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Conceito de Unitização
Unitizar uma carga significa agrupar vários volumes pequenos ou grandes em um maior, ou mesmo um único volume, com o
objetivo de facilitar o manuseio, movimentação, armazenagem e transporte da carga, fazendo com que a sua transferência, do ponto
de origem até o seu destino final, possa ser realizada tratando o total de volumes envolvidos em cada unitização como apenas um
volume.
As operações de unitização de carga, bem como a sua movimentação, embarque e desembarque, qualquer que seja o produto, tem
de obedecer sempre aos mesmos princípios que regem a unitização, isto é, a agilização no escoamento de mercadorias. Neste
sentido, os portos e terminais de guarda e movimentação de containers devem estar adaptados a este tipo de equipamento
Vantagens
Dentro do conceito de unitização de cargas, já que as operações portuárias e de distribuição de mercadorias cada vez mais
requerem este procedimento, são as seguintes as vantagens que devem resultar deste processo:
- redução do número de volumes a manipular;
- menor número de manuseio s da carga;
- menor utilização de mão-de-obra;
- possibilidade do uso de mecanização;
- melhoria no tempo de operação de embarque e desembarque;
- redução de custos de embarque e desembarque;
- redução de custo com embalagens;
- diminuição das avarias e roubos de mercadorias;
- redução dos custo de seguro de mercadorias;
- incentivo da aplicação do sistema door-to-door (porta a porta);
- padronização internacional dos recipientes de unitização.
Recipientes
Na unitização de cargas, quando considerados volumes pequenos ou grandes, e manipuláveis, os principais tipos de recipientes
utilizados para este procedimento, e que serão estudados abaixo, são:
- Pallet.
- Container.
É importante ressaltar que há diferença entre o que se denomina como recipiente para unitização de carga e a unidade de
transporte de carga:
- o primeiro é um equipamento para unitização dos volumes a manipular, como o pallet e container citados acima.
- o segundo é o próprio veículo transportador, que estará transportando estas unidades utilizadas para o agrupamento de
carga, podendo ser especializado para cada tipo de equipamento.
Conceito e História
O container é, primordialmente, uma caixa construída em aço, alumínio ou fibra, criada para o transporte unitizado de
mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso constante.
Constitui um equipamento do veículo transportador, que se caracteriza pela resistência e facilidade de transporte de mercadorias,
por um ou mais modais. É provido de portas, escotilhas e aberturas que permitem o seu estufamento e esvaziamento com
facilidade, cumprindo os objetivos propostos para a sua criação e utilização.
Os containers materializam um desejo muito antigo dos comerciantes e transportadores, desde os seus primórdios, que é o de
unitização de cargas para facilitar o seu manuseio e agilizar o seu transporte, inclusive com segurança, que outros equipamentos
nunca conseguiram dar.
Vários tipos de objetos que poderiam ser denominados de containers, ou seja, recipientes para carga, flexíveis ou não, foram
criados e utilizados ao longo do tempo, até que, durante a I Guerra Mundial, foi idealizado pelo exército norte-americano um
container que pode ser dado como o precursor dos atuais, embora com dimensões bem menores, para utilização em trens e
caminhões.
Durante a década de 50 surgiu a idéia de utilizar os containers na navegação, primeiramente no convés dos navios ora existentes
e, posteriormente, em navios especializados para isto.
A Sealand, uma empresa de navegação dos Estados Unidos da América do Norte, foi a pioneira na utilização deste tipo de
equipamento, tendo sido a sua primeira experiência um transporte de cabotagem, realizada na costa leste do país, no ano de 1956,
no Ideal X, um navio tanque adaptado para transporte de containers no seu convés, com capacidade para 58 unidades.
No ano seguinte, em 1957, foi lançado ao mar o seu primeiro navio porta-containers, o Gateway City, com capacidade para 226
containers.
Hoje os containers são utilizados em cerca de 200 milhões de unidades ao ano, sendo que boa parte da carga geral é transportada
neste equipamento ao redor do planeta.
Os containers são identificados com marcas do proprietário e local de registro, números, tamanhos, tipos, bem como definição de
espaço e peso máximo que podem comportar, etc. Estas características visam dar ao container vantagens sobre os demais
equipamentos para unitização de carga, como segurança, inviolabilidade, rapidez e redução de custos nos transportes.
Este equipamento também é dotado de dispositivos de segurança aduaneira, e deve atender às condições técnicas de segurança
previstas pela Legislação Nacional e pelas Convenções Internacionais, que são ratificadas pelo Brasil.
A partir do seu desenvolvimento, os containers foram se transformando até chegarem à situação atual, tornando-se modulares e
tendo as suas medidas padronizadas (característica principal), para serem transportados por qualquer modal de transporte, sem
problemas quanto às medidas dos veículos.
Também foram se transformando na sua concepção e forma, deixando de ser apenas uma caixa fechada, para apresentarem
diversos tipos, mesmo totalmente abertos.
Medidas
As unidades de medidas utilizadas para a padronização das dimensões dos containers são pés (') e polegadas ("). No inglês
significam foot (pé), cujo plural é feet (pés), e inch (polegada), cujo plural é inches (polegadas).
São duas unidades de medidas inglesas escolhidas para definir as medidas dos containers, e significam: Um pé (1’) é igual a
30,48cm ou 0,3048m.
Uma polegada (1”) é equivalente a 2,54cm. Um pé (1’) é equivalente ainda, portanto, a 12 polegadas (12”).
As medidas dos containers referem-se sempre às suas medidas externas, e o seu tamanho está associado sempre ao seu
comprimento. Isto quer dizer que ao se falar num equipamento de 20' (vinte pés) estamos nos referindo ao seu comprimento, e
nunca às demais dimensões.
Seja qual for o tipo do container ele será padronizado externamente, podendo as suas dimensões internas serem diferentes de um
container para outro, já que diversas variáveis estarão sendo consideradas para isto, como material utilizado, espessura das
paredes, das cabeceiras, do teto e do piso, isolamento térmico, etc.
Capacidades
a)Volume
As capacidades volumétricas dos containers são medidas em metros cúbicos (m 3) ou pés cúbicos (cubic feet) e, tomando-se o
container dry de 20' e 40' como padrão, podemos dizer que o seu espaço útil médio é de aproximadamente 33 m3 (1170 cubic
feet) e 67 m3 (2370 cubic feet).
O espaço útil varia com o tipo de container sendo que, por exemplo, os containers reefers têm um espaço útil disponível menor,
de aproximadamente 27 m3 (950 cubic feet) e 55 m3 (1940 cubic feet), respectivamente, em face do isolamento térmico das
paredes, e do equipamento de refrigeração, que ocupam uma parte do seu espaço interno.
b)Peso
Quanto à capacidade em peso, os containers de 20' e 40' (vinte e quarenta pés) podem comportar, no máximo, até 30.480 e
35.000 quilos, incluindo o peso do próprio equipamento, resultando em aproximadamente 28.000 e 31.000 quilos de carga útil
(payload), respectivamente.
Estes são containers mais modernos, com tecnologia mais avançada, que permitem um fundo bastante reforçado, para suporte de
mais peso do que os equipamentos tradicionais e construídos durante anos.
Grande parte dos equipamentos em utilização ainda são de concepção antiga, permitindo comportar um baixo limite de peso que,
incluindo os próprios containers, são de 24.000 e 30.480 quilos para as unidades de 20'e 40'.
Módulos
Os containers são modulares, e os de 20' (vinte pés) são considerados como um módulo, sendo denominados TEU - Twenty Feet
or Equivalent Unit - unidade de vinte pés ou equivalente, e são considerados o padrão para a definição de tamanho de navio
porta-container. Também são utilizados para a definição da quantidade de containers movimentados ou em estoque pelos seus
proprietários.
Os containers de 40' (quarenta pés) costumam ser denominados FEU - Forty Feet or Equivalent Unit (unidade de quarenta pés ou
equivalente), porém, não são utilizados como medida para navios, quantidades ou movimentações.
Geral
Embora para efeitos práticos o container possa ser pensado como uma "embalagem" que facilita o transporte de mercadorias,
para todos os efeitos legais ele é considerado um equipamento do veículo transportador, não se levando em conta, portanto, o seu
peso ou volume para efeitos de frete, quando este é calculado sobre o peso ou volume da mercadoria.
O container é um equipamento fundamental do transporte intermodal e multimodal, diante da facilidade que oferece para a
movimentação, armazenagem e transporte da carga, o responsável pela sua grande expansão nos últimos anos. Sem o container o
transbordo de carga é muito mais difícil e com menos segurança.
