
perigosas à sua saúde, reduzindo o tempo de serviço/contribuição para fins de aposentadoria. Tem, pois, como
fundamento o trabalho desenvolvido em atividades ditas insalubres. Pela legislação de regência, a condição, o
pressuposto determinante do benefício está ligado à presença de agentes perigosos ou nocivos (químicos, físicos ou
biológicos) à saúde ou à integridade física do trabalhador, e não apenas àquelas atividades ou funções catalogadas em
regulamento.
Em seu livro Manual do Direito Previdenciário (2022), tece comentários acerca das alterações promovidas pela referida Emenda
Entendemos que não se mostra condizente com a natureza dessa aposentadoria a exigência de idade mínima para a
inativação. Isso porque esse benefício se presta a proteger o trabalhador sujeito a condições de trabalho inadequadas e
sujeito a um limite máximo de tolerância com exposição nociva à saúde. No passado, já houve a fixação da idade
mínima de 50 anos para a concessão da aposentadoria especial, a qual constava do art. 31 da Lei n. 3.807/1960, o qual
foi revogado pela Lei n. 5.890/1973.
Claro tal entendimento, subsuma seu ponto de vista jurídico, na medida em que cita um exemplo clássico da espécie, um minerador de
superfície, cujo tem o menor tempo mínimo de exposição autorizado pela legislação, não por menos:
Basta imaginar um mineiro de subsolo em frente de escavação que começa a trabalhar com 21 anos de idade e, após
15 anos de atividade, cumpre o tempo necessário para a aposentadoria. Como estará com 36 anos de idade, terá que
aguardar até os 55 anos para se aposentar.
Os brilhantes professores Castro e Lazzari, concluíram tal entendimento, demonstrando a relatividade imposta pela normativa vigente
sobre o assunto, largamente explanada pelas resoluções normativas do Ministério do Trabalho, sobre a saúde do trabalhador, após a atuação da
Com mais alguns anos de trabalho, além dos 15 previstos como limite de tolerância, provavelmente estará inválido ou
irá a óbito, em virtude das doenças respiratórias ocupacionais, tais como asma, pneumoconiose e pneumonia de
hipersensibilidade.
O entendimento esposado é natural. A postura normativa acerca da referida aposentadoria guarda valor não só nos atos normativos
administrativos do Ministério do Trabalho, ao qual foi garantida, ainda com a Emenda Constitucional, o órgão responsável por determinar a lista de
elementos nocivos ao trabalhadores, bem como, caso haja, ocupações que tenham presentes tais agentes nocivos, mas também ao judiciário,
que já demonstrou entendimento nesse sentido, concluindo a natural diferença significativa do labor desses trabalhadores, como já demonstrou o
“A aposentadoria especial possui nítido caráter preventivo e impõem-se para “aqueles trabalhadores que laboram
expostos a agentes prejudiciais à saúde e a fortiori possuem em desgaste naturalmente maior, por que não se lhes
pode exigir o cumprimento do mesmo tempo de contribuição que aqueles empregados que não se encontram expostos
a nenhum agente nocivo.”(ARE 664-335/SC, Rel. Min. Luiz Fux, DJE. 12. 02.2015).
É cediço que a exposição aos determinados agentes nocivos, causa um desgaste natural na vida do trabalhador, que lhe abrevia
sobremaneira a vida, senão não haveria de limitar temporalmente a atividade sob condições especiais em 15, 20 e 25 anos. Pensar que o
trabalhador poderia, ao término desses períodos, suportar atividade comum complementar ao período para se aposentar, ou mesmo, continuar na
mesma atividade para alcançar a idade mínima atual, é submetê-lo a uma crueldade institucionalizada, visto que naturalmente, não tem mais
condições de competir de igual para igual com outro trabalhador que não tenha se submetido a tais condições degradantes.
