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1. APRESENTAÇÃO
Celso Antunes
A escola não é um espaço neutro nem deve ser um espaço de exclusão, pelo contrário,
deve ser um espaço de produção de conhecimento, exercício de cidadania, afirmação e
produção de iden�dades. O obje�vo do ensino nas escolas é que o aluno aprenda a
construir significados e a agir socialmente, de modo autônomo.
As prá�cas de leitura e escrita fazem parte do contexto social e cultural em que estamos
inseridos e contribuem significa�vamente na formação do indivíduo, influenciando-o
nas diversas formas de encarar a vida, portanto, cabe à escola organizar, criar e adequar
em sua proposta de ensino estratégias efe�vas de leituras favoráveis à formação de
leitores competentes para atuarem no contexto da vida social.
Assim, aproximamo-nos de Lerner (2008) quando diz que: “Ler é entrar em outros
mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor, é se distanciar do
texto e assumir uma postura crí�ca frente ao que se diz e ao que se quer dizer, é �rar
carta de cidadania no mundo da cultura escrita... (LERNER, 2008, p.73).”
Ao considerar que a aquisição da leitura e da escrita são atos que exigem processos
organizados metodologicamente, os professores, em suas prá�cas pedagógicas diárias,
precisam contribuir para o desenvolvimento de comportamentos leitores e escritores
competentes por parte de seus alunos para que eles possam, enfim, entrar em completa
in�midade com o texto, com as palavras, com os conteúdos apresentados,
estabelecendo múl�plos sen�dos e significados para sua própria vida pessoal, social e
escolar.
O Projeto Planal�na fazendo VaLer a pena foi adquirido pela Secretaria de Educação de
Planal�na/GO após criteriosa análise técnica da proposta apresentada pela Ensinamento
Editora.
Planal�na abraça esse projeto e apresenta um rosto que lhe é próprio, numa experiência
de encantamento pelo livro, a leitura, a narra�va oral da história, a escuta do reconto,
as múl�plas releituras do texto, a escrita e reescrita inspirada nas leituras feitas, a
par�lha com a família e a comunidade.
Como a cria�vidade e a liberdade são os caminhos por onde os docentes conduzem seus
passos ao longo do tempo de execução do projeto, Planal�na haverá de dar a este
projeto um formato que expresse sua cultura e iden�dade. Afinal assim é em Planal�na,
cidade em tudo pioneira, fecundo berço de um novo porvir.
Outro importante aspecto do trabalho a ser realizado em sala de aula é a u�lização de sequências
didá�cas para os trabalhos a ser desenvolvidos com os livros selecionados. As sequências
didá�cas com as sugestões para cada livro estarão disponíveis aos professores em Plataforma
Digital, tendo os docentes liberdade para planejarem as a�vidades que considerarem mais
per�nentes à sua realidade e de seu grupo/classe.
Vale lembrar que ao se trabalhar com os gêneros discursivos/textuais, uma das orientações que
tem se mostrado mais eficaz é a sequência didá�ca (SD). Essa forma de trabalho para o ensino
de gêneros na escola foi proposta por Joaquim Dolz, Michele Noverraz e Bernard Schneuwly
([2004] 2011), pesquisadores da língua que desenvolveram estudos em Genebra (Suíça)2. Na
definição desses autores, a sequência didá�ca é um conjunto de a�vidades escolares
organizadas, de maneira sistemá�ca, em torno de um gênero textual oral ou escrito. [...] e tem
a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto, permi�ndo-lhe, assim,
escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação (DOLZ,
NOVERRAZ e SCHNEUWLY, 2011, p.82-83)
O trabalho com a leitura em sala de aula é desenvolvido em três etapas de a�vidades com o
texto: o antes, o durante e o depois da leitura.
ANTES DA LEITURA:
Preparar previamente o ambiente da sala de aula para a apresentação do livro e mo�vação para
a leitura, u�lizando elementos que possam surpreender e ins�gar o desejo de conhecer a
narra�va.
Destacar �tulo, autor, ilustrador, editora. Biografia do autor e do ilustrador. Leitura da quarta
capa e da imagem da capa.
Ajudar os alunos a prestar atenção a determinados aspectos do texto que podem a�var seu
conhecimento.
Formular hipóteses, fazer previsões. Possibilitar ao aluno fazer suposições sobre o que tem no
texto, para que depois da leitura, retorne o que se confirmou ou não.
DURANTE A LEITURA:
DEPOIS DA LEITURA
Dar “vida” ao texto u�lizando múl�plas linguagens e formas de expressão: cantando, dançando,
fazendo uma montagem teatral, visitando um espaço da natureza, produzindo e degustando
uma comida que tenha a ver com a narra�va, elaborando maquetes ou figuras em 3D, gravando
vídeos om a par�cipação da família, tornando enfim a experiência da leitura algo único, belo,
inesquecível.
A escola deve ensinar para a vida. Assim, o ensino de produção de textos deve se apoiar em
como funciona a escrita na vida real. Como escrevem os profissionais da escrita – professores,
pesquisadores, jornalistas, escritores, assessores, palestrantes, cronistas?