Os porões dos navios porta-containers são denominados de Bays, numerados a partir da proa para a popa. Eles são compostos por
várias colunas, formadas por guias para encaixe dos containers, chamadas Rows, e numeradas a partir do centro para os bordos
(bombordo e boreste), sendo um lado impar e o outro par. No empilhamento de containers no navio temos as camadas, que são as
Tiers. As coordenadas dadas pelo Bays, Rows e Tiers formam o que chamamos de Slots, ou seja, posições de container.
Tipos e Finalidades
Com a crescente unitização de cargas, muitos tipos de containers foram sendo criados ao longo do tempo, existindo, hoje, e
agregados àquele container dry inicial, unidades adaptadas para todos os tipos de mercadorias, como graneis líquidos, graneis
sólidos, refrigerados, petróleo, minérios e animais vivos.
Os containers são os mais diversificados, porém, como já foi dito, devem estar sempre de acordo com as padronizações
internacionais. Apresentamos a seguir os vários tipos, cada qual apropriado para determinadas mercadorias:
- Dry Box - totalmente fechado, com portas nos fundos, tendo sido o primeiro a ser criado, e sendo o container mais utilizado. É
adequado para o transporte da maioria das cargas gerais secas existentes, como alimentos, roupas, móveis, etc.
- Bulk Container - similar ao dry box, totalmente fechado, tendo aberturas no teto (escotilhas) para seu carregamento e uma
escotilha na parede do fundo, na parte inferior, para descarregamento, apropriado para transporte de graneis sólidos como
produtos agrícolas.
- Ventilated - semelhante ao dry box, porém, com pequenas aberturas no alto das paredes laterais, bem como na parte inferior,
para permitir a entrada de ar. Adequado para o transporte de cargas que requerem ventilação como café e cacau. O ar aqui é
natural, não sendo forçado a exemplo do que ocorre com o frigorífico que será visto a seguir. O ar sempre entra pelas aberturas
inferiores, deixando o container pelas aberturas superiores, já que o ar quente é mais leve que o frio.
- Reefer - também é semelhante ao dry box, totalmente fechado, com portas nos fundos, apropriado para embarque de cargas
perecíveis e que exigem controle de temperatura, como congeladas ou refrigeradas. É um equipamento ideal para transporte de
produtos como carnes, sorvetes, frutas e verduras.
Pode ser integrado (integrated container ou self sustained reefer), ou seja, equipado com motor próprio para refrigeração, ligado a
uma tomada de 380 ou 440 volts para seu funcionamento, tanto nos terminais quanto nos veículos transportadores. Este tipo de
container é o mais oferecido, e representa maioria no mercado. Apresenta a vantagem de ter refrigeração própria e a desvantagem
da perda do espaço ocupado pelo motor.
Pode, também, ser insulado (conair ou port hole), ou seja, não ter equipamento próprio de refrigeração, tendo na parede da frente
duas válvulas (aberturas) para entrada e saída de ar, que são fornecidos por fonte externa.
Quando está em um terminal, ou no convés do navio, ou ainda sobre uma carreta rodoviária, é acoplado, através das suas
válvulas, a uma unidade externa de refrigeração, denominada Clip On.
Quando embarcado em navios próprios para este tipo de container, recebe refrigeração através de dutos do navio, ligados a uma
unidade central de refrigeração.
É oferecido em número bem menor, já que representa minoria no mercado. Apresenta a desvantagem de não ter refrigeração
própria e a vantagem de ter maior espaço disponível. Está, porém, em processo de desaparecimento, pela sua dificuldade na
operação e pelo custo do navio, além da perda de espaço para equipar o navio para sua refrigeração.
Os dois tipos podem, também, ter gancheiras no teto, que são equipamentos para o transporte de carcaças de animais abatidos.
Container reefer apresenta, para controle de temperatura, uma Carta de Registro de Temperatura (Partlow Chart), que pode tanto
ser um disco quanto um controle computadorizado, e pode atingir temperaturas abaixo de -25° C.
Open Top - container sem teto, que é fechado com lona, para transporte de cargas que apresentam dificuldades para embarque
pela porta dos fundos, e necessitam de um acesso especial, embora também possua a porta normal nos fundos.
Apropriado para mercadorias que excedam a altura do container, ou que tenham dimensões e pesos maiores do que aqueles
naturais para embarque por empilhadeiras. Estas cargas não poderiam ser estufadas num container dry box tradicional, por isso,
podem ser embarcadas através de guindastes, pelo teto do equipamento.