Assim como vicejam Ricardo, Sergio e Theodoro (2019), a proposta dessas aposentadorias sempre foi possuir via de mão dupla, com
o resgate social da dignidade da pessoa humana, através da aplicação dos princípios da Seguridade Social, no que toca a Universalidade e S
(...) aposentadoria especial também determina o efeito compensatório ou indenizatório ao segurado a fim de
compensar, de certa forma, o exercício de atividades atípicas, porém imprescindíveis, com sua exposição permanente
ao risco, diferenciando-as das demais atividades ordinárias por traduzirem perigo de dano iminente à sua saúde e
integridades física e psíquica.
Embalados pela indignação diante do que a referida Emenda Constitucional 103/2019 impôs aquela classe de trabalhadores, a Confederação
Nacional dos Trabalhadores da Industria, CNTI, propôs a Ação Direta de Inconstitucionalidade 3609 em 2020, questionando o critério etário vigente para a
Ainda que a EC103/2019 tenha estabelecido que lei complementar irá emitir normas gerais acerca do assunto, já tramita no Senado Federal o
Projeto de Lei nº245 de 2019, cujo teor não muda as regras já estabelecidas pela referida emenda constitucional, demonstrando que o legislativo deverá
continuar com o entendimento esposado na emenda, o que é temerário, haja vista que o tema não foi amplamente debatido com a categoria interessada, cuja,
mesmo sendo ínfima a representatividade, faz-se necessário o questionamento, visto que tal postura contraria vários princípios constitucionais, entre eles o
7. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia exige o uso adequado de procedimentos e técnicas para o desenvolvimento da pesquisa, sendo relevante adotar
estratégias que deverão culminar com a realização proveitosa do trabalho. Logo, a relevância de se estabelecer o método adequado para
Dada o tema em específico, faz-se necessária a busca na doutrina reinante, bem como, na jurisprudência antes e depois da edição da
referida Emenda Complementar nº103/2019, e nos desdobramentos jurídicos e doutrinários também após sua edição, de relevante interesse, afim
Cabe também a busca de dados estatísticos acerca do requerimento e da concessão dos benefícios de aposentadorias especiais
concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social, junto à autarquia responsável – INSS, afim de mensurar junto os dados das outras
8. CRONOGRAMA
Levantamento bibliográfico X X
Revisão do Projeto X
Apresentação do Projeto X X
Redação do Artigo X X X
9. ORÇAMENTO
TOTAL R$4.377,60
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10. Referências
BRASIL. 2019. Emenda Constitucional nº103, de 12 de novembro de 2019. Altera o sistema de previdência social e estabelece regras de
transição e disposições transitórias, 13 nov. 2019. [Online] Diário Oficial da União, 13 de dezembro de 2019. [Citado em: 12 de mai de 2023.]
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103.htm.
BRASIL. 2023. Projeto de Lei Complementar nº245, de 2019. Regulamenta o inciso II do § 1º do art. 201 da Constituição Federal, que dispõe
sobre a concessão de aposentadoria especial aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, e dá outras providências. [Online] Diário
Oficial da União, 11 de maio de 2023. [Citado em: 2023 de maio de 12.] https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/139697.
Carlos Alberto Castro, João Batista Lazzari. 2022. Manual de Direito Previdenciário. Rio de Janeiro : Forense, 2022.
Goes, Hugo. 2022. Manual de Direito Previdenciário 13ª Edição. Rio de Janeiro : Forense, 2022.
Martins, Sergio Pinto. 2023. Direitos da Seguridade Social 41ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2023.
Santos, Maria Ferreira dos. 2023. Direito Previdenciário 13ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2023.
UNOESC. 2020. Reforma da Previdência:As Alterações na Aposentadoria Especial e a supressão da prerrogativa do enquadramento da atividade
especial em tempo comum. ANUÁRIO PESQUISA E EXTENSÃO UNOESC SÃO MIGUEL DO OESTE. [Online] 06 de junho de 2020. [Citado em: