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O envelhecimento da população é um fenômeno global que afeta diversas áreas da sociedade,


incluindo o mercado de trabalho e, mais especificamente, o setor educacional. Em Portugal, o
envelhecimento da população é uma realidade cada vez mais evidente, e isso tem impacto no
envelhecimento do corpo docente.

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2021, cerca
de 22% da população portuguesa tinha mais de 65 anos, o que representa um aumento de 4,4%
em relação a 2011. Além disso, de acordo com a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e
Ciência (DGEEC), em 2019, cerca de 34% dos professores do ensino superior em Portugal tinham
mais de 55 anos.

O envelhecimento da classe docente e a pouca atratividade na carreira está a acentuar o


problema de falta de professores em Portugal. Após um decréscimo acentuado, na sequência da
alteração das condições de aposentação, o número de professores reformados tem vindo a
aumentar nos últimos sete anos (desde 2015/16). Em 2021/22 (último ano em que há dados
disponíveis) houve, pelo menos, 1.847 professores a pedirem a reforma, contudo, este número
deverá ser superior já que inclui apenas os que viram a sua situação publicada em Diário da
República até 31 de agosto de 2022. Ainda assim é quase o triplo do número de professores
que se reformaram no primeiro ano de governo de António Costa, em 2015/2016.

As consequências de cada uma dessas causas podem ser variadas e interligadas. Aqui estão algumas das
possíveis consequências para cada uma das causas mencionadas:

Salário baixo: Um dos principais resultados de um salário baixo para os professores é a falta de
motivação e engajamento dos professores na profissão, o que pode afetar negativamente a qualidade
do ensino e o desempenho dos alunos. Isso pode levar à rotatividade de professores e à falta de
professores qualificados em determinadas áreas. Além disso, um salário baixo também pode
desencorajar a atração de jovens talentosos para a profissão de professor, o que pode ter um impacto
negativo no futuro da educação em Portugal.

No entanto, os destacamentos de professores em Portugal podem apresentar alguns problemas. Um


dos principais problemas é a falta de professores nas escolas de origem dos professores destacados, o
que pode levar a uma sobrecarga de trabalho para os professores restantes e a um aumento do número
de alunos por turma. Além disso, a escola que recebe o professor destacado pode ter dificuldades em
integrá-lo na sua equipa pedagógica e em estabelecer uma boa comunicação com a escola de origem do
professor.

Outro problema comum dos destacamentos de professores é a instabilidade na vida profissional e


pessoal do professor. O professor destacado pode ter que mudar de residência temporariamente, o que
pode ter um impacto negativo na sua vida pessoal e familiar. Além disso, o professor pode ter que lidar
com horários e rotinas diferentes, o que pode afetar a sua saúde e bem-estar.

Outra questão que pode surgir nos destacamentos é o pagamento. Embora o professor destacado
continue a receber o seu salário base, pode haver diferenças em termos de subsídios, tais como o
subsídio de transporte ou de deslocação, que podem não ser totalmente cobertos pela escola que
recebe o professor.
Sobrecarga de trabalho: A sobrecarga de trabalho pode levar à exaustão e à falta de tempo e energia
para dar a devida atenção a cada aluno individualmente. Isso pode afetar a qualidade do ensino e levar
a uma falta de progresso dos alunos. Além disso, a sobrecarga de trabalho também pode afetar
negativamente a saúde mental e física dos professores, levando a problemas de saúde e desgaste
profissional.

Falta de recursos: A falta de recursos pode afetar negativamente a qualidade do ensino e a eficácia do
trabalho dos professores. Isso pode levar a uma falta de motivação dos alunos, o que pode impactar o
desempenho acadêmico. Além disso, a falta de recursos também pode dificultar a realização de
atividades extracurriculares, projetos e experimentos que podem enriquecer a experiência de
aprendizado dos alunos.

Dificuldades no sistema educacional: As dificuldades no sistema educacional podem afetar a qualidade


do ensino, a motivação dos alunos e a satisfação dos professores com a profissão. Isso pode levar a uma
queda na atratividade da profissão de professor e à falta de professores qualificados em áreas
específicas. Além disso, a falta de investimento pode levar a uma falta de recursos, infraestrutura
inadequada e dificuldades no atendimento às necessidades educacionais dos alunos.

Em resumo, cada uma dessas causas pode ter um impacto negativo significativo na educação em
Portugal, e pode afetar negativamente a qualidade do ensino, a motivação dos alunos e dos professores,
e a atração de jovens talentosos para a profissão de professor. É importante que sejam tomadas
medidas para enfrentar essas questões, a fim de melhorar a qualidade da educação em Portugal e
garantir um futuro próspero para o sistema educacional do país

Para cada uma das causas mencionadas anteriormente, aqui estão algumas sugestões de soluções
possíveis:

Salário baixo: Uma solução possível para melhorar a situação dos salários dos professores seria
aumentar os fundos dedicados à educação, destinando uma parte maior do orçamento para os salários
dos professores. Além disso, poderiam ser criados incentivos para que os professores sejam motivados e
recompensados pelo seu trabalho. Esses incentivos poderiam incluir bônus financeiros, programas de
formação contínua e oportunidades de progressão na carreira.