Half Height - container open top, sem teto, com as mesmas características, porém, de meia altura - 4' (quatro pés) ou 4'3" (quatro
pés e três polegadas). É fechado com lona e apresenta cabeceira basculante, sendo adequado para embarque de minérios, cuja
carga é extremamente densa e, se embarcada em um open top comum, este não poderia ser utilizado integralmente quanto ao
aspecto de volume, representando uma ocupação de espaço indevida no navio, bem como encarecendo o frete.
- Open Side - com apenas três paredes, sem uma parede lateral, este container é apropriado para mercadorias que apresentam
dificuldades para embarques pela porta dos fundos, ou que excedam um pouco a largura do equipamento ou ainda para agilização
de sua estufagem.
- Flat Rack - container plataforma sendo uma combinação dos open top e open side, sem as paredes laterais e sem teto, apenas
com as duas cabeceiras. As suas cabeceiras podem ser fixas (fixed endflat), ou dobráveis (collapsible flat), e é adequado para
cargas pesadas e grandes, e que excedam as suas dimensões de altura e largura.
Tem a capacidade de viabilizar embarques que não podem realizar-se em containers fechados e que, obrigatoriamente,
precisavam ser embarcados em navios convencionais como carga solta (breakbulk).
- Platform - container plataforma, sem paredes lateriais, cabeceiras e teto, tendo apenas o piso, apropriado para cargas de
grandes dimensões ou muito pesadas.
- Tank - container tanque, dentro de uma armação, de tamanho padronizado, próprio para transporte de líquidos em geral,
perigosos ou não.
Estufagem
Em princípio, praticamente qualquer mercadoria é conteinerizável, e a sua conteinerização depende de diversos fatores como
custo, destino, rapidez nas operações, disponibilidade de transporte e equipamento, tamanho e peso do produto, aceitação pelo
comprador, etc.
A colocação e retirada da carga do equipamento tem as seguintes denominações:
Estufar/ovar: é o ato de encher o container com mercadorias, podendo ser estas a granel, embaladas ou paletizadas.
Desovar: é o ato de retirar mercadorias do container.É conveniente que antes de se iniciar a estufagem de um container, se faça
um "plano de estiva" para adequação da carga ao mesmo, para evitar surpresas desagradáveis no momento de estufá-lo na
prática.
Procedimentos na Estufagem
Na estufagem não se deve deixar espaços vazios no container, que precisa sempre ser totalmente ocupado. Quando o container é
estufado completamente, ou seja, não sobra nele qualquer espaço, e o produto tem embalagem uniforme, não há qualquer
problema.
No caso, porém, da carga não ser suficiente para isso, ela precisa ser devidamente amarrada com cordas, cabos, extensores, ou ser
escorada, ou ainda ter os espaços preenchidos, etc, o que pode ser feito com madeiras, cavaletes, pontaletes, estrados, bolsas de
ar, ou qualquer estrutura ou objeto que impeça que a carga se movimente dentro do container e seja avariada, bem como avarie o
próprio container.
Na estufagem de container é preciso levar-se em conta o ponto de equilíbrio do equipamento para evitar problemas e acidentes,
pois cargas que não respeitam este item não dão ao container o equilíbrio necessário para ser adequadamente manipulado pelos
equipamentos de movimentação.
Se uma mercadoria apresentar embalagem irregular ou diferenças de peso entre si, deverá sempre existir a preocupação com a
sua estufagem, para evitar o excesso de peso em um dos lados.
As mercadorias mais pesadas devem ser colocadas sob as mais leves, e se forem em pequena quantidade devem ser estivadas no
meio do container para preservar o seu ponto de equilíbrio e dar-lhe maior estabilidade.
Quando a carga for insuficiente para o preenchimento total do container, deve-se preencher primeiramente todo o piso, nunca
colocando toda a mercadoria no fundo.
A estufagem pode ser realizada manualmente, através do transporte de cada volume, ou utilizando-se empilhadeiras e paleteiras
para o transporte da carga e ainda esteiras rolantes ou, no caso de containers sem teto, guindastes para colocação da mercadoria
em seu interior.