A escola deve respeitar esse processo, focalizando a�vidades que abranjam todas as suas etapas,
quando se propõe a desenvolver com os alunos a competência de produção de textos e as
habilidades que a compõem.
• Criar um contexto interessante, com sentido prático, que motive o aluno a escrever para
alguma finalidade além do próprio exercício em si.
• Criar um ambiente de segurança emocional, sem ameaças, para que os alunos se sintam
confiantes em superar suas dificuldades e aprender.
• Esclarecer os objetivos.
• Fazer uma primeira revisão comentada dos aspectos textuais e devolver para nova
reformulação.
• Oferecer suporte gramatical para sanar dúvidas e dificuldades com a língua. Quando
uma mesma dificuldade for observada em vários textos, é indício de que o professor
deve esclarecer este item gramatical coletivamente.
Eventualmente o professor pode fornecer cópias do texto para toda a turma ou escrevê-lo no
quadro e fazer a reformulação de forma cole�va: primeiro analisa a estrutura textual e depois os
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aspectos grama�cais, esclarecendo o funcionamento deles segundo as exigências da língua
escrita.
Com as crianças pequenas da Educação Infan�l o professor atuará como escriba na produção de
textos cole�vos, respeitando é claro o direito de autoria das crianças, es�mulando e valorizando
a cria�vidade e originalidade de suas ideias.
Mais uma vez destacamos que essas são recomendações a serem consideradas no trabalho em
sala de aula, podendo o professor inovar na produção de livros digitais, de livros de pano
confeccionados com a par�cipação da família, com o trabalho de ilustrações concernentes ao
texto u�lizando pintura, dobradura, bordados, desenho, material de sucata, fotografias e tantos
outros elementos de expressão visual.
4. OBJETIVOS
GERAL
Mobilizar alunos, professores e pais para juntos, construírem o hábito da leitura e da
escrita de forma prazerosa, cria�va, par�lhada, lúdica e significa�va, e contribuir para o
processo de letramento dos alunos da Educação Infan�l e do Ensino Fundamental.
ESPECÍFICOS:
Es�mular a leitura e a escrita entre professores, alunos e comunidade;
Oferecer sugestões de leitura e de produção escrita em a�vidades que poderão ser
adaptadas pelo educador, de acordo com a sua realidade e as necessidades da turma;
Sugerir a�vidades de leitura e escrita, a serem trabalhadas ora em grupos, ora
individualmente, por meio da música, do teatro, das imagens, do movimento;
Desenvolver a capacidade de ouvir e respeitar opiniões diferentes, de saber argumentar
e par�lhar tarefas;
Descobrir os talentos para a produção escrita e a ilustração, através do resgate de
histórias locais;
Selecionar estratégias de leitura conforme os propósitos específicos;
Selecionar os melhores recontos de cada escola para a edição de um livro com histórias
escritas e ilustradas pelos próprios alunos com a colaboração de pais e professores
5. ETAPAS DO PROJETO
Nessa fase inicial, Planal�na optou pela aquisição de 2 livros por estudante da Rede de
Ensino da Pré-escola na Educação Infan�l, 02 livros para às crianças do 1° ao 5° ano do
Ensino Fundamental- anos iniciais, 3 livros para alunos do Ensino Fundamental- anos
finais e Kit para o professor também com 02 livros de formação teórica conforme
discriminado a seguir:
1º ANO
2º ANO
3º ANO
4º ANO
5º ANO
7º ANO
8º ANO
9º ANO
KIT DO PROFESSOR
Em Planal�na a entrega dos kits se fará em cada escola com a presença dos pais ou
responsáveis que serão informados da importância de sua contribuição para que as
crianças e jovens possam desenvolver o gosto pela leitura. Ao longo do projeto os livros
serão levados pelas crianças para casa para serem lidos em família. Os vizinhos poderão
ser convidados para esses momentos de Literacia familiar.
Celso Antunes é Mestre em Educação e autor tendo cerca de 280 obras publicadas entre livros
didá�cos da disciplina Geografia e temas voltados para a formação de professores. Autor e
conferencista internacionalmente reconhecido e condecorado, teve seus livros sobre temas
educacionais publicados na América do Sul, América do Norte e Europa.
12. REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Esté�ca da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Mar�ns
Fontes, 2003.
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didá�cas para o oral e a escrita:
apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na
escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 95-128.
GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. A produção de textos e sua avaliação na escola. 1. Ed. –
Fortaleza: Editora IMEPH, 2017.
GERALDI, João W. Portos de passagem. 4ª ed. São Paulo: Mar�ns Fontes, 1997.
GÓES, Maria C. R.; SMOLKA, Ana L. B. A criança e a linguagem escrita: considerações sobre
a produção de textos. In: ALENCAR, Eunice S. (org.). Novas contribuições da Psicologia aos
processos de ensino e aprendizagem. São Paulo: Cortez, 1992.
LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:
Artmed, 2008.