Sobrecarga de trabalho: Uma solução possível seria a criação de um limite máximo de horas de trabalho
para os professores, juntamente com um aumento no número de professores para ajudar a cobrir a
carga de trabalho. Além disso, poderiam ser fornecidos recursos e treinamentos para ajudar os
professores a gerenciar melhor seu tempo e trabalho, permitindo que eles se concentrem mais em
ensinar e menos em tarefas administrativas.

Falta de recursos: Uma solução possível seria aumentar o orçamento dedicado à educação para que haja
mais recursos disponíveis para os professores e alunos. Além disso, poderiam ser estabelecidos
parcerias com empresas e organizações locais para fornecer doações e patrocínios para aquisição de
materiais, equipamentos e softwares educacionais. Outra opção seria incentivar e capacitar os próprios
alunos a desenvolverem projetos e iniciativas para ajudar a suprir as necessidades dos recursos.

Dificuldades no sistema educacional: Uma solução possível seria a criação de um plano estratégico de
longo prazo para melhorar o sistema educacional em Portugal. Isso poderia incluir medidas como a
atualização do currículo, a melhoria na formação de professores e a modernização da infraestrutura
educacional. Além disso, poderiam ser realizados investimentos em tecnologia educacional para
melhorar a experiência de aprendizado dos alunos e a eficiência do trabalho dos professores.

Na última década, a percentagem de diplomados no ensino superior


nos cursos de Educação caiu de 8,6% em 2011 para 5% em 2020,
colocando Portugal abaixo da média da OCDE e da União Europeia.
O número de diplomados em Educação caiu na última década, enquanto a
idade média dos professores aumentou, segundo o relatório “Estado da
Educação de 2020” que alerta para o risco de “num futuro próximo”
Portugal ter poucos profissionais habilitados.

O alerta é deixado no relatório anual do Conselho Nacional de Educação


(CNE), que traça um retrato do sistema educativo português no ano letivo
de 2019/2020 e revela duas tendências contraditórias que poderão
agravar em breve a falta de professores.

Na última década, a percentagem de diplomados no ensino superior nos


cursos de Educação caiu de 8,6% em 2011 para 5% em 2020, colocando
Portugal abaixo da média da OCDE e da União Europeia.

Além da quebra à saída das universidades, na hora de escolher a


licenciatura também são menos os estudantes a optar por esta área e
apesar de um ligeiro aumento no ano letivo 2019/2020 comparativamente
ao anterior, foram menos 52,4% inscritos do que em 2010/2011.
Na vasta maioria dos países europeus, há cada vez menos professores na faixa etária
abaixo dos 40 anos em comparação com as faixas etárias acima dessa idade. No ensino
secundário, a tendência para um corpo docente mais envelhecido é particularmente
pronunciada: na Bulgária, República Checa, Alemanha, Estónia, Itália, Países Baixos,
Áustria, Noruega e Islândia, quase metade dos professores têm idades superiores a 50
anos. Para além disso, a percentagem de professores na faixa etária abaixo dos 30 é
particularmente baixa na Alemanha, Itália e Suécia (figuras D14 e D16). Esta situação,
combinada com um número decrescente de candidatos à formação de professores, pode
conduzir a uma escassez de professores, pelo que se torna premente o ingresso de mais
profissionais qualificados na profissão docente.

Na quase totalidade dos países europeus, existe uma idade oficial de reforma que define
o limite, para além do qual, os professores não podem continuar no ativo, a não ser em
circunstâncias especiais. Na maioria dos países, este limite máximo de idade situa-se
nos 65 anos e esta barreira temporal é extensível aos quatro níveis de ensino aqui
considerados. No entanto, em doze países, a idade máxima de aposentação é inferior,
tanto para os homens como para as mulheres. A Eslovénia possui a idade de reforma
mais baixa (58) enquanto a Noruega apresenta a mais elevada.

Os salários mensais dos professores europeus em 2008 variavam muito. Portugal é um


dos países onde o salário de início de carreira mais evolui relativamente ao salário final.
Este é superior apenas ao de estados recentes na União Europeia. O salário de fim de
carreira (3000 euros) é superior aos da Grécia (2100 eurros) e da Itália (2900 euros),
aproxima-se muito dos da Suécia (3300), Espanha (3350) e Finlândia (3100). Pelo que
aqui se apresenta, vale a pena ser professor, sobretudo, na Áustria, na Holanda e
na Bélgica (salários superiores a 4500 euros).
Este estudo considera que em termos de PPP (pucrcahse power parity), isto é, paridade
do poder de compra, os salários portugueses de fim de carreira representam mais 500
euros por mês (3500 euros). Mas o que se apresenta nesta tabela são os salários
nominais (3000 euros).
 Em suma, a profissão de professor é umas das profissões mais
injustiçadas principalmente em Portugal e com este trabalho não só
percebemos alguns dos motivos das greves que tem acontecido
ultimamente e que isto tem que mudar.

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