Mercadorias Perigosas
Deve-se evitar conteinerizar mercadorias que possuam um grau de umidade muito alto, pois podem apresentar combustão
espontânea, como é o caso da farinha de peixe, algodão e farelo de soja.
É preciso tomar cuidados especiais quando se trata de conteinerizar cargas perigosas, sempre seguindo as regulamentações
pertinentes dos transportadores, países envolvidos, IMO - International Maritime Organization (Organização Marítima
Internacional), etc.
Também é necessário identificá-las com etiquetas especiais, bem como o próprio container. Deve-se estufar apenas uma classe de
produto por container e haver uma indicação clara da temperatura de combustão do produto, para orientar seu manuseio e
transporte.
Geral
Tem se tornado muito comum a conteinerização de mercadorias paletizadas, em virtude da rapidez na estufagem e desova dos
containers. Também deve ser considerado o suprimento das necessidades do importador, que pode ter dificuldades para obter o
container para levá-lo até o destino final da mercadoria, tendo que desová-lo no porto, onde sem o pallet teria que proceder a uma
insegura, custosa e demorada operação de manuseio de cargas soltas (breakbulk).
No recebimento do container para estufagem devem ser verificados diversos pontos para constatar se o mesmo está em bom
estado, ou seja, se não tem furos; se as portas, escotilhas e fechaduras funcionam adequadamente; se está limpo; se não tem restos
nem odores de mercadorias anteriores; se está seco; se tem pontos de fixação para cargas de pesos e dimensões excepcionais; se a
lona do open top ou open side não está rasgada; se o equipamento de refrigeração está funcionando perfeitamente, etc.
O armador costuma proceder a uma inspeção prévia do container, denominada PTI - Pre Trip Inspection, onde verifica os
principais pontos do equipamento, conforme citado.
Esta inspeção tem uma validade de 30 dias, e a sua finalidade é entregar, ao embarcador, o container em perfeitas condições de
utilização.
A retirada do container do terminal utilizado pelo armador, para disponibilizá-lo ao seu cliente, é denominada handling out
(manuseio de retirada), e a sua devolução ao terminal denomina-se handling in (manuseio de entrada).
O controle das unidades no pátio, por exemplo, a verificação constante das temperaturas e dos equipamentos de refrigeração dos
containers é denominada de monitoramento.
Escolha do Container
A escolha entre os containers de 20' e 40' (vinte e quarenta pés) é uma tarefa importante, para que não se utilize um equipamento
inadequado, prejudicando o embarque e/ou provocando gastos adicionais com fretes.
É preciso considerar que um container de 40' não é o dobro de um de 20", e nem esse é, tampouco, metade do de 40'. Eles são
equipamentos diferentes, sendo utilizados para diferentes tipos de cargas, dificilmente tendo uma utilização igual.
A razão disto é que embora ele possam ser considerados assim, na questão do espaço, eles não o são no quesito peso e, os dois
transportam, praticamente, o mesmo peso, com pouca vantagem para os de 40'.
Sendo assim, as mercadorias mais pesadas (densas) têm melhor aproveitamento nos containers de 20' (vinte pés), e as mais
volumosas adequam-se melhor aos de 40' (quarenta pés), devido aos espaços físicos disponíveis e ao peso que cada tipo de
container pode suportar, além do custo do frete a considerar.
Tipos de Serviços
No modal marítimo, especificamente nas cargas unitizadas em containers, temos dois tipos de modalidades em sua ova, desova e
utilização. Um é o local onde o container é ovado ou desovado, e o outro é por quem o serviço é realizado.
Local da Operação
Por local de operação entende-se apenas onde o container é ovado ou desovado, e não quem realiza o serviço ou o seu custo.
O container é um recipiente de carga que poderá ser ovado/estufado no armazém do vendedor ou no porto de embarque, e
desovado no porto de destino ou no armazém do comprador, dependendo do acordo realizado com o transportador no momento
da contratação de praça (contratação de espaço em navio).
O local da estufagem e desova dos containers é definido pelos termos H/H, H/P, P/P e P/H, sendo que "H" significa house
armazém/casa) e "P" pier porto). Estes termos são abreviaturas de house to house, house topier, pier to pier epier to house.
Apenas para boa ordem, para desfazer qualquer dúvida sobre o termo pier, registre-se que ele não é utilizado apenas em piers
como o nome pode sugerir. Pier é apenas o termo definido para este tipo de serviço mas que, na realidade, aplica-se ao pier e ao
cais indistintamente, ou melhor, ao porto.
Isto quer dizer que em uma operação tipo H/P house topier), o container é estufado no armazém do exportador e desovado
no cais do porto de destino, enquanto que em H/H (house to house) ele é ovado no armazém do exportador e desovado no
armazém do importador.
Em P/P pier to pier) o container é ovado no cais do porto de embarque e desovado no cais do porto de destino, sendo que o termo
P/H (pier to house) quer dizer que ele é ovado no cais do porto de embarque e desovado no armazém do importador.
Demurrage de Container
Demurrage significa uma multa que é aplicada pelo armador, ao seu cliente que está utilizando um container na importação,
pelo atraso na sua devolução. O armador normalmente estabelece um prazo para a devolução do container, em média uma
semana após o seu desembarque, mas podendo variar de acordo com o que for negociado com o armador.
Quando ocorre um atraso nesta devolução o armador aplica sobre aquele que está retendo o equipamento, uma multa em base
diária, e que deve ser paga. Esta multa é aplicada porque o armador, na falta do equipamento para ser cedido a um cliente que
pretende utilizá-lo para um transporte, terá a necessidade de realizar um leasing de container para atender a este seu cliente. Nada
mais justo, portanto, que o armador seja reembolsado por esta despesa extra provocada por aquele que está retendo o container,
que é um equipamento do navio, cedido ao comerciante.
PALLETS
Tipos e Características
Pallet é uma unidade que, na sua forma, assemelha-se a um estrado, sendo plano. Ele é construído principalmente de madeira,
podendo, porém, ser de alumínio, aço, plástico, fibra, polipropileno, etc, com determinadas características para facilitar a
unitização, manuseio, armazenagem e transporte de pequenos volumes.
O pallet pode ser descartável, ou seja, construído para ser utilizado em apenas uma viagem, denominado one way, ou pode ser
para uso constante, utilizado para diversas viagens. A adoção de cada tipo depende da logística escolhida, que envolve um estudo
sobre custos e o seu retorno.
No formato, o pallet pode ser quadrado ou retangular. Quanto às faces, para acomodação da carga, pode ser simples, com apenas
uma face para utilização, servindo a outra apenas como seu suporte; ou ter duas faces iguais, isto é, ser um pallet reversível,
podendo ser utilizado para carga em qualquer uma das duas faces.
Pode, também, ser construído em forma de caixa, que poderá acomodar pequenos volumes que não poderiam ser acondicionados
num pallet comum, devido a seu pequeno tamanho e, às vezes, sua irregularidade.
O pallet deve dispor de asas (aletas), que são saliências para içamento, quer dizer, extensão das faces para além das vigas que o
compõem, para que possa ser operado por guindastes, lingas providas de duas barras e outros equipamentos, por qualquer
equipamento portuário disponível.
Deverá ter, também, uma altura livre entre as duas faces, para possibilitar a entrada dos garfos dos equipamentos mecânicos que
devem movimentá-lo.
Preferencialmente, deverá ter quatro lados para permitir a entrada dos garfos dos equipamentos para agilização na sua
movimentação, operação que ficará limitada quando o pallet possuir apenas duas entradas.
Pode ter dois ou mais pisos, se a carga tiver pouca altura, para que ele não fique muito pequeno e não cumpra os objetivos de
unitização de uma quantidade razoável de mercadoria.
Poderão ser utilizadas cantoneiras, de diversos materiais, para proteger a mercadoria paletizada, sendo colocadas nos quatro
cantos da pilha realizada sobre o pallet.
O pallet tem que ser suficientemente resistente e adequadamente construído para, com segurança:
- sustentar, em repouso ou quando movimentada, a carga que sobre ele é depositada;
- permitir a manipulação e a movimentação da carga unitizada por meio de equipamento mecânico apropriado, tanto em terra
quanto nos veículos transportadores, e nos embarques e desembarques; e
- Permitir o empilhamento de várias unidades, devidamente unitizadas, caso isto seja necessário.
De acordo com as características citadas, e outras que poderão ser julgadas interessantes, é que se construirá o pallet adequado
para cada carga, tipo de transporte, movimentação, etc.
O pallet ideal, no entanto, não é aquele que segue todas as recomendações dispostas anteriormente, pois na sua construção deve
ser levado em conta, ainda, as variáveis custo e quantidade de utilização do equipamento, para que ele não inviabilize a operação
de paletização. Portanto, o pallet ideal é aquele que atende a cada tipo de operação e carga adequadamente, viabilizando-os.
Paletização
As medidas e as demais características físicas do pallet a ser escolhido devem ser tais que se adaptem às várias fases do
transporte, e aos diferentes tipos de equipamentos mecânicos em operação em terminais, armazéns e portos, de forma que a
movimentação da carga unitizada se realize com rapidez e segurança.
A uniformidade e as medidas dos volumes a serem paletizados são de grande importância para produzir uma carga unitizada,
bem enquadrada em seus quatro lados, e nivelada na sua face superior, para permitir a melhor ocupação do espaço do veículo
transportador.
A princípio, qualquer carga é paletizável, desde que adaptada ao pallet e economicamente viável.
Fixação
A peação dos volumes, ou seja, a sua fixação no pallet, para constituir uma carga unitizada rígida, de modo que possa ser
movimentada sem qualquer problema, pode ser feita das seguintes maneiras:
- através do emprego de cintas, que são passadas em volta dos pallets, tantas quantas necessárias de acordo com o tamanhodos
volumes unitizados, de modo que nenhum volume possa ser retirado sem a sua violação. Estas cintas podem ser de nylon,
polipropileno, poliéster, metálicas, etc, complementadas, se necessário, por tábuas e sarrafos de madeira e folhas de papelão para
proteção contra a cintagem;
- pelo emprego de filme shrink, que é um saco termo-retrátil, de plástico ou de polietileno, que envolve a carga e o pallet,
impermeabilizando-o, isto é, não permitindo a aproximação direta com os volumes. Este tipo de peação é adequado para cargas
instáveis;
- ou, com a utilização de stretch, que é um filme esticável de polietileno, que envolve a carga e o pallet, tendo o mesmo efeito de
impermeabilização que o shrink. É mais adequado para cargas estáveis.
Os sacos e o filmes têm a finalidade, também, de evitar o furto de volumes que, neste caso, somente será efetivo se estes
materiais forem danificados.
É conveniente que a carga, uma vez arrumada e fixada, exceda um pouco as quatro laterais do pallet para evitar que, na sua
movimentação, as suas bordas danifiquem outras mercadorias.
Identificação
Os pallets deverão ser identificados com marcações, demonstrando o destino e o destinatário, entre outros detalhes, e, no caso de
mercadorias perigosas, terão que ser identificados convenientemente, através das marcações padronizadas internacionalmente, a
fim de que o seu manuseio seja facilitado e não traga perigo àqueles que os estão manipulando.
Existem símbolos para todos os tipos de carga, com cores identificando a sua periculosidade, de modo que quem os manuseie
possa reconhecer cada carga e manejá-la dentro dos padrões adequados.
Vantagens
A paletização de cargas traz muitas vantagens, dentre as quais, melhor aproveitamento dos espaços nos armazéns, principalmente
os verticais; agilização na movimentação da carga e nas operações de embarque e desembarque; redução do custo de
movimentação; diminuição de roubos; manipulação segura da carga; simplificação do controle das mercadorias; redução das
estadias dos veículos transportadores nos pontos ou portos de embarque e desembarque.
Padronização
Com o crescimento internacional da unitização, tornou-se necessária a padronização das dimensões dos pallets, visando com isto,
a possibilidade de sua utilização em todos os modais, principalmente o marítimo, que é o meio de transporte que domina a
deslocação da carga internacional.
Assim sendo, a ISO aprovou algumas medidas padrão, muito embora a sua utilização nem sempre seja respeitada, já que se pode
operar pallets dos mais diversos tamanhos sem que isto se constitua efetivamente num problema.
Padronização das Dimensões dos Pallet
Comprimento (mm) Largura (mm)
1.800 1.200
1.600 1.200
1.200 1.000
1.200 800
1.100 1.100
1.100 825
1.000 800
Para Pisos
Neste caso temos a utilização de paleteiras e empilhadeiras, que são os equipamentos que movimentam, arrumam, empilham e
retiram os pallets das pilhas ou dos porta-pallets, e cuja utilização se dá nos armazéns e pátios, ou mesmo dentro dos navios,
caminhões ou vagões ferroviários. Também podem ser utilizados nos embarques e desembarques destes dois últimos veículos,
que não necessitem de guindastes.